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ELETROMECÂNICA

ESCOLA TÉCNICA DE SANTA CRUZ

PROFESSOR: MÁRIO GORETTI


ALUNO(A):.............................................

TURMA:.........................................

Apostila

Eletrônica
RIO DE JANEIRO
ANO: 2010
ESCOLA TÉCNICA DE SANTA CRUZ - CURSO TÉCNICO EM ELETROMECÂNICA – DISCIPLINA DE ELETRÔNICA
ANO: 2010 PROFESSOR: MÁRIO GORETTI

CAPÍTULO 1- TEORIA DOS SEMICONDUTORES E O DIODO SEMICONDUTOR


Energia Energia Energia

BANDAS DE ENERGIA Banda de condução Banda de Condução Banda de Condução

Banda Proibida
Um átomo é formado por elétrons que giram ao redor Banda Proibida

de um núcleo composto por prótons e neutróns, sendo


Banda de Valência Banda de Valência Banda de Valência
que o número de elétrons, prótons e neutróns é
diferente para cada tipo de elemento químico.
Isolantes, Condutores e Semicondutores
No primeiro caso, um elétron, para se livrar do átomo,
tem que dar um salto de energia muito grande. Desta
forma, pouquíssimos elétrons têm energia suficiente
para sair da banda de valência e atingir a banda de
condução, fazendo com que a corrente elétrica neste
material seja sempre muito pequena, Esse materiais são
chamados de isolantes.
A última órbita de um átomo define a sua valência, ou
seja, a quantidade de elétrons desta órbita que pode se No segundo caso, um elétron pode passar facilmente da
libertar do átomo através do bombardeio de energia banda de valência para a banda de condução sem
externa (calor, luz ou outro tipo de radiação) ou se ligar precisar de muita energia. Isso acontece principalmente
a outro átomo através de ligações covalentes nos materiais metálicos, onde a própria temperatura
(compartilhamento de elétrons da última órbita de um ambiente é suficiente para o surgimento de uma grande
átomo com os elétrons da última órbita de outro quantidade de elétrons livres. Esses materiais são
átomo). chamados de condutores.

Esta órbita mais externa recebe, por isso, o nome de O terceiro caso é um intermediário entre os dois outros.
órbita de valência ou banda de valência. Um elétron precisa dar um salto pequeno e, por isso,
esses materiais possuem características intermediárias
em relação aos dois anteriores sendo, portanto,
chamados de semicondutores.

MATERIAIS SEMICONDUTORES INTRÍNSECOS

Existem vários tipos de materiais semicondutores. Os


mais comuns e mais utilizados são o silício (Si) e o
Os elétrons da banda de valência são os que têm mais germânio (Ge).
facilidade de sair do átomo. Em primeiro lugar porque
eles têm uma energia maior e, em segundo lugar, Estes dois elementos caracterizam-se por serem
porque, por estarem a uma distância maior em relação tetravalentes, ou seja, por possuírem quatro elétrons na
ao núcleo do átomo, a força de atração eletrostática é camada de valência, como mostra a figura abaixo.
menor. Com isso uma pequena quantidade de energia
recebida faz com que eles se tornem elétrons livres que,
sob a ação de um campo elétrico formam a corrente
elétrica.

O fato dessas órbitas estarem a distâncias bem-


definidas em relação ao núcleo do átomo, faz com que
entre uma órbita e outra exista uma região onde não é
possível existir elétrons, denominada banda proibida.

O tamanho dessa banda proibida na última camada de


elétrons define o comportamento elétrico do material, Hoje em dia, o silício é o material mais utilizado já que
como na figura abaixo, onde três situações diferentes é bastante abundante na natureza e, portanto, mais
estão representadas. barato.

CONDUÇÃO ELÉTRICA NOS SEMICONDUTORES

Em semicondutores temos dois tipo de condução:

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Movimento dos íons positivos : Lacunas.


