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Pós-fechamento problema 02

Objetivos:

1. compreender endemias rurais;


2. compreender leishmaniose- ciclo de vida e epidemiologia e (compreender o conflito
entre cachorros e centro de zoonoses);
3. compreender toxoplasmose;
4. compreender doença de chagas;
5. compreender as questões éticas do uso de animais em pesquisas.

As endemias rurais são doenças que ocorrem com mais frequência em áreas rurais, e na
maioria delas são parasitárias ou transmitidas por vetores. São elas a: malária,
leishmaniose, doença de chagas, peste, brucelose, febre amarela, esquistossomose,
ancilostomose, filariose, hidatidose, bócio endêmico, bouba uma infecção na pele, tracoma,
helmintíases intestinais e algumas outras endemias existentes no país. E no Brasil, existe o
Departamento de Endemias Rurais que organiza e executa os serviços de investigação e
promove o combate a essas doenças no país. Essas doenças, constituíram a preocupação
central da saúde pública brasileira por quase um século, até que diversos fatores,
principalmente a urbanização, desfizeram as razões de sua existência enquanto corpo
homogêneo preocupação.
Existem dois tipos de leishmaniose no Brasil, a tegumentar que não é letal e está
relacionada ou surgimento de lesões na pele ou mucosas, e a visceral conhecida
popularmente como calazar, que é mais grave. Se não tratada adequadamente a
leishmaniose visceral pode ser letal, ao ser humano e para os cães, acometendo o fígado,
baço e medula óssea. Apresentando sintomas como febre irregular e prolongada, anemia,
indisposição, palidez da pele ou das mucosas, falta de apetite, perda de peso e inchaço do
abdômen devido ao aumento do fígado e do baço. É uma doença provocada por um
protozoário da espécie leishmania chagasi. O ciclo seu evolutivo apresenta duas formas:
amastigota, parasita intracelular em mamíferos, e promastigota, presente no tubo digestivo
do inseto transmissor. É transmitida pela picada de fêmeas do inseto vetor infectado,
denominado flebotomíneo, é conhecido como mosquito palha. No Brasil a principal espécie
transmissora é a Lutzomyia longipalpis.
A transmissão acontece quando as fêmeas do mosquito picam cães ou outros animais
infectados, e depois picam o homem transmitindo o protozoário. Os flebotomíneos-fêmeas
alimentam-se no hospedeiro vertebrado e ingerem as amastigotas que em seguida se
transformam na forma promastigota flagelada no inseto. Estas formas são injetadas na pele
do hospedeiro vertebrados durante a alimentação do inseto. Os promastigotas são
fagocítados por macrofagos e se disseminam por todo corpo. Quando ocorre a ruptura
dessas células, os parasitos livres invadem outras células, ou são facilitados. A transmissão
para animais ou humanos, tem início com a inoculação de formas infectantes do parasito no
hospedeiro durante o repasto sanguíneo. Ao atingirem a circulação sanguínea, as formas
promastigotas de leishmania utilizam de mecanismos próprios para sobreviver à lise celular,
que será ativada pelo sistema completo. Por conta deste mecanismo protetor, a leishmania
sobrevive ao ataque do hospedeiro e ainda consegue invadir macrófagos através da
manipulação de receptores celulares. Essa invasão é uma estratégia essencial para a
sobrevivência da leishmania. Dentro dos macrófagos, o parásito está protegido contra a
resposta imune do hospedeiro e ao mesmo tempo, está exposto à ação do pH ácido e
enzimas hidrolíticas dos fagolisossomas além de outros fatores microbicidas que protegem
o agente de um ataque bacteriano e possibilita sua multiplicação. Uma vez infectado, o
hospedeiro torna-se reservatório do agente, e o cão é o principal reservatório doméstico.
Seu diagnóstico se dá por testes diretos e indiretos como: cultura, sorologia, citologia e
testes moleculares. Os principais medicamentos utilizados para tratar a leishmaniose
visceral, são os componentes antimoniais pentavalentes, como o antimoniato de meglumina
e o estibogluconato de sódio. Algumas medidas podem ser feitas para prevenir a
leishmaniose na população canina como o fornecimento de proteção para os cães contra as
picadas dos mosquitos, através de colares ou repelentes de uso tópico. A doença não é
contagiosa, não se transmite diretamente de uma pessoa para outra nem de um animal
para outro, nem dos animais para as pessoas. É uma zoonose caracterizada como doença
de caráter eminentemente rural, mas atualmente ocorre com frequência em áreas urbanas.
Considera um crescente problema de saúde pública no país e no mundo, uma das
endemias de interesse prioritário,com mortalidade global estimada em 59.000 óbitos por
ano. Foi incluída pela Organização Mundial Da Saúde, entre as seis doenças prioritárias no
seu programa de controle de doenças.
A toxoplasmose é uma infecção muito frequente em espécies de mamíferos e aves,
sendo causada pelo parasita toxoplasma gondii. O gato e outros felinos são hospedeiros
definitivos ou completos, e o ser humano e os outros animais são hospedeiros
