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NR 10 - SEP

Sumário

NR 10 COMPLEMENTAR - SEP ...............................................................5


1) ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – SEP .................... 5
1.1. Introdução ............................................................................................................................................ 5
1.2. Geração.................................................................................................................................................. 6
1.3. Transmissão ......................................................................................................................................... 6
1.4. Distribuição .......................................................................................................................................... 9

2) ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO .................................................................. 10


2.1. Programação e Planejamento dos Serviços .......................................................................... 10
2.2. Trabalhos em Equipe ...................................................................................................................... 11
2.3. Prontuário e Cadastro das Instalações .................................................................................... 11
2.4. Métodos de Trabalho ..................................................................................................................... 11
2.5. Comunicação ..................................................................................................................................... 12

3) ASPECTOS COMPORTAMENTAIS ................................................................. 12


4) CONDIÇÕES IMPEDITIVAS ........................................................................... 16
5) RISCOS TÍPICOS DO SEP E SUA PREVENÇÃO ............................................. 18
5.1. Proximidade e Contato Com Partes Energizadas ................................................................ 18
5.2. Indução ................................................................................................................................................ 21
5.3. Descargas Atmosféricas ................................................................................................................ 22
5.4. Estática ................................................................................................................................................. 24
5.5. Campos Eletromagnéticos ........................................................................................................... 24
5.6. Comunicação e Identificação ...................................................................................................... 25
5.7. Trabalhos em Altura, Máquinas e Equipamentos Especiais ............................................ 26
5.8. Trabalho em Altura ......................................................................................................................... 29

6) TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCOS NO SEP................................................ 39


6.1. Análise Preliminar de Riscos ........................................................................................................ 39
6.2. Análise de Falha Humana ............................................................................................................. 41

7) PROCEDIMENTOS DE TRABALHO ............................................................... 42


8) TÉCNICAS DE TRABALHO SOB TENSÃO ..................................................... 43
8.1. Principais vantagens para se executar serviços com LV ................................................... 43
8.2. Manutenção Com Linha Energizada (Linha Viva) ................................................................ 43
8.3. Condições e regras para trabalhos com linha viva em alta tensão .............................. 46
8.4. Trabalhos com Linha Viva em Baixa Tensão .......................................................................... 47

9) EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS DE TRABALHO ................................... 49


9.1. Ferramentas ....................................................................................................................................... 49
9.2. Equipamentos ................................................................................................................................... 50
9.3. Equipamentos de Medição .......................................................................................................... 51

10) SISTEMAS DE PROTEÇÃO COLETIVA ........................................................... 51


10.1. Aterramento Temporário ......................................................................................................... 56
Sumário

10.2. Sistemas de Proteção Coletiva Manuais ............................................................................ 58


10.3. Voltimetro de AT (fasímetro) .................................................................................................. 60
10.4. Equipamentos de Manobra..................................................................................................... 60

11) EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ............................................61


11.1. Proteção para a cabeça ............................................................................................................ 63
11.2. Proteção dos Olhos e Face ...................................................................................................... 64
11.3. Proteção dos Membros Superiores...................................................................................... 67
11.4. Proteção dos Membros Inferiores ........................................................................................ 70
11.5. Proteção Contra Quedas .......................................................................................................... 74

12) Posturas e Vestuários de Trabalho ..............................................................76


12.1. Posturas .......................................................................................................................................... 76
12.2. Vestuário ........................................................................................................................................ 78

13) Segurança com Veículos e Transporte de Pessoas, Materiais e


Equipamentos. ..........................................................................................................83
13.1. O Veículo como Ferramenta de Trabalho.......................................................................... 83
13.2. Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais ................... 88
13.3. Transporte de Trabalhadores ................................................................................................. 88
13.4. Transporte de Cargas ................................................................................................................ 88

14) SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO E ISOLAMENTO DA ÁREA DE TRABALHO .89


14.1. Sinalização de Segurança ........................................................................................................ 90

15) LIBERAÇÃO DE INSTALAÇÃO PARA SERVIÇO E PARA OPERAÇÃO E


USO 95
14.2. Segurança em Instalações Elétricas Desenergizadas..................................................... 96
14.3. Liberação de Instalações Elétricas ........................................................................................ 96
14.4. Liberação para a operação ...................................................................................................... 98
14.5. Impossibilidade de Desenergização .................................................................................... 98
14.6. Possibilidade de Energização ................................................................................................. 98
14.7. Considerações Finais.................................................................................................................. 99

16) TREINAMENTO EM TÉCNICAS DE REMOÇÃO, ATENDIMENTO E


TRANSPORTE DE ACIDENTADOS ...........................................................................99
16.1. Considerações: ............................................................................................................................. 99
16.2. Emergência ................................................................................................................................. 100
16.3. Tipos de Emergência .............................................................................................................. 100
16.4. Situação emergencial. ............................................................................................................ 101

17) ACIDENTES TÍPICOS – ANÁLISE, DISCUSSÃO, MEDIDAS DE PROTEÇÃO


102
17.1. Analise de Incidentes/Acidentes ........................................................................................ 102
17.2. Conceitos Básicos .................................................................................................................... 102
17.3. Metodologia Arvore das causas ......................................................................................... 103
17.4. Avaliação da descrição do evento ..................................................................................... 103
Sumário

17.5. Elaboração da árvore das Causas....................................................................................... 104


17.6. Busca das prevenções ............................................................................................................ 105
17.7. Escolha das prevenções ......................................................................................................... 105
17.8. Prática de Análise ..................................................................................................................... 106

18) RESPONSABILIDADE CIVIL E CRIMINAL NO ACIDENTE DO TRABALHO


106
18.1. Responsabilidade Civil ........................................................................................................... 106
18.2. Atenção ........................................................................................................................................ 111
18.3. Resumo ........................................................................................................................................ 112
NR 10 Complementar - SEP

NR 10 COMPLEMENTAR - SEP

1) ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA – SEP


1.1. Introdução

No Brasil a GERAÇÃO de energia elétrica é, predominantemente, produzida a


partir de hidrelétricas, onde a água armazenada em grandes reservatórios(barragens),
representa a energia potencial. Outro tipo importante de geração é por termoelétricas
e o restante por outros processos.

A descida da água nos condutos forçados representa a energia cinética.

A força da água movimentando a turbina representa a energia mecânica.

Que é transformada em energia elétrica no alternador e levada a um transfor-


mador elevador externo, onde acontece a interface com a transmissão.

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NR 10 Complementar - SEP

1.2. Geração

 MANUTENÇÃO: São intervenções realizadas nas unidades geradoras,


para restabelecer ou manter suas condições adequadas de funciona-
mento.

 LOCAIS: salas de máquinas, salas de comando, painéis elétricos, bar-


ramentos elétricos, serviços auxiliares, tais como: transformadores de
potencial, de corrente, de aterramento, banco de baterias, retificado-
res, geradores de emergência, etc.

 RISCOS: Instalação e manutenção de equipamentos e maquinários,


manutenção das instalações após a geração; operação de painéis de
controle elétrico; acompanhamento e supervisão dos processos; trans-
formação e elevação da energia elétrica; processos de medição da
energia elétrica.

1.3. Transmissão

A partir da usina a energia é transformada, em subestações elevadoras, a eleva-


dos níveis de tensão e transmitida em corrente alternada através de cabos e torres, em
elevadas tensões (44 a 750 kV) até os grandes centros de consumo nas subestações
rebaixadoras, delimitando a fase de TRANSMISSÃO.

Os elevados potenciais de transmissão se justificam para evitar as perdas por


aquecimento, permitindo também o uso de cabos com menor bitola ao longo das li-
nhas, que ligam os geradores aos centros consumidores.

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NR 10 Complementar - SEP

1.3.1. Linha de transmissão metálica

Rede Básica >= 230 kV

230 KV
345 KV
440 KV
500 KV
750 KV

1.3.2. Linha de transmissão de madeira (tipo HT)

Sub-transmissão

138 KV

69 KV

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1.3.3. Atividades da Transmissão

 INSPEÇÃO DE LINHAS DE TRANSMISSÃO;

 MANUTENÇÃO DE LINHAS DE TRANSMISSÃO;

 CONSTRUÇÃO DE LINHAS DE TRANSMISSÃO.

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NR 10 Complementar - SEP

1.4. Distribuição

Compreende os potenciais após a transmissão, indo das subestações de distri-


buição, entregando energia elétrica aos clientes.

A distribuição de energia elétrica aos clientes é realizada nos potenciais:

Médios clientes abastecidos por redes aéreas e subterrâneas nas tensões de 11,9
kV / 13,8 kV / 23,1 kV;

Clientes residenciais, comerciais e industriais até a potência instalada de 75 kVA,


o abastecimento de energia é realizado nas tensões de 110/127 V e 220/380 V.

1.4.1. Distribuição no Rio Grande do Sul

Níveis de Tensão Padronizados

 PRIMÁRIO - 13,8KV

23,1KV

 SECUNDÁRIO – 127/220V

220/380V

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NR 10 Complementar - SEP

1.4.2. Intervenções de Trabalho

 Recebimento e medição de energia elétrica nas subestações;

 Rebaixamento ao potencial de distribuição;

 Construção de redes de distribuição, estruturas e obras civis;

 Montagens de subestações de distribuição, transformação e acessó-


rios;

 Manutenção de redes de distribuição aérea e subterrânea;

 Poda de árvores;

 Montagem de cabines primárias de transformação;

 Limpeza e desmatamento de faixas de servidão;

 Medição do consumo de energia elétrica;

 Operação dos centros de controle e supervisão da distribuição.

2) ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
A nova NR-10 determina que todas as empresas dos setores elétrico, produtivo
ou de qualquer outro segmento, estabeleçam e cumpram uma série de medidas de
controle para garantir a saúde e segurança dos trabalhadores nas atividades relacio-
nadas ao SEP, tais como:

2.1. Programação e Planejamento dos Serviços

Itens 10.7.4; 10.7.5 e 10.11.12 da NR 10.

 Trabalhos em Circuitos Energizados de AT;

 PLD: Pedido de Liberação da Distribuição;

 Autorização para Liberação do Serviço;

 Desligamento de Emergência.

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2.2. Trabalhos em Equipe

Item 10.11.6 da NR 10, institui e determina que toda a equipe deverá ter um de
seus trabalhadores indicado e em condições de exercer a supervisão e condução dos
trabalhos.

2.3. Prontuário e Cadastro das Instalações

O Item 10.2 – Medidas de Controle – da nova NR-10 (juntamente com os seus


subitens), institui e determina que todas as empresas e/ou estabelecimentos com carga
instalada superior a 75 KW devem constituir e manter o Prontuário de Instalações Elé-
tricas.

O QUE É O PRONTUÁRIO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS?

É um sistema organizado de forma a conter uma memória dinâmica de infor-


mações pertinentes às instalações e aos trabalhadores.

O QUE DEVE FAZER PARTE DO PRONTUÁRIO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS?

Documentos relativos a: pessoas, equipamentos de proteção, equipamentos


que compõe o SEP, procedimentos e técnicas de intervenção e procedimentos de
emergência (item 10.2 e seus subitens – Medidas de Controle).

2.3.1. Documentos do Prontuário

 Relativos a pessoas;

 Relativos aos EPI e EPC;

 Das instalações elétricas e equipamentos;

 Dos planos de manutenção preditiva, programada, preventiva e corre-


tiva.

2.4. Métodos de Trabalho

Conjuntos de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de segu-


rança e saúde, implantados com a inclusão das medidas de controles, especificações
dos equipamentos de proteção coletiva e individual, ferramentas e documentos com-
probatórios necessários.

Itens 10.7.3 e 10.7.6. da NR 10.

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NR 10 Complementar - SEP

2.4.1. Formas Básicas de Trabalho

 Trabalhos em instalações elétricas desenergizadas “Linha Morta”;

 Trabalhos envolvendo instalações de alta tensão energizadas “Linha


Viva” (operação e manobras de equipamentos, intervenções de manu-
tenção);

 Trabalhos em equipamentos de baixa tensão energizados (operação,


manobra, intervenções).

2.5. Comunicação

O item 10.7.9 da nova NR 10, institui e determina que todo o trabalhador em


instalações elétricas energizadas de AT, bem como aqueles envolvidos em atividades
no SEP devem dispor de equipamento que permita a comunicação permanente com
os demais membros da equipe ou com o centro de operação durante a realização do
serviço.

Exemplos: telefone celular, rádio comunicador, telefone fixo ou ramal na insta-


lação, comunicador via satélite.

3) ASPECTOS COMPORTAMENTAIS

 Comportamento

Qualquer atividade de um organismo que pode ser observado ou me-


dido

É regido por Hábitos e Atitudes

 Hábito

“Disposição Duradora adquirida pela repetição frequente de um ato,


uso ou costume.”

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 Atitude
“Uma crença aprendida, disposição ou modo de ser em relação a uma
pessoa, situação, eventos, objetos ou conjunto de situações.”

Hábitos eficazes e comportamento seguro

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NR 10 Complementar - SEP

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NR 10 Complementar - SEP

PORQUE SEGURANÇA BASEADO NO COMPORTAMENTO?

90% dos acidentes de trabalho são motivados por atitudes e comportamentos


inseguros não relacionados com o conhecimento, experiência, procedimentos e a tec-
nologia.

Reforçar nos colaboradores o conceito de “parceiro de vida” – Confiança mutua,


co-responsabilização dos atos e busca da integridade física das equipes de trabalho.

Desenvolver um processo de melhoria continua, busca da excelência.

Necessidade da empresa em melhorar cada vez mais os seus indicadores de


segurança.

