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TÉCNICAS CLÁSSICAS - CINESIOTERAPIA II

Técnica de Kabat
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Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva

Histórico: Foi elaborada pelo médico Herman Kabat, na década de 1940 e 1950, com a colaboração das fisioterapeutas Margaret Knott e
Dorothy Voss no centro de Reabilitação de Vallejo, nos Estados Unidos. O objetivo principal do tratamento é promover movimento
funcional, podendo ser dividido em ​abordagem positiva que é focado apenas no que o paciente consegue executar, e ​abordagem
funcional​, que seria elevar o nível, estimulando a funcionalidade e autonomia do paciente. Inicialmente os fisioterapeutas usaram a
técnica para tratamento de pacientes com paralisia neuromuscular mas, hodiernamente, já é utilizada em diversos tratamentos para
qualquer alteração neuromuscular.

Facilitação:​ Tornar fácil;


Neuromuscular​: ​Envolver nervos e músculos;
Proprioceptiva​: ​Receptor sensorial que envia informações relativas ao movimento e posicionamento do corpo.

O método é realizado por meio de exercícios terapêuticos, que auxiliam a ativação do controle motor neural para obter respostas
motoras do corpo e a ideia central é estimular ou aumentar as particularidades de cada indivíduo, ou seja, o tratamento engloba as
dimensões biopsicossociais do indivíduo.

Objetivo: ​O objetivo primário de todo tratamento é fazer com que o paciente consiga alcançar o seu mais alto nível funcional.
Benefícios: Desenvolvimento de força e de resistência muscular a fadiga, restaurar função, facilitar a estabilidade, melhorar mobilidade,
controle neuromuscular e a coordenação dos movimentos.
Contraindicações:​ Pacientes com dor, fratura ou instabilidade articular.

Princípios Básicos:
Resistência: ​Auxilia a contração muscular e o controle motor, contribuindo para o aumento da força muscular e a facilitação da
aprendizagem motora. A resistência apropriada refere-se à carga adequada conforme as condições do indivíduo;
Irradiação e Reforço: ​Utilizam a propagação da resposta ao estímulo;
Contato Manual: A​ umenta a força e auxilia na execução correta do movimento por meio do toque e da pressão;
Posição corporal e Biomecânica: ​Guiam e controlam o movimento, garantindo estabilização articular;
Comando Verbal:​ Utilizando comandos precisos, em adequado tom de voz, direciona-se o paciente na realização do exercício;
Visão: ​Por meio do feedback visual haverá o aumento do empenho, com o recrutamento de unidades motoras;
Tração e Aproximação: O​ alongamento ou a aproximação dos membros e do tronco facilitam o movimento e a estabilidade;
Estiramento:​ ​O alongamento muscular e o reflexo de estiramento facilitam a contração e diminuem a fadiga muscular;
Sincronização​ ​dos​ m
​ ovimentos: A​ umenta a força de contratilidade por meio da “sincronização para ênfase”;
Padrões:​ Movimentos são realizados em padrões sinérgicos em massa, assim como no movimento funcional normal.

TÉCNICAS
Padrões Diagonais ou de Facilitação: Os padrões de FNP combinam movimentos em três planos: Sagital (flexão e extensão), ​frontal ou
coronal ​(abdução e adução dos membros ou flexão lateral da coluna) e​ transversal​ (englobando a rotação interna e externa).
→ ​As técnicas visam facilitar os padrões de movimentos de modo que múltiplos grupos musculares se contraem simultaneamente, ou
seja, grupos musculares sinérgicos mais fortes se contraem auxiliando os músculos sinérgicos mais fracos durante os movimentos
funcionais.
Existem dois padrões diagonais para a extremidade inferior e dois padrões diagonais para a extremidade superior, que são referidos
como padrão diagonal 1 (D1) e diagonal 2 (D2). Esses padrões são subdivididos em padrões D1 e D2 que se movem em flexão e
padrões D1 e D2 que se movem em extensão. Assim, a terminologia usada é Flexão D1 ou Extensão D1 e Flexão D2 e ou Extensão D2
dos membros superiores ou inferiores.
Um padrão é denominado pela posição do ombro ou do quadril quando o padrão diagonal é completado. Os padrões podem ser
executados de maneira unilateral ou bilateral​, ​simétrico (os membros executam o mesmo padrão) ou ​assimétrico (os membros
executam padrão oposto), simétrico recíproco (os membros executam a mesma diagonal, mas em direção oposta) ou ​assimétrica
recíproca​ (os membros movem-se em diagonais e direção opostas).

Exemplos para MMS:


1) Na diagonal de flexão D1 do membro superior, parte-se da posição de extensão, abdução e rotação medial do ombro, extensão de
cotovelo, extensão de punho e dedos, o movimento consiste em realizar um alongamento rápido dos flexores do punho e dedos,
finalizando na posição de flexão, adução e rotação lateral do ombro, flexão parcial do cotovelo e flexão de punhos e dedos.

2) ​Na diagonal de Extensão D1 do mesmo, parte-se da posição de flexão, adução e rotação lateral do ombro, flexão parcial do cotovelo e
flexão de punho e dedos, o movimento consiste em realizar um alongamento rápido dos extensores de punho e dedos, finalizando na
posição de extensão, abdução e rotação medial do ombro, extensão do cotovelo e extensão de punho e dedos.​ ​(Retorno do ex 1)

3) Na diagonal de Flexão D2 do membro superior direito, parte-se da posição de extensão, adução e rotação medial do ombro, extensão
de cotovelo, flexão de punho e dedos, o movimento consiste em realizar um alongamento rápido dos extensores do punho e dedos,
finalizando na posição de extensão, abdução e rotação lateral do ombro, extensão de cotovelo e extensão do punho e dedos.

