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EDUCAÇÃO MÉDICA
Pediatria
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EDUCAÇÃO MÉDICA
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EDUCAÇÃO MÉDICA
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SUMÁRIO
Infecções Congênitas.................................................................................................. 06
Sífilis ....................................................................................................................... 06
Manifestações clínicas da sífilis congênita.................................................... 06
Sífilis congênita precoce ................................................................................... 06
Sífilis congênita tardia ........................................................................................ 07
Diagnóstico........................................................................................................... 08
Valores de exame liquórico em RN com suspeita de neurossífilis........... 09
Tratamento ............................................................................................................ 09
Seguimento........................................................................................................... 10
Toxoplasmose congênita ................................................................................... 10
Quadro clínico........................................................................................................... 10
Diagnóstico........................................................................................................... 11
Avaliação complementar.................................................................................... 12
Tratamento ............................................................................................................ 12
Fluxograma geral de decisão sobre a abordagem inicial de RN
assintomático com suspeita de toxoplasmose congênita ......................... 13
Citomegalovírus ................................................................................................... 14
Diagnóstico........................................................................................................... 14
Característica da infecção congênita ............................................................. 15
Exames complementares para recém-nascidoscom infecção
congênita............................................................................................................... 15
Tratamento ............................................................................................................ 16
Rubéola.................................................................................................................. 16
Diagnóstico........................................................................................................... 16
Tratamento ............................................................................................................ 17
Prevenção ............................................................................................................. 17
Hipoglicemia .................................................................................................................. 18
Diagnóstico............................................................................................................... 18
Manifestações clínicas ....................................................................................... 19
Manejo ................................................................................................................... 19
Hiperglicemia ................................................................................................................. 20
Diagnóstico........................................................................................................... 20
Tratamento ........................................................................................................... 20
Aleitamento Materno .................................................................................................... 22
Repercurssões do aleitamento materno ........................................................ 24
Amamentação em livre demanda..................................................................... 24
Ordenha de leite.................................................................................................. 25
Pasos da ordenha manual com técnica correta ....................................... 26
Alimentação complementar............................................................................... 26
Esquema alimentar para crianças menores de
anos que estão em aleitamento materno.................................................... 27
Crescimento e Desenvolvimento............................................................................... 28
O crescimento intrauterino......................................................................................... 28
Peso ao nascer .................................................................................................... 28
O crescimento pós-natal ................................................................................... 29
Avaliação do crescimento ................................................................................. 29
Pontos de corte ................................................................................................... 30
Recomendações para situações de desvio de crescimento................ 31
Desenvolvimento ................................................................................................. 32
Acompanhamento e evolução do desenvolvimento .................................... 32
Aspectos do desenvolvimento da criança
de 0 a 10 anos..................................................................................................... 33
Avaliação do desenvolvimento:
orientação para a tomada de decisão ............................................................ 33
Neonatologia.................................................................................................................. 34
Síndrome da aspiração meconial .................................................................... 34
Manifestações clínicas ....................................................................................... 34
Diagnóstico........................................................................................................... 34
Tratamento ............................................................................................................ 34
Doença da membrana hialina............................................................................................ 35
Quadro clínico...................................................................................................... 35
Critérios diagnósticos ........................................................................................ 35
Tratamento ............................................................................................................ 35
Taquipneia transitória do recem-nascido....................................................... 35
Quadro clínico ..................................................................................................... 35
Tratamento ............................................................................................................ 35
Reanimação neonatal ......................................................................................................... 36
Sepse neonatal.............................................................................................................. 37
Diagnóstico........................................................................................................... 37
Tratamento ............................................................................................................ 38
Triagem neonatal........................................................................................................... 39
Os 4 exames da triagem neonatal ................................................................ 39
Icterícia ............................................................................................................................ 40
Hiperbilirrubinemia indireta neonatal............................................................... 40
Doenças hemolíticas .......................................................................................... 40
Deficiência ou inibição da conjugação de bilirrubina.................................. 40
Diagnóstico........................................................................................................... 40
Avaliação da icterícia ......................................................................................... 40
Tratamento .......................................................................................................... 40
Parasitose intestinal ..................................................................................................... 43
Diagnóstico........................................................................................................... 44
Agentes etiológicos ............................................................................................ 45
Doses e indicações antiparasitários ............................................................... 53
Crescimento e desenvolvimento puberal.......................................................................... 54
Puberdade feminina / masculina...................................................................... 55
Maturação sexual................................................................................................. 56
Avaliação do crescimento ................................................................................. 57
Atraso puberal...................................................................................................... 59
Puberdade precoce central........................................................................................ 60
Diagnósticos............................................................................................................. 60
Tratamento ............................................................................................................ 62
Obesidade na adolescência....................................................................................... 63
Atividade física ..................................................................................................... 64
Diarreia ............................................................................................................................ 65
Causas .................................................................................................................. 65
Avaliação clínica .................................................................................................. 66
Cuidados com a alimentação ........................................................................... 70
Terapias ................................................................................................................. 71
Intussuscepção intestinal............................................................................................ 75
Diagnóstico........................................................................................................... 75
Terapêutica ........................................................................................................... 77
Cetoacidose diabética................................................................................................. 79
Fisiopatologia ....................................................................................................... 79
Manifestações clínicas ....................................................................................... 80
Tratamento ............................................................................................................ 81
Complicações ......................................................................................................... 83
Questões .......................................................................................................................... 84
Gabarito ............................................................................................................................ 105
PEDIATRIA
PEDIATRIA
INFECÇÕES
CONGÊNITAS
miológica criteriosa da situação materna e da
SÍFILIS
avaliação clínico-laboratorial e estudos de
imagem na criança. Mais da metade das crian-
A
sífilis congênita ocorre pela disseminação
ças são assintomáticas ao nascimento, e,
hematogênica do T. pallidum da mãe para o
feto, predominantemente por via transpla- naquelas com expressão clínica, os sinais e
centária. A sífilis congênita é evitável quando se sintomas são discretos ou pouco específicos.
identificam e se tratam adequada e oportunamente Não existe uma avaliação complementar para
a gestante infectada e suas parcerias sexuais.
determinar com precisão o diagnóstico da
infecção na criança, então deve ser feito base-
MANIFESTAÇÕES ado nos critérios clínicos, epidemiológicos e
CLÍNICAS DA SÍFILIS laboratoriais.
CONGÊNITA
Além da prematuridade e do baixo peso ao
nascimento, as principais manifestações
clínicas são: hepatoesplenomegalia, lesões
SÍFILIS CONGÊNITA
cutâneas (como por exemplo, pênfigo palmo-
PRECOCE
-plantar, condiloma plano), periostite ou oste-
íte ou osteocondrite (com alterações caracte-
A sífilis congênita precoce se manifesta até
rísticas ao estudo radiológico), -
o segundo ano de vida, e deve ser diagnosti- -
cada por meio de uma avaliação epide-
06
pseudoparalisia dos membros, sofrimento A sífilis congênita tardia surge após o
respiratório com ou sem pneumonia, rinite segundo ano de vida, as principais manifes-
sero-sanguinolenta, icterícia, anemia e tações clínicas incluem: tíbia em “lâmina de
linfadenopatia generalizada (principalmen- sabre”, articulações de Clutton, fronte “olím-
te epitroclear). Outras características clíni- pica”, nariz “em sela”, dentes incisivos
cas incluem: petéquias, púrpura, fissura
peribucal, síndrome nefrótica, hidropsia,
edema, convulsão e meningite. Entre as
alterações laboratoriais, incluem-se:
anemia, trombocitopenia, leucocitose (po-
dendo ocorrer reação leucemoide, linfocito-
se e monocitose) e leucopenia
SÍFILIS CONGÊNITA
TARDIA
07
PEDIATRIA
PEDIATRIA
- -
- -
08
B – Para todos os RN de mães adequadamente tratadas, reali-
zar o teste não treponêmico (ex.: VDRL) em amostra de
sangue periférico do RN. Se reagente e com titulação maior do
VALORES DE EXAME LIQUÓRICO EM RN que a materna, e/ou na presença de alterações clínicas, reali-
zar hemograma, radiografia de ossos longos e análise do LCR.
COM SUSPEITA DE NEUROSSÍFILIS
B1 – Presença de alterações
Leucócitos >25 células mm3 > 5 células/mm3
clínicas e/ou radiológicas e/ou
Esquema A1
hematológicas, sem altera-
ções liquóricas.
Proteínas >150 mg/dL >40 mg/dL
B2 – Presença de alteração Esquema A2
liquórica.
VDRL Reagente Reagente
C – Para RN de mães adequadamente tratadas, realizar o
teste não treponêmico em amostra de sangue periférico do
RN.
C1 – Se o RN for assintomático
Todos os RN nascidos de mães com diag-
e o teste não treponêmico for
nóstico de sífilis na gestação ou no parto, ou na não reagente, proceder apenas
suspeita clínica de sífilis congênita, devem realizar ao seguimento clínico-labora- Penicilina G benzatina, IM, na
torial. Na impossibilidade de dose única de 50.000 UI/kg.
a investigação para sífilis congênita, mesmo nos garantir o seguimento, deve-
casos de mães adequadamente tratadas, devido à -se proceder ao tratamento do
possibilidade de falha terapêutica durante a gesta- RN.
ção. C2 – Se o RN for assintomático
Esquema A1 (sem alterações
e o teste não treponêmico for
de LCR).
reagente, com título igual ou
A – Para todos os RN de mães com sífilis não tratada ou inade- menor que o materno, acom- Esquema A2 (com alterações
quadamente tratada, independentemente do resultado do teste panhar clinicamente. Na no LCR).
não treponêmico (ex.: VDRL) do RN, realizar: hemograma, radio-
impossibilidade do seguimento Esquema A3 (penicilina G
grafia de ossos longos e punção lombar*, além de outros
clínico, investigar e tratar de benzatina + seguimento
exames, quando houver indicação clínica.
acordo com alterações liquóri- obrigatório, se exames
cas.
SITUAÇÃO ESQUEMA PROPOSTO
Fonte: DDAHV/SVS/MS.
Penicilina cristalina, na dose de
50.000 UI/kg/dose, IV, a cada * Na impossibilidade de realização de punção lombar, tratar o
A1 – Presença de alterações 12 horas (nos primeiros 7 dias caso como neurossífilis.
clínicas e/ ou imunológicas de vida) e a cada 8 horas (após
e/ou radiológicas e/ou hema- 7 dias de vida), durante 10 dias; A - Níveis liquóricos treponemicidas de penicilina não são
tológicas OU Penicilina G procaína 50.000 alcançados em 100% dos casos quando utilizada a penicilina
UI/kg, dose única diária, IM,
G procaína, justificando o uso da penicilina cristalina.
durante 10 dias.
09
PEDIATRIA
PEDIATRIA
SEGUIMENTO
10
No entanto, não é comum. Podem ser encon-
trados nos primeiros meses de vida, ou haver surgi- DIAGNÓSTICO
mento de sequelas da doença previamente não diag-
nosticada apenas na adolescência ou na idade
Anticorpos de classe IgM não atravessam a
adulta.
barreira placentária e, portanto, são indicativos de
toxoplasmose congênita quando encontrados no RN,
As alterações mais encontradas são: no entanto os testes sorológicos para detecção de
IgM antitoxoplasma, que idealmente devem ser confir-
• Retinocoroidite
mados em sangue periférico em torno de 2 a 5 dias de
• Hepatoesplenomegalia. vida, podem detectar no máximo 75% dos RNs infec-
tados, independentemente da presença de sinais ou
• Linfadenopatia. sintomas.
• Estrabismo.
• Crises convulsivas.
• Hidrocefalia.
• Calcificações cerebrais.
• Macro ou microcefalia.
• Prematuridade.
• Distermias.
• Sangramentos.
• Erupção cutânea.
Na ausência de IgM e/ou IgA ao nascimento, o
diagnóstico de toxoplasmose congênita pode ser feito
Sequelas tardias são muito frequentes na por meio do acompanhamento periódico dos títulos de
toxoplasmose congênita não tratada. Mesmo entre IgG antitoxoplasma ao longo do primeiro ano de vida,
RNs assintomáticos ao nascimento, estima-se que observando-se a persistência da positividade da IgG
85% apresentarão cicatrizes de retinocoroidite nas após o desaparecimento da IgG materna.
primeiras décadas de vida, e 50% evoluirão com
anormalidades neuroló- gicas. As sequelas são ainda Nas crianças não infectadas, o título dos anti-
mais frequentes e mais graves nos RNs que já apre- corpos IgG diminui gradativamente, até que ocorra
sentam sinais ao nascer, com acometimento visual negativação em torno de 1 ano de vida.
em graus variados, retardo mental, crises convulsi-
vas, anormalidades motora e surdez.
11
PEDIATRIA
PEDIATRIA
TRATAMENTO
12
FLUXOGRAMA GERAL DE DECISÃO SOBRE A ABORDAGEM INICIAL
DE RN ASSINTOMÁTICO COM SUSPEITA DE TOXOPLASMOSE CONGÊNITA:
FN Assintomático
Toxoplasmose materna
Toxoplasmose materna possível
comprovada ou provável Sorologias maternas
inconclusivas
CRIANÇA INFECTADA
Tratamento duarante
1 ano
CRIANÇA INFECTADA
Tratamento duarante
1 ano
Na descontinuidade do tratamento
pela negativação dos anticorpos IgG,
2 Sorologias subsequentes repetir a sorologia em 1 mês.
CRIANÇA NÃO INFECTADA Repetir sorologias a cada 2 meses
negativas
13
PEDIATRIA
PEDIATRIA
CITOMEGALOVÍRUS
O citomegalovírus (CMV) é um vírus da família
Herpesviridae, do grupo do Herpes vírus, o qual
fazem parte o vírus herpes simples tipo 1 e 2; o vírus
Epstein-Bar; varicela zoster e herpesvírus humano
tipo 6 e 7.
Perinatal:
Intraparto ou Perinatal precoce
DIAGNÓSTICO
14
gestação que previna ou reduza a chance de ocor- EXAMES COMPLEMENTARES
rência da doença no feto. Além disso, em aproxima- PARA RECÉM-NASCIDOS COM
damente 90 a 95% das gestantes brasileiras são
INFECÇÃO CONGÊNITA
detectados anticorpos IgG anti-CMV.
• Calcificações periventriculares.
• Trombocitopenia. Outros exames:
• Aminotransferases séricas aumen- Hemograma completo com contagem de
tadas. plaquetas, bilirrubina total e frações,
• Perda auditiva neurossensorial. transaminases séricas, exame liquórico:
celularidade, proteinorraquia, glicorra-
RN sintomáticos ao nascer usualmente apre-
quia e pesquisa do DNA do CMV.
sentam mau prognóstico. Cerca de 90% podem
evoluir com sequelas neurológicas e 50 a 70% com
surdez neurossensorial bilateral e profunda. Dentre
os RN com infecção sintomática leve a moderada, 25
a 35% poderão ter algum grau de comprometimento
neurológico. Embora a grande maioria dos RN seja
assintomática ao nascimento, entre 5 e 15% podem
ter anormalidades tardias, meses a anos após o
nascimento, principalmente surdez neurossensorial,
que pode ser bilateral em até 50% dos casos.
15
PEDIATRIA
PEDIATRIA
16
Isolamento do vírus :
Pode ser realizado a partir de secreções
nasais, sangue, urina e líquor com inocula-
ção em cultura celular.
TRATAMENTO
PREVENÇÃO
Fontes:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_recem_
nascido_%20guia_profissionais_saude_v2.pdf
http://www.saude.pr.gov.br/modules/conteudo/
conteudo.php?conteudo=526
http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:BiV
N-zMS4J4J:www.aids.gov.br/pt-br/pub/2015/protocolo-
clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-atencao-integral-
pessoas-com-infeccoes+&cd=3&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br)
17
PEDIATRIA
PEDIATRIA
HIPOGLICEMIA
A
hipoglicemia pode ser definida como
níveis de glicose plasmática inferiores a Aumento da utilização de glicose :
45mg/dL ou do sangue total abaixo de Por exemplo: macrossomia, portadores de
40mg/dL em RN a termo ou RN prematuros.
eritroblastose fetal, hiperinsulinismo con-
A glicemia fetal corresponde a 2/3 dos gênito.
níveis maternos. Atinge seu valor mais baixo ao
redor de 2h após o nascimento. Usualmente a
glicemia com 3 a 4h de vida encontra-se em 60 –
Diminuição de reservas :
70mg/dL. O distúrbio do metabolismo da glicose Quando os níveis de insulina são normais e
é uma das intercorrências mais frequentes em
as reservas de glicose diminuídas. É
neonatologia. Recém-nascidos apresentam risco
aumentado de hipoglicemia em relação aos adul- frequente no RN prematuro e no pequeno
tos, devido à elevada taxa de utilização de glicose para a idade gestacional (PIG). Quando o RN
em função de possuírem uma massa cerebral
é pré-termo e PIG, a incidência de hipoglice-
proporcionalmente maior com relação ao tama-
nho corporal. mia chega a 67%.
18
MANIFESTAÇÕES MANEJO
CLÍNICAS
Nos RNs assintomáticos com glicemia baixa
(entre 25 e 45mg/dL), alimentar a criança, preferen-
As manifestações clínicas são inespecíficas. cialmente com leite materno. Repetir a dosagem da
Em muitos casos a hipoglicemia é assintomática. glicemia em 30 – 60 minutos.
Quando é sintomática, pode se manifestar por
tremores, hipotonia, irritabilidade, letargia, torpor, Nos RNs sintomáticos ou com glicemia inferior
crises de apneia, cianose, bradicardia, taquipneia, a 25mg/dL, infundir solução de 2mL/ kg de soro glico-
sucção ausente ou débil, hipotermia, crises convulsi- sado a 10% a uma velocidade de 1mL/min, por via
vas. endovenosa, o que corresponde a 200mg/kg de glico-
se. Após a infusão, manter oferta endovenosa contí-
nua de glicose a uma velocidade de 6 – 8mg/kg/min.
A glicemia deve ser avaliada novamente 30 minutos
após a infusão do bolus de glicose, e depois a cada
hora com glicofita, até que os níveis se mantenham
estáveis e adequados.
19
PEDIATRIA
PEDIATRIA
HIPERGLICEMIA
A
hiperglicemia pode ser definida como valores
de glicemia plasmática superiores a 145mg/Dl. TRATAMENTO
É frequentemente encontrada em RNs prematu-
ros com extremo baixo peso (< 1.000g), os quais cos- Deve-se diminuir gradualmente a oferta de
tumam apresentar intolerância a infusões endoveno- glicose, com reduções em torno de 2mg/kg/ min
sas de glicose. (3g/kg/dia) até a normalização da glicemia ou
quando se atingir 4mg/kg/min (5 a 6g/ kg/dia).
