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Escola SENAI “Manuel Garcia Filho”

SEMINÁRIO NR10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM


ELETRICIDADE

Curso Técnico em Eletromecânica

Disciplina: Automação Industrial 2

Prof. Me. Ivan Ivanov

Turma N3ELM

Alunos:

Alan de Aguiar (22295934)


Gabriel José Silva (22296597)
Henrique Reis de Abreu (22295762)
Leonardo Ciossani dos Santos (22295767)

Diadema, São Paulo

Agosto/2023
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO À SEGURANÇA COM ELETRICIDADE ............................. 6

2 NORMAS TÉCNICAS BRASILEIRAS............................................................... 6

3 Regulamentação do Ministério do Trabalho ....................................................... 7

4 RISCOS EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE .......... 8

4.1 Tipos de choque elétrico: ...................................................................... 8

4.2 Características da Corrente Elétrica .................................................. 9

4.2.1 Corrente Contínua (CC) .................................................................... 9

4.2.2 Corrente alternada (CA) .................................................................. 10

4.2.3 Resistência elétrica do corpo humano ............................................. 10

4.2.4 Causas determinantes para choque elétrico .................................... 11

4.2.5 Meios pelos quais o isolamento elétrico pode ficar comprometido: 11

4.2.6 Sintomas da queimadura devido ao choque elétrico ....................... 12

4.3 Arco Elétrico ....................................................................................... 13

4.4 Consequências de Arcos Elétricos - Queimaduras e Quedas .......... 13

4.5 Proteção contra perigos resultantes do arco elétrico ....................... 14

4.6 Riscos Adicionais................................................................................. 14

5 MEDIDAS DE CONTROLE DO RISCO ELÉTRICO .................................... 15

5.1 Desenergização .................................................................................... 15

5.1.1 1º Seccionamento ............................................................................ 15

5.1.2 2º Impedimento ............................................................................... 15

5.1.3 3ª Constatação da ausência de tensão ............................................. 16

5.1.4 4ª Instalação de aterramento temporário com equipotencialização 16

5.1.5 5ª Proteção dos elementos energizados na zona controlada ........... 16

5.1.6 6ª Sinalização de impedimento de reenergização ........................... 16

5.2 Aterramento Funcional (TN/TT/IT) de Proteção e Temporário.... 17


5.3 Equipotencialização ............................................................................ 18

5.4 Seccionamento Automático da Alimentação .................................... 19

5.5 Proteção por Barreiras e Invólucros ................................................. 19

5.6 Bloqueios e Impedimentos.................................................................. 19

5.7 Obstáculos e Anteparos ...................................................................... 20

5.8 Isolamento das Partes Vivas .............................................................. 21

5.9 Isolação Dupla ou Reforçada ............................................................. 21

5.10 Separação Elétrica .............................................................................. 22

6 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVA – EPC ................................. 23

7 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI................................ 24

7.1 Responsabilidade do Empregador: ................................................... 24

7.2 Responsabilidade dos trabalhadores: ............................................... 24

7.3 Proteção do corpo inteiro ................................................................... 25

7.4 Proteção da cabeça .............................................................................. 25

7.5 Proteção dos olhos e face .................................................................... 26

7.6 Epi para proteção dos membros superiores ..................................... 26

7.7 Proteção dos membros inferiores ...................................................... 27

7.8 EPI para proteção contra quedas ...................................................... 28

7.9 Epi para proteção contra outros riscos ............................................. 29

8 ACIDENTES DE ORIGEM ELÉTRICA .......................................................... 29

8.1 Conceitos segurança do trabalho....................................................... 29

8.2 Causas diretas e indiretas de acidentes ............................................. 31

9 SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE RISCO .............................................. 31

9.1 Análise preliminar de risco - APR..................................................... 32

9.2 Modelo de APR ................................................................................... 33

9.3 Check List ............................................................................................ 33


10 ROTINA DE TRABALHO .................................................................................. 33

10.1 Instalações desenergizadas ................................................................. 33

10.2 Conceitos básicos ................................................................................. 34

10.3 Etapas da programação ...................................................................... 37

10.3.1 Elaboração da Manobra Programada: ........................................... 37

10.4 Procedimentos Gerais ......................................................................... 37

10.5 Procedimentos para serviços de emergência .................................... 38

10.6 Liberação para serviços ...................................................................... 39

10.7 Conceitos básicos ................................................................................. 39

10.8 Procedimentos básicos para liberação: ............................................. 40

11 RESPONSABILIDADES ..................................................................................... 41

12 PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO .................................................................. 42

12.1 O Fogo .................................................................................................. 42

12.2 Elementos essenciais do fogo .............................................................. 42

12.3 Combustível ......................................................................................... 42

12.4 Calor ..................................................................................................... 43

12.5 Oxigênio ............................................................................................... 43

12.6 Reação em cadeia ................................................................................ 43

12.7 Pontos ou temperatura do calor ........................................................ 43

12.8 Tipos de combustão............................................................................. 44

12.9 Método de propagação do calor ........................................................ 44

12.10 Métodos de extinção............................................................................ 45

12.11 Classes de incêndio .............................................................................. 46

12.12 Incêndio da classe “A” ........................................................................ 46

12.13 Incêndio da classe “B” ........................................................................ 47

12.14 Incêndio da classe “C” ........................................................................ 47


12.15 Incêndio da classe “D” ........................................................................ 48

12.16 Tipos de extintores .............................................................................. 48

12.16.1 Extintor de Água Pressurizada .................................................... 48

12.16.2 Manuseio de operação do extintor de água pressurizada: ........... 48

12.17 Extintor de pó químico seco ............................................................... 48

12.17.1 Manuseio de operação do extintor de pó químico seco: ............. 49

12.18 Extintor de gás carbônico (C02) ........................................................ 49

12.18.1 Manuseio de operação do extintor de pó químico seco: ............. 49

12.19 Principais causas de incêndio............................................................. 50

12.20 Eletricidade.......................................................................................... 50

12.21 Como agir em caso de incêndio .......................................................... 51

13 PRIMEIROS SOCORROS.................................................................................. 52

13.1 Abordagem da norma regulamentadora NR-10 .............................. 52

13.2 Avaliação Inicial .................................................................................. 52

13.3 1º passo: Verificar a Consciência ....................................................... 53

13.4 2º passo: Abrir Vias Aéreas................................................................ 53

13.5 Como fazer: ......................................................................................... 53

13.6 3º passo: verificar a respiração .......................................................... 53

13.7 4º passo: verificar a circulação .......................................................... 54

13.8 Como fazer: ......................................................................................... 54

13.9 Parada Cárdio Respiratória ............................................................... 54

13.10 Frequência de massagens e ventilações com uso do AMBU ............ 55

13.11 Queimaduras ....................................................................................... 55

13.12 Primeiros Socorros: ............................................................................ 55


1 INTRODUÇÃO À SEGURANÇA COM ELETRICIDADE

Segurança, controle e ferramentas de proteção no meio elétrico são requisitos


elementares do sistema produtivo e, no Brasil, dois conjuntos de princípios balizam o
processo de zelas pela saúde do trabalhador: as normas técnicas e as normas
regulamentadoras (NR). As normas técnicas são recomendações levadas em
consideração pela área produtiva da sociedade civil, elaboradas por diversas entidades,
entre as quais se destaca a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). São
dispositivos que definem procedimentos adequados pelos diversos segmentos e
associações de classe, elaborados com base nas determinações internacionais.
As normas regulamentadoras - NR, são produzidas pelo Ministério do Trabalho
e Emprego como instrumento de proteção ao trabalhador, de apoio às boas práticas. As
normas regulamentadoras surgiram no âmbito da ampla reforma da CLT (Consolidação
das Leis do Trabalho), em 1977, e tiveram redação específica em 1978, quando ficou
definido o formato da NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade.
O aumento dos acidentes de trabalho no setor elétrico durante a década de 1990
e em princípios do novo século (especialmente na construção civil e nas obras de
grandes empreiteiras) levou o Ministério do Trabalho a promover uma atualização na
NR 10, por meio da Portaria 598, publicada em dezembro de 2004. A revisão, que
também visou às demandas de empreendimentos de menor porte e procedimentos
diversos (instalações de pequenos circuitos, manipulação de antenas, reformas
domésticas e cuidados com ligações clandestinas), padronizou os procedimentos
preventivos com base em algumas normas gerais.

2 NORMAS TÉCNICAS BRASILEIRAS

No Brasil, as normas técnicas oficiais são aquelas desenvolvidas pela


Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e registradas no Instituto Nacional
de Metrologia e Qualidade Industrial (INMETRO). Essas normas são o resultado de
uma ampla discussão de profissionais e instituições, organizados em grupos de estudos,
comissões e comitês. A sigla NBR que antecede o número de muitas normas significa
Norma Brasileira Registrada.
A ABNT é a representante brasileira no sistema internacional de normalização,
composto de entidades nacionais, regionais e internacionais. Para atividades com
eletricidade, há diversas normas, abrangendo quase todos os tipos de instalações e
produtos.
 NBR 5410 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão;
 NBR 5418 – Instalações Elétricas em Atmosferas Explosivas;
 NBR 5419 Proteção de Estruturas contra Descargas Atmosféricas;
 NBR 6151 – Classificação dos Equipamentos Elétricos e Eletrônicos quanto a
proteção contra os choques elétricos;
 NBR 14039 – Instalações Elétricas de Média Tensão, de 1,0 kV a 36,2 kV;
 NBR 13534 – Instalações Elétricas em Ambientes Assistenciais de Saúde –
requisitos para a segurança;
 NBR 13570 – Instalações Elétricas em locais de afluência de público – requisitos
específicos.

3 REGULAMENTAÇÃO DO MINISTÉRIO DO TRABALHO

Os instrumentos jurídicos de proteção ao trabalhador têm sua origem na


Constituição Federal que, ao relacionar os direitos dos trabalhadores, incluiu entre eles a
proteção de sua saúde e segurança por meio de normas específicas. Coube ao Ministério
do Trabalho estabelecer essas regulamentações (Normas Regulamentadoras – NR) por
intermédio da Portaria nº 3.214/78. A partir de então, uma série de outras portarias
foram editadas pelo Ministério do Trabalho com o propósito de modificar ou
acrescentar normas regulamentadoras de proteção ao trabalhador, conhecidas pelas suas
iniciais: NR. Sobre a segurança em instalações e serviços em eletricidade, a referência é
a NR-10, que estabelece as condições mínimas exigíveis para garantir a segurança dos
empregados que trabalham em instalações elétricas, em suas diversas etapas, incluindo
elaboração de projetos, execução, operação, manutenção, reforma e ampliação, em
quaisquer das fases de geração, transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica.
A fundamentação legal, que dá o embasamento jurídico à existência desta NR, está nos
artigos 179 a 181 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.
4 RISCOS EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

O choque elétrico pode ocasionar contrações violentas dos músculos, a


ventricular do coração, lesões térmicas e não térmicas, podendo levar ao óbito como
efeito direto as quedas e batidas etc. Construídas as primeiras redes de energia elétrica,
tivemos vários benefícios, mas apareceram também vários problemas de ordem
operacional, sendo o mais grave o choque elétrico. A compreensão do mecanismo do
efeito da corrente elétrica no corpo humano é fundamental para a efetiva prevenção e
combate aos riscos provenientes do choque elétrico. Em termos de riscos fatais, o
choque elétrico de um modo geral, pode ser analisado sob dois aspectos:

a) Correntes de choques de baixa intensidade - Provenientes de acidentes com baixa


tensão, sendo o efeito mais grave a considerar as paradas cardíacas e respiratórias.
b) Correntes de choques de alta intensidade - Provenientes de acidentes com alta-
tensão, sendo o efeito térmico o mais grave, isto é, queimaduras externas e internas
no corpo humano.