intermediários ou incompletos por possuírem apenas o ciclo assexuado. O seu ciclo
biológico desenvolve-se em duas fases distintas: a assexuada que ocorre em diversos
tecidos de em aves e mamíferos; e a sexuada (ou coccidiana), que ocorre nas células do
epitélio intestinal de gatos e outros felinos não imunes. Na fase assexuada, um hospedeiro
suscetível adquire o parasito, após ingerir oocistos encontrados em alimentos ou água
contaminada, ingerir cistos contendo bradizoítos encontrados na carne crua ou entrar em
contato com taquizoítos eliminados leite ou urina. Os taquizoítos chegam ao estômago, mas
alguns são destruídos pelo suco gástrico, porém aqueles que conseguem penetrar na
mucosa oral poderão evoluir, do mesmo modo que os bradizoítos e esporozoítos. Após a
diferenciação para taquizoíto, cada esporozoíto ou bradizoíto, sofrerá intensa multiplicação
intracelular, após rápida passagem pelo epitélio intestinal, é invadirá vários tipos de células
do organismo formando um vacúolo parasitóforo onde sofreram divisões sucessivas por
endodiogenia, formando novos taquizoítos ( fase proliferativa) que iram romper a célula
parasitária liberando novos taquizoítos que invadiram novas células. A disseminação do
parasito no organismo ocorre através de taquizoítos livres na linfa ou no sangue circulante.
A fase inicial da infecção, fase proliferativa, caracteriza-se a fase aguda da doença. Com o
aparecimento da imunidade, os taquizoítos são eliminados no sangue, da linfa e dos órgãos
viscerais, ocorrendo uma diminuição de parasitismo. A fase crônica, fase cística,
juntamente com a diminuição da sintomatologia, que poderá permanecer por longo período,
em indivíduos imunodeficientes poderá ocorrer uma reativação desta infecção.
Fase sexuada, ocorre somente no intestino de gatos e felinos não imunes. Durante o
desenvolvimento desse ciclo ocorre uma fase reprodutiva prévia por merogonia
(esquizogonia), seguida por outra sexuada (gametogonia) do parasito. Após a infecção,
gatos e felinos não imunes, podem eliminar oocistos durante 2 semanas. O oocisto em
condições favoráveis é capaz de se manter infectante por cerca de 12 a 18 meses. Após a
ingestão de cistos, oocistos ou taquizoítos, os parasitos liberados no estômago penetram
nas células dos epitélio intestinal e sofreram um processo de multiplicação por merogonia,
dando origem a vários merozoítos. O conjunto desses merozoítos formados dentro do
vacúolo parasitóforo da célula é denominado meronte ou esquizonte maduro. O
rompimento da célula parasitária libera os merozoítos que penetraram em novas células e
se transformam nas formas sexuadas masculinas ou femininas: as fatores, que após um
processo de maturação formam os gametas masculinos móveis os microgametas, e
femininos imóveis os macrogametas. O macrogameta permanecerá dentro de uma célula
epitelial, enquanto os microgametas móveis sairão de sua célula e irão fecundar o
macrogameta, formando o zigoto, que evoluíra dentro do epitélio, formando uma parede
externa dupla, dando origem ao oocisto. A célula sofrerá rompimento em alguns dias,
liberando o oocisto ainda imaturo. Que alcançará o meio ambiente juntamente com as
fezes.
A sua maturação no meio externo ocorrerá por um processo denominado esporogonia,
após um período de cerca de 1 a 5 dias. Em geral, gatos que eliminam oocistos tornam-se
imunes e não eliminam novos oocistos, mesmo que reinfectados. A maioria dos adultos
saudáveis não apresenta sintomas, mas algumas pessoas podem apresentar dor de
cabeça, febre, dor muscular e linfonodos inchados, já indivíduos com o sistema imunológico
comprometido, apresentam sintomas graves, como inflamação do cérebro que leva a
convulsões que levam ao coma, infecção pulmonar e problemas oculares. Seu tratamento
se dá pelo uso de medicamentos como antibióticos como ácido fólico. Toxoplasmose é uma
doença prevalente em todo mundo, mas varia em diferentes áreas geográficas de um país.
As condições ambientais podem determinar o grau de disseminação natural de infecção,
pode ser mais prevalente em áreas úmidas do que em áreas secas, entretanto pode mudar
em algumas regiões.Sendo transmitida por cistos teciduais, por taquizoítos, de mãe para
filho pela placenta e também por transfusão de sangue. Hábitos culturais e de higiene,
podem apresentar um papel importante na sua transmissão, como lavar as mãos após
manipulação de carnes, cozinhar bem as carnes e não alimentar os gatos com carnes cruas
ou mal cozidas.
A doença de Chagas, é causada pelo protozoário trypanosoma cruzi. Apresenta uma
fase aguda, que pode ser sintomática ou não, e uma fase crônica que pode se manifestar
nas formas: indeterminada, cardíaca, digestiva ou cardiodigestiva. A fase aguda pode não
apresentar sintomas em algumas pessoas pois é mais leve, porém pode apresentar: febre
prolongada, dor de cabeça, fraqueza intensa e inchaço no rosto e pernas. É a fase, em que