A situações clínicas com risco de desenvolver
hiperglicemia são: Iatrogenia, (excesso de oferta), Quando a redução da oferta de glicose e o
estresse (comum nas infecções), hipóxia, uso de aumento da oferta de proteína não são suficientes
drogas hiperglicemiantes, diabetes mellitus neonatal para a correção da hiperglicemia, pode-se utilizar
transitório. infusão de baixas doses de insulina regular. A infusão
deve ser muito cuidadosa, com doses sugeridas de
0,01 a 0,03UI/kg/hora.
DIAGNÓSTICO
20
21
PEDIATRIA
PEDIATRIA
ALEITAMENTO
MATERNO
A
amamentação além de nutrir, contribui para o
desenvolvimento cognitivo e emocional, promo-
ve o vínculo afetivo entre mãe e filho, e auxilia na Aleitamento Materno :
defesa da criança diante de infecções.
Quando a criança recebe leite materno
O ministério da saúde adota as seguintes definições (direto da mama ou ordenhado), indepen-
de aleitamento materno (AM), preconizadas pela
OMS, e reconhecidas em todo o mundo: dentemente de estar recebendo ou não
outros alimentos.
22
MANEJO
23
PEDIATRIA
PEDIATRIA
24
Pontos-chave da pega adequada :
ORDENHA DO LEITE
25
PEDIATRIA
PEDIATRIA
26
Além disso, no sexto mês de vida a criança já
ESQUEMA ALIMENTAR PARA CRIANÇAS
tem desenvolvidos os reflexos necessários para a MENORES DE 2 ANOS QUE ESTÃO EM
deglutição, como o reflexo lingual, já manifesta excita- ALEITAMENTO MATERNO
ção à visão do alimento, já sustenta a cabeça, facili-
tando a alimentação oferecida por colher, e tem-se o De 6 a 7 meses De 8 a 12 meses A partir de 12 meses
início da erupção dos primeiros dentes, o que facilita
•Aleitamento mater- • Aleitamento mater- •Aleitamento mater-
na mastigação. no sob livre deman- no sob livre demanda no sob livre deman-
da da
• 1 papa de frutas no
A alimentação complementar deve prover • 1 papa de frutas no meio da manhã •1 refeição pela
suficientes quantidades de água, energia, proteínas, meio da manhã manhã (mingau ou
• 1 papa salgada no leite batido com
gorduras, vitaminas e minerais, por meio de alimentos • 1 papa salgada no final da manhã fruta)
final da manhã
seguros, culturalmente aceitos, economicamente • 1 papa de frutas no • 1 fruta
acessíveis e que sejam agradáveis à criança. • 1 papa de frutas no meio da tarde
meio da tarde • 1 refeição básica da
• 1 papa salgada no família no final da
A Organização Mundial da Saúde (OMS) final da tarde manhã
MANEJO Fontes:
27
PEDIATRIA
PEDIATRIA
CRESCIMENTO E
DESENVOLVIMENTO
O
crescimento é um processo dinâmico e contí-
nuo, expresso pela alteração da forma e tama- PESO AO NASCER
nho. Deve ser estudado desde o crescimento
intrauterino, pois estudos atestam que alterações no O peso ao nascer é o indicador que melhor
crescimento fetal e infantil podem ter efeitos perma- retrata o que ocorre durante a fase fetal. O recém-
nentes na saúde do adulto. O processo de crescimen- -nascido (RN) com peso ao nascer menor que
to é influenciado por fatores intrínsecos (genéticos) e 2,500g é classificado genericamente de baixo peso
extrínsecos (ambientais), entre os quais se destacam a ao nascer (BPN). O BPN pode ser decorrente de
alimentação, a saúde, a higiene, a habitação e os prematuridade (<37 semanas completas de gesta-
cuidados gerais com a criança, que atuam acelerando ção) e/ou déficit de crescimento intrauterino (RCIU).
ou restringindo tal processo.
O CRESCIMENTO
O CRESCIMENTO
INTRAUTERINO
PÓS-NATAL
O período de crescimento intrauterino é de vital
A velocidade de crescimento pós-natal é
importância para o ser humano. É o período de maior
especialmente elevada nos dois primeiros anos de
velocidade de crescimento, principalmente até a 12ª
vida, com declínio acentuado até o final da fase
semana de gestação, quando os principais órgãos
pré-escolar (5-6 anos de idade). No 1º ano a criança
estão sendo formados. E é quando os riscos externos
cresce em torno de 24 cm e ganha em torno de 6 kg,
de agressão são maiores, mais graves e com repercus-
e no 2º ano, cresce em torno de 12 cm e ganha mais
sões mais generalizadas. Podemos citar os agentes
ou menos 2,5 kg. Este é o período mais vulnerável
infecciosos, a mal nutrição materna, o tabagismo e o
aos distúrbios de crescimento. Nesse período, frente
uso de outras drogas, a insuficiente irrigação placentá-
a situações adversas, a velocidade de crescimento
ria, as enfermidades maternas, entre outros.
pode diminuir ou até mesmo ser interrompida. Porém,
a capacidade de recuperação é grande também. Até
por isso, a vigilância em relação à saúde da criança
no período que vai do nascimento até os cinco anos
de idade deve ser constante e englobar questões
que dizem respeito às condições e qualidade de vida
às quais a criança esteja submetida.
28
A partir da fase escolar, a velocidade de cres-
cimento é praticamente constante, de 5 a 6 cm/ ano,
até o início do estirão da adolescência, que nas meni-
nas ocorre em torno dos 11 anos e nos meninos, em
torno dos 13 anos.
AVALIAÇÃO DO
CRESCIMENTO
29
PEDIATRIA
PEDIATRIA
30
COMPRIMENTO/ALTURA PARA A IDADE PARA
CRIANÇAS MENORES DE 10 ANOS RECOMENDAÇÕES PARA
SITUAÇOES DE DESVIO NO
DIAGNÓSTICO
VALORES CRÍTICOS
NUTRICIONAL CRESCIMENTO
Escore z > +2 Comprimento/altura
Percentil ≥ 3 adequado para
Escore z ≥ -2 e +2
a idade Sobrepeso ou obesidade:
Comprimento/altura
Percentil ≥ 0.1 e < 3 Escore z ≥ -3 e < -2 baixo para • Verificar a existência de erros alimen-
a idade
tares, identificar a dieta da família e orientar
Comprimento/altura
Percentil < 0,1 Escore z < -3 muito baixo para a mãe ou o cuidador a administrar à criança
a idade
uma alimentação mais adequada.
Fonte: BRASIL, 2008a.
• Verificar as atividades de lazer das
PESO PARA A IDADE PARA CRIANÇAS crianças, como o tempo em frente à televi-
MENORES DE 10 ANOS são e ao videogame, estimulando-as a reali-
VALORES CRÍTICOS
DIAGNÓSTICO zar passeios, caminhadas, andar de bicicleta,
NUTRICIONAL
praticar jogos com bola e outras brincadei-
Obesidade grave
Percentil > 99,9 Escore z > +3
(acima de 5 anos) e ras que aumentem a atividade física.
obesidade (de 0 a
5 anos)
• Encaminhar a criança para o NASF, se
Obesidade
(acima de 5 anos) e tal possibilidade estiver disponível.
Percentil > 97 e 99,9 Escore z +2 e +3
sobrepeso (de 0 a
5 anos) • Realizar a avaliação clínica da criança
Sobrepeso (acima
de 5 anos) e risco de
Percentil > 85 e 97 Escore z > +1 e < +2
sobrepeso (de 0 a
5 anos) Magreza ou peso baixo para a idade:
• Investigue possíveis causas, com
Percentil ≥ 3 e 85 Escore z ≥ -2 e +1 IMC adequado
- atenção especial para a alimentação, para as
-
intercorrências infecciosas, os cuidados com
Percentil ≥ 0,1 e < 3 Escore z ≥ -3 e < -2 Magreza
- a criança, o afeto e a higiene.
31
PEDIATRIA
PEDIATRIA
ASPECTOS DO DESENVOLVIMENTO DA
DESENVOLVIMENTO CRIANÇA DE 0 A 10 ANOS
Reflexos:
Crescimento e desenvolvimento fazem parte do
mesmo processo, porém exigem abordagens diferen- • Apoio plantar, sucção e preensão
palmar: desaparecem até o 6º mês.
tes e específicas para sua percepção, descrição e
avaliação. • Preensão dos artelhos (tornozelo):
desaparece até o 11º mês.
Na estrutura fisiológica humana, o que é inato • Reflexo cutâneo plantar: obtido pelo
estímulo da porção lateral do pé. No
não é suficiente para produzir um indivíduo sem a parti- recém-nascido, desencadeia extensão
cipação do meio ambiente. Tudo em um ser humano do dedo grande do pé. A partir do 13º
mês, ocorre flexão do dedo grande do
(suas características, seus modos de agir, pensar, pé. A partir desta idade, a extensão é
15 dias
sentir, seus valores, etc.) depende da sua interação patológica.
com o meio social em que vive. Portanto, o desenvolvi-
• Reflexo de Moro: medido pelo
mento da criança será sempre mediado por outras procedimento de segurar a criança
pessoas, pelas famílias, pelos profissionais de saúde, pelas mãos e liberar bruscamente os
seus braços. Deve ser sempre
da educação, entre outros, que delimitam e atribuem simétrico. É incompleto a partir do 3º
significados à sua realidade. mês e não deve existir a partir do 6º
mês.
A criança deve atravessar cada estádio segun- • Entre o 2º e o 4º mês: fica de bruços,
levanta a cabeça e os ombros.
do uma sequência regular, ou seja, os estádios de 2 meses
desenvolvimento cognitivo são sequenciais. Se a crian- • Em torno dos 2 meses: início da
ampliação do campo de visão
ça não for estimulada ou motivada no devido momento, (visualiza e segue objetos com o
ela não conseguirá superar o atraso do seu desenvolvi- olhar).
mento. Afinal, o desenvolvimento infantil se dá à • Aos 4 meses: preensão voluntária
medida que a criança vai crescendo e vai se desenvol- das mãos.
vendo de acordo com os meios onde vive e os estímu- • Entre o 4º e o 6º mês: vira a cabeça
los deles recebido. 4 meses na direção da voz/som.
32
• Em torno dos 6 meses: inicia-se a • A partir dos 10 anos ocorrem
noção de “permanência do objeto”.* mudanças relacionadas com a
10 anos puberdade e há um “esticão” no
• A partir do 7º mês: senta-se sem crescimento (nas meninas, por volta
6 meses
apoio. dos 11 anos, nos meninos, por volta
dos 13).
• Entre o 6º e o 9º mês: arrasta-se,
gatinha. Fonte: COLL; PALÁCIOS; MARCHESI, 1995; REGO, 1999; ZAVASCHI
et al., apud DUNCAN et al., 2004; REESE, 2000; NEWCOMBE, 1999;
• Entre 9 meses e 1 ano: gatinha ou PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2000 (com adaptações)
anda com apoio.
9 meses
• Por volta do 10º mês: fica de pé sem * Noção de permanência do objeto: capacidade de perceber que os
apoio. objetos que estão fora do campo visual continuam a existir. Por
volta dos 12 meses de idade, esta habilidade está completamente
• Por volta dos 12 meses: possui a desenvolvida na maioria dos bebés.
acuidade visual de um adulto.
12 meses
• Entre 1 ano e 1 ano e 6 meses: anda AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO:
sozinho. ORIENTAÇÃO PARA A TOMADA DE DECISÃO
• Entre 1 ano e 6 meses a 2 anos: corre
15 meses ou sobe degraus baixos. Impressão
Dados de avaliação diagnóstico Conduta
33
PEDIATRIA
PEDIATRIA
NEONATOLOGIA
SÍNDROME DA ASPIRAÇÃO MECONIAL
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
O RN apresenta-se com taquidispnéia, cianose,
retração costal, hiperinsuflação do tórax. A ausculta TRATAMENTO
revela roncos e estertores em todo o tórax.
Cuidados gerais: prover calor, líquidos, corrigir
hipoglicemia, hipercapnia e hipoxemia. No RN com
DIAGNÓSTICO
líquido amniótico meconial que apresenta apneia,
respiração irregular e/ou FC <100 bpm, iniciar a VPP
O diagnóstico é feito com o quadro clínico
com máscara facial e ar ambiente nos primeiros 60
respiratório sugestivo na presença de líquido amniótico
segundos de vida. Se após 30 segundos de ventila-
meconial e a radiografia de tórax que apoia o diagnósti-
ção efetiva, o neonato não melhora e há forte suspeita
co pode revelar infiltrados em placas não uniformes,
de obstrução de vias aéreas, pode-se indicar a retira-
com zonas de atelectasias e consolidação e aumento
da do mecônio residual da hipofaringe e da traqueia
do diâmetro antero-posterior.
sob visualização direta. A aspiração traqueal propria-
mente dita é feita através da cânula traqueal conecta-
da a um dispositivo para aspiração de mecônio e ao
aspirador a vácuo, com uma pressão máxima de 100
mmHg. Nessa situação, aspirar o excesso de mecônio
uma única vez. Durante a aspiração da traqueia deve
se oferecer oxigênio ao RN através de um cateter
posicionado próximo ao nariz do RN.
Fonte:
Sindrome de aspiração meconial- Faculdade de
medicina do Pará.
http://www.faculdademedicina.ufpa.br/doc/
Aspiracao%20de%20Meconio.pdf
Sociedade Brasileira de Pediatria.
http://wwws.sbp.com.br//reanimacao/
wp-content/uploads/2016/01/
Fonte: https://radiopaedia.org/cases/severe-meconium-aspiration-syndrome DiretrizesSBPReanimacaoRNMaior34semanas
26jan2016.pdf)
34
TAQUIPNEIA TRANSITÓRIA DO
DOENÇA DA MEMBRANA HIALINA
RECEM-NASCIDO
É caracterizado pela deficiência do surfactante Durante o processo de nascimento ocorrem
pulmonar. É comum em recém-nascidos prematuros, alterações cardiopulmonares importantes. Cessa a
geralmente antes de 28 semanas, mais prevalente no produção e secreção do líquido pulmonar, que é subs-
sexo masculino e filhos de mãe diabéticas. tituído por ar. A absorção do líquido pulmonar inicia-se
antes do nascimento, com o início do trabalho de
parto, por mecanismos ainda pouco conhecidos. Esti-
QUADRO CLÍNICO
ma-se que cerca de 70% do líquido seja reabsorvido
A deficiência do surfactante pulmonar gera o antes do nascimento. Durante a passagem pelo canal
colabamento dos alvéolos na expiração, necessitando de parto, são eliminados cerca de 5% a 10% do líqui-
de um grande esforço respiratório para “abrir” esses do pulmonar e o restante é absorvido nas primeiras
alvéolos na inspiração, o que gera um rápido esgota- horas de vida pelos vasos linfáticos e capilares pulmo-
mento físico no RN. nares. Existem algumas situações em que atrasa a
absorção do líquido, como por exemplo as cesáreas
sem trabalho de parto, asfixia perinatal, diabetes e
asma.
QUADRO CLÍNICO
O sinal mais característico é a taquipneia. O
desconforto inicia-se nas primeiras horas do nasci-
mento, melhorando a partir de 24 a 48 horas. A radio-
grafia de tórax permite fazer o diagnóstico através do
achados de congestão peri-hilar radiada e simétrica,
espessamento de cisuras interlobares, hiperinsuflação
pulmonar leve ou moderada e, ocasionalmente, discre-
ta cardiomegalia e/ou derrame pleural.
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICO
35
PEDIATRIA
PEDIATRIA
REANIMAÇÃO NEONATAL
D
iante de um recém-nascido (RN), realiza-se três Após realizar os primeiros passos para esta-
perguntas: gestação a termo? Respiração ou bilizar o RN, se apresentar FC >100 e respiração
choro presente? Tônus muscular em flexão? Se espontânea regular, avaliar as condições clínicas
ao menos uma das perguntas a resposta for negativa, gerais, e assim que possível deixa-lo junto da mãe,
deve-se conduzir o RN a mesa de reanimação, inician- ainda na sala de parto. Se não houver melhora dos
parâmetros respiratório e de frequência cardíaca
do a estabilização da seguinte forma: prover calor,
após a VPP com máscara, está indicada a intuba-
posicionar a cabeça em leve extensão, aspirar boca e ção. Quando a intubação não for possível, a másca-
narinas e secar. Esses passos devem ser executados ra laríngea é uma alternativa para manter a via aérea.
em até 30 segundos.
A massagem cardíaca está indicada se após
30 segundos de VPP com técnica adequada, a FC
estiver <60bpm. A massagem cardíaca diminui a
eficácia da VPP, e só deve ser iniciada quando
houver boa expansão e ventilação pulmonar. A com-
pressão cardíaca é realizada no terço inferior do
externo, onde se situa a maior parte do ventrículo
esquerdo.
36
SEPSE NEONATAL
A
sepse é uma síndrome caracterizada por
manifestações sistêmicas, devido a invasão Os principais fatores de risco relacionados à
de bactérias na corrente sanguínea. Em se sepse precoce são:
tratando de recém-nascido, a sepse se manifesta • Parto prematuro;
com choque frio, caracterizado por palidez, hipoter-
• Ruptura prolongada de membranas ovulares ( > 18
mia, moteamento da pele, vasoconstricção periféri-
h);
ca, oligúria e evidência de isquemia orgânica.
• Ruptura prematura de membranas ovulares;
Os critérios clínicos para sepse é um dos • Corioamnionite;
seguintes sinais sem outras causas reconhecíveis: • Bacteriúria;
febre (Tax > 38 °C), hipotermia (Tax < 36 °C), apnéia
• Colonização por Streptococcus do grupo Β (SGB);
e/ou bradicardia, além do não reconhecimento de
• Baixa idade materna ( < 20 anos);
infecção em outros sítios, concomitante ao uso de
antibióticos apropriados para sepse. • RN prévio com infecção por SGB.
37
PEDIATRIA
PEDIATRIA
Apnéias repetidas ( > 2 em 24h ), bradpnéia (Fr < 30), • Infecção do trato urinário (suspeita ou com-
taquipnéia (FR > 60), retrações esternais e subcos- provada) que não tenha sido tratada adequadamen-
tais, batimento de asa de nariz, cianose, aumento da te antes do início do trabalho de parto;
necessidade oxigênio e dos parâmetros do respira-
dor em RN previamente estável. • Infecções do trato genital no período
periparto;
TRATAMENTO
Geralmente se inicia com antibioticoterapia
empírica, devido a lentidão para o resultado das cultu-
ras, se baseia nos germes mais frequentes para o
período de acometimento. Em casos de sepse preco-
ce, há consenso no uso de Ampicilina associado a um
aminoglicosídio, pois os SGB e os demais germes
comuns neste período respondem bem a esse esque-
ma de amplo espectro. Na sepse tardia, a Oxacilina é
QUADRO CARDIOVASCULAR: uma opção terapêutica. A duração do tratamento
depende da evolução clínica. É importante atentar
Palidez cutânea, pele fria e sudoreica, hipotensão
(PA < 30 mmHg ou necessidade de uso de aminas para a infecção fúngica em RN prematuro de muito
para mantê-la acima deste nível), tempo de enchi- baixo peso, com o uso de cateter venoso, de bloquea-
mento capilar lentificado (> 2seg). dor H 2 , de antibioticoterapia prévia, de nutrição
parenteral prolongada, de ventilação mecânica,
quando apresentarem tempo prolongado de interna-
SINAIS DE SANGRAMENTO: ção e colonização no trato respiratório e gastrointesti-
Quadro sugestivo de coagulação intravascular nal por Cândida sp. O tratamento habitual com
disseminada. antifúngicos inclui o uso de anfotericina Β.