4.1 Tipos de choque elétrico:

Choque estático: É o efeito capacitivo presente nos mais diferentes materiais e


equipamentos com os quais o homem convive. Um exemplo típico é o que acontece em
veículos que se movem em climas secos. Com o movimento, o atrito com o ar gera
cargas elétricas que se acumulam ao longo da estrutura externa do veículo. Portanto,
entre o veículo e o solo passa a existir uma diferença de potencial. Dependendo do
acúmulo das cargas, poderá haver o perigo de faiscamentos ou de choque elétrico no
instante em que uma pessoa desce ou toca no veículo.

Choque dinâmico: É o que ocorre quando se faz contato com um elemento


energizado. Este choque se dá devido ao toque acidental na parte viva do condutor.
Fatores determinantes da gravidade do choque Percurso da corrente elétrica: Tem
grande influência na gravidade do choque elétrico. A figura abaixo demonstra os
caminhos que podem ser percorridos pela corrente elétrica.
Fatores determinantes da gravidade do choque Percurso da corrente elétrica:
Tem grande influência na gravidade do choque elétrico. A figura abaixo demonstra os
caminhos que podem ser percorridos pela corrente elétrica.

Imagem 1 – Fonte: Valean (Apostila NR 10)

Local de Entrada Trajeto % corrente que passará pelo coração


Figura A Da cabeça para o pé direito 9,7%
Figura B Da mão direita para o pé esquerdo 7,9%
Figura C Da mão direita para a mão esquerda 1,8%
Figura D Da cabeça para a mão esquerda 1,8%
Figura E Do pé direito para o pé esquerdo 0%

Tabela 1 – Fonte: Valean (Apostila NR 10)

4.2 Características da Corrente Elétrica

4.2.1 Corrente Contínua (CC)

Outros fatores que determinam a gravidade do choque elétrico são as


características da corrente elétrica. No entanto, observa-se que, para a Corrente
Contínua (CC), as intensidades da corrente deverão ser mais elevadas para ocasionar as
sensações do choque elétrico. A fibrilação ventricular só ocorrerá se a corrente contínua
for aplicada durante um instante curto específico e vulnerável do ciclo cardíaco.

Imagem 2 – Fonte: Valean (Apostila NR 10)


4.2.2 Corrente alternada (CA)

As correntes alternadas de frequência entre 20 e 100 Hertz são as que oferecem


maior risco. Especificamente as de 60 Hertz, normalmente usadas nos sistemas de
fornecimento de energia elétrica, são as mais perigosas, uma vez que se situam próximo
à frequência na qual a possibilidade de ocorrência da fibrilação ventricular é maior. Para
correntes alternadas de frequências elevadas, acima de 2000 Hertz, as possibilidades de
ocorrência de choque elétrico são pequenas, contudo, ocorrerão queimaduras, devido a
corrente tende a circular pela parte externa do corpo, ao invés da interna. Ocorrem
também diferenças nos valores de intensidade de corrente para uma determinada
sensação de choque elétrico, se a vítima for do sexo feminino ou masculino.

Imagem 3 – Fonte: Valean (Apostila NR 10)

4.2.3 Resistência elétrica do corpo humano

Num toque acidental de um dedo com um ponto energizado de um circuito


elétrico teremos quando a pele estiver seca, uma resistência de 400.000 ohms; quando a
pele estiver molhada, uma resistência de apenas 15.000 ohms. Usando a lei de Ohm e
considerando que o contato foi feito em um ponto do circuito elétrico que representa
uma diferença de potencial de 120 volts, teremos:

 Com pele seca: I = 120 V ÷ 400.000 = 0,3 mA


 Com pele molhada: I = 120 V ÷ 15.000 = 8 mA

Corrente de largar: É o valor máximo de corrente que uma pessoa pode suportar
quando estiver segurando um objeto energizado e ainda ser capaz de largá-lo pela ação
de músculos diretamente estimulados por esta corrente.
4.2.4 Causas determinantes para choque elétrico

Contato com um condutor nu energizado: Uma das causas mais comuns desses
acidentes é o contato com condutores aéreos energizados. Normalmente o que ocorre é
que equipamentos tais como guindastes, caminhões basculantes tocam nos condutores,
tornando-se parte do circuito elétrico; ao serem tocados por uma pessoa localizada fora
dos mesmos, causam um acidente fatal. Com frequência, pessoas sofrem choque elétrico
em circuitos com banca de capacitores, os quais, embora desligados do circuito que os
alimenta, conservam por determinado intervalo de tempo sua carga elétrica. Esta é a
importância de se seguir as normativas referentes a estes dispositivos

Falha na isolação elétrica: O condutor quer sejam empregados isoladamente,


como nas instalações elétricas, quer como partes de equipamentos, são usualmente
recobertos por uma película isolante. No entanto, a deterioração por agentes agressivos,
o envelhecimento natural ou forçado ou mesmo o uso inadequado do equipamento
podem comprometer a eficácia da película como isolante elétrica.

4.2.5 Meios pelos quais o isolamento elétrico pode ficar comprometido:

Calor e temperaturas elevadas: A circulação da corrente em um condutor sempre


gera calor e, por conseguinte, aumento da temperatura dele. Este aumento pode causar a
ruptura de alguns polímeros, de que são feitos alguns materiais isolantes, dos
condutores elétricos.

Umidade: Alguns materiais isolantes que revestem condutores absorvem


umidade, como é o caso do nylon. Isto faz com que a resistência isolante do material
diminua.

Oxidação: Esta pode ser atribuída presença de oxigênio, ozônio ou outros


oxidantes na atmosfera. O ozônio torna-se um problema especial em ambientes
fechados, nos quais operam motores, geradores. Estes produzem em seu funcionamento
arcos elétricos, que por sua vez geram o ozônio. O ozônio é o oxigênio em sua forma
mais instável e reativa.
Desgaste Mecânico: As grandes causas de danos ao isolamento elétrico são a
abrasão, o corte, a flexão e torção do recobrimento dos condutores. O corte do
isolamento dá-se quando o condutor é puxado através de uma superfície cortante. A
abrasão tanto pode ser devida puxada de condutores por sobre superfícies abrasivas, por
orifícios por demais pequenos, quanto a sua colocação em superfícies que vibrem, as
quais consomem o isolamento dos condutores.

Altas tensões: Altas tensões podem dar origem a arcos elétricos ou efeitos
corona, os quais criam buracos na isolação ou degradação química, reduzindo, assim, a
resistência elétrica do isolamento.

4.2.6 Sintomas da queimadura devido ao choque elétrico

O calor liberado aumenta a temperatura da parte atingida do corpo humano,


podendo produzir vários efeitos e sintomas, que podem ser:

 Queimaduras de 1º, 2º ou 3º graus nos músculos do corpo;


 Aquecimento do sangue, com a sua consequente dilatação;
 Aquecimento, podendo provocar o derretimento dos ossos e cartilagens;
 Queima das terminações nervosas e sensoriais da região atingida;
 Queima das camadas adiposas ao longo da derme, tornando-se gelatinosas.

As condições citadas não acontecem isoladamente, mas sim associadas, advindo,


em consequência, outras causas e efeitos nos demais órgãos. O choque de alta-tensão
queima, danifica, fazendo buracos na pele nos pontos de entrada e saída da corrente pelo
corpo humano. As vítimas do choque de alta-tensão morrem devido, principalmente, a
queimaduras. E as que sobrevivem ficam com sequelas, geralmente com: perda de
massa muscular, perda parcial de ossos, diminuição e atrofia muscular perda da
coordenação motora, cicatrizes etc.
4.3 Arco Elétrico

Toda vez que ocorre a passagem de corrente elétrica pelo ar ou outro meio
isolante (óleo, por exemplo) está ocorrendo um arco elétrico. O arco elétrico (ou arco
voltaico) é uma ocorrência de curtíssima duração (menor que ½ segundo), e muitos são
tão rápidos que o olho humano não chega a perceber. Os arcos elétricos são
extremamente quentes. Próximo ao "laser", eles são a mais intensa fonte de calor na
Terra. Sua temperatura pode alcançar 20.000°C. Pessoas que estejam no raio de alguns
metros de um arco podem sofrer severas queimaduras. Os arcos elétricos são eventos de
múltipla energia. Forte explosão e energia acústica/acompanham a intensa energia
térmica. Em determinadas situações, uma onda de pressão também pode se formar,
sendo capaz de atingir quem estiver próximo ao local da ocorrência.

4.4 Consequências de Arcos Elétricos - Queimaduras e Quedas

O arco pode ser causado por fatores relacionados a equipamentos, ao ambiente


ou a pessoas. Todo cuidado é pouco para evitar a abertura do arco através do operador.
Se houver centelha ou arco, a temperatura deste é tão alta que destrói os tecidos do
corpo, também podem desprender-se partículas incandescentes que queimam ao atingir
os olhos, a severidade da lesão para as pessoas na área onde ocorre a falha depende da
energia liberada durante a falha, da distância que separa as pessoas do local e do tipo de
roupa utilizada pelas pessoas expostas ao arco. As mais sérias queimaduras por arco
voltaico envolvem a ignição da roupa da vítima pelo calor do arco elétrico. Tempos
relativamente longos (30 a 60 segundos, por exemplo) de queima contínua de uma
roupa comum aumentam tanto o grau da queimadura quanto a área total atingida no
corpo. Isso afeta diretamente a gravidade da lesão e a própria sobrevivência da vítima.
Além dos riscos de exposição aos efeitos térmicos do arco elétrico, também está
presente o risco de ferimentos e quedas, decorrentes das ondas de pressão que podem se
formar pela expansão do ar, uma onda de pressão pode empurrar e derrubar o
trabalhador que está próximo da origem do acidente. Essa queda pode resultar em lesões
mais graves se o trabalho estiver sendo realizado em uma altura superior a dois metros,
o que pode ser muito comum em diversos tipos de instalações.
Queimaduras por contato: Quando se toca na superfície condutora energizada, as
queimaduras podem ser locais e profundas atingindo até a parte óssea ou outro lado
muito pequeno, deixando apenas uma “mancha branca na pele”. Em caso de sobrevir à
morte, esse último caso é bastante importante, e deve ser verificado no exame
necrológico, para possibilitar a reconstrução, mas exata possível, do caminho percorrido
pela corrente.

Queimaduras por arco voltaico: O arco elétrico caracteriza-se pelo fluxo de


corrente elétrica através do ar, e geralmente é produzido quando da conexão e
desconexão de dispositivos elétricos e em caso de curto-circuito, provocando
queimaduras de segundo ou terceiro grau. O arco elétrico possui energia suficiente para
queimar as roupas e provocar incêndios, emitindo vapores de material ionizado e raios
ultravioletas.

Queimaduras de vapor metálico: Na fusão de um elo fusível ou condutor, há a


emissão de vapores e derramamento de metais derretidos (em alguns casos prata ou
estanho) podendo atingir as pessoas localizadas nas proximidades.

