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mecanismos de ação)
INTRODUÇÃO
A corrente interferencial (IC) foi desenvolvida na década de 1950 pelo Dr. Hans Nemec,
em Viena, e foi tornando-se cada vez mais popular no Reino Unido durante a década de
1970. A partir dessa definição observa-se que a IC é uma forma de estimulação elétrica
nervosa transcutânea.
É essencialmente uma corrente de média frequência de amplitude modulada em baixa
frequência, gerada pela mistura de duas correntes de média frequência ligeiramente
fora de fase. É uma forma de eletroterapia que atinge tecidos profundos por meio do
uso de frequência portadora em Kilohertz (kHz) com o objetivo de superar a
impedância elétrica oferecida pela pele. As correntes de média frequência são aquelas
que apresentam frequência entre 1 a 10 kHz e são frequentemente usadas na reabilitação.
A resistência capacitiva da pele é inversamente proporcional à frequência da corrente,
então se a resistência elétrica da pele é menor a corrente será mais profunda e confortável.
Quanto maior a frequência, mais eficiente o estímulo de nervos localizados mais
profundamente. Uma CA de 50 Hz encontra cerca de 3.000 ohms de resistência por 100
cm² de pele. Aumentando-se a frequência para 4.000 Hz, a resistência capacitiva da pele
cai para cerca de 40 ohms. Consequentemente, a EIF encontra menor resistência da pele
do que outras formas de estimulação com frequência baixa. Dentro dos tecidos, a
interferência entre as duas ondas reduz a frequência para um nível que produz efeitos
biológicos sobre os tecidos.
A CI é uma forma de tratamento simples e não invasiva, é muito utilizada para induzir
analgesia, estimular contração muscular e reduzir edemas. A partir dessa definição
observa-se que a IC é uma forma de estimulação elétrica nervosa transcutânea.
Efeitos Biofísicos
Controle da Dor
Estimulação Neuromuscular
PARÂMETROS DE TRATAMENTO
Podemos fazer com que a FMA alterne ao longo de uma faixa estabelecida pela
manipulação do controle de freqüência varredura.
A varredura de frequência (sweep) é encontrada na maioria dos estimuladores de IC, em
que a AMF é alterada ao longo do tempo. A varredura pode ser ajustada entre duas
AMFS prefixadas, por exemplo entre 50 e 10 Hz. O padrão de mudança na frequência
pode também ser ajustado na maioria dos aparelhos. Por exemplo, pode ser ajustado para
aumentar e diminuir lentamente durante um período de 6 segundos (normalmente anotado
como 6 a 6) ou para dar um 1 segundo de estimulação em uma frequência e então
automaticamente mudar para outra frequência.
Os aparelhos interferenciais variam quanto à frequência de varredura disponível, mas a
faixa oscila entre 0 e 250 Hz. Neste caso, se colocarmos a FMA a 100 Hz e a frequência
de varredura de 10 Hz, irá resultar numa FMA que varia entre 100 e 110 Hz.
Alega-se também que a varredura de frequência permite a estimulação de uma faixa maior
de tecidos excitáveis estendendo o escopo dos efeitos de tratamento potenciais.
Intensidade da corrente
De acordo com a intensidade escolhida poderemos ter efeitos diferentes nos tecidos. Isto
relacionado com a estimulação seletiva dos tipos de nervos. É provável que os efeitos
sensitivos originem entre 4 e 10 mA, e as respostas motoras entre 8 e 15 mA, contudo estes
valores variam de acordo com a área do corpo a ser tratada, e para cada indivíduo em
particular.
À medida que a intensidade aumenta, o paciente sentirá um formigamento. Com uma
intensidade maior, ocorrerá uma contração muscular, e se a corrente for aplicada a uma
intensidade suficientemente elevada, o paciente poderá sentir desconforto, ou dor. A
maioria dos autores defende uma intensidade de corrente que produza uma sensação forte
porém confortável".
Por definição, a estimulação "forte porém confortável" deve ser determinada pelo relato do
indivíduo e não pelas regulagens da intensidade do pico de corrente. A intensidade deve ser
lentamente aumentada até que o paciente indique que a sensação almejada foi atingida. O
ajuste periódico da intensidade é recomendado para compensar qualquer adaptação.
