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Radiologia
Módulo III
Professora ; Tamiles Rodrigues
Radioproteção e Dosimetria
Introdução:
Modelos atômicos: 1) geométrico, onde os orbitais são percorridos por elétrons; 2) quântico,
onde os orbitais são nuvens envolvendo o núcleo, local provável de encontrar elétron.
Estrutura Eletrônica
Série radioativa;
Após ser capturado, o elétron deixará uma vaga no seu nível orbital,
que será preenchida por outro elétron de camadas mais externas,
dando origem à emissão de raios-X (chamados de característicos)
(TAUHATA et al., 2014).
Tipos de Desintegração (Decaimento)
Radioativa
Desintegração por captura eletrônica
A denominação “característico” se deve ao fato de os fótons
emitidos, por transição, a serem monoenergéticos e revelarem
detalhes da estrutura eletrônica do elemento químico e, assim, sua
energia e intensidade relativa permitem a identificação do
elemento de origem.
Radiação de aniquilação:
No processo de interação da radiação com um meio material,
ocorre a transferência de energia para os átomos e moléculas
que estejam em sua trajetória, esta interação pode provocar
ionização, excitação, ativação do núcleo e radiação de
fretamento, conforme descrito a seguir.
Interação da Radiação com a Matéria
Ionização:
Denomina-se ionização o processo pelo qual os átomos perdem ou
ganham elétrons e se tornam, então, eletricamente carregados,
conhecidos como íons.
Excitação:
Diz respeito à adição de energia a um átomo, elevando-o do estado
fundamental de energia ao estado de excitação. Os elétrons são
deslocados de seus orbitais de equilíbrio e, ao retornarem, emitem
a energia excedente sob a forma de radiação (luz ou raios-X
característicos).
Interação da Radiação com a Matéria
Ativação do núcleo:
A ativação do núcleo é a interação de radiações com energia
superior àquela de ligação dos núcleons, e que provoca reações
nucleares, resultando num núcleo residual e na emissão de
radiação.
Tubos de raios-X
O feixe de elétrons é gerado por emissão termoiônica num
filamento aquecido. O campo elétrico é obtido ao aplicar uma alta
voltagem entre os terminais do tubo de raios X. A emissão de raios
X só ocorre, quando estiver ligada a alta tensão. Quanto maior a
tensão aplicada ao tubo, maior será a energia dos raios X gerados e
maior também o seu poder de penetração.
Fontes Artificiais
Fontes de nêutrons
As fontes de nêutrons utilizam o bombardeio do berílio com
partículas alfa provenientes de um radionuclídeo com ele
misturado, gerando, então, feixe de nêutrons de alto fluxo, a partir
das reações nucleares nele produzidas. As fontes mais utilizadas são
de: Am-Be, Po-Be, Ra-Be, Pu-Be, capazes de gerar fluxos de mais de
um milhão de nêutrons por cm2, por segundo.
Exposição externa
Diz-se exposição externa aquela em que a fonte de radiação,
aparelhos de raios-X ou fontes radioativas, estão fora do corpo da
pessoa irradiada. Este modo de exposição ocorre sempre em que
são manipuladas as fontes de radiação, sejam seladas ou abertas.
Exposição interna
A exposição interna é aquela em que a fonte de radiação está
dentro do corpo da pessoa irradiada. Isto ocorre quando o material
radioativo entra no corpo do indivíduo por inalação, ingestão ou
através da pele intacta ou ferida, quando do manuseio de uma fonte
aberta de radiação.
Exposição interna
O tempo de manifestação dos efeitos causados por estas exposições
pode ser tardio, manifestando-se após 60 dias, ou imediatos, que
ocorrem num período de poucas horas até 60 dias. Quanto ao nível
de dano, os efeitos podem ser: somáticos, que acontecem na
própria pessoa irradiada ou hereditários, os quais se manifestam na
prole do indivíduo como resultado de danos causados nas células
dos órgãos reprodutores. Os efeitos biológicos das radiações
ionizantes podem ser estocásticos ou determinísticos.
Tipos de Exposição e seus Efeitos
Efeitos estocásticos
São aqueles que causam alterações aleatórias no DNA de uma única
célula que, no entanto, continua a se reproduzir. Levam à
transformação celular, são efeitos hereditários e não apresentam
limiar de dose. O dano pode ser causado por uma dose mínima de
radiação. O aumento da dose somente aumenta a probabilidade e
não a severidade do dano. São cumulativos, quanto maior a dose,
maior a probabilidade de ocorrência de dano; quando o dano
ocorre em célula germinativa, efeitos hereditários podem ocorrer.