Movimento dos elétrons livres : Elétrons Desta forma o número de lacunas é maior que o
número de elétrons livres gerados pelo calor a
Para toda movimentação de um íon positivo em um temperatura ambiente), ou seja, neste semicondutor as
determinado sentido, temos a movimentação do elétron lacunas são portadores majoritário e os elétrons livres
no sentido contrário. são portadores minoritários, como mostra a figura
abaixo.
SEMICONDUTORES TIPO N E P - + + + +
+ + + + +
Quando num cristal de silício é acrescentado uma + + + - +
quantidade de átomos de um material pentavalente + + + + +
(com cinco elétrons na camada de valência) como, por + - + + +
+ + + + +
exemplo, o arsênio (As), o antimônio (Sb) e o fósforo + + + - +
(P), estes elementos estranhos, também chamados de
impurezas, assumem a mesma estrutura do cristal de Semicondutor Tipo P
silício fazendo, cada impureza, quatro ligações
covalentes com seus átomos vizinhos mais próximos,
O DIODO SEMICONDUTOR
como mostra a figura a seguir.

A Junção PN
O diodo semicondutor é constituído basicamente por
uma junção PN, ou seja, pela união física de um
material P com um N.

- + + + + - - - + - -
+ + + + + - - - - - -
+ + + - + - + - - - -
+ + + + + - - - - - -
+ - + + + - - - + - -
+ + + + + - - - - - -
+ + + - + - - + - - -
P N
Junção PN
Com esta união há uma recombinação de elétrons e
lacunas na região da junção, formando uma barreira de
e potencial, já que a migração dos elétrons cria regiões
de íons positivos e negativos.
íons negativos íons positivos

- + + + + - - - + - -
+ + + + + - - - - - -
átomo de fósforo + + + - + - + - - - -
Desta forma, o número de elétrons livres é maior que o + + + + + - - - - - -
número de lacunas geradas pelo calor a temperatura + - + + + - - - + - -
ambiente) ou seja, neste semicondutor os elétrons livres + + + + + - - - - - -
são portadores majoritários e as lacunas são portadores + + + - + - - + - - -
minoritários, como mostra a figura abaixo.
P N
- - - + - - Barreira
- - - - - -
- + - - - - Barreira de Potencial
- - - - - -
- - - + - - Cada lado do diodo recebe um nome: O lado P chama-
- - - - - - se de ANODO(A) e o lado N chama-se de
- - + - - - CATODO(K).
Semicondutor Tipo N
De maneira análoga, se as impurezas encontradas são
de átomos de material trivalente (alumínio, boro, gálio,
etc), as ligações covalentes formarão lacunas.
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POLARIZAÇÃO DIRETA DA JUNÇÃO PN


Com uma tensão aplicada aos terminais do diodo,
algumas características da barreira de potencial são
alteradas.
Uma polarização direta ocorre quando o potencial PRINCIPAIS ESPECIFICAÇÕES DO DIODO
positivo da fonte encontra-se ligado no lado P e o
potencial negativo no lado N. 1. Como a junção PN possui uma barreira de
potencial, na polarização direta só existe corrente
Desta forma os elétrons do lado N são empurrados pelo elétrica se a tensão aplicada ao diodo for maior que
terminal negativo da fonte e atravessam a barreira de V (0,7V)
potencial.. Do lado P preenchem as lacunas, mas 2. Na polarização direta existe uma corrente máxima
continuam se movimentando em direção ao terminal que o diodo pode conduzir (IDM) e uma potência
positivo da fonte, estabelecendo, assim, uma corrente máxima de dissipação (PDM):
elétrica. PDM = V.IDM
3. Na polarização reversa existe uma tensão máxima
Nestas condições o diodo se comporta praticamente chamada de tensão de ruptura ou breakdown (VBR).
como um curto-circuito. (R muito pequeno) 4. Na polarização reversa existe uma corrente muito
pequena denominada de corrente de fuga.(IF)

POLARIZAÇÃO REVERSA DA JUNÇÃO PN


A polarização reversa ocorre quando o potencial
negativo da fonte encontra-se no lado P e o potencial
positivo do lado N. TESTANDO O DIODO