ELETRODOS:
O método tradicional de aplicação da terapia interferencial utiliza-se quatro eletrodos,
para atender a dois circuitos. Os circuitos são dispostos perpendicularmente entre si, de
modo a fazer intercessão na área a ser estimulada. A corrente pode ser aplicada através de
eletrodos flexíveis fixados por fita adesiva ou por eletrodos a vácuo, que utilizam a
sucção para que o contato seja mantido. Em ambos os casos, há necessidade do uso de
esponjas embebidas em água.
INDICAÇÕES:
• Analgesia – funciona analogamente ao TENS
• Reparo dos tecidos e promoção da cicatrização
• Produção de contrações musculares
condições patológicas, como lombalgia, cervicalgia, dor miofascial, osteoartrite de joelho,
dor no pós-operatório de cirurgia de joelho, artrite psoriática, constipação intestinal,,
dismenorréia.
Na condição de lesão induzida, como a dor muscular decorrente dos
exercícios excêntricos.
Livro de Starkey
Colocação do Eletrodo
Técnica Quadripolar
Os quatro eletrodos são posicionados ao redor da área dolorida, de forma que cada
canal corra perpendicular ao outro e que a corrente cruze o ponto médio. Os efeitos da
interferência ramificam-se em ângulos de 45° a partir do centro do tratamento, na forma de
um trevo de quatro folhas. Os tecidos dentro dessa área recebem o efeito máximo do
tratamento. (Quando os eletrodos são posicionados de forma correta, a estimulação deve
ser sentida apenas entre os eletrodos, não embaixo deles)
Quando se aplica a EIF com a técnica bipolar, a mistura dos dois canais ocorre dentro
do gerador, e não nos tecidos. São utilizados dois canais dentro do gerador, com um
único canal de saída aplicado aos tecidos. A EIF bipolar gera uma mistura mais precisa,
embora não penetre nos tecidos a uma profundidade tão grande quanto a aplicação
quadripolar.
Quando as contrações musculares são o objetivo da sessão de tratamento, tanto com EIF,
utilizam-se as colocações bipolares do eletrodo. Quando o alvo dos efeitos for um músculo,
ou grupo muscular específico, utiliza-se apenas um canal. Quatro eletrodos são
incorporados ao canal duplo, isto é, o regime de tratamento agonista-antagonista.
ROCHA, Clarice Sperotto dos Santos; VAZ, Marco Aurelio. Efeitos do uso da corrente interferencial
no tratamento da dor decorrente de microlesão induzida por exercício excêntrico nos músculos
flexores e extensores do joelho em humanos. 2012. ufrgs
.
A corrente interferencial difere-se das demais correntes elétricas analgésicas como o TENS,
por exemplo, por ser uma corrente de média frequência modulada e, portanto, pode
atingir maior profundidade de ação. Observou-se que a IC e a TENS tinham efeitos
diferentes sobre a dor induzida pelo frio, com a TENS aumentando o limiar porém não
alterando as pontuações de intensidade da dor e a IC diminuindo as pontuações de
intensidade mas não afetando o limiar.
Forma de Onda:
● A CI utiliza duas correntes alternadas de média frequência que se cruzam no
tecido alvo. Essas correntes se interferem, criando um padrão de
interferência que estimula os tecidos.
● A TENS usa correntes de baixa frequência e é aplicada diretamente na
superfície da pele através de eletrodos.
Objetivo Principal:
● Redução da dor, relaxamento muscular, aumento do fluxo sanguíneo e
promoção da cicatrização de tecidos. Já a TENS Alívio da dor aguda ou
crônica por meio do bloqueio do estímulo doloroso e da liberação de
endorfinas (analgésicos naturais do corpo).
Aplicação:
● É aplicada geralmente em áreas maiores do corpo, usando eletrodos
posicionados em pontos estratégicos para criar o efeito de interferência.
● Já a TENS ode ser aplicada em áreas específicas onde a dor está localizada.
Existem modos variados de TENS, como convencional, de baixa frequência
ou de alta frequência, cada um com objetivos diferentes.
