Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
História
Eletrodos posicionamento:
O local em que os eletrodos tocam a pele serve como um ponto de conversão entre o fluxo
de elétrons usado pelo gerador e o fluxo de fons dentro dos tecidos do corpo. Para formar
um circuito fechado entre o gerador e os tecidos do corpo, pelo menos um eletrodo
proveniente de cada condutor de saída do gerador deve estar em contato com a pele.
Os eletrodos, adequadamente preparados e colocados, aumentam a eficiência da corrente
elétrica, ao mesmo tempo que permitem maior conforto para o paciente.
Os géis condutores são agentes de ligação sem sal, projetados para minimizar a
resistência da pele ao eletrodo, sendo usados com eletrodos de borracha e carbono ou de
metal. Suas propriedades químicas permitem o uso por muito tempo, apresentando pouca
decomposição associada com o fluxo de corrente ou evaporação, além de diminuir a
irritação e reações alérgicas da pele, em virtude do elevado conteúdo de água e do baixo
conteúdo mineral do gel.
Posicionamento do Eletrodo
O local de tratamento, a intensidade da corrente e o tipo de tecido excitável que está sendo
estimulado são determinados pela combinação do tamanho do eletrodo e de sua
localização relativa no corpo. Certas áreas da pele conduzem melhor a estimulação
elétrica do que outras. Esses locais, chamados coletivamente de pontos de estimulação,
representam os pontos motores, pontos-gatilho e pontos de acupuntura .
A proximidade entre os eletrodos determina quais tecidos são estimulados, a profundidade
da estimulação e o número de circuitos paralelos que são formados. Quando os eletrodos
são colocados próximos uns aos outros, a corrente flui superficialmente, com
relativamente poucas vias paralelas desenvolvidas.
Quando se aumenta a distância entre os eletrodos, a corrente pode atingir maior
profundidade nos tecidos. Se a distância entre dois eletrodos for muito grande, é formado
um número tão grande de circuitos paralelos que a especificidade da estimulação diminui.
A orientação dos eletrodos em relação à parte do corpo também deve ser
considerada. As fibras musculares são quatro vezes mais condutoras quando a corrente
flui na direção da fibra do que quando flui transversalmente a ela.Apesar de cada circuito
elétrico precisar de dois condutores provenientes do gerador, pode-se conectar mais
de um eletrodo em um único condutor. Por meio de uma bifurcação, dois ou mais
eletrodos podem sair de um único condutor. Não é raro dois condutores possuírem dois
eletrodos cada, ou um condutor ter dois eletrodos e outro, apenas um. A relação entre a
densidade total da corrente de um eletrodo (ou conjunto de eletrodos) e o outro eletrodo
determina a configuração deste último, que pode ser classificada como bipolar ou
monopolar.
Pontos Motores: Cada músculo possui uma ou mais áreas na superfície da pele que são
hipersensíveis ao fluxo de corrente elétrica. Estes pontos, conhecidos como pontos
motores, são áreas pequenas abaixo do local, onde os nervos motores e os vasos
sanguíneos penetram na massa muscular. Em virtude de sua baixa resistência elétrica, a
estimulação desses pontos provoca uma contração mais forte, com intensidades
mais baixas, do que nos tecidos vizinhos. Os pontos motores associados com uma área
lesada mostra uma sensibilidade aumentada ao fluxo de corrente e à palpação. Embora
haja um grau de consistência na localização dos pontos motores, existem variações entre
os indivíduos e dependendo da patologia envolvida, esses pontos podem variar na mesma
pessoa, ao longo do tempo.
Colocação no Nível da Medula Espinhal: Este método estimula a raiz do nervo da medula
espinhal associado com a dor. O eletrodo deve ser colocado paralelamente à coluna
espinhal, entre os processos transversos. As colocações no dermátomo e no nível da
medula espinhal são métodos inexatos de tratamento com TENS. Estas formas de
aplicação só devem ser utilizadas quando a área de superfície da região afetada for
inacessível (por exemplo, no caso de aparelhos ou dispositivos não-removíveis de
imobilização).