4) Na diagonal de Extensão D2 do mesmo, parte-se da posição flexão, abdução e rotação lateral do ombro e extensão de punho e dedos,
o movimento consiste em realizar um alongamento rápido dos flexores do punho e dedos, finalizando na posição de extensão, adução,
rotação medial do ombro e flexão de punho e dedos.​ ​(Retorno do ex 2)

Técnicas de Alongamento:
Alongar e Relaxar: ​O objetivo dessa técnica é aumentar a amplitude de movimento (ADM) por meio da redução da ativação do músculo
antagonista, pelo efeito de inibição neural, que ocorre quando uma célula nervosa suprime a ativação de outra célula.
Descrição: Essa técnica consiste em alongar o músculo alvo, manter o alongamento por alguns instantes e relaxar. O paciente será
orientado a relaxar o músculo antagonista, durante o alongamento passivo.

Contrair-Relaxar: ​Contrações isotônicas resistidas dos músculos encurtados (antagonistas), seguidas de relaxamento e movimento na
amplitude adquirida. Essa técnica é aplicada para aumentar a amplitude passiva do movimento.
Descrição: O terapeuta ou o paciente move a articulação até o final de sua amplitude passiva, então solicita-se que o paciente realize
uma forte contração concêntrica do músculo ou padrão encurtado (antagonistas), durante 5 a 8 segundos, contra uma resistência
manual. A articulação é reposicionado ativamente pelo paciente ou passivamente pelo terapeuta, até o novo limite de amplitude passiva.
A técnica é repetida até que não se adquira mais amplitude.
→​ ​É preferível que o movimento seja realizado ativamente e/ou sob leve resistência por parte do terapeuta.

Manter-Relaxar: C​ ontração isométrica resistida dos músculos antagonistas (músculos encurtados), seguida de relaxamento. O objetivo
dessa técnica é aumentar a ADM passiva em episódios de dor. É utilizada quando as contrações isotônicas do paciente são fortes
demais para o terapeuta controlar e é contra-indicada se o paciente for incapaz de realizar uma contração isométrica.
Descrição: O terapeuta ou o paciente movem a articulação até o final de sua amplitude ou até o ponto em que não haja dor, então
solicita-se que o paciente realize uma contração isométrica resistida do músculo ou padrão encurtado (antagonista), com uma ênfase
na rotação, com uma duração de 5 a 8 segundos. A resistência é aumentada gradativamente e o segmento é posicionado no novo limite
de ADM, repetindo os passos até não haver mais aumento.
Técnicas de Fortalecimento:
Iniciação Rítmica: T​ rata-se do movimento rítmico de um membro ou do corpo, com o intuito de facilitar a iniciativa motora, ensinar um
novo padrão de movimento, melhorar a coordenação e o ritmo da atividade. É indicada para pacientes que possuem dificuldades de
iniciar um movimento, indivíduos que realizam o movimento muito rápido ou muito lento ou que realizam o movimento inadequado e
sem ritmo.
Nessa técnica, o terapeuta move o membro do paciente, inicialmente de forma passiva, repetindo diversas vezes, na amplitude de
movimento possível e velocidade desejadas, a fim de que o paciente se habitue com o novo gesto motor.
Descrição: O terapeuta inicia a técnica movendo o paciente passivamente, por meio da amplitude de movimento, então solicita-se ao
paciente que inicie o trabalho ativamente na direção desejada e o retorno do movimento é realizado pelo terapeuta. O terapeuta resiste
ao movimento ativo, mantendo o ritmo com o comando verbal e, para finalizar, o paciente deve realizar o movimento de forma
independente.

Contração Repetida: ​facilitar a iniciativa motora, aumentar a ADM ativa e a força muscular, prevenir ou reduzir a fadiga e aumentar a
consciência ao movimento.
Descrição: Paciente contrai repetidamente usando o agonista, de maneira concêntrica e excêntrica, contra uma resistência máxima. A
contração persiste até que ocorra a fadiga nas ADMs mais fracas, a quantidade de resistência é variável conforme a força do grupo
muscular.

Reversão Lenta/Reversão Isotônica: O​ objetivo é de desenvolver a ADM ativa dos agonistas, enquanto desenvolve a sincronização
recíproca normal entre os agonistas e antagonistas, que ocorre durante os movimentos funcionais.
Descrição: É composta por contração concêntrica do músculo agonista e, posteriormente, por contração concêntrica do antagonista.

Reversão Lenta-Manter: ​O objetivo desta técnica é o aumento de força em um ponto específico da ADM.
Descrição: Realiza-se uma contração concêntrica do agonista, seguida de uma contração isométrica, o comando de manter é dado no
final de cada movimento ativo e a inversão da direção do padrão deve ter a mesma sequência de contrações, sem relaxamento, antes de
mudar para o padrão antagonista.

Estabilização rítmica: ​Essa técnica tem como objetivo melhorar a estabilidade ao redor das articulações, aumentar a consciência da
posição neuromuscular, incrementar a ADM ativa e passiva, melhorar a postura e o equilíbrio, aumentar a força muscular e diminuir a
dor.
Descrição: Contrações isométricas do agonista alternadas com contrações isométricas dos antagonistas, para produzir uma
co-contração de dois grupos musculares opostos. Deve-se utilizar o comando de "segure" sempre antes da resistência ao movimento
em cada direção.