4) CONDIÇÕES IMPEDITIVAS
Um ou mais fatores que configuram situação de risco que não podem ser con-
trolados através de EPI ou EPC.

Nunca considerar um equipamento desenergizado sem antes:

 Desligar;

 Seccionar;

 Bloquear;

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 Testar ausência de tensão;

 Aterrar;

 Proteger os elementos energizados na zona controlada;

Sinalizar para impedir reenergização. (cumprimento dos itens 10.5.1 e 10.5.2 da


nova NR10).

Qualquer trabalho que exija a intervenção, sem o cumprimento destes passos


preliminares não deverá ser executado a não ser que se cumpra o estabelecido o item
10.5.3. da nova NR-10.

 Trabalhos que exijam aproximações além do limite da zona de risco


com o sistema energizado;

 Trabalhos por pessoas sem habilitação, qualificação, capacitação e au-


torização para intervir no sistema elétrico de potência (incluindo curso
NR-10 – Básico e se for o caso também Complementar);

 Trabalhos sem treinamento e procedimentos específicos (tipo passo-


a-passo), padronizados pela empresa executados a partir do início da
zona controlada;

 Trabalhos em altura sem um sistema trava-quedas adequado (10.4.2);

 Em ambientes confinados, trabalhar sem um vigia na parte externa do


mesmo;

 Trabalhar em altura ou ambientes confinados (ou subterrâneos), sem


equipamentos, procedimentos e treinamento de resgate;

 Trabalhos no ápice de tempestades atmosféricas (ou sob a presença


de descargas elétricas) (10.4.2);

 Trabalhos individuais em instalações elétricas de alta tensão ou envol-


vendo o SEP (10.7.3);

 Trabalho utilizando adornos pessoais (10.2.9.3);

 Trabalho utilizando EPI ou EPC inadequados, sem CA, danificados ou


em mau estado de conservação;

 EPI, EPC e ferramentas com função isolante sem teste elétrico ou com
a validade dos testes vencida (10.4.3.1);

 Trabalhos em atmosferas explosivas (áreas classificadas), sem treina-


mento específico, avaliação prévia do risco, teste da atmosfera através

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NR 10 Complementar - SEP

de medições, e eliminação do risco de explosão através de medidas de


controle e eliminação dos riscos adequadas (10.4.2 e 10.9);

 Trabalhos onde, antes ou durante a sua execução, seja constatado al-


guma iminência que possa que possa colocar os trabalhadores em pe-
rigo (10.6.4);

 Verificação de uma situação ou condição não prevista, cuja eliminação


ou neutralização imediata do risco não seja possível (10.6.5).

Ex: falta ou falha de comunicação com outras equipes ao longo do circuito antes
de uma reenergização do sistema;

Realizar ensaios e testes elétricos (em laboratório ou em campo), sem atender


as condições estabelecidas nos itens 10.6 e 10.6.1 da NR-10 e sem atender as condi-
ções de qualificação, habilitação, capacitação e autorização.

5) RISCOS TÍPICOS DO SEP E SUA PREVENÇÃO


Os riscos à segurança e saúde dos trabalhadores são elevados, podendo levar a
lesões de grande gravidade e são específicos a cada tipo de atividade;

O maior risco à segurança e saúde dos trabalhadores é o de origem elétrica;

No ano de 2001 o maior volume de trabalhadores concentrou-se na distribui-


ção de energia elétrica, cujo número de empregados das concessionárias era de apro-
ximadamente 70.000 e suas prestadoras de serviços contavam com aproximadamente
280.000 empregados, totalizando 350.000 trabalhadores.

5.1. Proximidade e Contato Com Partes Energizadas

O choque elétrico é o principal causador de acidentes no setor e geralmente


originado por contato do trabalhador com partes energizadas;

O risco de choque elétrico está presente em praticamente todas as atividades


executadas nos setores elétrico e telefônico a exemplo de construção, montagem, ma-
nutenção, reparo, inspeção, medição de sistema elétrico potência (SEP) e poda de ár-
vores em suas proximidades;

Aproximações além da zona de risco somente devem ser realizadas com


equipe e técnicas de linha viva.

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Distâncias de Segurança

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5.2. Indução

Indução Elétrica é o fenômeno relativo a passagem de Corrente Elétrica em con-


dutores de um circuito que gera um campo eletromagnético que induz corrente em
condutores próximos.

Podemos ter tensões induzidas na linha ou equipamentos, devido ao acopla-


mento capacitivo e eletromagnético, ou seja:

 Tensões induzidas capacitivas

 Tensões induzidas eletromagnéticas

5.2.1. CUIDADOS:

A melhor forma de controle e eliminação da Indução Elétrica em circuitos sob


intervenção é a realização do aterramento temporário dos dois lados (ou mais lados,
se for o caso), do circuito sob intervenção e no ponto mais próximo possível do equi-
pamento ou trecho de trabalho.

Este procedimento garante além da equipotencialização do circuito com a terra,


a drenagem de todas as correntes induzidas a montante e a jusante do ponto de tra-
balho.

Deve-se tomar especial cuidado em Subestações de Alta Tensão (normalmente


igual ou acima de 138KV), em relação a indução em veículos estacionados sob o SEP.

Nestes casos deve-se aterrar o chassi do veículo na malha de aterramento da


SE, para que as correntes provenientes da indução elétrica sejam drenadas para terra,
evitando assim o choque elétrico ao se tocar no veículo.

O mesmo cuidado vale para equipamentos ou ferramentas de trabalho dese-


nergizados, compostos por massas metálicas relativamente grandes, que estejam de-
positados ou sendo utilizados no local (por ocasião de obras ou manutenção);

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NR 10 Complementar - SEP

Sob umidade relativa do ar alta, o fenômeno da indução aparece também em


SE´s com tensões iguais ou menores que 69KV.

Outra fonte de indução muito perigosa são as descargas atmosféricas;

As descargas atmosféricas são especialmente perigosas em rede ou linhas elé-


tricas de construção aérea ou em Subestações abertas, pois seus condutores estão di-
retamente expostos as induções pela atmosfera;

Deve-se evitar trabalhar nestes sistemas sob iminência de tempestades ou du-


rante a sua ocorrência.

5.3. Descargas Atmosféricas

Raio, com alta tensão e amperagem, ocorrida por diferença de potencial entre
duas cargas elétricas opostas, buscando reequilibrá-las.

5.3.1. TRANSVERSAL:

Ocorre quando a tensão, rica em corrente, caminha pelo condutor sem DDP
entre fases ou fase e neutro, formando um único campo.

Transformador e o quadro de distribuição são mais atrativos para esse tipo de


descarga, por estarem aterrados. Caso o equipamento eletro-eletrônico esteja ater-
rado, a descarga passará pelo equipamento, danificando-o.

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NR 10 Complementar - SEP

Na rede telefônica e nas antenas, 90% das descargas ocorrem dessa forma, pois
não há DDP entre os seus polos, mas há o atrativo no equipamento eletro-eletrônico
acoplado à rede elétrica, servindo como elemento condutor.

5.3.2. LONGITUDINAL:

Representa 98% dos casos em que a rede elétrica é atingida por uma descarga
que se propaga apenas por uma das fases (ou neutro). Seu atrativo é a outra fase (ou
neutro), pois haverá entre elas uma DDP, sendo a interligação feita através do equipa-
mento eletro-eletrônico conectado à rede elétrica.

RECOMENDAÇÕES E PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA:

 Nunca trabalhe em instalações elétricas de qualquer natureza durante


a ocorrência de tempestades elétricas ou temporais;

 Sempre procure evitar trabalhar durante momentos de chuva em ins-


talações elétricas desabrigadas (redes de distribuição aéreas, linhas de
transmissão, subestações);

 Caso seja necessário intervir nestes sistemas sob condições atmosféri-


cas desfavoráveis (emergenciais), aguarde até o ápice da tempestade
passar. Sua vida é mais importante do que qualquer emergência!

 Nunca, jamais, de forma alguma trabalhe em qualquer circuito dese-


nergizado sem o mesmo estar devidamente aterrado e tendo antes
cumprido os demais passos preliminares de segurança (secciona-
mento, bloqueio contra energização e detecção de tensão).

 Em linhas aéreas de transmissão, distribuição ou em barras aéreas de


subestações, procure sempre colocar os aterramentos o mais próximo
possível da estrutura ou da área de trabalho (mantendo porém uma
distância que evite o contato do corpo com os cabos dos mesmos), a
fim de evitar que uma descarga atmosférica venha a incidir no trecho
entre os dois conjuntos de aterramento temporário instalados.

A instalação elétrica deve estar equipada com sistema adequado para a prote-
ção contra descargas atmosféricas e em perfeitas condições técnicas de funciona-
mento. Citamos:

 Captores sobre edificações do SEP;

 Cabo pára-raios em linhas, redes e subestações ao tempo;

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NR 10 Complementar - SEP

 Pára-raios tipo válvula (resistor não linear), protegendo os circuitos


energizados nos lados primário e secundário das subestações de alta
tensão do SEP;

 Sistema de descida (conexão entre os captores, pára-raios ou cabos


guarda) e a malha de aterramento;

 Malha de aterramento;

 Sistema de equipotencialização (os distintos sistemas de aterramentos


devem ser interligados através de uma ligação equipotencial).

5.4. Estática

Os processos ou equipamentos susceptíveis de gerar ou acumular eletricidade


estática devem dispor de proteção específica e dispositivos de descarga elétrica.

Devido ao atrito com o vento e com a poeira, e em condições de ambiente seco


as linhas sofrem uma contínua eletrização, que se soma às demais tensões presentes.

As tensões estáticas crescem continuamente e após longos períodos de tempo


podem ser relativamente elevadas.

5.5. Campos Eletromagnéticos

São gerados quando da passagem da corrente elétrica nos meios condutores.

O campo eletromagnético está presente em inúmeras atividades humanas, tais


como trabalhos com circuitos ou linhas energizadas, solda elétrica, utilização de tele-
fonia celular e fornos de micro-ondas.

A unidade de medida do campo magnético é o Ampére por Volt, Gauss ou Tesla


cujo símbolo é representado pela letra T.

Os trabalhadores que interagem com O SEP estão expostos ao campo eletro-


magnético, quando da execução de serviços em linhas de transmissão aérea e subes-
tações de distribuição de energia elétrica, nas quais empregam-se elevados níveis de
tensão e corrente.

Os efeitos possíveis no organismo humano decorrente da exposição ao campo


eletromagnético são de natureza elétrica e magnética.

Não há comprovação científica, porém há indícios de que a radiação eletromag-


nética criada nas proximidades de meios com elevados níveis de tensão e corrente
elétrica, possa provocar a ocorrência de câncer, leucemia e tumor de cérebro.

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NR 10 Complementar - SEP

Contudo é certo que essa situação promove nocividade térmica (interior do


corpo) e efeitos endócrinos no organismo humano.

Cuidados especiais devem ser tomados por trabalhadores ou pessoas que pos-
suem em seu corpo aparelhos eletrônicos, tais como marca passo, aparelhos auditivos,
dentre outros, pois seu funcionamento pode ser comprometido na presença de cam-
pos magnéticos intenso, representando risco direto a vida e também risco de acidente.

5.6. Comunicação e Identificação

10.7.9 Todo o trabalhador em instalações elétricas energizadas de AT, bem


como aqueles envolvidos em atividades no SEP devem dispor de equipamento que
permita a comunicação permanente com os demais membros da equipe ou com o
centro de operação durante a realização do serviço.

A comunicação e identificação dependem fundamentalmente da Capacitação


de pessoal, o corpo gerencial capacitado, os técnicos do Centro de Operações, devem
receber treinamento orientado à filosofia de operação e segurança de sistemas e redes
de distribuição.

OCORRE DE MANEIRAS DIVERSAS:

Atividade operacional coordenada pelo COD – Centro de Operação da Distri-


buição, com a utilização do Smartphone (macros) e telefone celular;

Internamente o processo de divulgação de procedimentos, novas orientações e


alterações, divulgação de quase acidentes, ocorre através da utilização da intranet, e-
mail, informativos específicos e dos Alertas de Segurança, divulgados nos Bom dia Se-
gurança.

OUTROS MEIOS DE COMUNICAÇÃO:

No atendimento às tarefas, os Eletricistas devem fazer, uma análise crítica co-


mentada da execução da tarefa, comparando o que foi planejado e o que foi realizado,
avaliar o que foi e o que não foi feito de forma correta e segura, e o que pode ser
melhorado no planejamento e na próxima execução da mesma tarefa.

O Eletricista Responsável deve preencher os Formulários Relato de Perigo/Even-


tos ou Notificação de Condição de Perigo, sempre que forem observadas situações de
risco não previstas, ou que possam resultar no aperfeiçoamento da execução da tarefa.

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NR 10 Complementar - SEP

5.7. Trabalhos em Altura, Máquinas e Equipamentos Especiais

5.7.1. Trabalho com Máquinas e Guindauto sob ou ao arredor do SEP

Sempre aterrar o chassi do veículo com aterramento temporário adequado

O operador do guindauto sempre deve operar o equipamento utilizando:

 Luvas de borracha isolante classe 2 ou classe 3;

 Banqueta ou tapete isolado;

 Uniforme com calçado de proteção.

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NR 10 Complementar - SEP

Para se evitar o tombamento de veículos durante a manipulação do guindauto,


algumas precauções devem ser tomadas:

As sapatas devem ser totalmente abertas e os pinos de segurança devem ser


instalados corretamente;

Em terrenos “macios”, deve-se calçar as sapatas em calços artificiais, com maior


área de contato com o solo e resistentes o suficiente para não quebrarem com a pres-
são que será exercida sobre os mesmos;

Deve-se atentar para inclinações laterais do terreno muito acentuadas e que


podem desestabilizar o veículo durante o trabalho com o guindauto. Se isto acontecer,
deve-se reposicionar o veículo de forma a eliminar esta inclinação.