4.5 Proteção contra perigos resultantes do arco elétrico

 Dispositivos de abertura sob carga;


 Chave de aterramento resistente ao curto-circuito presumido;
 Sistemas de intertravamento;
 Fechaduras com chave não intercambiáveis.
 Corredores operacionais tão curtos, altos e largos quanto possível;
 Coberturas sólidas ou barreiras ao invés de coberturas ou telas;
 Emprego de dispositivos limitadores de corrente;

4.6 Riscos Adicionais

São considerados como riscos adicionais aqueles que, além dos elétricos, são
específicos de cada ambiente ou processo de trabalho que, direta ou indiretamente,
possam afetar a segurança e a saúde dos que trabalham com eletricidade.
5 MEDIDAS DE CONTROLE DO RISCO ELÉTRICO

5.1 Desenergização

É o conjunto de ações coordenadas, sequenciadas e controladas, destinadas a


garantir a efetiva ausência de tensão no circuito, trecho ou ponto de trabalho, durante
todo tempo de intervenção e sob controle dos trabalhadores envolvidos. Somente serão
considerados desenergizadas as instalações elétricas liberadas para trabalho, mediante
os procedimentos apropriados descritos a seguir:

5.1.1 1º Seccionamento

É a ação da interrupção da alimentação elétrica em um equipamento ou circuito.


A interrupção é executada com a manobra local ou remota do respectivo dispositivo de
manobra, geralmente o disjuntor alimentador do equipamento ou circuito a ser isolado.
A abertura da seccionadora deverá ser efetuada após o desligamento do circuito ou
equipamento a ser seccionado, evitando-se, assim, a formação de arco elétrico.

5.1.2 2º Impedimento

É o estabelecimento de condições que impedem, de modo reconhecidamente


garantido, a reenergização do circuito ou equipamento desenergizado, assegurando ao
trabalhador o controle do seccionamento. Na prática trata-se da aplicação de
travamentos mecânicos, por meio de fechaduras, cadeados e dispositivos auxiliares de
travamento ou com sistemas informatizados equivalentes.
Deve-se utilizar um sistema de travamento do dispositivo de seccionamento,
para o quadro, painel ou caixa de energia elétrica e garantir o efetivo impedimento de
reenergização involuntária ou acidental do circuito ou equipamento durante a execução
da atividade que originou o seccionamento. Deve-se também fixar placas de sinalização
alertando sobre a proibição da ligação da chave e indicando que o circuito está em
manutenção. O risco de energizar inadvertidamente o circuito é grande em atividades
que envolvam equipes diferentes, onde mais de um empregado estiver trabalhando.
Nesse caso a eliminação do risco é obtida pelo emprego de tantos bloqueios quantos
forem necessários para a execução da atividade.
Desta forma, o circuito será novamente energizado quando o último empregado
concluir seu serviço e destravar os bloqueios. Após a conclusão dos serviços deverão
ser adotados os procedimentos de liberação específicos. A desenergização de circuito ou
mesmo de todos os circuitos numa instalação deve ser sempre programada amplamente
divulgada para que a interrupção de energia elétrica reduza os transtornos e a
possibilidade de acidentes. A reenergização deverá ser autorizada mediante a
divulgação a todos os envolvidos.

5.1.3 3ª Constatação da ausência de tensão

É a verificação efetiva da ausência de tensão nos condutores do circuito elétrico.


Devem ser feitas com detectores testados antes e após a verificação de ausência de
tensão, sendo realizado por contato ou por aproximação e de acordo com procedimentos
específicos.

5.1.4 4ª Instalação de aterramento temporário com equipotencialização

Constatada a inexistência de tensão, um condutor do conjunto de aterramento


temporário deverá ser ligado a uma haste conectada à terra. Na sequência, deverão ser
conectadas as garras de aterramento aos condutores fase, previamente desligados.

5.1.5 5ª Proteção dos elementos energizados na zona controlada

Define-se zona controlada como, área em torno da parte condutora energizada,


segregada, acessível, de dimensões estabelecidas de acordo com nível de tensão, cuja
aproximação só é permitida a profissionais autorizados, como disposto no anexo 11 da
NR10. Podendo ser feito com anteparos, dupla isolação invólucros etc.

5.1.6 6ª Sinalização de impedimento de reenergização

Deverá ser adotada sinalização adequada de segurança, destinada à advertência e


à identificação da razão de desenergização e informações do responsável. Os cartões,
avisos, placas ou etiquetas de sinalização do travamento ou bloqueio devem ser claros e
adequadamente fixados.
No caso de método alternativo, procedimentos específicos deverão assegurar a
comunicação da condição impeditiva de energização a todos os possíveis usuários do
sistema. Somente após a conclusão dos serviços e verificação de ausência de
anormalidades, o trabalhador providenciará a retirada de ferramentas, equipamentos e
utensílios e por fim o dispositivo individual de travamento e etiqueta correspondente.
Os responsáveis pelos serviços, após inspeção geral e certificação da retirada de todos
os travamentos, cartões e bloqueios, providenciarão a remoção dos conjuntos de
aterramento, e adotará os procedimentos de liberação do sistema elétrico para a
operação. A retirada dos conjuntos de aterramento temporário deverá ocorrer em ordem
inversa à de sua instalação.
Os serviços a serem executados em instalações elétricas desenergizadas, mas
com possibilidade de energização, por qualquer meio ou razão, deve atender ao que
estabelece o disposto no item 10.6 da NR10, que diz respeito a segurança em instalações
elétricas desenergizadas.

5.2 Aterramento Funcional (TN/TT/IT) de Proteção e Temporário

Definição de aterramento: Ligação intencional à terra através da qual correntes


elétricas podem fluir. O aterramento pode ser:

 Funcional: ligação através de um dos condutores do sistema neutro.

 Proteção: ligação à terra das massas e dos elementos condutores estranhos à


instalação.

 Temporário: ligação elétrica efetiva com baixa impedância intencional a terra,


destinada a garantir a equipotencialidade e mantida continuamente durante a
intervenção na instalação elétrica. O aterramento elétrico de uma instalação tem por
função evitar acidentes gerados pela energização acidental da rede, propiciando
rápida atuação do sistema automático de seccionamento ou proteção. Também tem o
objetivo de promover proteção aos trabalhadores contra descargas atmosféricas que
possam interagir ao longo do circuito em intervenção.
Este procedimento deverá ser adotado a montante (antes) e a jusante (depois) do
ponto de intervenção do circuito e derivações se houver, havendo exceção quando a
intervenção ocorrer no final do trecho e deve ser retirado ao final dos serviços.

5.3 Equipotencialização

É o procedimento que consiste na interligação de elementos especificados,


visando obter a equipotencialidade necessária para os fins desejados. Todas as massas
de uma instalação devem estar ligadas a condutores de proteção. Em cada edificação
deve ser realizada uma equipotencialização principal, em condições especificadas e
tantas equipotencializações suplementares quantas forem necessárias.
Todas as massas da instalação situadas em uma mesma edificação devem estar
vinculadas à equipotencialização principal na edificação e, dessa forma, a um mesmo e
único eletrodo de aterramento. Isso sem prejuízo de equipotencializações adicionais que
se façam necessárias, para fins de proteção contra choques e/ou de compatibilidade
eletromagnética. Massa simultaneamente acessíveis devem estar vinculadas a um
mesmo eletrodo de aterramento, sem prejuízo de equipotencializações adicionais que se
faça, necessárias, para fins de proteção contra choques e/ou de compatibilidade
eletromagnética.
As massas protegidas contra choques elétricos por um mesmo dispositivo, dentro
das regras da proteção por seccionamento automático da alimentação, devem estar
vinculadas a um mesmo eletrodo de aterramento, sem prejuízo de equipotencializações
adicionais que se façam necessárias, para fins de proteção contra choques e/ou de
compatibilidade eletromagnética. Todo circuito deve dispor de condutor de proteção,
em toda sua extensão. Admite-se que os seguintes elementos sejam excluídos das
equipotencializações:

a) Suportes metálicos de isoladores de linhas aéreas fixados à edificação que estiverem


fora da zona de alcance normal;

b) Postes de concreto armado em que a armadura não é acessível;


c) Massas que, por suas reduzidas dimensões (até aproximadamente 50 mm x 50 mm)
ou por sua disposição, não possam ser agarradas ou estabelecer contato significativo
com parte do corpo humano, desde que a ligação a um condutor de proteção seja
difícil ou pouco confiável.

5.4 Seccionamento Automático da Alimentação

No sistema de proteção contra choques elétricos (contatos indiretos) por


seccionamento automático da alimentação, as massas devem ser ligadas a condutores de
proteção, compondo uma "rede de aterramento", e "um dispositivo de proteção deve
seccionar automaticamente a alimentação do circuito por ele protegido sempre que uma
falta entre parte viva e massa der origem a uma tensão de contato perigosa".

5.5 Proteção por Barreiras e Invólucros

São destinados a impedir todo contato com as partes vivas da instalação elétrica,
ou melhor, as partes vivas devem estar no interior de invólucros ou atrás de barreiras.
As barreiras e invólucros devem ser fixados de forma segura e possuir robustez e
durabilidade suficiente para manter os graus de proteção e ainda apresentar apropriada
separação das partes vivas. As barreiras e invólucros podem:

 Impedir que pessoas ou animais toquem acidentalmente as partes vivas;


 Garantir que as pessoas sejam advertidas de que as partes acessíveis através da
abertura são vivas e não devem ser tocadas intencionalmente.

5.6 Bloqueios e Impedimentos

É o estabelecimento de condições que impedem, de modo reconhecidamente


garantido, a reenergização do circuito ou equipamento desenergizado, assegurando ao
trabalhador o controle do seccionamento. Na prática trata-se da aplicação de
travamentos mecânicos, por meio de fechaduras, cadeados e dispositivo auxiliares de
travamento ou com sistemas informatizados equivalentes.
Deve se utilizar no sistema de travamento do dispositivo de seccionamento, para
o quadro, painel ou caixa de energia elétrica e garantir o efetivo impedimento de
reenergização involuntária ou acidental do circuito ou equipamento durante a execução
da atividade que originou o seccionamento. Deve-se também fixar placas de sinalização
alertando sobre a proibição da ligação da chave indicando que o circuito está em
manutenção.
O risco de energizar inadvertidamente o circuito é grande em atividades que
envolvam equipes diferentes, onde mais de um empregado estiver trabalhando. Neste
caso a eliminação do risco é obtida pelo emprego de tantos bloqueios quantos forem
necessários para a execução da atividade. Desta forma, o circuito será novamente
energizado quando o último empregado concluir seu serviço destravar os bloqueios.
Após a conclusão dos serviços deverão ser adotados os procedimentos de liberação
específicos. A desenergização de circuito ou mesmo de todos os circuitos numa
instalação deve ser sempre programada e amplamente divulgada para que a interrupção
da energia elétrica reduza os transtornos e a possibilidade de acidentes. A reenergização
deverá ser autorizada mediante a divulgação a todos os envolvidos.

5.7 Obstáculos e Anteparos

Os obstáculos são destinados a impedir o contato involuntário com partes vivas,


mas não o contato que pode resultar em uma ação deliberada e voluntária de ignorar ou
contornar o obstáculo. Os obstáculos devem impedir:

a) Uma aproximação física não intencional das partes energizadas;

b) Contatos não intencionais com partes energizadas durante atuações sobre o


equipamento, estando o equipamento em serviço normal.

