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Diferenciar os tipos de lasers.

TIPOS DE LASER UTILIZADOS EM FISIOTERAPIA

RODRIGUES, Bárbara Andrade Leimig et al. Tipos de Lasers e suas aplicações em odontopediatria.
Research, Society and development, v. 10, n. 5,, 2021.

Os LASERS podem ser definidos como dispositivos que processam a energia luminosa por
meio de uma amplificação óptica de acordo com a emissão estimulada da radiação
eletromagnética. Os lasers apresentam variados comprimentos de onda que determinam
sua classificação e sua aplicação clínica. Tais dispositivos podem ser categorizados em
lasers de alta potência (alta intensidade) e laser de baixa potência (baixa intensidade).
Os lasers de alta potência também podem ser denominados de cirúrgicos pois atuam
removendo tecidos duros e moles, através do aumento da temperatura e, por isso, possuem
efeito antimicrobiano associado à sua ação cirúrgica.
Já os lasers de baixa potência trabalham no espectro entre 600 e 1000 nm, na parte do
comprimento visível (vermelho) e próximo do espectro de luz (infravermelho). A preferência
pelo comprimento de onda depende da escolha terapêutica, pois, os lasers no espectro
entre 600 e 700 nm normalmente são utilizados para penetração de tecidos superficiais, e
quando utilizados entre 780 e 950 nm para tecidos mais profundos. Esse espectro dos
lasers de baixa potência possui benefícios analgésicos, antiinflamatórios,
miorrelaxantes como também auxiliam a regeneração tecidual.

Na fisioterapia são utilizados os tipos de laser sem potencial destrutivo, ou seja,


radiações emitidas com potência inferior a 1 W, considerando o limite de potência para a
existência ou não de potencial destrutivo.

REFERÊNCIA: Livro Eletroterapia: Prática Baseada em Evidências de Sheila Kitchen

Laser de baixa potência


São dois os tipos de laser basicamente utilizados em fisioterapia:

1- Laser Hélio-Neônio (He-Ne)

É obtido a partir da estimulação de uma mescla de gases e possibilita uma radiação visível,
com comprimento de onda de 632,8 nm ou 6328, o que dá a ele a cor vermelha. Uma
câmara que contém a mistura gasosa é atravessada por uma corrente elétrica contínua.
Essa corrente elétrica faz com que os elétrons das moléculas do hélio saltem para órbitas
mais distantes do núcleo. Desse modo promovem choques entre átomos de hélio e néon,
transferindo energia para o neon. A partir dessa energia, elétrons dos átomos de neon
saltam para órbitas mais distantes do núcleo. Para que possam retomar a órbita original
necessitam perder a energia recebida, o que se dá pela emissão de fótons. Essa câmara
possui espelhos que refletem os fótons e mantém a estimulação da mescla gasosa. A
esse mecanismo chamamos de "Câmara de Ressonância óptica". Essa Câmara é quem
promove a efetiva ampliação da luz. Um dos espelhos é semitransparente permitindo que
parte dos fótons gerados atravessem o espelho, obtendo-se então o feixe de raio laser, que
podemos observar. A emissão desse tipo de laser se dá de maneira contínua. Apresenta
potencial terapêutico mais destacado em lesões superficiais, como nos casos de lesões
dermatológicas, estéticas ou em processos de cicatrização.

Suas características básicas são:


- Regime de emissão = contínuo
- Comprimento de onda = 632,8 nm ou 6328
- Cor = Vermelha

2- Laser de Arsenieto de Gálio (As-Ga)

Os lasers de diodo são emissores de luz especializadas, baseados em junções


positivo-negativo de semicondutores. Existem vários tipos, como o AsGaAl. Nesses, os
elétrons podem fluir mais prontamente em uma direção que na outra. Os elétrons são
excitados pela aplicação de um potencial elétrico apropriado e sua ocupação de
“orifícios” no arranjo de treliça de cristal pode levar à emissão de um fóton que pode
então estimular fótons idênticos. Os fótons são refletidos de um lado para outro e
emitidos com um feixe de laser passando pela ponta parcialmente transparente. Os
diodos de laser semicondutores podem fornecer uma saída contínua ou pulsada. Os
lasers de diodo de onda contínua são em geral de potência relativamente baixa e podem
ser pulsados eletronicamente. Devido a seu pequeno tamanho os lasers semicondutores
podem ser aplicados diretamente nos tecidos com um aplicador de mão.

Suas características básicas são:


- Regime de emissão = Pulsado
- Comprimento de onda = 904 nm ou 9040
- Cor = Infravermelha

O laser As-Ga apresenta potencial terapêutico destacado em lesões profundas, do tipo


articular, muscular, etc.

