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AULA 01

DIODOS
SEMICONDUTORES
ELETRÔNICA ANALÓGICA
xjoshiclayton@hotmail.com
ESTRUTURA ATÔMICA DA MATÉRIA

O ÁTOMO E OS MATERIAIS:
Quando o átomo foi descoberto, os cientistas acreditavam que essa seria a menor partícula em que a matéria poderia se
dividir, e por isso o seu nome ( A = não ; TOMO = divisível). De um modo geral, para efeito dos estudos em eletricidade, o
átomo pode ser dividido em duas partes distintas : o núcleo e o orbital de elétrons. O núcleo é formado basicamente por
partículas carregadas positivamente ( os prótons ) e por partículas sem carga relevante, também chamadas neutras ( os
neutrons ).
O orbital de elétrons ou simplesmente eletrosfera é composta pelos elétrons que são partículas carregadas negativamente. É
basicamente na eletrosfera que está a diferença entre , por exemplo, um material condutor e um material isolante.
Um esquema básico de um átomo é o ilustrado a seguir :
CONDUTORES: No material condutor, os átomos das camadas superiores possuem níveis de energia relativamente
altos, desprendendo-se facilmente do "laço" com o núcleo. Normalmente os metais possuem em sua última camada
(chamada camada de valência) elétrons livres que dão ao material propriedades condutoras. Da mesma forma que no
material isolante, mas de maneira inversa, quanto mais afastado no núcleo está o elétron, melhor condutor será o
material.
ISOLANTE: No material isolante os átomos estão fortemente ligados ao núcleo por uma força de atração, de modo
que não existem elétrons circulando pela estrutura do material. Para romper-se com essa ligação entre elétron e núcleo
é necessário fornecer à estrutura muita energia, por exemplo na forma de calor ou potencial elétrico. Quanto mais perto
do núcleo está o elétron, mais forte é a força que os une. Do mesmo modo, quanto mais forte a atração entre elétron e
núcleo, melhor o isolante (com algumas ressalvas). Dizemos nesse caso que os elétrons têm um nível de energia muito
baixo.
Em qualquer material sólido, podemos descriminar esta "distância" assumida pelos elétrons (que são os níveis de
energia) como o que chamaremos de bandas de energia.

Podemos observar que na estrutura de bandas acima, os elétrons podem assumir dois níveis :
- O nível inferior onde o elétron está preso por ação de uma força ao núcleo e o nível superior onde o elétron pode
circular livremente de modo a tornar o material condutor. Existe entre estes níveis uma região onde o elétron não pode
permanecer, é a chamada região proibida ou simplesmente GAP. Quanto maior o gap do material, menor a possibilidade
do material de tornar-se condutor.
Como podemos notar , nos materiais condutores praticamente não existe um gap definido, porque as bandas de condução
e valência se confundem umas nas outras. Já nos materiais isolantes o gap é muito grande e os elétrons que estão na
banda de valência têm que superar um obstáculo muito grande para atingir a banda de condução. Este aspecto
basicamente define as diferenças entre as propriedades condutoras ou isolantes de um sólido qualquer.
TEORIA DOS SEMICONDUTORES

O termo semicondutor sugere algo em relação às suas características. O prefixo semi é normalmente aplicável a algo
intermediário, entre dois limites. O termo condutor é aplicado a qualquer material que permite um fluxo de corrente
elétrica. Portanto, um semicondutor é um material que possui um nível de condutividade entre algum extremo de um
isolante e um condutor. Neste capítulo estudaremos esse material que impulsionou a eletrônica contemporânea.

OS CRISTAIS SEMICONDUTORES :

Alguns materiais como silício e o germânio, têm uma estrutura interna de forma geométrica bem definida, as quais
chamamos de estruturas cristalinas. Qualquer material que seja composto apenas de estruturas cristalinas repetidas é
chamado de monocristal. Os materiais semicondutores de aplicação prática no campo da eletrônica possuem essa
característica de monocristal, e além disso, a periodicidade da estrutura não muda significativamente com a adição de
impurezas no processo de dopagem.
Os monocristais silício e germânio apresentam, na sua camada de valência, quatro elétrons que estão "presos" à
estrutura por uma ligação covalente. Com um certo acréscimo de energia, contudo, os elétrons da banda de valência
podem passar para a banda de condução.
A visualização da diferença entre as bandas de energia entre condutor, semicondutor e isolante ajudam a compreensão do
exposto :
Notar que os cristais semicondutores têm um potencial de Gap bem definido. Outra diferença entre os materiais está
relacionada à resistividade de cada um. Vejamos um exemplo :
- Resistividade do cobre (aproximada ) = 0,000001 Ω . cm

- Resistividade do germânio (aproximada ) = 50 Ω . cm

- Resistividade do silício (aproximada ) = 50 KΩ . cm

- Resistividade da mica (aproximada ) = 1000 GΩ . cm


Estes valores para os semicondutores, contudo, estão relacionados aos cristais com um certo grau de pureza ( são
chamados de materiais intrínsecos ). Quando se adiciona algum tipo de impureza no cristal, suas características
semicondutoras podem ser alteradas totalmente, como veremos a seguir.
Dopagem de Semicondutores