Combinação de Isotônicas: E​ ssa técnica combina contrações concêntricas, excêntricas e de estabilização de um grupo muscular
(agonistas) sem relaxamento. A técnica é utilizada para aumentar controle e amplitude ativa do movimento, melhorar a coordenação e
também treinar o controle excêntrico do movimento.
Descrição: Para o tratamento, comece no local onde o paciente tem maior força ou melhor coordenação. Então, o terapeuta resiste ao
movimento ativo do paciente (contração concêntrica) e, no final do movimento, o terapeuta solicita ao paciente que mantenha a posição
(contração de estabilização). Quando a estabilização é atingida, o terapeuta diz ao paciente para permitir que o membro seja movido
lentamente, em direção à posição inicial (contração excêntrica), não há relaxamento entre os diferentes tipos de atividades musculares
e as mãos do terapeuta mantém-se na mesma superfície.
Pilates
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Histórico: ​O método que Pilates desenvolveu foi pioneiro na abordagem holística de ver o corpo, visando proporcionar aos praticantes
um aprofundamento na compreensão de seus corpos, fazendo com que estes sejam usados nas atividades diárias de forma mais
eficiente, com melhor desempenho viabilizando uma melhor qualidade de vida. O repertório original de exercícios de Pilates tem sido
expandido e modificado por instrutores e organizações pelo mundo, mas seus princípios são mantidos como essência do trabalho,
fortalecer e alongar o corpo humano integrado com a mente.
O método de Pilates desenvolve o corpo uniformemente, corrigindo a postura, desenvolvendo a vitalidade física, revigorando a mente,
elevando a obtenção do domínio da mente sobre o controle completo do seu corpo. Tudo isso, trabalhando com a correta utilização e
aplicação dos mais importantes princípios das forças que se atuam sobre cada um dos ossos do esqueleto, com completo
conhecimento dos mecanismos funcionais do corpo, e o total entendimento do próprio corpo em equilíbrio, com a gravidade aplicada a
cada movimento, no estado ativo, em repouso e dormindo.

Princípios do Método:
RESPIRAÇÃO: D​ esempenha papel fundamental para uma boa realização dos exercícios, sendo considerada por Joseph Pilates como
pertencente ao corpo, à mente e ao espírito. Sendo assim, a respiração auxilia no desenvolvimento da conexão mente-corpo, além de
promover a consciência quando o praticante tem sua atenção voltada a ela.
É importante realizar um padrão de respiração apropriado durante a execução dos exercícios. O padrão mais adequado para o método é
a respiração costal lateral, com expiração completa durante o período de esforço e inspiração longa e profunda no retorno do exercício.
Esse padrão proporciona tração para os músculos abdominais profundos durante as duas fases respiratórias, diferenciando-se da
conhecida respiração diafragmática em que ocorre abaixamento do diafragma na inspiração. Essa tração promove estabilização do core,
protegendo o corpo e auxiliando execução.
→ ​Embora a respiração costal lateral seja a mais recomendada, alguns exercícios podem exigir a realização de padrões respiratórios
específicos a fim de evitar que se prenda a respiração.

CONTROLE: D​ iretamente relacionado ao domínio na execução de certa ação, ou seja, o nível de controle exigido ao aprendermos uma
nova técnica difere do nível quando se tem certo domínio da mesma. Inicialmente é necessário mais esforço na realização da atividade
e conforme praticado pode-se dizer que o controle fica mais refinado e os exercícios passam a ser executados com melhor
alinhamento, menos erros e com a ativação da musculatura necessária e correta, sem realização de esforços excessivos. O
desenvolvimento desse controle é progressivo conforme a evolução da complexidade dos exercícios, auxiliando na fluidez do
movimento. Com isso, tem-se que ​a qualidade de execução do exercício é mais importante do que a intensidade com que ele é
realizado​.

CENTRO: E​ sse princípio refere-se ao centro de força do corpo, chamado no método de “powerhouse”, que corresponde ao core e aos
músculos do core. Essa musculatura localiza-se na parte lombar da coluna vertebral e é responsável pela estabilização do tronco e dos
membros inferiores. Todos os exercícios do método trabalham esse centro exigindo sua constante ativação durante determinados
períodos de tempo. Considera-se, também, um centro de forma secundário localizado em torno do cíngulo do membro superior.

CONCENTRAÇÃO: A​ realização de um exercício de pilates deve ser feita com alto nível de concentração, deve-se sempre almejar a
execução do exercício da forma mais correta conforme seu atual nível de habilidade. Para isso é necessário ter consciência dos
objetivos da técnica realizada, bem como do padrão respiratório adequado e da musculatura necessária para a execução. A concentração
relaciona-se diretamente com a conexão corpo-mente proposta pelo método.
FLUXO: ​Relaciona-se à qualidade com movimento, que deve ser realizado de forma fluida e contínua. Para isso é necessário que o
exercício seja bem executado, com a ativação da musculatura correta, sem gastos energéticos excessivos, e no tempo adequado. Para
isso, pode ser necessário iniciar o movimento de forma mais lenta e, após alcançado determinado controle da ação, aumenta-se a
velocidade de forma progressiva.

PRECISÃO: Esse é o grande diferencial entre o método pilates e outros tipos de exercício. A realização dos movimentos de forma
correta, a manutenção do alinhamento adequado do corpo, o conhecimento da finalidade do exercício e de quais músculos devem ser
utilizados permite a execução precisa do exercício. Essa precisão aumenta a probabilidade de conquista dos objetivos iniciais do
movimento e o benefício obtido através do mesmo.

Aparelhos:​ Barril | Cadeira Combo | Cadillac/Trapézio | Reformer

A realização dos exercícios de Pilates, passa pela capacidade de isolar, contrair e controlar os músculos estabilizadores do centro de
força, dando a oportunidade dos músculos mobilizadores realizarem o exercício. É necessário também entender que existem pontos
importantes na realização dos exercícios, como: foco na atividade muscular, padrão respiratório, ativação do grupo muscular,
estabilização, carga e coordenação, que são utilizados desde a preparação do movimento até a fase de retorno. Cada exercício pode ser
dividido em componentes de movimento a fim de alcançar uma meta específica.
Método Mckenzie
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Histórico:​ O Método McKenzie foi desenvolvido pelo neozelandês Robin McKenzie que, a partir de uma observação clínica, passou a
avaliar os efeitos que movimentos simples tinham sobre a dor dos pacientes e, para que pudesse desenvolver mais pesquisas e
treinamentos sobre o Método, a fim de educar outros fisioterapeutas, fundou em 1982 o Instituto McKenzie.
Também conhecido como ​método de diagnóstico e terapia mecânica (MDT)​, essa técnica baseia-se na avaliação e tratamento do
pescoço, da coluna vertebral e das extremidades do corpo a partir de um sistema de investigação tanto de respostas sintomáticas,
quanto de respostas mecânicas que os pacientes manifestam.

