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Laser

EMC 5204 - SOLDAGEM

Dr. Eng. Regis Henrique Gonçalves e Silva


Me. Eng. Luiz Delagnelo Barbetta
RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA
INTRODUÇÃO

 Radiação eletromagnética é definida como uma perturbação que se propaga


como onda.
 Pode propagar pelo vácuo, onde possui a velocidade de .
 Pode ser caracterizada pelo seu comprimento de onda ou pela sua frequência,
sendo as duas relacionadas pela equação:
– λ = comprimento da onda
– c = velocidade da luz no vácuo 𝑐
λ=
– f = frequência da onda 𝑓

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RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA
ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO

 Ao intervalo de radiação eletromagnética compreendendo todos os comprimentos de


onda (ou frequências) dá-se o nome de espectro eletromagnético, que compreende
desde ondas de rádio a raios gama.

 Em geral, damos o nome de


“luz” à porção do espectro
eletromagnético que
compreende a luz visível
(comprimentos que nossos
olhos conseguem detectar),
a luz ultravioleta e a luz
infravermelha.

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RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA
QUANTIZAÇÃO DA LUZ

 A radiação eletromagnética pode ser vista como um aglomerado de pacotes


indivisíveis de energia, os chamados “fótons”.
– Isto significa que a luz não pode ser dividida indefinidamente, ela sempre possuirá um
número inteiro de fótons. Não é possível ter luz com uma quantidade menor de energia do
que a de um único fóton.
 A energia do fóton (E) é proporcional à frequência (ou comprimento) da onda,
seguindo a equação de Planck, onde h é a constante de Planck, cujo valor é de .
Ou seja, quanto maior a frequência da onda, maior a energia de cada fóton
individual.

𝑐
𝐸 =h𝑓 =h
λ

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RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA
QUANTIZAÇÃO DA LUZ

 A radiação eletromagnética pode ser vista como um aglomerado de pacotes


indivisíveis de energia, os chamados “fótons”.
– Isto significa que a luz não pode ser dividida indefinidamente, ela sempre possuirá um
número inteiro de fótons. Não é possível ter luz com uma quantidade menor de energia do
que a de um único fóton.
 A energia do fóton (E) é proporcional à frequência (ou comprimento) da onda,
seguindo a equação de Planck, onde h é a constante de Planck, cujo valor é de .
Ou seja, quanto maior a frequência da onda, maior a energia de cada fóton
individual.

𝑐
𝐸 =h𝑓 =h
λ

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RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA
INTERAÇÃO LUZ-MATÉRIA

 Como a luz é uma perturbação no campo eletromagnético e a matéria é formada


por partículas com cargas (elétrons e prótons), estes interagem entre si.
 O deslocamento relativo entre as cargas elétricas dentro da matéria formam dipolos
elétricos: perde-se o equilíbrio elétrico localmente, formando-se regiões com
excesso de cargas positivas e regiões com excesso de cargas negativas.
 As cargas possuem massa (ex: elétrons, núcleos) e há sempre uma força
restauradora tentando retornar o material para a situação de equilíbrio. Logo, esse
sistema forma um oscilador harmônico, semelhante a um sistema massa-mola.
 Esse oscilador possui uma frequência de ressonância. Quanto mais próxima a
frequência da luz for da de ressonância, maior a interação entre a luz e a matéria.

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RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA
INTERAÇÃO LUZ-MATÉRIA

 Uma outra forma de se analisar a interação entre luz e matéria é pensando na luz como um
conjunto de fótons (pacotes de energia).
 Esse modo de se observar a luz é útil para entender a absorção da luz que ocorre por meio
de saltos de energia em átomos e moléculas, como, por exemplo, o salto eletrônico
passando de um orbital de menor energia para um de maior energia (um estado excitado).
 Se o fóton possuir exatamente a mesma energia de um salto eletrônico, a interação entre os
dois será elevada.
 Inversamente, o elétron decaindo de orbital irá emitir um único fóton com a mesma energia
do salto. Esse decaimento em geral é rápido e ocorre de forma espontânea, sendo a emissão
desse fóton chamada de emissão espontânea.

Absorção Emissão espontânea


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LASER
INTRODUÇÃO

 Amplificação da Luz por Emissão Estimulada de


Radiação (Light Amplification by Stimulated
Emission of Radiation - LASER).
 Utiliza o fenômeno de emissão estimulada para
amplificar a intensidade da luz no interior de um
ressonador óptico.
 Como resultado de saída, tem-se um feixe de luz
com características especiais:
– Monocromático: A luz laser possui um único comprimento
de onda, isto é, é composta apenas por fótons iguais, de
mesma energia.
– Coerente: As ondas (fótons) estão todas em fase, de
forma a se obter interferência construtiva, e não
destrutiva.
– Colimável: Com ópticas simples, é possível obter um
feixe com propagação quase que totalmente paralela
(baixíssima divergência).

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LASER
NÍVEIS ENERGÉTICOS

 Átomos, íons e moléculas podem ser encontrados em seu estado fundamental (menor nível
energético) e em estados excitados discretos e pré-definidos.