Fonte: http://www.sprs.com.br/sprs2013/bancoimg/
AVALIAÇÃO SUBJETIVA: 131210152124bcped_12_01_06.pdf
RN parece não estar bem. Sepse no período Neonatal -
http://books.scielo.org/id/wcgvd/pdf/moreira-97885
75412374-12.pdf
38
TRIAGEM NEONATAL
A
Triagem neonatal é um programa de rastrea-
mento populacional que tem como objetivo É um exame simples e rápido, que consiste em uma
geral identificar distúrbios e doenças no luz direcionada ao olho da criança a uma distância
recém-nascido, em tempo oportuno, para intervenção de 20 cm, e deve haver um reflexo vermelho, fenô-
adequada, garantindo tratamento e acompanhamento meno semelhante ao observado nas fotografias.
contínuo às pessoas com diagnóstico positivo, com Para que este reflexo possa ser visto, é necessário
que o eixo óptico esteja livre, isto é, sem nenhum
vistas a reduzir a morbimortalidade e melhorar a quali-
obstáculo à entrada e à saída de luz pela pupila,
dade de vida das pessoas. como por exemplo catarata, glaucoma congênito e
outros problemas. Isso significa que a criança não
tem nenhum obstáculo ao desenvolvimento da sua
visão. A recomendação é que o Teste do Olhinho seja
feito pelo pediatra logo que o bebê nasce.
TESTE DA ORELHINHA:
O Teste da Orelhinha ou “exame de emissões otoa-
cústicas evocadas” é o método mais moderno para
constatar problemas auditivos nos recém-nascidos.
O exame consiste na produção de um estímulo
sonoro e na captação do seu retorno através de uma
delicada sonda introduzida na orelhinha do bebê.
Este exame é feito ainda no hospital, com o bebê
dormindo, a partir de 48 horas de vida, e leva de 5 a
10 minutos. No caso de suspeita de alguma anorma-
lidade, o bebê será encaminhado para uma avalia-
ção otológica e audiológica completa.
TESTE DO CORAÇÃOZINHO:
O exame é capaz de detectar precocemente cardio-
OS 4 EXAMES DA TRIAGEM NEONATAL patias graves e diminui o percentual de recém-nas-
cidos que recebem alta sem o diagnóstico de proble-
mas que podem levar ao óbito ainda no primeiro
TESTE DO PEZINHO: mês de vida. Deve ser realizado entre 24 e 48h de
vida do recém-nascido, antes da alta hospitalar.
É o exame feito para identificar precocemente Realizar a oximetria de pulso em membro superior
indivíduos com doenças metabólicas, genéticas, direito e um dos membros inferiores. O resultado
enzimáticas e endocrinológicas, para que estes normal é uma saturação maior que 95% em ambos
possam ser tratados em tempo oportuno, evitando os membros verificados, e uma diferença menor que
as sequelas e até mesmo a morte. Deve ser realiza- 3% entre as medidas do membro superior direito e
do entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê. O Programa membro inferior.
Nacional de Triagem Neonatal tem em seu escopo
seis doenças: Fenilcetonúria, Hipotireoidismo
Congênito, Doença Falciforme e outras hemoglobi-
nopatias, Fibrose Cística, Hiperplasia Adrenal Fonte: Manual técnico de Triagem Neonatal
Congênita e Deficiência de Biotinidase. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/triagem_
neonatal_biologica_manual_tecnico.pdf
http://www.sbp.com.br/
TESTE DO OLHINHO:
http://portalms.saude.gov.br/saude-para-voce/
Este exame ainda não é obrigatório no SUS, e está saude-da-crianca/pre-natal-e-parto/exames-de-
disponível em algumas maternidades e hospitais. triagem-neonatal
39
PEDIATRIA
PEDIATRIA
A
ICTERÍCIA
icterícia é um dos problemas mais comuns
no período neonatal e é secundária a níveis
de bilirrubina indireta (BI) superiores a 1,5m-
g/dL ou de bilirrubina direta (BD) maior que 1,5mg/-
dL, desde que esta represente mais que 10% do
valor de bilirrubina total (BT). Clinicamente se
expressa como uma coloração amarelada da pele
quando os níveis sanguíneos do pigmento excedem
de 5 a 7 mg/dL.
HIPERBILIRRUBINEMIA INDIRETA
NEONATAL
• Hipotiroidismo congênito
• Hereditárias Imunes: incompatibilidade Rh
• Síndrome da icterícia pelo leite materno
(antígeno D), ABO, antígenos irregulares (c, e, E, Kell, outros)
Deficiências enzimáticas: deficiência de G-6-PD, piruvato- • Síndrome de Gilbert
-quinase, hexoquinase Distúrbios na membrana eritrocitária: • Síndrome de Crigler Najjar tipos 1 e 2
esferocitose, eliptocitose. Hemoglobinopatias: alfa-talasse-
mia.
DIAGNÓSTICO
• Adquiridas: Infecções bacterianas (sepse, infecção
urinária) ou virais. ´ Do ponto de vista laboratorial para a elucida-
ção diagnóstica devem-se obter:
• Coleções sanguíneas extravasculares: Hemor- • Bilirrubina total e frações indireta e direta
ragia intracraniana, pulmonar, gastrintestinal Cefalo-hemato- • Hemoglobina, hematócrito, morfologia de
ma, hematomas, equimoses.
hemácias, reticulócitos e esferócitos
• Policitemia: RN pequeno para a idade gestacional
• Tipagem sanguínea da mãe e RN – siste-
RN de mãe diabética Transfusão feto-fetal ou materno-fetal. mas ABO e Rh (antígeno D)
• Coombs direto no sangue de cordão ou
do RN
40
• Pesquisa de anticorpos anti-D (Coombs • Zona 1: Icterícia somente na face está associada a
valores de BI inferiores a 5mg/dL;
indireto) se mãe Rh (D ou Du) negativo .
• Pesquisa de anticorpos maternos para • Zona 2: Icterícia desde a cabeça até a cicatriz umbilical
corresponde a valores desde 5 até 12mg/dL.
antígenos irregulares (anti-c, anti-e, anti-E,
• Zona 3: Icterícia até os joelhos e cotovelos podem
anti-Kell, -outros) se mãe multigesta/transfusão
apresentar valores de 8 a 16mg/dL.
sanguínea anterior e RN com Coombs direto
• Zona 4: Icterícia em pernas e braços corresponde a
positivo.
valores de 10 a18 mg/dL.
• Dosagem sanguínea quantitativa de
• Zona 5: Icterícia em planta de pés e palma das mãos
glicose-6-fosfato desidrogenase.
apresentam valores acima de 15 mg/dL.
• Dosagem sanguínea de hormônio tireoi-
diano e TSH (teste do pezinho). TRATAMENTO
EXSANGUINEOTRANSFUSÃO
41
PEDIATRIA
PEDIATRIA
42
PARASITOSE INTESTINAL
A
s infecções por parasitas intestinais represen- A sintomatologia é bastante variável. Os qua-
tam um problema de saúde pública mundial, dros graves são mais comuns em pacientes desnutri-
de difícil solução. Têm alta prevalência em dos; imunodeprimidos; com neoplasias, portadores de
nosso país, principalmente na população pobre e em doenças do colágeno, anemia falciforme, tuberculose,
crianças, devido às precárias condições de sanea- esplenectomia prévia; ou naqueles em uso prolongado
mento básico, habitação e educação. de corticoides ou imunossupressores. Nos quadros
leves as manifestações são inespecíficas: anorexia,
Estudo realizado no Brasil (1988) revelou irritabilidade, distúrbios do sono, vômitos ocasionais,
prevalência de 55,3% em crianças, sendo que a náuseas, diarréia. “Manchas de pele” e “ranger de
maior parte era poliparasitada. A OMS estimou, em dentes” são relacionados popularmente com parasito-
1987, que mais de 900 milhões de pessoas no ses intestinais, sem no entanto, haver confirmação
mundo estavam parasitadas pelo Ascaris lumbricoi- científica.
des, 900 milhões por Ancilostomideos e 500 milhões
por Trichuris trichiura. Levantamento sobre prevalên- Crianças desnutridas podem apresentar
cia de parasitose intestinal em 18973 escolares (7 a anemia (ancilostomíase), hepatoesplenomegalia
14 anos) realizado em 2002 em algumas regiões de (esquistossomose), prolapso retal (tricocefalíase),
Minas Gerais (Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba, enterorragia (esquistossomose, amebíase) e obstru-
Noroeste de Minas e Sul/Sudoeste) mostrou que ção intestinal (ascaridíase). As parasitoses podem
82% dos escolares apresentavam exame parasitoló- favorecer o aparecimento ou agravamento da desnutri-
gico de fezes negativo, 15% eram monoparasitários e ção. Os mecanismos são:
3% poliparasitários. A prevalência de A. lumbricoides
foi de 10,3%, de T. trichiura 4,7%, de ancilostomídeos 1. lesão de mucosa (giárdia, necator,
2,9%, de Enterobius vermicularis 1,2%, de H. nana estrongilóides, coccidios);
0,4% e de Taenia sp de 0,2%. As maiores prevalên- 2. alteração do metabolismo dos sais biliares
(giárdia);
cias por regiões foram de 24,2% de T. trichiurus,
18,7% de A. lumbricoides e 12,1% para ancilostomí- 3. competição alimentar (áscaris);
deos. 4. exsudação intestinal (giárdia,
estrongilóides, necator, tricocéfalos);
5. favorecimento de proliferação bacteriana
(ameba);
6. sangramento (necator, tricocéfalos).
43
PEDIATRIA
PEDIATRIA
44
MÉTODOS PARA EXAME PARASITOLÓGICO DE FEZES
Faust Cistos
45
PEDIATRIA
PEDIATRIA
46
causando danos na arquitetura das vilosidades e
levando a um processo inflamatório. Na maioria dos
casos a infecção é assintomática, ou provoca diarréia
autolimitada. Nos imunodeprimidos o quadro é mais
grave e arrastado, cursando com síndrome de
má-absorção, adenite mesentérica, invasão do baço
e fígado e colecistite acalculosa.
O diagnóstico é feito pelo exame parasitológico de
fezes através da coloração de Ziehl-Neelsen ou de
Kinyoun modificada, ou pela análise de material
coletado pela biópsia de intestino delgado.
O tratamento é feito com
sulfametoxazol-trimetoprim por 10 dias, seguidos de
mais 20 dias com dose única profilática (metade da
dose). Outras opções: roxitromicina ou metronidazol,
ou pirimetamina associada a sulfadiazina.
CRIPTOSPORIDIOSE
O Cryptosporidium sp é um protozoário que pertence
à subclasse Coccidae, encontrado no intestino de
diversos animais. Foi considerado enteropatógeno
para o homem a partir de 1976, principalmente por
causar diarréias fatais em pacientes com a síndrome
de imunodeficiência adquirida (AIDS). Pode provocar
também infecções em pessoas imunocompetentes.
A transmissão é através da ingestão de água e
alimentos contaminados por oocistos. Localizam-se
no intestino delgado, os parasitas invadem os
enterócitos, onde se multiplicam, gerando danos à
morfologia dos mesmos, atrofia vilositária intestinal
e intenso infiltrado inflamatório na mucosa.
Na maioria dos infectados imunocompetentes a
infecção é assintomática, mas alguns podem ter
diarréia autolimitada. Em lactentes e pré-escolares
a diarréia persistente é uma manifestação possível.
Em imunodeprimidos, ocorre diarréia grave,
prolongada e recidivante, que pode cursar com
síndrome de má-absorção, perda de peso e evoluir
para o óbito. Pode cursar com colecistite, colangite
esclerosante, estenose de colédoco distal, hepatite
ou pancreatite. Para o diagnóstico utiliza-se
pesquisa de oocistos nas fezes pela coloração de MICROSPORIDIOSE
Ziehl-Neelsen ou da carbolfuccina de Kinyoun. A
biópsia da mucosa do intestino permite visibilização Os microsporídios são protozoários intracelulares
do protozoário no material coletado. O tratamento obrigatórios. A ordem dos microporídeos envolve
em imunocompetentes é a reidratação e medidas 100 gêneros já descritos, seis dos quais foram
gerais. Em imunodeficientes deve-se tentar encontrados parasitando o homem. O gênero
melhorar as condições imunológicas do paciente Enterocytozoon bieneusi é o mais encontrado em
(por exemplo, com o emprego de antiviral em todo o mundo. Localiza-se no intestino delgado,
pacientes com AIDS). Para tratamento da infecção os principalmente em portadores de imunodeficiência
melhores resultados estão sendo obtidos com (AIDS ou em indivíduos com transplante de órgãos),
azitromicina ou nitazoxanida ou paromomicina. porém pode ser encontrado em imunocompetentes.
Na maioria das vezes a infecção é assintomática ou
provoca uma diarréia autolimitada. Pode causar
infecção hepática, pancreática, renal, ocular e do
ISOSPORÍASE SNC. Em 2001, na cidade portuária de Antonina, no
Paraná, houve uma epidemia de diarréia aguda pelo
É causada pelo protozoário Isospora belli da parasita envolvendo mais de 600 casos. O
subclasse dos coccídeos. No Brasil têm sido diagnóstico pode ser feito com microscopia de luz e
descritos casos em Goiás, Espírito Santo e outros coloração pelo método tricrômio em fezes e outras
estados. Em portadores de AIDS a prevalência é de secreções humanas. Quando o quadro não é
2% e chega a 7% entre esses pacientes na presença autolimitado pode-se usar Albendazol. Nos
de diarréia. pacientes com AIDS o tratamento com
antiretrovirais melhora os sintomas causados pelo
A transmissão é através de água e alimentos parasita.
contaminados. O parasita se localiza no intestino
delgado, onde invade o enterócito e multiplica-se,
47
PEDIATRIA
PEDIATRIA
ASCARIDÍASE
BLASTOCISTOSE É causada pelo Ascaris lumbricoides. É a helmintíase
de maior prevalência no mundo acometendo cerca
A blastocitose é causada pelo Blastocystis hominis, de 30% da população mundial. A fêmea mede de 35 a
um comensal, mas que em indivíduos 40 cm, e o macho 15 a 30 cm de comprimento. O
imunodeprimidos pode provocar diarréia ou verme adulto vive no lúmen do intestino delgado do
sintomas gastrointestinais inespecíficos. Os homem. É um geo-parasita (possui fases de seu
métodos parasitológicos habituais não são desenvolvimento que são realizadas no solo). A
adequados para detectá-lo. Nos casos que não são fêmea elimina ovos fecundados com as fezes
autolimitados, têm sido usados o Metronidazol ou o (200.000/dia) que, em condições favoráveis sofrem
Iodoquinol. duas transformações larvárias em 20 dias. A
segunda delas é a forma infectante. A principal
forma de transmissão é a ingestão de ovos através
de água e alimentos contaminados, hábito de levar
as mãos e objetos sujos à boca, ou a pratica de
geofagia. Os ovos estão presentes no ar em regiões
de clima seco e quente, podendo ser inalados ou
deglutidos.
A maioria das crianças é assintomática. Os sintomas
geralmente ocorrem quando há uma infecção mais
numerosa de vermes ou larvas, ou localizações
migratórias anômalas. A passagem de larvas pelos
pulmões pode induzir um quadro de pneumonite
larvária, como a síndrome de Löeffler, na qual o
paciente apresenta-se com tosse seca ou produtiva,
sibilância, dispnéia, febre, eosinofilia, e infiltrado
parenquimatoso grosseiro e esparso à radiografia
do tórax. Sugere o diagnóstico o achado de larvas no
aspirado gástrico ou presença de ovos nas fezes 2 ou
3 meses após o quadro pulmonar. O tratamento é de
suporte e a cura espontânea ocorre em 1 a 2
semanas. Pode-se administrar corticóide sistêmico
em casos mais graves.
A passagem de larvas pelo sistema porta e pelo
fígado, em algumas crianças, pode ocasionar um
CICLOSPORÍASE quadro clínico semelhante ao que ocorre na larva
migrans visceral (toxocaríase). O verme adulto
É causada pelo Cyclospora cayetanensis, um provoca manifestações clínicas inespecíficas, como
coccídio intracelular, muito semelhante ao desconforto ou cólicas abdominais, náuseas e
Criptosporidium sp. Provoca diarréia e má-absorção carências nutricionais. A semi-obstrução intestinal
intestinal em pacientes imunodeprimidos. Em por Áscaris lumbricoides é um quadro grave,
pessoas imunocompetentes os sintomas são leves e ocorrendo geralmente em desnutridos. O paciente
autolimitados ou ausentes. A transmissão é apresenta cólicas, distensão abdominal, anorexia,
fecal-oral. A detecção nas fezes é feita pela vômitos biliosos, desidratação e, às vezes, diarréia
microscopia óptica e coloração de Ziehl-Neelsen no início do quadro. É comum a criança eliminar os
modificada ou Kinyoun. O aspirado duodenal e a vermes pela boca, pelas narinas ou pelo ânus, antes
biópsia intestinal são também utilizados no ou durante o quadro clínico. Ao exame físico,
diagnóstico. O tratamento preconizado é com palpa-se massa cilíndrica na região periumbilical ou
sulfametoxazol-trimetoprim, por 7 dias. próximo aos flancos.
Quando ocorre oclusão intestinal total ou íleo
adinâmico, os ruídos hidroaéreos desaparecem,
pode ocorrer isquemia de alça, necrose, perfuração
ou volvo do intestino. A radiografia do abdome pode
revelar o enovelamento dos vermes, sinais de
perfuração intestinal e níveis hidroaéreos no
48
PROTOCOLO PARA TRATAMENTO DE SEMI-OCLUSÃO
intestino delgado. As complicações que podem ocorrer INTESTINAL POR ÁSCARIS LUMBRICÓIDES
por migração do áscaris são: apendicite, pancreatite
hemorrágica (obstrução da ampola de Vater e do ductor PASSOS PARA O TRATAMENTO
de Wirsung); colestase e colangite (obstrução da ampola
de Vater e arvore biliar); abscesso hepático (ascensão
dos vermes para o interior do parênquima hepático); Hospitalização
asfixia (obstrução de vias aérea ou cânula traqueal).
O diagnóstico baseia-se na visibilização dos vermes Jejum
eliminados (por vômitos ou fezes) e detecção de ovos no
exame parasitológico de fezes (métodos de HPJ ou de Sonda nasogástrica para descompressão gástrica e adminis-
Kato-Katz). tração de medicamentos
O tratamento da ascaridíase é obrigatório, mesmo em Hidratação por via parenteral (manutenção mais perdas)
pequenas infecções, pelo risco de migrações anômalas.