3- Laser Rubi

O laser de rubi consiste em um pequeno bastão de rubi sintético feito de óxido de alumínio.
Um tubo helicoidal de luz de xenônio, enrolado em torno dele, dá um flash intenso de luz
branca, portanto gera pulsos elétricos. As duas pontas do bastão são achatadas e
prateadas, uma ponta sendo totalmente refletora e a outra parcialmente transparente para
que alguma radiação possa ser emitida . Esse pulso de luz (0,5 ms) excita as moléculas
do rubi e eleva muitos elétrons para níveis superiores que eles ocupam por períodos
de tempo bem curtos antes de cair para o estado metaestável, ou seja, são elétrons que
não podem facilmente sair de forma espontânea, mas precisam liberar sua energia na
colisão com outros átomos, no qual permanecem por tempos médios maiores. Portanto,
por certo tempo, há mais elétrons no nível metaestável do que no nível basal, tendo
ocorrido uma inversão populacional. Quando ocorre a transição de um estado
metaestável para basal, é emitido um fóton com comprimento de onda de 694,3 nm.
Esse fóton tem exatamente a energia certa para elevar um elétron no estado basal
para o nível metaestável e ser reabsorvido, mas como há relativamente menos elétrons no
estado basal é muito mais provável que o fóton vá interagir com outros elétrons
metaestáveis, fazendo com que retornem para o estado basal e assim emitem um fóton
idêntico.
O processo rapidamente se acelera à medida que cada vez mais fótons são liberados,
ou seja, ocorre emissão estimulada de radiação. Os fótons, tendo um comprimento de
onda de 694,3 nm, luz vermelha, são refletidos para cima e para baixo no pequeno
bastão de rubi, rapidamente aumentando o efeito. Portanto, toda a energia armazenada
nas moléculas do rubi é liberada em curto intervalo de tempo, como um pulso de luz
vermelha de fótons idênticos e assim de um único comprimento de onda de radiação
coerente: essa luz emerge do bastão na extremidade parcialmente transparente.

Explicar indicações, contra-indicações, efeitos, mecanismos de ação e


parâmetros dos lasers.

MECANISMO DE AÇÃO

BASES FÍSICAS DA RADIAÇÃO LASER

A interação laser-tecido está tipicamente associada com os efeitos potencialmente


destrutivos da irradiação em níveis de potência e energia relativamente altos; nessas
circunstâncias as altas densidades da luz laser proveniente de fontes altamente
colimadas ou focadas, com potência na faixa de watts, podem, facilmente, produzir
reações fototérmicas nos tecidos, incluindo efeitos de ablação ou explosão. Contudo, na
LTBI a ênfase é por definição nas reações não térmicas (ou atérmicas) da luz com o
tecido.

Ao incidirmos o raio laser sobre uma área do corpo humano, em cada estrato da pele,
ou seja em cada interface pode apresentar quatro processos físicos conhecidos por
fenômenos ópticos que são:

A luz proveniente de um aparelho de laserterapia pode interagir com o tecido irradiado


através da dispersão da luz incidente, e absorção da luz incidente por um cromóforo,
refração e reflexão.

● A dispersão da luz incidente é essencialmente uma mudança na direção de


propagação da luz à medida que ela passa através dos tecidos, e é devida à
variabilidade no índice de refração dos componentes do tecido com respeito à
água. Essa dispersão causará um “alargamento” do feixe à medida que esse passar
através do tecido irradiado e resulta na perda rápida de coerência.

● Já na absorção da luz incidente por um cromóforo, este, é uma biomolécula que é


capaz, através de sua configuração eletrônica ou atômica, de ser excitada pelo(s)
fóton(s) incidente(s). A luz nos comprimentos de onda tipicamente empregados em
LTBI é prontamente absorvida por uma variedade de biomoléculas, incluindo
melanina e hemoglobina; a profundidade de penetração associada com os
aparelhos terapêuticos se limita a não mais do que alguns milímetros. Deve-se
observar que, como a absorção depende do comprimento de onda da luz incidente,
a profundidade de penetração é similarmente dependente do comprimento de onda.
A absorção é considerada como a mais importante no que diz respeito à base
fotobiológica da laserterapia, já que sem esta não seriam possíveis efeitos
fotobiológicos e nem clínicos.

● Refração: Quando a radiação encontra uma divisão com o meio pelo qual passa
com uma velocidade diferente, sua velocidade é alterada e sofre refração ou é
desviada a menos que a radiação seja perpendicular à interface.

● Reflexão: ocorre na superfície de cada interface de tecido. Diferentes ângulos de


reflexão são observados nos diversos tecidos, devido à diferença do seu índice de
refração. A quantidade de reflexão depende da natureza da radiação, do ângulo de
incidência e da natureza da superfície.

● Já a direção da radiação refletida depende do ângulo da radiação incidente. Para


um feixe de radiação que toca na superfície de um plano, o ângulo de incidência é
igual ao ângulo de reflexão e o feixe incidente e o refletido estão no mesmo
plano que o “normal”, uma linha perpendicular à superfície no ponto de incidência.
Quando um feixe de radiação bate na superfície, a parte do feixe que não é
refletida precisa penetrar no novo meio, assim existe uma relação constante,
sendo que quanto maior a reflexão, menor a penetração, e vice-versa. Tem-se
uma maior chance de penetração quando a radiação encontra a superfície em
ângulo reto. Além disso, a área coberta será a secção transversa do feixe, porém,
se estiver angulado com a superfície, a área coberta aumentará, de modo que a
intensidade em cada unidade de área diminuirá.

● A propagação do laser nos tecidos se dá através do fenômeno de espalhamento


da luz (scattering), este caracteriza-se pelas sucessivas e consecutivas refrações e
reflexões dos fótons na sua passagem através do meio biológico. O grau de
scattering é definido pelos índices de refração dos tecidos, homogeneidade do
meio, tamanho da partícula e o comprimento de onda do laser. A profundidade
de penetração depende da refração e particularmente da absorção, que é uma
propriedade dependente do comprimento de onda. É importante salientar que
valores precisos de profundidade de penetração não são possíveis de se
prever devido às variações das propriedades ópticas que são diferentes de
indivíduo para indivíduo, dependendo das condições da pele, idade,
hidratação, gordura, fluxo sanguíneo.

