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SÉRIE

ORTOPEDIA /
REUMATOLOGIA

Artrose

Oligocatal
O equilibrio através dos minerais
0800-61 7070
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Artrose

INTRODUÇÃO dedos, a mais freqüente que passa de mãe para


filha.
A artrose constitui o capítulo mais importante
da reumatologia incidindo em aproximadamente Fatores Endócrinos:
80% dos pacientes desta especialidade, sendo um
número significativo destes com mais de 50 anos. É o caso do reumatismo acromegálico. Por
outro lado, os estrógenos são, talvez, protetores
Universal e multiracial a artrose ocupa um lugar frente a esta afecção se considerarmos as rela-
importante entre as causas de morbidade e ções especiais entre a artrose e a menopausa.
invalidez, com um custo econômico elevado.
Em certos casos, nenhum fator desencadeante
Suas causas e mecanismos ainda não foram é encontrado: fala-se então de artrose primitiva.
devidamente esclarecidos. Os tratamentos
existentes agem sobre o conforto do paciente e CLÍNICA
muito pouco sobre a evolução da doença.
O sinal clínico essencial é a presença de dor:
CONCEITO
Dor essencialmente mecânica, ao se apoiar, ao
A artrose é uma deterioração degenerativa se movimentar, ou mesmo deitado (segundo a
lenta e progressiva das articulações, localização: ao levantar, ao andar, ao subir e descer
manifestando-se na idade madura, de escadas, etc...).
característica dolorosa, invalidante e não
inflamatória. Anatomicamente caracteriza-se por Durante o dia, pode ser substituída pelo
lesões específicas das cartilagens. aparecimento da rigidez ou dor crônica (lombalgia).
A diferenciação entre dor mecânica e inflamatória
A incidência da artrose aumenta com a idade, não é absoluta e certos artrósicos apresentam com
não havendo diferença entre os sexos, mas é mais freqüência surtos inflamatórios(coxartrose).
grave junto às mulheres após a menopausa.
OUTROS SINAIS CLÍNICOS:
A artrose é geralmente monoarticular e atinge
por ordem de freqüência: joelhos, dedos, quadris, - Claudicação, estalar de articulações, enrigeci-
artelhos, metatarso e articulações vertebrais. O mento, impotência, deformação óssea, inchaço
acometimento das articulações de sustentação sinovial doloroso. O estado geral não é alterado e
produz as maiores conseqüências funcionais. os exames laboratoriais são normais (Ex.:
Velocidade de sedimentação).
FATORES DESENCADEANTES
AS LESÕES ANATÔMICAS
Todas as causas de supressão local, trauma-
tológicas ou de mal formação: (Ex.: vibrações, 1) Cartilagem
esportes, acidentes de carro, distrofia do quadril).
A cartilagem normal é composta de fibras de
Fatores Genéticos: colágeno e de proteoglicanas. As proteoglicanas
se associam a uma proteína e cadeias de glicosa-
A hereditariedade desempenha um papel minoglicanas, contendo sulfato de condroitina e
indiscutível, sobretudo, na artrose nodular dos sulfato de keratono. Eles se fixam sobre as cadeias
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de ácido hialurônico para formar grandes agrega- autópsia de pessoas não artrósicas .
dos, assegurando uma hidratação importante da
cartilagem pelo mecanismo de osmose. Esta EVOLUÇÃO
cartilagem tem um poder protetor, amortecedor e
distribuidor das pressões. Existem inúmeros É praticamente imprevisível e se faz por surtos
trabalhos sobre as lesões da cartilagem na artrose, dolorosos congestivos a cada 2 semanas ou
sem esclarecer, entretanto, todos os seus meses, alternados com remissões. Após dez ou
aspectos: Os condrócitos são destruídos, parcial vinte anos, observa-se freqüentemente uma
ou totalmente nas zonas de apoio: a cartilagem se estabilização com o cessar das dores.
reduz, os ossos se desnudam, racham e quebram.
HIPÓTESES PATOGÊNICAS
O teor em água da cartilagem aumenta, mas o
colágeno permanece normal. Um ou vários Cronologicamente admite-se que as lesões da
problemas bioquímicos aparecem: há menos cartilagem são primitivas, (sem conhecer exata-
agregados, as moléculas de proteoglicanas tornam- mente sua natureza inicial), que os ossos se alte-
se menores e seus componentes reduzem-se. A ram quando não estão mais protegidos e, que esta
lesão primitiva, ainda desconhecida, talvez seja desnudação e suas desigualdades aceleram a
secundária a uma rachadura inicial da cartilagem. destruição da cartilagem ainda intacta.
Ocorrem também problemas enzimáticos:
hiperatividade proteolítica dos condrócitos, atacando As lesões sinoviais são conseqüência da
as proteínas das proteoglicanas e reduzindo a irritação provocada pela reabsorção cartilaginosa
atividade de síntese destas mesmas células. e, das fissuras da esclerose cápsulo-sinovial.