Objetivos: tem como foco a coluna e suas articulações periféricas, se baseando em princípios sólidos objetivando a realização de uma
avaliação precisa a fim de se obter um diagnóstico mecânico determinante para elaboração de um tratamento específico e adequado
para cada paciente.

Avaliação: Anamnese prévia (histórico do paciente mais a entrevista) associada a testes de avaliação próprios do método, na qual são
solicitadas execuções de movimentos repetitivos (flexão, extensão, rotação e inclinação lateral de coluna) e manutenção de certas
posições, com o intuito de desencadear os sintomas e/ou alterações de movimento, como a incapacidade de conseguir alcançar a
amplitude de movimento adequada (ADM), movimentos ou posições que geram, aumentam ou aliviam as dores por exemplo.

Classificação
O paciente é enquadrado dentro de uma das 4 classificações propostas por Mackenzie que desencadeiam o quadro álgico:
Síndrome do Desarranjo: São enquadrados nesse grupo indivíduos que apresentam bloqueio do movimento (limitação de ADM)
decorrentes do deslocamento do disco intervertebral, podendo apresentar sintomas neurológicos e/ou sintomas de origem muscular,
articular, ligamentar e de outras estruturas somáticas. Uma das características desse grupo se deve ao fato da execução de
determinados movimentos e manutenção de certas posturas alterarem os sintomas, levando ao aumento ou diminuição da dor, por
exemplo, na qual esta pode ter início súbito ou gradual.
Acredita-se que a falta de nutrição induzida pelo movimento, em combinação com as cargas aplicadas fora do centro e que agem sobre
o disco intervertebral, causa o deslocamento do material discal (o início da degeneração discal causa instabilidade segmentar,
exigindo-se, portanto, um treinamento de estabilização segmentar).

Síndrome da Disfunção: Fazem parte aqueles pacientes que apresentam sinais e sintomas (como limitação do movimento e dor)
decorrentes da alteração estrutural de tecidos moles ao redor de segmentos vertebrais, na qual essas alterações são causadas por
aderências cicatriciais, retrações ou sequelas pós-traumas, e levam a deformidade tecidual (encurtamentos ou fibrose). Quando é
solicitada a execução de determinado movimento em que está localizado esse tecido alterado, ocorre seu estiramento conforme
aumenta-se a amplitude, e isso desencadeia dores (que tendem a ser locais) e impedimento de alcançar a amplitude máxima. Apesar
desta síndrome geralmente ser caracterizada pela presença de dor local, existe uma exceção que pode levar a dor a distância do local de
origem, sendo em situações quando a aderência envolve raízes nervosas.

Síndrome Postural: ​Encaixam-se aqueles que manifestam os sinais e sintomas em decorrência da manutenção de uma determinada
posição. Esses indivíduos, por ficarem muito tempo em uma postura inadequada, acabaram por desenvolver um estresse sobre os
tecidos ao redor dos segmentos da coluna. Portanto, quando se pede para que o sujeito assuma uma determinada posição, com o
tempo de manutenção desta postura, surgirão os sintomas (a dor em especial).

Outros:​ Constituído por aqueles que não se encaixam em nenhum dos grupos anteriormente citados. Exemplos como patologias
associadas, dor crônica e traumas agudos podem fazer parte deste grupo.
Tratamento
A avaliação vai determinar qual movimento minimiza a dor e proporciona alívio. Assim, o terapeuta vai indicar quais posturas devem
ser adotadas e quais precisam ser evitadas. O tratamento visa a educação do paciente quando a postura correta, e o objetivo é a maior
eficácia em menor tempo.

Prevenção
O método de Mckenzie acredita que as dores na coluna (especialmente as lombalgias) são decorrentes da tendência excessiva a
retificação das curvaturas, visto que argumenta o fato de as curvaturas da coluna serem essenciais para absorver choques e permitir
melhor execução de movimentos.
A dor lombar para McKenzie, é causada pela tensão muscular ou estiramento dos ligamentos e outros tecidos moles. Isso geralmente
ocorre com a manutenção dos maus hábitos posturais, excesso de flexões e posições relaxadas, ou seja, qualquer posição onde a coluna
lombar tende a retificar-se. Outras causas comuns que podem ocorrer são as forças externas aplicadas na coluna, provocando tensão
nas estruturas, levantamento de objetos excessivamente pesados e posição curvada enquanto se trabalha. Entre todas estas causas, a
posição sentada de forma incorreta representa a maior causa de dor lombar.
Durante o movimento de flexão de tronco, Mckenzie acredita que o disco intervertebral desloca-se posteriormente levando estiramento
excessivo dos ligamentos que os envolvem, resultando em perda de estabilidade e por consequência ocorrendo o deslocamento desse
disco. Já na extensão, ocorreria o processo inverso, em que o disco desloca-se para o sentido anterior, levando assim ao relaxamento da
estrutura ligamentar, o que acaba por possibilitar ganho de estabilidade para o disco. Entretanto, ele não descarta situações em que há
uma acentuação excessiva da curvatura causada pela extensão do tronco, também comprometendo o sistema ligamentar que envolve o
disco, causando seu deslocamento para anterior.
Método Williams
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Histórico: Paul Williams é ortopedista e nasceu em Dallas, Texas.Desenvolveu sua técnica em 1937, com o objetivo de que fosse um
programa que reduzisse a dor e promovesse a estabilidade do tronco. Ele observou que a maioria dos pacientes com queixa de dor
lombar crônica apresentavam também alguma degeneração esquelética ou lesão nos discos intervertebrais. Paul acreditava que o
homem, ao forçar seu corpo para uma posição ereta, causava uma deformação na coluna, gerando dor.

A Teoria
Para Williams, quando uma pressão é colocada posteriormente sobre a coluna vertebral devido à execução da extensão da região
lombar, isso levaria a maior propensão para formação de hérnias e dores na região, consequente da acentuação da lordose lombar.