Os obstáculos podem ser removíveis sem auxílio de ferramenta ou chave, mas


devem ser fixadas de forma a impedir qualquer remoção involuntária. As distâncias
mínimas a serem observadas nas passagens destinadas à operação e/ou manutenção são
aquelas indicadas na tabela abaixo.
Situação Distância
1. Distância entre obstáculos, entre manípulos de dispositivos elétricos
700 mm
(punhos, volantes,alavancas etc.), parede e ou entre manípulos.
2. Altura da passagem sob tela ou painel. 2.000 mm
NOTA: As distâncias indicadas são válidas considerando-se todas as partes dos painéis
devidamente montadose fechados.
Tabela 1 – Fonte: Valean (Apostila NR 10)

5.8 Isolamento das Partes Vivas

São elementos constituídos com materiais dielétricos (não condutores de


eletricidade) que têm por objetivo isolar condutores ou outras partes da estrutura que
estão energizadas, para que os serviços possam ser executados com efetivo controle dos
riscos pelo trabalhador.
O isolamento deve ser compatível com os níveis de tensão do serviço. Esses
dispositivos devem ser bem acondicionados para evitar acúmulo de sujeira e umidade,
que comprometam a isolação e possam torná-los condutivos. Também devem ser
inspecionados a cada uso e serem submetidos a testes elétricos anualmente.

5.9 Isolação Dupla ou Reforçada

Este tipo de proteção é normalmente aplicado a equipamentos portáteis, tais


como furadeiras elétricas manuais, os quais por serem empregados nos mais variados
locais e condições de trabalho, e mesmo por suas próprias características, requerem
outro sistema de proteção que permita uma confiabilidade maior do que aquela
oferecida exclusivamente pelo aterramento elétrico. A proteção por isolação dupla ou
reforçada é realizada, quando utilizamos uma segunda isolação, para suplementar aquela
normalmente utilizada, e para separar são prescritos requisitos mais severos do que
aqueles estabelecidos para a isolação funcional. Entre a isolação funcional e a de
proteção pode ser usada uma camada de metal, que as separe totalmente ou em parte.
Ambas as isolações, porém, podem ser diretamente sobrepostas uma à outra. Neste caso
as isolações devem apresentar características tais, que a falha em uma delas
comprometa a proteção e não estenda à outra. Como a grande maioria das causas de
acidentes são devidas aos defeitos nos cabos de alimentação e suas ligações ao aparelho,
um cuidado especial deve ser tomado com relação a este ponto no caso da isolação
dupla ou reforçada.
Deve ser realizada de tal forma que a probabilidade de transferência de tensões
perigosas a partes metálicas susceptíveis de serem tocadas, seja a menor possível. O
símbolo utilizado para identificar o tipo de proteção por isolação dupla ou reforçada em
equipamentos normalmente são mostrados de forma visível na superfície externa do
equipamento.

5.10 Separação Elétrica

Umas das medidas de proteção contra choques elétricos prevista na NBR


5410/2004, é a chamada “separação elétrica”. Ao contrário da proteção por
seccionamento automático da alimentação, ela não se presta a uso generalizado. Pela
própria natureza, é uma medida de aplicação mais pontual. Isso não impediu que ela
despertasse certa confusão entre os profissionais de instalações. Alegam-se conflitos
entre as disposições da medida e a prática de instalações. O questionamento começa
com a lembrança de que a medida “proteção por separação elétrica”, tal como
apresentada pela NBR5410/2004, se traduz pelo uso de um transformador de separação
cujo circuito secundário é isolado (nenhum condutor vivo aterrado, inclusive neutro).
Pelas disposições da norma a(s) do(s) equipamento(s) não deve(m) ser
aterrada(s) e nem ligada(s) a massas de outros circuitos e/ou a elementos condutivos
estranhos à instalação – embora o documento exija que as massas do circuito separado
(portanto, quando a fonte de separação alimenta mais de um equipamento) sejam
interligados por um condutor PE próprio, de equipotencialização. Exemplo de
instalações que possuem separação elétrica são salas cirúrgicas de hospitais, em que o
sistema também é isolado, usando-se igualmente um transformador de separação, mas
todos os equipamentos por ele alimentados têm duas massas aterradas. A separação
elétrica, como mencionado é uma medida de aplicação limitada. A proteção contra
choques (contra contatos indiretos) que ela proporciona repousa:

 Numa separação, entre o circuito separado e outros circuitos, incluindo o circuito


primário que o alimenta, equivalente na prática à dupla isolação;
 Na isolação entre o circuito separado e a terra;
 Na ausência de contato ente a(s) massa(s) do circuito separado, de um lado, e a terra,
outras massas (de outros circuitos) e/ou elementos condutivos, de outro.
O circuito separado constitui um sistema elétrico “ilhado”. A segurança contra
choques que ele oferece baseia-se na preservação dessas condições.

6 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVA – EPC

No desenvolvimento de serviços em instalações elétricas e em suas


proximidades devem ser previstos e adotados equipamentos de proteção coletiva.
Equipamento de Proteção Coletiva – EPC é todo dispositivo fixo ou móvel de
abrangência coletiva, destinado a preservar a integridade física e a saúde dos
trabalhadores e terceiros como os exemplos a seguir:

 Cone de Sinalização: Sinalização de áreas de trabalho e obras em vias públicas ou


rodovias e orientação de trânsito de veículos e de pedestres, podendo ser utilizado
em conjunto com a fita zebrada, bandeirola etc.

 Fita de Sinalização: Utilizada quando da delimitação e isolamento de áreas de


trabalho.

 Grande Metálica Dobrável: Isolamento e sinalização de áreas de trabalho, poços de


inspeção, entrada de galerias subterrâneas e situações semelhantes.

 Sinalizador Strobo: Identificação de serviços, obras, acidentes e atendimentos em


ruas e rodovias.

 Banqueta Isolamento: Isolar o operador do solo durante operação do equipamento


guindauto, em regime de linha energizada.

 Manta Isolante/Cobertura: Isolar as partes energizadas da rede durante a execução


de tarefas.
7 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) apresenta artigos específicos sobre


os EPIs: “Art. 166 A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente,
Equipamento de Proteção Individual – EPI adequado ao risco e em perfeito estado de
conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam
completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados”.
A segurança e a saúde nos ambientes de trabalho devem ser garantidas por
medidas de ordem geral ou específica que assegurem a proteção coletiva dos
trabalhadores. Contudo na inviabilidade técnica de adoção de medidas de segurança de
caráter coletivo ou quando essas não garantirem a proteção total do trabalhador, ou
ainda como uma forma adicional de proteção, deve ser utilizado EPI, definido como
todo dispositivo ou produto individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção
de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

7.1 Responsabilidade do Empregador:

 Adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade;


 Exigir seu uso;
 Fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em
matéria de segurança e saúde no trabalho;
 Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;
 Substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
 Comunicar ao MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) qualquer irregularidade
observada;
 Registrar seu fornecimento ao trabalhador.

7.2 Responsabilidade dos trabalhadores:

 Usá-lo apenas para a finalidade a que se destina;


 Responsabilizar-se por sua guarda e conservação;
 Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para o uso;
 Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.
Antes da realização de qualquer atividade que envolva riscos, faz-se necessário a
averiguação da condição de todos os equipamentos de proteção individual, sendo que,
caso detectado irregularidades, solicite imediatamente a substituição do equipamento
defeituoso. Os EPI´s devem possuir Certificado de Aprovação – C.A emitido pelo órgão
competente, deve ter gravado em seu corpo o nome e o número do fabricante.

7.3 Proteção do corpo inteiro

Vestimenta de segurança para proteção de todo o corpo contra arcos voltaicos e


agentes mecânicos, podendo ser um conjunto de segurança, formado por calça e blusão
ou jaqueta ou macacão de segurança.

 Para trabalhos externos as vestimentas verão possuir elementos refletivos e cores


adequadas;

 Na ocorrência de abelhas, marimbondos e outros possíveis animais em postes ou em


estruturas deverão ser utilizados vestimenta adequada à remoção de insetos. E
liberação da área para serviço elétrico.

 Vestimenta condutiva para serviços ao potencial: Destina-se a proteger o trabalhador


contra efeitos do campo e trinco criado quando em serviços ao potencial. Compõe-
se de macacão feito com tecido aluminizado, luvas, gorro e galochas feitas com o
mesmo material, além de possuir uma malha flexível acoplada a um bastão de
grampo de pressão, o qual será conectado à instalação em todos os pontos. Deverá
ser usado em serviços com tensões iguais ou superiores a 66 KV.

7.4 Proteção da cabeça

Capacete segurança para proteção contra impactos e contra choques elétricos


destina-se a proteger o trabalhador contra lesões decorrentes de queda de objetos sobre a
cabeça, bem como, isolá-lo contra choques elétricos de até 600 Volts. Deve ser usado
sempre com a carneira bem ajustada ao topo da cabeça e com a jugular passada sob o
queixo, para evitar a queda do capacete.
Devem ser substituídos quando apresentarem tricas, furos, deformações ou
esfolamento excessivo. O acessório “Carneira” deverá ser substituída quando apresentar
deformações ou estiver em mau estado. Para atividades com eletricidade o empregado é
do tipo com aba total.

7.5 Proteção dos olhos e face

Óculos de proteção: Destinam-se a proteger o trabalhador contra lesões nos


olhos decorrentes da projeção de corpos estranhos ou exposição a radiações nocivas.
Cada eletricista deve ter óculos de proteção com lentes adequadas ao risco específico da
atividade, podendo ser de lente incolores para proteção para proteção contra impactos
de partículas volantes, ou lentes coloridas para proteção do excesso de luminosidade ou
outra radiação quer solar que por possíveis arcos voltaicos decorrentes de manobras de
dispositivas ou em linha viva.

Creme protetor solar: Para trabalhos externos com exposição solar poderá ser
usado creme protetor da face e outras partes expostas, com filtro solar contra a radiação.

7.6 Epi para proteção dos membros superiores

Luvas de segurança isolantes para proteção contra choques elétricos: Destinam-


se a proteger o trabalhador contra a ocorrência de choque elétrico, por contato pelas
mãos, com instalações ou partes energizadas em alta e baixa tensão há luvas para vários
níveis de isolamento e em vários tamanhos que devem ser especificados visando
permitir o uso correto da luva. Devem-se usar talco neutro no interior das luvas,
facilitando a colocação e retirada das mãos. Elas sempre devem estar em perfeitas
condições e serem acondicionadas em sacola própria. Antes do uso, as luvas isolantes
devem sofrer vistoria e periodicamente ensaiadas quanto ao seu isolamento. Caso
estejam furadas, mesmo que sejam micros furos, ou rasgadas com deformidades ou
desgastes intensos, ou ainda não passem no ensaio elétricos, devem ser rejeitadas e
substituídas. Existem aparelhos que insuflam essas luvas e medem seu isolamento
(infladores de luvas). São fabricadas em seis classes: 00, 0, 1, 2, 3, 4 e nove tamanhos
(8; 8,5 a 12).
Luvas de pelica: As luvas de pelica são utilizadas como cobertura das luvas
isolantes (sobrepostas a estas) e destinam- se a protegê-las contra perfurações e cortes
originados de pontos perfurantes, abrasivos e escoriantes. São confeccionadas em pelica
com costuras finas para manter a máxima mobilidade dos dedos e possui um dispositivo
de aperto com presilhas para ajuste acima do punho.