Pode ser feito com levamizol ou mebendazol ou Óleo mineral via SNG, 10 a 30ml a cada 3 horas, durante 24
albendazol ou pirantel ou piperazina. Estudos recentes horas, ou até eliminação do óleo pelo ânus
têm relatado grande eficácia com a ivermectina em dose
única (100% de eficácia). Piperazina, 75 a 100mg/kg/dia, durante 5 dias
O tratamento para semi-obstrução intestinal por Avaliação pela cirurgia pediátrica durante o período da
Ascaris lumbricoides encontra-se no quadro abaixo. A internação
desobstrução geralmente ocorre num prazo de 8 a 30 Exames (solicitação conforme necessidade do paciente):
horas com o tratamento clínico. A piperazina produz Radiografia de Abdome em ortostatismo para o diagnóstico,
paralisia neuromuscular no verme e não dissolve o ultra-som abdominal, dosagem de íons séricos, gasometria
verme, evitando assim a absorção de seus produtos arterial
tóxicos e o verme é eliminado pelo peristaltismo
intestinal. O quadro é grave, podendo levar a morte,
principalmente em pacientes desnutridos que venham a ASCARIDÍASE
necessitar de tratamento cirúrgico. A indicação para a
intervenção cirúrgica é a presença de oclusão intestinal É uma parasitose intestinal causada pelo
total, necrose, perfuração ou vólvulo intestinal. Ancylostoma duodenale e Necator americanus, esse
último mais comum em nosso país. São
Em caso de ascaridíase biliar o tratamento baseia-se no geo-helmintos, cujas fêmeas produzem 10 a 20 mil
uso de hidratação parenteral, anti-helmínticos, ovos por dia, os quais são eliminados nas fezes. No
antibióticos e antiespasmódicos. No abscesso hepático solo, a evolução das larvas ocorre em estágios,
por áscaris a abordagem deve ser cirúrgica, sendo a larva filarióide (terceiro estágio) a
acompanhada de antibióticoterapia. O controle de cura é infectante. Ela penetra na pele do hospedeiro, e por
feito com repetição do exame parasitológico de fezes via linfática ou venosa chega até os pulmões. Nos
um mês após tratamento. O tratamento deve ser alvéolos, ascende na arvore respiratória, e é então
repetido 30 a 60 dias após, pois é possível a presença de deglutida. No caminho para o intestino delgado
larvas em fase pulmonar por ocasião do primeiro transforma-se no verme adulto. Na espécie A.
tratamento. duodenale, a transmissão pode ocorrer também por
ingestão da larva filarióide, sem necessidade de
penetração pela pele ou ciclo pulmonar. Os
ancilostomídeos adultos se fixam na mucosa do
duodeno e jejuno. Cada exemplar adulto, ocasiona
para o hospedeiro a perda diária de 0,05 a 0,3 ml de
sangue. Na espécie do N. americanos esta perda é de
0,01 a 0,04 ml por dia. A perda de sangue ocorre
porque o verme suga o sangue da mucosa e muda de
lugar 4 ou 5 vezes por dia, deixando também
superfície cruenta que sangra.
49
PEDIATRIA
PEDIATRIA
O diagnóstico pode ser feito pelo achado de larvas
pelo método de Baermann-Moraes ou Rugai
modificado, em fezes, material de tubagem duodenal,
escarro ou lavado broncoalveolar (ótima opção em
estrongiloidíase disseminada). Na endoscopia
digestiva alta podem ser visibilizadas alterações
inflamatórias inespecíficas, vistas
macroscopicamente, no duodeno. Na biópsia é
possível detectar os parasitos no interior das criptas.
Existem testes imunológicos do tipo ELISA e
imunofluorescência indireta ainda não disponível em
nosso meio.
O tratamento é feito com o tiabendazol. Estudos
mostram que o albendazol é pouco efetivo na
estrongiloidíase (45% de eficácia em um estudo, e
38% em outro). A ivermectina em dose única tem sido
tão eficaz quanto o tiabendazol e apresenta poucos
efeitos colaterais. O tratamento deve ser repetido 15 a
21 dias após.
Na fase aguda do parasitismo intestinal pode ocorrer
epigastralgia, náuseas, vômitos, bulimia, flatulência e
diarréia. E na fase crônica: anemia ferropriva, anorexia,
fraqueza, cefaléia, sopro cardíaco, palpitações,
hipoproteinemia e edema por enteropatia perdedora de
proteínas. O diagnóstico é feito por meio de achado de
ovos de ancilostomídeos no exame parasitológico de
fezes. O tratamento é feito com mebendazol ou
pamoato de pirantel ou albendazol (crianças acima de 2
anos de idade), e as doses as mesmas usadas para o
tratamento da ascaridíase. Estudos mostram que a
ivermectina é ineficaz no tratamento de
ancilostomídeos. O tratamento deve ser repetido após
15 a 21 dias.
ESTRONGILOIDÍASE
TENÍASE
É causada pelo Strongylóides stercoralis. Este
geo-helmíntico é responsável por incidência elevada É causada pela Taenia solium ou por Taenia saginata.
de infecções em regiões de clima tropical ou com A prevalência maior é em adultos jovens e nas
saneamento básico precário. As formas de regiões rurais. A T. solium é adquirida pela ingestão
transmissão descritas são: de carne de porco mal cozida, contaminada pelo
cisticerco, popularmente conhecido por “canjiqui-
1) heteroinfecção: larvas presentes no solo nha”. A T. saginata origina-se da ingestão de carne de
penetram no homem pela pele; boi contaminada. A OMS estimou a existência de 50
milhões de pessoas contaminadas, com 50 mil
2) auto-infecção interna: os ovos eclodem no mortes anuais, geralmente pelas complicações da
intestino e rapidamente evoluem para a forma neurocisticercose.
infectante e penetram a mucosa no íleo ou nos
cólons; As tênias são achatadas dorsoventralmente e
chegam ao comprimento de 3 a 10 metros, sendo a T.
3) auto-infecção externa (as larvas penetram na saginata mais longa. A cabeça ou escólex se fixa à
pele pela região perianal). mucosa do jejuno ou duodeno, é hermafrodita, e vive
solitária no intestino do homem. O corpo é formado
A estrongiloidíase pode ocorrer de forma por anéis ou proglotes, os distais são maduros e
assintomática, oligossintomática ou grave. A repletos de ovos (30 a 80 mil). Os proglotes podem
dermatite larvária pode ocorrer nos pés, mãos, nas ser eliminados íntegros ou se rompem eliminando os
nádegas ou na região anogenital, locais onde as ovos nas fezes. Esses ovos contaminam as pasta-
larvas penetram. A pneumonite larvária é menos gens, são ingeridos pelos animais hospedeiros inter-
freqüente que na ascaridíase. Outras manifestações mediários, e migram para o tecido conjuntivo dos
são descritas, como: anorexia, náuseas, vômitos, músculos, onde formam os cisticercos (2 a 5mm de
distensão abdominal, dor em cólica ou queimação, diâmetro). O homem se contamina pela ingestão de
muitas vezes no epigástrio (síndrome carne contendo esses cisticercos. São necessários
pseudo-ulcerosa), diarréia secretora ou mais de 3 meses para que tenha início a liberação
esteatorréia, desnutrição protéico-calórica. anal das proglotes maduras.
A estrongiloidíase disseminada ocorre em paciente O grande problema da T. solium é quando o homem
imunodeprimido, e é um quadro grave e com alta se torna o hospedeiro intermediário. Isto ocorre pela
mortalidade. Os vermes infectam todo o intestino e a ingestão de ovos do meio externo ou pela auto-in-
auto-infecção interna ocorre maciçamente. As fecção, na qual os proglotes liberam os ovos no
larvas filarióides migram para o fígado, pulmões e lúmem intestinal e estes liberam o embrião, ocor-
inúmeras outras vísceras e glândulas, geralmente rendo, então, a migração por via circulatória até os
originando bacteremia, pois carregam consigo as tecidos, levando à neurocisticercose, conseqüente
enterobactérias intestinais. Os pacientes apenas à infecção pela T. solium.
apresentam sintomas intestinais, respiratórios e de
sepse ou meningite por coliformes. A teníase é na maioria dos casos assintomática.
Alguns sintomas são atribuídos a essa parasitose
50
intestinal: fadiga, irritação, cefaléia, tontura, bulimia,
anorexia, náuseas, dor abdominal, perda de peso, diar-
réia e/ou constipação, urticária e eosinofilia. Raramen-
te ocorre semi-oclusão intestinal, apendicite, colangite
ou pancreatite.
O diagnóstico da teníase se faz pelo achado de proglo-
tes nas fezes ou nas roupas íntimas ou lençóis. A
pesquisa de antígenos específicos de Taenia nas fezes
(coproantígenos) aumenta em 2,5 vezes a capacidade
de detecção de casos de teníase. Na neurocisticercose
utilizam-se métodos de imunoensaio (ELISA), técnicas
radiológicas incluindo tomografia computadorizada. O
tratamento pode ser feito com niclosamida ou prazin-
quantel ou mebendazol ou albendazol.
TRICOCEFALÍASE OU TRICURÍASE
É causada pelo nematóide Trichocephalus trichiurus,
ou Trichuris trichiura, o qual mede de 3 a 5 cm de
comprimento. Os vermes se localizam principalmen-
te no ceco. Os ovos são eliminados nas fezes e
tornam-se infectantes após 15 dias. O homem ingere
os ovos, que sofrem ação dos sucos digestivos e
libertam as larvas. O verme adulto se fixa à mucosa
intestinal, provocando erosões e ulcerações múlti-
plas. Cada verme ingere até 0,005 ml de sangue por
dia. É comum em regiões tropicais. No Brasil foi
encontrada em 80,4% dos escolares na região de
Alagoas e 37,3% dos escolares em São Paulo.
Geralmente, a infecção é assintomática ou acompa-
nhada de manifestações leves. Nas crianças desnu-
tridas, especialmente pré-escolares, que vivem em
HIMENOLEPÍASE comunidades aglomeradas e com ausência de sane-
amento básico, pode instalar-se a trichiuríase
maciça, comprometendo o intestino grosso, do ceco
É causada pelo cestóide Hymenolepis nana, parasita ao reto. Os sintomas são distensão abdominal,
habitual do homem e sem hospedeiro intermediário, disenteria crônica, anemia ferropriva e desnutrição
ou eventualmente pelo Hymenolepis diminuta, para- protéico-energética. O prolapso retal pode ocorrer
sita habitual do rato. No Brasil predomina nos esta- até em 60% dos casos.
dos do sul, com prevalência estimada de 3% a 10%. O O diagnóstico é feito pelo achado de ovos nas fezes,
H. nana atinge 2 a 10 cm de comprimento e se fixa na pesquisados pelos métodos de Faust, Lutz ou Kato-
região do íleo. A transmissão se dá por ingestão dos -Katz. Na trichiuríase maciça, o diagnóstico é feito
ovos do meio externo ou por auto-infecção a partir pela retossigmoidoscopia, que permite visualizar
da liberação intraluminal de ovos. As larvas cisticer- inúmeros vermes fixados à mucosa hiperemiada e
friável, que sangra facilmente ao toque.
cóides se alojam nos linfáticos das vilosidadades
intestinais, depois retornam ao lúmem e se tornam O tratamento pode ser feito com Mebendazol. O
adultas. O ciclo é de 20 a 30 dias. Albendazol usado isoladamente é pouco eficaz
(42,6% de eficácia), mas quando associado com a
ivermectina tem taxa mais alta de cura (79,3%). O
Geralmente a infecção é assintomática, mas nas tratamento deve ser repetido 15 dias após.
crianças que sofrem grande contaminação, ou que
são desnutridas ou imunodeficientes, pode ocorrer
infecção maciça, manifestando-se com cólicas
abdominais e diarréia crônica.
51
PEDIATRIA
PEDIATRIA
OXIURÍASE OU ENTEROBÍASE
PROFILAXIA
É causada pelo Enterobius vermiculares ou Oxiurus
vermiculares. O macho tem menos de 5 mm e a
fêmea perto de 10mm de comprimento. Suas locali- O objetivo é interromper a transmissão desses
zações principais são o ceco e o reto. A fêmea fecun- parasitas por meio de várias condutas, tais como:
dada migra para a região anal onde faz a postura.
Sua presença nesta região causa intenso prurido. O
homem é o único hospedeiro e sua transmissão • Preparo e manipulação adequados dos alimentos;
ocorre pessoa a pessoa ou por fômites. A transmis-
são indireta é possível com a inalação de ovos • Tratamento e conservação da água;
presentes na poeira e nos utensílios domésticos. A
auto-infecção pode acontecer, o que reforça a • Uso de calçados;
necessidade de repetição do tratamento.
• Construção de vasos sanitários e fossas sépticas;
Os ovos ingeridos liberam as larvas no intestino e
estas se fixam no colo. O ciclo é de 30 a 50 dias até a • Destino apropriado das fezes;
evolução para a forma adulta. Ocorre no mundo
• Programas educacionais relacionados à higiene,
inteiro e é a helmintíase de maior prevalência nos condutas que devem ser tomadas para diminuir a
países desenvolvidos. O sintoma mais freqüente é o freqüência das parasitoses;
prurido anal noturno. Em meninas pode ocorrer a
migração dos vermes para a genitália, levando a • Emprego de medicamentos.
vulvovaginite secundária, com corrimento amarela-
do e fétido. Outros sintomas descritos são cólicas
abdominais, náuseas e tenesmo.
52
DOSES E INDICAÇÕES DE ANTIPARASITÁRIOS
Microsporíase (não auto-limitada) Albendazol 400mg/dose (2 vezes/dia) por várias semanas até melhora do
quadro
* No tratamento de cisticercose cerebral a dose é de 15-20 mg/Kg, 3 vezes ao dia, por 14 a 21, associada com dexametasona.
FONTE: Modificado de Mota JAC et al., In: Pediatria Ambulatorial 5 ed. Ed. COOPMED, 2004 (no prelo)
Fontes:
Parasitoses intestinais (Rev Med Minas Gerais 2004; 14 (1 Supl. 1): S3-S12)
53
PEDIATRIA
PEDIATRIA
CRESCIMENTO E
DESENVOLVIMENTO PUBERAL
adolescência é uma fase dinâmica e complexa
merecedora de atenção especial no sistema de
saúde, uma vez que esta etapa do desenvolvi-
mento define padrões biológicos e de comportamen-
tos que irão se manifestar durante o resto da vida do
indivíduo.
54
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA PUBERDADE PUBERDADE FEMININA
O primeiro sinal da puberdade da menina con-
1. Crescimento: aceleração da velocidade de cres- siste no aparecimento do broto mamário – este
cimento em altura e peso ou o estirão puberal (eixo momento é chamado de telarca – podendo iniciar-se
GH e IGF-I). de modo unilateral, resultando numa assimetria
mamária temporária. Geralmente seis meses após a
telarca ocorre a pubarca ou adrenarca (surgimento
2. Mudanças das características sexuais dos pelos pubianos). A menarca (primeira menstrua-
secundárias e maturação sexual: Eixo hipotalâ- ção), fato marcante da puberdade feminina, ocorre
mico-gonadotrópico-gonadal. em média aos 12 anos e seis meses no Brasil, poden-
do variar de nove a 15 anos. A puberdade feminina
envolve toda uma transformação nos órgãos sexuais.
Gonadarca: aumento de mamas, útero e O útero, por exemplo, também cresce, para aconche-
ovários nas meninas; e aumento da genitália, pênis gar o feto durante a futura gravidez. A composição
e testículos nos meninos, devido ao aumento dos dos tecidos também sofre profunda mudança, espe-
esteróides sexuais, estrogênios nas meninas e cialmente com a deposição de tecido adiposo nos
quadris e no abdome. Alterações no esqueleto, como
androgênios nos meninos. o alargamento da bacia, completam o quadro da
formação do contorno feminino característico.
Adrenarca: surgimento de pelos pubianos,
pelos axilares e faciais devido ao aumento dos
androgênios produzidos pelas suprarrenais, e em
maior quantidade nos meninos. Estes fenômenos
são interdependentes e mantêm uma associação
temporal entre si.
55
PEDIATRIA
PEDIATRIA
PÊLOS PUBIANO S
maturação sexual pode ser realizada durante o exame
físico ou através de pranchas ilustrativas, onde o ado- G ENITÁL IA
lescente identifica o estágio de desenvolvimento de
seus caracteres sexuais secundários. A auto-avaliação
é uma alternativa já reconhecida em estudos brasilei-
ros, mostrando uma boa correlação (r=0,80) entre a
auto avaliação e aquela realizada por profissional espe-
cializado.
56
mento em relação à população de referência.
VELOCIDADE DE CRESCIMENTO 3. Investigar as principais causas de atraso, caso o
crescimento pré-puberal seja menor que 4 cm/ano ou
O grande incremento do crescimento físico na menor que 6 cm/ano em adolescentes na fase pube-
puberdade recebe o nome de estirão puberal. Trata-se ral.
da fase da vida, excetuando o primeiro ano, em que o
indivíduo mais cresce. O crescimento máximo pode 4. Avaliar a perda de peso em adolescentes.
alcançar em média de 9,5 cm/ano no sexo masculino,
e 8,3 cm/ano no sexo feminino. Geralmente, a acelera- 5. Acompanhar semestralmente os adolescentes, e
ção do crescimento no sexo feminino acontece nas em caso de rastreamento de riscos a cada 2-3
fases iniciais da puberdade, entre os estágios 2 e 3 de meses.
Tanner para mamas e pelos pubianos. Sempre prece-
de a menarca, que geralmente coincide com a fase de
desaceleração do crescimento e com o estágio 4 de
Tanner. No sexo masculino, usualmente a aceleração
de crescimento ocorre nos estágios 3 e 4 de genitais.
A maioria atinge a velocidade máxima do crescimento
no estágio 5.
AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO
57
PEDIATRIA
PEDIATRIA
Para meninos:
Padrão de Referência NCHS – Indicador: Altura / AP + (AM – 12cm) Limite +- 10
Idade.
2
Utilizar percentis para Altura / Idade (P3 a P97).
Para meninas:
Avaliar em seguimento de 3 a 6 meses AM + (AP- 12cm) Limite +- 9
Normal – entre o P3 e P97
2
Baixa estatura – abaixo do P3
Alta estatura – acima do P97
e de cresci
DIAGRAMA AVALIAÇÃO DA BAIXA ESTATURA OU
ATRASO DO CRESCIMENTO
Meninas:
Puberdade Normal – Broto mamário e pêlos pubianos
entre 8 a 13 anos.
Puberdade Precoce – Presença de caracteres sexuais
secundários antes dos 7 anos.
Puberdade Tardia – Ausência de caracteres sexuais
acima de 13 anos ou ausência da menarca após os 15
anos.
