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Propriedades Ópticas da

Matéria
Stefânia de Oliveira Silva
Conceitos Básicos
 Por propriedade óptica entende-se a resposta de um material à exposição a uma
radiação eletromagnética e, em particular, à luz visível.

 Radiação eletromagnética é considerada de natureza ondulatória, consistindo


em componentes de campo elétrico e de campo magnético que são
perpendiculares entre si e também à direção da propagação (Figura1).

 A luz, o calor (ou energia radiante), o radar, as ondas de rádio e os raios X são
todos formas de radiação eletromagnética.
 A luz visível está localizada em uma região muito estreita do espectro, com
comprimentos de onda que variam entre aproximadamente 0,4 μm (4 × 10–7
m) e 0,7 μm, Figura 2
Conceitos Básicos
 Toda radiação eletromagnética atravessa o vácuo à mesma velocidade, aquela da luz — qual seja, 3 × 108 m/s (186.000 mi/s). Essa velocidade, c,
está relacionada com a permissividade elétrica do vácuo ε0 e à permeabilidade magnética do vácuo μ0 por meio da relação

 A frequência ν e o comprimento de onda λ da radiação eletromagnética são uma função da velocidade de acordo com

 A frequência é expressa em termos de hertz (Hz) e 1 Hz = 1 ciclo por segundo. As faixas de frequência para as várias formas de radiação
eletromagnética também estão incluídas no espectro (Figura 2).
 Às vezes é mais conveniente visualizar a radiação eletromagnética a partir de uma per spectiva quântico-mecânica, na qual a radiação, em vez de
consistir em ondas, é composta por grupos ou pacotes de energia, denominados fótons.

 A energia E de um fóton é dita estar quantizada, ou seja, ela pode apresentar apenas alguns valores específicos, definidos pela relação

 constante de Planck em que h é uma constante universal denominada constante de Planck, que possui um valor de 6,63 × 10–34 J∙s
Conceitos Básicos
Conceitos Básicos

Quando se descrevem os fenômenos ópticos envolvendo as interações entre a radiação e a matéria, normalmente a
explicação fica mais fácil se a luz for tratada em termos de fótons. Em outras ocasiões, é preferível um tratamento
ondulatório;
Interações da Luz com os Sólidos

 Quando a luz passa de um meio para outro (por exemplo, do ar para o interior de uma substância sólida), várias coisas
acontecem.
 A intensidade I0 do feixe incidente à superfície do meio sólido deve ser igual à soma das intensidades dos feixes
transmitido, absorvido e refletido, representados como IT , IA e IR, respectivamente, ou

 A intensidade da radiação, expressa em watts por metro quadrado, corresponde à energia que está sendo transmitida por
unidade de tempo através de uma área unitária que é perpendicular à direção de propagação

 Os materiais capazes de transmitir a luz com absorção e reflexão relativamente pequenas são transparentes — pode-se
ver através deles.
 Os materiais translúcidos são aqueles através dos quais a luz é transmitida de maneira difusa; ou seja, a luz é dispersa
em seu interior uma vez que os objetos não são distinguidos com clareza ao serem observados através de uma amostra do
material.
 Os materiais que são impermeáveis à transmissão da luz visível são denominados opacos.
Interações Atômicas e Eletrônicas

 Os fenômenos ópticos que ocorrem no interior dos materiais sólidos envolvem interações entre a radiação
eletromagnética e os átomos, íons e/ou elétrons.
 Duas das mais importantes dessas interações são a polarização eletrônica e as transições de energia dos elétrons
 Polarização Eletrônica
 Um componente de uma onda eletromagnética é simplesmente um campo elétrico que oscila rapidamente.
 Para a faixa de frequências do espectro visível, esse campo elétrico interage com a nuvem eletrônica que envolve cada
átomo em sua trajetória, de maneira a induzir uma polarização eletrônica ou a deslocar a nuvem eletrônica em relação
ao núcleo do átomo com cada mudança na direção do componente do campo elétrico, como demonstra a Figura 3a.

