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Princípios e Prática

Eletroterapia Aplicada

Prof. MSc. Marcos Antonio P. Brito


Introdução
Teoria e Aplicação de Estimulação Elétrica em
Fisioterapia

 O uso terapêutico da estimulação Elétrica em


fisioterapia pode se agrupar em três categorias ou
pela resposta fisiológica que o terapeuta deseja
produzir
 1) Produção de contração muscular (FES –
RUSSA - Kotz).
 2) Modulação da dor (TENS – CIV).
 3) Produzir respostas físico-químicas
(Galvânica).
Objetivos a serem atingidos sobre
eletroterapia por um Fisioterapeuta:

 1. Possua, um bem conhecimento prático de


eletricidade básica.
 2. Entenda o efeito de eletricidade e seus vários
parâmetros em tecido biológico.
 3. Demonstre proficiência no uso de Estimulação
Elétrica com a finalidade de modular a percepção de
dor.
 4. Demonstre proficiência no uso de Estimulação
Elétrica com a finalidade de produzir uma resposta
físico-química.
UMA HISTÓRIA BREVE DE ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA
TERAPÊUTICA

 400 AC : O Peixe elétrico pode gerar choques elétricos, então


eles foram usados para tratar uma variedade de doenças como
dores de cabeça (enrolado ao redor da cabeça), Artrite
(colocado debaixo dos pés), Asma (respirando o vapor do peixe
fervido) e Hemorróidas .
 1840 : Foram descobertos tipos diferentes de correntes para
estimular um músculo com paresia, ajustando os parâmetros de
estímulo (Taxa, Área, Intensidade, Duração e Velocidade de
subida). Esta descoberta permitiu usar Estimulação Elétrica
como uma ferramenta diagnostica.
 1900 : Isto foi chamado a" Idade Dourada da Eletricidade
Médica." A maioria dos médicos no EUA teve uma máquina
pelo menos na clínica para banhos eletrostáticos e banhos
hidroelétricos.

 Eletricidade médica, como foi chamada a terapia foi utilizado


em tudo para curar qualquer coisa. Quando estas curas não
aconteciam, sua popularidade caiu nitidamente.
 1940 : Por causa do aumento no número e severidade de
lesões nervosas durante SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, o
uso de Estimulação Elétrica aumentou significativamente em
uma tentativa para tratar estas lesões. Era usado tanto como
uma ferramenta diagnóstica como para tratamento. Depois da
guerra, deixou de ser utilizada novamente, em parte por causa
do declínio do surgimento de lesões nervosas.
 1970-1990 : Este período apresentou um outro
aumento no uso de Estimulação Elétrica terapêutica.

 Avanços tecnológicos trouxeram um grande número


de diferentes tipos de correntes para o mercado,
cada com a própria indicação e característica. A
Estimulação Elétrica foi utilizada para uma gama de
patologias. O mais utilizada era controle de algias.
 2000 Dias de hoje : Aparelhos ativos de emissão de
estímulos de maneira continua (24 Horas)
Eletrofisiologia

Corrente Elétrica:

 Conceito: é um fluxo de elétrons , que se


produz quando existe uma diferença de
potencial entre os extremos de um condutor.
 Condições essenciais:
– uma diferença de potencial
– uma via para que os elétrons possam
circular.
VOLT OU VOLTAGEM

 É a força eletromotriz que faz as partículas


carregadas se moverem

1 Volts é a Força Eletromotriz que aplicada a


um condutor com a Resistência de 1 Ohm,
produz uma corrente de 1 Ampère.
Carga elétrica
 É o número de elétrons que um objeto ganha ou perde.