Meninos:
Puberdade Normal – Aumento do volume testicular
(diâmetro igual ou superior a 3 cm) e pelos pubianos
entre 9 a 14 anos.
Puberdade Precoce – Presença de caracteres sexuais
secundários com menos de 9 anos. Puberdade Tardia
– Ausência de caracteres sexuais secundários acima
de 14 anos.
ABREVIATURAS:
T3 – Triiodotironina
T4 – Tiroxina
TSH – Hormônio estimulador da tireóide
FSH – Hormônio folículo-estimulante
LH – Hormônio luteinizante
GH – Hormônio do crescimento
GHRH – Hormônio de liberação do hormônio do crescimento
L-dopa – Dopamina.
SDHEA – Deidroepiandrosterona-Sulfato
IGF-I – Fatores do crescimento semelhantes à insulina ou somatomedina-C
IGFBP – 3 – Proteína de ligação – fator de crescimento
58
DIAGRAMA AVALIAÇÃO DO ATRASO PUBERAL
ATRASO PUBERAL
Fontes:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_adolescente_compet
encias_habilidades.pdf
http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/saude_adolecent
es.pdf
59
PEDIATRIA
PEDIATRIA
60
esses pacientes alcançam altura final normal, mesmo EXAMES DE IMAGEM
sem tratamento medicamentoso. Do contrário,
progressão rápida, ou seja, mudança do estádio
Exames de imagem necessários ao diagnóstico de
puberal (Estágios de Tanner) num período menor que PPC :
3 meses, caracteriza quadros de puberdade rapida-
mente progressiva, acompanhados, geralmente, de • Radiografia de mãos e punhos: para
um crescimento acelerado (velocidade de crescimen- avaliação da idade óssea segundo método de
GreulichPyle, considerando-se avanço de pelo
to > 6 cm/ano).
menos 1 ano ou 2 desvios-padrão acima da idade
Dependendo da etapa do desenvolvimento cronológica;
puberal em que a criança se encontra, observa-se
aceleração do crescimento. • Ultrassonografia pélvica: tamanho uterino
maior que 35 mm de comprimento, volume maior
que 2 mL, aspecto piriforme e aumento da espessura
endometrial sugerem estímulo estrogênico
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL persistente. Ovários com volume maior que 1 cm3
sugerem fortemente estimulação gonadotrófica
O diagnóstico laboratorial confirma a suspeita persistente. Esse dado é especialmente útil em
meninas menores de 3 anos, quando os valores
clínica de puberdade precoce. Utiliza-se a dosagem basais de LH e mesmo o teste de GnRH são menos
de LH, com limite de detecção de no mínimo 0,1 confiáveis;
unidades internacionais (UI)/L.
Em ambos os sexos, valores basais de LH • Ressonância magnética de SNC: pelo risco de
lesões tumorais ou malformações de SNC,é
maiores que 0,3 UI/L por ensaio imunoquiminulomé-
recomendado em todos os meninos e as meninas
trico (ICMA) e maior que 0,6 UI/L por ensaio imuno- menores de 6 anos com diagnóstico clínico e
fluorométrico (IFMA) confirma o diagnóstico de PPC. laboratorial de PPC. Em meninas entre 6-8 anos
Contudo, em meninas pode existir sobreposição também deve ser realizado quando houver suspeita
clínica de alteração do SNC.
importante de valores de LH basal pré-puberal e
puberal inicial. É indicado para diagnóstico o teste de
estímulo com GnRH, 100 mcg endovenoso, com
3 anos 6 anos
aferições 0, 30 e 60 minutos após, tanto em meninos
quanto em meninas acima de 3 anos de idade. Valo-
res de pico do LH maior que 5 UI/L confirmam o diag-
nóstico em ambos os sexos com os ensaios laborato-
riais acima referidos. Na impossibilidade do teste do
GnRH, o teste com um agonista do GnRH (leuprorre-
lina), 2 a 3 h após estímulo com 3,75 mg, com respos-
4 anos 7 anos
ta puberal sugerida maior que 10,0 UI/L por IFMA ou
maior que 8,0 UI/L por quimio- e eletroquimiolumines-
cencia pode ser realizado.
A relação LH/FSH maior que 1 também é
mais frequente em indivíduos púberes e pode auxiliar
na diferenciação entre PPC progressiva e não
progressiva. 5 anos 8 anos
61
PEDIATRIA
PEDIATRIA
62
OBESIDADE NA ADOLESCÊNCIA
É
uma consequência do aumento da gordura
corporal em relação à massa muscular. É uma
doença multicausal, em que ocorre a interação
de fatores genético-metabólicos e do meio ambiente.
Representa um importante problema de saúde pública.
• Acompanhar sistematicamente,
estabelecendo o vínculo entre o profi ssional de
saúde e o adolescente.
63
PEDIATRIA
PEDIATRIA
nais da área de educação física em academias ou
clubes devem ser incentivados a continuar, desde
que haja integração com o tratamento proposto pela
equipe de saúde. Aqueles que não desfrutam deste
acesso devem ser encorajados à prática de exercí-
cios dentro de seu ambiente, como caminhar de
forma rotineira. É muito frequente em nosso meio a
prática de esportes nos campos de rua. Nestas con-
dições devemos lembrar que o exercício não deve ser
praticado em excesso e que se recomenda um aque-
cimento prévio.
64
DIARREIA
A
diarreia pode ser definida pela ocorrência de
três ou mais evacuações amolecidas ou líqui-
das nas últimas 24 horas. A diminuição da
consistência habitual das fezes é um dos parâmetros
mais considerados. Na diarreia aguda ocorre dese-
quilíbrio entre a absorção e a secreção de líquidos e
eletrólitos e é um quadro autolimitado.
65
PEDIATRIA
PEDIATRIA
também adotada pelo MS deve continuar sendo
AVALIAÇÃO CLÍNICA utilizada. A avaliação do estado de hidratação do
paciente com diarreia deve ser criteriosa e inclui o
De acordo com a OMS, a anamnese da criança exame do estado geral do paciente, dos olhos, se há
com doença diarreica deve contemplar os seguintes lágrimas ou não, se o paciente tem sede, o nível de
dados: duração da diarreia, número diário de evacua- consciência, presença do sinal da prega cutânea, e
ções, presença de sangue nas fezes, número de episó- como se encontra o pulso e o enchimento capilar.
dios de vômitos, presença de febre ou outra manifesta- Outros achados podem ser importantes quando
ção clínica, práticas alimentares prévias e vigentes, presentes, traduzindo a gravidade do quadro, tais
outros casos de diarreia em casa ou na escola. Deve como nível de alerta, fontanela baixa, saliva espessa,
ser avaliado, também, a oferta e o consumo de líqui- padrão respiratório alterado, ritmo cardíaco acelera-
dos, além do uso de medicamentos e o histórico de do, pulso débil, aumento do tempo de enchimento
imunizações. É importante, também, obter informação capilar, extremidades frias, perda de peso, turgência
sobre a diurese e peso recente, se conhecido. da pele e sede.
66
AVALIAÇÃO DO ESTADO DE HIDRATAÇÃO PARA CRIANÇAS COM DOENÇA DIARREIA
OBSERVAR A B C
Sede Bebe normalmente Sedento, bebe rápido e Bebe mal ou não é capaz
avidamente de beber*
EXAMINAR
Enchimento capilar 1
Normal Prejudicado Muito prejudicado
(até 3 segundos) (3 a 5 segundos) (mais de 5 segundos)*
67
PEDIATRIA
PEDIATRIA
PLANO A PLANO B
Explique ao paciente ou acompanhante para 1) Administrar solução de reidratação oral (SRO):
fazer no domicílio: • A quantidade de solução ingerida dependerá da
sede do paciente.
1) Oferecer ou ingerir mais líquido que o habitual
• A SRO deverá ser administrada continuamente,
para prevenir a desidratação:
até que desapareçam os sinais de desidratação.
• O paciente deve tomar líquidos caseiros (água de • Apenas como orientação inicial, o paciente deve -
arroz, soro caseiro, chá, suco e sopas) ou solução rá receber de 50 a 100mL/kg para ser administra-
de reidratação oral (SRO) após cada evacuação do no período de 4-6 horas.
diarreica. 2) Durante a reidratação reavaliar o paciente
• Não utilizar refrigerantes e não adoçar o chá ou -
seguindo os sinais indicados no quadro 1 (ava
suco. liação do estado de hidratação)
• Se desaparecerem os sinais de desidratação, uti-
2) Manter a alimentação habitual para prevenir a
lize o PLANO A.
desnutrição:
• Se continuar desidratado, indicar a sonda naso
• Continuar o aleitamento materno.
gástrica (gastróclise).
• Manter a alimentação habitual para as crianças e
• Se o paciente evoluir para desidratação grave, se
os adultos. guir o PLANO C.
3) Se o paciente não melhorar em dois dias ou se
3) Durante a permanência do paciente ou acom
apresentar qualquer um dos sinais abaixo levá-lo panhante no serviço de saúde, orientar a:
imediatamente ao serviço de saúde: • Reconhecer os sinais de desidratação.
• Preparar e administrar a Solução de Reidratação
SINAIS DE PERIGO
Oral.
• Piora na diarreia • Recusa de alimentos • Praticar medidas de higiene pessoal e domici
• Vômitos repetidos • Sangue nas fezes liar (lavagem adequada das mãos, tratamento da
• Muita sede • Diminuição da diurese água e higienização dos alimentos).
4) Orientar o paciente ou acompanhante para: O PLANO B DEVE SER REALIZADO NA UNIDADE DE SAÚDE
• Reconhecer os sinais de desidratação.
OS PACIENTES DEVERÃO PERMANECER NA UNIDADE DE SAÚDE
• Preparar e administrar a solução de reidratação oral.
ATÉ A REIDRATAÇÃO COMPLETA E REINÍCIO DA ALIMENTAÇÃO
• Praticar medidas de higiene pessoal e domici
liar (lavagem adequada das mãos, tratamento da
água e higienização dos alimentos).
5) Administrar zinco uma vez ao dia, durante 10 a
14 dias:
• Até seis meses de idade: 10 mg/dia.
• Maiores de seis meses de idade: 20 mg/dia.
68
PLANO C
O PLANO C CONTEMPLA DUAS FASES PARA TODAS AS FAIXAS ETÁRIAS: A FASE RÁPIDA E A
FASE DE MANUTENÇÃO E REPOSIÇÃO
FASE RÁPIDA (EXPANSÃO) – MENORES DE 5 ANOS
SOLUÇÃO VOLUME TEMPO DE ADMINISTRAÇÃO
Iniciar com 20mL/kg de peso.
Repetir essa quantidade até
que a criança esteja hidratada,
reavaliando os sinais clínicos
Soro Fisiológico a 0,9% após cada fase de expansão 30 minutos
administrada.
Para recém-nascidos e cardi -
opatas graves começar com
10mL/kg de peso.
OS PACIENTES QUE ESTIVEREM SENDO REIDRATADOS POR VIA ENDOVENOSA DEVEM PERMANECER NA
UNIDADE DE SAÚDE ATÉ QUE ESTEJAM HIDRATADOS E CONSEGUINDO MANTER A HIDRATAÇÃO POR VIA ORAL.
69
PEDIATRIA
PEDIATRIA
70
Deve-se cuidar para que as necessidades
energéticas sejam plenamente atendidas. Na diarreia
aguda, não há recomendação de fórmula sem lactose
para lactentes tratados ambulatorialmente com diar-
reia aguda. Entretanto, para os pacientes hospitaliza-
dos com diarreia aguda e nos com diarreia persisten-
te tratados no hospital ou ambulatorialmente, há
vantagens na prescrição de fórmula sem lactose. A
OMS aponta a alternativa de iogurtes, entretanto,
esse alimento não faz parte da cultura alimentar brasi-
leira para esta faixa etária e não atende adequada-
mente às necessidades nutricionais do lactente como
pode ser conseguido com as fórmulas infantis.
Os pacientes hospitalizados com diarreia reiniciada logo que essa etapa for concluída (em
persistente devem receber, de acordo com a OMS, geral, no máximo, 4 a 6 horas). Vale destacar que, de
110 calorias/kg/dia. São critérios fundamentais para acordo com a OMS, cerca de um terço das crianças
avaliar a evolução clínica: a redução das perdas diar- com diarreia aguda, nos países em desenvolvimento,
reicas e a recuperação nutricional ou retomada do infelizmente continuam sendo mantidas em jejum ou
ganho de peso esperado para a idade. Ainda, de com uma quantidade muito reduzida de alimentos
acordo com a OMS deve-se cuidar para que o durante a diarreia. A alimentação deve ser reiniciada
paciente com diarreia persistente receba diariamente de acordo com o esquema habitual do paciente,
as quantidades de micronutrientes: 50ug de folato, sendo uma oportunidade para a correção de erros
10mg de zinco, 400µg de vitamina A, 1mg de cobre alimentares. A fórmula infantil ou preparação láctea
e 80mg de magnésio. Apesar das diretrizes não abor- oferecidas para crianças não devem ser diluídas.
darem esse tema, para os pacientes com diarreia
persistente que não respondem adequadamente à
TERAPIA DE REIDRATAÇÃO PARENTERAL
dieta sem lactose, deve ser considerada a possibili-
dade do desenvolvimento de intolerância às proteínas
do leite de vaca. Nessa situação, deve ser prescrita Indicada para pacientes com desidratação
dieta isenta das proteínas do leite de vaca, ou seja, grave ou que não apresentam reversão da desidrata-
pode-se empregar fórmula hipoalergênica para sua ção após 2 horas de TRO.
substituição, no caso dos lactentes, (por exemplo,
fórmula com proteína extensamente hidrolisada ou No passado, no Brasil, era recomendada solu-
fórmula de aminoácidos, dependendo da gravidade ção de soro fisiológico e soro glicosado 5%, em partes
do paciente; nas crianças maiores em algumas situa- iguais. Esta modalidade terapêutica prevaleceu no
ções tenta-se a proteína de soja ou a dieta isenta de Brasil, principalmente, entre as décadas de 1970 e
leite e derivados). Deve ser destacado que estas 1990. Nos dias atuais as soluções mais empregadas
mudanças dietéticas não são necessárias em pacien- são soro fisiológico ou Ringer lactato.
tes com diarreia aguda.
Após a correção da desidratação pela via
parenteral, os pacientes devem ser realimentados.
TERAPIA DE REIDRATAÇÃO ORAL
Nesta fase, em geral, são mantidos com terapia de
A manutenção da alimentação com oferta reidratação de manutenção por via parenteral. O
energética apropriada é um dos pilares mais impor- volume diário do soro de manutenção pode ser calcu-
tantes no tratamento da diarreia aguda. Todas as dire- lado pela regra de Holiday & Segar:
trizes são unânimes que o aleitamento materno deve
ser mantido e incentivado durante o episódio diarrei- - peso corporal de até 10 kg: 100 mL/kg;
co. Quando necessário, deve-se recomendar jejum - peso corporal entre 10 e 20 kg: 1000 mL + 50mL
durante o período de reversão da desidratação (etapa por quilo acima dos 10 kg;
de expansão ou reparação). A alimentação deve ser - peso corporal superior a 20 kg: 1500 mL + 20mL por
71
PEDIATRIA
PEDIATRIA
ANTIBIÓTICOS
Na grande maioria das vezes os antibióticos
não são Aempregados no tratamento da diar-
reia aguda, pois os episódios são autolimitados e
grande parte se deve a agentes virais. O uso de anti-
bióticos na diarreia aguda está restrito aos pacientes
que apresentam diarreia com sangue nas fezes
(disenteria), na cólera, na infecção aguda comprova-
da por Giardia lamblia ou Entamoeba hystolitica, em
imunossuprimidos, nos pacientes com anemia falci-
mas. Tem importante papel na função e no crescimen- forme, nos portadores de prótese e nas crianças com
to celular. Atua também no sistema imunológico. Pode sinais de disseminação bacteriana extraintestinal. Nos
reduzir a duração do quadro de diarreia, a probabilida- casos de disenteria, a antibioticoterapia está indica-
de da diarreia persistir por mais de sete dias e a ocor- da, especialmente quando o paciente apresenta
rência de novos episódios de diarreia aguda nos três febre e comprometimento do estado geral. Se possí-
meses subsequentes. O racional para seu emprego é vel, deve ser coletada amostra de fezes para realiza-
a prevalência elevada de deficiência de zinco nos ção de coprocultura e antibiograma. Inicialmente,
países não desenvolvidos. mesmo que não comprovada laboratorialmente,
prevalece a hipótese de infecção por Shigella. Outros
De acordo com a OMS deve ser usado em agentes que podem necessitar antibióticos quando
menores de cinco anos, durante 10 a 14 dias, sendo causam casos graves: E.coli enteroinvasiva, Yersinia,
iniciado a partir do momento da caracterização da diar- V. chorelae, C. difficille, Salmonela não tifoide.
reia. A dose para maiores de seis meses é de 20mg
por dia e 10mg para os primeiros 6 meses de vida. No De acordo com o MS e a OMS devem ser prescritos,
Brasil, é comercializado um soro de reidratação oral
72
apresentações: comprimidos com 4 mg e ampola com
4mg/2 mL.
PROBIÓTICOS
Os probióticos são microorganismos vivos que,
quando consumidos em quantidades adequadas,
proporcionam efeito benéfico para a saúde do indiví-
duo. Os probióticos interagem com a microbiota intes-
tinal. A microbiota intestinal exerce várias ações no
intestino, que repercutem em vários órgãos do indiví-
duo. O emprego de probióticos no tratamento e na
prevenção da diarreia aguda tem sido ultimamente bem
estudado. A OMS e o MS não mencionam a possibili-
dade de uso de probióticos no tratamento da diarreia
aguda. Por outro lado, A ESPGHAN e a diretriz Íbero-
-Latinoamericana, com base em evidências científicas,
consideram que determinados probióticos podem ser
utilizados como coadjuvantes no tratamento da diarreia
aguda. Ou seja, devem ser utilizados em conjunto com
nos quadros disentéricos, os seguintes antibióticos, outras medidas terapêuticas básicas, ou seja, terapia
considerando a possibilidade de infecção por de reidratação e manutenção da alimentação.