Mckenzie X Williams: O segundo acreditava que os problemas álgicos envolvendo a coluna lombar eram decorrentes do aumento
excessivo da curvatura (lordose), e não a tendência à retificação. Afirmando também que havia, além dos fatores de degeneração dos
discos intervertebrais, outras causas musculoesqueléticas envolvidas que contribuem para a manutenção dos problemas,
destacando-se para o encurtamento da cadeia posterior e enfraquecimento de cadeia anterior, na qual, associados com desvios pélvicos
acentua de maneira exacerbada a lordose lombar.

Com outra visão, Williams desenvolveu seu método, observando que a maioria dos pacientes que apresentavam dores lombares
crônicas, possuíam alterações degenerativas esqueléticas secundárias a lesões dos discos intervertebrais. Também acreditava que o
homem forçava seu corpo para se manter ereto, levando a uma deformação da coluna, redistribuindo o peso pelo corpo nas
proximidades dos discos intervertebrais da coluna cervical e lombar. Essa permanência do homem em pé, aumentaria a lordose lombar,
comprimindo a parte posterior do disco (L1 a S1), acelerando o processo degenerativo.

O Método
Constitui-se como uma série de exercícios voltados para o ​alongamento e estabilização da região torácica, lombar e pélvica​ por meio de
exercícios de flexão de tronco e de membros inferiores sobre o abdômen.
Williams propôs seu método com base de que a flexão de tronco acabaria por reduzir a lordose lombar e consequentemente à pressão
sobre os discos intervertebrais, reduzindo-se assim a incidência de herniações e dores na região. Portanto, o método de Williams é
voltado para exercícios de flexão de coluna (fortalecimento de região abdominal), contração de glúteos (fortalecimento desta região) e
alongamentos de músculos flexores do quadril e de extensores da coluna (ganho de extensibilidade), priorizando sempre durante as
execuções a retroversão pélvica, pois essa posição da pelve leva a retificação da curvatura lombar. Desse modo, a técnica busca
possibilitar a redução das dores através da estabilização da coluna e conscientização do segmento lombo-pélvico.

Exercícios: S​ ão realizados em decúbito dorsal com possibilidade de diversas variações a serem feitas pelo fisioterapeuta.
RPG
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Reeducação Postural Global

Histórico: ​Em 1981, na França, após 15 anos de pesquisa sobre biomecânica, surgiu com o fisioterapeuta Phillipe Souchard a
reeducação postural global, inspirada na obra “O campo fechado”, onde descreve que para que os movimentos ocorram de forma
correta, precisa existir harmonia entre as cadeias musculares, permitindo alongar o corpo todo em uma única sessão, visando o
equilíbrio e a organização dos músculos que sustentam a postura.

“A reeducação postural global é um método terapêutico que considera o sistema muscular de forma integrada, organizando os músculos em
cadeias musculares e baseando-se no alongamento de músculos encurtados que podem vir a causar desvios posturais”

Essa técnica se baseia em ​posturas para combater alterações que requerem métodos fisioterapêuticos para seu tratamento. Ela aplica
posturas ativas em contração isométrica, alonga e fortalece cadeias musculares através de poses específicas, em harmonia com a
respiração, que também pode interferir na postura do paciente. Assim sendo, tem como objetivo tratar de forma integrada o paciente,
buscando não só o alívio da dor, mas também a origem dela.

Princípios do Método:
GLOBALIDADE: ​O indivíduo é um todo e deve ser observado assim, buscando a causa da patologia e tratá-la observando o corpo inteiro;
INDIVIDUALIDADE: ​Cada indivíduo é único e responde aos estímulos de diferentes maneiras;
CAUSALIDADE: A​ relação entre causa e consequência. A causa do problema pode não estar localizada próxima à consequência;

Postura:
É o resultado da disposição dos diferentes segmentos corporais em equilíbrio estável e se relaciona/diferencia ao considerar fatores
pessoais, como idade e até mesmo patologias.
Características Básicas: ​Olhar horizontal, ombros não devem estar enrolados, curvaturas fisiológicas da coluna devem ser respeitadas,
ilíacos alinhados horizontalmente e os joelhos não devem aparecer em valgo ou varo

Desvios Posturais:
Ocorre quando as curvaturas fisiológicas (lordose cervical, cifose torácica, lordose lombar e cifose sacrococcígea) da coluna vertebral
são acentuadas: ​Hiperlordose Cervical (acentuação da concavidade da coluna cervical); ​Hipercifose ​Torácica (acentuação da convexidade
da coluna torácica, e pode ser flexível/atitude cifótica ou rígida/fixa); ​Hiperlordose ​Lombar (acentuação da concavidade da coluna
lombar) e ​Escoliose​ (desvio lateral da coluna).

TERAPÊUTICA
A técnica, tem o objetivo de reeducar a postura corporal do paciente através de poses estáticas, visando a melhoria na qualidade de vida
e diminuir a dor ao resolver desvios posturais, alongando e fortalecendo cadeias musculares específicas.
Objetivo Final: ​Harmonia das curvaturas e equilíbrio muscular estático e dinâmico
Duração: Cada sessão tem entre 45 minutos e 1 hora de duração e é individual, assim como a sua prescrição, baseada na avaliação e
nas necessidades de cada paciente.
Indicações: D​ esvios na coluna, dores lombares e cervicais, dor ciática, cefaleia, hérnia de disco, dores articulares (quadril, joelho,
tornozelo, ombro, cotovelo e punho), pubalgias, ombro congelado, cotovelo de tenista e síndrome do túnel do carpo, parestesia, ler
(lesão por esforço repetitivo), torcicolos, lesões esportivas, pés planos e cavos, joelhos varos ou valgos, sequelas de avc (acidente
vascular cerebral), artrose, bursite, tendinite, doenças respiratórias (asma e bronquite-melhorar mobilidade do tórax), recuperação
pós-traumática (acidentes, fraturas, imobilizações e pós-cirúrgico) e dores crônicas.
Efeitos: desenvolvimento de consciência corporal e o cuidado para manter boa postura, eliminar a dor nas costas ao realinhar a coluna,
fortalecer e alongar os músculos., correção do posicionamento dos joelhos, correção do posicionamento dos ombros, melhora na
mobilidade do tórax e consequente melhora na respiração.