(1) uma parcela da energia da radiação pode ser absorvida, e


(2) as ondas de luz têm suas velocidades reduzidas conforme passam através do meio. A segunda consequência se
manifesta como refração.
Interações Atômicas e Eletrônicas

 Transições Eletrônicas
 A absorção e a emissão de radiação eletromagnética podem envolver transições
eletrônicas de um estado de energia para outro.
 Para o propósito dessa discussão, considere um átomo isolado para o qual o
diagrama de energia dos elétrons é representado na Figura 4.
 Um elétron pode ser excitado de um estado ocupado com energia E2 para um estado
vazio e de maior energia, representado por E4, pela absorção de um fóton de
energia.
 A variação de energia apresentada pelo elétron, ΔE, depende da frequência da
radiação de acordo com

em que, novamente, h é a constante de Planck.


Interações Atômicas e Eletrônicas

 Nesse ponto, é importante que vários conceitos sejam compreendidos:


 Em primeiro lugar, uma vez que os estados de energia para os átomos são discretos, existem apenas valores específicos
de ΔE entre os níveis de energia; dessa forma, apenas os fótons com frequências que correspondem aos possíveis valores
de ΔE para o átomo podem ser absorvidos pelas transições eletrônicas. Além disso, toda a energia de um fóton é
absorvida em cada evento de excitação.
 estado excitado
 estado fundamental
 Um segundo conceito importante é o de que um elétron estimulado não pode permanecer indefinidamente em um estado
excitado; após um curto intervalo de tempo, ele cai ou decai novamente para seu estado fundamental, ou nível não
excitado, com uma reemissão de radiação eletromagnética.

 Várias trajetórias de decaimento são possíveis, e essas são discutidas posteriormente. Em qualquer caso, deve haver
conservação da energia nas transições eletrônicas de absorção e de emissão.
Propriedades Ópticas dos Metais
 Considere os esquemas da banda de energia dos elétrons para os metais, conforme ilustrados nas Figuras 5a e 5b; em
ambos os casos, uma banda de alta energia está apenas parcialmente preenchida com elétrons. Os metais são opacos, pois
as radiações incidentes com frequências na faixa do espectro visível excitam os elétrons para estados de energia não
ocupados acima da energia de Fermi, como demonstrado na Figura 6a;

A absorção total ocorre em uma camada


externa muito fina, geralmente menor que
0,1 μm; assim, apenas filmes metálicos
mais finos que 0,1 μm são capazes de
transmitir a luz visível.
Propriedades Ópticas dos Metais

 Todas as frequências da luz visível são absorvidas pelos metais em razão da disponibilidade contínua de estados
eletrônicos vazios, o que possibilita transições eletrônicas como mostra a Figura 6a.
 Na verdade, os metais são opacos a todas as radiações eletromagnéticas na extremidade inferior do espectro de
frequências, desde as ondas de rádio, passando pelas radiações infravermelha e visível, até aproximadamente a metade
do espectro da radiação ultravioleta. Os metais são transparentes às radiações de alta frequência (raios X e γ).
 A maior parte da radiação absorvida é reemitida a partir da superfície do metal na forma de luz visível com o mesmo
comprimento de onda, que aparece como luz refletida; uma transição eletrônica acompanhada de uma reemissão de
radiação é mostrada na Figura 6b.
 A refletividade para a maioria dos metais encontra-se entre 0,90 e 0,95; uma pequena fração da energia dos processos de
decaimento dos elétrons é dissipada na forma de calor.
 Uma vez que os metais são opacos e altamente refletivos, a cor percebida é determinada pela distribuição dos
comprimentos de onda da radiação que é refletida, e não da radiação que é absorvida. Uma aparência prateada brilhante
quando o metal é exposto a uma luz branca indica que o metal é altamente refletivo ao longo de toda a faixa do espectro
visível.
Propriedades Ópticas dos Não Metais

