Você está na página 1de 8

Unidade de Bombeio Mecânico

A bomba de vareta de sucção ou simplesmente bomba de vareta, também


chamada no ramo de producão de petróleo de bomba cavalo de pau ou cabeça de cavalo,
é a parte superficial de uma bomba impelente de pistão, instalada em um poço de
petróleo. Sua função é extrair o petróleo de um poço que não tem mais pressão o
suficiente em seu reservatório para levar o mesmo até a superfície de forma espontânea.

Fig. 1 – Unidade de Bombeio

O princípio de funcionamento é bem simples. Um mecanismo biela-manivela


transforma o movimento de rotação de um motor em um movimento alternativo vertical
que, por sua vez, impulsiona uma bomba de pistão localizada no poço.
A unidade de bombeio (Fig. 1.) geralmente é instalada sobre uma base de concreto
ou sobre perfis de aço para se ter melhor rendimento em sua operação. A base permite o
alinhamento dos componentes da unidade, principalmente, o tripé, a caixa de redução e
o motor. O tripé pode ter três ou quatro pernas e deve suportar grandes cargas. O mancal
de sela, logo acima do tripé, é o ponto pivô para a viga, ou seja, o movimento da viga é
em torno deste eixo. A cabeça da unidade de bombeamento permite através do cabresto
movimentar a haste polida. Sua forma estrutural permite uma curvatura que realize o
movimento requerido pela bomba de fundo.
As manivelas estão localizadas nos dois lados da caixa de redução e giram a
baixas velocidades, transmitindo através das bielas o movimento para a viga. A
distância do eixo da manivela ao mancal da biela ou mancal de cauda define o curso da
haste polida. Este curso pode ser modificado em função da posição de fixação da biela.
Os contrapesos estão fixados nas manivelas, tendo como função balancear a unidade de
bombeio, minimizando-se esforços no motor. No curso ascendente o motor é bastante
solicitado para elevar os fluidos acima do pistão. Já no curso descendente, a força da
gravidade é responsável pelo movimento das hastes. Assim, o motor funcionaria de
forma cíclica, o que prejudica sua vida útil. A fim de minimizar este tipo de problema
são utilizados os contrapesos na manivela ou na viga.
Há vários modelos de unidades de bombeio, embora todos possuam os mesmos
componentes básicos, diferenciam-se apenas na geometria. Hoje na indústria do
petróleo são encontradas quatro tipos de unidades de bombeio:
 O modelo convencional, o balanceado a ar;
 O Mark II;
 O Torqmaster.
O modelo convencional é o mais conhecido e popular tipo de unidade de
bombeio. Este tipo de unidade funciona com duas manivelas conectadas a biela, que
transmite o movimento para a viga.
A seleção de unidades de bombeio está relacionada ao conhecimento de alguns
parâmetros operacionais, tais como: o curso máximo na haste polida; carga máxima na
viga e o torque máximo na caixa de redução. O código de designação das unidades de
bombeio se inicia com as respectivas letras:
 B = Convencional com a viga balanceada;
 C = Convencional com a manivela balanceada;
 A = Balanceada a ar;
 M = Mark II;
 TM = Geometria Torqmaster.
Os próximos caracteres deste código representam respectivamente o torque
máximo na caixa de redução (103 lbf.in), a capacidade estrutural (102 lbf) e o curso
máximo da haste polida (in). Por exemplo, uma unidade de bombeio convencional
especificada por C 320-256- 100, suporta um torque de 320.000 lbf.in no redutor, uma
carga de 25.600 lbf na haste polida e um curso máximo de 100 in.