Analisando estes fenômenos podemos concluir que se utilizarmos a radiação laser sempre
numa incidência de 90° (lei do co-seno), e com a parte do corpo a ser tratada livre de
barreiras como, suor, cremes, pêlos em excesso, melhoramos a quantidade de energia que
será transmitida aos tecidos e diminuiremos a quantidade
de energia que será refletida.

LIVRO: Prescrevendo recursos da eletrotermofototerapia em fisioterapia de Vagner Wilian


Batista e Sá

EFEITOS FISIOLÓGICOS
O laser de baixa potência não produz efeito térmico. Este efeito somente existe nos laser
cirúrgicos com potências superiores a 1 W. Divididos em primários, secundários e
terapêuticos.

1- Efeitos Primários ou Diretos


Os efeitos primários da radiação laser de baixa potência são subdivididos em efeito
bioquímicos, efeito bioelétrico e efeito bioenergético.
a) Efeito bioquímico: Basicamente a energia absorvida da radiação laser pode provocar
dois efeitos bioquímicos:
- Liberação de substâncias: ocorre em função da incorporação à radiação laser, de
histamina, serotonina e bradicinina. Deve se destacar que não há referências quanto a
produção destas substâncias, mas apenas a liberação de parte do contingente já produzido.
- Modificação das reações enzimáticas normais: tanto no sentido de excitação quanto no
sentido de inibição. Numerosos investigadores, têm provado que a radiação laser
proporciona modificações estimulatórias ou inibitórias em reações enzimáticas
normais. O laser também exerce um estímulo na produção de ATP no interior das células
provocando a aceleração da mitose, fato que ocorre quando há um aumento proporcional
da ATP nas células. O efeito bioquímico, em alguns casos, interfere na produção das
prostaglandinas, que é um mecanismo similar à inibição produzida por outros
anti-inflamatórios. Ocorre também um estímulo na produção de glicina e prolina que
participam na formação de colágeno. Outro importante efeito bioquímico é a ação
fibrinolítica, ou seja, o aumento da lise da fibrina, característica específica da ação do laser
e que determina importantes vantagens nos efeitos terapêuticos.

b) Efeito bioelétrico: A radiação laser através da estimulação da produção de ATP


potencializa a ação da "bomba de Na/K", já que para o seu funcionamento ela consome
energia advinda do ATP. A eficiência da bomba se vê melhorada a partir de uma maior
disponibilidade de ATP. Com isso, a diferença de potencial elétrico que existe entre o
interior e o exterior da célula é mantida com maior eficácia. Então se resume na
manutenção do potencial da membrana. Há a possibilidade também desta manutenção do
potencial de membrana ser favorecida a partir da interferência direta da radiação sobre a
mobilidade iônica. Assim, podemos dizer que a ação do laser é dupla:
- de modo direto atua sobre a mobilidade iônica;
- de modo indireto aumenta a quantidade de ATP produzida pela célula.

2- Efeitos Secundários e Indiretos

Os efeitos primários, provocados diretamente pela absorção da radiação laser, provocam


dois grandes efeitos indiretos. Estes, por sua vez, dão origem a outros efeitos
fisiológicos com uma profundidade e extensão maiores, que podem ser qualificados
como locais,regionais ou gerais.

a) Estímulo à microcirculação:
Este efeito é proporcionado pela ação da radiação sobre os "esfíncteres pré capilares",
válvulas que existem na entrada da rede capilar ao final da rede de arteríolas. Estes
esfíncteres trabalham alternadamente, abrindo ou fechando a passagem para rede capilar
distribuindo o fluxo sanguíneo e consequente alternância das regiões a serem irrigadas.
Provavelmente em decorrência da ação da histamina liberada pela radiação laser ocorre
paralisação deste esfíncter pré-capilar e, como consequência, o fluxo sanguíneo se vê
aumentado. Deve-se ressaltar que o processo apresentado não se refere ao mesmo
proporcionado pela administração de calor. Embora possa ocorrer ligeiro aumento de
temperatura local e até hiperemia restrita, deve-se ter em mente que este fato ocorre
exclusivamente devido ao aumento do metabolismo local.
O laser de baixa potência é um recurso acalórico, não proporcionando, aparentemente,
a dilatação de arteríolas com o aumento da permeabilidade vascular, como ocorre na
administração de calor. Esse fato acaba proporcionando ao laser de baixa potência
condições de atuar em alguns quadros onde a administração de calor superficial ou
profundo é contra-indicada.

b) Estímulo ao Trofismo Celular:


Com o aumento da produção de ATP, a velocidade mitótica é aumentada o que
proporciona em escala tecidual, aumento na velocidade de cicatrização e também melhor
trofismo dos tecidos. A escala tissular é orgânica e nos leva a concluir que o laser
aumenta os processos de reparação. Isto ocorre devido ao estímulo da capacidade de
cicatrização do tecido conjuntivo assim como a angiogênese a partir dos já existentes.
Ambos os fatores contribuem para reparar perdas de substâncias, sobretudo em úlceras de
diversas origens, feridas traumáticas ou cirúrgicas, etc. Na verdade são vários os tecidos
estimulados que podemos destacar:
- aumento da velocidade de regeneração das fibras nervosas traumatizadas;
- estimulação da reparação do tecido ósseo;
- estímulo geral sobre a hematopoiese;
- aumento do trofismo na pele;
- ativação do bulbo piloso, em especial dos fibroblastos;
- incidência de desaparecimento de calcificações ectópicas.