Explicar corrente russa (efeitos fisiológicos , parâmetros, indicações e contra indicação, mecanismos
de ação)
Livro Modalidades Terapêuticas Para fisioterapeutas
Esta classe de geradores de corrente foi desenvolvida no Canadá e nos Estados Unidos
após o cientista russo Yadou M. Kots tê-los apresentado em um seminário sobre o uso de
estimuladores elétricos para aumentar o ganho de força. Os estimuladores desenvolvidos
após essa apresentação foram chamados de geradores de corrente russa. Esses
estimuladores evoluíram e, no presente, liberam uma forma de onda pulsada bifásica de
frequência média (2.000 a 10.000 Hz). O pulso pode variar de 50 a 250 microssegundos;
a duração da fase será a metade da duração do pulso, ou 25 a 125 microssegundos. À
medida que a frequência do pulso aumenta, a duração do pulso diminui.
Os protocolos de eletroestimulação de Kots foram aplicados nos atletas olímpicos russos
como método auxiliar dos programas tradicionais de treinamento nas Olimpíadas de
Montreal em 1976. Kots defendia que a contração muscular induzida por
eletroestimulação aumentava o recrutamento das unidades motoras. Assim, se todas
as unidades motoras fossem recrutadas, o músculo poderia contrair- se ao máximo de sua
capacidade e, com sessões repetidas, poderia aumentar sua capacidade de
desenvolvimento da tensão, ou seja, do fortalecimento. Estes eletroestimuladores
desenvolvidos após os resultados positivos de Kots foram denominados de corrente russa.
É capaz de produzir níveis de contração mais profundos sendo mais indicada quando se
tem a inervação muscular preservada. Ela faz com que quase todas as unidades motoras
do músculo se contraiam de forma sincronizada, o que não ocorre na contração voluntária.
Isso permite a ocorrência de contrações musculares mais fortes com a estimulação elétrica
e, portanto, maior ganho de força acompanhado de hipertrofia muscular.
Muito usada para prevenir e tratar a flacidez. Esta consiste de forma alternada de
2.500Hz, utilizada como uma série de disparos separados, com o objetivo de fornecer a
potencialização muscular intensa diminuindo assim ao extremo a percepção sensitiva do
paciente. A fisioterapia dermato-funcional vem utilizando a corrente russa para
tratamentos estéticos, como flacidez muscular, celulite e modelagem corporal, sendo o
maior objetivo proporcionar o fortalecimento e hipertrofia muscular, melhorando a circulação
linfática e sanguínea.
A corrente russa produz duas formas de onda básicas: uma onda senoidal e um ciclo de
onda quadrado com intervalo interpulso fixo. A onda senoidal é produzida em modo burst
que possui 50% do tempo ligado/desligado. Para se obter o mesmo efeito de estimulação à
medida que a duração do estímulo diminua, a intensidade deverá ser aumentada. A
intensidade associada a essa duração de corrente poderia ser considerada dolorosa.
MECANISMO DE AÇÃO
Emissão da corrente
EFEITOS FISIOLÓGICOS
» Contrações musculares, que estimulam o exercício ativo;
» Aumento do recrutamento das fibras musculares. Ao realizar o estímulo, a corrente
recruta um número maior de fibras musculares, o que difere do movimento normal ativo,
que pode recrutar as fibras em menor quantidade;
» Regulação do tônus;
» Aumento da produção de endorfina, o corpo pode responder com o aumento de endorfina
através da eletroestimulação;
» Estimulação circulatória por “ação de bombeamento” na contração muscular;
» O relaxamento do espasmo;
» Melhoria da resposta reticuloendotelial para facilitar a remoção dos resíduos
Indicações
● Fortalecimento muscular;
● Relaxamento muscular;
● Drenagem de edemas;
● Controle da dor aguda e crônica;
● Recuperação de tônus muscular;
● Fortalecimento de esfíncter externo.
● Melhorar a flacidez muscular
Contra-indicações
● Fraturas não consolidadas;
● Lesões musculares, tendinosas e ligamentares;
● Inflamações articulares em fase aguda;
● Miopatias com denervação;
● Espasticidade (exceto em casos para treinos funcionais)
Parâmetros
● Frequência portadora: 2500Hz
● Frequência de modulação: 10 a 150Hz
● Intensidade: 0 a 150mA
● Tempo ON: 1 a 30seg
● Tempo OFF: 1 a 30seg
ação)
CECATTO, Rebeca Boltes; CHADI, Gerson. A estimulação elétrica funcional (FES) e a plasticidade
do sistema nervoso central: revisão histórica. Acta Fisiatra. São Paulo, v. 19, n. 4, 2012.