Por causa da polarização reversa, os elétrons do lado N A verificação de junções semicondutoras PN pode ser
são atraídos para o terminal positivo e as lacunas para o efetuada com o multímetro, este tipo de teste permite
terminal negativo da fonte. Com isso formam-se mais verificar se díodos ou transistores têm as suas
íons positivos do lado N e íons negativos no lado P, características normais.
aumentando, assim, a barreira de potencial.
Para efetuar medições nos componentes é importante
A pequena corrente que circula é chamada de corrente que o componente não esteja no circuito, a medição de
de fuga (portadores minoritários) e pode ser desprezada componentes no circuito pode induzir em erro, porque
na maioria dos casos. para além de medir o componente os valores são
medidos em conjunto com todos os componentes
ligados ao componente.

Nestas condições o diodo se comporta como um


circuito aberto (resistência muito alta).

Portanto o diodo é um dispositivo que conduz corrente


apenas em um único sentido, quando está polarizado
diretamente.

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Sendo assim, necessitam de circuitos que transformam


tensões alternadas em tensões contínuas. Estes circuitos
são denominados de retificadores.

Porém a tensão alternada na entrada de um circuito


retificador deve ser adequada ao seu padrão de tensão,
ou seja, à tensão da rede elétrica, antes de ser ligada ao
retificador, precisa ser reduzida, trabalho este realizado
pelo transformador.

SINAL SENOIDAL Ainda, após o retificador, é necessário eliminar as


variações da tensão contínua para que a mesma torne-se
Um dos sinais elétricos alternados mais comuns é o constante, o que é feito através de filtros ou circuitos
senoidal. O sinal senoidal pode ser representado reguladores de tensão.
matematicamente por:
A este conjunto de circuitos dá-se o nome de fonte de
tensão ou fonte de alimentação.

x = XP.sen(y) CAPÍTULO 4 - RETIFICADORES


onde:
x: valor instantâneo da variável x O transformador é uma máquina elétrica que
XP: valor de pico da variável x transforma níveis de tensão e corrente em um circuito.
y: domínio da função x Dentre os vários tipos de trafos, vamos falar sobre dois:
O trafo abaixador e o trafo abaixador com tap central.
Em eletricidade usamos dois domínios:
angular (y = ) (0 < < 2. )
temporal (y = .t) ( = 2. .f)

Transformador
O transformador é constituído por dois enrolamentos, o
primário, no qual é ligado à tensão da rede, e o
secundário, no qual pode ser ligado a carga. Um núcleo
Sinal Senoidal de aço, ferrite ou ar realiza o acoplamento magnético
entre os enrolamentos.
É importante o conhecimento destas três definições:
Valor de pico a pico (XPP)
XPP = 2.XPP
Valor médio (XM)
XM = 0
Valor eficaz (XRMS ou XEF)
XP
X RMS
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As relações entre as tensões e correntes dos
CIRCUITOS LIMITADORES enrolamentos estão relacionadas ao número de espiras
destes enrolamentos.
O limitador é um circuito que, como o próprio nome
diz. Tem como objetivo limitar a tensão de saída do V1 N1 I2 N1
circuito num valor predeterminado, podendo ser e
V2 N2 I1 N2
negativo, positivo ou ambos.

CIRCUITOS RETIFICADORES Idealmente a transformação ocorre sem perda de


potência, isto é:
A geração e distribuição de energia elétrica é efetuada
na forma de tensões alternadas senoidais, porém vários V1.I1 = V2.I2
aparelhos eletrônicos precisam de tensões contínuas.
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Exemplo 2 - Determinar o número de espiras do Como a forma de onda na carga não é mais senoidal,
secundário de um transformador projetado para embora a freqüência seja a mesma da tensão de
reduzir a tensão da rede de 220V para 12V eficazes, entrada, o seu valor médio deixa de ser nulo, existindo
sabendo-se que ele possui 1000 espiras no uma corrente média dada por:
enrolamento primário.
V2P VM
O transformador com Tap Central permite a obtenção VM IM
RL
de duas tensões no seu secundário, geralmente de
mesmo valor eficaz e com polaridade invertida.
Para que o diodo não queime, ele deve suportar tanto
esta corrente média quanto a tensão de pico reversa:

IDM > IM VBR > V2P

Exemplo 3 - No circuito abaixo determine:


(a) a tensão média na carga.
(b) corrente média
(c) especificações do diodo.
Transformador com Tap Central

RETIFICADOR DE MEIA ONDA


O mais simples dos retificadores é o retificador de
meia-onda. A sua constituição básica é um diodo em
série com uma carga RL.