Semicondutor intrínseco

É uma estrutura cristalina formada somente por átomos do mesmo cristal, sendo, portanto um material semicondutor
muito puro. A natureza dos semicondutores é tal que mesmo quantidades muito pequenas de certas impurezas podem
alterar drasticamente suas propriedades elétricas. Por esta razão, um semicondutor não seria chamado verdadeiramente
intrínseco, a menos que, o nível de impurezas fosse muito pequeno. A figura 01 ilustra a estrutura cristalina do Si, a qual
é idêntica a do Ge.
Semicondutor extrínseco
Na aplicação da eletrônica, o material semicondutor é dopado, isto é, propositalmente são adicionadas certas impurezas
para resultar, em uma predominante condução de elétrons ou lacunas, qualquer que seja o requerido.
As impurezas usadas são geralmente de dois tipos: uma delas é formada por elementos que possuem três elétrons de
valência e a outra por um elemento que possui cinco elétrons de valência. A primeira é chamada de impureza tipo-P , e a
outra é chamada de impureza tipo-N ,após a impureza ter sido adicionada, o material é então denominado um
semicondutor extrínseco.
Dopagem do semicondutor

A dopagem é um processo químico que tem por finalidade introduzir átomos estranhos a uma substância na sua estrutura
cristalina; podendo esta ser do tipo N ou do tipo P, o que dará origem ao cristal N ou então ao cristal P, conforme
apresentado a seguir:
Os materiais adicionais são de dois tipos:
• tipo-n (pentavalentes = antimônio, arsênio e o fósforo)
• tipo-p (trivalentes = boro, gálio e índio)

Dopagem em tipo N (cristal N)

Quando o processo de dopagem introduz na estrutura cristalina do Ge ou do Si uma quantidade de átomos com mais de
quatro elétrons na última camada, forma-se uma nova estrutura cristalina denominada de cristal N. Tomemos como
exemplo, a introdução de átomos de fósforo, que possuem cinco elétrons na última camada, dos cinco elétrons externos do
fósforo, quatro encontram um elétron no cristal, que possibilita a ligação covalente, o quinto elétron do fósforo não forma
ligação covalente porque não encontra um elétron na estrutura que possibilite esta formação. Este elétron isolado tem a
característica de se libertar facilmente do átomo, passando a vagar livremente dentro da estrutura do cristal, constituindo-
se um portador livre de carga elétrica. Veja na figura 02:
(carga
Dopagem em tipo P (cristal P)
A utilização de átomos com menos de quatro elétrons na última camada, originará um tipo de estrutura chamada de
cristal P, tomando como base o átomo de Boro(B), por exemplo, verifica-se a falta de um elétron para que os elementos
com quatro elétrons (Si ou Ge) se combinem de forma covalente. Veja na figura 03:
Definição: Diodo semicondutor[nota 1][3][4] é um elemento ou
componente eletrônico composto de um cristal semicondutor de silício ou
germânio numa película cristalina cujas faces opostas são dopadas por
diferentes materiais durante sua formação, o que causa a polarização de cada
uma das extremidades.

Diodo
Diodo é um dispositivo eletrônico o qual, permite que a corrente
elétrica o atravesse em apenas um sentido.
Diodo de Junção
Junção PN O nome diodo vem da contração de dois (di) eletrodos (odos)

Se unirmos cristais do tipo P a cristais do tipo N, de maneira a constituirmos um cristal único (junção na qual é mantida a
continuidade da estrutura cristalina), esta junção será denominada de JUNÇÃO PN ou DIODO DE JUNÇÃO.

Quando os materiais são juntados, a carga negativa dos átomos do lado tipo-n são atraías para o lado dos átomos
carregados positivamente do tipo-p.

Os elétrons do material tipo-n migram através da junção do material do tipo-p (fluxo de elétrons) ou pode-se dizer
que as lacunas (holes) do material do tipo-p migram através da junção para o lado do material tipo-n (fluxo de
corrente convencional). O resultado é a formação de uma camada de depleção em volta da junção.
Condições de Operação

Sem Polarização (No Bias)


Polarização Direta (Forward Bias)
Polarização Reversa (Reverse Bias)

Condição Sem Polarização


Nenhuma ddp externa é aplicada: VD = 0V e nenhuma corrente está fluindo ID = 0A.
Condição de Polarização Reversa
A ddp externa é aplicada através da junção p-n em polaridade oposta dos materiais tipo-p e tipo-n.

Isso causa uma larga camada de depleção. Os elétrons no material tipo-n são atraídos em direção ao terminal
positivo e as lacunas no material tipo-p são atraídas em direção ao terminal negativo.
Surge
Condição de Polarização Direta

A ddp externa é aplicada através da junção p-n na mesma polaridade dos materiais tipo-p e tipo-n. A camada de
depleção é fina. Os elétrons trafegam do material tipo-n e as lacunas através do material tipo - p possuindo energia
suficiente para atravessar a junção.
Curva Característica do Diodo

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