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Artrite x Artrose

Artrite e Artrose (osteoartrite) são doenças distintas, com causas e tratamento diferentes, porém com sintomas
que podem ser muito semelhantes, o que costuma causar alguma confusão, fazendo com que as duas
condições, que realmente são parecidas, sejam erradamente tratadas como uma patologia única.

Artrite - Artrite reumatoide é uma doença crônica das articulações (juntas). Essa inflamação é provocada por
alterações no sistema de defesa do organismo, o chamado sistema imune.
Sintomas: Os sintomas mais comuns são dor, inchaço, calor e vermelhidão; as articulações mais
comumente atingidas são as das mãos, pés, punhos, cotovelos, joelhos e tornozelos. As articulações
inflamadas provocam rigidez matinal, fadiga e com a progressão da doença, há destruição da cartilagem
articular e os pacientes podem desenvolver deformidades e incapacidade para a realização de suas
atividades tanto de vida diária como profissional.
Diagnóstico: O diagnóstico de artrite reumatoide é feito quando pelo menos 4 dos seguintes critérios estão
presentes por pelo menos 6 semanas:
- rigidez nas articulações no período da manhã, com duração de pelo menos 1 hora
- artrite em pelo menos três áreas articulares;
- artrite de articulações das mãos, punhos, articulação do meio dos dedos e entre os dedos e a mão;
- artrite simétrica (por exemplo, no punho esquerdo e no direito);
- presença de nódulos reumatoides;
- presença de Fator Reumatoide no sangue;
- alterações radiográficas em mãos e punhos.
O diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento são fundamentais para o controle da atividade da
doença, prevenção da incapacidade funcional e lesão articular e o retorno ao estilo de vida normal o mais
rapidamente possível.
Tratamento: O tratamento é medicamentoso e vai variar de acordo com o estágio da doença, sua atividade
e gravidade. Fisioterapia e terapia ocupacional contribuem para que o paciente possa continuar a exercer as
atividades da vida diária. O condicionamento físico, envolvendo atividade aeróbica, exercícios resistidos,
alongamento e relaxamento, deve ser estimulado observando-se os critérios de tolerância de cada paciente.
Radiologia: Os achados radiográficos iniciais incluem aumento de partes moles e osteopenia justa articular.
Lesões mais características – como redução do espaço articular e erosões ósseas – aparecem em casos
mais avançados.

A artrose ou osteoartrose: é o desgaste da cartilagem que reveste as articulações (juntas). É um fenômeno


natural que faz parte do envelhecimento do organismo. A cartilagem desgastada não pode ser substituída ou
reposta, assim, o uso de medicamentos é apenas uma parte do tratamento, que deve incluir as seguintes
medidas:
- perda de peso;
- fortalecimento global da musculatura;
- fisioterapia, principalmente com uso da hidroterapia;
- acupuntura no combate da dor.
Causas: Quando nos referimos à artrose ou osteoartrose, estamos falando de um reumatismo diferente, aquele que
todos vamos ter (se já não temos). É o reumatismo causado pelo desgaste articular, também chamado de degenerativo.
Este caráter de desgaste é muito mal compreendido e associado à doença de velhos.

Quando atingimos o auge do nosso desenvolvimento musculosquelético (em torno dos 28 anos), já se inicia um
silencioso processo de desgaste articular. Se submetermos alguma de nossas articulações a um estresse precoce, como
acontece em esportes em nível competitivo ou traumas, este processo pode ser ainda mais precoce.

O desgaste da cartilagem articular acontece porque os condrócitos, células formadoras do tecido cartilaginoso, não se
regeneram. Assim, uma vez destruídos, não há peças sobressalentes para reparar a cartilagem. Além disso, a cartilagem
articular não é vascularizada. Ou seja, não recebe seus nutrientes por meio de vasos sanguíneos, mas se nutre apenas
por embebição (como uma esponja) a partir do osso situado logo abaixo da cartilagem, o chamado osso subcondral.

A partir do nosso pico de desenvolvimento osteoarticular, começa um lento, insidioso e, inicialmente, assintomático
processo de desgaste, desidratação e afilamento da cartilagem, a chamada artrose.

Apesar de ser um fenômeno universal, ele não é igual para todo mundo. Por fatores genéticos, há quem apresente
artrose mais precocemente; algumas pessoas têm artrose nas mãos (como suas mães ou avós), outras nos joelhos (em
função de excesso de peso ou de joelhos em valgo – em xis – ou varo – pernas tortas), nos quadris ou na coluna (bicos
de papagaio).

A artrose também pode se comportar mais agressivamente, com um componente inflamatório local, gerando a artrose
erosiva, confundida, muitas vezes, com a artrite reumatoide. Felizmente, esta é uma minoria dos casos.

Em geral, a artrose apresenta uma grande exacerbação após a menopausa. Assim, é frequente que os sintomas se
iniciem próximo desta fase. Os homens também têm artrose, mas o processo costuma ser mais lento, exceto naqueles
onde a herança genética favorece um processo mais acentuado.

A artrose, muitas vezes, não causa dor, mas quando isto acontece, devemos tratá-la da melhor maneira possível.

Tratamento: Como ainda não descobrimos como regenerar o tecido cartilaginoso, devemos tratar os sintomas da
artrose com analgésicos (sempre) e anti-inflamatórios (somente nas crises). Há medicamentos capazes de retardar o
processo e amenizar seus sintomas: a glucosamina (associada ou não à condroitina), os chamados insaponificáveis do
abacate, entre outros. O uso de medicamentos como a hidroxicloroquina pode ser útil nas artroses erosivas.

A medicação, no entanto, é apenas uma pequena parte do tratamento. Perder peso, fortalecer globalmente a
musculatura, utilizar técnicas de fisioterapia, como a hidroterapia, associar acupuntura como aliada no combate a dor
são algumas das medidas que podem melhorar muito os sintomas da artrose.

Radiologia: Formação de osteófitos nas margens articulares. Com a progressão da doença, nota-se redução assimétrica
do espaço articular e esclerose óssea subcondral, ou aumento da densidade óssea adjacente à articulação. Nas fases
mais tardias, formam-se cistos subcondrais com paredes escleróticas e observa-se remodelação óssea.

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