 Em virtude de suas estruturas das bandas de energia eletrônicas, os materiais não metálicos podem ser transparentes à luz
visível. Portanto, além da reflexão e da absorção, os fenômenos da refração e da transmissão também precisam ser
considerados.
 REFRAÇÃO
 A luz transmitida para o interior de materiais transparentes experimenta uma diminuição em sua velocidade e, como
resultado disso, é desviada (muda de direção) na interface; esse fenômeno é denominado refração.
 O índice de refração n de um material é definido como a razão entre a velocidade da luz no vácuo c e a velocidade da
luz no meio ν, ou seja,

 A magnitude de n (ou o grau de desvio) depende do comprimento de onda da luz. Esse efeito é demonstrado
graficamente pela dispersão ou separação familiar de um feixe de luz branca em suas cores componentes por um prisma
de vidro.
Propriedades Ópticas dos Não Metais

 O índice de refração não afeta apenas a trajetória óptica da luz, mas também, influencia a fração da luz incidente que é
refletida na superfície.
 Da mesma forma que a Equação 1, define a magnitude de c, uma expressão equivalente fornece a velocidade da luz ν em
um meio como

 Dessa forma, para os materiais transparentes existe uma relação entre o índice de refração e a constante dielétrica. Como
já mencionado, o fenômeno da refração está relacionado com a polarização eletrônica, nas frequências relativamente altas
da luz visível; dessa forma, o componente eletrônico da constante dielétrica pode ser determinado a partir de medições do
índice de refração
Propriedades Ópticas dos Não Metais

 REFLEXÃO
 Quando a radiação luminosa passa de um meio para outro com um índice de refração diferente, uma parcela da luz é
espalhada na interface entre os dois meios, mesmo se ambos os materiais forem transparentes.
 A refletividade R representa a fração da luz incidente que é refletida na interface, ou seja,

 em que n1 e n2 são os índices de refração dos dois meios. Se a luz incidente não é normal à interface, R depende do ângulo
de incidência. Quando a luz é transmitida do vácuo ou do ar para o interior de um sólido s, então

 uma vez que o índice de refração do ar é muito próximo à unidade. Dessa forma, quanto maior o índice de refração do
sólido, maior é a refletividade. Para vidros de silicato típicos, a refletividade é de aproximadamente 0,05.
Propriedades Ópticas dos Não Metais

 ABSORÇÃO
 Os materiais não metálicos podem ser opacos ou transparentes à luz visível; se forem transparentes, com frequência
exibem uma aparência colorida.
 Em princípio, a radiação luminosa é absorvida nesse grupo de materiais por dois mecanismos básicos, que também
influenciam as características de transmissão desses não metais. Um desses mecanismos é a polarização eletrônica.
 A absorção por polarização eletrônica é importante somente para frequências da luz na vizinhança da frequência de
relaxação dos átomos constituintes. O outro mecanismo envolve transições eletrônicas da banda de valência para a banda
de condução, que dependem da estrutura da banda de energia dos elétrons do material; as estruturas das bandas de
materiais semicondutores e isolantes.
 A energia de excitação ΔE está relacionada com a frequência do fóton absorvido. Essas excitações, com suas consequentes
absorções de energia, podem ocorrer somente se a energia do fóton for maior que a do espaçamento entre bandas Ee —
isto é, se
Propriedades Ópticas dos Não Metais

 O comprimento de onda mínimo para a luz visível, λ (mín), é de aproximadamente 0,4 μm, e, uma vez que c = 3 × 108 m/s
e h = 4,13 × 10–15 eV·s, a energia máxima do espaçamento entre bandas Ee(máx) para a qual é possível a absorção da luz
visível é

 Em outras palavras, nenhuma luz visível é absorvida por materiais não metálicos que possuam energias do espaçamento
entre bandas maiores que aproximadamente 3,1 eV; esses materiais, se forem de alta pureza, parecerão transparentes e
incolores.
 Entretanto, o comprimento de onda máximo para a luz visível, λ(máx), é de aproximadamente 0,7 μm; o cálculo da energia
mínima do espaçamento entre bandas Ee(mín) para a qual existe absorção da luz visível fornece
Propriedades Ópticas dos Não Metais