3- Efeitos Terapêuticos

1- Anti-inflamatório:
A partir de qualquer lesão tecidual, são liberadas substâncias como a histamina e a
bradicinina, que são potencializadas pelas prostaglandinas, além de outras como a
serotonina e a fosfolipase-A. Estas substâncias, além de outros fenômenos, irão
sensibilizar os receptores dolorosos, aumentar a permeabilidade vascular e provocar
a dilatação de artérias e arteríolas e vênulas. Como consequência da permeabilidade
vascular ocorre extravasamento de plasma, formando-se assim o edema. Aparentemente o
efeito anti-inflamatório da radiação laser de baixa potência justifica-se a partir dos seguintes
pontos:
- Interfere na síntese de prostaglandinas. Como elas desempenham um importante papel
em toda instalação do processo inflamatório, a sua inibição determina uma sensível redução
nas alterações proporcionadas pela inflamação.
- Estimulando a microcirculação que irá garantir um eficiente aporte de elementos
nutricionais e defensivos para a região lesionada, favorecendo a sua resolução.

2- Analgésico:
O efeito analgésico proporcionado pelo laser de baixa potência se explica por vários fatores:
a) Em nível local, reduzindo a inflamação, provocando a reabsorção de exsudatos e
favorecendo a eliminação de substâncias halógenas. O caráter anti inflamatório, por si só, já
proporciona a redução da dor. A eliminação, por exemplo, de substâncias ácidas ou
outras consequentes de fagocitose, que sensibilizam os receptores dolorosos, também
favorecem a analgesia. Devido ao estímulo à microcirculação, a radiação laser de baixa
potência contribui para a eliminação dessas substâncias.
b) Interferindo na mensagem elétrica durante a transmissão do estímulo da dor, mantendo o
gradiente iônico, ou seja, mantendo o potencial de membrana e evitando que a mesma
despolarize. Esta ação, como consequência, proporcionará uma menor sensação dolorosa.
c) Estimulando a liberação de endorfinas, direta ou indiretamente.
d) Evitando a redução do limiar de excitabilidade dos receptores dolorosos. Um dos
efeitos bioquímicos do laser diz respeito à redução na síntese de prostaglandinas. Com
isso, decresce a potencialização da bradicinina e, por consequência, o limiar de
excitabilidade dos receptores dolorosos têm sua manutenção favorecida.
e) Provocando a normalização e o equilíbrio da energia no local da lesão.

O laser terapêutico tem o poder de reduzir a dor por meio de dois mecanismos diferentes:
estimulando a produção de betaendorfina, um mediador natural produzido pelo organismo
para reduzir a dor; e inibindo a liberação do ácido araquidônico a partir das células
lesadas, que geraria metabólitos que interagem com os receptores da dor. Enquanto o
ácido araquidônico tem efeito local, a betaendorfina tem efeito analgésico em todo o
organismo. Outra forma de ação do laser nos mecanismos de supressão da dor é a
repressão da condução dos impulsos nervosos nas terminações dos nervos
periféricos, atuando no mecanismo da "bomba de sódio e potássio", de forma a dificultar
a transmissão do impulso doloroso local.
Outros mecanismos de supressão de dor por meio da laserterapia (LT) têm sido relatados
na literatura como consequência do aumento da síntese de endorfinas, ou mesmo a
inibição de prostraglandinas E2 (PGE2) e interleucina 1-β (IL-1β)22, conhecidos
mediadores da dor produzidos durante o processo inflamatório. A diminuição de
transmissores nociceptivos, como a bradicinina e a serotonina, após a irradiação com
laser de baixa intensidade. Os nociceptores são os receptores presentes nas terminações
nervosas livres do axônio do neurônio aferente primário (fibras mielínicas finas A-delta e
amielínicas C), capazes de detectar estímulos dolorosos quando os transmissores
nociceptivos encontram-se presentes.

3- Cicatrização de feridas cutâneas

Foi observado que dosagens baixas (<10 J/cm³) de radiação de lasers de baixa potência
tinham uma ação estimulante nos processos metabólicos e na proliferação celular.
Com alguns estudos com experimentos in vitro com dois lasers na porção vermelha do
espectro visual: o laser de rubi, e o de HeNe, as Culturas de tecidos humanos mostraram
aumento significativo na proliferação fibroblástica após a estimulação com ambos os lasers
testados. Os fibroblastos são as células precursoras das estruturas do tecido conectivo
como colágeno, células epiteliais e condrócitos. Quando a produção de fibroblastos é
estimulada, deve-se esperar aumento na produção de tecido conectivo. Abergel e
colaboradores documentaram que certas doses de laser de HeNe e de GaAs com
comprimento de onda de 904 nm levavam os fibroblastos da pele humana in vitro a
aumentar em três vezes a produção de pró-colágeno."
A estimulação com laser aumenta a síntese de ácidos nucleicos e a divisão celular.

4- Respostas imunológicas

Alguns estudos têm demonstrado que a irradiação com laser aumenta a fagocitose pelos
leucócitos com doses de 0,05 J/cm Isso levou à possibilidade de efeito bactericida, que
posteriormente foi demonstrado com exposição do laser nas culturas de células que tinham
um tipo de bactéria (Escherichia coli) comum no intestino humano. O laser de rubi teve um
efeito aumentado na replicação celular e na destruição de bactérias por meio da
fagocitose leucocitária. Mester também concluiu que havia efeitos imunológicos com os
laser He Ne, ocorreu influência de estimulação direta sobre a atividade dos linfócitos T e B,
um fenômeno específico à potência e o comprimento de onda do laser.
Mas o autor conclui que os lasers de HeNe e argônio mostraram melhores resultados, com
doses que variam de 0,5 a 1 J/cm.
E que o laser não teve efeitos bactericidas isolados, porém, quando utilizado em
conjunto com antibióticos, produziu efeitos bactericidas significativamente maiores, do que
sozinho.