Posturas da RPG: São analisadas as sete zonas do corpo (cervical, ombros, lombar, quadris, joelhos e pés) junto dos sintomas relatados
pelo paciente e assim o profissional indica os exercícios de respiração e as posturas a serem seguidas. O tratamento se baseia em oito
posturas para cada grupo muscular, sendo assim um tratamento global, que é conduzido com base em protocolos evolutivos de
posturas. O paciente assume uma posição que deve ser mantida por um tempo pré-determinado (com treino, o paciente se acostuma a
ficar na postura por minutos). A postura será indicada de acordo com a patologia do indivíduo, isto é, o método é personalizado. As
posturas nada mais são que movimentos lentos, graduais e progressivos que duram, em média, 20 minutos cada. Tem objetivo de
alongar e descomprimir o corpo, permitindo que os músculos fiquem automaticamente nas posições fisiologicamente corretas durante
sua rotina do dia a dia.

Exemplos de Posturas:
Rã no ar com os braços fechados: ​Indicada para alongar os músculos posteriores da perna e corrigir a posição da cabeça. Permite a
correção da nuca, tórax, respiração, coluna, ombros, cotovelos, mãos, pelve, quadril, joelho e pés.
Rã no chão com os braços fechados: I​ ndicada para alongar a cadeia dos músculos posteriores e em casos de escoliose.
Rã no chão com os braços abertos: ​Indicada para alongar a cadeia dos músculos posteriores, trabalha a musculatura responsável pela
respiração, em casos de dor na nuca e cifose.
Rã no ar com os braços abertos: ​Além de dores na nuca e cifose, indicado para trabalhar a musculatura do ombro. Possibilita correção
da nuca, tórax e a respiração, coluna vertebral, ombros, cotovelos, mãos, pelve, quadril, joelhos e pés.
Em pé com flexão anterior/Bailarina: Indicada para tratar dores lombares, patologias como hérnia de disco e encurtamento dos
músculos posteriores.
Sentada: ​Indicada para casos de escoliose e para os músculos responsáveis pela respiração.
Em pé no centro: ​Ajuda a assimilar posturas corporais normais e melhora o equilíbrio. Indicada para correção da dor lombar e
escoliose.
Em pé contra a parede:​ Indicada para problemas em ombros, pernas, joelhos e pés. O terapeuta pode corrigir a respiração.
Método Busquet
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Método das Cadeias Fisiológicas

Histórico: A metodologia do tratamento de Léopold Busquet não consiste em tratar patologias, e sim tratar as disfunções e zonas de
tensão, a fim de restabelecer o equilíbrio funcional necessário para recriar uma dinâmica de saúde. A técnica utiliza da terapia manual
aliada a exercícios posturais que almejam a liberação e o relaxamento das cadeias musculares.
A técnica visa misturar o tratamento manual e posturas de relaxamento leves e progressivas para liberar zonas de tensão que podem
causar disfunções, compensações e dores. As zonas de tensão têm relação com problemas posturais e fatores emocionais e, a tensão
interfere na circulação sanguínea que chega nos tecidos, reduzindo a oxigenação e dificultando a retirada de resíduos metabólicos,
podendo causar fadiga e dor muscular.

Cadeias Fisiológicas
Antes de iniciar o tratamento em si, é feita uma avaliação terapêutica de sete cadeias, elas são como circuitos anatômicos que
gerenciam a estática, a dinâmica e as compensações, apresentando uma continuidade anatômica e fisiológica. Quando todas as cadeias
estão em equilíbrio e livre de tensões, as funções corporais voltam ao seu equilíbrio funcional e o movimento ocorre facilmente. A
partir dessa avaliação, o terapeuta consegue observar os pontos de tensão do corpo do paciente, possibilitando a liberação dessas
tensões e maior liberdade de movimento.
Elas são divididas em ​cadeias dinâmicas (musculares) – extensão, flexão, abertura e fechamento - e ​cadeias estáticas (conjuntivas) –
neurovascular, visceral e musculoesquelética.
CADEIAS DINÂMICAS
Cadeia de flexão: Cadeia muscular responsável pelos movimentos de flexão, de trajeto longitudinal, percorrendo a região anterior ao
longo do tronco, posterior na coxa e voltando a anterior na perna.
Cadeia de extensão: ​Cadeia muscular responsável pelos movimentos de extensão, de trajeto longitudinal e contrário ao de flexão, ou
seja, posterior ao longo do tronco, anterior na coxa e posterior na perna.
Cadeia de abertura: Cadeia muscular que realiza os movimentos de rotação externa, abdução e supinação. Seu trajeto é oblíquo,
seguindo a região posterior no nível do tronco, lateral na coxa e medial na perna.
Cadeia de fechamento: Cadeia muscular que realiza rotação interna, adução e pronação. Possui trajeto contrário à cadeia de abertura,
sendo oblíquo anterior ao nível do tronco, medial na coxa e lateral na perna.

CADEIAS ESTÁTICAS
Cadeia neurovascular: Complexo de vasos sanguíneos (artérias e veias), juntamente com nervos cranianos e periféricos. Localiza-se no
plano posterior profundo, realizando controle nervoso e vascular.
Cadeia visceral: Composta pelas cavidades viscerais craniana, da garganta, torácica, abdominal e pélvica. Pode interferir no
funcionamento das outras cadeias e gerar adaptações.
Cadeia musculoesquelética: T​ ambém chamada de cadeia estática posterior, é composta por tecido conjuntivo (aponeuroses, bainhas ou
ligamentos) e localiza-se na região posterior do tronco e póstero-lateral dos membros inferiores.