 Esse resultado significa que toda a luz visível é absorvida por transições eletrônicas da banda de valência para a banda de
condução nos materiais semicondutores que possuem energias do espaçamento entre bandas menores que
aproximadamente 1,8 eV; dessa forma, esses materiais são opacos.
 Apenas uma fração do espectro visível é absorvida pelos materiais que possuem energias do espaçamento entre bandas
entre 1,8 e 3,1 eV; consequentemente, esses materiais são coloridos.
 Todo material não metálico se torna opaco em um dado comprimento de onda, o qual depende da magnitude da sua Ee.
Por exemplo, o diamante, que possui uma energia do espaçamento entre bandas de 5,6 eV, é opaco para as radiações com
comprimentos de onda menores que aproximadamente 0,22 μm.
Propriedades Ópticas dos Não Metais

 Além disso, podem ocorrer transições eletrônicas em múltiplas etapas, as quais envolvem níveis de impurezas que estão
localizados dentro do espaçamento entre bandas.
 Uma possibilidade, como indicado na Figura 8b, é a emissão de dois fótons; um é emitido quando o elétron decai de um
estado na banda de condução para o nível da impureza, enquanto o outro é emitido quando ele decai de volta para a banda
de valência. Alternativamente, uma das transições pode envolver a geração de um fônon (Figura 8c), na qual a energia
associada é dissipada na forma de calor.
 A intensidade da radiação absorvida resultante depende da natureza do meio, assim como do comprimento da trajetória em
seu interior. A intensidade da radiação transmitida ou não absorvida I9T diminui continuamente em função da
distância x que a luz percorre:
Propriedades Ópticas dos Não Metais

 TRANSMISSÃO
 Os fenômenos de absorção, reflexão e transmissão podem ser aplicados à passagem da luz através de um sólido
transparente, como mostra a Figura 9. Para um feixe incidente com intensidade I0 que atinge a superfície anterior de uma
amostra com espessura l e coeficiente de absorção β, a intensidade transmitida na face posterior IT é

 Dessa forma, a fração da luz incidente que é transmitida através de um material transparente depende das perdas causadas
pela absorção e pela reflexão. Novamente, a soma da refletividade R, absortividade A e transmissividade T é igual à
unidade
Propriedades Ópticas dos Não Metais

 Cada uma das variáveis R, A e T depende do comprimento de onda da luz. Isso é demonstrado na Figura 10 ao longo da
região do espectro visível para um vidro de cor verde.
 Por exemplo, para a luz com comprimento de onda de 0,4 μm, as frações transmitida, absorvida e refletida são de cerca de
0,90, 0,05 e 0,05, respectivamente. Entretanto, para a luz com comprimento de onda de 0,55 μm, as respectivas frações são
de aproximadamente 0,50, 0,48 e 0,02.
Propriedades Ópticas dos Não Metais

 COR
 Os materiais transparentes parecem coloridos em consequência da absorção seletiva de faixas específicas de comprimentos
de onda da luz; a cor observada é um resultado da combinação dos comprimentos de onda que são transmitidos.
 Se a absorção da luz é uniforme para todos os comprimentos de onda visíveis, o material é incolor; exemplos incluem os
vidros inorgânicos de alta pureza e os monocristais de alta pureza de diamantes e safira.
 Geralmente, qualquer absorção seletiva ocorre pela excitação de elétrons. Uma dessas situações envolve os materiais
semicondutores com espaçamentos entre bandas na faixa de energia dos fótons para a luz visível (1,8 a 3,1 eV).
 Dessa forma, a fração da luz visível que possui energias maiores que Ee é absorvida seletivamente pelas transições
eletrônicas da banda de valência para a banda de condução.
Opacidade e Translucidez em Isolantes