A absorção da luz ocorre predominantemente no nível de interação molecular. A energia


later ao ser absorvida pelas biomoléculas fotorreceptoras pode desencadear très possíveis
respostas:
● Excitação das cadeias de elétrons nas mitocôndrias gerada pelo espectro visível
infravermelho próximo, visto que tais moléculas excitadas apresentam um maior
potencial para gerar reações químicas.
● Vibrações moleculares que consistem na pesquisa de estiramento e batimento das
ligações causando deslocamento dos núcleos atômicos, porém sem afetar as
posições de equilíbrio. Essas vibrações são geradas pela absorção da irradiação
infravermelha.
● Rotação total de biomolécula, ou parte dela ao redor de eixo gerado pelo campo
eletromagnético da luz incidente. Isso poderia levar a um aumento discreto da
temperatura.

A magnitude do efeito biomodulatório ou fotobioregulador atribuído a LLLT ao interagir


com os tecidos o qual pode influenciar a funções celulares estimulando ou inibindo
atividades bioquímicas e biofísicas, é referido como sendo dependente do comprimento
de onda, dose e densidade de potência selecionada, assim como da freqüência de
tratamento, do tipo de e do espectro específico de absorção dos cromóforos moleculares.

PRINCÍPIOS DE APLICAÇÃO CLÍNICA

INDICAÇÕES

1. estimulação da regeneração da ferida em vários tipos de feridas abertas


2. tratamento de várias condições artríticas
3. tratamento de lesões de tecidos moles
4. alívio da dor.

I - Laser em Traumato-ortopedia
Na área da traumato-ortopedia a laserterapia tem podido colaborar dos pacientes
basicamente em função de seus efeitos antiinflamatórios. Em algumas situações, o efeito
cicatrizante também tem exercido papel importante.
a) Afecções na ATM (Articulação Temporo -Mandibular) Dose:3 a 4 J/cm2
b) Torcicolo (irradiar pontos de inserção do ECOM) Dose: 4-5 J/cm2
c) Tendinite do supraespinhoso (irradiar pontos de inserção muscular e/ou pontos
dolorosos) Dose: 4 - 8 J/cm2
d) Cervicalgia Dose: 3-5 J/cm2
e) Lombalgia Dose: 4 - 6 J/cm2
f) Lombocialtalgia (em nível lombar e ao longo do trajeto nervoso nos pontos
dolorosos)Dose: 4 - 8 J/cm2

Os: Traumatismos Musculares


Os traumatismos musculares de maneira geral, com maior comprometimento de ventre ou
tendão muscular, constituem quadros indicados para o uso da laserterapia.
- Lesões sem Ruptura ou com Ruptura Parcial de Fibras
A ação do laser se dá em nível da dor, da inflamação, da reparação da ruptura, e nos
edemas de cacifo duro. A aplicação por pontos é normalmente utilizada para essas
situações. Pode ser usado na fase aguda.
- Lesões com Ruptura Total de Fibras
A partir da mio ou tenorrafia realizadas, a ação do laser se dá na dor, no edema
inflamatório, e na aceleração dos tecidos lesionados. A aplicação normalmente é feita por
pontos.
- Lesões Traumáticas com Fratura
A consolidação de fraturas constitui-se num processo de reparação onde a mitose de
células do periósteo exerce papel fundamental. O laser atua no edema, na dor, na
inflamação, e no processo de reparação. Com a imobilização do seguimento pós fratura,
se faz necessário que seja feita uma janela para poder, ao menos na área mais
próxima ao local exato da fratura, realizar aplicações de radiação laser de baixa
potência. Podemos ter os seguintes efeitos:
a) Aumento na velocidade de consolidação óssea, em virtude da aceleração na
velocidade mitótica.
b) Redução na incidência de aderências pós-imobilizações, fator que proporciona
sensível redução no tempo necessário para o restabelecimento funcional pleno. As
aplicações na janela, normalmente,são feitas por pontos.

- Luxações e subluxações
Combate a dor, edema, inflamação e aderências articulares.

Dor

A utilização de lasers de baixa potência no tratamento de dor aguda e crônica pode ser
implementada de várias maneiras. Após o diagnóstico adequado da etiologia da dor, o
local da patologia pode ser gradeado. O laser deve ser aplicado em toda a área da lesão.
Quando os pontos-gatilho estão sendo tratados, o aplicador deve ser mantido perpendicular
à pele com contato leve. Se uma estrutura específica, como um ligamento, for a tecido
aplicador do laser, deverá ser mantido em contato com a pele e perpendicular àquela
estrutura. Quando se tratar uma articulação, o paciente deve ser posicionado de modo que
a articulação esteja aberta para que ocorra a penetração da energia nas áreas
intra-articulares.

Cicatrização de feridas cutâneas

Feridas abertas e úlceras, bem como contusões, abrasões e lacerações podem ser
tratadas com laser para acelerar a cicatrização e diminuir a infecção. A ferida deve ser
limpa adequadamente e todos os detritos e escaras removidos. A parte espessa que cobre
a ferida diminui a penetração do laser, portanto, é recomendada a aplicação do laser ao
redor da periferia da lesão.
As lacerações faciais podem ser tratadas com laser, embora se deva ter cuidado para
não direcionar o feixe para os olhos do paciente.