Luvas de segurança para proteção das mãos contra agentes abrasivos e


escoriantes: Confeccionadas em raspa de couro ou vaqueta e com costuras reforçadas,
destinam-se a proteger as mãos do trabalhador contra cortes, perfurações e abrasões. O
trabalhador deve usá-las sempre que estiver manuseando materiais genéricos abrasivos
ou cortantes que não exijam grande mobilidade e precisão de movimentos dos dedos.

Mangas de segurança isolantes para proteção dos braços e antebraços contra


choques elétricos: Destinam-se a proteger o trabalhador contra a ocorrência de contato,
pelos braços e antebraços, com instalações ou partes energizadas. As mangas são
normalmente empregadas com nível de isolamento de até 20 kV e em vários tamanhos,
possuem alças e botões que as unem nas costas. Devem ser usadas em conjunto com
luvas isolantes. Antes do uso, as mangas isolantes devem sofrer vistoria e
periodicamente ensaiadas quanto ao seu isolamento.

7.7 Proteção dos membros inferiores

Calçados de segurança para proteção contra agentes mecânicos e choques


elétricos: Destinam-se a proteger os pés do trabalhador contra acidentes originados por
agentes cortantes, irregularidades e instabilidades de terrenos, evitarem queda causada
por escorregão e fornecer isolamento elétrico até 1000 Volts (tensão de toque e tensão
de passo). Os calçados de segurança para trabalhos elétricos são, normalmente de couro,
com palmilha de couro e solado de borracha ou Poliuretano e não devem possuir
componentes metálicos. Normas: NBR 12561 Calçado de Proteção; NBR 12594 -
Exigências técnicas para construção de Calçados de Proteção (Procedimentos).
Calçados condutivos: Destinam-se aos trabalhos em linha “viva” ao potencial.
Possui condutor metálico para conexão com a vestimenta de trabalho.

Perneiras de segurança isolantes para proteção da perna contra choques elétricos:


Destinam-se a proteger o trabalhador contra a ocorrência de contato pelas coxas e
pernas com instalações ou partes energizadas. As perneiras são normalmente
empregadas com nível de isolamento de até 20 kV e em vários tamanhos. Devem ser
usadas em conjunto com calçado apropriado para trabalhos elétricos. Antes do uso, as
perneiras isolantes devem sofrer vistoria e periodicamente submetidas a ensaios quanto
ao seu isolamento.

7.8 EPI para proteção contra quedas

Cinturão de segurança: O conjunto cinturão/talabarte destina-se a proteger o


trabalhador contra a queda de alturas (sobre escadas e estruturas). Seu uso é obrigatório
em serviços em altura superior a 2 m em relação ao piso. O cinturão deve ser
posicionado na região da cintura pélvica (pouco acima das nádegas) para que, no caso
de uma queda, não haja ferimentos na coluna vertebral. Deve ser usado em conjunto
com talabarte.

Talabarte: E acoplado ao cinturão de segurança, e permite o posicionamento em


estruturas (torres, postes). Normalmente é confeccionado em poliamida trançada e
revestida com “Neoprene” e possui dois mosquetões forjados e galvanizados, dotados
de dupla trava. Existem modelos em y muito usados em torres de transmissão. Normas:
NBR 11370 e 11371.

Cinturão de segurança tipo paraquedista: É um cinturão confeccionado em tiras


de nylon de alta resistência tanto no material quanto nas costuras e ferragens, os pontos
de apoio são distribuídos em alças presas ao redor das coxas, no tórax e nas costas. O
ponto de apoio é situado nas tiras existentes nas costas. Conjugado com sistema trava-
quedas, permite a subida, descida ou resgate de forma totalmente segura e eficaz.
Dispositivo trava-queda: Dispositivo de segurança para proteção do usuário
contra quedas em operações com movimentação vertical ou horizontal, quando utilizado
com cinturão de segurança para proteção contra quedas. E acoplado à corda-guia (ou
“linha de ancoragem” ou “linha de vida”).

Fita ou cabo de aço retrátil: Amortecedor de queda utilizado para fixação em


ponto de ancoragem em estruturas.

7.9 Epi para proteção contra outros riscos

Para serviços elétricos em ambientes onde houver a presença de outros agentes


de risco, deverão ser utilizados equipamentos de proteção individual específico e
apropriadas dos agentes envolvidos, tais como:

a) Respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra poeiras


névoas, gases, fumos etc.
b) Protetor auricular para proteção do sistema auditivo, quando o trabalhador estiver
exposto a níveis de pressão sonora superiores ao estabelecido.
c) Calçado de segurança para proteção contra umidade.
d) Luvas de proteção aos riscos mecânicos, químicos e biológicos.
e) Outros em função da especificidade dos riscos adicionais.

8 ACIDENTES DE ORIGEM ELÉTRICA

A segurança no trabalho é essencial para garantir a saúde e evitar acidentes nos


locais de trabalho, sendo um item obrigatório em todos os tipos de trabalho.

8.1 Conceitos segurança do trabalho

Acidente de trabalho: é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da


empresa, provocando lesão corporal, funcional ou doenças que cause a morte, ou perda,
ou redução permanente ou temporária da capacidade para o trabalho.
Doença profissional: é aquela produzida ou desencadeada pelo exercício do
trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada
pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social.

Doença do trabalho: é aquela adquirida ou desencadeada em função de


condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente.

Conceito prevencionista: é uma ocorrência não programada que interrompe uma


atividade normal de trabalho, provocando em conjunto ou separadamente, lesão, danos
materiais e/ou perda de tempo.

Incidente: Evento que deu origem a um acidente ou que tinha o potencial de


levar a um acidente. Pode ser considerado como um quase acidente.

Acidente: Lesão física ou doença que ocorre no exercício da atividade


profissional, causando a perda, total ou parcial, permanente ou temporária, da
capacidade de trabalho.

Ato inseguro: São atitudes que o trabalhador adota com possibilidade de causar
um acidente.

Condição insegura: É a condição do ambiente de trabalho que oferece perigo


e/ou risco ao trabalhador.

Aspectos comportamentais: Aspectos comportamentais, estado emocional,


fatores psicológicos, problemas pessoais e de saúde, entre outros, que podem
comprometer a concentração e atenção na realização de atividades, expondo-os ao risco
de acidentes.

Perigo: Fonte, situação ou ato com potencial para provocar danos humanos em
termos de lesão ou doença, ou uma combinação dos dois.
Risco: Combinação da probabilidade de ocorrência de um evento perigoso ou
exposição com a gravidade da lesão ou doença que pode ser causada pelo evento ou
exposição.

Dano: Lesões físicas ou danos à saúde das pessoas ou danos a bens ou ao


ambiente.

8.2 Causas diretas e indiretas de acidentes

Podemos classificar os acidentes de trabalho relacionando-os com fatores


humano (atos inseguros) e com o ambiente (condições inseguras). Essas causas são
apontadas como responsáveis pela maioria dos acidentes. No entanto, deve- se levar em
conta que, às vezes, os acidentes são provocados pela presença de condições inseguras e
atos inseguros ao mesmo tempo.

Causas diretas de acidentes com eletricidade: Ocorrem em função dos contatos


diretos do trabalhador com partes metálicas normalmente sob tensão, as denominadas
partes vivas, ou em contato indireto com partes metálicas normalmente não energizadas,
mas que podem ser reenergizadas por uma falha no sistema de isolamentos. O toque em
partes metálicas energizadas é o acidente mais comum, principalmente com
trabalhadores em processos industriais ou que desempenham tarefas de manutenção e
operação de sistemas industrial.

Causas indiretas de acidentes elétricos: Decorrem de descargas atmosféricas,


tensões induzidas eletromagnéticas e tensões estáticas, o que tanto justifica a
constituição de um conjunto de normas preventivas por parte das empresas.

9 SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE RISCO

Os sistemas de gerenciamento de riscos são as várias linhas de ação tomadas


para combater os agentes de risco.
Existe uma série de medidas de controle que podem ser elaboradas com base no
projeto, enquanto outras atuam no meio ambiente e/ou no homem. Essas medidas
formam procedimentos, determinando as obrigações que devem ser observadas na
execução do trabalho.

 PDCA: é uma ferramenta da Qualidade utilizada no controle de processos, que tem


como foco a solução de problemas. Sua aplicação consiste em quatro fases:
 Planejar: ato ou efeito de planejar, preparar, estabelecer métodos convincentes.
 Executar: realizar, efetuar, fazer, tornar efetivo, cumprir aquilo que foi planejado.
 Verificar: indagar, checar, examinar, confirmar, comprovar.
 Agir: tomar providências, atuar, fazer, provocar uma reação, produzir um efeito.

Imagem 4 – Fonte: Valean (Apostila NR 10)

9.1 Análise preliminar de risco - APR

Análise preliminar de risco (APR) consiste no estudo, durante a fase de


concepção ou desenvolvimento prematuro de uma nova atividade, a fim de se
determinar os riscos que estão presentes na fase operacional do mesmo. A APR é uma
visão técnica antecipada do trabalho a ser executado, que permite identificação dos
riscos envolvidos em cada passo da tarefa, e ainda propicia condição para evitá-lo ou
conviver com eles com segurança. Por se tratar de uma técnica aplicável a todas as
atividades, uma grande virtude da aplicação desta técnica de Análise Preliminar de
Risco é o fato de promover e estimular o trabalho em equipe e a responsabilidade
solidária.
9.2 Modelo de APR

APR – Análise Preliminar de Risco


Item Tarefa Risco Medidas de Controle

Tabela 2 – Fonte: Valean (Apostila NR 10)

9.3 Check List

Ao contrário da APR o Check list tem como objetivo criar o hábito de verificar
os itens de segurança antes de iniciar as atividades, auxiliando na identificação
preliminar de possíveis situações que podem causar acidentes. Todos os equipamentos
utilizados em serviços diversos tem sua vida útil limitada, portanto, faz-se necessário
que antes da realização de qualquer trabalho realize check list para verificar as
condições dos equipamentos e das ferramentas.
As ferramentas utilizadas no serviço em eletricidade têm uma função ainda
maior, pois as mesmas servem também como proteções para os funcionários em caso de
acidentes, por isso devem ser periodicamente testadas a sua isolação e as ferramentas
com problemas deverão ser trocadas imediatamente.

10 ROTINA DE TRABALHO

10.1 Instalações desenergizadas

Objetivo: definir procedimentos básicos para execução de atividades/trabalhos


em sistema e instalações elétricas desenergizadas.
Âmbito de aplicação: Aplica-se às áreas envolvidas direta ou indiretamente no
planejamento, programação, coordenação e execução das atividades, no sistema ou
instalações elétricas desenergizadas.

10.2 Conceitos básicos

Impedimento de equipamento: Isolamentos elétricos do equipamento ou


instalação, eliminando a possibilidade de energização indesejada, indisponibilizando à
operação enquanto permanecer a condição de impedimento.