Colocação contralateral
Esta técnica consiste na colocação dos eletrodos no lado oposto do corpo perto do local
onde a dor se origina no lado ferido. Este método se baseia na teoria da transferência
bilateral, segundo a qual os impulsos provenientes de um lado do corpo se confundiriam
com os impulsos nocivos vindos do outro lado, onde os tratos nervosos cruzam a medula
espinhal.
Livro de Nelson
A corrente elétrica que flui em uma única direção por aproximadamente um segundo ou
mais pode ser definida como corrente direta ou contínua (CC). (Historicamente, a corrente
direta é também chamada de corrente galvânica.) A corrente que flui unidirecionalmente por
menos de 1 segundo, especialmente por poucos milissegundos ou menos, não é mais uma
CC, mas sim uma corrente pulsada. O fluxo de uma CC pode ser modulado para propósitos
clínicos. As três modulações mais comuns são:
1. CC reversa
2. CC interrompida
3. CC com rampa
Na CC reversa, a direção do fluxo da corrente é
invertida. Dado que, por definição, a CC deve fluir
por aproximadamente um segundo ou mais, a
reversão também deve ocorrer
aproximadamente pelo mesmo intervalo de
tempo. A reversão da corrente pode ser
conseguida por meio do uso de um interruptor
manual ou de um interruptor automático colocado
entro da unidade.
A interrupção do fluxo da corrente ocorre
quando ela deixa de passar por
aproximadamente um segundo ou mais, e
então volta a passar por um segundo ou mais.
A interrupção é normalmente conseguida por
meio de um interruptor manual ou automático
dentro do estimulador. A indicação mais
comum da CC interrompida é causar
contrações isoladas de músculos
denervados durante o eletrodiagnóstico ou
o tratamento (TMS). Quando o circuito está
fechado, a corrente passa (ON); com a chave na posição OFF, a corrente cessa. A
mudança de ON para OFF ocorre abruptamente. Caso se deseje regular o ON e o OFF
para que a amplitude aumente e diminua gradualmente, uma modulação chamada rampa
pode ser adicionada.
Classicamente, elas são chamadas de rampa de subida e rampa de descida. As rampas
normalmente ocorrem em um período de tempo que varia de 0,5 a vários segundos.
• Correntes Alternadas (CA): São caracterizadas por uma corrente bidirecional; ou seja,
seus elétrons se deslocam ora em uma direção, ora em outra (isso acontece quando um
gerador de corrente alternada origina uma troca contínua de polaridade nos extremos
de um circuito); seu gráfico tem duas fases (positiva e negativa) e não possui efeitos
polares.
Livro: Referência: Livro Eletroterapia clínica
de Nelson Roger M. Terceira edição
Por definição, a corrente alternada (CA) é uma
corrente cuja direção de fluxo muda, em relação
à linha de base zero, pelo menos uma vez a cada segundo. A CA liberada de uma forma
contínua indica que não existem intervalos ou modulações entre os ciclos. A CA mais
comum é simétrica e pode ser aplicada em formatos variados, incluindo sinusóide,
retangular, trapezoidal e triangular. A CA também pode ser assimétrica e possuir vários
formatos.
As relações inversas entre a frequência e as durações de pulso e de fase são típicas da CA.
O que é inerente a essa relação é o fenômeno
de que, conforme a frequência da CA é
aumentada, as durações da fase e do pulso são
automaticamente diminuídas. O oposto ocorre
se a frequência de pulso diminui. As durações
da fase e do pulso podem então ser calculadas
em relação à frequência.
Um aumento no conhecimento sobre os efeitos
clínicos e fisiológicos da CA aplicada de forma
contínua, não-modulada, é evidente na
literatura médica. O uso mais comum, até o
momento, é de uma onda sinusoidal de 60.000
Hz com uma amplitude de 5 a 10 volts pico a pico, sendo utilizada para promover a
regeneração de ossos e tecidos moles.
Outra aplicação comum da CA é para a estimulação elétrica transcraniana e o objetivo
clínico inclui o auxílio na desintoxicação em casos de dependência de drogas e álcool
e como método de tratamento de lesões cerebrais traumáticas e de paralisia cerebral.