2 – Laser em reumatologia
a) Bursite (nos pontos dolorosos e zonas fibrosas) Dose: 5 - 7 J/cm2
b) Artrose no ombro (irradiar toda a articulação do ombro, face ant/post/lat) Dose: 4-6
J/cm2 c) Artrose cervical / uncoartrose Does: 2 - 4 J/cm2

CONTRA INDICAÇÕES

Além da contra-indicação da aplicação direta nos olhos (por qualquer razão que seja) a
laserterapia de baixa intensidade é também contraindicada nos seguintes casos:

• Em pacientes com carcinoma ativo ou sob suspeita. (Com a exceção do tratamento


paliativo em doentes terminais.) Os estudos no nível celular testificam os efeitos foto
bioestimuladores potenciais da radiação laser, por isso, é possível que a aplicação de
laser terapêutico possa acelerar a carcinogênese em pacientes com carcinoma.

• Irradiação direta sobre o útero em gestação. Na ausência de evidências fortes que


mostrem que não há risco para o feto ou a mãe, mas evitar o tratamento diretamente sobre
o útero em gestação representa uma precaução prudente e convencional que se aplica a
todas as formas de eletroterapia.

• Áreas de hemorragia. Isso representa uma contra-indicação absoluta do tratamento com


laser devido à possibilidade de ocorrer vasodilatação induzida por laser, que poderia
exacerbar a condição.

• Dificuldades cognitivas ou paciente não confiável. O paciente deve ser capaz de


entender a explicação e os alertas essenciais e de colaborar com as instruções.

DOSAGEM

Cada recurso fisioterápico possui uma forma diferente de raciocínio para dosagem. Com
laser de baixa potência, isso não é diferente. Na laserterapia, a densidade energética é
utilizada como forma de dosar a quantidade de radiação que se administrará a um
paciente. Assim, temos que nos preocupar em saber qual é a quantidade de energia que
será aplicada em uma certa área, ou seja, densidade energética, medida em joules/cm2 .
Tempo

O tempo de aplicação para uma certa quantidade de energia numa determinada área é
inversamente proporcional à potência de emissão. Em outras palavras, quanto maior a
potência, menor é o tempo necessário para aplicar uma certa quantidade de energia numa
certa área. Como os emissores operam com potências fixas, quanto maior a área a ser
irradiada, maior será o tempo necessário para aplicar uma certa densidade
energética.
Aparelhos

Os aparelhos de hoje já trazem o tempo de aplicação a partir da simples manipulação de


um parâmetro, que determina quantos joules/cm2 deseja-se aplicar. Ocorre que esses
controles no aparelho estipulam o tempo, onde são calibrados para tempos decorrentes de
aplicações por pontos, onde a área da ponta da caneta aplicadora é conhecida e constante.

Parâmetros

O que existe são critérios que, se não totalmente corretos, proporcionam, no mínimo, um
ponto de partida. Os critérios de dose:
- Efeito analgésico 2 a 4 J/ cm2
- Efeito antiinflamatório 1 a 3 J / cm2
- Efeito cicatrizante 3 a 6 J / cm2
- Efeito circulatório 1 a 3 J / cm2

Níveis de dosagem, de acordo com o estágio do processo inflamatório:


- Agudo doses baixas(1 a 3 J / cm2 )
- Sub-agudo doses médias(3 a 4 J / cm2 )
- Crônico doses altas(5 a 7 J / cm2 )

Também é considerado o caráter inibitório e estimulatório da dosagem:


- inibitório doses acima do 8 J / cm2
- estimulatório doses abaixo do 8 J / cm2

Além do comprimento de onda, que é determinado pelo meio ativo usado no aparelho,
os outros parâmetros de irradiação que parecem ser importantes nos tratamentos com
laser, são os seguintes:

Potência de saída

A potência de uma unidade é geralmente expressa em miliwatts (mW) ou milésimos de


um watt. Essa é geralmente fixa e invariável. Contudo, alguns aparelhos permitem que o
operador escolha a porcentagem da potência total de saída (por ex., 10%, 25% etc.); além
disso, quando o fabricante oferece a opção de uma saída pulsada, ela pode ter efeitos
profundos na potência de saída da unidade em alguns casos.

Irradiância (densidade de potência)


A potência por unidade de área (mW/cm2 ) é um parâmetro de irradiação importante, que
é geralmente mantido o mais alto possível para uma determinada unidade através da
chamada técnica de tratamento "com contato", fazendo uma firme pressão através da
caneta de aplicação durante o tratamento. Deve-se observar que, mesmo com os
pequenos graus de divergência associados com os dispositivos de tratamento com laser,
a aplicação sem contato com o tecido alvo reduzirá significativamente a efetividade
do tratamento já que a irradiância cai devido à lei do quadrado inverso e devido ao
aumento da reflexão na interface com a pele ou tecido. Para os tratamentos com contato, a
irradiância é calculada simplesmente dividindo a potência de saída (potência média
de saída para uma unidade pulsada) e o tamanho da área da caneta de aplicação.

Energia

Essa é dada em joules (J) e é geralmente especificada por ponto irradiado ou, às vezes,
para o tratamento "total" em que vários pontos são tratados. A energia é calculada
multiplicando-se a potência de saída em watts pelo tempo de irradiação ou aplicação em
segundos. Assim, um aparelho de 30 mW (ou seja, 0,03 W) aplicado por 1 minuto (ou seja,
60 s) emitirá 1,8 J de energia. A dosagem é registrada em joules por ponto, assim como os
joules totais da aplicação.