Responsável pelo serviço: Empregado da empresa ou de terceirizada que


assume a coordenação e supervisão efetiva dos trabalhos. É responsável pela viabilidade
da execução da atividade e por todas as medidas necessárias à segurança dos envolvidos
na execução das atividades, de terceiros, e das instalações, bem como por todos os
contatos em tempo real com a área funcional responsável pelo sistema ou instalação.

PES - Pedido para Execução de Serviço: Documento emitido para solicitar a


área funcional responsável pelo sistema ou instalação, o impedimento de equipamento,
sistema ou instalação, visando a realização de serviços. Deve conter as informações
necessárias à realização dos serviços, tais como: descrição do serviço, número do
projeto, local, trecho/equipamento isolado, data, horário, condições de isolamento,
responsável, observações, emitente, entre outros.

AES - Autorização para Execução de Serviço: É a autorização fornecida pela


área funcional, ao responsável pelo serviço, liberando e autorizando a execução dos
serviços. A AES é parte integrante do documento PES.

Desligamento Programado: Toda interrupção programada do fornecimento de


energia elétrica, deve ser comunicada aos clientes afetados formalmente com
antecedência contendo data, horário e duração pré-determinados do desligamento.
Desligamento de Emergência: Interrupção do fornecimento de energia elétrica
sem aviso prévio aos clientes afetados, se justifica por motivo de força maior, caso
fortuito ou pela existência de risco iminente a integridade física de pessoas, instalações
ou equipamentos.

Interrupção Momentânea: Toda interrupção provocada pela atuação de


equipamentos de proteção com religamento automático.

Procedimentos gerais de segurança: Todo serviço deve ser planejado


antecipadamente e executado por equipes devidamente treinadas e autorizadas de
acordo com a NR-10 da portaria 3214/MTB/78 e com a utilização de equipamentos
aprovados pela empresa e em boas condições de uso. O responsável pelo serviço, deverá
estar devidamente equipado com um sistema que garanta a comunicação confiável e
imediata área funcional responsável pelo sistema ou instalação durante todo o período
de execução da atividade.

Procedimentos gerais para serviços programados: O empregado que


coordenar a execução das atividades/trabalhos em sistema e instalações elétricas
desenergizadas, terá como responsabilidades:
 Apresentar os projetos a serem analisados, com os respectivos estudos de
viabilidade, tempo necessário para execução das atividades/trabalhos;
 Definir os recursos materiais e humanos para cumprimento do planejado;
 Entregar os projetos que envolverem alteração de configuração do sistema e
instalações elétricas à área funcional responsável.

Avaliação dos Desligamentos: A área funcional responsável pelo sistema ou


instalação terá como atribuição avaliar as manobras, de forma a minimizar os
desligamentos necessários com a máxima segurança, analisando o impacto (produção,
indicadores, segurança dos trabalhadores, custos, etc.) do desligamento.

Execução dos Serviços: A equipe responsável pela execução dos serviços


deverá providenciar:
 Os levantamentos de campo necessários à execução do serviço;
 Os estudos de viabilidade de execução dos projetos;
 Todos os materiais, recursos humanos e equipamentos necessários para execução
dos serviços nos prazos estabelecidos;
 Documentação para Solicitação de Impedimento de Equipamento;
 Todo impedimento de equipamento deve ser oficializado junto à área funcional
responsável, através do documento PES, ou similar.

NOTAS: Serviços que não se enquadrarem dentro dos prazos de programação e


que não sejam de emergência, devem ser solicitados à área funcional responsável pelo
sistema ou instalação, com justificativa por escrito e se aprovados são de
responsabilidade da área executante, o aviso da interrupção a todos os envolvidos.
Qualquer impacto do não cumprimento dos prazos e do não aviso aos envolvidos é de
responsabilidade da área executante. Quando da liberação do sistema ou instalação com
a necessidade de manobras, deve-se observar os prazos mínimos exigidos. A
intervenção no sistema ou instalação elétrica que envolver outras áreas ou empresas
(concessionárias) deve ter sua programação efetuada em conformidade com os critérios
e normas estabelecidos no Acordo Operativo existente, envolvendo no planejamento
todas as equipes responsáveis pela execução dos serviços.

Emissão de PES: O PES deverá ser emitido para cada serviço, quando de
impedimentos distintos. Quando houver dois ou mais serviços que envolvam o mesmo
impedimento, sob a coordenação do mesmo responsável, será emitido apenas um PES.
Nos casos em que, para um mesmo impedimento, houver dois ou mais responsáveis,
obrigatoriamente será emitido um PES para cada responsável, mesmo que pertençam a
mesma área. Quando na programação de impedimento existir alteração de configuração
do sistema ou instalação, deverá ser encaminhado à área funcional responsável pela
atividade, o projeto atualizado. Caso não exista a possibilidade de envio do projeto
atualizado, é de responsabilidade do órgão executante elaborar um “croqui” contendo
todos os detalhes necessários que garantam a correta visualização dos pontos e serviço e
das alterações de rede a serem executadas.
10.3 Etapas da programação

10.3.1 Elaboração da Manobra Programada:

Informações que deverão constar na Programação da Manobra:


 Data, horário previsto para início e fim do serviço;
 Descrição sucinta da atividade;
 Nome do responsável pelo serviço;
 Dados dos clientes interrompidos, área ou linha de produção;
 Trecho elétrico a ser desligado, identificado por pontos significativos;
 Sequência das manobras necessárias para garantir a ausência de tensão no trecho do
serviço e a segurança nas operações;
 Sequência de manobras para retorno à situação inicial:

Divulgação do desligamento programado, aos envolvidos: As áreas/clientes afetados


pelo desligamento programado devem ser informadas com antecedência da data do
desligamento.

Aprovação do PES: Depois de efetuada a programação e o planejamento da


execução da atividade, a área funcional responsável, deixará o documento PES,
disponível no sistema para consulta e utilização dos órgãos envolvidos. Ficará a cargo
do gestor da área executante, a entrega da via impressa do PES aprovado, ao
responsável pelo serviço, que deverá estar de posse do documento no local de trabalho.

10.4 Procedimentos Gerais

Caso o responsável pelo serviço não esteja de posse do PES/AES, a área


funcional responsável não autorizará a execução do desligamento. O impedimento do
equipamento/instalação depende da solicitação direta do responsável pelo serviço à área
funcional responsável, devendo este já se encontrar no local onde serão executados
todos os serviços.
Para todo PES deverá ser gerada uma Ordem de Serviço - OS ou Pedido de
Turma de Emergência - PTE (ou documento similar). A área funcional responsável
autorizará o início da execução da atividade após confirmar com o responsável pelo
serviço, os dados constantes no documento em campo, certificando-se de sua igualdade.
Após a conclusão das atividades e liberação do responsável pelo serviço, a área
funcional responsável, coordenará o retorno à configuração normal de operação,
retirando toda a documentação vinculada à execução do serviço.
Para garantir a segurança de todos envolvidos na execução das atividades caso
haja mais de uma equipe trabalhando em um mesmo trecho, a normalização somente
poderá ser autorizada pela área funcional responsável após a liberação do trecho por
todos os responsáveis. Nos casos em que os serviços não forem executados ou
executados parcialmente conforme a programação, o responsável pelo serviço deverá
comunicar à área funcional responsável, para adequação da base de dados e
reprogramação dos serviços.

10.5 Procedimentos para serviços de emergência

A determinação do regime de emergência para a realização de serviços


corretivos é de responsabilidade do órgão executante. Todo impedimento de emergência
deverá ser solicitado diretamente à área funcional responsável, informando:
 O motivo do impedimento;
 O nome do solicitante e do responsável pelo serviço;
 Descrição sucinta e localização das atividades a serem executadas;
 Tempo necessário para a execução das atividades;
 Elemento a ser impedido.

A área funcional responsável deverá gerar uma Ordem de Serviço - OS ou


Pedido de Turma de Emergência – PTE (ou similar) e comunicar, sempre que possível,
os clientes afetados. Após a conclusão dos serviços e consequente liberação do sistema
ou instalações elétricas por parte do responsável pelo serviço, à área funcional
responsável coordenará o retomo à configuração normal de operação, retirando toda a
documentação vinculada à execução do serviço.
10.6 Liberação para serviços

Objetivo: Definir procedimentos básicos para liberação da execução de


atividades/trabalhos em circuitos e instalações elétricas desenergizadas.

Âmbito de aplicação: Aplica-se às áreas envolvidas direta ou indiretamente no


planejamento, programação, liberação, coordenação e execução de serviços no sistema
ou instalações elétricas.

10.7 Conceitos básicos

Falha: Irregularidade total ou parcial em um equipamento, componente da rede


ou instalação, com ou sem atuação de dispositivos de proteção, supervisão ou
sinalização, impedindo que o mesmo cumpra sua finalidade prevista em caráter
permanente ou temporário.

Defeito: Irregularidade em um equipamento ou componente do circuito elétrico,


que impede o seu correto funcionamento, podendo acarretar sua indisponibilidade.

Interrupção Programada: Interrupção no fornecimento de energia elétrica por


determinado espaço de tempo, programado e com prévio aviso aos clientes envolvidos.

Interrupção Não Programada: Interrupção no fornecimento de energia elétrica


sem prévio aviso aos clientes.

Procedimentos gerais: Constatada a necessidade da liberação de determinado


equipamento ou circuito, deverá ser obtido o maior número possível de informações
para subsidiar o planejamento. No planejamento será estimado o tempo de execução dos
serviços, adequação dos materiais, previsão de ferramentas específicas e diversas,
número de empregados, levando-se em consideração o tempo disponibilizado na
liberação. As equipes serão dimensionadas e alocadas, garantindo a agilidade necessária
à obtenção do restabelecimento dos circuitos com a máxima segurança no menor tempo
possível.
Na definição das equipes e dos recursos alocados serão considerados todos os
aspectos, tais como comprimento do circuito, dificuldade de acesso, período de chuvas,
existência de cargas e clientes especiais. Na definição e liberação dos serviços, serão
considerados os pontos estratégicos dos circuitos, tipo de defeito, tempo de
restabelecimento, importância do circuito, comprimento do trecho a ser liberado,
cruzamento com outros circuitos, sequência das manobras necessárias para liberação
dos circuitos envolvidos.
Na liberação dos serviços, para minimizar a área a ser atingida pela falta de
energia elétrica durante a execução dos serviços, a área funcional responsável deverá
manter os cadastros atualizados de todos os circuitos. Antes de iniciar qualquer
atividade o responsável pelo serviço deve reunir os envolvidos na liberação e execução
da atividade e:

a) Certificar-se de que os empregados envolvidos na liberação e execução dos serviços


estão munidos de todos os EPI’s necessários;
b) Explicar aos envolvidos as etapas da liberação dos serviços a serem executados e os
objetivos a serem alcançados;
c) Transmitir claramente as normas de segurança aplicáveis, dedicando especial
atenção à execução das atividades fora de rotina;
d) Certificar de que os envolvidos estão conscientes do que fazer, onde fazer, com
fazer, quando fazer e porque fazer.