Correntes Pulsadas
Uma corrente pulsada (CP) é definida como uma corrente elétrica que é conduzida como
um sinal (ou sinais) de curta duração. Cada pulso dura apenas poucos ms ou µs, seguidos
então por um intervalo interpulsos. Pulsos diferentes podem exibir formas diferentes. Como
consequência. Na (correntes em pulso) significa que uma corrente foi modificada para
produzir efeitos biofísicos específicos. São caracterizadas por períodos sem fluxo de
corrente; nesse caso, o fluxo de elétrons é periodicamente interrompido.
Pulso
• Correntes diretas (CD): São caracterizadas por um fluxo contínuo de elétrons de forma
unidirecional; ou seja, seus elétrons se deslocam em uma única direção (isso ocorre quando
um gerador pode manter os extremos de um circuito carregados negativamente e o outro
positivamente); seu gráfico tem apenas uma fase (positiva ou negativa);
O padrão básico do fluxo da CD é o quadrado da
onda/sendo reconhecido pelo fluxo contínuo de
corrente em apenas um lado do valor de
referência, à medida que os elétrons caminham
do cátodo para o ânodo.
Apesar das flutuações de voltagem ou de
amperagem, o fluxo de corrente permanece em uma
direção e fica em um dos lados do valor de
referência.
Nas aplicações médicas, o termo "galvânico" é utilizado para descrever corrente direta
ininterrupta. Talvez o exemplo mais comum de corrente direta seja o de uma lanterna.
A bateria possui um pólo positivo, sem elétrons, e um pólo negativo que, em
consequência de reações químicas, têm um excesso de elétrons. Os elétrons saem do
pólo negativo da bateria e vão para a lâmpada, através de um arame.
Depois de deixarem a lâmpada, os elétrons voltam para o pólo positivo da pilha. Quando o
número de elétrons no pólo negativo fica igual ao número de elétrons do pólo positivo,
acaba o potencial para fluxo de corrente. A bateria chegou ao fim.
• Correntes Alternadas (CA): São caracterizadas por uma corrente bidirecional; ou seja,
seus elétrons se deslocam ora em uma direção, ora em outra (isso acontece quando um
gerador de corrente alternada origina uma troca contínua de polaridade nos extremos
de um circuito); seu gráfico tem duas fases (positiva e negativa) e não possui efeitos
polares.
Pulso
A unidade fundamental das correntes em pulso é a fase (o corte individual de um pulso, por
um período de tempo mensurável). Desse modo, o número e o tipo de fases classificam
o tipo de pulso, e assim a carga que cada uma das fases libera é a que afeta os tecidos do
corpo.
As correntes utilizadas na prática clínica podem apresentar várias formas de pulso (onda)
das quais são decorrentes as suas denominações. As formas de pulso mais comuns são:
triangular, quadrática, senoidal (sinusoidal) e contínua.
Monofásicos, quando apresentam apenas uma fase para um único pulso e o fluxo de
corrente é unidirecional; Por definição, monofásico indica que existe apenas uma fase para
cada pulso. Esse tipo de onda também tem sido chamado de CC pulsátil.
Independentemente do formato da onda ser quadrado, triangular, de picos gêmeos ou
de onda sinusóide retificada em semi-onda, apenas uma fase ocorre em cada caso. Em
um pulso monofásico, o fluxo de corrente é unidirecional, indicando que a polaridade de
um eletrodo é positiva e a do outro é negativa.
Bifásicos, que consistem de duas fases, cada uma delas ocorrendo nos lados opostos do
valor de referência.
Quando duas fases opostas estão contidas em um único pulso, a forma de onda é definida
como um pulso bifásico. Os formatos podem ser quadrado, triangular ou sinusóide,
porém todos são bifásicos. Além disso, pulsos bifásicos podem ser simétricos ou
assimétricos. Pulsos simétricos com um intervalo interfase parecem ter preferência clínica
em relação aos pulsos assimétricos, principalmente se o alvo da excitação forem os
nervos motores. No passado, pulsos assimétricos eram mais comuns (por exemplo,
corrente farádica e monofásica compensada). Uma das maiores vantagens de um pulso
simétrico bifásico sobre um pulso assimétrico é que nem as polaridades positivas nem as
negativas precisam ser significativamente consideradas, fisiológica ou clinicamente.