Exposição radiante (densidade de energia)

Essa é geralmente considerada a melhor forma de especificar a dosagem, pelo menos


em publicações de pesquisa, e é dada em joules por unidade de área (ou seja, J/cm2 );
os valores típicos para os tratamentos de rotinas podem variar de menos de um para mais
de 30 J/cm2 ; contudo 1-12 J/cm2 deve ser o valor mais comumente usado (vide a seguir).
A densidade de energia é geralmente calculada dividindo-se a energia emitida (em
joules) pelo tamanho da área da unidade de tratamento (em cm).

Descrever as características básicas do laser (monocromaticidade, colimação e


coerência).

A radiação gerada pelos aparelhos a laser terapêutico difere daquela produzida por outras
fontes similares (por ex., lâmpadas de infravermelho) nos três aspectos a seguir:

Monocromaticidade
A luz produzida por um laser é de "cor única", sendo a maior parte da radiação emitida
pelo dispositivo de tratamento agrupado em torno de um único comprimento de onda
com uma largura de banda muito estreita. Em contraste, a luz gerada por outras fontes
compreende uma grande variedade de comprimentos de onda, às vezes variando de
ultravioleta até infravermelho, o que resulta na sensação da cor branca quando a luz bate
na retina de um observador humano. O comprimento de onda é um fator crítico na
determinação dos efeitos terapêuticos produzidos por tratamentos por laser, já que esse
parâmetro determina quais biomoléculas específicas serão absorvidas na radiação incidente
e assim qual a interação fotobiológica básica por trás de um determinado efeito de
tratamento.

Colimação

Na luz laser, os raio de luz ou fótons produzidos pelo aparelhos laser são para todos os
propósitos práticos paralelos, quase sem divergência da radiação emitida com a
distância. Essa propriedade mantém a potência óptica do aparelho "agrupada" em uma área
relativamente pequena durante distâncias consideráveis e, em certo grau, mesmo quando
passando através dos tecidos.

Coerência
A luz emitida pelos aparelhos laser também apresenta a mesma fase, de modo que junto
com as duas propriedades únicas já descritas, as depressões e picos das ondas de luz
emitidas se combinam perfeitamente no tempo (coerência temporal) e no espaço
(coerência espacial). A relevância biológica e clínica dessa propriedade é ainda debatida,
em parte devido à disponibilidade dos chamados "diodos super luminosos" que possuem
todas as qualidades de um diodo laser "verdadeiro", menos a coerência, porém são muito
mais baratos. As unidades de tratamento, com cluster de múltiplas fontes de terceira e
quarta geração, incorporando cerca de 30 ou 40 diodos seriam proibitivamente caras para o
uso clínico de rotina se utilizassem apenas diodos laser verdadeiros; assim essas unidades
tipicamente incorporam apenas alguns diodos laser, sendo os diodos restantes super
luminosos.

Explicar as técnicas de aplicação do laser na fisioterapia.

MEZZALIRA, Josiane; FREDERICO, I. Laserterapia de baixa intensidade-revisão de literatura.


Bragança Paulista, 2007. Universidade São Francisco

FORMAS DE APLICAÇÃO

Por ser visível, o laser He-Ne permite um maior número de formas de aplicação quando
comparado ao laser As-Ga. São elas:

- Aplicação por pontos: Consiste na irradiação de um determinado ponto sobre o corpo do


paciente. Normalmente são necessários vários pontos para que toda a área a ser tratada
seja irradiada. Normalmente, cada ponto se distancia 1 cm do outro.
- Aplicação por zona ou zonal: Consiste na aplicação, de uma só vez, de uma área maior
do que um ponto. Para isso, utilizam-se recursos como fibra óptica e lentes divergentes.
- Aplicação por varredura: Consiste na aplicação onde se movimenta, como se fosse um
pincel, a caneta aplicadora, fazendo com que o ponto iluminado "varra" toda uma região.

Observações:
OBS 1: A caneta deve ficar distante, aproximadamente, cerca de 1 a 2 cm da superfície
de tratamento.
OBS 2: Nos equipamentos geradores de laser He-Ne de emissão direta utiliza-se, para
viabilizar aplicações zonais, a conexão de lentes divergentes na saída da ampola de gás ou
caneta óptica. O uso de lentes divergentes possibilita que, na medida em que se afasta a
caneta óptica da superfície do paciente, o spot formado pela radiação laser He-Ne aumente.
Tal fato viabiliza a aplicação por zona em equipamentos de emissão direta. Ocorrem perdas
de potência que variam entre 5 e 10%, de acordo com a qualidade do material utilizado na
lente.

O fato de não ser visível limita o laser As-Ga no que se refere às formas de aplicação. Não
que aplicações por zona ou mesmo em varredura sejam contra-indicadas, mas como não é
possível ver a dimensão da zona que se está irradiando, nem mesmo ter a idéia da
dispersão que o afastamento da caneta aplicadora apresenta quando de uma
aplicação em varredura, é aconselhável que, com este tipo de laser, se utilize apenas a
aplicação por pontos encostando a caneta aplicadora na pele do paciente.