Objetivos: Eliminar as zonas de tensão que podem existir nas cadeias, permitindo que o corpo reencontre seu equilíbrio e funcione da
forma mais natural possível. Esse tratamento respeita a fisiologia de cada idade e de cada nível de atividade física, podendo ser
aplicada desde recém-nascidos até idosos e de atletas até sedentários.
Em ​recém-nascidos​, trata-se as tensões geradas no parto, atuando no torcicolo congênito e regurgitações; Nas ​crianças​, o método é
usado para dores de crescimento, escoliose e outras deformações no quadril, joelho, tornozelo e pé; Nos ​idosos​, previne disfunções
físicas que podem ocorrer pela idade e ajuda nos sintomas da artrose; Para ​atletas​, ajuda na melhora de performance e previne lesões.
→ ​Quando o paciente possui problemas hereditários, traumatismos ou patologias, o objetivo do método se restringe a melhorar o
funcionamento do corpo dentro dos limites do seu potencial
Avaliação
É feita uma ​avaliação global do paciente que consiste na anamnese, no exame postural estático e no exame dinâmico de cada uma das
cadeias fisiológicas. A anamnese é a entrevista realizada pelo fisioterapeuta, buscando obter o histórico clínico do paciente,
identificando seus sintomas e as possíveis causas. É importante perguntar se existe algum histórico de alteração visceral, visto que,
para Busquet, algumas compensações ocorrem porque as cadeias fisiológicas sempre tentam proteger alterações viscerais (um ex
disso são as escolioses).
Após, realiza-se o ​exame estático usado para detecção de desequilíbrios posturais, possibilitando a correção e reestruturação completa
das cadeias musculares. Analisa-se a postura nas posições ântero-posterior, póstero-anterior e perfil direito e esquerdo. No exame
estático também é realizado o exame abdominal, separando o abdômen em nove quadrantes. Cada quadrante representa uma projeção
de órgãos.
Em seguida, é feito o ​exame dinâmico envolvendo análise das sete cadeias fisiológicas. O fisioterapeuta realiza movimentos corporais
de forma passiva, que possibilita sentir a tensão do tecido, as limitações ou perda de amplitude. Analisa-se a capacidade de
alongamentos das cadeias musculares e, por fim, é feita uma ​avaliação visceral​, buscando tensões internas.
No final de toda a avaliação, é possível realizar uma síntese, contendo a origem da dor, o tratamento mais indicado e uma análise da
coerência global do corpo do paciente.

Tratamento
O tratamento manual é baseado em posturas de relaxamento e de recentralização e em técnicas de dinamização e proprioceptividade. É
usado tanto o alongamento, quanto a terapia manual, sendo que o tratamento é modificado dependendo do paciente e do foco, seja ele
relaxante ou terapêutico. Partindo dos princípios de avaliação estática e dinâmica e averiguando as disfunções apresentadas, pode-se
pautar uma terapia para o paciente baseada, principalmente, na busca pelo relaxamento tecidual.
● Em primeiro plano trabalha-se nas cadeias estáticas para a maioria da disfunções.
● Sempre deve-se reavaliar o progresso do paciente a cada exercício.
● Busca-se trabalhar na cadeia visceral primordialmente, para em seguida trabalhar nas cadeias musculoesquelética e neurovascular.

Dentre a maioria dos exercícios usados, prima-se pelo ​trabalho na cadeia estática para buscar um ganho, principalmente em extensão
e/ou flexão. Trabalhos manuais e exercícios em que o terapeuta faz manobras para mobilização da fáscia são os principais exercícios.
Porém ​todos tipos de exercícios dependem das disfunções que o paciente apresentar.
Um exemplo dentro da técnica, é a terapia manual realizada no intuito de liberar a cadeia de extensão, o toque é leve na busca pela
fáscia superficial, geralmente realizada com a polpa dos dedos. Inicia-se na região lombar, paralelo aos eretores da coluna, e sobe até a
região do trapézio superior, onde o toque segue a direção das fibras do músculo.
Em seguida, realiza-se a liberação da fáscia superficial da cadeia de flexão, o toque é sutil, iniciando-se na região umbilical e subindo
paralelamente à linha alba, até a região superior do peitoral maior.
Bobath
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Técnica embasada em estimulação tátil e proprioceptiva

Histórico: Berta Bobath começou a desenvolver uma forma diferente do tratamento da espasticidade enquanto tratava um pintor, seus
estudos baseavam-se na sua compreensão do movimento normal, particularmente exercício e relaxamento., e foi, ao longo do tempo,
conduzindo-a ao desenvolvimento de um novo conceito de tratamento. Surgindo então, o Tratamento Neuroevolutivo (NDT)atual
sinônimo do Conceito Bobath.

Objetivos: Resolução de problemas ao avaliar e ​tratar indivíduos com distúrbios físico/motores que não apresentem um controle
postural adequado devido a uma lesão no sistema nervoso central​. A técnica pode ser aplicada em pessoas de todas as idades, com
incapacidades físicas. A abordagem da técnica busca adequar o tratamento levando em consideração as individualidades do pcte e o
ambiente que ele interage, desenvolvendo aos poucos a habilidade do controle postural e inibindo os padrões da atividade reflexa
anormal, para facilitar os padrões motores mais normais.
O Conceito Bobath envolve o paciente como um todo incluindo os comportamentos sensoriais, perceptuais e adaptativos como também
seus problemas motores. Ele também considera que o controle motor é baseado no sistema nervoso funcionando de forma hierárquica
e paralela distributiva em múltiplos níveis entre muitos sistemas e subsistemas. Dessa forma, trabalha o controle motor seccionando o
corpo de acordo com a sua inervação e aplicando a técnico em pontos chaves que são ditados de acordo com a distribuição dos níveis
dentro dos sistemas do indivíduo.

Padrões Influenciando o Tônus (PIT): Os PIT, simultaneamente, inibem os padrões anormais de movimento e facilitam a ocorrência da
movimentação ativa mais próxima possível do normal.