A duração do pulso é o tempo decorrido do começo da fase até a conclusão da fase final.
Essa duração é muito importante na determinação do tipo de tecido que será estimulado; se
ela for muito curta, a corrente não conseguirá produzir nenhum tipo de potencial de ação.
Com o aumento da duração da fase, diferentes tecidos poderão ser despolarizados.
A frequência de pulso é medida pelo número de pulsos por segundo (ou seja, é a
frequência com que os elétrons passam na corrente elétrica). Comumente, essa frequência
é medida em Hertz (Hz).
• Correntes de frequência média: variam de 1000 a 100000 ciclos por segundo, com
frequência na faixa de 1000 a 100000 Hz;
• Correntes de alta frequência: apresenta ciclos por segundo maiores que 100000, com
frequência de 100000 Hz em diante. Tanto essas correntes quanto as de média frequência
são mais utilizadas em virtude de seus efeitos de aquecimento. Além disso, a frequência
também interfere no limiar sensitivo, sendo que as maiores desencadeiam percepções
menores, uma vez que altas frequências apresentam resistências menores da pele à
passagem de corrente elétrica.
Atributos do Pulso
A carga produzida por um gerador elétrico depende da duração e amplitude do pulso. A
relação entre a intensidade e a duração de um único pulso determina a carga total
descarregada no corpo. Quando se aumenta a amplitude e/ou a duração, aumenta-se a
carga total do pulso.
Tempo decorrido do começo da fase até a conclusão da fase final, incluindo o intervalo
interpulso A duração de um único pulso pode ser reduzida ao tempo necessário para que
cada componente da fase complete sua forma: a duração da fase.
Carga do Pulso
A carga do pulso é uma função do total de área contida na forma de onda. Por tanto,
quando se aumenta ou se diminui a amplitude ou duração, altera-se a carga do pulso. A
forma da onda também pode ser alterada, a lim de ser liberada, nos tecidos, para mais
ou para menos carga por pulso.
Freqüência do Pulso
Qualquer forma de onda repetida em intervalos regulares. Quando a corrente em pulso está
sendo empregada, a frequência é geralmente medida pelo número de pulsos por segundo
(pps). A frequência do ciclo de uma CA é medida pelo número de ciclos por segundo (cps)
ou Hertz (Hz).
Características
TENS convencional: É a forma mais frequentemente aplicada com pulsos curtos de cerca
de 40 a 150 Hz. Trata-se de uma estimulação de alta frequência e baixa intensidade. Esses
pulsos curtos de baixa intensidade estimulam seletivamente as fibras para inibir a dor. Esse
método também é o mais usado para autotratamento. A meta da TENS convencional é
ativar seletivamente fibras (de diâmetro largo sem ativar concorrentemente fibras de
pequeno diâmetro (relacionadas com a dor) ou eferentes musculares. As evidências de
estudos em animais e humanos suportam a hipótese de que a TENS convencional produz
analgesia segmentar, com início e cessação rápidos, localizada no dermátomo.
Teoricamente, correntes pulsadas de alta frequência e baixa intensidade seriam mais
efetivas para ativar seletivamente fibras de diâmetro largo, embora na prática isso se
consegue sempre que o usuário de TENS relata estar experimentando uma parestesia
confortável embaixo dos eletrodos.
Durante a TENS convencional as correntes são geralmente emitidas com uma frequência
entre 10 e 200 p.p.s. com duração de 100-200 μs e amplitude de pulso dosada para
produzir uma parestesia forte, porém não dolorosa.
TENS acupuntural: É de alta intensidade e baixa frequência, com pulsos em torno com
cerca de 2 Hz, com intensidades que provocam contrações musculares visíveis. Esse tipo
de estimulação geralmente é aplicado aos pontos de acupuntura,mas também pode ser
aplicado a pontos motores do músculo em questão.
