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Fonte:http://www.prof2000.pt/users/angelof/luz_e_espectros.

htm
Acesso:10/05/2012

Luz e Espectros

A Luz e o Espectro Electromagnético


Na física moderna, a luz ou radiação electromagnética pode ser vista segundo uma de duas
perspectivas, complementares e de acordo com as propriedades que pretendamos estudar:
como uma onda, manifestando todas as características associadas aos fenômenos
ondulatórios, ou como partículas desprovidas de massa em movimento, chamadas fótons.
Em espectroscopia astronômica, toma especial relevância o comportamento ondulatório
associado a um campo electromagnético em movimento. Desta forma torna-se necessário
conhecer algumas das grandezas que, estando associadas a este fenômeno, nos permitirão
explicar e quantificar algumas das suas propriedades.

A onda pode ser caracterizada através do seu comprimento de onda (distância medida entre
dois pontos sucessivos na mesma fase ou, por outras palavras, a distância entre duas cristas
ou entre dois vales sucessivos) ou pela sua frequência (número de ondas – número de vezes
que o comprimento de onda – passam por um ponto fixo por unidade de tempo) e pela
energia que a ela se encontra associada. Para as ondas luminosas, a relação entre a energia

(E) e a frequência (ν) ou o comprimento de onda (λ) é dada por: E = hν = h(c/λ)


onde c é a velocidade da luz no vácuo, onde assume o valor constante de,

aproximadamente, 3,0 x 1010 cm/s, e h é a chamada constante de Planck cujo valor é h =

6,625 x 10-27 erg.s (ou 6,625 x 10-34 J.s).


O conjunto das diferentes radiações, que diferem quanto ao valor das suas grandezas E, λ e
ν, constitui o espectro electromagnético, onde a luz visível corresponde apenas a uma
pequena região dentro desta distribuição.
A parte visível do espectro electromagnético contém o conjunto das cores conhecidas, do
vermelho – radiação visível de maior comprimento de onda – ao violeta – à qual está
associado o menor valor de comprimento de onda, no visível.

O espectro visível.
O Átomo e a Absorção e Emissão de Luz

A maior parte das propriedades atômicas e moleculares podem ser explicadas com recurso
a uma imagem simplificada do átomo de acordo com o modelo de Bohr. Este modelo
proposto por Bohr em 1915 não é completamente correto, mas em diversas situações ele
torna-se suficiente para a explicação e compreensão dos fenômenos associados.

No átomo de Bohr, os protões e os neutrões ocupam uma densa região central chamada
núcleo e os electrões orbitam esse núcleo, tal como os planetas orbitam o Sol, sem no
entanto se encontrarem confinadas a um único plano.

Uma propriedade básica da mecânica quântica aplicada ao átomo de Bohr, tem a ver com a
quantificação da energia associada às diferentes partículas que o constituem, ou seja estas
partículas só podem assumir determinados valores discretos de energia. Isto quer dizer que
apenas determinadas órbitas, com certos raios serão permitidas, enquanto que órbitas entre
estas simplesmente não existem. Torna-se assim mais correto falar em níveis de energia
associados aos electrões em vez de órbitas.
Esquematização da excitação e desexcitação atômica.

Desta forma, o átomo só pode absorver ou emitir certos valores bem discretos de energia,
calculada por:
DE = Ej – Ei
onde ∆E corresponde à energia do fotão emitido ou absorvido, Ei à energia do nível na

transição mais próximo do núcleo e Ej quantifica o valor da energia do nível mais afastado

do núcleo implicado na transição.


Sabendo que os átomos podem absorver ou emitir radiação electromagnética com valores
discretos de energia dependente da sua estrutura atômica, é possível fazer passar essa luz
por um simples prisma de vidro ou por uma rede de difração de forma a separar
espacialmente as diferentes radiações de acordo com o seu comprimento de onda.

A dispersão da luz nas suas componentes por um prisma.


O registo dessas radiações constituem o espectro atômico, que será de absorção ou de
emissão consoante o tipo de transições eletrônicas associadas.
O correspondente espectro pode apresentar simplesmente um contínuo, ou pode ter
sobrepostas nesse contínuo um conjunto de riscas brilhantes (espectro de emissão) ou de
riscas escuras (espectro de absorção).

Os vários tipos de espectro no visível.

As diferentes características apresentadas por cada um dos tipos de espectros anteriores,


resultam diretamente de particularidades relativas à fonte que está na sua origem. Assim,
um espectro contínuo resulta da colisão entre átomos no seio de gás denso, cujas energias
resultantes não obedecem a qualquer quantificação, originando bandas de luz mais
espraiadas e não individualizadas, onde se torna impossível reconhecer onde começa e
acaba cada cor. Um espectro de emissão é produzido por gases rarefeitos, onde o número
de colisões entre os átomos constituintes é muito reduzido devido à baixa densidade; as
riscas de emissão correspondem a fótons (quantos de energia) que são emitidos quando se
verificam transições eletrônicas de estados excitados para níveis de mais baixa energia. Um
espectro de absorção ocorre quando a luz emitida por uma determinada fonte passa através
de um gás frio e rarefeito, sendo absorvida radiação com determinados valores de
frequência bem específicos; a luz absorvida pode, posteriormente ser reemitida mas em
diferentes direções daquela correspondente ao fotão absorvido, daí que as riscas negras no
espectro não sejam mais do que ausência de luz.
Origem dos vários tipos de espectro.

O espectro do hidrogênio é particularmente importante em astronomia, tendo em conta que


este é de longe o elemento mais abundante no Universo. O processo de emissão ou
absorção de radiação no hidrogênio, dá origem a séries, as quais são sequências de linhas
correspondentes a transições atômicas, cada uma delas acabando (emissão) ou começando
(absorção) num mesmo nível energético.

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