 O nível de translucidez e de opacidade para os materiais dielétricos inerentemente transparentes depende em grande parte
de suas características internas de refletância e transmitância.
 Muitos materiais dielétricos que são intrinsecamente transparentes podem ficar translúcidos ou até mesmo opacos por
causa da reflexão e da refração em seu interior.
 Um feixe de luz transmitida é defletido em sua direção e exibe uma aparência difusa como resultado de múltiplos eventos
de espalhamento.
 A opacidade resulta quando o espalhamento é tão intenso que virtualmente nenhuma fração do feixe incidente é
transmitida, sem deflexão, para a superfície posterior do material.
Aplicações dos Fenômenos Ópticos

 LUMINESCÊNCIA
 Alguns materiais são capazes de absorver energia e então reemitir luz visível, em um fenômeno
denominado luminescência.
 Os fótons da luz emitida são gerados a partir de transições eletrônicas no sólido. Há absorção de energia quando um
elétron é promovido para um estado de energia excitado; ocorre emissão de luz visível quando o elétron decai para um
estado de menor energia se 1,8 eV < hυ < 3,1 eV.
 A energia absorvida pode ser suprida como radiação eletromagnética de maior energia (causando transições da banda de
valência para a banda de condução), tal como a luz ultravioleta; outras fontes, tais como elétrons de alta energia; ou por
energia térmica, mecânica ou química.
 Além disso, a luminescência é classificada de acordo com a magnitude do tempo de retardo entre os eventos de absorção e
de reemissão. Se a reemissão ocorrer em tempos muito menores que 1 s, o fenômeno é denominado fluorescência; para
tempos mais longos, esse fenômeno é chamado fosforescência.
 Diversos materiais podem ser tornados fluorescentes ou fosforescentes, incluindo alguns sulfetos, óxidos, tungstatos e
alguns poucos materiais orgânicos. Normalmente, os materiais puros não exibem esses fenômenos, e para induzi-los
devem ser adicionadas impurezas em concentrações controladas.
Aplicações dos Fenômenos Ópticos

 A luminescência possui inúmeras aplicações comerciais. Por exemplo, as lâmpadas fluorescentes consistem em um
invólucro de vidro que é revestido pelo lado de dentro com tungstatos ou silicatos especialmente preparados.
 É gerada luz ultravioleta no interior do tubo a partir de uma descarga incandescente de mercúrio, o que faz com que o
revestimento fluoresça e emita luz branca.
 As novas luzes (ou lâmpadas) fluorescentes compactas (CFL — compact fluorescent lamp) estão substituindo as lâmpadas
incandescentes nos serviços gerais.
 Essas lâmpadas CFL são construídas a partir de um tubo que é curvado ou dobrado de maneira tal a se ajustar no espaço
originalmente ocupado por uma lâmpada incandescente e também para se encaixar nos seus bocais.
 As lâmpadas fluorescentes compactas emitem a mesma quantidade de luz visível, consomem entre um quinto e um terço
da energia elétrica e possuem uma vida útil muito mais longa que as lâmpadas incandescentes.
 No entanto, são mais caras e o descarte dessas lâmpadas é mais complicado, uma vez que elas contêm mercúrio.
Aplicações dos Fenômenos Ópticos

 FOTOCONDUTIVIDADE
 A condutividade dos materiais semicondutores depende do número de elétrons livres na banda de condução e também do
número de buracos na banda de valência.
 A energia térmica associada às vibrações da rede pode promover excitações eletrônicas nas quais são criados elétrons
livres e/ou buracos.
 Portadores de carga adicionais podem ser gerados em consequência de transições eletrônicas induzidas por fótons nas
quais há absorção de luz; o consequente aumento na condutividade é denominado fotocondutividade. Dessa forma,
quando uma amostra de um material fotocondutivo é iluminada, a condutividade aumenta.
 Esse fenômeno é empregado em fotômetros fotográficos. Uma corrente fotoinduzida é medida, e sua magnitude é função
direta da intensidade da radiação luminosa incidente, ou da taxa na qual os fótons de luz atingem o material
fotocondutivo. A radiação de luz visível deve induzir transições eletrônicas no material fotocondutor; o sulfeto de cádmio
é usado com frequência em fotômetros.
Diodos Emissores de Luz