10.8 Procedimentos básicos para liberação:

O programa de manobra deve ser conferido por um empregado diferente daquele


que o elaborou. Os procedimentos para localização de falhas, depende especificamente
da filosofia e padrões definidos por cada empresa. Em caso de qualquer dúvida quanto a
execução da manobra para liberação ou trabalho o executante deverá consultar o
responsável pela tarefa ou a área funcional responsável sobre quais os procedimentos
que devem ser adotados para garantir a segurança de todos.
A liberação para execução de serviços (manutenção, ampliação, inspeção ou
treinamento) não poderá ser executada sem que o empregado responsável esteja de
posse do documento especifico, emitido pela área funcional responsável, que autorize a
liberação do serviço. Havendo a necessidade de impedir a operação ou condicionar as
ações de comando de determinados equipamentos, deve-se colocar sinalização
especifica para esta finalidade, de modo a propiciar um alerta claramente visível ao
empregado autorizado a comandar ou acionar os equipamentos. As providências para
retorno à operação de equipamentos ou circuitos liberados para manutenção não devem
ser tomadas sem que o responsável pelo serviço tenha devolvido todos os documentos
que autorizavam sua liberação.

11 RESPONSABILIDADES

I. As responsabilidades quanto ao cumprimento desta NR são solidárias aos


contratantes e contratados envolvidos.

II. É de responsabilidade dos contratantes manter os trabalhadores informados sobre os


riscos a que estão expostos, instruindo-os quanto aos procedimentos e medidas de
controle contra os riscos elétricos a serem adotados.

III. Cabe à empresa, na ocorrência de acidentes de trabalho envolvendo instalações e


serviços em eletricidade, propor e adotar medidas preventivas e corretivas.

IV. Cabe aos trabalhadores:


a) Zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas que possam ser afetadas por
suas ações ou omissões no trabalho;
b) Responsabilizar-se junto com a empresa pelo cumprimento das disposições legais e
regulamentares, inclusive quanto aos procedimentos internos de segurança e saúde;
c) Comunicar, de imediato, ao responsável pela execução do serviço as situações que
considerar de risco para sua segurança e saúde e a de outras pessoas.
12 PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO

12.1 O Fogo

O Fogo existe desde os mais remotos tempos. O homem primitivo que


provavelmente o conhecia apenas com uma força misteriosa, nada sabia sobre suas
causas, conhecia somente seus efeitos e deles fazia proveito. O fogo sob controle é
usado na indústria, nos transportes, para a produção de energia elétrica e em todos os
lares. Assim, fogo é uma necessidade indiscutível na vida moderna, como sempre o foi
desde a “idade da pedra”, quando era usado pelo “homem da caverna” para aquecer-se
do frio, afugentar animais, iluminar seus caminhos e cozer seus alimentos.

12.2 Elementos essenciais do fogo

São três os elementos essenciais do fogo, representados por um triângulo. Onde,


se tem o combustível, o calor e o oxigênio. Onde que a remoção de qualquer um dos
lados, quer do combustível, quer do calor, quer do oxigênio, impediria o fogo de se
manifestar ou produziria sua extinção.

Imagem 5 – Fonte: Valean (Apostila NR 10)

12.3 Combustível

É o elemento que serve de campo para a propagação do fogo, alimenta-o e, com


pequenas exceções, compreende todas as matérias que possamos imaginar: madeira,
papel, tecido, óleo, carvão, graxa, etc. A maioria dos corpos orgânicos (madeira, tecido,
papel, etc.) antes de se queimarem, transformam-se inicialmente, em gases ou vapores,
os quais reagem então com o oxigênio, quando se queimam. Outros sólidos
transformam-se primeiramente em líquidos e posteriormente, em gases, para então se
processar a queima.
12.4 Calor

É o segundo elemento essencial do fogo. Sabemos que o calor é o elemento que


serve para dar início a um incêndio, mantém e incentiva a propagação. A procura das
possíveis fontes de calor que possam dar início a um incêndio constitui uma das colunas
mestras da Segurança Contra Incêndios, pois, identificando, podemos tomar as medidas
de controle necessárias para evitar um eventual incêndio.

12.5 Oxigênio

Está sempre presente em quase todas as combustões, é o Oxigênio chamado de


comburente. Este é o elemento que possibilita vida às chamas e intensifica a combustão.
Assim é que, em ambientes “pobres de oxigênio”, o fogo não tem chamas; e, nos
ambientes “ricos” elas são intensas, e na atmosfera tem a proporção de 21% de
oxigênio, 78%de nitrogênio e 1% de outros gases.

12.6 Reação em cadeia

É o ciclo vicioso que começa pela ocorrência do calor em proporções ideais


provocando a liberação de gases que formarão as chamas, as quais provocarão o
aumento do calor, continuando assim o referido ciclo. É o elemento que mantém o fogo.
Em ambiente normal de trabalho, nós já temos em condições suficientes para queima o
oxigênio e o combustível, sendo que a reação em cadeia ocorre automaticamente com a
presença do calor em condições ideais, sem o qual não existirá o fogo. Com relação ao
calor, ele existe normalmente no ambiente, entretanto, diferenciado dos demais, ele não
está em condições suficientes para queima. Portanto, é ele um dos elementos em que
devemos ter uma atenção especial, pois se atingir o ponto ideal de queima, provocará o
início do fogo.

12.7 Pontos ou temperatura do calor

Ponto de fulgor: É a temperatura mínima na qual os corpos combustíveis


começam a desprender vapores ou gases que se incendeiam em contato com uma fonte
externa de calor. Entretanto, a chama não se mantém, devido à insuficiência de
quantidade de vapores desprendidos.
Ponto de combustão: É a temperatura mínima na qual os gases desprendidos
dos corpos combustíveis, ao entrarem em contato com uma fonte externa de calor,
entram em combustão e continuam a queima.

Ponto de ignição: É a temperatura mínima na qual os gases desprendidos dos


combustíveis entram em combustão apenas pelo contato com o oxigênio do ar,
independentemente de qualquer fonte de calor.

12.8 Tipos de combustão

1. Lenta: É aquela que se processa sem a presença de chamas, somente com a


produção de calor, normalmente em ambientes pobres em oxigênio.

2. Ativa: É aquela que se processa com a produção de chamas e calor, normalmente


em ambientes ricos em oxigênio.

3. Explosão: É a combustão que se processa de forma muito rápida, com a grande


dilatação dos gases dos quais exercem violenta pressão nas paredes que se
confinam.

4. Espontânea: Ocorre quando há o armazenamento de matérias que tendem a reagir


quando colocados em contato com outros, produzindo nessa reação química a
liberação de calor, o qual fará com o referido material atingir o seu ponto de ignição.

12.9 Método de propagação do calor

Na área de incêndio devem-se aplicar técnicas de isolamento e confinamento


para impedir sua propagação a fim de simplificar sua extinção. Para podermos evitar sua
propagação, verificaremos as diversas maneiras pela qual se processa a transmissão do
calor.
Condução: É o processo pelo qual o calor se transmite de molécula para
molécula da matéria. Por exemplo: o aquecimento de barras ou objetos metálicos,
quando uma dessas partes está em contato com uma fonte de calor: os canos de vapor,
quando não devidamente protegidos, transmitem o calor aos corpos que com eles
estiverem em contato.

Convecção: É o processo de transmissão de calor que se faz através da


circulação do meio transmissor: gás ou líquido. É o caso da transmissão do calor e, às
vezes, até de incêndio, por intermédio da massa de ar ou de gases quentes que se
deslocam do fogo para outros, às vezes, distantes, levando calor suficiente para
incendiar corpos combustíveis comos quais entram em contato.

Irradiação: O calor é transferido de um corpo para outro por meio de raios ou


ondas caloríficas, através do espaço, como é o caso do calor que vem do sol ou das
ondas de calor desprendidas por um incêndio.

12.10 Métodos de extinção

Na “Pirâmide” encontramos os elementos essenciais do fogo: calor, combustível,


oxigênio e reação em cadeia. Baseando-se neste conhecimento é que foram
desenvolvidos os mais modernos sistemas de combate ao fogo. Portanto, para extingui-
lo, basta desfazermos o “tripé”, isto é, retirarmos uma das faces da “pirâmide” e toda
vez que isto ocorrer, estaremos adotando um método de extinção distinto, como
passaremos a demonstrar.

Resfriamento: É o método de extinção mais usado. Consiste em eliminar o


calor (face 2 da pirâmide), até um determinado ponto, abaixo dos quais os materiais não
queimam. Desta forma, evitamos a emanação de vapores que, em mistura com o
oxigênio, ao encontrar calor suficiente, iniciaria uma nova combustão. Neste método de
extinção, o agente extintor mais usado é a água, por ser encontrada em abundância na
natureza; e, por suas propriedades e características, torna-se fácil sua utilização pelo
Corpo de Bombeiros e também por sua capacidade em absorver calor.
Abafamento: Dentre os três métodos de extinção, este é o mais complexo, pois
consiste na retirada do oxigênio (face 1 da “pirâmide”). A não ser em pequenos
incêndios, onde o abafamento é possível por intermédio de tampas, panos, cobertores
etc. A eliminação do oxigênio para extinção da combustão, não precisa ser total, basta
diminuirmos sua porcentagem, pois a chama só existe em ambientes onde as
concentrações de oxigênio é superior a 16%. Este método é largamente utilizado nos
incêndios em líquidos e gases inflamáveis.

Retirada do material: É um método simples de extinção, que consiste apenas


na remoção do combustível (face 3 da “pirâmide”) no caso de um incêndio de pequenas
proporções - ou isolamento, quando o incêndio for de maiores proporções.

12.11 Classes de incêndio

Os incêndios são divididos em quatro classes distintas: A, B, C, D. Esta


classificação é adotada universalmente e tem por finalidade facilitar o estudo dos
diversos tipos de incêndios, é o melhor método a ser utilizado para sua extinção.

12.12 Incêndio da classe “A”

Os incêndios da classe “A” compreendem os combustíveis sólidos comuns:


papel, madeira, tecidos, fibras, etc. Os incêndios desta classe possuem duas
características principais:
 Quando queimam, deixam resíduos (cinzas, brasas);
 Queimam superficialmente e atingem altas temperaturas internamente.

O resfriamento é o método de extinção mais usado e, para isto, a água


desempenha papel fundamental, pois ela tem grande poder de penetração umectante.
Outras soluções que contenham grande porcentagem de água também podem ser
utilizadas. Exemplo: a Espuma.
12.13 Incêndio da classe “B”

São os incêndios verificados em combustíveis líquidos e gasosos tais como:


gasolina, óleos, tintas, etc. Esta classe de incêndio possui também duas características
principais:
 Queimam somente na superfície nunca na profundidade;
 Quando queimados, não deixam resíduos.

Nesta classe, o método mais aplicado é o abafamento, que consiste como já


vimos, em isolar o oxigênio do combustível.

Imagem 6 – Fonte: Valean (Apostila NR 10)

12.14 Incêndio da classe “C”

São os incêndios em equipamentos elétricos energizados. Oferecem risco ao


operador. Por isso, exige para sua extinção um agente extintor não condutor de
eletricidade. Porém, a partir do momento em que a corrente elétrica for desligada, o
incêndio passa a ser da classe “A” ou “B”. Para combater incêndios da classe “C”,
nunca utilize água ou outro agente extintor que contenha em sua composição a espuma.

Imagem 7 – Fonte: Valean (Apostila NR 10)


12.15 Incêndio da classe “D”

São os incêndios em metais pirofóricos (magnésio, potássio, alumínio em pó,


zinco, titânio, sódio e zircônio). Exigem para sua extinção agentes extintores especiais,
que se fundem em contato com o metal combustível, formando uma “capa” que isola o
oxigênio e interrompe a combustão. Os agentes extintores especiais são constituídos de
pós-especiais à base de Monofosfato de Amônia, Grafite, Cloreto de Bário, e com
aplicação específica em cada caso.