TENS burst ou de pulso: é uma série de pulsos repetidos 1 a 5 vezes por segundo,
geralmente em duas sequências. Cada trem ou série consiste em um número de pulsos
individuais nas frequências de TENS convencionais de 40 a 150 Hz, mas com intensidade
mais alta. O benefício alegado a esse método é que ele combina tanto a TENS
convencional quanto a de acupuntura e, portanto, propicia alívio de dor por duas rotas.
TENS breve e intensa: usa pulsos de duração maior, com frequências mais altas com de
cerca de 100 Hz e na intensidade mais alta que for tolerada. A aplicação é feita por não
mais de 15 minutos por vez.
Os eletrodos para aplicação da TENS são de borracha de silicone impregnada com
carbono, maleáveis e de fácil aplicação. É preciso utilizar um gel condutor, a fim de
diminuir a resistência oferecida pela pele, bem como limpar a área antes da colocação dos
eletrodos. A maioria dos aparelhos possui dois canais, cada um deles com dois eletrodos.
Efeitos Biológicos
A TENS pode ser subdividida em efeitos analgésicos e não-analgésicos. Na prática
clínica, a TENS é predominantemente usada para alívio sintomático da dor, embora haja
um uso crescente da TENS como antiemético e para restauração do fluxo sangüíneo para
tecidos isquêmicos e feridas..
Mecanismos de ação
A analgesia induzida por estimulação pode ser classificada, de acordo com o local
anatômico de ação, como periférica, segmentar e extra-segmentar.
Em geral, a principal ação da TENS convencional é a analgesia segmentar mediada pela
atividade das fibras Ap.
A principal ação da TENS acupuntura é a analgesia extra-segmentar mediada pela
atividade de ergorreceptores.
A principal ação da TENS breve-intensa é a analgesia extra-segmentar através da
atividade em aferentes cutâneos de pequeno diâmetro.
A TENS convencional e a breve-intensa também produzem provavelmente bloqueio
periférico de informações aferentes no tipo de fibra que ativam.
Mecanismos periféricos
A emissão de correntes elétricas sobre
uma fibra nervosa provoca impulsos
nervosos correndo nos dois sentidos ao
longo do axônio nervoso, o que se
denomina ativação antidrômica.
Os impulsos nervosos induzidos pela
TENS que se distanciam do sistema
nervoso central colidirão com os
impulsos aferentes que vem do tecido
lesado, causando sua extinção. Usando
a TENS convencional é provável que a
ativação antidrômica ocorra nas fibras
de diâmetro largo; como o tecido
lesado pode produzir alguma atividade nas fibras de diâmetro largo, a TENS convencional
pode mediar parte de sua analgesia através do bloqueio periférico dessas fibras. Walsh
demonstraram o bloqueio da transmissão dos nervos periféricos induzido pela TENS em
indivíduos humanos saudáveis. Eles encontraram que a TENS emitida a 110 p.p.s.
aumentava significativamente a latência do pico negativo no potencial de ação
composto e isso sugere que ocorria uma diminuição na velocidade de transmissão
do nervo periférico. Nardone também relataram que a latência dos primeiros potenciais
evocados somatossensoriais ficava aumentada durante a TENS em indivíduos saudáveis e
concluíram que a TENS convencional poderia produzir um efeito de "linha ocupada" nas
fibras aferentes largas. A contribuição do bloqueio periférico na analgesia provavelmente é
maior durante a TENS breve-intensa. Os impulsos induzidos pela TENS breve-intensa que
correm nas fibras Aô colidirão com os impulsos nociceptivos que também correm nas fibras
A8.