Deve-se sempre avaliar previamente se a carga é compatível com a capacidade


do guincho, principalmente quando o trabalho prevê a manipulação da mesma muito
distante do veículo e com toda a lança estendida;

Jamais deve-se utilizar o guindauto se existirem vazamentos na parte hidráulica


do sistema.

É condição obrigatória para o trabalho com guindauto ou qualquer outro sis-


tema de transporte e manuseio de carga envolvendo guindastes, monta-cargas, pontes
rolantes, talhas, empilhadeiras, guinchos, esteiras rolantes elevadores, etc., O TREINA-
MENTO ESPECÍFICO NA NORMA NR-11.

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NR 10 Complementar - SEP

5.7.2. Trabalho com Ferramentas e Equipamentos Elétricos sobre malhas


de aterramento de subestações

Deve-se evitar a utilização de extensões elétricas conectadas em pontos de ali-


mentação sobre a malha de aterramento da SE e estendidas além dos limites da malha
de aterramento.

A razão desta medida de segurança é evitar transferências de potencial em mo-


mentos de surtos elétricos ocorridos dentro ou fora da SE para o operador do equipa-
mento ou ferramenta elétrica, uma vez que as extremidades da extensão estarão sob
potenciais elétricos diferentes.

Ex: furadeiras, lixadeiras, serras manuais, ferramentas de corte, sola elétrica, etc.

Equipamentos de ensaios elétricos que necessitem do aterramento de algum de


seus terminais para a realização de testes, devem ser aterrados no ponto da malha de
aterramento mais próximo possível do equipamento a ser ensaiado, a fim de evitar
transferências de potenciais perigosos no caso de uma atuação das proteções da su-
bestação durante a realização do trabalho.

FORMAS DE CONTROLE:

Utilizar ferramentas à bateria;

Alimentar as ferramentas elétricas através de pontos de energia fora da SE


quando as atividades forem realizadas nos muros da mesma, por exemplo.

DEFINIÇÃO:

Trabalho em altura é qualquer atividade em que o trabalhador atue acima do


nível do Solo.

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NR 10 Complementar - SEP

5.8. Trabalho em Altura

O item 10.4.2. da NR 10 diz que nos trabalhos e nas atividades referidas devem
ser adotadas medidas preventivas destinadas ao controle dos riscos adicionais, espe-
cialmente quanto a ALTURA, confinamento, campos elétricos e magnéticos, explosivi-
dade, umidade, poeira, fauna e flora e outros agravantes, adotando-se também sinali-
zação de segurança.

Para trabalhos em altura acima de 2 metros (1,8 na empresa) é obrigatório além


dos EPI básicos, a utilização do cinturão de segurança tipo pára-quedista acoplado a
algum sistema contra queda de altura.

A filosofia de trabalho adotada é de que em nenhum momento, nas movimen-


tações durante a execução das tarefas, o trabalhador poderá ficar desamarrado da es-
trutura.

5.8.1. Equipamentos Utilizados

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NR 10 Complementar - SEP

O mosquetão deve possuir trava dupla de segurança!

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NR 10 Complementar - SEP

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NR 10 Complementar - SEP

5.8.2. TRABALHOS COM ESCADA

Escada simples (singela) - é aquela constituída por dois montantes interligados


por degraus;

Escada de abrir - é aquela formada por duas escadas simples ligadas entre si
pela parte superior por meio de dobradiças resistentes;

Escada de extensão ou prolongável - é aquela constituída por duas escadas


simples que se deslizam verticalmente uma sobre a outra, por meio de um conjunto
formado por polia, corda, trava e guias e barreira.

MEDIDAS DE SEGURANÇA PARA TRABALHOS COM ESCADA

 Toda a escada deve ter uma base sólida, antiderrapante, com extremos
inferiores (pés) nivelados;

 Não utilize escadas com pés ou degraus quebrados, soltos, podres,


emendados, amassados, trincados ou rachados, ou faltando parafuso
ou acessório de fixação;

 Escada defeituosa deve ser imediatamente retirada de uso;

 Em locais de trânsito de veículos, a escada deve ser protegida com


sinalização e barreira;

 Em áreas energizadas não deve ser utilizada escada de construção me-


tálica. Recomenda-se somente escadas de fibra de vidro;

 É obrigatório o uso de cinturão de segurança tipo pára-quedista em


trabalhos de pequeno porte acima de 2 metros de altura.

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NR 10 Complementar - SEP

 O mesmo deve ser fixado em um ponto de ancoragem, fora da escada,


exceto uso de talabarte para posicionamento envolto em estrutura rí-
gida.

 Escadas simples ou extensíveis sempre deve ser amarradas no seu


topo e a uma altura média de 1,5 metros do solo. O procedimento
deve ser realizado amarrando primeiro a 1,5 metros e após no topo do
poste, sempre com um trabalhador segurando a mesma até que as
amarrações estejam concluídas;

 A retirada das amarrações também devem ter auxílio de um segundo


trabalhador;

 Caso não sejam possíveis as amarrações, um trabalhador deverá segu-


rar durante todo o tempo a escada para o trabalhador que estiver
montado não correr riscos de queda;

 Nunca posicione-se no último degrau da escada (deixe no mínimo 2


degraus da extremidade superior);

 A abertura da base da escada em relação ao ponto de apoio do topo


deve ser proporcional a ¼ da altura da mesma;

 Nunca nivele a altura dos pés da escada sobre tijolos ou outros objetos
que não dêem a sustentação adequada.

 Utilizar nivelador em caso de desnível;

 Escadas de abrir devem possuir tirantes ou limitadores de curso (cor-


rente ou separador resistente articulado), dispostos em pontos inter-
mediários de sua extensão;

 Escadas extensivas devem ser carregadas por dois homens;

 Quando a escada for apoiada em postes de madeira deve-se redobrar


a atenção, pois o poste poderá estar podre.

 Neste caso sempre deve-se testar o poste com um martelo do tipo


ponta e pá para verificar a integridade do mesmo.

 Nem todo local é adequado para posicionar a escada e executar o ser-


viço. Durante o planejamento deve-se verificar:

 As condições do piso;

 Nos postes de madeira, redobrar a atenção, pois a base do poste pode


estar podre;

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NR 10 Complementar - SEP

 Ferragens expostas ou soltas;

 Existência de insetos ou animais peçonhentos;

 Verificar se as catracas realmente atuaram no travamento do seg-


mento móvel.

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NR 10 Complementar - SEP

5.8.3. MÉTODOS DE RESGATE

O item 10.12.3. da NR 10 diz que a empresa deve possuir métodos de resgate


padronizados e adequados à suas atividades, disponibilizando os meios para a sua
aplicação.

Quanto mais rápido for executado o resgate e o socorro da vítima, maior é a


chance de salvamento da vida da mesma e maior é a chance se de evitar (ou reduzir)
as seqüelas à sua saúde e integridade física.

Por isso é que o salvamento deve sempre ser realizado no menor tempo possí-
vel, pois uma vítima deve ser resgatada e receber os primeiros socorros em poucos
minutos.

Exemplo de equipamentos para resgate em altura:

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NR 10 Complementar - SEP

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NR 10 Complementar - SEP

Se existirem trabalhos em espaços confinados deverão haver procedimentos,


treinamento de pessoal e equipamentos apropriados para o pronto resgate da(s) ví-
tima(s).

5.8.4. CESTOS AÉREOS

 Confeccionados em PVC, revestidos com fibra de vidro, são normal-


mente utilizados em equipamentos elevatórios (Gruas);

 Podem ser tanto fixos como móveis (neste caso em caminhões com
equipamento guindauto, normalmente acoplada a grua);

 Podem ser individuais ou duplos;

 No caso de atividades em linha viva os movimentos da cesta possuem


duplo comando (no veículo e na cesta) e são normalmente comanda-
dos na cesta.

5.8.5. CESTOS AÉREOS – MEDIDAS DE SEGURANÇA

 No caso de atividades em linha viva, tanto as hastes de levantamento


como a cesta devem sofrer ensaios de isolamento elétrico periódico
e possuir relatório das avaliações;

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NR 10 Complementar - SEP

 O empregado deve amarrar-se à cesta aérea através de talabarte e


cinturão de segurança utilizando todos os equipamentos de segu-
rança;

 Quanto ao veículo o trabalhador deverá:

 Manter o piso limpo;

 Atentar para subida e descida da cesta aéreas apoiando no suporte;

 Não pular.

5.8.6. ANDAIMES

O andaime, após montado, deve atender aos seguintes requisitos:

 Dispor de sistema de guarda-corpo e rodapé de proteção em todo o


seu perímetro;

 Deve ficar perfeitamente na vertical, sendo necessário para terrenos


irregulares a utilização de placa de base ajustável (macaco);

 A plataforma de trabalho dos andaimes deve ter forração completa,


antiderrapante, e ser nivelada e fixada de modo seguro e resistente;

 Os pisos da plataforma de trabalho não podem ultrapassar em 25 cen-


tímetros as laterais dos andaimes;

 Andaimes sobre rodas só podem ser montados em áreas com piso


firme e nivelado com possibilidade de livre deslocamento. Os andai-
mes sobre rodas não podem ter mais do que 5 metros de altura até o
guarda-corpo da última plataforma;

 Todas as rodas do andaime devem possuir travas e estar em perfeitas


condições de uso, para evitar que o andaime se movimente quando
da sua utilização;

 As plataformas de trabalho dos andaimes coletivos devem possuir


uma largura mínima de 90 centímetros;

 As plataformas de trabalho dos andaimes individuais devem possuir


largura mínima de 60 centímetros;

 Devem ser tomadas precauções especiais quando da montagem, des-


montagem e movimentação de andaime próximo a circuitos e equipa-
mento elétricos.

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NR 10 Complementar - SEP

6) TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCOS NO SEP


O manuseio de materiais e as atividades que envolvem situações de riscos exi-
gem o estabelecimento de um programa de gerenciamento a fim de garantir padrões
mínimos de segurança para os trabalhadores, a comunidade e o meio ambiente.

A responsabilidade pela prevenção de acidentes é de todos, mantendo siste-


mas de avaliação e gerenciamento dos riscos de forma a reduzir as probabilidades de
acidentes e minimizar as suas consequências.

OBJETIVO:

Orientar os participantes quanto à aplicação das ferramentas para prevenção de


incidentes/acidentes e controle das perdas, para preservar a saúde e a integridade fí-
sica dos trabalhadores, em cumprimento ao subitem 10.2.1 da Norma Regulamenta-
dora Nº10.

CONCEITOS INICIAIS:

RISCO – Uma ou mais condições de uma variável, com o potencial necessário


para causar danos (lesão a pessoas, danos a equipamentos, perda de material em pro-
cesso ou redução da capacidade de desempenho de uma função predeterminada).

PERIGO – Expressa exposição relativa a um risco e favorece sua materialização


em danos.

IDENTIFICAÇÃO DO PERIGO – Processo de reconhecimento que um perigo


existe e definição de suas causas.

AVALIAÇÃO DE RISCO – Processo global de estimar a magnitude das perdas e


decidir se o perigo é ou não tolerável.

6.1. Análise Preliminar de Riscos

Método de estudo preliminar e sumário de riscos, normalmente conduzido em


conjunto com o grupo de trabalhadores expostos, com o objetivo de identificar os
acidentes potenciais de maior prevalência na tarefa e as características intrínsecas des-
tes.

É um método de estudo de riscos realizado durante a fase de planejamento e


desenvolvimento de um determinado processo, tarefa ou planta, com a finalidade de
prever e prevenir riscos de acidentes que possam acontecer durante a fase operacional
e de execução.

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NR 10 Complementar - SEP

É uma técnica qualitativa cujo objetivo consiste na identificação dos riscos/pe-


rigos potenciais decorrentes de novas instalações ou da operação das já existentes.

A metodologia adotada nas APR ou APP compreende a execução das seguintes


tarefas:

 Definição dos objetivos e do escopo da análise;

 Definição das fronteiras das instalações analisadas;

 Coleta de informações sobre a região, as instalações, as substâncias


perigosas envolvidas e os processos;

 Subdivisão da instalação em módulos de análise;

 Realização da APR propriamente dita (preenchimento da planilha);

 Elaboração das estatísticas dos cenários identificados por categorias


de frequência e de severidade;

 Análise dos resultados, elaboração de recomendações e preparação


do relatório

Para simplificar a realização da análise, as instalações estudadas são divididas


em “módulos de análise”, os quais podem ser: unidades completas, locais de serviço
elétrico, partes de locais de serviço elétrico ou partes específicas das instalações, tais
corno subestações, painéis, etc.

A realização da análise propriamente dita é feita através do preenchimento de


uma planilha de APR para cada módulo de análise da instalação.

AVALIAÇÃO DO RISCO

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NR 10 Complementar - SEP

SEVERIDADE:

1 - MENOR - Escoriações, cortes pequenos.

3 - LEVE - Normalmente reversível, perda de consciência, queimaduras, fraturas,


etc.

6 - SÉRIA - Normalmente irreversível, invalidez permanente, perda de visão,


amputação de membros.

10 – FATAL – Perdas definitivas (morte).

PROBABILIDADES DE DANO:

1 - IMPROVÁVEL

2 - POSSÍVEL

4 – PROVÁVEL

6 - CERTA

6.2. Análise de Falha Humana

Método que identifica as causas e os efeitos dos erros humanos observados em


potencial.