 Desde que a Corrente é uma quantidade de carga


(elétrons) atravessando um condutor por segundo em uma
direção particular os dois estão diretamente relacionados.
 É de fato a quantidade de carga que faz músculo ou
tecido nervoso despolarizar, embora nós
freqüentemente falemos corrente ao invés de carga.
Indiferentemente o tipo de corrente elétrica que é
empregada (CA, DC, etc.), um carga é criada com a
passagem de corrente.
Densidade corrente

 O número de elétrons (corrente) por área no


eletrodo, normalmente medido em mA/cm2.
Também é relacionado para saber se há
carga suficiente para despolarizar um tecido
 Densidade corrente pode ser modificada
alterando:
 Intensidade corrente
 Tamanho do eletrodo
 Distância entre os eletrodos
 Colocação (orientação) do eletrodo
Densidade corrente

 Como regra geral, quanto maior a densidade


de corrente debaixo dos eletrodos maior a
estimulação.
 Na prática, porém, a densidade pode ser tão
alta, tornando-se improdutiva a estimulação.
 Também é negativa a situação quando o
tamanho de eletrodo fica tão pequeno que a
tolerância do paciente a corrente evita que
uma carga suficiente seja utilizada para criar
uma contração muscular.
Impedância e Capacitância

 Impedância :Impedância é a facilidade ou


dificuldade com que uma corrente
alternada possa atravessar uma
substância.
 Capacitância : é a propriedade de um
sistema de condutores e isolantes que
permite que o sistema armazene carga.
Componente dielétrico
Resistência
 A pele é um bom isolante para o corpo, o
fisioterapeuta deveria fazer tudo o que é possível e
razoável para minimizar a quantidade de
resistência ou de impedância ao usar Estimulação
Elétrica com os pacientes.
 Com referência ao tecido biológico, a resistência
para a passagem da corrente elétrica é
relacionada diretamente com a quantidade de
água.
 Pele assim como os ossos têm uma maior
resistência com 5% de água, a gordura tem
aproximadamente 15% e o músculo tem a menor
resistência com 75% de água. Ligamentos, tendão
e cápsula situam-se entre a gordura e os músculos.
Efeito Térmico de uma Corrente Elétrica:

 Quando a energia se converte em outra forma de
energia se produz efeitos:

– Físicos:
 Térmicos
 Químicos
 Magnéticos
 “Quando uma corrente elétrica passa através de
um condutor parte dessa energia se converte em
calor”; ----- Efeito Joule.
Classificação da Eletroterapia

 Podemos classificar a eletroterapia em três


patamares :
 Alta Freqüência ( Acima de 10.000 Hz)

 Ultra-som/ Ondas Curtas/ Microondas.


 Média Freqüência (1000 Hz até 10.000 Hz)

 Interferencial (CIV)/ Corrente Russa/ FES


 Baixa Freqüência (abaixo de 1.000 hertz)

 TENS/ Galvânica
As correntes de eletroestimulação encontram-
se dentro das correntes de média e baixa
Terminologia

 Podemos classificar as correntes de


eletroestimulação como :

EENM
Estimulação elétrica neuromuscular
Princípios e Prática
Eletroterapia Aplicada
Princípios das Correntes Terapêuticas

Uma corrente terapêutica é composta por


vários componentes.
Saber exatamente o que compõem as
correntes é obrigação dos fisioterapeutas.
O QUE DIFERENCIA UM
APARELHO DE OUTRO ?
Tipos de correntes de eletroterapia

 Corrente direta (DC)


 Um fluxo unidirecional de partículas carregadas. Por
definição, DC não é modulada de qualquer forma.

 Esta corrente apresenta um fluxo unidirecional com


os elétrons movimentando-se do pólo (-) ânodo para
o pólo (+) cátodo.
 Esta característica é muito importante para alguns
tipos de tratamentos como a iontoforese.
Tipos de correntes de
eletroterapia
Corrente alternada (CA)
 Uma corrente de fluxo bidirecional
interrompido ou contínuo
Tipos de correntes de
eletroterapia
Corrente Pulsada (CP)
 Uma corrente unidirecional ou bidirecional
que tenha um período de parada e um
novo fluxo para um novo pulso.
Componentes que formam uma
corrente terapêutica
 a. Pulso
 b. Fase
 c. Amplitude
 d. Duração do Pulso/fase
 e. Tempo de subida(RISE)
 f. Tempo de descida (DECAY)
 g. Pulso/duração do pulso
 h. Intervalo do pulso/fase do pulso
As características das correntes.