Mecanismos segmentares
A TENS convencional produz analgesia predominantemente através de um mecanismo
segmentar por meio do qual a atividade gerada nas fibras AP inibe a atividade em
curso nos neurônios nociceptivos de segunda ordem (relacionados com a dor) do
corno dorsal da medula espinhal. Os pesquisadores têm mostrado que a atividade nos
aferentes de diâmetro largo inibe os reflexos nociceptivos em animais quando a
influência das vias descendentes inibidoras da dor é removida através de transecção
espinhal. Garrison e Foreman (1994) mostraram que a TENS poderia reduzir
significativamente a atividade em curso das células nociceptores nas células do
corno dorsal quando aplicada aos campos receptores somáticos. O acompanhamento
do trabalho após as medulas espinhais terem sido seccionadas em T12 demonstrou que as
atividades celulares evocadas espontaneamente e através de estímulos nocivos ainda se
achavam reduzidas durante a TENS. Isso demonstra que a circuitaria neural para a
analgesia pela TENS convencional está localizada na medula espinhal e é provável que
ocorra uma combinação de inibição pré- e pós-sináptica
A observação clínica de que a TENS convencional produz analgesia de curta duração e
surgimento rápido é consistente com uma inibição sináptica no nível segmentar. Vários
pesquisadores têm mostrado que a atividade induzida por TENS nas fibras Aô durante a
TENS breve-intensa pode causar depressão prolongada da atividade das células
nociceptivas centrais por até 2 horas. Tem- se mostrado que a estimulação de fibras Aô
com baixa freqüência produz uma depressão prolongada em animais que não é influenciada
por biculina, um antagonista dos receptores de GABA, porém é abolida pelo ácido
D-2-amino-5-fosfonovalérico, que é um antagonista de receptor N-metil-D-aspartato
(NMDA). Isso sugere que o glutamato, e não o GABA, pode estar envolvido na depressão
prolongada induzida pela TENS breve-intensa. O curso de tempo da latência e das
alterações na amplitude nos PESs após a estimulação elétrica de alta freqüência (200
p.p.s.) dos nervos dos dedos em indivíduos saudáveis suporta o conceito de que a TENS
pode produzir depressão prolongada das células nociceptivas centrais . Um resultado
prático desse trabalho pode ter sido a introdução da "TENS seqüencial" onde a TENS
convencional é administrada em um nível forte porém confortável em primeira instância e
seguida por um período breve de TENS intensa, levando a uma analgesia pós-estimulação
mais longa.
Mecanismos extra-segmentares
Tem sido mostrado também que a atividade
induzida pela TENS nos aferentes de
pequeno diâmetro produz analgesia
extra-segmentar através da ativação de
estruturas que formam as vias
descendentes de inibição da dor, como a
substância cinzenta periaquedutal (SCP),
núcleo magno da rafe e núcleo
gigantocelular da rafe. A antinocicepção em
animais, produzida pela estimulação de
fibras Aô cutâneas, é reduzida pela
Controle da Dor
As correntes elétricas são utilizadas para reduzir a dor experimentada durante o auxílio do
processo de cura ou relacionada com a transmissão e percepção da dor. Quando se reduz
a pressão mecânica exercida sobre as terminações nervosas ou quando se diminui o
grau de espasmo ou edema muscular, eliminam-se os eventos mecânicos e químicos que
estimulam a transmissão da dor Em abordagens específicas para o controle de dor, a
estimulação elétrica pode simplesmente mascarar a dor ou encorajar o corpo a liberar
substâncias que controlam a dor, os opiáceos endógenos.
Correntes de curta duração e de alta frequência de pulso, liberadas no nível sensorial,
ativam o mecanismo de portão de modulação da dor. Nesse caso, a estimulação de
nervos sensoriais fecha o portão para a transmissão da dor. A estimulação de alta
intensidade, baixa frequência de pulso e de longa duração e a estimulação no nível
nocivo estimulam a liberação de opiáceos naturais do corpo-B-endorfinas produzidas pela
glândula hipófise e encefalinas produzidas pela medula espinhal.
