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MÓDULO 2
Elétrons secundários (ES) são ejetados de átomos da amostra devido a interações inelásticas com
elétrons pouco energéticos da banda de condução em metais ou de valência em semicondutores e isolantes.
Considera-se que elétrons emitidos com energia inferior a 50 eV são elétrons secundários. Embora haja
elétrons retroespalhados nesta faixa, sua contribuição é insignificante e pode ser efetivamente ignorada. Entre
os sinais utilizados na análise de amostras por MEV, os elétrons secundários são os mais comuns, e esta seção
discutirá suas principais características.
O coeficiente de emissão dos elétrons secundários (δ) é praticamente constante em relação ao Z dos
elementos, mas aumenta com a redução da energia do feixe incidente, como visto no caso de Al e Au. Esse
comportamento se deve ao fato de que os elétrons secundários escapam da amostra de uma região muito
superficial, da ordem de nm. Quando a energia do feixe de elétrons primários é reduzida para cerca de 3 keV,
a penetração é mínima, resultando em uma produção significativamente maior de elétrons secundários em
uma região superficial.
Os elétrons secundários (eS) têm baixa profundidade de escape devido à sua baixa energia. São
produzidos ao longo do caminho do elétron primário (eP) na amostra, mas apenas os próximos à superfície
têm energia suficiente para escapar. Aqueles gerados mais internamente, devido ao espalhamento inelástico,
perdem muita energia durante o percurso. Quando esses elétrons secundários atingem a superfície, precisam
ter energia para superar a barreira de potencial superficial, o que requer alguns elétron-volts. A forte atenuação
devido ao espalhamento inelástico resulta em uma probabilidade de escape exponencialmente decrescente
com a profundidade.
As interações elétron-amostra geram elétrons secundários em todo o volume de interação, mas apenas
os próximos à superfície escapam da amostra e contribuem para o sinal. Essa profundidade é de
aproximadamente 1 nm para metais e 10 nm para isolantes. O coeficiente de emissão é menor para os metais
devido às interações inelásticas com elétrons da camada de condução, que são abundantes, diminuindo o livre
caminho médio. Nos isolantes, a quantidade desses elétrons é reduzida, resultando em um aumento do livre
caminho médio.
A probabilidade de escape dos elétrons secundários (eS) diminui consideravelmente com a
profundidade, sendo cerca de 1/100 da do elétrons retroespalhados para um feixe incidente com energia de 10
a 30 keV. Apesar disso, os eS são formados em todo o volume de interação do feixe eletrônico com a amostra.
No entanto, apenas os eS gerados em distâncias que permitam o escape fornecerão informações para o
microscopista. Esses elétrons secundários são originados pelos elétrons do feixe primário enquanto penetram
na amostra, bem como pelos elétrons retroespalhados ao deixarem a amostra.
Os elétrons secundários podem ser classificados em dois tipos:
• ESI: gerados quando o elétron primário (ep) interage em uma região menor que 5λ, sendo de alta
resolução.
• ESII: gerados pelo espalhamento do ep na amostra, resultando em colisões inelásticas. Quando o
elétron retroespalhado se aproxima da superfície a uma distância de 5λ, os elétrons secundários gerados
escapam da amostra como ESII. Esses são de baixa resolução e trazem informações do elétron retroespalhado.
Quando o feixe de elétrons é de baixa energia (< 5 keV), a quantidade de elétrons primários (eP)
atingindo a amostra e os elétrons retroespalhados de regiões mais profundas diminui. No entanto, os elétrons
secundários que escapam da amostra permanecem independentes da energia dos elétrons primários. A redução
da energia do feixe primário resulta em um aumento do coeficiente de emissão dos elétrons, indicando uma
maior fração de energia consumida do feixe na produção dos elétrons secundários que escapam da amostra.