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Unidade III - Conceitos básicos de eletroterapia

● O que é
● Para que serve
● Como usar
● Conhecer os equipamentos
● Corrente elétrica
● Eletrodos e Meios de condução
Definição e Indicações
A eletroterapia é um tipo de tratamento fisioterápico que consiste no uso de
equipamentos que emitem correntes elétricas ou ondas sonoras, que não
trazem risco para a saúde, e que tem como objetivo de ajudar no controle da
dor, melhorar a irrigação sanguínea, ou acelerar a cicatrização da pele e a
regeneração de outros tecidos.
Este tipo de tratamento pode ser indicado pelo fisioterapeuta nos casos de
inchaço, dor, espasmos ou para fortalecimento muscular, por exemplo. Além
disso, a eletroterapia pode ser usada em tratamentos estéticos como gordura
localizada, celulite ou rugas e linhas de expressão, devendo ser realizada por
um fisioterapeuta dermato-funcional.
A eletroterapia é o uso de correntes elétricas para finalidades terapêuticas
como a analgesia ou a estimulação funcional muscular.A corrente, quando
aplicada, tem efeitos de indução nervosa motora ou sensitiva:

Estimulação nervosa sensitiva: tem ação analgésica e esta tem relação


direta com a liberação de endorfinas endógenas.

Estimulação nervosa motora: tem efeito na produção de contrações


musculares e assim, obter funcionalidade para o movimento.

Os músculos são formados por fibras tipo I e tipo II sendo que, a proporção
de fibras varia de músculo para músculo, p.ex: o diafragma tem mais fibras
tipo I enquanto o quadríceps tem mais fibras do tipo II. Diante disto, a
conduta fisioterápica deve ser voltada para o músculo em trabalho e para os
objetivos almejados pois além da quantificação de fibras musculares
existentes, a cinesioterapia e a eletroterapia tem efeitos diferentes.
A cinesioterapia clássica recruta fibras do tipo I :
fibras lentas, vermelhas, com grande quantidade de hemoglobina,
suprimento sangüíneo feito por densa capilarização, slow oxydative,
resistente à fadiga, pouca produção de força, grande quantidade de
mitocôndrias, em maior quantidade nos músculos tônicos (antigravitários),
menor tamanho, esforços de longa duração.

Eletroterapia recruta fibras tipo II :


fibras rápidas, brancas, com poucas mitocôndrias, metabolismo anaeróbio
com produção de ácido lático, grande produção de força, pouco resistente à
fadiga, em maior quantidade nos músculo fásicos, fibras maiores do que as
do tipo I, esforços de pequena duração com alta produção de força. As fibras
do tipo II são as que primeiro hipotrofiam. Então, o uso da cinesioterapia e da
eletroterapia implicará no recrutamento dos dois tipos de fibras.
Benefícios da Eletroterapia
● Controle de dores agudas e crônicas;
● Redução de edema;
● Redução de contraturas articulares;
● Inibição de espasmos musculares;
● Minimização de atrofia por desuso;
● Reeducação muscular;
● Consolidação de fraturas;
● Fortalecimento muscular;
● Cicatrização de feridas.
Contra-indicações absolutas para eletroterapia
● Sobre o útero gravídico;
● Diretamente nas pálpebras;
● Diretamente sobre tireoide;
● Em caso de cancro;
● Hemorragia;
● Utente portador de marcapasso cardíaco (sobre o peito);
● Epilepsia (sem medicação)
Reconhecer os equipamentos
Tipos de corrente elétrica
Inicialmente, iremos identificar os parâmetros presentes nos aparelhos
eletroterápicos :
Pulso – é o tempo em que a corrente permanece na pele , ou seja, é a duração de
um pulso elétrico – intervalo de tempo que separa o início e o fim de um pulso.
Neste parâmetro, o que se regula é a sua largura pois esta implicará na corrente ser
ou não confortável. Quanto maior a largura de pulso menor o conforto da corrente
no paciente.
Freqüência – simbolizado através da letra “f ” é o número de pulsos por segundo,
expresso em hertz (Hz).
Modulações – é a variação dos parâmetros de pulsos unidirecionais ou bidirecionais
– modulação de duração de pulso, modulação de amplitude modulação de
freqüência.
Intensidade – quantidade de estímulo elétrico aplicado, representado pela letra ” i “.
o estímulo ideal é o mínimo capaz de produzir uma contração muscular.
Para contração muscular:
O estímulo elétrico capaz de promover a contração muscular deve apresentar as
seguintes características :
Tempo de subida – é o tempo necessário para que o estímulo passe de zero ao seu
valor funcional. Este tempo terá que ser menor do que 10ms.
Intensidade limiar – será aquela em que a célula se despolarize completamente.
Tempo de duração – é o tempo em que o estímulo está atuando e este deve ser o
suficiente para que a célula se despolarize por completo.
Tempo de relaxamento – tempo necessário para que a célula se repolarize
novamente.
O local onde será colocado os eletrodos deve ser nos chamados pontos motores onde a
quantidade de feixes nervosos são maiores porém, o mesmo deve ser livre de tecidos
impedantes como gordura e ossos.
Tipos de eletrodos e Meios de condução
Existem diversos tipos de eletrodos: de superfície, internos ou implantados. Na
eletroterapia não invasiva, são utilizados eletrodos de superfície, os quais são fixados
diretamente sobre a pele do paciente.. Também existem diversos tipos de eletrodos de
superfície: em forma de caneta, para iontoforese, de borracha, de borracha autoadesivo, de
metal, de metal autoadesivo. Eletrodos de metal são mais eficientes para transmitir
corrente elétrica, mas são menos maleáveis e, portanto, mais difíceis de se adaptarem ao
corpo.
É necessário utilizar um meio que facilite a passagem da corrente elétrica do eletrodo para
os tecidos humanos. No caso dos eletrodos de borracha, é utilizado gel condutor. Existem
duas possibilidades: colocar gel no eletrodo e fixá-lo com fita adesiva ou utilizar eletrodos
que já vem com gel condutor e são autoadesivos. São mais seguros porque o gel não
tenderá a escorrer e a perda de adesão é menos provável, principalmente no caso de o
paciente praticar exercícios em conjunto com a eletroestimulação.
Os eletrodos também apresentam formatos (redondos, quadrados ou retangulares) e
tamanhos diferentes. O formato e o tamanho do eletrodo devem ser escolhidos de acordo
com a área a ser estimulada.
Como colocar os eletrodos