Abaixo estão demonstrados todos os componentes de uma unidade de bombeio


de superfície:
Fig. 2 – Componentes de uma unidade de bombeio de superfície

0 VIGA EQUALIZADORA 13 MANCAL MANIVELA OU PROPULSOR


1
0 VIGA PRINCIPAL 14 BASE DO REDUTOR
2
0 PLATAFORMA DE ACESSO AO MANCAL 15 PLATAFORMA DE ACESSO AO REDUTOR
CENTRAL
3
0 MANCAL CENTRAL DE SELA 16 PROTETOR DE CORREIAS
4
0 CABRESTO 17 BASE DO ACIONADOR
5
0 CABEÇA DA UB 18 ALAVANCA DE FREIO
6
0 MESA DO CABRESTO 19 GRADE DE PROTEÇÃO
7
0 ESCADA 20 POLIA DO REDUTOR
8
0 TRIPÉ 21 REDUTOR
9
1 BASE METÁLICA 22 BIELA OU BRAÇO
0
1 MANIVELA 23 MANCAL LATERAL VIGA EQUALIZADORA
1
1 CONTRAPESO 24 MANCAL EQUALIZADOR
2

No entanto, vamos nos focar em dois componentes de extrema importância na


superfície: o motor e a caixa de redução.

1.1 Motor
As unidades de bombeio podem utilizar motores elétricos ou a combustão interna.
Porém, a maioria das instalações utiliza motores elétricos, em função do baixo custo de
manutenção, menor ruído, fácil controle e adaptabilidade em técnicas de controle
intermitente. Já em lugares isolados, onde não existe rede de distribuição de energia,
pode ser mais viável a utilização de motores à combustão interna.
Os motores utilizados em bombeio mecânico podem ser designados pelo
NationalElectricalManufacturersAssociation(NEMA) como B, C e D. Cada tipo de
motor possui suas características, onde as principais são as curvas de torque versus
velocidade e o fator de escorregamento. A escolha do motor deve ser feita observando o
torque máximo requerido no redutor.
Os motores elétricos são projetados para trabalhar com carga nominal constante.
Assim, a temperatura permanece com valores aceitáveis. Porém, quando a carga do
motor torna-se variável, varia-se também a corrente de alimentação do motor. A
temperatura nestas condições varia com o quadrado da corrente.

1.2 Caixa de redução


A função da caixa de redução é converter a energia de alta velocidade e baixo
torque do motor em energia de alto torque e baixa velocidade requerida pelo bombeio.
A redução develocidade é usualmente de 30:1, empregando-se geralmente a frequência
máxima de 20CPM. A norma API SPEC 11E padroniza a velocidade de redução. A
caixa de redução é responsável por aproximadamente 50% do custo total da unidade de
bombeio.
A caixa de redução utiliza duas ou três engrenagens de redução, girando em
função do movimento transmitido pela correia do motor. A Figura 6 mostra uma caixa
de redução com duas engrenagens e três eixos.

Fig. 3 – Caixa de redução

O diagrama de corpo livre da unidade de bombeio de superfície é mostrada


abaixo:
Fig. 4 – Esquema da unidade de bombeio

E a seguir se encontram os diagramas de corpo livre dos componentes da


mesma.

1.3 Manivela

=
A partir da figura acima podemos encontrar três equações baseadas no princípio
fundamental da dinâmica (2ª lei de Newton).

Fx+ F ' . senθ=max


Fy−P−F ' . cosθ=may
T =I . α

Onde ambos ax e ay terão componentes das acelerações tangencial e normal, pois


consideramos o sistema de coordenadas por eixos cartesianos. Uma simplificação
poderia ter sido feita usando-se o sistema de eixos polares.

1.4 Biela

=
Ou seja:

−F ' . senθ 1+ F '' . senθ 2=max


F ' . cosθ 1−F ' ' . cosθ 2−P=may
M =I .α

Novamente ambos ax e ay terão componentes das acelerações tangencial e


normal, pois consideramos o sistema de coordenadas por eixos cartesianos.

1.5 Viga principal


=

Por fim, temos:


−F '' . senθ+ Fx=max
F ' ' .cosθ + Fy−P−F ' ' ' =may
M =I .α
Onde, mais uma vez ambos ax e ay terão componentes das acelerações tangencial e
normal, pois consideramos o sistema de coordenadas por eixos cartesianos.

Você também pode gostar