Tipos de Exposição e seus Efeitos
Efeitos determinísticos
São aqueles que levam à morte celular. Existe uma relação previsível
entre a dose e a dimensão do dano esperado, sendo que estes só
aparecem a partir de uma determinada dose. A probabilidade de
ocorrência e a severidade do dano estão diretamente relacionadas
com o aumento da dose. As alterações são somáticas, a dose
estando acima do limiar, a destruição celular não pode ser
regenerada e os efeitos clínicos podem aparecer.
Classificação das Exposições dos Seres
Humanos à Radiação
As exposições dos seres humanos à radiação são classificadas
enquanto médica, ocupacional e do público.
Exposição médica
A exposição médica é observada na pessoa, como parte de um
tratamento ou diagnóstico, ajudando a conter ou amparar um
paciente ou em voluntários participantes de pesquisa científica. Não
há limite de dose, uma vez que esta é determinada pela
necessidade médica. No entanto, recomenda-se o uso de níveis de
referência.
Classificação das Exposições dos Seres
Humanos à Radiação
Exposição ocupacional
Este tipo de exposição é aquele observado no ambiente de trabalho.
Denomina-se exposição pública aos demais tipos de exposição.
Enquanto frequência e intensidade, a exposição pode ser:
Em que:
Conceitos e Grandezas de Proteção
Radiológica
Relação entre taxa de exposição (Ẋ) e atividade da fonte (A):
Esta relação vale para as seguintes condições:
Justificação:
Justificação da prática significa balancear o benefício da exposição
do indivíduo ou da sociedade às radiações, tendo em conta a
totalidade dos benefícios potenciais que dela decorram em
comparação com o detrimento (dano) que possa ser causado pela
radiação ao indivíduo (relação risco x benefício) [Portaria 453 –
1998].
Fatores de Proteção Radiológica
Otimização:
O princípio da otimização estabelece que as instalações e as práticas
devem ser planejadas, implantadas e executadas, de modo que a
magnitude das doses individuais, o número de pessoas expostas e a
probabilidade de exposições acidentais sejam “tão baixos quanto
razoavelmente possível, considerando fatores econômicos e sociais”
(ALARA: As Low as Reasonably Achievable) [Portaria 453 – 1998].
Fatores de Proteção Radiológica
Tempo de exposição:
A redução, tanto quanto possível, do tempo de permanência em
áreas onde estão presentes fontes de radiação ionizante é uma
maneira simples de evitar exposições desnecessárias, uma vez que a
dose acumulada é diretamente proporcional ao tempo de exposição
a essa radiação (Dose = Taxa de Dose x Tempo).
Controle de Exposição
Distância da fonte:
O aumento da distância entre uma fonte de radiação ionizante e um
indivíduo é, também, uma solução simples para minimizar a
exposição e, consequentemente, o acúmulo de dose. No caso de
fontes puntiformes, é válida a Lei do Inverso do Quadrado da
Distância, qual seja:
Blindagem:
As pessoas que trabalham com fontes ou geradores de radiação
ionizante devem dispor de procedimentos técnicos bem elaborados de
modo que o objetivo da tarefa seja concretizado e sua segurança esteja
garantida contra exposições desnecessárias ou acidentais.
Em que,
σ = é o coeficiente de atenuação linear Compton total
(espalhamento e absorção);
k= é o coeficiente de atenuação devido ao efeito fotoelétrico;
τ= é o coeficiente de atenuação linear devido a formação de par.
Controle de Exposição
Procedimento de Monitoração
A proteção radiológica dispõe de vários recursos para evitar que os
indivíduos recebam doses excessivas ou desnecessárias e avaliar se
esses recursos foram eficientes por meio da monitoração.
Monitoração de Área
Monitoração de área
É utilizada para indicar os níveis de radiação existentes em locais de
trabalho. Por este método, pode-se estimar com antecedência a
dose esperada nas pessoas que permanecerem nesta área em
determinado tempo, podendo adverti-las quando os níveis de
radiação forem inadequados.
Monitoração de área
O aparelho portátil comumente utilizado é o detector Geiger-
Muller,“detector beta gama”. Monitores do tipo fixo podem ser
instalados em locais estratégicos. Medem o nível de radiação
constantemente e quando um nível pré-determinado for atingido,
um sinal de alerta luminoso e/ou sonoro chama atenção do
operador, não permitindo que ele receba uma dose excessiva de
radiação, de acordo com estudos observados por Xavier (2003).