Shigella:
Não há demonstração de que os probióticos
1. ciprofloxacino (primeira escolha): crianças, diminuam as perdas diarreicas. No entanto, determina-
15mg/kg, duas vezes ao dia, por 3 dias; adultos, das cepas, conforme demonstrado em ensaios clínicos
500mg duas vezes por dia por 3 dias. duplo-cego, controlados por placebo e metanálises,
2. ceftriaxona, 50-100mg/kg EV por dia por 3 a 5 proporcionam redução de aproximadamente 24 horas
dias nos casos graves que requerem hospitalização. na média da duração da diarreia aguda. As cepas con-
Outra opção é a cefotaxima, 100mg/kg dividida em sideradas como tendo evidências suficientes e que
quatro doses. foram recomendadas tanto pela ESPGHAN (Socieda-
de Europeia de Gastroenterologia, Hepatologia e Nutri-
Até recentemente, era recomendado no Brasil ção em Pediatria) como pela diretriz Íbero-Latinoameri-
o uso de sulfametoxazol-trimetropim ou ácido nalidíxi- cana para o tratamento coadjuvante da diarreia aguda
co. Levantamento da literatura mostrou que, no Brasil, são: Lactobacillus GG, Saccharomyces boulardii e
as amostras de Shigella testadas apresentam alta Lacotobacillus reuteri DSM 17938. Vale lembrar que o
taxa de resistência ao sulfametoxazol-trimetropim. Por Lactobacillus GG não é comercializado no Brasil.
sua vez, apresentam boa sensibilidade ao ciprofloxa- Abaixo são apresentadas as doses dos principais
cino e ao ceftriaxone. Deve ser lembrado que no probióticos que tem efeito comprovado para reduzir a
Brasil não existe ciprofloxacino na apresentação em duração da diarreia aguda.
suspensão ou solução para uso oral. Quando a diar-
reia aguda é causada por giardíase ou amebíase com-
provada, o tratamento deve ser feito com metronida-
zol ou análogos.
ANTIEMÉTICOS
Segundo a OMS, os antieméticos não devem ser
utilizados no tratamento da diarreia aguda. Conside-
ra-se que os vômitos tendem a desaparecer concomi-
tantemente à correção da desidratação. O MS não
faz menção ao emprego de antieméticos. No entanto,
há algumas situações onde são necessários. A dire-
triz Íbero- -Latinoamericana recomenda o emprego da
ondansetrona para os pacientes com diarreia aguda
com vômitos frequentes. A dose de ondasentrona é
de 0,1mg/kg (0,15-0,3/kg), até o máximo de 4 mg por
via oral ou intravenosa. Pode ser encontrada em duas
73
PEDIATRIA
PEDIATRIA
74
INTUSSUSCEPÇÃO INTESTINAL
menores é o vômito, ao contrário das crianças maio-
A
Intussuscepção é uma das mais comuns
causas de abdome agudo na infância. Depois res, que é a dor abdominal. O primeiro sintoma não se
da apendicite, é a segunda mais comum emer- deve ao fator obstrutivo, mas a mecanismo reflexo da
gência abdominal na criança e consiste em uma invagi- dor, que é muito intensa.
nação do intestino proximal para dentro da luz intesti-
nal distal. A porção invaginada é denominada intussus- Ao exame físico, o sinal mais consistente é a
cepto e o intestino que o recebe é denominado intus- presença de massa palpável, de aspecto tubular, no
suscepiente. quadrante superior direito do abdome, podendo ser
subcostal. Esta pode ser mal definida e de consistên-
cia amolecida. Um achado deste tipo em crianças
associado a outros sinais clínicos de intussuscepção
praticamente confirmam o diagnóstico.
75
PEDIATRIA
PEDIATRIA
76
vel. Em pacientes com lesões nesta topografia e prati-
camente assintomáticos, os autores recomendam uma
abordagem conservadora.
77
PEDIATRIA
PEDIATRIA
Fontes:
http://www.scielo.br/pdf/ramb/v58n4/v58n4a06.pdf
http://www.scielo.br/pdf/rb/v38n3/24853.pdf
78
CETOACIDOSE DIABÉTICA
A
cetoacidose diabética (CAD) é definida pela
presença em pacientes com diabetes melli-
tus (DM) de acidose metabólica, cetose (pH
arterial < 7,3 ou venoso < 7,25 e/ou HCO3- < 15
mEq/L), hiperglicemia (> 200 mg/dL)) e graus varia-
dos de desidratação. Sua incidência possui variação
geográfica e está inversamente associada à incidên-
cia de DM tipo 1 (DM1) e à organização do sistema
de saúde. É frequente na admissão em emergência
ou na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica,
constituindo a principal causa de morte em crianças
e adolescentes com DM1. O risco de CAD entre
esses pacientes é de 1 a 10 por 100 pessoas/ano. O
diagnóstico de DM é feito em 25% desses pacientes
pela primeira vez em sua descompensação aguda, na
forma de CAD, principalmente, em paciente lactente
ou pré-escolar.
79
PEDIATRIA
PEDIATRIA
A CAD surge com a descompensação do DM, Pacientes com CA grave (pH < 7,1), longa
caracterizado pela poliúria, polidipsia e emagrecimen- duração da sintomatologia, sinais de choque ou insta-
to, que evolui com desidratação, náuseas, vômitos, bilidade hemodinâmica, alteração do nível de consci-
hiperventilação (respiração de Kussmaul) e hálito cetô- ência, ou que possuam risco aumentado de desenvol-
nico. Podem ser observados também dor abdominal ver edema cerebral (crianças < 5 anos, acidose
(simulando abdome agudo), anorexia progressiva, grave, pCO2 baixa, ureia plasmática elevada) devem
letargia, alteração da consciência e síndrome febril ser encaminhados para internação em CTI. Nessa
associada ou não a infecção. eventualidade, outros critérios a serem analisados
são hiperglicemia grave (> 600mg/dL), alterações
eletrolíticas graves com alterações no ECG e existên-
DIAGNÓSTICO
cia de condições inadequadas de tratamento e/ou
monitorização nas unidades de urgência.
CONSISTEM EM CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DA CAD A
PRESENÇA DE:
• Hiperglicemia > 200mg/dL*
• pH venoso < 7,25 ou arterial < 7,3 e/ou
bicarbonato < 15mmol/L;
• Cetonemia > 3mmol/L e cetonúria.
*A hiperglicemia é usualmente elevada, mas não
obrigatória. Crianças pequenas, parcialmente tratadas
ou com baixa ingestão de carboidratos, assim como
adolescentes grávidas, podem apresentar CAD com
níveis de glicemia quase normais (cetoacidose
euglicêmica).
CLASSIFICAÇÃO
80
2. Observação neurológica de 1/1 hora: Escala de
Coma de Glasgow, sinais de edema cerebral (cefa-
leia, bradicardia, vômitos, redução do nível de consci-
ência ou sinais focais, aumento da PA, redução da
saturação de oxigênio);
81
PEDIATRIA
PEDIATRIA
0,45% com adição de potássio durante 48 h para de 0,3 UI/ kg seguida de 0,1 U/kg de 1/1 hora, ou
repor as deficiências. A reposição não deve ultrapas- 0,15 a 0,2 U/ kg de 2/2 horas. Deve ser iniciada a
sar 1,5 a 2 vezes a dose de manutenção. O cálculo da administração de solução de glicose a 5% se a glice-
osmolalidade efetiva pode ser útil para determinar a mia reduzir de 250 mg/dL antes de o pH tornar-se
terapia de reposição, e as perdas urinárias não devem acima de 7,3. A dose de insulina deve ser reduzida
ser incluídas no cálculo. Pode ser necessário o aumen- para 0,05 U/ kg/h até resolução da CA, quando a
to da oferta de sódio se não houver sua elevação com glicemia estiver abaixo de 250 mg/dL.
a redução da glicemia. A hiper-hidratação associa-se
REPOSIÇÃO DE POTÁSSIO
ao desenvolvimento de edema cerebral, e o uso de
NaCl 0,9% em grande quantidade pode desencadear
A deficiência de potássio na CAD é de 3 a 6
acidose metabólica hiperclorêmica.
mmol/ kg. A perda ocorre principalmente no meio
INSULINOTERAPIA intracelular e deve-se ao efluxo em troca de íons
hidrogênio, e por vômitos, diurese osmótica e hiperal-
A re-hidratação reduz a glicemia, entretanto, é dosteronismo secundário. A administração de insuli-
essencial a administração de insulina para normalizar a na e a correção da acidose favorecem o influxo de
glicose plasmática e suprimir a lipólise e cetogênese. potássio para as células, agravando a hipocalemia e
Deve ser iniciada na dose de 0,1 UI/kg/h (50 UI de podendo predispor a arritmias cardíacas. A depleção
insulina regular diluídas em 50 mL de NaCl 0,9%) uma de potássio ocorre mesmo que seus níveis sanguíne-
a duas horas após o início da re-hidratação, IV, em os sejam normais. A potassemia é favorecida pela
bomba de infusão contínua, sendo desnecessária e redução do pH. A diminuição de 0,1 no valor do pH
contraindicada sua administração em bolus. Essa aumenta em torno de 0,6 mEq/L de potássio. Assim,
dose deve ser mantida até o pH atingir 7,3 e o bicarbo- deve-se iniciar a reposição deste de forma simultânea
nato ultrapassar 15 mEq/L, ou até a normalização do à infusão de volume, se o paciente estiver hipocalêmi-
ânion gap. Este período pode demorar mais do que a co, ou com a insulinoterapia, se estiver normocalêmi-
normalização da glicemia. A dose pode ser reduzida à co. Essa reposição pode ser adiada se houver hiper-
metade se houver sensibilidade elevada à insulina, calemia, até que haja a ocorrência de diurese. A infu-
desde que a acidose permaneça em resolução. A são de potássio deve ser iniciada na dose de 40
glicemia tende a reduzir a 54-90 mg/dL/h. Deve ser mmol/L, seguida de ajustes conforme as dosagens
administrada glicose a 5% assim que a glicemia atingir séricas, deve ser mantida até o fim da terapia intrave-
250 a 300 mg/dL ou antes, se a taxa de redução supe- nosa e não deve ultrapassar 0,5 mmol/kg/h. A dose
rar 54-90 mg/dL/h, para prevenir sua redução abrupta de insulina pode ser reduzida se a hipocalemia persis-
e a hipoglicemia. A insulina IV, se não estiver disponí- tir, apesar da sua dose máxima.
vel, pode ser substituída pela formulação lispro ou
aspart, administrada de 1/1 hora ou 2/2 horas, na dose REPOSIÇÃO DE FOSFATO
82
altos níveis de uremia e tratamento com bicarbonato. A
ACIDOSE
identificação de edema cerebral em paciente com
CAD associa-se à gravidade da doença. Sugere que a
A acidose é revertida com a administração de
prevenção da CAD é essencial para evitar a ocorrência
fluidos e insulina. Ocorre interrupção da produção e
de edema cerebral.
excreção renal de cetoácidos, que são metaboliza-
dos, gerando bicarbonato. Não há evidências de
Fontes:
benefício da reposição de bicarbonato, e a correção
Cetoacidose diabética em crianças e adolescentes
rápida da acidose por meio da mesma pode resultar
Rev Med Minas Gerais 2009; 19(4 Supl 3): S10-S15
em hipocalemia e edema cerebral. A reposição de
bicarbonato está indicada somente se houver acido-
se grave (pH <6,9) e hipercalemia grave. Deve ser
usado na dose de 1 a 2 mmol/kg em 60 minutos.
COMPLICAÇÕES
As complicações da CAD mais temidas por
suas altas mortalidades são edema cerebral, hiper ou
hipocalemia, hipoglicemia, trombose, sepse, infec-
ções e pneumonias aspirativas. O edema cerebral é o
maior responsável pela mortalidade (57 a 87%). A
importância do diagnóstico precoce do edema cere-
bral se deve ao fato de este ter início súbito e
progressão rápida, com a melhora dependendo da
pronta redução da pressão intracraniana. Não é fácil
reconhecer sua sintomatologia inicial, além de a
Escala de Coma de Glasgow não ser útil para este
fim, uma vez que ela não leva em conta cefaleia, vômi-
tos, bradicardia e outros sintomas do edema cerebral.
Os fatores de risco identificados para o edema cere-
bral são: baixa idade, duração e gravidade dos sinto-
mas antes do tratamento, ausência do aumento do
sódio durante o tratamento, baixos níveis de pCO2,
83
QUESTÕES
Pediatria
QUESTÕES -PEDIATRIA
QUESTÕES - PEDIATRIA
Questão 01
Uma lactente com 6 meses de idade é levada à consulta de Puericultura na Unidade Básica de
Saúde. A mãe relata ter feito 9 consultas pré-natais e não ter apresentado intercorrências em sua ges-
tação. Informa que a criança nasceu a termo, com peso de 3 kg e sem intercorrências. Não há relato
de doenças na história patológica pregressa. A mãe refere que a criança está saudável e em aleitamen-
to materno exclusivo. Na avaliação do desenvolvimento neuropsicomotor, o profissional observa que
ela troca objetos de uma mão para a outra, sustenta bem a cabeça, rola com facilidade e fica sentada
apenas quando se apoia nas mãos. Nessa situação, o médico deve comunicar à mãe que a criança
apresenta:
A) Desenvolvimento neuropsicomotor adequado, devendo retornar segundo calendário de Puericultu-
ra.
B) Desenvolvimento neuropsicomotor adequado, devendo ser estimulada e reavaliada em 30 dias.
C) Um provável atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, devendo ser estimulada e reavaliada em
7 dias.
D) Um provável atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, sendo necessário encaminhá-la para
avaliação pelo neurologista.
Questão 02
Uma equipe de Saúde da Família está em visita domiciliar e avalia uma criança de oito meses.
O menino está corado, com peso e estatura adequados para a idade, fixa e acompanha objetos em seu
campo visual, balbucia e, colocado de bruços, levanta a cabeça momentaneamente. Ainda não passa
da posição lateral para a linha média, nem rola da posição supina para a prona. Levantado pelos
braços, permanece passivo e não ajuda com o corpo. A mãe expressa preocupação porque o irmão
mais velho, com a mesma idade, já sentava sem apoio. A conduta correta no caso é
QUALITY 85
EDUCAÇÃO MÉDICA
QUESTÕES -PEDIATRIA
QUESTÕES - PEDIATRIA
Questão 03
Menino com 7 meses de idade é levado pela mãe à Unidade Básica de Saúde em consulta de
Puericultura. A mãe está preocupada, pois acha que ele é mais lento que os irmãos. Após anamnese
detalhada, o pediatra realizou o exame físico e afirmou que o exame neurológico e o desenvolvimento
neuropsicomotor estavam condizentes com a idade. O que o pediatra observou em relação a lingua-
gem, motricidade, comportamento adaptativo e reflexos arcaicos, respectivamente, para fazer tal
afirmação?
A) Emissão espontânea sem intenção imitativa; sustentação cefálica; dirige a mão para objetos; reflexo
de Moro.
B) Emissão bissilábica significante; engatinha durante a consulta; preensão palmar em pinça; reflexo
de Landau II.
C) Emissão espontânea sem intenção imitativa; senta-se com apoio; preensão palmar voluntária; refle-
xo de Moro incompleto.
D) Ecolalia; senta-se sem apoio; muda objeto de uma mão para outra; reflexo de preensão plantar.
E) Emissão de palavras-frase; capacidade de andar com apoio observada na consulta; bate palmas;
reflexo do paraquedista.
Questão 04
Recém-nascido com 36 semanas de idade gestacional, parto cesariano, Apgar 6 e 8, peso de
nascimento= 2.100 g, evoluiu com sintomas precoces e graves nas primeiras 24 horas de vida (icterí-
cia, hepatoesplenomegalia, elevação das enzimas hepáticas, anemia, trombocitopenia e hemorragia),
associados ao quadro de microcefalia com calcificações cerebrais periventriculares, microftalmia,
corriorretinite e surdez. A principal hipótese diagnóstica para esta infecção congênita e o tratamento
de escolha são, respectivamente:
86 QUALITY
EDUCAÇÃO MÉDICA
QUESTÕES -PEDIATRIA
QUESTÕES - PEDIATRIA
Questão 05
Um lactente com seis meses de idade é trazido à consulta médica em Unidade Básica de
Saúde para avaliação de atraso do desenvolvimento. A mãe relata que compareceu a somente duas
consultas de pré-natal e que a criança nasceu de parto vaginal e a termo, pesando 3.240 g, com Apgar
9/10. A alta se deu em dois dias. O sorriso social surgiu com um mês e sustentou o pescoço com dois
meses. Entretanto, hoje não segura objetos, nem rola. Não consegue sentar com apoio. História fami-
liar não revela casos semelhantes. Ao exame o lactente mostra-se em regular estado geral, interagindo
pouco com o observador; corado, hidratado, anictérico e acianótico; ausência de estigmas cutâneos.
Auscultas cardíaca e respiratória sem anormalidades. Exame neurológico evidencia perímetro cefálico
acima do percentil 90 para a idade, aumento de tônus e de reflexos profundos nos quatro membros,
associado com redução da força proximal. Coordenação preservada. Exame dos pares cranianos
demonstra dificuldade em acompanhar os objetos apresentados. Fundo de olho evidencia cicatriz de
coriorretinite bilateralmente. Tomografia computadorizada do crânio evidencia múltiplas calcificações
difusamente distribuídas no parênquima, associadas a aumento do volume dos ventrículos laterais,
terceiro e quarto ventrículos. O agente etiológico mais provável para o quadro clínico descrito é
A) vírus da rubéola.
B) Toxoplasma gondii.
C) Treponema pallidum.
D) vírus do herpes simples.
Questão 06
Um recém-nascido de 20 dias de vida é encaminhado para consulta em ambulatório de espe-
cialidade com história de icterícia e baixo peso. A genitora não fez exames de pré-natal e informa que
seu filho nasceu "de sete meses” e “pequeno para a idade”, ficando internado na UTI após o nascimen-
to. Ao exame físico, o recém-nascido encontrava-se ictérico, com peso abaixo do percentil 3 , apresen-
tando microcefalia e hepatoesplenomegalia. Exames: hemograma com plaquetopenia; transaminases
elevadas; bilirrubina total de 15 mg/dL (valor de referência < 1,3 mg/dL) e bilirrubina direta de 8 mg/dL
(valor de referência < 0,4 mg/dL), sorologia para CMV (citomegalovírus): IgM e IgG positivas. Qual das
assertivas abaixo mais contribui com a elucidação diagnóstica da infecção congênita pelo CMV?
A) A pesquisa do CMV na urina e/ou saliva será útil para o diagnóstico de infecção congênita após 2
meses.
B) Caso a confirmação diagnóstica não ocorra até a terceira semana de vida, não será possível ser
estabelecida.
C) A sorologia IgM e IgG para CVM tem papel limitado no diagnóstico da infecção congênita, devido
à baixa especificidade.
D) A microcefalia, o crescimento intrauterino restrito e a prematuridade são altamente específicos para
o diagnóstico de infecção por CMV.
E )Uma tomografia computadorizada revelando calcificações difusas pelo córtex sugeriria fortemente
o diagnóstico de infecção por CMV em detrimento das outras infecções congênitas.