Também identifica as condições dos equipamentos e dos processos que possam


contribuir para provocar esses erros.

Subdivide-se em outros métodos e técnicas de análise de riscos, tais como:

 Análise de falhas e de efeitos;

 Análise de segurança de sistemas;

 Árvore de eventos;

 Árvore de falhas.

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NR 10 Complementar - SEP

7) PROCEDIMENTOS DE TRABALHO

O item 10.11.1 da NR 10 diz que os serviços em instalações elétricas devem ser


planejados e realizados em conformidade com os procedimentos de trabalho especí-
ficos, padronizados, com descrição detalhada de cada tarefa, passo a passo, assinados
por profissional que atenda ao que estabelece no item 10.8 desta NR.(Prazo de imple-
mentação Dez/2006).

O Item 10.11.2 da NR 10 diz que os serviços em instalações elétricas devem ser


precedidos de ordens de serviço específicas, aprovadas por trabalhador autorizado,
contendo no mínimo, o tipo, a data, o local e as referências aos procedimentos de
trabalho a serem adotados.

O item 10.11.3 da NR 10 diz que os procedimentos de trabalho devem conter,


no mínimo: objetivo, campo de aplicação, base técnica, competências, responsabilida-
des, disposições gerais, medidas de controle e orientações finais.

Ex. tarefa específica do manual de tarefas, conforme descrição a seguir.

O item 10.11.6 da NR 10 diz que toda equipe deverá ter um de seus trabalha-
dores indicado e em condições de exercer a supervisão e condução dos trabalhos.

O item 10.11.7 da NR 10 diz que antes de iniciar trabalhos em equipe os seus


membros, em conjunto com o responsável pela execução do serviço, devem realizar
uma avaliação prévia, estudar e planejar as atividades e ações a serem desenvolvidas
no local, de forma a atender os princípios básicos e as melhores técnicas de segurança
aplicáveis ao serviço.

O item 10.11.8 da NR 10 diz que a alternância de atividades deve considerar a


análise de riscos das tarefas e competência dos trabalhadores envolvidos, de forma a
garantir a segurança e a saúde no trabalho.

42
NR 10 Complementar - SEP

8) TÉCNICAS DE TRABALHO SOB TENSÃO

Os serviços de Linha Viva começaram a ser executados no Brasil a partir de 1970


devido a crescente demanda de energia elétrica e a cada vez maior exigência dos con-
sumidores em relação as interrupções no fornecimento de energia elétrica.

8.1. Principais vantagens para se executar serviços com LV

 Manutenção e construção de redes de distribuição sem a interrupção


do fornecimento de energia elétrica;

 Maior flexibilidade para executar um programa de manutenção sem


afetar consumidores ou instalações com desligamentos;

 Redução dos custos com a eliminação das interrupções programadas,


operação dos equipamentos, desligamentos e deslocamento de pes-
soal e viatura;

 Melhoria da imagem da Concessionária junto aos clientes por estar


executando um serviço índices de acidente de trabalho são muito pe-
quenos devido a uma maior avaliação de desempenho de cada mem-
bro das equipes e por haver uma sistemática de treinamento com a
constante reciclagem dos componentes.

 Especializado e de qualidade sem interromper o fornecimento;

8.2. Manutenção Com Linha Energizada (Linha Viva)

É possível desde que a equipe seja treinada e equipada com materiais e técnicas
específicas para este tipo de trabalho.

O custo é consideravelmente mais alto em relação ao custo das equipes de “li-


nha morta”, porém apresenta vantagem com a execução de praticamente todas as ati-
vidades sem a interrupção do fornecimento de energia elétrica aos consumidores liga-
dos a linhas de transmissão, alimentadores de distribuição e subestações de força.

O índice de acidentes envolvendo equipes de linha viva é muito pequeno se


comparado com o índice de acidentes com equipes de “linha morta”.

Existem três técnicas básicas de trabalhos com linha viva envolvendo altas ten-
sões. São elas:

 Método ao contato

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NR 10 Complementar - SEP

 Método a distância

 Método ao potencial

A escolha da aplicação da técnica de linha viva mais apropriada depende basi-


camente do nível de tensão do sistema de energia onde a intervenção será realizada,
da configuração e da localização física deste sistema.

8.2.1. Método ao contato

Consiste basicamente em isolar o eletricista do potencial de terra (dentro da


cesta ou sobre a escada, andaime, tapete ou banqueta isolada), sem porém entrar no
mesmo potencial da linha energizada (devido as mangas e luvas isolantes), ou seja, o
eletricista se transfere a um potencial intermediário.

Todo o trabalho ao contato será realizado diretamente na fase energizada.

O método ao contato pode ser utilizado tanto no trabalho com baixas tensões
(220/380V), como também no trabalho com altas tensões (13,8KV, 23KV e 34,5KV).

É a técnica mais comumente adotada nas concessionárias de energia para a re-


alização de manutenção de redes, subestações e equipamentos de distribuição de
energia elétrica até 34,5KV.

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NR 10 Complementar - SEP

O método ao contato está associado a alguns equipamentos básicos, como por


exemplo:

 Veículo equipado com cesto aéreo isolado para alta tensão,

 Luvas e mangas isolantes para os eletricistas,

 Coberturas isolantes (rígidas ou flexíveis) para cabos condutores, fer-


ragens, postes e equipamentos (chaves fusível, chaves seccionadoras
– “faca”, etc),

 Ferramentas isoladas (talhas rotolíferas, cruzetas temporárias, etc.)

8.2.2. Método ao Potencial

O trabalhador fica isolado do potencial de terra (através de cesto, andaime ou


escada isolada), e no mesmo potencial da rede elétrica devido ao contato direto com
a mesma.

Neste método é necessário a utilização de vestimentas condutivas para propor-


cionar a equipotencialização das diferentes partes do corpo do eletricista, evitando
assim a circulação de “correntes parasitas” provenientes do grande campo eletromag-
nético resultante da alta tensão, as quais podem matar o trabalhador.

É utilizado em altas tensões a partir de 44KV e até 525KV.

É a técnica mais utilizada para a manutenção de subestações de força, onde são


necessárias intervenções precisas em equipamentos e componentes energizados (cha-
ves, conectores, isoladores, etc.).

É uma técnica que também é muito utilizada em linhas de transmissão com ten-
sões entre 44KV a 525KV.

É a técnica de linha viva utilizada para linhas e subestações de extra alta tensão,
onde pode-se utilizar também o helicóptero para isolar o eletricista do potencial de
terra.

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NR 10 Complementar - SEP

8.2.3. Método a Distância

No método a distância os eletricistas trabalham no mesmo potencial de terra


(posicionados diretamente sobre escadas, postes, estruturas metálicas, etc.), mas iso-
lados da fase energizada através da utilização de bastões isolados para altas tensões e
com o ferramental adequado acoplado em suas pontas.

Este método é mais comumente usado para a realização de manutenção ou


obras em linhas de transmissão e sub-transmissão (44 kV, 69 kV, 138 kV e 230 kV).

O trabalho com linha energizada utilizando o método a distância exige um fer-


ramental muito específico e bastante diferenciado dos métodos ao contato e ao po-
tencial.

Neste método também é possível realizar praticamente qualquer atividade de


manutenção (ou construção) com o sistema energizado, como por exemplo, substitui-
ção de postes, cruzetas, isoladores, etc.

A maior dificuldade deste método ocorre na manipulação de conexões.

8.3. Condições e regras para trabalhos com linha viva em alta tensão

 Condições meteorológicas adequadas;

 Programação prévia dos trabalhos;

 Meio de comunicação adequado;

 Exclusão do religamento automático do circuito;

 Inspeção prévia nos EPI, EPC e ferramentas;

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NR 10 Complementar - SEP

 Sinalização e isolamento da área de trabalho;

 Proibição de trabalho em circuitos compostos por fios de cobre;

 Saída imediata do circuito se ocorrer o desligamento do mesmo;

 Aterramentos do chassi dos veículos envolvidos no trabalho;

 O operador do cesto aéreo é isolado eletricamente do veículo e do


potencial de terra;

 Cuidados e limpeza periódica dos equipamentos;

 Testes elétricos semestrais nos equipamentos;

 Proibição do uso de adornos pessoais.

8.3.1. Condições Especiais para trabalhos com linha viva em A.T

Os locais descritos a seguir, não são recomendados em função de vários fatores,


tais como: áreas reduzidas, deficiência de iluminação e oxigênio, umidade relativa do
ar acentuada, presença de gases asfixiantes e/ou explosivos e contaminação por agen-
tes biológicos.

 Trabalho em áreas internas;

 Trabalhos noturnos;

 Trabalhos em ambientes subterrâneos;

8.4. Trabalhos com Linha Viva em Baixa Tensão

Assim como os trabalhos em alta tensão, as intervenções no sistema elétrico de


baixa tensão energizado só podem ser realizadas sob determinadas condições que vão
desde a existência de um treinamento específico e a utilização de EPI, EPC e ferramental
adequados, até a autorização formal para os trabalhos.

As intervenções na baixa tensão energizada são perigosas e muito susceptíveis


a acidentes graves, uma vez que as potências de curto-circuito podem atingir níveis
muito elevados dependendo do tipo e da localização da instalação elétrica.

Os EPI mínimos necessários para estas intervenções são:

 Capacete com protetor facial

 Óculos de proteção

 Vestimenta anti-chama adequada

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NR 10 Complementar - SEP

 Calçado de proteção isolado

 Luva de borracha isolada classe 0 (para trabalhos até 1000V)

 Luva de couro para proteção mecânica da luva isolada de borracha

Alguns EPC utilizados:

 Tapete isolante

 Lençóis isolantes

 Coberturas isolantes

 Grampos isolados

Algumas ferramentas utilizadas:

 Chaves de todos os tipos com cabos isolados para 1000V

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NR 10 Complementar - SEP

9) EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS DE TRABALHO


As ferramentas ou equipamentos para trabalho no SEP são de forma geral as
mesmas utilizadas em outros locais de serviço, salvo os equipamentos específicos para
trabalhos com linha viva ou equipamentos de ensaios.

Sempre existe a ferramenta certa para execução de cada serviço, improvisos po-
dem gerar acidentes.

9.1. Ferramentas

Ferramentas comuns para serviço em painéis ou equipamentos:

 Alicates,

 Chaves de fenda,

 Chaves de boca,

 Chaves estrela,

 Conjuntos de catracas,

 Chaves allen.

CUIDADOS

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NR 10 Complementar - SEP

Cuidados:

 Limpeza da ferramenta (cabos e parte isolada),

 Conservação da operacionalidade,

 Testes elétricos regulares ou substituição das partes isolantes,

 Revisão em busca de possíveis falhas de fabricação ou por mau uso,

9.2. Equipamentos

Equipamentos de ensaios:

 Multímetros,

 Megohmetros,

 Microhmímetros,

 Relação de espiras,

 Fator de potência,

 Power Quality

CUIDADOS

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NR 10 Complementar - SEP

9.3. Equipamentos de Medição

 CAT I – Circuitos e equipamentos eletrônicos protegidos;

 CAT II – Aparelhos domésticos, de escritório, laboratoriáis e outras car-


gas similares. Tomadas ou pontos de tensão com circuitos de ramifi-
cação longos;

 CAT III – Barramentos e linhas de alimentação de plantas industriais.


Painéis de distribuição. Tomadas e conectores com conexões curtas à
entrada da rede da concessionária;

 CAT IV – Medidores de eletricidade e equipamentos de proteção de


sobrecorrente primário. Linhas de BT do poste à construção. Linhas
aéreas para edifícios isolados, linhas subterrâneas para bombas.

10) SISTEMAS DE PROTEÇÃO COLETIVA


Em todos os serviços executados em instalações elétricas devem ser previstos e
adotados, prioritariamente, medidas de proteção coletiva, aplicáveis, mediante proce-
dimentos, às atividades a serem desenvolvidas, de forma a garantir a segurança e a
saúde dos trabalhadores.

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NR 10 Complementar - SEP

Estudo dos Sistemas:

As medidas de proteção complementam-se, normalmente,


com a aplicação de Equipamento de Proteção Coletiva (EPC).

Definição: dispositivo, sistema, ou meio, fixo ou móvel, de


abrangência coletiva, destinado a preservar a integridade física e
a saúde dos trabalhadores, usuários e população.

Desenergização:

As medidas de proteção coletiva compreendem, pri-


oritariamente, a desenergização elétrica conforme estabe-
lece a NR 10 e, na sua impossibilidade.

Medidas Prevencionistas:

Na impossibilidade de implementação do estabelecido no subitem 10.2.8.2., de-


vem ser utilizadas outras medidas de proteção coletiva, tais como: isolação das partes
vivas, obstáculos, barreiras, sinalização, sistema de seccionamento automático de ali-
mentação, bloqueio do religamento automático e manual.

Isolação das partes vivas:

Interposição ou separação das partes energizadas, mediante a aplicação de ma-


teriais eletricamente isolantes, de forma a impedir o contato com as partes energiza-
das.

Sendo a isolação somente retirada com ferramenta apropriada ou destruição da


isolação.

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NR 10 Complementar - SEP

Barreira:

É um dispositivo que impede todo e qualquer contato com as partes energiza-


das. Não devem ser removidas sem o uso de chaves ou ferramentas ou, alternativa-
mente, sem que as partes protegidas sejam previamente desligadas.

Invólucro:

Dispositivo ou componente envoltório de separação das partes energizadas


com o ambiente, destinado a impedir qualquer contato com as partes internas energi-
zadas (quadros, caixas, gabinetes, painéis e outros).