RETIFICADOR DE ONDA-COMPLETA COM TAP


O retificador de onda completa faz com que tanto o
semiciclo positivo quanto o negativo caiam sobre a
carga sempre com a mesma polaridade.

Usando um transformador com tap central, isto é


Retificador de Meia-onda possível através do circuito mostrado na figura abaixo.

Pelo circuito do retificador de meia onda, vê-se que


durante o semiciclo positivo de V2, o diodo conduz
(polarização direta), fazendo com que a tensão de saída
seja igual à de entrada. Porém, no semiciclo negativo, o
diodo corta (polarização reversa), fazendo com que a
tensão de saída seja nula e a tensão de entrada caia toda
em cima do diodo como mostra a figura abaixo.

Retificador de onda completa


Durante o semiciclo positivo, o diodo D1 conduz e o
diodo D2 corta, fazendo com que a tensão na carga seja
positiva e igual à tensão no secundário superior do
transformador.

Durante o semiciclo negativo o diodo D1 corta e o


diodo D2 conduz, fazendo com que a tensão na carga
tenha a mesma polaridade que a da situação anterior e a
mesma amplitude.

Formas de ondas

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Retificador em ponte
Durante o semiciclo positivo, os diodos D1 e D3
conduzem e os diodos D2 e D4 cortam. Transferindo,
assim, toda a tensão de entrada para a carga.

Durante o semiciclo negativo, os diodos D2 e D4


conduzem e os diodos D1 e D3 cortam, fazendo com
que toda a tensão de entrada caia sobre a carga com a
mesma polaridade que a do semiciclo positivo.

Neste caso a freqüência do sinal de saída dobra de


valor e, portanto a tensão média na carga também
dobra. Por outro lado, como a tensão de pico na carga é
a metade da tensão de pico no secundário do trafo, a
tensão média final é a mesma que se obteria usando um
retificador de meia onda com este mesmo trafo.

V2P VM
VM IM
RL

Porém a vantagem esta na especificação do diodo e na


qualidade da filtragem.

Como cada diodo conduz somente num semiciclo, ele


conduz metade da corrente média. Por outro lado, a
tensão reversa que ele deve suportar corresponde a
tensão total de pico do secundário.

IDM > IM/2 VBR > V2P

Exemplo 4 - No circuito abaixo determine:


(a) a tensão média na carga. Como neste caso a freqüência da tensão de saída dobra
(b) corrente média de valor, a tensão média na carga também dobra, ou
(c) especificações do diodo. seja:

2.V2P VM
VM IM
RL

Os diodos são especificados a partir dos seguintes


critérios:

IDM > IM/2 VBR > V2P

Retificador de onda completa Exemplo 5 - Um retificador em ponte recebe 25 Vrms e


alimenta uma carga de 10 . Determine:
RETIFICADOR DE ONDA COMPLETA EM PONTE (a) a tensão média na carga.
(b) corrente média
Outro tipo de retificador de onda completa é mostrado (c) especificações do diodo.
na figura abaixo. Algumas vantagens são obtidas. (d) formas de onda na carga e no diodo D1.