Os sistemas de controle por computador existentes para a FES precisam usar uma
sequência de ativação pré-estabelecida que permitirá ao paciente executar uma tarefa
específica, ou deve haver algum tipo de feedback proveniente dos sistemas
neuromusculares estimulados de modo que o computador possa fazer as correções de
movimento apropriadas para se garantir a segurança do paciente.
Características Corrente:
Existem dois tipos de corrente: corrente direta (CD) e corrente alternada (CA). A CD é
aquela em que o fluxo de elétrons segue em apenas uma direção. Essa corrente pode ser
constante ou contínua, mas não variável. A CA é aquela na qual a corrente flui primeiro em
uma direção e depois em outra.
Amplitude: Os valores de saída para o pulso são expressos em miliamperes (mA) ou Volts
(V).
Forma de onda: Um estímulo pode ser simples, um único pulso, ou um trem de pulsos ou
uma série de pulsos. Um pulso é uma saída súbita de curta duração de voltagem ou
corrente a partir de um valor constante.
Duração do pulso: Também conhecido como largura de pulso, é definida como o tempo
que leva para o valor instantâneo de um pulso subir e descer até a fração especificada do
valor de pico.
Frequência: É o tempo de início de um pulso e o início do pulso seguinte, é dada em Hz.
Também é na verdade a frequência de repetição de pulso. Frequência de pulso é
particularmente importante quando o objetivo é a estimulação muscular. Uma razão é que
ela afeta o tipo de contração muscular e o nível de força produzida quando nervos motores
são estimulados.
Um único pulso por segundo (1Hz) produz uma resposta de contração isolada, visto que há
tempo suficiente entre os estímulos para que o músculo relaxe. Se a frequência for maior
que alguns Hz, as fibras musculares não têm tempo para relaxar completamente entre os
pulsos. Cada contração sucessiva ocorre ao final da anterior e a força de pico é maior. Com
um aumento adicional na frequência fica mais difícil distinguir os efeitos de estímulos
individuais.
MECANISMO DE AÇÃO
EFEITOS FISIOLÓGICOS
Desde meados de 1960, a FES tem sido utilizada com o intuito primordial de manutenção
do trofismo e hipertrofia muscular, Desde os anos 1960, sabe-se também que,
classicamente, as fibras musculares são capazes de se hipertrofiar em resposta à
estimulação elétrica. A contração muscular fisiológica envolve uma série de eventos
desencadeados pela ativação do motoneurônio α.
Com a despolarização, o potencial de ação se propaga pelo axônio até a sinapse da junção
neuromuscular, liberando a acetilcolina na fenda sináptica. Esta se liga aos receptores pós
sinápticos, causando a despolarização e eventos intracelulares que culminam na contração,
força e consequente movimento muscular e articular.
Contração Muscular
PARÂMETROS DA FES:
CECATTO, Rebeca Boltes; CHADI, Gerson. A estimulação elétrica funcional (FES) e a plasticidade
do sistema nervoso central: revisão histórica. Acta Fisiatra. São Paulo, v. 19, n. 4, 2012.
INDICAÇÕES
● Facilitação Neuromuscular;
● Como Substituição Órtica;
● Controle da espasticidade;
● Paraplegias, parapesias (hemiplegias, lesão medular etc);
● Hipotrofia por desuso;
● Esclerose múltipla.
● Fortalecimento muscular;
● Ganhar ou manter a amplitude de movimento articular;
● Controlar contraturas
● Escoliose idiopática;
● Subluxação de ombro.
CONTRA-INDICAÇÕES
● Lesões nervosas periféricas;
● Inflamações articulares em fase aguda;
● Espasticidade grave;
● Eixo do marcapasso; a corrente pode interferir com a atividade do marcapasso e
pode levar à assistolia ou à fibrilação ventricular.
● Miopatias que impedem a contração muscular;
● Denervação.
● Disritmia cardíaca;
● Olhos;
● Mucosas;
● Útero grávido
● Cânceres e tumores;
● Hemorragia ativa;
● Tromboflebite, flebite e embolias; por causa do risco de embolia de liberação; em
áreas de tecido adiposo excessivo, como em pacientes obesos, devido aos níveis de
estimulação requeridos para ativar o músculo em tais pacientes levarem a reações
autônomas adversas.
● Ruptura tissulares recentes;
● Cuidado ao aplicar em nervos que tem funções fisiológicas, como frênico ou do
esfíncter.
● Parkinson;