TÉCNICAS DE APLICAÇÃO

● O paciente é informado do tratamento, instruído sobre os cuidados e normas de


segurança e finalmente os seus objetivos. Deve ser identificado o tipo de tecido
lesado e em que fase da regeneração este se encontra, e assim determinar qual
o efeito desejado para a terapia laser, permitindo somente agora, escolher o tipo de
laser e os parâmetros a serem aplicados.
● A pele da área a ser tratada (se o foco de lesão for abaixo da epiderme) deve ser
limpa (por exemplo, com álcool 70 %) de tal forma melhorar a penetração da
radiação luminosa.
● O paciente deve estar posicionado de forma que fique o mais estável durante o
tratamento. Tanto paciente como terapeuta devem estar utilizando óculos de
proteção adequados para o tipo de laser utilizado.
● O terapeuta fixa os parâmetros do instrumento, ou seja, comprimento de onda,
potência, dose e modo de irradiação (pontual ou varredura).
● A caneta do laser deve ficar perpendicular à superfície irradiada, para que se
diminuam as reflexões superficiais.

→ Técnica pontual: É usada com o laser infravermelho, onde a área de lesão cutânea é
dividida em centímetros quadrado e cada ponto recebe a intensidade registrada no
aparelho, sem que haja contato da caneta com a ferida. Ao ofertar toda radiação naquele
ponto, a caneta apita sendo necessário mudar de ponto e assim sucessivamente até
percorrer toda a área de lesão.
No caso de lesões musculotendíneas, o local de lesão é dividido em 4 pontos com
distância de 1 a 2 centímetros entre eles. A caneta de aplicação pode ficar sem o
contato com a área ou em contato com a pele e a pressão colocada deve ser o suficiente
para permitir um ótimo acoplamento, portanto não deve ser excessiva e não deve provocar
dor.
Pode-se utilizar filme plástico transparente de PVC para isolar o contato da caneta
laser do paciente. Isso pode ser feito envolvendo a caneta ou a pele com o filme de PVC.
Deve-se atentar para que não fiquem rugosidades no filme, portanto este deve ficar
esticado sobre a superfície isolada.

→ Técnica de Varredura: É feito uma varredura sobre a área de lesão com a caneta
laser a 1,5 cm de distância, sendo usado o laser luz vermelha. Deve padronizar o
movimento e a posição para que todas as áreas do local recebam a mesma quantidade de
radiação. Essa técnica gera polêmica, pois o modo de aplicação pode variar de terapeuta
para terapeuta como, por exemplo, a velocidade da varredura.
Independentemente da técnica escolhida, deve-se realizá-la com maior cuidado,
atentando-se para o posicionamento da caneta, velocidade da varredura, pressão de
aplicação, distância entre pontos e trilhas de varredura.
Após utilizar o recurso, a caneta de aplicação laser dever ser limpa, de forma a
eliminar qualquer resíduo que possa estar depositado no ponto de emissão da
radiação laser. O paciente deve ser orientado a referir toda e qualquer alteração que
perceber, imediatamente e após a aplicação. Essas observações devem ser criteriosamente
estudadas e relacionadas com os possíveis ganhos e alterações paramétricas do
equipamento para melhores efeitos na terapia.

A importância do uso da técnica de contato


Embora o método de aplicação possa variar dependendo da condição apresentada,
sempre que possível a caneta ou sonda aplicadora deve ser utilizada com uma pressão
firme sobre a área de tecido a ser tratada. No primeiro caso, isso torna o tratamento laser
inerentemente mais seguro, reduzindo o potencial de uma visualização acidental intrafeixe.
A razão primária para o uso da chamada técnica de contato é maximizar a irradiância ou
densidade de potência na superfície do tecido e assim o fluxo de luz dentro são fatores
importantes para assegurar a efetividade do tratamento com laser.
No local onde a caneta de aplicação é usada sem contato, o fluxo de luz dentro do tecido é
reduzido devido a vários fatores; o mais importante, a lei do quadrado inverso, é válido para
tais aplicações sem contato, levando a uma irradiância incidente reduzida. Além disso,
ocorrerá mais reflexão dos fótons incidentes onde a sonda não for mantida diretamente
em contato com o tecido.
Além de produzir os níveis mais altos de fluxo de luz dentro do tecido, a aplicação com
a técnica de contato também permitirá que o operador pressione a sonda de tratamento
para dentro dos tecidos a fim de tratar de modo mais efetivo as lesões localizadas
mais profundamente. A pressão profunda conduzirá as células sangüíneas vermelhas
para fora da área de tecido diretamente sob a caneta e, assim, reduzirá a atenuação da luz
devido à absorção por tais células.
Durante a laserterapia com caneta, há também a oportunidade de aplicar pressão sobre
pontos chave (por ex., trigger points ou pontos de acupuntura) e desse modo combinar
efetivamente laser com acupressão; na verdade, a "acupuntura a laser" tem sido proposta
há um bom tempo como uma alternativa viável (não invasiva) à estimulação de pontos de
acupuntura.
Apesar disso, há situações em que o tratamento laser não pode ser aplicado usando a
técnica de contato, principalmente nos casos em que tal aplicação seja dolorosa
demais ou em que seja necessária uma técnica asséptica (por exemplo em casos de
feridas abertas). E também os contornos do tecido a ser tratado podem não permitir o
uso do chamado cabeçote cluster de contato total, desse modo precisando ser usada
uma técnica sem contato. Quando isso ocorre, o cabeçote não deve ser mantido a uma
distância maior do que 0,5-1 cm da superfície do tecido alvo.

*Lembrar de identificar os diferentes tipos/comprimentos de ondas do laser.

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