Indicações: Domínio de várias posturas, aumentar o controle sobre esta postura, simetria do corpo, alongamento, propriocepção,
aumentar ou diminuir tônus muscular, estimular reação de proteção e equilíbrio, estimular extensão de cabeça, tronco e quadril nas
crianças hipotônicas, suporte de peso para as mãos, trabalhar as rotações do tronco, trabalhar a dissociação de cintura pélvica e
escapular, facilitando a marcha;
Na hipotonia: ​A ativação muscular ocorre por somação de estímulos. Os principais objetivos com este tipo de paciente são organizar o
tônus, prevenir contraturas e deformidades, e estimular a aquisição das posturas antigravitacionais.
Na espasticidade: Esta é vista como um controle sensório motor desordenado resultante de uma lesão do neurônio motor superior
apresentando-se como ativação involuntária dos músculos de forma intermitente ou sustentada. Os objetivos nestes casos são
organizar o tônus e inibir a atividade reflexa, promover a simetria corporal, evitar as complicações respiratórias, as contraturas e as
deformidades e, se possível, estimular o controle das posturas do desenvolvimento típico.
Nas flutuações: Os flutuantes possuem como características o acometimento global dos quatro membros e tronco, porém os membros
superiores são mais afetados. Além disto, possuem movimentos involuntários, assimetrias e dificuldades em manter a simetria e a
linha média. Os objetivos para estes pacientes são organizar o tônus, promover a estabilidade, estimular o controle de cabeça e de
tronco, e evitar as assimetrias. Deve-se conter os movimentos involuntários com manuseios que forneçam estabilidade proximal e
movimentos mais controlados.
Na ataxia: Nesses casos há acometimento dos quatro membros e do tronco, geralmente o tônus de base é hipotônico e há importantes
dificuldades de coordenação e de equilíbrio. Nestes pacientes se tem os objetivos de estimular as reações de equilíbrio e as
transferências, ganhar mobilidade pélvica, realizar transferências de peso e melhorar a coordenação e a alternância de movimentos.
Pontos-chave:
São as articulações das crianças, locais para a indução do movimento que correspondem às partes do corpo onde o tônus anormal pode
ser inibido e os movimento normais facilitados, solicitando ajustamentos automáticos da postura e produzindo uma atividade através
de reações automáticas de proteção, endireitamento.
→ ​Deve se evitar agarrar com força a articulação do paciente. Não se utilizam os ventres musculares, pois o toque poderá alterar o
tônus do paciente devido à estimulação dos receptores sensoriais.
Pontos-chave proximais: Cabeça, esterno, ombros e quadril.
Pontos distais: Cotovelos, punhos, joelhos e tornozelo.
Quanto menor o controle motor do pcte ​→​ ​menor será sua independência →​ ​ ​ pontos-chave serão em articulações mais proximais
Quanto maior o controle motor do pcte ​→​ m
​ ais independente ele se apresenta ​→​ ​ pontos-chave serão em articulações mais distais

As técnicas de inibição e facilitação quando aplicadas em pontos-chave de controle produzem mudanças no tônus que influenciam o
controle postural e o desempenho em atividades funcionais. Estes padrões são utilizados para modificar os padrões anormais de
posturas e de movimentos e assim inibir o desenvolvimento da hipertonia nos pacientes (porque ocorrem em posturas que não
permitem desencadear reflexos patológicos e facilitam porque possibilitam o alinhamento biomecânico adequado ao alongamento e à
contração).

Aplicação:
Os PIT são aplicados com o uso das mãos do fisioterapeuta ou pela alteração na direção das atividades funcionais.
Hands On: Terapia usada para ajudar o paciente a melhorar a sua performance os terapeutas utilizam essa técnica de manipulação para
corrigir o alinhamento auxiliar o movimento que o paciente se esforça para realizar de forma independente e bloquear movimentos
atípicos.
→ Exemplo: Alcançando para o lado em um padrão de abdução, extensão e rotação externa, ao invés de alcançar para frente
aumentando o tônus flexor e a rotação interna que favorece a espasticidade e dificultam os movimentos livres das mãos. A união das
mãos na linha média ou a cabeça centralizada podem funcionar como fatores de inibição.

Estimulação
Transferência de peso:
Causa pressão e recrutamento de unidades motoras, além de seu papel fundamental em liberar os outros segmentos que não estão
sustentando peso para que executem movimentos. Quando não há transferência de peso, não há movimento, portanto, transferir peso é
pré-requisito fundamental para a movimentação ativa dos pacientes, e, esta transferência pode ser facilitada pelos pontos-chave de
controle. Devem-se realizar transferências de peso para os lados, para frente, para trás e diagonalmente, em várias posições e
atividades.
EX: paciente em pé e, pelo ponto-chave do quadril, o fisioterapeuta desloca seu peso em direção lateral, para ser suportado por um
membro inferior, e depois pelo outro (preparação para a marcha).

Placing
Habilidade de interromper um movimento em qualquer amplitude, voluntariamente/automaticamente. É um auto ajuste postural e
automático dos músculos às mudanças de postura, que faz parte do mecanismo de contração postural normal. A resposta normal ao
placing garante a harmonia de um movimento voluntário.
Tapping: T​ écnica usada para se atingir o placing, é um meio de aumentar o tônus postural pelo estímulo tátil e proprioceptivo,
ativar grupos musculares fracos, obter graduação adequada da inervação recíproca, estimular as reações de balance e promover
padrões sinérgicos de movimento (ativação muscular adequada de agonistas, antagonistas e sinergistas).
Holding
Habilidade de manter o segmento cujo movimento foi interrompido, na posição em que se colocou este segmento quando se realizou o
placing.

Estimulação Precoce
Tratamento de bebês abaixo de um ano, antes que se estabeleçam desordens de postura e movimentos, que em muitos casos podem
ser evitadas. O tratamento inclui movimentos ativos e passivos, é uma técnica de reabilitação neuromuscular, que usa reflexos e
estímulos sensitivos para inibir ou provocar uma resposta motora, preparando para os movimentos funcionais.

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