Cicatrização da Lesão
O uso de uma CD de baixa intensidade pode reduzir em 1,5 a 2,5 vezes o tempo necessário
para curar lesões superficiais, em comparação com o tempo necessário para curar lesões
que não recebem este tipo de tratamento." Dependendo da polaridade do cletrodo, certos
mediadores inflamatórios, inclusive neutrófilos, macrófagos, células epidérmicas e
fibroblastos, são atraídos ou repelidos da área." Esta forma de corrente elétrica estimula a
hidratação, eleva o número de receptores de fator de crescimento, aumenta a taxa de
formação de colágeno." Estimula o crescimento de fibroblastos e de tecidos de granulação
e reduz o número de mastócitos na área danificada." Finalmente, os leucócitos migram em
direção ao ânodo, resultando em aumento de coagulação do sangue na área.
Cicatrização de Fraturas
RISCOS E CONTRA-INDICAÇÕES
Contra-indicações: As contra-indicações para TENS são poucas e a maioria hipotéticas
com poucos casos relatados de eventos adversos associados com TENS na literatura.
Contudo, os terapeutas devem ser cuidadosos ao aplicar TENS em certos grupos de
pacientes.
• Aqueles que sofrem de epilepsia: se o paciente experimentar um problema enquanto
estiver usando TENS, de uma perspectiva legal será difícil excluir a TENS como causa
potencial do problema.
• Mulheres no primeiro trimestre da gravidez: os efeitos da TENS no desenvolvimento
fetal são ainda desconhecidos (embora não haja relatos de que seja prejudicial). Para
reduzir o risco de induzir o parto, a TENS não deve ser administrada sobre o útero durante
a gestação, embora seja rotineiramente administrada na coluna para aliviar a dor durante o
parto
• Pacientes com marcapassos cardíacos: isso é porque o campo elétrico gerado pela
TENS poderia interferir no dispositivo elétrico implantado. Chen et al.. (1990) relataram dois
casos de interferência da TENS no marcapasso cardíaco detectada por um monitor Holter e
em ambos os casos a sensibilidade do marcapasso foi reprogramada para resolver o
problema. Esses autores sugerem que deve ser feita uma avaliação cuidadosa e um
monitoramento cardíaco prolongado quando se usa TENS com marcapassos.
Contra-indicações
• Dor não-diagnosticada (a menos que seja recomendada por um profissional médico)
• Marcapassos (a menos que recomendada por um cardiologista)
• Doença cardíaca (a menos que recomendada por um cardiologista)
• Epilepsia (a menos que seja recomendada por um profissional médico)
• Gestação:
- primeiro trimestre (a menos que recomendada por um profissional médico)
- sobre o útero
• Região próxima aos olhos;
• Região da cabeça e da face.
Não aplique TENS:
• sobre o seio carotídeo
• sobre pele danificada
• sobre pele disestésica
• Região da boca;
Indicações:
Avaliação da Dor
De uma maneira abstrata, a dor tem sido definida em termos de um espaço
multidimensional compreendendo diversas dimensões sensoriais e afetivas. De uma
maneira mais simples, a dor tem sido descrita como um incômodo que sentimos. A dor
por menos de quatro a seis meses de duração é geralmente denominada aguda,
enquanto que uma dor por um período mais prolongado é chamada de crônica.
MELLO, Larissa FD; NÓBREGA, Luciana F.; LEMOS, Andrea. Estimulação elétrica transcutânea no
alívio da dor do trabalho de parto: revisão sistemática e meta-análise. Brazilian Journal of Physical
Therapy, v. 15, p. 175-184, 2011.
Para avaliar a dor foi utilizada a escala de categoria numérica, cuja extremidade esquerda,
ou grau 0 de dor, significa ausência de dor e aumenta gradativamente até extremidade
direita, ou grau 10 de dor, que representa nível de dor extremo.11 Foram dadas instruções
quanto ao uso e aplicação da escala à puérpera, conceituando a escala por meio de
descritores verbais (0 = sem dor; 1-3 = dor branda; 4-6 = dor moderada; 7-10 = dor severa).
Em seguida a puérpera foi questionada da seguinte maneira em relação à Escala Numérica:
"Qual número você dá para a dor que está sentindo agora?" Com a utilização de escalas de
dor, que facilitou o entendimento da doença, é possível tratar e diminuir os sintomas que
limitam muito os indivíduo.