Obstáculos:

Elemento que impede o contato acidental, mas não impede o contato por ação
deliberada (correntes, fitas, cones e outros).

Sinalização:

Promove a identificação (indicação, informação, avisos, ...), as orientações (ins-


truções de bloqueios, de direção, ...) e advertências (proibição e impedimentos) nos
ambientes de trabalho, devendo ser aplicada para situações envolvendo os serviços e
instalações elétricas.

Utilizada em conjunto com o obstáculo, como nas atividades do sistema elétrico


de potência (Sistemas luminosos, sonoros ou visuais).

Seccionamento automático de alimentação.

Proteção contra choques por contatos indiretos, que consiste em provocar o


seccionamento de um circuito de forma automática pela ação de um dispositivo de
proteção (disjuntores, fusíveis e outros).

Proteção para impedir que na ocorrência de falta (contato) entre parte energi-
zada e massa ou parte energizada e condutor de proteção se originem tensões entre
massas e terra, superior ao limite denominado máxima tensão de contato permissível
com duração superior a tempos predeterminados.

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NR 10 Complementar - SEP

Sistema de Proteção

A instalação de um sistema de proteção dos equipamentos do Sistema Elétrico


de Potência, tem a finalidade de detectar os defeitos e isolá-los o mais rápido possível.

Um sistema de proteção deverá sempre estar coberto por outro sistema de


apoio que compõe a chamada proteção de retaguarda.

Relé de Proteção.

Tem a função de proteger um determinado circuito ou equipamento elétrico


contra condições anormais (defeitos) de operação.

Em caso de anormalidade onde o valor limite destas grandezas (pré-ajustadas


no relé) é ultrapassado, o relé opera, e envia um comando de desligamento.

A imediata operação do relé irá evitar, ou pelo menos minimizar, grandes danos
as pessoas e ao sistema elétrico.

De acordo com a atuação, os relés podem ser classificados em: instantâneo ou


temporizado.

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NR 10 Complementar - SEP

Chave fusível.

Dispositivo destinado para a proteção de trechos de rede ou equipamentos con-


tra eventuais sobre-correntes e para manobras de interrupção energizadas ou isolação
de ramais ou equipamentos.

Religador automático.

Equipamento de proteção e manobra utilizado para eliminar interrupções no


sistema de distribuição de energia elétrica, devido às condições transitórias de sobre-
corrente.

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NR 10 Complementar - SEP

Coordenação da Proteção

Religador Automático, Seccionalizador Automático e Elos Fusíveis).

Coordenados entre si para uma determinada condição de defeito, o elemento


de proteção que está mais próximo da zona defeituosa opera antes que os outros.

10.1. Aterramento Temporário

Fornecer segurança no trabalho pessoal envolvido (pela limitação da corrente


que pode circular no corpo humano) em caso de energização acidental, descarga at-
mosférica, tensão estática e tensão induzida capacitiva e/ou eletromagnética.

 Tensão Estática;

 Tensões Induzidas Capacitivas;

 Tensões Induzidas Eletromagnéticas.

Tipos: Primário e secundário

Finalidade: Curto-circuitar as fases com o terra/neutro a fim de equipotencia-


lizar o sistema elétrico com a terra .

Definição: Ligação elétrica efetiva, confiável adequada e intencional à terra,


destinada a garantir a equipotencialidade e mantida continuamente durante a inter-
venção na instalação elétrica.

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NR 10 Complementar - SEP

Inspeção Visual e Uso:

 Defeitos nas conexões, molas, travas e oxidação;

Limpar os grampos periodicamente com escova de aço, para garantir uma boa
conexão

Considerações:

 Somente instalar o aterramento, após a execução do teste de ausência


de tensão no equipamento ou instalação no qual se vai trabalhar;

 Jamais segurar o cabo pelo conector (com as mãos) no ato da conexão


a um equipamento ou instalação à aterrar;

Não utilizar pontos de neutro de equipamentos como aterramento, mesmo que


sejam facilmente acessíveis, pois podem não estar diretamente ligados à terra.

Características:

 Conduzir a máxima corrente de curto-circuito pelo tempo necessário


à atuação do sistema de proteção;

 Suportar os esforços mecânicos criados pelas correntes de curto-cir-


cuito;

 Garantir um baixo valor de resistência ôhmica para a terra.

Obs.: Não reutilizar, sob qualquer pretexto, conjuntos de aterramento que foram
submetidos a corrente de curto-circuito sem que antes passem pelos ensaios labora-
toriais.

Localização:

 Nos condutores da rede desenergizada, nas estruturas anterior e pos-


terior àquela em que o serviço será realizado; quando não for possível
o aterramento na estrutura sob serviço;

 Em ambos os lados do ponto a ser seccionado, quando da abertura/fe-


chamento de jumpers ou da desconexão/conexão de cabos conduto-
res;

 O mais próximo possível do local de trabalho e, sempre que possível


dentro da área delimitada para o serviço;

57
NR 10 Complementar - SEP

 Em todos os terminais dos cabos de média e/ou alta tensão (de en-
trada e saída, ou ambos os lados do(s) equipamento(s) sob interven-
ção.

Configurações típicas para instalação do(s) conjunto(s) de aterramento.

10.2. Sistemas de Proteção Coletiva Manuais

 Detector de tensão;

 Detector de ausência de tensão;

 Dispositivo de Abertura em Carga-


DAC;

 Ohmímetro;

 Autotrac–comunicação via satélite;

 Sequencímetro;

 Volt-amperímetro;

 Faseamento.

58
NR 10 Complementar - SEP

10.2.1. Detector de Tensão

 Por aproximação – por indução do campo magnético;

 Ao Contato – deve tocar o ponto energizado para sinalizar;

 Por Aproximação – por indução do campo magnético;

59
NR 10 Complementar - SEP

10.3. Voltimetro de AT (fasímetro)

Cuidados:

 Limpeza;

 Conservação operacionalidade;

 Revisões periódicas em busca de falhas de fabricação ou mau uso;

 Testes dielétricos periódicos.

10.4. Equipamentos de Manobra

10.4.1. Vara de Manobra ou Bastão

Cuidados:

 Limpeza;

 Conservação operacionalidade;

 Revisões periódicas em busca de falhas de fabricação ou mau uso;

 Testes dielétricos periódicos.

60
NR 10 Complementar - SEP

11) EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Definição:

É todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, des-


tinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

61
NR 10 Complementar - SEP

A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado


ao risco, em perfeito estado de conservação, higiene e funcionamento, nas seguintes
circunstâncias:

 Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa pro-


teção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profis-
sionais e do trabalho;

 Enquanto as medidas de proteção coletivas estiverem sendo implan-


tadas;

 Para atender a situações de emergência.

Estamos sempre devidamente protegidos?

O EPI não evita o acidente, apenas minimiza seus efeitos e consequências.

E o homem ???

62
NR 10 Complementar - SEP

Quanto ao EPI cabe ao empregador:

 Adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade;

 Exigir seu uso;

 Fornecer ao empregado somente o aprovado pelo órgão nacional


competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;

 Orientar e treinar o empregado sobre o uso adequado, guarda e con-


servação;

 Substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;

 Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;

 Comunicar ao ministério do trabalho e emprego - MTE qualquer irre-


gularidade observada.

Quanto ao EPI cabe ao empregado:

 Usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;

 Responsabilizar-se pela guarda e conservação;

 Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio


para uso;

 Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

11.1. Proteção para a cabeça

Capacete de segurança para proteção contra impactos e contra choques elétri-


cos.

Destina-se a proteger o trabalhador contra lesões decorrentes de queda de ob-


jetos sobre a cabeça, bem como, isolá-lo contra choques elétricos de até 600 Volts.

63
NR 10 Complementar - SEP

A inspeção, veja algumas observações:

 A vida útil de um capacete dependerá da forma de utilização;

 Deve ser usado sempre com a suspensão (carneira) bem ajustada ao


topo da cabeça e com a jugular passada sob o queixo, para evitar a
sua queda;

 Devem ser substituídos quando o casco apresentar, rachaduras, furos,


deformações, esfolamento excessivo, manchas ou fissuras;

 A carneira deverá ser substituída quando apresentar deformações ou


esfolamento excessivo;

 Deve ser limpo e higienizado regularmente, utilizando sabão neutro e


água morna, secar à sombra.

11.2. Proteção dos Olhos e Face

11.2.1. Óculos de Proteção

Destina-se a proteger o trabalhador contra lesões nos olhos, decorrentes da


projeção de corpos estranhos ou exposição a radiações nocivas.

 Cada eletricista deve ter óculos de proteção com lentes adequadas ao


risco específico da atividade;

 Podem ser de lentes incolores para proteção contra impactos de par-


tículas volantes, ou lentes coloridas para proteção de excesso de lumi-
nosidade ou contra radiações solares ou por arcos voltaicos.

64
NR 10 Complementar - SEP

A inspeção, veja algumas observações:

 A vida útil de um óculos dependerá da forma de utilização e guarda;

 Examine a estrutura: rachaduras, deformação, manchas ou riscos;

 Limpo e higienizado regularmente, utilizando sabão neutro e água


morna, secar à sombra.

11.2.2. Protetor Facial

Destina-se a proteger o trabalhador contra lesões nos olhos, decorrentes da


projeção de corpos estranhos ou exposição a radiações nocivas (arco elétrico).

 Cada eletricista deve ter protetor facial com lentes adequadas ao risco
específico da atividade;

 Podem ser de lentes incolores para proteção contra impactos de par-


tículas volantes, ou lentes coloridas para proteção de excesso de lumi-
nosidade ou contra radiações solares ou por arcos voltaicos.

11.2.3. Creme Protetor Solar

Destina-se a proteger o trabalhador em trabalhos externos com expo-


sição solar da face e outras partes expostas, com filtro solar contra a radiação.

65
NR 10 Complementar - SEP

11.2.4. Proteção Auditiva

Destina-se a proteger o trabalhador contra ruídos em atividades de poda de


vegetação nas redes de distribuição, com o uso de motosserras e motopodas.

11.2.5. Proteção Respiratória

 Respirador de proteção semi-facial filtrante (descartável);

 Respirador de proteção semi-facial (com filtro);

 Respirador de adução de ar (máscara autônoma).

Obs.: estes EPI são utilizados para proteção das vias respiratórias contra
poeiras, névoas, gases, fumos, etc.

66
NR 10 Complementar - SEP

11.3. Proteção dos Membros Superiores

11.3.1. Luvas e Mangas Isolantes de Borracha

Destinam-se a proteger o trabalhador contra a ocorrência de choque elétrico,


por contato das mãos, braços e antebraços, com instalações ou partes energizadas em
alta e baixa tensão.

 São confeccionadas para vários níveis de isolamento e em vários ta-


manhos, que devem ser especificados visando permitir o seu uso cor-
reto;

 Antes do uso, devem sofrer vistoria e periodicamente ensaiadas


quanto ao seu isolamento;

 Caso estejam furadas, mesmo que sejam microfuros, ou rasgadas, com


deformidades ou desgastes intensos, ou ainda, não passem no ensaio
elétrico, devem ser rejeitadas e substituídas;

 As luvas são fabricadas em seis classes: 00, 0, 1, 2, 3, 4 e nove tamanhos


(8 a 12);

 Na distribuição, os eletricistas utilizam geralmente classe “0” para tra-


balhos em BT(até 1 kV) e classe “2” para trabalhos em MT ( 15 e 25 kV).

67
NR 10 Complementar - SEP

Luva de proteção e luva isolante de borracha; Classes 0, 2 e 3.

Luva de segurança em vaqueta.

Luva de segurança em vaqueta com dorso de lona;

68
NR 10 Complementar - SEP

11.3.2. Luvas de pelica

 São utilizadas como cobertura das luvas isolantes (sobrepostas a estas)


e destinam-se a protegê-las contra perfurações e cortes originados de
pontos perfurantes, abrasivos e escoriantes;

 São confeccionadas em pelica, com costuras, para manter a máxima


mobilidade dos dedos.

11.3.3. Luvas para trabalhos pesados

 Destinam-se a proteger as mãos do trabalhador contra cortes, perfu-


rações e abrasões;

 Devem ser usadas sempre que manusear materiais genéricos, abrasi-


vos ou cortantes, que não exijam grande mobilidade e precisão de
movimentos dos dedos.

Luva de proteção tipo condutiva

Luva de Segurança em PVC (HEXANOL)

69
NR 10 Complementar - SEP

Luva de segurança em borracha nitrílica

11.4. Proteção dos Membros Inferiores

11.4.1. Calçados de Segurança para Proteção contra Agentes Mecânicos e


Choques Elétricos

 Destinam-se a proteger os pés do trabalhador contra acidentes origi-


nados por agentes cortantes, irregularidades e instabilidade de terre-
nos;

 Evitar queda causada por escorregão e fornecer isolamento elétrico


até 600 V (tensão de toque e tensão de passo);

 São, normalmente de couro, com palmilhas de couro e solado de bor-


racha ou poliuretano e não devem possuir componentes metálicos;

Calçado de segurança tipo botina de couro;

70
NR 10 Complementar - SEP

Calçado de segurança tipo bota de couro (cano longo - rodoviário).

11.4.2. Calça para Operadores de Motosserras

 Destinam-se a proteger as coxas e pernas do trabalhador contra cho-


ques mecânicos causados pelo contato da corrente da motosserra em
atividades de poda;

 São constituídas por dez (10) camadas de fibra de algodão, que pos-
suem a propriedade de reduzir a velocidade e frear a corrente da mo-
tosserra, quando em contato com o tecido da mesma;

 Ter o máximo cuidado para não deixar cair óleo da corrente ou com-
bustível no tecido da calça, se acontecer, providenciar a sua limpeza
imediata.