o parasita está se multiplicando e se espalhando pelo corpo através da corrente sanguínea.
Já na fase crônica, ocorre o desenvolvimento do protozoário nos órgãos principalmente
coração e sistema digestivo. A maioria dos casos não apresentam sintomas, podendo não
apresentar sintomas por anos, mas quando surgem são graves. Porém algumas pessoas
podem desenvolver problemas cardíacos, como aumento do coração e problemas
digestivos, como megacólon e megaesofago. A doença tem como vetor um inseto
conhecido como barbeiro, que quando pica a pessoa, defeca ou urina liberando o parasita.
Quando a pessoa coça o local da picada, acaba permitindo a entrada do protozoário no
organismo que desenvolve doença. O parasita consegue entrar na corrente sanguínea,
sendo a principal forma de transmissão.
Pode ser transmitida, ocasionalmente, por alimentos contaminados com o barbeiro ou
suas fezes, como por exemplo o caldo de cana ou açaí. Por transfusão de sangue e de
forma congênita, de mãe para filho durante a gravidez ou parto. Se inicia quando o parasita
entra na corrente sanguínea da pessoa e invade as células, se transformando em
amastigota, fase de desenvolvimento e multiplicação desse parasita. Os amastigotas podem
continuar invadindo as células e se multiplicando, mas também podem ser transformados
em tripomastigotas, destruírem as células e ficarem circulantes no sangue. Um novo ciclo
pode ter início, quando o barbeiro pica uma pessoa infectada e adquire esse parasita. Os
tripomastigotas no barbeiro transformam-se em epimastigotas, multiplicando-se em
epimastigotas, multiplicam-se e voltam a se tornar tripomastigotas que são liberadas nas
fezes desse inseto. O inseto tem hábito noturno, e normalmente é encontrado em frestas de
casas de pau a pique, ninhos de aves e troncos de árvore. O tratamento é feito por um
medicamento, o benzonidazol na fase aguda, já na crônica a indicação do uso desse
remédio deve depender da forma clínica e deve ser avaliado caso a caso. É as pessoas
com complicações cardíacas ou digestivas são acompanhadas e recebem tratamento
adequado para essas complicações. Atualmente estima-se que um milhão de pessoas
infectadas nas Américas pelo trypanosoma cruzi. Entre 2008 e 2017, foram registrados
casos confirmados da Doença de Chagas aguda na maioria dos Estados brasileiros, cerca
de 95% dos casos se concentrava na região Norte, com 83%dos casos no Pará. Causa
uma elevada mortalidade e representa uma das quatro maiores causas de mortes por
doença infecciosa e parasitária no Brasil.
As pesquisa científicas são necessárias para estar da humanidade, os animais ainda são
os modelos mais parecidos com os humanos para desenvolver estudos científicos e
tecnológicos em saúde
É preciso pensar no custo-benefício das pesquisas em saúde para toda a população. A
ciência de animais de laboratório em todo mundo é regida atualmente pelos princípios dos
3Rs, é uma sigla em inglês, inspirada nos conceitos de sustentabilidade ambiental, seus
principais objetivos são redução, refinamento e substituição. Resumidamente significam, a
redução do número de animais utilizados na pesquisa, a melhora na conduta dos estudos,
no sentido de minimizar o sofrimento ao mínimo possível.
Essa é a teoria que orienta os cientistas a buscarem diminuir o número de animais
utilizados e aprimorar as técnicas de modo a não repetir experimentos desnecessariamente,
nem refazer procedimentos, além de buscar o modelo mais adequado para cada tipo de
experimento, e substituir o uso de cobaia sempre que possível, por um método alternativo
disponível. Os animais usados em pesquisas científicas vivem em ambientes especiais,
chamados biotérios, que tentam imitar o ambiente em que o animal vive na natureza. Vários
países apresentam legislações específicas para o uso de animais em pesquisas. No Brasil,
a Lei Arouca regulamenta o uso de animais em pesquisas no país, criando o Conselho
Nacional de Experimentação Animal, o CONCEA, ligado ao Ministério da Ciência e
Inovação. O Concea tem como competência expedir e fazer cumprir normas relativas à
utilização de animais com finalidade de ensino e pesquisa científica, credenciar instituições
brasileiras para esses fins e monitorar e avaliar a introdução de técnicas que substituam o
uso de animais em ensino e pesquisa. A impedição do uso de animais em testes, tornaria
sem valor os resultados obtidos por meio dessas pesquisas. Cape a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA), verificar a apresentação de dados que comprovem a
segurança e registrar os produtos, que eventualmente tenham passado por testes em
animais. Todo projeto de pesquisa no Brasil, tem que passar por um comitê de ética para a
aprovação, esses comitês são os CEUAs, fiscalizados pela própria instituição. A utilização
de animais em pesquisas é necessária para o bem das pesquisas científicas, para garantir
segurança em seus resultados, porém o seu uso deve ser substituído quando necessário.

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