12.16 Tipos de extintores

12.16.1 Extintor de Água Pressurizada

Aparelho de extinção de incêndios, cujo agente extintor é a água, que por suas
propriedades, é de fácil utilização, tendo grande poder umectante e capacidade de
absorção do calor.

Aplicação: O extintor de água pressurizada é indicado para incêndios de classe


“A” (madeira, papel, tecidos, etc.). Não é recomendado para incêndios em equipamento
elétricos energizados (classe “C ou D”), pois conduz a corrente elétrica ao operador e
nem para incêndios em líquidos inflamáveis (classe “B”).

12.16.2 Manuseio de operação do extintor de água pressurizada:

1. Leve o aparelho até o local do fogo;


2. Retire o pino de segurança que trava o gatilho;
3. Retire o mangote do suporte;
4. Aperte o gatilho e dirija à base do fogo.

12.17 Extintor de pó químico seco

O extintor de pó químico seco contém bicarbonato de sódio higroscópico. Tem


por finalidade efetuar sobre a superfície em chamas uma nuvem que elimina o oxigênio.
Posteriormente são acrescidos à nuvem o CO2 e o vapor de água devido à queima do
pó.
O extintor de pó químico seco tem uma ação mais eficiente que o extintor de
CO2, pois, sendo sólido seu agente extintor permanece depositado sobre a superfície em
chamas, abafando-a.

Aplicação: O extintor de pó químico seco é recomendado para incêndios em


líquidos inflamáveis (classe “B”); para incêndios em equipamentos elétricos (classe
“C”) exceto em equipamentos sensíveis: Central Telefônica, Computadores, Painéis,
CNC e outros.

12.17.1 Manuseio de operação do extintor de pó químico seco:

1. Leve o aparelho até o local do fogo;


2. Retire o pino de segurança que trava o gatilho;
3. Retire o mangote do suporte;
4. Aperte o gatilho e dirija à base do fogo.

12.18 Extintor de gás carbônico (C02)

Aparelho de extinção de incêndio, (cujo agente extintor é o gás carbônico). É um


gás inerte, incolor, inodoro e mais pesado que o ar. É retido no aparelho no estado
líquido e sob pressão.

Aplicação: O extintor de gás carbônico é indicado para incêndios em líquidos


inflamáveis (classe B) e incêndios em equipamentos elétricos energizados (classe C),
pois não conduz corrente elétrica ao operador e não causa danos ao equipamento
(PABX, Computadores, Painéis Elétricos, etc).

12.18.1 Manuseio de operação do extintor de pó químico seco:

1. Leve o aparelho até o local do fogo;


2. Retire o pino de segurança que trava o gatilho;
3. Retire o mangote do suporte;
4. Aperte o gatilho e dirija à base do fogo.
12.19 Principais causas de incêndio

O conhecimento das principais causas de incêndio, relacionadas abaixo, terá


grande importância para o trabalho de prevenção.

12.20 Eletricidade

Muito comum em nossos dias. Os principais perigos da eletricidade são:

 Sobre carga: uma rede elétrica é calculada para atender a uma determinada
demanda. Toda vez que ampliarmos a solicitação de energia elétrica, sem ao mesmo
tempo adaptarmos a rede geral, estará havendo uma sobrecarga, que ocasionará
aquecimento dos fios, com possibilidade de curto-circuito.

 Substituição de Fusíveis Normais por outros de maior capacidade, adaptados, ou


mesmo por recursos caseiros, como moeda, etc. Elimina a proteção da instalação
elétrica.

 Fios Descascados ou Livres (Instalações elétricas de emergência) ligações mal


apertadas, chaves com mau funcionamento etc., completam o grande número de
incêndio ocasionado pela eletricidade.

Eletricidade estática: Todo corpo em atrito com outro produz certa quantidade
de eletricidade estática. Um automóvel, ao correr por uma estrada, acumula essa
eletricidade pelo próprio atrito com o ar. No caso de se tratar de um caminhão,
transportando líquido inflamável, haverá o perigo de uma centelha provocar incêndio.
Isto será evitado se existir uma ligação (fio-terra) que descarregue no chão a eletricidade
acumulada, motivo pelo qual o caminhão-tanque dispõe de uma corrente que se arrasta
pelo solo. Da mesma maneira, em uma indústria, líquidos inflamáveis conduzidos no
interior de uma tubulação, ou passando de um recipiente para outro, acumularão
eletricidade estática, requerendo a instalação de fio-terra, e cuidados especiais no
manuseio.
Atrito: Quando esfregarmos um material contra outro haverá produção de certa
quantidade de calor. O atrito em geral é diminuído por meio de lubrificação. Se ela não
for suficiente, o calor aumentará e se propagará, podendo atingir a temperatura de
ignição dos combustíveis em contato.

Superaquecimento: Certos processos industriais exigem temperaturas elevadas


para seu funcionamento. Tais locais deverão ser constantemente controlados, a fim de
impedir que a temperatura produzida se eleve excessivamente, atingindo a temperatura
de ignição dos combustíveis que se acham próximos.

Telha de vidro: Processo superado de iluminação apresenta o perigo de que o


Sol a transforme numa espécie de lente (conforme o ângulo de incidência), podendo
surgir focos de incêndios abaixo delas.

Líquidos inflamáveis guardados junto com combustíveis sólidos: grandes


quantidades de líquidos inflamáveis no interior da fábrica; prateleiras para estoque de
gasolina, óleo, etc., construídas de madeiras, por exemplo, são responsáveis pelo
aparecimento de muitos incêndios.

12.21 Como agir em caso de incêndio

O incêndio nada mais é que a combustão de materiais em grandes proporções. E,


neste estágio, ele se torna perigoso, pois sua ação destruidora causa prejuízos elevados e
põe em risco a integridade física do indivíduo. Assim sendo, deverá ser combatido com
sistemas rápidos e eficientes. Mas, nesta situação, como os riscos são maiores, devemos
proceder da seguinte forma:

1. Ao ouvir o alarme de incêndio, mantenha-se calmo em seu setor de trabalho. A


calma é a regra básica e pode salvar sua vida;

2. Enquanto não se der a presença dos Bombeiros, tente extinguir o incêndio com o
extintor que esteja mais próximo, ou dificulte sua propagação;
3. Cumpra as ordens de sua chefia. Caso receba instruções para deixar o local, dirija-se
para fora do prédio e mantenha-se distante dele e fora, se possível, da área de
operações de emergência;

4. Ao sair de seu local de trabalho, mantenha-se andando, não corra! Utilize sempre as
laterais dos corredores, atingindo assim as saídas de emergência;

5. Caso tenha esquecido algum pertence, não volte, pois isto poderá acarretar prejuízos
à sua integridade física;

6. Somente retorne ao local do trabalho, após ter recebido ordens para isso.

13 PRIMEIROS SOCORROS

13.1 Abordagem da norma regulamentadora NR-10

A NR-10 prevê as ações de emergência através de um plano específico,


treinamentos, bem como o combate a incêndio em instalações elétricas, entre outros.

 Situação de emergência
 As ações de emergência que envolva as instalações e serviços com eletricidade
devem constar do plano de emergência da empresa.
 Os trabalhadores autorizados devem estar aptos a executar o resgate e prestar
primeiros socorros a acidentados, especialmente por meio de reanimação
cardiorrespiratória.
 A empresa deve possuir métodos de resgate padronizados e adequados às suas
atividades, disponibilizando os meios para a sua aplicação.
 Os trabalhadores autorizados devem estar aptos a manusear e operar equipamentos
de prevenção e combate a incêndio existente nas instalações elétricas. “

13.2 Avaliação Inicial

Quando vamos prestar os primeiros socorros, devemos realizar a Avaliação


Inicial, que compreende em ser avaliado os sinais vitais da vítima, na seguinte ordem:
13.3 1º passo: Verificar a Consciência

Consciência – é o estado de lucidez do ser humano.


Como fazer: Tocar no ombro da vítima e chamar por três vezes.

13.4 2º passo: Abrir Vias Aéreas

Vias aéreas – canal por onde passa o ar

13.5 Como fazer:

 Posicione a mão na testa da vítima;


 Coloque 02 (dois) dedos na mandíbula, na parte óssea;
 Elevar o queixo, forçando a testa para baixo;
 Manter as mãos na testa para apoiá-la;

Imagem 8 – Fonte: Valean (Apostila NR 10)

13.6 3º passo: verificar a respiração

Respiração – função orgânica que se efetua a troca de oxigênio e dióxido de


carbono entre o ar atmosférico e as células do corpo.

Como fazer: Utilizar a técnica de ver, ouvir e sentir coloque seu rosto próximo
da boca da vítima, olhando para o tórax;
 Ver - Os movimentos do tórax ou abdômen.
 Ouvir – A saída da passagem do ar pelas vias respiratórias da vítima e,
 Sentir – O ar quente da boca ou nariz da vítima.
Imagem 9 – Fonte: Valean (Apostila NR 10)

13.7 4º passo: verificar a circulação

Circulação – Função vital que leva oxigênio necessário as células e através do


batimento cardíaco.

13.8 Como fazer:

 Posicionar os dedos indicador e médio no meio do pescoço;


 Posicionar em uma das cavidades;
 Realizar uma suave pressão e perceberá o batimento do coração.

Importante: Nunca, utilize o dedo polegar, pois é uma terminação de artéria e


poderemos mascarar o nosso batimento com o da vítima.

Imagem 10 – Fonte: Valean (Apostila NR 10)

13.9 Parada Cárdio Respiratória

Utilizar a técnica de Reanimação Cárdio Pulmonar – RCP, que é a técnica mais


utilizada e eficiente nos serviços de pronto socorro, que é manter a respiração e o
batimento cardíaco da pessoa, artificialmente através de esforço mecânico do socorrista.
13.10 Frequência de massagens e ventilações com uso do AMBU

Se o socorrista treinado puder realizar ventilações de resgate, as compressões e


as ventilações devem ser aplicados na proporção de 30 compressões para cada 2
ventilações.

13.11 Queimaduras

Na ação indireta da energia elétrica no corpo de uma vítima, podem ocorrer


queimaduras e/ou quedas. Queimaduras são lesões causadas por agentes térmicos,
eletricidades produtos químicos ou irradiações, classificadas em graus de acordo com a
profundidade que atingem. As que são consideradas de 1° grau são superficiais e
causam vermelhidão na pele; as de 2° grau são as lesões mais profundas e causam
bolhas; e as de 3° grau ocorrem quando há destruição dos tecidos epiteliais, musculares,
nervosos e até ósseos. Meros 10% da área total do corpo humano com queimaduras 1°
grau já constituem lesão grave, que, além de se caracterizar por dor intensa, provoca
desidratação, isto é, perda rápida de líquido corpóreo.

13.12 Primeiros Socorros:

 Lavar o local com água com pano limpo e macio;


 Cobrir cuidadosamente a área com pano limpo e macio;
 Nunca furar as bolhas que se formarem, pois essa é uma medida próprio organismo
adota, a fim de hidratar rápida eficazmente o local afetado;
 Oferecer bastante líquido à vítima, se ela estiver consciente.

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