 No caso de átomos e íons, os


estados energéticos são
dados pela disposição dos
elétrons nos orbitais. Quanto
mais distante do núcleo o
orbital, maior a energia a ele
associada. Dessa forma, o
estado fundamental ocorre
quando os elétrons ocupam
os orbitais mais baixos
possíveis, enquanto os
estados de excitação
crescente são dados pela
ocupação de orbitais cada
vez mais distantes.

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LASER
EMISSÃO ESTIMULADA

 Considerando dois níveis energéticos, um de maior energia (E2) e outro de menor energia (E1),
cuja diferença de energia é ΔE.
 Se um fóton com energia incidir em um átomo no estado de maior energia, ele irá induzir o
decaimento do elétron para um orbital de menor energia e este decaimento emitirá um fóton de
mesma energia. Este é a chamada emissão estimulada.
 O fóton emitido possuirá a mesma energia, os mesmos sentido e direção de propagação e a
mesma fase do fóton incidente. O fóton da emissão estimulada será uma cópia idêntica do
original.
 O meio ativo do laser é composto por um material adequado para o efeito da emissão estimulada,
que possa se manter no estado de maior energia por um tempo maior antes que ocorra a emissão
espontânea.
Estado de maior energia
Laser
Ef
Ef Ef
Ef

Meio Ativo
Estado de menor energia

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LASER
AMPLIFICAÇÃO DA LUZ

 Para se obter a amplificação da luz, o primeiro requisito é haver um meio (material) através do
qual a luz tenha um ganho por meio da emissão estimulada.
 Da mesma forma que o fóton de energia Ef tem alta probabilidade de induzir a emissão
estimulada ao encontrar um átomo em E2, se o fóton encontrar o átomo na condição E1, há
grandes chances de ele ser absorvido. Na verdade, a probabilidade de emissão estimulada em
E2 é exatamente a mesma de absorção em E1. Logo, é preciso haver mais átomos no estado
de maior energia (N2) do que no de menor energia (N1), uma inversão de população.
 Para se obter a inversão de população, é necessário um intenso bombeamento de energia
para o meio ativo, que pode ser feito por meio de lâmpadas, de correntes elétricas e até
mesmo por outros lasers.

Laser

Ef
𝑁2> 𝑁 1 Fonte de
Bombeamento

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LASER
AMPLIFICAÇÃO DA LUZ

 Para se aproveitar ao máximo o efeito de amplificação no meio ativo, são utilizados espelhos
para fazer com que o feixe de luz passe repetidamente através do meio ativo, acumulando os
ganhos de cada passagem. Forma-se então um ressonador óptico.
 Somente os fótons viajando na direção correta serão mantidos pelo ressonador, filtrando
aqueles que forem emitidos em outras direções aleatórias. Dessa forma, a característica de
boa colimação feixe laser pode ser obtida.
 Entretanto, a luz totalmente confinada no interior do ressonador não tem aplicação útil, então
um dos espelhos é feito de tal forma que uma pequena parcela da luz incidente seja
transmitida para então ser aproveitada nas mais variadas aplicações.

Laser Laser

Ressonador
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LASER
TIPOS DE LASER

Fontes laser podem ser classificadas quanto ao meio ativo ou quanto ao regime de
funcionamento.
 Meio Ativo
– Não há consenso quanto à classificação pelo meio ativo. A nomenclatura mais usada para os lasers
mais comuns para soldagem, revestimento e manufatura aditiva é:
 Laser de Estado Sólido
 Laser de Estado Gasoso
 Laser de Semicondutor

 Regime de Funcionamento
– Pulsado: São lasers que acumulam energia luminosa no interior do ressonador antes de descarregá-
la em um pulso curto com altíssima potência instantânea (podendo atingir os GW), embora a
potência média seja relativamente baixa.
– Contínuo: São lasers que emitem potência para o processo de forma contínua, podendo trabalhar
continuamente em sua potência máxima (em laboratórios, há lasers contínuos capazes de trabalhar
com algumas centenas de kW, mas a realidade na indústria é de centenas de W ou alguns poucos
kW). Esses lasers podem ser modulados, isto é, a potência pode ser variada ao longo do tempo,
mas nunca pode ultrapassar a potência máxima nominal (não há acúmulo de energia enquanto o
laser não está emitindo).

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LASER
TIPOS DE LASER

Princípio do Laser de CO2 Princípio do Laser Nd:YAG

Princípio do Laser de Fibra bombeado


a diodo

Princípio do Laser de Disco

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LASER
EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

Devido às suas características, a luz laser é uma ferramenta utilizada nas mais diversas
áreas como:
 Metrologia
– A luz monocromática e coerente é ideal para a geração de padrões de interferência (“franjas”),
utilizados para medição bastante precisa de distâncias.
 Tecnologia da Informação
– Pulsos de luz através de fibra óptica podem transmitir uma grande quantidade de dados à grande
velocidade e à longa distância.
– Focado em uma área bastante pequena, o feixe pode ser utilizado para ler e escrever informações
digitais, como em discos do tipo CD, DVD e BluRay.
 Processamento de Materiais
– Laser atuando como fonte térmica para processos de soldagem, de corte, de revestimento, de
texturização e de manufatura aditiva.
 Saúde e Estética
– A luz monocromática pode interagir seletivamente com diferentes tecidos, sendo altamente
absorvida por alguns e não interagindo com outros.
– Em cirurgias, pode ser utilizado para provocar cortes precisos e cauterizados.

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