 Fase
 A direção do fluxo da corrente de um pulso. Um
pulso pode ser monofásico (uma fase) ou bifásico
(duas fases).
 Tempo de subida de rampa (RISE)
– É o tempo que um pulso requer para ir de 0
até sua amplitude máxima. Pode variar de
vários nanosegundos a vários msec. Devido
ao tecido muscular se acomodar um pouco a
corrente elétrica, o RISE precisa ser
suficientemente curto para causar uma
despolarização. Em prática, isto é só
importante ao eletroestimular tecidos
musculares denervados.
 Tempo de descida (DECAY)
 É o tempo que um pulso requer para
ir do máximo até zero. Ele é similar ao
RISE, porém tem pouco significado
clínico.
Duração
 É o tempo de duração do pulso.
Geralmente está entre 40 microsegundos
a 1 msec embora possa ser maior.
Amplitude
 A intensidade da corrente que esta sendo
empregada.
 Esta é medida em volts ou ampères e
embora relacionado com a despolarização
de uma membrana excitável, na verdade é
a carga do pulso que determina isto.
Amplitude
Carga
 É quantidade de corrente (íons) empregada em
cada pulso. É relacionado diretamente com a
Amplitude e Duração.

 É de fato a área da curva do pulso ou a fase. Se o


pulso é bifásico e assimétrico, é considerado que
está desequilibrado porque há mais carga em
uma fase comparada com a outra.
 Em tais situações o o resultado da carga
(resultado de uma fase menos a outra fase) não é
igual zero. Alguns textos relatam isso como a DC
interrompida.
 Pulsos simétricos têm um balanço de carga igual
a zero como dito anteriormente.
Descrição das formas de ondas das
corrente CP e CA
 Número de fases
– Monofásica
– Bifásica
 Simetria de fases
– Simétrica
– Assimétrica
Descrição das formas de ondas das
corrente CP e CA
 Equilíbrio da carga da fase
– Equilibrada
– Desequilibrada
 Forma de onda ou forma da fase
– Retangular
– Quadrada
– Triangular
– Sinosoidal
– Exponencial
Esquema gráfico
Número de fases
Simetria das fases
Equilíbrio da carga de fase
Forma de Onda
Exemplos de várias formas de onda
Exemplos de várias formas de onda
Freqüência (Hertz – HZ)
 Com que freqüência é empregado o pulso ou a
repetição de um ciclo completo de um pulso
durante 1 segundo. Está tipicamente medido em
pulsos por segundo ou para CA, ciclos por
segundo.

 Nota: Embora cada uma das características anteriores foi


descrito para um pulso individual, eles também podem ser
usados para descrever fases dentro de um pulso.
Características das Correntes pulsadas

Intervalo do pulso(Interpulse)
 A quantidade de tempo entre pulsos
sucessivos. Varia tipicamente entre
valores de centenas de microsegundos.
Modulações de amplitude e duração

 Modulação da amplitude
Modulações de amplitude e duração

 Modulação de duração do pulso


Freqüência
 A freqüência de pulso é variada em cima
de séries de pulsos (segundos). A
mudança pode ser previsível ou variável.
 Em uma corrente pulsada(CP) ela é
expressada em pulsos por segundo(pps)
 Em uma corrente alternada(CA) ela é
expressada em ciclos por segundo(cps)
ou hertz(Hz)
Modulações de amplitude e duração

 Modulação da Freqüência
Duty cycle (Ciclo ON e OFF)
 É determinado pelo tempo ON e OFF no fluxo de
uma corrente durante uma sessão de tratamento
inteira. É expressado tipicamente em uma relação
ou porcentagem de tempo.

 A formula para cálculo é:

ciclo de trabalho  on time


( on time  off time  100%
Burst
 É umas série finita de pulsos (CA ou CP) com um
intervalo finito de CA ou CP em uma freqüência
estabelecida sobre um intervalo também
estabelecido.
 Podemos falar então sobre umas séries de
estouros que repetem a uma certa freqüência
(estouros por segundo) com um intervalo de
interburst específico.
 Interburts é o período de tempo entre os Burst
Batida
 Este é um caso especial de Estouros só encontrado
em um tipo de recurso.

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