2) Lesões Ósseas Nas lesões da cartilagem articular, não se conhe-


ce a seqüência dos diversos níveis de altera-
Nas zonas de destruição cartilaginosa, há ção(colágeno, condrocitos e proteoglicanas).
proliferação óssea por formação de osteofitos
(proliferação periostática em lingüeta). Estão 1- ARTROSE MECÂNICA (Secundária)
recobertos por uma cartilagem de reparação
neoformada que tende a reconstituir a estrutura Nesta hipótese, é a repetição das pressões so-
articular normal, que é fibrosa, mais ou menos bre uma cartilagem sadia que ocasiona rupturas
celular e diferenciada. mecânicas de fibras e de diferentes alterações da
cartilagem artrósica.
Observam-se então lesões destrutivas: Cavida-
des ósseas císticas(ou lacunas de reabsorção). Um problema estático ou uma sobrecarga
ponderal, podem provocar estas pressões.
3) Lesões Sinoviais
Esta teoria explica a artrose das sub-luxações
No início, um processo congestivo não inflama- do quadril, dos jogadores de futebol e de determi-
tório produz uma hidartrose e a química do líquido nados trabalhadores manuais .
sinovial não é inflamatório.
Em contrapartida, foi possível reproduzir por
Posteriormente os tecidos sinoviais experimen- pressões experimentais repetidas, alterações da
tam uma proliferação fibrosa com esclerose capsu- cartilagem idênticas àquelas da artrose.
lar e ligamentar. O tecido sinovial apresenta um
aspecto cicatricial com redução no teor de água. Estas artroses mecânicas estão, portanto,
melhor comprovadas, embora algumas pessoas
Todas estas lesões são focalizadas e caracterís- idosas submetidas a estes traumatismos não
ticas da artrose, portanto, são descobertas na chegam a desenvolver essa afecção.
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2- ARTROSE PRIMITIVA (Estrutural) - Microlesões ligamentares e tendinosas;
- Diminuição da capacidade muscular;
A artrose seria uma verdadeira doença da - Envelhecimento ósseo: a partir dos 20 anos, o
cartilagem que se altera após um acometimento material ósseo, sobretudo, na mulher, sofre um
vascular, neurológico, endócrino ou genético. processo de involução. Seu poder construtivo
diminui e há uma tendência à osteoporose;
As lesões que provocam o amolecimento da - Redução lenta da viscosidade e da eficácia do
cartilagem são de ordem bioquímica/enzimática e líquido sinovial.
podemos supor diferentes modalidades: defeito da
atividade de síntese da substância fundamental A cartilagem apresenta muito pouca variação de
(ex.: déficit enzimático do condrócito ou excesso suas qualidades funcionais, a densidade dos
da atividade despolimerizante das proteases condrócitos diminui, mas os mesmos permanecem
(fisiologicamente oposta pelos inibidores normais. A atividade bioquímica da cartilagem
enzimáticos) que desagregam as proteoglicanas. permanece normal, bem como sua estrutura
histológica. A cartilagem é pouco usada e sua
Pesquisas atuais sobre as artropatias meta- atividade está apenas reduzida na velhice. Ai reside
bólicas (ex.: condrocalcinose) trarão talvez um a grande diferença com o processo de artrose.
esclarecimento sobre a etiopatogenia das lesões
artrósicas. TERAPÊUTICA