Monitoração de Área
Proteção do operador
Os indivíduos que empregam, em seu trabalho, fontes de radiação
ionizante devem ter a sua disposição equipamentos de proteção
adequados, como vestimentas apropriadas, jalecos ou macacões,
equipamentos de proteção respiratória, biombos para atenuação das
radiações, aventais de chumbo e outras blindagens específicas para
determinados órgãos, luvas e sapatilhas, como afirma Mazzilli et al.
(2002).
Plano de Radioproteção
Rejeitos Radioativos
O gerenciamento seguro de rejeitos radioativos tem por objetivo
maior a proteção dos seres humanos e a preservação do meio
ambiente, limitando possíveis impactos radiológicos para as gerações
futuras, e abrange um conjunto de atividades administrativas e
técnicas envolvidas na coleta, segregação, manuseio, tratamento,
acondicionamento, transporte, armazenamento, controle e dispensa
ou deposição final de rejeitos radioativos.
Plano de Radioproteção
Rejeitos Radioativos
Devem ser observados os seguintes princípios:
• Princípio 1: Proteger a saúde humana;
• Princípio 2: Proteger o meio ambiente;
• Princípio 3: Proteger além das fronteiras do País;
• Princípio 4: Proteger as gerações futuras;
• Princípio 5: Não transferir ônus indevidos às gerações futuras;
• Princípio 6: Estabelecer, no País, uma estrutura legal apropriada;
• Princípio 7: Minimizar a geração de rejeitos;
• Princípio 8: Levar em consideração a interdependência entre
geração e gerenciamento de rejeitos; e
• Princípio 9: Garantir a segurança de instalações de gerenciamento
de rejeitos radioativos.
Plano de Radioproteção
Rejeitos Radioativos
A Norma Cnen-NN-3. 1 “Diretrizes Básicas de Proteção Radiológica”,
introduziu o conceito de “dispensa”, qual seja, a retirada do controle
regulatório de materiais radioativos associados a uma prática
autorizada. A dispensa se aplica à eliminação de materiais radioativos
sólidos no sistema de coleta de lixo urbano ou em aterros, e de
materiais radioativos líquidos no esgoto sanitário.
Plano de Radioproteção
Rejeitos Radioativos
De acordo com a Norma Cnen-NN 8.01, observada em Azevedo
(2012), os rejeitos radioativos podem pertencer a uma das seguintes
classes:
Classe 0 - Rejeitos Isentos (RI): rejeitos contendo radionuclídeos
com valores de atividade ou de concentração de atividade, em
massa ou volume, inferiores ou iguais aos respectivos níveis de
dispensa;
Classe 1 - Rejeitos de Meia-Vida Muito Curta (RVMC): rejeitos com
meia-vida inferior ou da ordem de 100 dias, com níveis de
atividade ou de concentração em atividades superiores aos
respectivos níveis de dispensa;
Plano de Radioproteção
Rejeitos Radioativos
Classe 2 - Rejeitos de Baixo e Médio Níveis de Radiação (RBMN):
rejeitos com meia-vida superior à dos rejeitos da Classe 1, com
níveis de atividade ou de concentração em atividade superior aos
níveis de dispensa estabelecidos, bem como com potência térmica
inferior a 2 kW/m3; Estes estão divididos em quatro subclasses:
• 2.1: Meia-Vida Curta: rejeitos de baixo e médio níveis de radiação
contendo emissores beta/gama, com meia-vida inferior ou da
ordem de 30 anos e com concentração de radionuclídeos emissores
alfa de meia-vida longa;
• 2.2: Rejeitos Contendo Radionuclídeos Naturais: de extração e
exploração de petróleo, contendo radionuclídeos das séries do
urânio e tório em concentrações de atividade ou atividades acima
dos níveis de dispensa estabelecidos;
Instrumentação
As principais substâncias
utilizadas como materiais
termoluminescentes para
dosimetria são o CaSO4:Dy
(sulfato de cálcio dopado com
disprósio), o CaSO:Mn (dopado
com manganês); o LiF (fluoreto
de lítio) e a CaF2 (fluorita). No
Brasil, o CaSO4: Dy (produzido
no IPEN/CNENSP) e o LiF, são
os mais utilizados.
Câmara de ionização de bolso (caneta
dosimétrica)
Os dosímetros de bolso, do
tamanho de uma caneta
comum chamados por isso de
canetas dosimétricas, são
utilizados como dosímetros
complementares, quando é
necessária uma medida direta
e rápida, permitindo ao
usuário verificar a dose a que
foi submetido durante um
determinado trabalho.
Diodos semicondutores