A adesão dos eletrodos à pele deve ser bem feita e checada periodicamente
durante o procedimento. Se a adesão dos eletrodos se perde, a densidade de
corrente aumenta sobre os pontos dos eletrodos que ainda mantêm contato
com a pele, podendo ocasionar queimaduras localizadas.

Antes de fixar os eletrodos, é necessário limpar a pele a fim de retirar


substâncias isolantes (como gordura) que estejam sobre ela [1]. Quanto mais
higienizada estiver a pele, menor será a resistência à passagem da corrente e
menor será a intensidade utilizada.
Exercício
A eletroterapia tem sido uma das habilidades-chave da fisioterapia, com uma longa história na prática clínica
desde seu princípio mais remoto, com o uso de calor, frio e estimulação elétrica. Nos últimos anos, tem-se visto
o acréscimo de inúmeros outros agentes de tratamento ao repertório. Apesar dessa história e de sua ampla e
contínua utilização, tanto os princípios físicos quanto fisiológicos subjacentes ao seu uso ainda são com
frequência mal compreendidos e as evidências de sua eficácia - ou não-eficácia - geralmente não são levadas
em conta na prática diária. Sobre a eletroterapia assinale a alternativa incorreta:

A) A eletroterapia pode ser usada no programa de tratamento de qualquer paciente.


B) É importante que todas as interações para tratamento sejam documentadas e assinadas. Essas devem
incluir avaliações, indicações sobre o uso, resultados dos testes de sensibilidade da pele, modalidade e
aparelho utilizado, regulagem de tempo e parâmetros e efeitos do tratamento -benéficos ou adversos -
assim como os resultados. Como parte do processo de avaliação, qualquer droga que esteja sendo
tomada pelo paciente precisa ser identificada, já que elas podem sensibilizar ou mascarar a condição e,
assim, alterar sua resposta à intervenção.
C) O paciente precisa ser capaz de contatar o fisioterapeuta todo o tempo durante a sessão de tratamento.
Os pacientes devem ser alertados para que não se movam durante o tratamento nem toquem no
aparelho ou nos controles, a menos que o equipamento contenha um dispositivo interruptor para uso do
paciente, caso no qual eles devem ser instruídos sobre seu uso.
D) Independente do modo de tratamento usado, os fisioterapeutas têm o dever de cuidar do paciente e
devem se confinar ao seu escopo de prática no uso das modalidades eletrofísicas, levando em conta os
efeitos fisiológicos e terapêuticos, a segurança da aplicação e as precauções e contra-indicações

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