QUALITY 87
EDUCAÇÃO MÉDICA
QUESTÕES -PEDIATRIA
QUESTÕES - PEDIATRIA
Questão 07
Um paciente com dois meses de idade foi atendido no Hospital apresentando há um mês coriza
mucossanguinolenta e choro à mobilização do braço esquerdo. Nasceu a termo, com peso de 2 Kg,
comprimento de 47 cm e perímetro cefálico de 34 cm. Ao exame físico a criança mostrava-se ativa e
hidratada, chorava à manipulação do braço esquerdo e apresentava edema em porção proximal de
úmero. Na ausculta cardiopulmonar, o murmúrio vesicular estava bem distribuído e as bulhas cardíacas
eram rítmicas. No abdome palpava-se o fígado a 4 cm do rebordo costal direito e 4 cm do apêndice
xifoide e o baço a 4 cm do rebordo costal esquerdo. Resultados de exames: Hemoglobina = 9,5 g/dL
(Valor de referência: 11,5 - 13,5 g/dL); Hematócrito = 28% (Valor de referência: 34% - 40%); Leucóci-
tos = 8.000/ mm3 (Valor de referência: 5.500 - 14.500/mm3 ); Segmentados = 43 %; Linfócitos =
55%; Monócitos = 2%; Plaquetas = 155.000/mm3 (Valor de referência: 150.000 - 350.000/mm3 );
Bilirrubina total = 1,5 mg/dL (Valor de referência: 0,3-1,2 mg/dL); AST (TGO) = 11 U/L (Valor de refe-
rência: <35 U/L) e ALT (TGP) = 58 U/L (Valor de referência: <31 U/L). É solicitado internamento para
investigação. A conduta adequada após a admissão é
A) pesquisa de treponemas no sangue, estudo do líquor, radiografia de ossos longos; iniciar penicilina
cristalina endovenosa.
B) ultrassonografia de abdome total, radiografia de úmero, fundoscopia; iniciar ganciclovir endoveno-
so.
C) radiografia de crânio e úmero; iniciar sulfadiazina e pirimetamina por via oral.
D) avaliação de função hepática e radiografia de ossos longos; iniciar aciclovir endovenoso
Questão 08
Uma criança com 3 meses de idade é atendida na Unidade Básica de Saúde com quadro de
obstrução nasal, coriza serossanguinolenta, inapetência e choro contínuo. Ao exame físico, apresenta-
-se hipocorada +/4+, ictérica +/4+, com aumento de volume abdominal devido a hepatoesplenomega-
lia. A criança ganhou apenas 700 g desde o nascimento. Constatam-se pequenos condilomas em perí-
neo. A mãe relata não ter realizado nenhuma consulta pré-natal, tendo sido o parto normal conduzido
por uma parteira, em casa. Assinale a opção em que são apresentadas a hipótese diagnóstica e a con-
duta terapêutica adequada ao caso.
A) Sífilis congênita tardia; prescrição de claritromicina por via oral durante 10 dias.
B) Sífilis congênita precoce; prescrição de claritromicina por via intravenosa durante 14 dias.
C) Sífilis congênita tardia; prescrição de penicilina por via intravenosa ou intramuscular durante 14
dias.
D) Sífilis congênita precoce; prescrição de penicilina por via intravenosa ou intramuscular durante 10
dias.
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Questão 09
Lactente masculino de três meses de idade é trazido pela mãe ao ambulatório de Pediatria. A
mãe refere que há um mês a criança iniciou com coriza mucossanguinolenta e irritabilidade com choro
fácil. Ao nascimento: peso = 2,2 Kg; perímetro cefálico = 35 cm; comprimento = 48 cm. Ao exame
físico verifica-se dor à mobilização de braço esquerdo com choro intenso, coriza mucossanguinolenta
bilateral e erosões em lábio superior; palidez cutâneo-mucosa ++/4+; fígado a 3,5 cm do rebordo
costal direito e 3,5 cm do apêndice xifoide; baço a 4 cm do rebordo costal esquerdo.
Considerando a principal hipótese diagnóstica, quais são, respectivamente, o exame a ser solicitado e
o resultado mais provável?
Questão 10
Uma mulher de 19 anos de idade não fez pré- natal e foi internada na maternidade em trabalho
de parto. Nasceu uma criança do sexo masculino em boas condições. Os exames realizados na admis-
são da paciente revelaram sorologia positiva para HIV.
Em relação à amamentação, assinale a orientação correta:
Questão 11
Um lactente com quatro meses de idade nasceu a termo com peso de 3 Kg. Desde o nascimen-
to, faz uso de leite materno complementado com fórmula láctea. Atualmente pesa 5,5 kg. Há um mês
iniciou quadro de diarreia, com seis evacuações ao dia e raios de sangue e fezes não explosivas. No
exame físico foi observado que a criança estava em bom estado geral, bem nutrida, hidratada e que
não havia hiperemia perianal. Nesse caso, a conduta indicada é
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Questão 12
Um recém-nascido a termo apresentou hipotonia e movimentos respiratórios irregulares logo
após o parto, cujo período expulsivo foi prolongado. O líquido amniótico apresentou mecônio. Ele foi
levado à mesa de reanimação e foram realizados os passos iniciais. A frequência cardíaca do recém-
-nascido, auscultada com estetoscópio, foi de 80 bpm no primeiro minuto. Nessa situação, qual o
próximo procedimento a ser realizado?
Questão 13
Um recém-nascido a termo, com 18 horas de vida, apresenta icterícia em face e pescoço. O
parto foi normal sem intecorrências. A mãe relata ter realizado o pré-natal corretamente, mas não apre-
sentou o cartão da gestante. Nesse caso, a conduta indicada é:
A) Realizar exsanguineotransfusão.
B) Suspender o aleitamento materno.
C) Reavaliar o recém-nascido após 24 horas.
D) Solicitar dosagem de bilirrubina total e frações.
Questão 14
Uma puérpera vem à Unidade Básica de Saúde com seu recém-nascido (RN) de 4 dias de vida.
Segundo ela, o bebê está “muito amarelo”. Ela refere ainda que na alta do hospital, há 2 dias, o RN já
estava amarelo, mas que houve aumento progressivo da amarelidão. O exame físico revela pele ictérica
até região umbilical, sem outras alterações. A carteira de saúde do RN mostra os seguintes dados:
Idade gestacional = 38 semanas;
Peso do RN = 2.900 g;
Comprimento = 49 cm;
Apgar = 8/9;
Tipagem sanguínea do RN = O positivo;
Tipagem sanguínea da mãe = O positivo;
Ausência de intercorrências no nascimento.
Quais são, respectivamente, a hipótese diagnóstica mais provável e a conduta adequada nesse caso?
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Questão 15
Uma mãe de lactente do sexo masculino, de cor parda, com 45 dias de vida, em aleitamento
materno exclusivo, relata que o filho começou a ficar "amarelo" (sic) com cerca de três semanas de
vida e que, agora, ela está muito assustada, pois a criança "está mais amarela, a urina está escura e as
fezes estão esbranquiçadas" (sic). Ao exame físico, o fígado é palpável a 3 cm do rebordo costal direi-
to. Exame solicitado por outro médico mostra bilirrubina direta muito aumentada: 21 mg/dL (valor de
referência: inferior a 12 mg/dL) . O quadro clínico descrito é fortemente sugestivo de
A) doença de Gilbert.
B) anemia hemolítica.
C) atresia de vias biliares.
D) cisto congênito de colédoco.
E) hepatite neonatal provavelmente por citomegalovírus.
Questão 16
O Agente Comunitário de Saúde lhe solicita explicações sobre um recém-nascido que apresen-
ta coloração amarelada da pele. Você colhe, junto ao Agente Comunitário de Saúde, informações
sobre a duração da gestação, as condições do parto e da criança ao nascer, o tempo de aparecimento
do sintoma específico e verifica também resultados de exames do recém nascido , realizados na mater-
nidade: hemograma, dosagem de bilirrubinas e teste de Coombs. Diante dos dados clínicos e do resul-
tado de exames, você conclui que trata-se de Icterícia Fisiológica do Recém-Nascido. O que seria
correto você informar ao Agente Comunitário de Saúde sobre a Icterícia Fisiológica do Recém-Nasci-
do?
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Questão 17
Criança com 4 anos de idade foi levada pela mãe à Unidade Básica de Saúde com queixa de
distensão abdominal, hiporexia, palidez cutânea e referência ao "hábito de comer terra" (sic). Foram
realizados exames laboratoriais e observados os seguintes resultados: Hb - 8,4 g/dL; Htc - 28%; VCM
– 64 fL; HCM – 17 pg; Leucócitos totais - 6.400/mm3 ; Eosinófilos - 13%; Ferro sérico - 18µg/dL.
Tendo por base a prevalência das doenças parasitárias em nosso meio, os sintomas apresentados pela
criança e os resultados de exames registrados, deve-se considerar o diagnóstico de:
A) teníase.
B) giardíase.
C) amebíase.
D) enterobíase.
E) ancilostomíase
Questão 18
Um menino de dois anos de idade é levado à Unidade Básica de Saúde (UBS) próxima ao
assentamento onde sua família reside, com queixa de diarreia intermitente, com restos alimentares em
alguns episódios, sem sangue ou muco, associada a dor epigástrica e hiporexia, iniciada há 15 dias.
No último ano, a criança foi levada à UBS duas vezes pelo mesmo motivo. A genitora relata que, há
dois meses, a criança também apresentou lesões de pele muito pruriginososas, seguidas de tosse,
com resolução espontânea em 3 dias. O padrão alimentar inclui alimentos da família e leite de vaca
engrossado com farináceos desde que foi suspenso o aleitamento materno aos 3 meses de vida. A
situação vacinal está adequada à idade. O médico observou: peso = 11 kg (percentil 15); turgor e
elasticidade da pele um pouco diminuídos, mucosas hipocoradas, distensão abdominal moderada,
com dolorimento discreto e difuso e ausência de edema, de lesões de pele significativas ou de sinais
de instabilidade respiratória ou hemodinâmica. Para esse paciente, foram prescritas reidratação oral e
orientação higiênico-sanitária. Qual a hipótese diagnóstica que melhor explica o quadro descrito acima
e qual a conduta que deve ser aplicada?
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Questão 19
Uma menina de 7 anos de idade é trazida pela mãe à Unidade Básica de Saúde com queixa de
prurido na região genital há duas semanas que se mostra mais intenso à noite. A mãe relata que uma
menina da mesma idade, que mora na casa ao lado, tem apresentado sintomas semelhantes. Ao
exame, detectou-se ausência de sangramento ou corrimento e que a membrana himenal está íntegra.
Nota-se apenas a presença de eritema na região vulvar e perianal.
Quais são, respectivamente, a hipótese diagnóstica e a conduta a ser adotada nesse caso?
Questão 20
Um menino com 7 anos de idade é trazido por sua mãe à Unidade Básica de Saúde, apresen-
tando dor abdominal em cólica e diarreia intermitente há 2 meses. A mãe relata que o filho está apático,
pálido, sem vontade de brincar e que apresenta, ainda, episódios de tosse e sibilância, sem anteceden-
tes de atopia. Informa, ainda, que foi realizado um hemograma na semana anterior, cujo resultado
demonstra hemoglobina = 8 g/dL (valor de referência: 10,5 a 14,0 g/dL).
Nesse caso, a conduta adequada é
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Questão 21
Uma criança com seis anos de idade, natural e procedente da região Norte do Brasil, é interna-
da em hospital com história de febre há seis meses, de caráter intermitente. Não apresenta diarreia.
Perda de 3 Kg de peso desde o início do quadro. Ao exame físico apresenta-se eupneica, hidratada;
murmúrio vesicular presente bilateralmente, com sibilos esparsos; bulhas cardíacas rítmicas e normo-
fonéticas; fígado a 4 cm do rebordo costal direito e a 4 cm do apêndice xifoide; baço a 3 cm do rebor-
do costal esquerdo; sem edemas. Exames laboratoriais: hemoglobina = 10 g/dL (Valor de referência:
11,5 - 13,5 g/dL); hematócrito = 36% (Valor de referência: 34% - 40%); leucócitos = 15.000/mm3
(Valor de referência: 5.500 - 14.500/mm3 ); neutrófilos = 38%, eosinófilos = 42%, monócitos = 1%,
linfócitos = 19%, plaquetas = 160.000/mm3 (Valor de referência: 150.000 - 350.000/mm3 ); proteí-
nas totais = 6,2 g/dL (Valor de referência: 6,0 - 8g/dL), albumina = 2,5 g/dL (Valor de referência: 2,9 -
4,7 g/dL), globulina = 3,7 g/dL (Valor de referência: 1,4 - 3,2 g/dL). A hipótese diagnóstica e a investi-
gação complementar necessária para confirmação diagnóstica são
Questão 22
Um menino com cinco anos e oito meses foi levado pela mãe à Unidade Básica de Saúde. Há
três semanas vem apresentando dor abdominal inespecífica, tosse, febre e hábito de comer terra. Ao
exame físico, o médico encontrou palidez cutânea moderada e hepatomegalia. Foram solicitados
alguns exames: 1) hemograma: hemoglobina 10 g/dL, hematócrito 30 %. leucocitose (16.000 /mm3),
eosinofilia (12 %), plaquetas normais; 2) exame parasitológico das fezes (em andamento) e 3) exame
ultrassonográfico do abdome que revelou imagens hipoecogênicas micronodulares no fígado. Com
base na história clínica e nos exames complementares, o diagnóstico principal e o tratamento são
A) ancilostomíase; utilizar mebendazol, 100 mg, duas vezes ao dia, durante três dias.
B) giardíase; utilizar secnidazol, 30 mg/Kg, dose única.
C) toxocaríase; utilizar albendazol, 10 mg/Kg, uma vez ao dia, durante cinco dias.
D) estrongiloidíase; utilizar secnidazol, 25 mg/Kg, uma vez ao dia, de cinco a sete dias.
E) amebíase; utilizar secnidazol, 30 mg/Kg, dose única
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Questão 23
Um pré-escolar, com dois anos e nove meses de idade, é trazido à Unidade Básica de Saúde
de sua cidade com os resultados dos exames anteriormente solicitados. Naquela ocasião, a mãe rela-
tou que a criança apresentava cansaço e falta de apetite, além de dor abdominal e episódios de diar-
reia e vômitos esporádicos. Há algumas semanas apresentou vesículas e prurido intenso nos pés.
Exame físico: regular estado geral, emagrecido e pálido; com distensão abdominal. Hemograma:
hemoglobina = 9,9 g/dL (Valor de referência = 11,5 - 13,5 g/dL); hematócrito = 33% (Valor de referên-
cia = 34%-40%); volume corpuscular médio = 72 fl; (Valor de referência = 70-86 fl); hemoglobina
corpuscular média = 22 pg/célula (Valor de referência = 22-31 pg/célula); leucócitos = 9.200/mm3
(Valor de referência = 5.500 - 14.500/mm3 ), basófilos = 0%, eosinófilos = 10 %, bastões = 1%, seg-
mentados = 40%, linfócitos = 50%, monócitos = 0%. O diagnóstico correto e tratamento indicado
para essa criança são
A) giardíase; metronidazol.
B) ascaridíase; cambendazol.
C) ancilostomíase; mebendazol.
D) larva migrans cutânea; tiabendazol.
Questão 24
Um escolar com 7 anos de idade, peso = 14 kg, proveniente de uma instituição para menores
abandonados, apresenta dor abdominal difusa, tipo cólica, recusa à alimentação e também palidez,
náuseas e vômitos. A informante nega a ocorrência de febre. Ao exame físico apresenta fácies de dor,
afebril, hidratado, pálido (++/4+), frequência respiratória = 34 irpm, frequência cardíaca = 115 bpm,
auscultas pulmonar e cardíaca normais. Pulsos cheios. Tempo de enchimento capilar <2 segundos,
pressão arterial = 100 × 60 mmHg. Abdome globoso, com peristalse aumentada, palpando-se massas
arredondadas, móveis, de consistência elástica, em flanco e fossa ilíaca, à esquerda. Ausência de
sinais de dor à descompressão brusca do abdome. Observaram-se formações esféricas na radiografia
de abdome em anteroposterior, com densidade de líquido, projetando-se em meio ao conteúdo gasoso
de cólon e reto ("imagem em miolo de pão") e distensão difusa de alças intestinais. Baseando-se no
diagnóstico desse paciente, além da analgesia e da hidratação venosa, a medicação específica de
escolha é
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Questão 25
Adolescente do sexo masculino, com 14 anos de idade, busca atendimento em Unidade Básica
de Saúde por considerar sua estatura muito baixa. O seu peso ao nascer foi de 3 Kg e o comprimento,
de 50 cm. Mantevese com velocidade de crescimento adequada até os dois anos de vida. Depois
desse período, o pediatra constatou desaceleração no padrão de crescimento. Atualmente, apresenta
velocidade de crescimento e estatura compatíveis com a idade óssea. Estágio de Tanner = 1; idade
óssea = 13,5 anos; radiografia de crânio normal. Qual a conduta adequada para essa situação?
A) Encaminhar o paciente para endocrinologista para indução puberal imediata com testosterona.
B) Referenciar o paciente para endocrinologista para indução imediata do crescimento com sulfato de
zinco.
C) Acompanhar a evolução e não referenciar o paciente nesse momento, pois trata-se de atraso pube-
ral constitucional.
D) Referenciar o paciente para endocrinologista para investigação imediata de hipogonadismo hipogo-
nadotrófico.
E) Não referenciar o paciente e tranquilizá-lo, pois não há evidência de atraso puberal.
Questão 26
Menina com 7 anos de idade foi levada para consulta em Unidade Básica de Saúde pela mãe.
Apresenta queixa de ganho de peso excessivo nos últimos meses. Após a realização do exame físico,
foram registrados os seguintes dados: Peso = 35 kg; Altura = 1,25 m; Pressão Arterial (membro supe-
rior direito) = 118x80 mmHg. Após a análise das curvas de crescimento (peso, altura e índice de
massa corporal – IMC) e da tabela de pressão arterial, é correto afirmar que os diagnósticos e a con-
duta inicial recomendada nessa situação são, respectivamente:
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A) obesidade grave e hipertensão; recomenda-se incentivar hábitos de vida saudáveis (atividade física
regular e alimentação balanceada) e realizar tratamento farmacológico.
B) sobrepeso e pressão arterial limítrofe; recomenda-se incentivar hábitos de vida saudáveis (atividade
física regular e alimentação balanceada) e rastrear outras comorbidades.
C) obesidade e hipertensão; recomenda-se seguir plano alimentar com dieta balanceada, atividade
física regular e acompanhamento semanal com a equipe de saúde.
D) sobrepeso e hipertensão; recomenda-se seguir plano alimentar com dieta balanceada, atividade
física regular, bem como restrições de tempo na frente da televisão.
E) obesidade e pressão arterial limítrofe; recomenda-se seguir plano alimentar com dieta balanceada,
atividade física regular e rastrear outras comorbidades.
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Questão 27
Criança, com três anos de idade, é atendida no Pronto Atendimento, com história de diarreia
nos últimos sete dias. A mãe relata aumento da frequência das evacuações, estando as fezes líquidas,
sem sangue ou muco. A criança mantém-se afebril e nas últimas 24 horas apresentou dois episódios
de vômitos. O exame físico revela peso atual de 13.300g e anterior de 14.800g; criança irritada, cho-
rando sem lágrimas, mucosas secas, olhos fundos e elasticidade cutânea diminuída. Com base na
história e no exame físico, o diagnóstico e conduta imediatos são, respectivamente
A) diarreia aguda com sinais de desidratação grave; hidratação venosa e suspensão da alimentação
até melhora dos vômitos.