 Em algumas situações, quando um potencial de polarização direta com magnitude


relativamente alta é aplicado através de um diodo de junção p-n, é emitida luz
visível (ou radiação infravermelha).
 Essa conversão de energia elétrica em energia luminosa é
denominada eletroluminescência, e o dispositivo que a produz é
denominado diodo emissor de luz (LED — light-emitting diode).
 O potencial de polarização direta atrai elétrons em direção à junção pelo lado n, na
qual alguns deles passam (ou são “injetados”) para o lado p (Figura 11a). Aqui, os
elétrons são portadores de carga minoritários e, como tal, se “recombinam” ou
são aniquilados pelos buracos na região próxima à junção, de acordo com a
Equação, na qual a energia está na forma de fótons de luz (Figura 11b).
 Um processo análogo ocorre no lado p — os buracos deslocam-se para a junção e
recombinam-se com os elétrons majoritários no lado n.
LASERS

 Todas as transições eletrônicas radiativas discutidas até o momento são espontâneas — isto é, um elétron decai de um
estado de alta energia para um de menor energia sem nenhuma provocação externa.
 Esses eventos de transição ocorrem independentemente uns dos outros e em momentos aleatórios, produzindo uma
radiação que é incoerente — isto é, as ondas de luz estão fora de fase umas com as outras.
 Com os lasers, no entanto, luz coerente é gerada pelas transições eletrônicas que são iniciadas por um estímulo externo
— laser é simplesmente o acrônimo em inglês para amplificação da luz por emissão estimulada de radiação
(light amplification by stimulated emission of radiation).
 Embora existam vários tipos de laser diferentes, vamos explicar os princípios de operação usando o laser de rubi de
estado sólido.
 O rubi é iluminado com a luz proveniente de uma lâmpada de flash de xenônio (Figura 12).
LASERS

 Antes dessa exposição, os elétrons preenchem os níveis de menor energia,


como é representado esquematicamente na Figura 13.
 Entretanto, os fótons com comprimento de onda de 0,56 μm da lâmpada de
xenônio excitam os elétrons dos íons Cr3+ para estados de maior energia. Esses
elétrons podem decair de volta ao seu estado fundamental por duas trajetórias
diferentes. Alguns decaem diretamente; as emissões de fótons associadas a
esse tipo de decaimento não fazem parte do feixe do laser.
 Outros elétrons decaem para um estado intermediário metaestável onde eles
podem ficar por até 3 ms (milissegundos) antes de haver uma emissão
espontânea. Em termos de processos eletrônicos, 3 ms é um tempo
relativamente longo, o que significa que um grande número desses estados
metaestáveis pode ficar ocupado.
FIBRAS ÓPTICAS EM COMUNICAÇÕES

 O campo das comunicações experimentou recentemente uma revolução com o desenvolvimento da tecnologia de fibras
ópticas; hoje virtualmente todas as telecomunicações são transmitidas por esse meio, em vez de fios de cobre.
 A transmissão de sinais por um fio metálico condutor é eletrônica (isto é, por elétrons), enquanto quando são usadas
fibras opticamente transparentes a transmissão do sinal é fotônica, ou seja, utiliza fótons de radiação eletromagnética ou
luminosa.
 O emprego de sistemas de fibras ópticas melhorou a velocidade da transmissão, a densidade de informações e a distância
de transmissão, ao mesmo tempo que reduziu a taxa de erros; além disso, não existe nenhuma interferência
eletromagnética com as fibras.
 A largura de banda (isto é, a taxa de transferência de dados) das fibras ópticas é excepcional; em 1 s, uma fibra óptica
pode transmitir 15,5 terabits de dados ao longo de uma distância de 7000 km (4350 mi); nessa taxa, tomariam
aproximadamente 30 s para transmitir todo o catálogo da iTunes de Nova Iorque para Londres.
 O presente tratamento se concentra nas características das fibras ópticas; entretanto, em primeiro lugar, é importante
discutir sucintamente os componentes e a operação do sistema de transmissão. Um diagrama esquemático mostrando
esses componentes é apresentado na Figura 14.
FIM

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