Enfim, os trabalhos em curso sobre a formação A terapêutica da artrose permanece empírica e


anormal de peroxidos instáveis (radicais tóxicos) sintomática. Não podendo intervir precocemente
capazes de alterar as estruturas celulares e que sobre as alterações bioquímicas das cartilagens,
têm talvez uma ligação com o envelhecimento tentamos diminuir a dor, a impotência e prevenir
poderão trazer também os conhecimentos sobre ou corrigir os fatores mecânicos de pressão.
a patogenia da artrose.
1) OS MEDICAMENTOS
CONCLUSÃO
Os antiinflamatórios/analgésicos parecem
Apesar dessas hipóteses, as causas e os meca- apresentar certa ação reparadora: diminuem a
nismos da deterioração da cartilagem permane- importância das lesões artrósicas experimentais
cem desconhecidos, sobretudo, das artroses onde e impõem à degradação das proteoglicanas.
não conhecemos o agressor mecânico. Podemos Agem sobre a dor e a congestão. Utilizamos
afirmar, entretanto, que há um fator genético: haverá principalmente por via geral a aspirina, a
um “terreno artrósico” reconhecido por inúmeros indometacina, a fenilbutazona e os derivados do
especialistas, relatando sobre a estrutura ou a ácido propiônico, etc...
bioquímica individual da cartilagem e explicando
as diferenças dos indivíduos frente a artrose. Alguns destes produtos, nem sempre são bem
tolerados. Os corticoesteróides não são utilizados
SENESCENCIA E ARTROSE face a seus efeitos destruidores da cartilagem.

É importante diferenciá-las corretamente, pois 2) MEIOS FÍSICOS


trata-se de dois processos diferentes.
Todas as afecções reumáticas beneficiam-se
A senescencia osteo-articular normal é precoce destes métodos, essenciais, apesar da
e seu rítimo evolutivo varia de acordo com os incredulidade de alguns, estes “pequenos meios”,
indivíduos. muito variados prestam enormes benefícios.

Ela compreende: a) Redução das pressões agravantes, isto é:


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- luta contra o excesso de peso; O Enxofre(S) intervém na síntese das
- repouso e proibição de atividades violentas, proteoglicanas sulfuradas.
longas caminhadas, etc..
- utilização de bengala, joelheiras e aparelhos de A eficácia dos oligoelementos é comprovada
imobilização. nos distúrbios funcionais articulares, sobretudo na
contração muscular. Na dor os resultados são
b) Redução e readaptação funcional: são obtidos a médio prazo(3 a 6 meses) proporcionan-
prudentes e razoáveis e objetivam manter a função do uma suspensão gradativa dos analgésicos ou
articular e repartir melhor as forças da pressão. antiinflamatórios ou, pelo menos, uma nítida dimi-
nuição da freqüência de utilização e da posologia.
- terapêutica pelo movimento(cinesioterapia)
- massagens(são sedativas e analgésicas) Os melhores resultados obtidos com a
- balneárioterapia, hidroterapia oligoterapia são em:
- agentes físicos: calor e eletricidade
- manutenção da musculatura através de esportes - Artrose Vertebral qualquer que seja sua
leves (natação, ciclismo). localização;
- Caxartrose e gonartrose, no início e sobre a
É importante saber que determinadas mano- articulação não displásica.
bras devem ser proibidas de forma absoluta e que
a reeducação deve ser feita todos os dias apesar OS PRINCIPAIS OLIGOELEMENTOS INDI-
dos episódios dolorosos. CADOS SÃO:

3) A CIRURGIA Manganês-Cobalto (Mn-Co): Complexo oligo-


elementar de base, fundamental no tratamento de
Ela é colocada em primeiro plano em certos toda doença artrósica. Deve ser prescrito na
casos, precisamente determinados e pode esta- proporção de 1 dose diária, durante 6 meses.
cionar uma artrose, se praticada a tempo (ex.: Após este período poderão ser instituídos
displasia do quadril, joelhos varum ou valgum, tratamento de manutenção com uma posologia
anomalias da rótula). média de 1 dose à cada 2 dias.

Algumas vezes a cirurgia só pode ser feita Enxofre (S): Oligoelemento complementar
tardiamente(prótese total do quadril). indispensável: Deve ser administrado na posologia
média de 1 dose a cada 2 dias, durante 6 meses.
4- OS TRATAMENTOS DO TERRENO
Magnésio (Mg): administrado em caso de
O termalismo é uma alternativa interessante, acometimento dos nervos periféricos, por potenci-
sobretudo, em pessoas idosas. As águas quentes alizar o efeito antiinflamatório. A dose recomen-
são descontratantes e analgésicas e as técnicas dada é de uma dose semanal, a cada 2 dias
externas desempenham um papel físico no alternado com o Potássio (K), durante 6 meses.
tratamento. Estas são também ativas pela própria
composição química das águas(sulfurosas, Potássio (K): Tem indicação nas síndromes de
radioativas, cloradas, sódicas). origem artrósica. Deve ser prescrito na proporção
de 1 dose a cada 2 dias, alternando com Magnésio
O TRATAMENTO DA ARTROSE (Mg), durante 6 meses.
PELA OLIGOTERAPIA
EM FUNÇÃO DAS CIRCUNSTÂNCIAS
Determinados oligoelementos parecem ser ACRESCENTAR:
condroreguladores e condroprotetores . O Manga-
nês(Mn) é o metal ativador da glicosil-transferase. Manganês-Cobre (Mn-Cu): Este complexo
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oligoelementar de base, deve ser utilizado no durante 10 dias.
momento da ocorrência de crises inflamatórias. A
dose recomendada é de 3 a 4 doses semanais, Fósforo (P): Indicado em caso de dor. A posolo-
durante 2 a 3 meses. O tratamento poderá ser gia média é de 1 dose diária ou a cada 2 dias.
repetido, após um intervalo, a título preventivo.
Flúor (F): Utilizado quando a osteoporose estiver
Cobre (Cu): Indispensável nas crises associada ao processo artrósico. A posologia
inflamatórias. Recomenda-se 2 a 3 doses diárias, recomendada é de 2 a 3 doses semanais.

TRATAMENTO DA ARTROSE

FORMA CLÍNICA OLIGOEMENTOS INDICADOS

Manganês-Cobalto +
Tratamento de fundo da
artrose Enxofre +

Potássio +

Fósforo se necessário

Manganês-Cobalto +

Artrose + Crise inflamatória Manganês-Cobre +

Magnésio +

Potássio +

Cobre

Manganês-Cobalto +

Enxofre +
Artrose + Osteoporose
associada Flúor +

Magnésio +

Potássio

BIBLIOGRAFIA
1- MEDECINE FONCTIONNELLE - Mises au Point - Artrhose

2- DOURT I.P - “Oligotherapie en Pathologie Fonctionnelle” Editora Maloine - Paris - 1994

3- DUPOUY . ANDRE - “Oligoterapia - Fundamentos da Clínica Terapêutica”

4- Brigo. B. - “La Logique des Oligoelements” Edicteur: Ariete Edizioni Srl. 1º Edition Originale: mai 1992

5- SAAL. BERNARD - “La Force Douce des Oligoelements” Collection - “Reponses-Santé” Editions - Robert Laffont - Paris - 1989
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