B) diarreia aguda com sinais de desidratação; solução de reidratação oral e drogas antimotilidade.
C) diarreia aguda com sinais de desidratação; solução de reidratação oral e suspensão da alimentação
(nas primeiras quatro horas), exceto se for leite materno.
D) diarreia persistente com sinais de desidratação grave; hidratação venosa e suspensão da alimenta-
ção até melhora dos vômitos.
E) diarreia persistente com sinais de desidratação; solução de reidratação oral e suspensão da alimen-
tação (nas primeiras quatro horas), exceto se for leite materno.
Questão 28
Criança em idade pré-escolar foi atendida na Unidade Básica de Saúde, por diversas vezes,
com quadro diarreico semelhante: diarreia importante e evacuações explosivas logo após a ingestão
de alimentos. No atendimento atual a criança encontra-se desidratada, apresenta assadura perianal e
distensão abdominal. Os exames laboratoriais evidenciaram a presença de substâncias redutoras nas
fezes e pH fecal menor do que 5,5. Qual a suspeita diagnóstica principal?
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Questão 29
Um lactente do sexo masculino, com 3 meses de vida, amamentado exclusivamente ao seio, é
atendido no Setor de Pediatria de uma Unidade de Emergência com história de diarreia há três dias,
caracterizada por cerca de dez dejeções por dia, perda de peso (400 g) e dois episódios de vômito.
Exame físico: criança irritada, com olhos encovados, lágrimas ausentes, boca e língua secas; sinal da
prega cutânea desaparece lentamente. Bebe com avidez os líquidos oferecidos. Temperatura =
37,5°C. Peso = 5 600 g. Qual a conduta mais adequada conforme o Programa de Controle de Doen-
ças Diarreicas da OPAS/OMS?
A) Manter o estado de hidratação com uso frequente, no domicílio, de soro de reidratação oral; manter
o aleitamento materno.
B) Após 2 horas de instituída a terapia com soro de reidratação oral, percebendo-se boa hidratação e
recuperação do peso, manter a criança internada e em jejum até completar as 4 horas preconizadas
para observação.
C )Manter a criança em observação, prescrever soro de reidratação oral, 50 a 100 mL/kg, fracionado
durante 4 horas; suspender a alimentação durante o período de observação.
D) Iniciar o tratamento com infusão lenta de soro de reidratação oral por sonda nasogástrica, 30 mL/k-
g/hora; suspender a alimentação.
E) Após 2 horas de instituída a terapia com soro de reidratação oral, se o peso da criança for estável
e o sinal da prega desaparecer muito lentamente, iniciar hidratação venosa; manter o aleitamento
materno.
Questão 30
Lactente com seis meses de idade é trazido à Unidade Básica de Saúde pela mãe porque há
um dia apresentava diarreia com seis a sete evacuações, com fezes líquidas, acompanhada de redu-
ção da diurese e inapetência; mantendo, porém, a ingestão de líquidos satisfatória. Não apresenta
febre ou vômitos e sintomas respiratórios. Ao exame físico, o médico observa que a criança apresenta-
-se irritada, chorando sem lágrimas, com olhos fundos e saliva espessa. A pesquisa de turgor da pele
mostra prega cutânea desaparecendo lentamente. Observa-se também aumento da frequência cardía-
ca com pulso débil. Com base nos dados observados e no grau de desidratação estimado, a conduta
terapêutica adequada nesta situação é realizar:
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Questão 31
Mãe comparece à Unidade Básica de Saúde com filha de 7 meses, previamente hígida, com
quadro de diarreia há 12 dias, com fezes líquidas desde o início do quadro. Nega cirurgias prévias,
vômitos, febre ou presença de sangue nas fezes. Atualmente apresenta dermatite em região de fraldas
e evacuações explosivas. Alimentada exclusivamente com leite materno até completar 4 meses de
idade, sua alimentação consiste em leite em pó integral, suco e papa de frutas. Não apresenta perda
de peso significante. Com base no quadro clínico apresentado, o diagnóstico e a conduta adequada
para esta lactente são, respectivamente:
Questão 32
Um lactente, com 9 meses de idade, procedente da zona rural, chega à Unidade Básica de
Saúde (UBS) com quadro de diarreia líquido-pastosa, sem muco e/ou sangue, com 4-5 evacuações
ao dia, acompanhada de febre baixa (37,5 ºC), que iniciou-se há 2 dias. A alimentação é feita com leite
materno e complementação adequada. O calendário vacinal encontra-se em dia e a curva de cresci-
mento dentro dos parâmetros da normalidade. A mãe estava fazendo uso de soro caseiro e observou
que o lactente vinha recusando a alimentação nas últimas 24 horas. Ao exame físico o lactente apre-
sentava letargia, olhos fundos e sinal da prega com retorno lento ao estado anterior. De acordo com as
diretrizes do Programa de Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI), do Ministério
da Saúde do Brasil, qual a classificação do quadro diarreico e a conduta terapêutica?
A) Diarreia moderada com desidratação; iniciar a hidratação oral na UBS e liberar conforme melhora
clínica.
B) Diarreia com desidratação leve; iniciar a hidratação oral na UBS e liberar conforme melhora clínica.
C) Diarreia grave com desidratação grave ou muito grave; referir urgentemente para o hospital.
D) Diarreia moderada com desidratação; referir urgentemente para o hospital
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Questão 33
Um lactente, com oito meses e meio de idade, é atendido na Unidade Básica de Saúde com
diarreia líquida, com média de sete evacuações ao dia, vômitos e febre. Os sintomas iniciaram-se há
dois dias, juntamente com coriza e tosse. Desde os quatro meses de idade, o lactente alimenta-se com
leite materno, mamadeira (leite de vaca diluído ao meio e farinha) e papa de vegetais (cada uma dessas
refeições, duas vezes ao dia). Ao exame físico, o médico observou choro intenso e sem lágrimas, olhos
fundos, boca seca, enchimento capilar prejudicado e sinal da prega desaparecendo lentamente. O
lactente está recusando a alimentação, exceto leite materno, que mama avidamente. A conduta indica-
da para esse lactente é hidratação
A) oral (70 mL/kg em até 4 horas) e manutenção do aleitamento materno. Após a melhora, alimentação
normal, sem utilização de leite de vaca e derivados.
B) oral (100 mL/kg em 4 horas) e manutenção do aleitamento materno. Após a melhora, readequação
alimentar, corrigindo-se o preparo das mamadeiras.
C) venosa (100 mL/kg de soro glicofisiológico em 2 horas) e suspensão da amamentação. Após a
melhora, readequação alimentar, corrigindo-se o preparo das mamadeiras.
D) venosa (100 mL/kg de Ringer lactato em 2 horas) e suspensão da amamentação. Após a melhora,
retomada da alimentação normal, sem leite de vaca e derivados.
Questão 34
Criança com 9 anos de idade, previamente hígida, desenvolveu quadro de astenia há dois dias.
Há seis horas passou a apresentar alguns episódios de vômito, dor abdominal, poliúria e polidipsia. Foi
levada pela mãe ao Pronto-Socorro, onde chegou com quadro de desidratação e confusão mental. O
plantonista solicitou gasometria arterial, que apresentou o seguinte resultado: pH = 7,2; pO2 = 75
mmHg; pCO2 = 30 mmHg; HCO3- = 12 mEq/L e Excesso de base (BE) = -18 mEq/L. Com base no
quadro clínico e exames laboratoriais, o diagnóstico e a conduta imediata são, respectivamente:
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Questão 35
Uma criança de sexo feminino, com quatro anos de idade, é atendida no Pronto Atendimento
com queixa de poliúria, polidipsia e emagrecimento nos últimos dois meses. Apesar de ter havido um
atendimento anterior por esta queixa, não houve uma definição diagnóstica. A mãe decidiu retornar ao
serviço porque nos últimos dois dias, a criança começou a apresentar sonolência, acompanhada de
febre (dois picos de 38,6 °C), vômitos, fadiga, sinais de desidratação e taquipneia. Imediatamente,
você decidiu encaminhar a paciente para um Serviço de Emergência, devido à hipótese diagnóstica de
cetoacidose diabética. A decisão de encaminhamento imediato foi determinada
A) pela preocupação com a hipotensão, achado bastante comum nas crianças que desenvolvem ceto-
acidose diabética.
B) para reposição volêmica e controle da glicemia. A hipotensão, na criança em cetoacidose diabética,
é evento raro e tardio.
C) pela alta mortalidade, característica da doença, cuja principal causa de morte está relacionada à
hipotensão.
D) pela hipertermia da criança, que requer imediata investigação diagnóstica.
E) porque, em crianças lactentes e pré-escolares, além de adolescentes grávidas, a cetoacidose
ocorre com níveis de glicemia sempre muito elevados
Questão 36
Uma criança de 9 anos de idade é levada ao serviço médico de urgência com quadro de confu-
são mental e desidratação. Os pais relatam perda de 2 kg nos últimos 15 dias, apesar do aumento da
ingestão alimentar e sede constante. Ao exame físico: paciente desidratado +++/4, com hálito cetôni-
co. Exames laboratoriais: glicemia = 560 mg/dL (valor de referência < 100 mg/dL), gasometria: pH =
7,2 e bicarbonato = 12 mEq/L, sódio = 140 mEq/L, potássio = 5,7 mEq/L; exame de urina: glicose =
++, proteínas = ausentes, corpos cetônicos = ++, leucócitos = 2 000/mL e eritrócitos = 3 000/mL.
Qual a conduta mais adequada no caso?
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Questão 37
Uma paciente de 11 anos de idade dá entrada no Pronto Socorro com história de dor abdomi-
nal e oito episódios de vômitos nas últimas quatro horas. A mãe relata que a criança perdeu 4 kg no
último mês e está urinando excessivamente. A menina passou por vários exames, com os seguintes
resultados: frequência cardíaca = 150 bpm; frequência respiratória = 60 irpm. Mostrou-se sonolenta,
olhos fundos, boca seca, com enchimento capilar de cinco segundos, murmúrio vesicular bem distribu-
ído, bulhas rítmicas normofonéticas, abdome flácido e indolor, sem visceromegalias. Não foram eviden-
ciados sinais de irritação meníngea.
Os resultados dos exames laboratoriais estão apresentados a seguir, denotando-se por VR os valores
de referência.
Hemogasometria arterial:
pH = 7,1 (VR = 7,35 - 7,45); HCO3 = 8 mEq/L (VR = 21 - 28 mEq/L); PCO2 = 22 mmHg (VR = 35 - 48 mmHg); PO2 =
89 mmHg (VR = 83 - 108 mm Hg); glicemia = 450 mg/dL (VR = 65-99mg/dL); sumário de urina: cetonúria; K = 3,8 mEq/L
(VR = 3,5 - 5 mEq/L); Na = 140 mEq/L (VR = 135 - 145 mEq/L); fósforo = 3,5 mg/dL (VR = 3,5 - 5,5 mg/dL); ureia = 35
mg/dL (VR = 15 - 40 mg/dL); creatinina = 1 mg/ dL (VR = 0,6 - 1,3 mg/dL). Hemograma: Hb = 15 g/dL (VR = 11,5 - 15,5
g/dL); Ht = 45% ( VR = 35 - 45%); leucócitos = 4.800 /mm3 (VR = 5.500 - 15.500/mm3).
Qual deveria ser a conduta imediata para esse caso?
A) Iniciar insulina subcutânea após controle da desidratação, com expansão volumétrica com soro
fisiológico a 0,45%.
B) Iniciar insulina endovenosa contínua em bomba de infusão em Y e a expansão volumétrica com soro
fisiológico a 0,45%.
C) Iniciar solução de manutenção com potássio após controle da desidratação, com expansão volumé-
trica com soro fisiológico a 0,9%.
D) Iniciar reposição em Y de bicarbonato endovenoso e a expansão volumétrica com soro fisiológico a
0,9% para controle da desidratação
Questão 38
Um bebê com 4 meses de idade é levado ao serviço de Pronto Atendimento com quadro clínico
de diarreia iniciado no dia anterior. A mãe refere que a criança apresenta cerca de 8 evacuações
diárias, líquidas, volumosas, sem sangue ou muco. Ao exame físico, encontra-se letárgico, com pulsos
finos e tempo de enchimento capilar de 5 segundos. Após receber 2 expansões com soro fisiológico,
20 ml/kg, o bebê apresenta melhora parcial do quadro clínico. O resultado da gasometria arterial
evidencia pH = 7,3 (valor de referência: 7,35 a 7,45); pO2 = 150 mmHg (valor de referência: 83 a 108
mmHg); pCO2 = 21 mmHg (valores de referência: 32 a 48 mmHg); HCO3 – = 14 mEq/L (valores de
referência: 21 a 28 mEq/L); BE = –3,5 (valor de referência: –3 a +3).
Diante desse quadro, a interpretação da gasometria e a conduta médica imediata são
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EDUCAÇÃO MÉDICA
QUESTÕES -PEDIATRIA
QUESTÕES - PEDIATRIA
Questão 39
Um lactente, com nove meses de idade, foi levado ao Pronto Atendimento porque, há 5 horas
vem apresentando choro inconsolável, vômitos, fezes com sangue e distensão abdominal. A mãe refere
que a criança ficou gripada há uma semana. Durante o exame físico, o pediatra palpou massa abdomi-
nal e solicitou radiografia simples de abdome que foi inespecífica e ultrassonografia de abdome total
que mostrou anéis concêntricos de camadas hipoecóicas e hiperecóicas alternantes, com porção cen-
tral hiperecóica (sinal da “rosquinha/alvo/olho de boi”). Foi encaminhado ao centro cirúrgico para lapa-
rotomia. Baseado nos sintomas apresentados, o quadro descrito é compatível com abdome agudo,
tendo como causa
Questão 40
Criança do sexo masculino, com 7 meses de idade, começou a apresentar crises de choro
injustificado intercaladas com períodos de acalmia. Tem leve distensão abdominal, principalmente em
quadrante superior direito, e vômitos de conteúdo alimentar há cerca de dois dias. Hoje pela manhã, a
mãe notou fezes contendo substância gelatinosa e de cor róseo-avermelhada, o que a motivou a procu-
rar serviço de Pronto Atendimento. Ao exame, a criança se apresenta inquieta e chorosa, os ruídos
abdominais estão presentes, levemente aumentados e com timbre metálico. Na palpação abdominal
evidencia-se uma tumoração fusiforme em hipocôndrio direito, sem sinais de irritação peritonial. Com
base nessas informações, pode-se afirmar que, na investigação por imagem:
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GABARITO
Pediatria
GABARITO
GABARITO
Questão 01 - A
O quadro descrito corresponde a um desenvolvimento infantil normal, os sinais mais importantes,
nessa idade são: rola com facilidade e fica sentada apenas quando se apoia nas mãos.
Questão 02 - B Questão 05 - B
Questão 03 - D Questão 06 - C
Questão 04 - B Questão 07 - A
Questão 08 - D
A primeira coisa é saber diferenciar uma sífilis congênita precoce da sífilis congênita tardia. A sífilis
congênita precoce surge até o 2o ano de vida. Além da prematuridade e do baixo peso ao nascimento,
as principais características dessa síndrome são, excluídas outras causas: hepatomegalia com ou sem
esplenomegalia, lesões cutâneas (como por exemplo, pênfigo palmo-plantar, periostite ou osteíte ou
osteocondrite (com alterações características ao estudo radiológico), pseudoparalisia dos membros,
sofrimento respiratório com ou sem pneumonia, rinite sero-sanguinolenta, icterícia, anemia e linfadeno-
patia generalizada (principalmente epitroclear). Outras características clínicas incluem: petéquias,
púrpura, fissura peribucal, síndrome nefrótica, hidropsia, edema, convulsão e meningite. A síndrome
clínica da sífilis congênita tardia surge após o 2o ano de vida. As principais características dessa
síndrome incluem: tíbia em “Lâmina de Sabre”, articulações de Clutton, fronte “olímpica”, nariz “em
sela”, dentes incisivos medianos superiores deformados (dentes de Hutchinson), molares em “amora”,
rágades periorais, mandíbula curta, arco palatino elevado, ceratite intersticial, surdez neurológica e
dificuldade no aprendizado. O tratamento da sífilis sempre penicilina G cristalina IV ou penicilina G
procaína durante 10 dias.
Questão 09 - D
Esse caso clínico é Sífilis Congênita, pode ser classificada em precoce (diagnosticada até os dois
anos de vida) e tardia (após esse período). Entre as alterações que a criança pode apresentar desta-
cam‐se também periostite, osteíte e osteocondrite, as quais apresentam lesões características no
estudo radiológico.
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EDUCAÇÃO MÉDICA
GABARITO
GABARITO
Questão 10 - B
A amamentação é contra-indicada em apenas duas situações: HIV e fenilcetonúria.
Questão 11 - A
Questão 12 - A
Questão 13 - D
A icterícia é causada pelo aumento da quantidade do pigmento bilirrubina. Zonas dérmicas de progres-
são da icterícia, segundo Kramer: de Zona 1- cabeça e pescoço BI até 5mg/dL.
Questão 14 - A Questão 17 - E
Questão 15 - C Questão 18 - A
Questão 16 - B
Questão 19 - A
O prurido genital é característico da enterobiose. Na questão diz que “Ao exame, detectou-se ausência
de sangramento ou corrimento e que a membrana himenal está íntegra.”, candidíase apresenta corri-
mento e a genitora não relata. Herpes e vulvovaginite são doenças sexuais.
Questão 20 - C
A sibilância e a tosse, são causadas pela síndrome de Loeffler. Juntamente com os outros sinais e
sintomas apresentados são característicos de infecção por helmintos ou áscaris. Outro fato importante
é o valor da hemoglobina: 8g/dL.
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GABARITO
GABARITO
Questão 21 - C Questão 29 - E
Questão 22 - C Questão 30 - A
Questão 23 - C Questão 31 - B
Questão 24 - D Questão 32 - C
Questão 25 - C Questão 33 - B
Questão 26 - C Questão 34 - A
Questão 27 - C Questão 35 - B
Questão 28 - D Questão 36 - C
Questão 37 - C
É uma cetoacidose diabética, em distúrbio metabólico com este não é indicada a administração de
bicarbonato de sódio. A recomendação é que inicie o tratamento dom expansão volumétrica com SF
0,9% (20ml/kg) e logo após administrar manutenção com o potássio. Lembrando que nesse caso
também é recomendado a administração da insulina EV.
Questão 38 - A
Em razão dos resultados apresentados na gasometria arterial, podemos constatar que se trata de uma
acidose metabólica. Em relação à conduta: não é correto administrar bicarbonato de sódio em diarreia,
com exceção quando pH < 6.9, nesse quadro clínico está indicado expansão volêmica (3 x 20ml/kg)
20/20 mim.
Questão 39 - D
Questão 40 - D
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