Calça para operadores de motosserra;

71
NR 10 Complementar - SEP

11.4.3. Perneiras de Segurança Isolantes para Proteção da Perna contra


Choques Elétricos

 Destinam-se a proteger o trabalhador contra ocorrência de contato


pelas coxas e pernas com instalações ou partes energizadas;

 São normalmente empregadas com nível de isolamento de até 20 kV,


em vários tamanhos, devendo ser usadas em conjunto com calçado
apropriado para trabalhos elétricos;

 Antes do uso, devem sofrer vistoria e periodicamente submetidas a


ensaios quanto ao seu isolamento.

Perneira.

11.4.4. Conjunto Impermeável de Segurança

72
NR 10 Complementar - SEP

11.4.5. Vestimentas de Segurança

Vestimenta de Segurança Tipo Condutiva;

Vestimenta de proteção tipo apicultor.

73
NR 10 Complementar - SEP

11.5. Proteção Contra Quedas

11.5.1. Cinturão tipo pára-quedista

 Destina-se a proteger o trabalhador contra a queda de alturas (sobre


escadas e estruturas);

 Seu uso é obrigatório em serviços com altura superior a 2 m em rela-


ção ao piso;

 Deve ser posicionado na região da cintura pélvica (pouco acima das


nádegas) para que, no caso de uma queda, não haja ferimentos na
coluna vertebral;

 Deve ser usado em conjunto com talabarte.

11.5.2. Talabarte de Segurança Tipo Regulável

 É acoplado ao cinturão de segurança e permite o posicionamento em


estruturas (torres, postes e escadas);

 Normalmente é confeccionado em poliamida trançada e revestida


com neoprene;

74
NR 10 Complementar - SEP

 Possui dois mosquetões forjados e galvanizados, dotados de dupla


trava;

 Existem modelos em Y muito usados em torres de transmissão. Nor-


mas: NBR 11370 e 11371.

11.5.3. Dispositivo Trava-Quedas

Dispositivo de segurança para proteção contra quedas em operações com mo-


vimentação vertical ou horizontal, quando utilizado com cinturão de segurança;

É acoplado à corda-guia (ou “linha de vida” ou “linha de ancoragem”) confecci-


onada em corda, fita ou cabo de aço retrátil;

Possui um amortecedor de queda, utilizado para fixação em ponto de ancora-


gem em estruturas.

75
NR 10 Complementar - SEP

12) Posturas e Vestuários de Trabalho

12.1. Posturas

A postura mais adequada ao trabalhador é aquela que ele escolhe livremente e


que pode ser variada ao longo do tempo, sem prejuízo para sua segurança e saúde.

Todo esforço de manutenção postural leva a uma tensão muscular estática (iso-
métrica) que pode ser nociva à saúde.

Postura, questão de atitude e outros.

76
NR 10 Complementar - SEP

A Vantagens: A postura sentada permite melhor controle dos movi-


mentos pelo que o esforço de equilíbrio é reduzido, baixa solicitação da mus-
P culatura, menor consumo de energia.
o
Desvantagens (em pé imóvel): imobilidade postural, sedentarismo,
s vícios posturais.
i
ç
ã
o
Sentada

12.1.1. POSTURAS INADEQUADAS

Evitar esforço excessivo no transporte, carga, descarga, montagem, manuseio


de materiais e equipamentos.

77
NR 10 Complementar - SEP

12.1.2. A Norma Regulamentadora -17

As condições ambientais de trabalho devem estar adequadas às características


psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.

12.2. Vestuário

78
NR 10 Complementar - SEP

12.2.1. Atividades no SEP

A vestimenta de trabalho é um EPI, destinada à proteção do tronco, membros


superiores e inferiores contra os diversos riscos elétricos e, especialmente, protegê-los
dos seus efeitos.

Conforme a NR 10 item 10.2.9.2 “As vestimentas de trabalho devem ser adequa-


das às atividades, devendo contemplar:

 Condutibilidade, Inflamabilidade e Influências eletromagnéticas;

Condutibilidade para proteger contra os riscos de contato – as vestimentas não


deverão possuir elementos condutivos.

Inflamabilidade para proteger contra os efeitos térmicos dos arco elétrico e


seus flashs, que podem provocar a ignição das roupas.

Influências eletromagnéticas para proteger contra os efeitos provocados por


campos eletromagnéticos com intensidade que tenha potencial de risco; em certas
circunstâncias as roupas deverão ser condutivas (Linha Viva ao potencial).

12.2.2. Noções básicas

Tipos de Tecidos Naturais e Sintéticos

79
NR 10 Complementar - SEP

TECIDO NATURAL:

Vantagens:

 Não geram eletricidade estática;

 Hidrofilidade (troca de líquidos);

 Conforto.

Desvantagens:

 Não resistem a produtos químicos.

 Sua durabilidade é menor em relação aos sintéticos.

 Amarrotam mais que os sintéticos.

 Quando “banhados”, o produto sai do tecido com a lavagem seguida.

TECIDO SINTÉTICO:

Vantagens:

 Resistentes a produtos químicos;

 Praticidade de utilização (índice de amarrotamento).

 Durabilidade.

Desvantagens:

 Mais ásperos que os naturais;

 Baixa hidrofilidade (troca de líquidos).

Nota: Estas propriedades existem desde que a porcentagem de fibras sintéticas


seja acima de 40%.

12.2.3. Dimensionamento

A escolha da roupa de proteção contra arcos é determinada pela Energia Inci-


dente do Arco Elétrico, dada em Cal/cm:

 Distância;

 Tensão Nominal;

80
NR 10 Complementar - SEP

 Correntes de Curto Circuito;

 Tempo de atuação do sistema de proteção;

 Cálculo do grau de risco: método NFPA 70E e IEEE 1584.

A escolha da roupa de proteção contra arcos é determinada pela Energia Inci-


dente do Arco Elétrico, dada em Cal/cm².

Pode-se obter esse valor, através da seguinte expressão: E= 5117 x V x A x t/d²

Sendo:

E= Energia incidente em Cal/cm²;

V= Tensão Nominal em kV;

A= Corrente de Curto Circuito em kA;

d= Distância em cm, do operador para o ponto do arco (mínimo 45 cm)

t= Tempo de atuação do arco em segundos (valor bom à conside-


rar=0,1s).

Cálculo do grau de risco: método NFPA 70E e IEEE 1584.

12.2.4. Adequação do uniforme para áreas de risco elétrico:

10.2.9 - MEDIDAS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Situação anterior:

 Uniforme confeccionado em tecido 100% de fibra de algodão e trata-


mento Pirovatec (banho).

Aprovado após testes:

 Uniforme confeccionado em tecido composto por 88% de fibra de al-


godão e 12% de fibra de nylon (Aramida), com manga longa.

81
NR 10 Complementar - SEP

12.2.5. Fase de testes nos tecidos

Tecido “novo” chamuscado más


não ocorreu propagação das chamas

Tecido “antigo” destruído, não


resistiu à propagação das chamas

82
NR 10 Complementar - SEP

12.2.6. Conclusões

 Equilíbrio térmico do tecido;

 Não há necessidade de tratamento posterior (durante a vida do uni-


forme) para manter características protetivas.

 Não há perda de massa (tratamento suplementares que são perdidos


durante as lavagens) diminuindo a proteção contra arco voltaico.

 Não tem odor característico.

 Proteção permanente quanto á arco elétrico.

 Estabilidade dimensional do tecido devido ser uma fibra termoplástica.

13) Segurança com Veículos e Transporte de Pessoas, Materiais e


Equipamentos.

13.1. O Veículo como Ferramenta de Trabalho

No sistema elétrico de potência, o veículo é uma das principais ferramentas de


trabalho, sendo em algumas situações de trabalho a mais importante.

83
NR 10 Complementar - SEP

Recomendações à serem lembradas antes e durante o trabalho com veículos


envolvendo o SEP:

 Qualquer veículo estacionado ou ocupando parte da via pública e re-


alizando algum tipo de trabalho, deve ser sinalizado adequadamente
através do pisca alerta, equipamento luminoso tipo “giroflex” e cones
e fitas de sinalização, se for o caso;

 Em vias não pavimentadas ou esburacadas, com piso de terra, cascalho


e lama, recomenda-se que os cuidados sejam redobrados e a veloci-
dade seja reduzida, pois estes pavimentos não oferecem o mesmo
atrito que estradas pavimentadas, facilitando as derrapagens e redu-
zindo enormemente a eficiência ad frenagem do veículo.

13.1.1. Estrada

O motorista defensivo deverá se adequar a todo tipo de pavimentação, sinali-


zação deficiente e características regionais.

13.1.2. Trânsito

O motorista deverá se adequar ao tipo de trânsito, como:

 Nas cidades

 Nas estradas

 Nas áreas rurais

 Períodos de alto fluxo, férias e na


hora de “rush”.

84
NR 10 Complementar - SEP

13.1.3. Comunicação via celular e macros

A comunicação via celular, macros e outros, ficarão a cargo dos que estão na
condição de passageiro ou quando o motorista parar e estacionar o veículo, segundo
as normas de trânsito vigentes no país.

13.1.4. Itens de Segurança

Antes de sair com o veículo de dentro da garagem da empresa, recomenda-se


conferir itens de segurança como:

 Sinalização;

 Freios;

 Estado dos pneus e rodas;

 Chave de roda;

 Itens básicos de segurança;

 Cintos de segurança;

 Manchas de óleo no piso;

 Cheiro forte de combustível.

 Para isso aconselha-se a adoção de um check-list de pré-uso do veí-


culo com procedimento instituído pela empresa e conhecimento de
todos os trabalhadores.

85
NR 10 Complementar - SEP

13.1.5. Direção Segura

“É dirigir de modo a evitar acidentes, apesar das ações incorretas (erradas) dos
outros e das condições adversas (contrárias), que encontramos nas vias de trânsito”.

Por que praticar a direção segura?

 Apenas 6% dos acidentes de trânsito têm como causa os problemas


da via;

 30% dos acidentes têm origem em problemas mecânicos;

 A maioria dos acidentes (64%) têm como causa, problemas com o


motorista.

Elementos da direção segura

 ATENÇÃO

 ATENÇÃO

 PREVISÃO

 DECISÃO

 HABILIDADE

13.1.6. Condições Adversas

86
NR 10 Complementar - SEP

13.1.7. Como o motorista preventivo age?

 Fica atento a tudo no trânsito;

 Sempre mantêm a distância correta de segurança;

 Quanto maior a velocidade, maior a distância entre os veículos.

UMA COLISÃO A 20 KM/H, O SEU CORPO É


ARREMESSADO CONTRA O VOLANTE E/OU
PARA-BRISAS, COM UMA FORÇA DE 6 VEZES
O SEU PESO?
EX: UMA PESSOA COM UM PESO DE 60 KGF,
A UMA VELOCIDADE DE
20 KM/H, É ARREMESSADA COM
OBSTÁCULO UMA FORÇA DE 360 KGF.
RÍGIDO

360 kgf

20

SEM CINTO DE
SEGURANÇA

IMAGINEM SE A VELOCIDADE 20 KM/H = 60 KGF 6 = 360 KGF


FOR DE 80 KM/H, COM 40 KM/H = 60 KGF 12 = 720 KGF
O MESMO PESO DE 60 KG,
60 KM/H = 60 KGF 18 = 1080 KGF
O SEU CORPO É ARREMESSADO
COM UMA FORÇA DE 1.440 KGF. 80 KM/H = 60 KGF 24 = 1440 KGF

87
NR 10 Complementar - SEP

13.2. Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

Veículos que transportam escadas com frequência devem ter a parte traseira da
mesma sinalizada com bandeirola, além de suporte e sistema de amarração específico
para este fim.

 Jamais misturar carga e passageiros dentro da mesma cabine do veí-


culo, pois no caso de uma frenagem brusca ou mesmo em uma colisão,
os equipamentos ou materiais se comportarão como projéteis sobre
os ocupantes do veículo;

 EPI devem ser transportados em sacolas de lona ou em comparti-


mento adequado e específico no veículo;

 EPC como varas de manobra e bastões isolados, devem ser transpor-


tados separadamente, dentro de sacolas de lona ou compartimentos
acarpetados, evitando-se assim que sofram trincas e riscos na sua ca-
mada isolante (verniz e fibra de vidro).

13.3. Transporte de Trabalhadores

É proibido o transporte de pessoas na carroceria de caminhões ou camionetes,


mesmo em áreas internas (propriedades particulares), ou por pequenos trajetos no
interior.

VEÍCULOS DE TRANSPORTE COLETIVO, DEVEM:

 Possuir autorização emitida pela autoridade de trânsito competente;

 Transportar todos os passageiros sentados dentro da cabine, com


cinto de segurança;

 Ser conduzido por motorista habilitado e devidamente identificado;

 Possuir compartimento resistente e fixo para a guarda de ferramentas


e materiais, separado dos passageiros.

13.4. Transporte de Cargas

 O método de carregamento e descarregamento de caminhões deve


ser compatível com o tipo de carroceria utilizado, devendo ser obser-
vadas condições de segurança durante toda a operação;

88
NR 10 Complementar - SEP

 As escadas ou rampas utilizadas pelos trabalhadores, para carrega-


mento e descarregamento de caminhões, devem garantir condições
de segurança e evitar esforços excessivos;

 O transporte de peças pesadas, tais como transformadores ou disjun-


tores, deverá ser previamente planejado e executado com equipa-
mento adequado;

 A carga e descarga de tambores com óleo deve ser feita com equipa-
mento guindauto e dispositivos apropriados e adequados, atendendo
as normas ambientais vigentes;

 O deslocamento de tambores dentro da subestação deverá ser feito


sobre superfícies planas e, quando a superfície for irregular, devem ser
utilizadas pranchas;

 Quando do transporte e movimentação de disjuntor, transformador


de potencial, transformador de corrente e pára-raios, especial atenção
deve ser dada ao seu travamento, suas embalagens e a altura máxima
disponível para sua movimentação;

 Quando de transporte de cargas perigosas efetuar de acordo com a


legislação vigente e por profissional devidamente capacitado, habili-
tado e autorizado.

14) SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO E ISOLAMENTO DA ÁREA DE


TRABALHO

A sinalização visa garantir a utilização adequada da via de trânsito pelo usuário,


possibilitando-lhe adotar os comportamentos adequados em tempo hábil, afim de as-
segurar tanto a fluidez de tráfego desejada, como a segurança e o conforto dos em-
pregados e daqueles que dela se utilizam;

A sinalização é um procedimento de segurança simples e eficiente para prevenir


acidentes de origem elétrica, sendo que os materiais de sinalização; constituem-se ba-
sicamente de adesivos, placas, luminosos, fitas de advertência, cartões, faixas, cavale-
tes, cones, etc.

89
NR 10 Complementar - SEP

14.1. Sinalização de Segurança

10.10.1 Nas instalações e serviços em eletricidade deve ser adotada sinalização


adequada de segurança, destinada à advertência e à identificação, obedecendo ao dis-
posto na NR-26 – Sinalização de Segurança, de forma a atender, dentre outras, as si-
tuações a seguir:

a) Identificação de circuitos elétricos;

b) Travamentos e bloqueios de dispositivos e sistemas de manobra e co-


mandos;

c) Restrições e impedimentos de acesso;

d) Delimitações de áreas;

e) Sinalização de áreas de circulação, de vias públicas, de veículos e de mo-


vimentação de cargas;

f) Sinalização de impedimento de energização; e

g) Identificação de equipamento ou circuito impedido.

14.1.1. Sinalização

Objetivo:

Aviso, alerta, orientação e advertência às pessoas sobre:

 Riscos ou condições de perigo existentes

 Proibições de ingresso

 Acesso e cuidados

 Identificação de circuitos ou partes dele

É fundamental a importância de existirem procedimentos padronizados, docu-


mentados e que sejam conhecidos por todos os trabalhadores próprios e terceirizados
especialmente nos itens A a G do item 10.10.1.

Identificação do nº de operação do equipamento.

Finalidade: identificar o equipamento com um número de operação específico


para assegurar a correta identificação do mesmo durante os procedimentos de ener-
gização e desenergização e facilitar a montagem e o acompanhamento da Ordem de
Manobra.

90
NR 10 Complementar - SEP

 Perigo de Morte / Alta Tensão

 Perigo – Não Opere

Finalidade: Advertir e proibir a operação do equipamento, informando quem


está trabalhando no mesmo assim como os demais detalhes da intervenção. Deve ser
instalada no comando do equipamento antes do início dos trabalhos e retirado ao seu
final.

91
NR 10 Complementar - SEP

 Equipamento Energizado

 Equipamento com partida automática

92
NR 10 Complementar - SEP

 Perigo – não fume – não acenda fogo – desligue o celular

 Uso Obrigatório

 Atenção - gases

 Perigo – não entre – alta tensão

 Perigo – não suba

93
NR 10 Complementar - SEP

 Delimitação de Área de Trabalho em SE´S

 Sinalização de áreas de circulação, de via Pública, de veículos e de


movimentação de Cargas:

94
NR 10 Complementar - SEP

 Sinalização de Área de Circulação Interna

15) LIBERAÇÃO DE INSTALAÇÃO PARA SERVIÇO E PARA OPE-


RAÇÃO E USO

A liberação de instalações e equipamentos para serviços, operação e usos de-


corre da necessidade de construção, manutenção preventiva, corretiva, emergencial e
de urgência.

Para atender os requisitos de segurança preconizados pela Norma Regulamen-


tadora 10 é imperioso o cumprimento das condições que seguem:

95
NR 10 Complementar - SEP

14.2. Segurança em Instalações Elétricas Desenergizadas

Somente serão consideradas desenergizadas as instalações elétricas liberadas


para trabalho, mediante os procedimentos apropriados, obedecida a seqüência abaixo:

a) Seccionamento;

b) Impedimento de reenergização;

c) Constatação da ausência de tensão;

d) Instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos con-


dutores dos circuitos;

e) Proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada; e

f) Instalação da sinalização de impedimento de reenergização.

14.3. Liberação de Instalações Elétricas

14.3.1. Desenergização

A desenergização é um conjunto de ações coordenadas, sequenciadas e con-


troladas. Somente serão consideradas desenergizadas as instalações elétricas liberadas
para trabalho, mediante os procedimentos apropriados e obedecida a sequência a se-
guir:

Seccionamento

Verificar se efetivamente foi promovido o seccionamento do trecho onde haverá


intervenção nas instalações elétricas em atendimento ao planejado.

O seccionamento deverá garantir que não existem fontes de tensão alimen-


tando circuitos ou equipamentos sob intervenção na área de trabalho que possam co-
locar em risco a segurança dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente nas
intervenções.

Impedimento da reenergização

Deverá ser assegurado de que houve aplicação de travamentos mecânicos, ca-


deados e/ou dispositivos auxiliares suficientes para garantir que não haverá possibili-
dade de reenergização.

96
NR 10 Complementar - SEP

Constatação da ausência de tensão

Verificar a ausência de tensão com dispositivos previamente testados, podendo


ser realizada por contato ou por aproximação e de acordos com procedimentos espe-
cíficos.

 Instalação de aterramento temporário, tantos quantos forem necessá-


rios, com equipotencialização dos condutores dos circuitos;

 É importante controlar a quantidade de aterramentos temporários im-


plantados de forma a garantir a retirada de todas as unidades antes
de reenergização.

Proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada.

Na impossibilidade da desenergização de algum circuito ou equipamento, situ-


ado na zona controlada, para que não possam ser acidentalmente tocados, deverá ser
providenciado a isolação conveniente, através de: mantas, calhas, capuz de material
isolante entre outros, de forma a proteger os trabalhadores envolvidos nas interven-
ções.

Instalação da sinalização de impedimento de reenergização.

Aplicar todas as medidas de sinalização adequada através de cartões, bandeiro-


las entre outros.

Somente após atendidas as etapas anteriores, as instalações elétricas poderão


ser consideradas liberadas para os serviços.

O estado de instalação desenergizada deverá ser mantido até a autorização para


reenergização.

97
NR 10 Complementar - SEP

14.4. Liberação para a operação

A reenergização deverá respeitar a sequência abaixo:

 Remoção de todo o ferramental e utensílios para fora da zona contro-


lada, a fim de permitir a liberação da instalação;

 Identificação e retirada da zona controlada de todos os trabalhadores


não envolvidos no processo de reenergização.

 Retirada do aterramento elétrico temporário, da equipotencialização e


das proteções adicionais;

 É importante observar que este procedimento se inicia numa instala-


ção desenergizada, mas termina em instalações elétricas apenas des-
ligadas, o que obriga a adoção de técnicas, equipamentos e procedi-
mento próprio para instalações elétricas energizadas.

 Retirada da sinalização de impedimento de reenergização;

 Retirada das placas e avisos de impedimento de reenergização.

 Destravamento e religamento dos dispositivos de seccionamento.

 Retirar os elementos de bloqueio, travamento ou mesmo a recoloca-


ção de elementos condutores que foram retirados para garantir o não
religamento e, finalmente, a reenergização das instalações elétricas,
restabelecendo a condição de funcionamento das instalações.

As medidas constantes nos itens anteriormente apresentados podem ser alte-


radas, substituídas, ampliadas ou eliminadas, em função das peculiaridades de cada
situação, por profissional legalmente habilitado, autorizado e mediante justificativa
técnica previamente formalizada, desde que seja mantido o mesmo nível de segurança
originalmente preconizado.

14.5. Impossibilidade de Desenergização

Na execução de serviços em que as medidas de desenergização não sejam pos-


síveis, caracterizando que as instalações elétricas estão apenas desligadas, deverão ser
adotadas as técnicas de trabalho em circuitos energizados vigentes na Empresa.

14.6. Possibilidade de Energização

Os serviços a serem executados em instalações elétricas desligadas, mas com


possibilidade de energização, por qualquer meio ou razão, devem atender ao que es-
tabelece às técnicas de linha energizada.

98
NR 10 Complementar - SEP

14.7. Considerações Finais

Todas as informações aqui apresentadas são apenas orientativas, devendo ser


complementadas com os normativos internos da empresa, da ANEEL, do ONS entre
outras.

16) TREINAMENTO EM TÉCNICAS DE REMOÇÃO, ATENDIMENTO


E TRANSPORTE DE ACIDENTADOS

Treinamento em técnicas de remoção, atendimento, transporte de acidentados.

A evolução tecnológica e o aumento contínuo da quantidade de informações


permitiram o aperfeiçoamento das metodologias e técnicas de resgate e salvamento.

O resgate ocorre quando todas as barreiras de segurança falharam, ele ajuda a


elevar as probabilidades de salvamento de um acidentado.

16.1. Considerações:

 O tempo recomendável para início da aplicação da técnica de reani-


mação cardio respiratória, não deverá ultrapassar os 3 minutos;

 Após 3 minutos de parada cardíaca, inicia a morte de células nervosas


e a probabilidade de recuperação é menor a cada minuto, porém não
devemos deixar de executar a reanimação cardio respiratória mesmo
passado este tempo;

 A posição da vítima não possibilita, na maioria das vezes, aplicação da


reanimação cardio respiratória, sendo assim necessário colocar a ví-
tima em decúbito dorsal, preferencialmente no solo, o mais rápido
possível;

 Quando ocorrer o resgate, ter pleno conhecimento dos elementos uti-


lizados, como cordas, kits, entre outros;

 O resgate somente deverá ocorrer quando o socorrista estiver seguro


de suas ações;

 Na aplicação do processo de resgate deve-se tomar as precauções


necessárias a fim de evitar o segundo acidente que poderá ser de gra-
vidade superior ao primeiro.

99
NR 10 Complementar - SEP

16.2. Emergência

Situação crítica e fortuita que representa perigo à vida, gerando um dano con-
tinuado que obriga a uma imediata intervenção.

16.2.1. Emergência de Nível 1.

Leve: Hipótese acidental que pode ser controlada com recursos do próprio local
de trabalho. Não há acionamento de resgate externo.

Ex.: pequeno corte na mão, princípios de incêndio, entre outros.

16.2.2. Emergência de Nível 2.

Médio: Hipótese acidental que pode ser controlada com recursos próprios da
Unidade. Os efeitos não extrapolam os limites físicos da área da unidade e não afetam
os processos de rotina, mas há necessidade de acionamento de resgate externo.

Ex.: queda da pressão arterial, incêndios em compartimentos, entre outros.

16.2.3. Emergência de Nível 3.

Grave: Hipótese acidental cujos efeitos podem extrapolar os limites físicos da


área da unidade ou exige o acionamento de resgate externo, com a mobilização de
todos os recursos humanos e materiais disponíveis na unidade, podendo envolver vá-
rias áreas funcionais, sendo necessário o acionamento de recursos externos. (Plano de
Ajuda Mútuo, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, entre outros).

Ex.: incêndio e ou explosão de grande porte, vazamento de grande porte de


óleo, acidente com vítimas com risco de morte, entre outros.

16.3. Tipos de Emergência

 Acidentes envolvendo vítimas com lesões;

 Choque elétrico;

 Quedas;

 Picadas de animais peçonhentos;

 Incêndios;

 Trânsito;

100
NR 10 Complementar - SEP

 Cortes;

 Explosões;

 Vazamento de Gás;

 Contaminação com produtos químicos;

 Transporte rodoviário de produtos perigo-


sos;

 Descargas atmosféricas;

 Desastres naturais como inundações, tem-


pestades;

 Entre outros.

16.4. Situação emergencial.

Exige atitudes decisivas para o resgate:

 Manter a calma;

 Analisar a gravidade da situação;

 Tomar decisão;

 Agir.

16.4.1. Comentários necessários:

 A posição do(s) socorrista(s) para execução do resgate;

 Uso, manutenção e conservação do Kit de resgate;

Observação da distância de segurança para o resgate.

101
NR 10 Complementar - SEP

17) ACIDENTES TÍPICOS – ANÁLISE, DISCUSSÃO, MEDIDAS DE


PROTEÇÃO

17.1. Analise de Incidentes/Acidentes

Finalidade

Identificar as causas imediatas, básicas ou falta de controle desses eventos atra-


vés de análise sistêmica, propor medidas preventivas e/ou corretivas.

17.2. Conceitos Básicos

Condições abaixo do padrão:

 Incidente (quase-acidente);

 Acidente;

 Acidente (Com base na Lei 8213/91 – Art. 19 e 20);

 Acidente com danos materiais;

 Acidente com veículo;

 Acidente com Equipamentos/Ferramentas;

 Acidente com Danos à Propriedade;

 Acidente com Danos ao Meio Ambiente;

 Acidente com a População.

 Acidente de Trajeto;

 Acidente com Lesão;

 Lesão sem Afastamento;

 Lesão com Afastamento;

 Causa Imediata;

 Causa Básica;

 Falta de Controle.

102
NR 10 Complementar - SEP

17.3. Metodologia Arvore das causas

Grupo de Investigação e Análise de Acidentes

 Profissional de Segurança do Trabalho (de acordo com sua área de


atuação);

 Membro da CIPA e por ela designado para esta atribuição;

 Trabalhador conhecedor das atividades da área onde ocorreu o


evento;

 Qualquer outro convidado especialista, representante sindical, traba-


lhador ou não, com formação e/ou conhecimento técnico específico,
que o grupo considerar necessário para melhor elucidar as causas do
evento objeto de estudo.

17.4. Avaliação da descrição do evento

Considerando a descrição do evento, o Grupo de Investigação e Análise de


Acidentes deve iniciar seu estudo com o objetivo de identificar as causas que con-
tribuíram efetivamente para a ocorrência do evento.

Levantamento dos fatos:

 Visita no local onde o evento ocorreu;

 Logo após sua ocorrência ou da identificação do potencial;

 Busca de informações, entrevistas e análise dos vestígios e/ou outras


evidências que possam elucidar o fato;

 Não devem ser consideradas as informações subjetivas, tais como, jul-


gamentos e suposições (acheologia);

 Somente os fatos reais, devem ser considerados.

103
NR 10 Complementar - SEP

17.5. Elaboração da árvore das Causas

 Identificar as causas imediatas e básicas que desencadearam ao


evento;

20
Causas imediatas identificadas
Quantidade
Falha para proteger 11
Disposição inadequada 21
Condição Ambiental perigosa (risco
26
associado ao ambiente)
Falha para alertar 5
Operação imprópria 13
Posição de trabalho inadequada 11
Falha em seguir procedimento 9
Levantamento de carga/peso inadequado 3
Ambiente externo (Fora do controle da
20
empresa)
Utilizar equipamento de forma inadequada 7
Falha no uso do EPI 4
Proteção/barreira inadequada 8
Ferramenta/equipamento/ defeituoso 7
Exposição a temperaturas extremas 2
Manutenção de equipamento de forma
1
inadequada
Ação de terceiro (pessoas) 9
Local desarrumado/ ausência de limpeza ou
0
arrumação deficiente
Total 157

 Indicar as oportunidades de melhoria (controle e/ou Eliminação dos


riscos) relacionadas ao material, equipamento/ferramenta, método de
trabalho, Capacitação do empregado ou a adequação do posto de tra-
balho.

104
NR 10 Complementar - SEP

2006
Causas básicas identificadas
Quantidade Percen
Abuso ou máutilização 7 8,1
Liderança ou supervisão inadequada 13 15,1
Ferramentas, equipamentos e materiais
13 15,1
inadequados
Engenharia inadequada 6 7,0
Padrões inadequados 2 2,3
Falta habilidade 4 4,7
Falta de conhecimento do risco 5 5,8
Falta de capacitação/qualificação
0 0,0
(treinamento)
Controle externo (entidade externa) 33 38,4
Capacitação física inadequada 3 3,5
Total 86 100,0

17.6. Busca das prevenções

De acordo com os critérios, consiste em procurar a(s) prevenção(ões) capaz(es)


de eliminar cada fato que deu origem a uma sequência de fatos não desejados.

É um momento onde cada um dos participantes, deve unir experiência, técnica,


bom senso e criatividade para que alcancem o maior número possível de prevenções.

17.7. Escolha das prevenções

Deve-se escolher as ações que podem servir como sugestão ao gerente da área
envolvida.

As sugestões devem ser analisadas considerando o seguinte critério:

 Conformidade com a legislação;

 Gestão do(s) Risco(s);

 Custo: Deve ser considerando o aspecto custo/benefício;

 Prazo;

 Aumento da carga de trabalho;

105
NR 10 Complementar - SEP

 Generalização;

 Estabilidade do processo.

17.8. Prática de Análise

Descrição:

Após o rompimento de uma chave em RDR, uma equipe vistoriou o local e de-
senergizou a rede, porém, como era noite, a manutenção ficou para o dia seguinte.

No outro dia um eletricista foi designado com um auxiliar em treinamento, para


correr a rede que estava desenergizada e encontrar o defeito. Quando chegou no local,
percebeu que duas redes derivavam da mesma estrutura, uma estava energizada e a
outra desenergizada.

O eletricista afirmou, convicto, que a rede defeituosa era a da direita e iniciou a


caminhada. Após percorrerem 800 m, identificou o cabo da rede com a fiação de alu-
mínio rompida e iniciou os procedimentos de reparo.

Ele havia percorrido a rede energizada e não realizou nenhum procedimento de


detecção de tensão, pois estava convicto que a rede estava desenergizada. Quando
tocou o cabo da rede, recebeu a descarga elétrica FATAL.

18) RESPONSABILIDADE CIVIL E CRIMINAL NO ACIDENTE DO


TRABALHO

18.1. Responsabilidade Civil

Ninguém pode se eximir de responsabili-


dade ou de cumprir a lei, alegando que não a co-
nhece.

Se assim é, para quem cria o perigo,


mesmo que não tenha culpa será responsabili-
zado.

106
NR 10 Complementar - SEP

CONSTITUIÇÃO FEDERAL - ASPECTOS DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRA-


BALHADOR.

Capítulo II – dos Direitos Sociais

Art.7: São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que vi-
sem a melhoria da sua condição social.

XXII – Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de Normas de Saúde,
Higiene e Segurança.

XXVIII – Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem ex-


cluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.

Responsabilidade; obrigação de prestar contas de seus atos, ou de outrem.

A vida é baseada em regras de comportamento, que estabelecem limites para o


exercício da vontade de cada indivíduo, visando evitar que um invada o direito do
outro.

Essas regras são as leis:

Os atos praticados por empregados ou empregadores nas relações de traba-


lho e durante a realização de qualquer tarefa podem gerar responsabilidades civis e
criminais, já que as leis são amplamente aplicadas no exercício do trabalho.

A Vontade: a vontade do indivíduo se manifesta através de seus atos, que po-


dem ser lícitos ou ilícitos

 Lícitos - Manifestação da vontade conforme a lei.

 Ilícitos - Manifestação ou omissão de vontade que se opõe a lei, que


violam direito ou causam prejuízo a outrem, podendo gerar responsa-
bilidade civil ou penal ou ambas, concomitantemente.

O Doloso: É o ato praticado com o desejo de produzir o dano, é planejado.

O Culposo: É aquele que se pratica sem desejar o dano, ele ocorre involuntari-
amente.

O Ato Ilícito Culposo: É o que mais ocorre nas Empresas, praticados diaria-
mente por negligência, imprudência ou imperícia, que provocam danos, gerando as
responsabilidades.

107
NR 10 Complementar - SEP

O Ilícito: Pode ser por Ação ou Omissão, Voluntário ou Involuntário.

VOLUNTÁRIO = DOLOSO

INVOLUNTÁRIO = CULPOSO

O que se entende por ato Ilícito?

 O ato ilícito é todo ato contrário a lei;

Isto é, que se caracteriza pela inobservância de normas legais. Há portanto, dois


tipos de acidentes do trabalho:

 Um ocasionado pelo risco normal da atividade laborativa;

 Outro decorrente de um ato ilícito, assim, o ato ilícito pode ser doloso
ou culposo.

Como se define dolo? E culpa?

Dolo: quando a ação ou omissão que gerou o ato ilícito foi de forma, voluntária
e intencional, quer-se o dano final.

Não se conhece caso em que a empresa de forma voluntária ou intencional-


mente desejou que um acidente do trabalho viesse ocorrer. O que normalmente ocorre
não é dolo e sim culpa.

Culpa: quando a ação ou omissão que gerou o ato ilícito foi involuntário, não
se deseja o resultado final, mas o dano ocorre. É um ato ilícito culposo.

Um elemento muito importante para caracterizar a culpa é a previsibilidade.


Então culpa é a ação ou omissão de alguém que não deseja que o dano ocorra, mas
ele vem ocorrer pela falta de previsão daquilo que é perfeitamente previsível.

Culpa In Eligendo: quando provém da falta de cautela ou providência na es-


colha de preposto ou pessoa a quem é confiada a execução de um ato, ou serviço.

Caracteriza-se, exemplificadamente, o fato de admitir ou de manter o prepo-


nente a seu serviço, o empregado não legalmente habilitado ou sem as aptidões re-
queridas, ou preposto.

Exemplo: responsabilidade do gerente, do supervisor e/ou instrutor, que


descumprem normas de segurança do trabalho.

108
NR 10 Complementar - SEP

Culpa In Vigilando: é a que se origina da inexistência de fiscalização por parte


do patrão sobre a atividade de seus empregados ou prepostos.

Exemplo: permissão de saída de uma pick-up ou caminhão para execução de


serviços de transporte que esteja apresentando defeito no sistema de freio, que por tal
causa provoca um violento acidente de trânsito, envolvendo várias vítimas.

Responsabilidade do chefe do setor e/ou instrutor: por acidente causado por


seu empregado, por falta de verificação e/ou fiscalização da condição mecânica da
viatura no início de suas atividades.

Ato culposo é o praticado por:

Negligência: omissão do dever de diligência ou cautela; falta ou demora em


prevenir ou impedir a ocorrência do dano.

Imprudência: falta de atenção, inobservância de cuidados necessários; não ado-


ção de medidas de precaução e segurança, cujas consequências são previsíveis ao ho-
mem médio.

Imperícia: falta de aptidão especial, e habilidade ou experiência para o exercício


de determinada profissão, função, arte ou ofício.

Culpa in comitendo: É quando o empregado pratica ato positivo (doloso ou


culposo), na forma de imprudência.

Exemplo: Excesso de velocidade em viatura da empresa em área urbana e/ou


rodovia.

Culpa In Omitendo: é a que tem como fonte de abstenção, deixar de fazer algo
que seria sua obrigação, NEGLIGÊNCIA.

Exemplo: responsabilidade decorrente de não proibir o início de uma atividade


de construção e/ou manutenção da rede elétrica, por não existir equipamentos de pro-
teção individual para os empregados, no local da atividade.

Sem dúvida, a omissão de qualquer obrigação prevista em lei ou regulamento,


somada à previsibilidade do evento danoso, configura a culpa e faz com que os agen-
tes respondam pelo resultado, no caso, pelo acidente do trabalho, em sua forma cul-
posa.

Quanto aos equipamentos de proteção individual, não basta o fornecimento


gratuito pela empresa. Ela é responsável por fiscalizar e compulsoriamente determi-
nar que os trabalhadores os usem.

109
NR 10 Complementar - SEP

CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO - LEI 10.406, 10 DE JANEIRO DE 2002.

Artigo 186 - Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou im-
prudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral,
comete ato ilícito.

Artigo 187 - Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-
lo, excede manifestadamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social,
pela boa-fé ou pelos bons costumes.

A CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO - CLT

ART. 157 - CABE AS EMPRESAS

I- Cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho.

II - Instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto as precauções


a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais.

III - Adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional com-
petente. (Ministério do Trabalho e Emprego - MTE)

ART. 932 CC

O empregador é responsável, civilmente, pelos atos de seus empregados, servi-


çais e prepostos, no exercício do trabalho que lhe competir, ou em razão dele.

CABE AOS EMPREGADOS CLT- ART. 158

I - observar as normas de segurança e medicina do trabalho inclusive as ins-


truções.

II - colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste capítulo, Cons-


titui ato faltoso do empregado a recusa injustificada.

O ART. 186 CC

"Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar


direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito".

110
NR 10 Complementar - SEP

Parágrafo único - haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de


culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvol-
vida pelo autor do dano implicar; por sua natureza, risco para os direitos de outrem.”

PENALIDADES PREVISTAS NA LEGISLAÇÃO PARA COIBIR ATO FALTOSO


DO EMPREGADO?

O Ato Faltoso não pode ser confundido com falta grave. Só se transforma em
falta grave pela reincidência da falta praticada. As penalidades cabíveis, para isso são:

 Advertência, seguida de,

 Suspensão e, só então, de,

 Rescisão Contratual.

Deve ser respeitada a gradação e aplicadas as penalidades sempre por


escrito e explicitando as razões. A reiterada recusa do trabalhador é que constituirá
falta grave, incorrendo, então, em ato de indisciplina e de insubordinação, além desídia
no desempenho das atividades.

Em casos de prejuízos materiais, lesões corporais ou morte por acidente do


trabalho, todo ou qualquer empregado, independente de posição hierárquica, estará
sujeito por responsabilidade civil a reparar os danos, através do pagamento de inde-
nizações a dependentes, ou ao próprio acidentado diretamente, ou a empresa, por
ação regressiva, se caracterizado a culpa no acidente.

O mesmo ocorre quanto a responsabilidade criminal, porém está se aplica


somente a pessoa e não a empresa, resultando em detenção ou reclusão, de acordo
com as circunstâncias em que se deu o evento.

18.2. Atenção

O dispositivo legal de maior alcance na área de prevenção dos infortúnios do


trabalho é:

Art 132 CP: “expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente”.

Pena: detenção de 3 meses a 1 ano.

Este artigo permite a instauração do processo criminal mesmo sem ocorrer


qualquer acidente, bastando que haja situação de grave e iminente perigo à saúde
a vida do trabalhador.

111
NR 10 Complementar - SEP

18.3. Resumo

A responsabilidade civil da empresa, por acidente do trabalho, fica caracterizada


desde que exista relação perfeita do evento com uma das seguintes condições:

1) Descumprimento da legislação de segurança e medicina do trabalho;

2) Inexistência de ordens de serviço e instruções de segurança e medicina


do trabalho;

3) Atos de negligência, imprudência ou imperícia, inclusive de prepostos,


chefes, encarregados e empregados;

4) Desobediência às determinações técnicas do ministério do trabalho;

5) Condições inseguras reincidentes;

6) Condenação criminal por ato faltoso.

112

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