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FILTRO CAPACITIVO até o valor de pico, e assim sucessivamente, formando


Para que a fonte de alimentação fique completa, falta uma ondulação chamada ripple.
ainda fazer a filtragem do sinal retificado para que o
mesmo se aproxime o máximo possível de uma tensão Quanto maior o capacitor ou a resistência de carga,
contínua e constante. menor será a ondulação. O valor médio da tensão de
saída será chamado de VMF e pode ser calculado pelas
A utilização de um filtro capacitivo é muito comum nas equações abaixo:
fontes que não necessitam de boa regulação, ou seja, 2.C.R.f .VP
Retificador 1/2 Onda: VMF
que podem ter pequenas oscilações na tensão de saída. 1 2.C.R.f
Um exemplo é o eliminador de pilhas de uso geral. 4.C.R.f .VP
Retificador Onda Comp. VMF
1 4.C.R.f
A figura abaixo mostra a ligação de um filtro Onde:
capacitivo ligado a um retificador de onda completa em VMF: Tensão média após filtragem
ponte. f: freqüência da ondulação
R: Resistência de carga em ohms
C: Capacitor de filtro em farads

O valor de pico a pico do ripple também pode ser


calculado pela equação abaixo:
VMF
VRIPPLE
C.R.f

Assim, para o projeto de uma fonte de alimentação


Fonte com Filtro Capacitivo deve-se antes estipular a tensão média de saída e o
ripple desejado, para em seguida, calcular o capacitor
Com o filtro o sinal de saída fica com a forma mostrada
necessário para a filtragem, as especificações dos
abaixo.
diodos e as especificações do transformador.

Exemplo 4. Qual seria a nova tensão média do circuito


do exemplo 3 se usássemos um capacitor de 100 F

Exemplo 5. Qual seria a nova tensão média do circuito


do exemplo 4 se usássemos um capacitor de 220 F

Exemplo 6 - Projetar uma fonte de alimentação com


tensão de alimentação de 220 VRMS/60 Hz e tensão
média de saída de 5 V com ripple de 0,1V, para
Forma de Onda na Saída da Fonte
alimentar um circuito que tem resistência de entrada
Com o primeiro semiciclo do sinal retificado o equivalente a 1 k . Utilizar o retificador em ponte.
capacitor carrega-se através dos diodos D1 e D3 até o .
valor de pico. Quando a tensão retificada diminui, os
diodos que estavam conduzindo ficam reversamente
polarizados, fazendo com que o capacitor se
descarregue lentamente pela carga RL.

Quando no segundo semiciclo, a tensão retificada fica


maior que a tensão no capacitor, os diodos D2 e D4
passam a conduzir carregando novamente o capacitor

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CAPÍTULO 5 - APLICAÇÕES E DIODOS ESPECIAIS

1 - CIRCUITOS MULTIPLICADORES DE TENSÃO 4 - ESPECIFICAÇÕES DE DIODOS

São empregados para gerarem tensões duas, três, Mostraremos a seguir algumas características elétricas
quatro ou mais vezes maiores que a tensão de pico do dos diodos mais comuns em circuitos eletrônicos.
secundário do transformador. Informações completas podem ser obtidas em
―HandBooks‖ ou em ―sites‖ de fabricantes na Internet.

Diodo IDM (mA) VBR (V) Uso


1N 914 75 75 Geral
1N 4148 200 75 Geral
1N 4001 1000 50 Retificação
1N 4002 1000 100 Retificação
1N 4003 1000 200 Retificação
2 - PROTEÇÃO CONTRA ALTA-TENSÃO 1N 4004 1000 400 Retificação
1N 4005 1000 600 Retificação
Diodos também são utilizados na proteção de
1N 4006 1000 800 Retificação
dispositivos delicados contra altas tensões geradas por
1N 4007 1000 1000 Retificação
interrupção de corrente em circuitos indutivos.
BY 249 7000 300 Retificação
Quando um relé é desligado, por exemplo, na sua
bobina surgem altas tensões que podem queimar o Alguns endereços para pesquisa:
dispositivo que o controla, por exemplo, um transistor. http://www.semiconductors.phillips.com
http://www.sci.siemens.com
A tensão que aparece nestas condições tem polaridade http://www.national.com
inversa do acionamento. Assim se ligarmos um diodo
em paralelo, conforme a figura abaixo, quando a tensão 5 - DIODO EMISSOR DE LUZ - LED
perigosa surgir ela polariza o diodo no sentido direto,
Num diodo, quando polarizado diretamente, uma
fazendo-o conduzir e absorver a tensão, evitando que a
grande quantidade de portadores atravessa a região de
mesma se propague pelo resto do circuito.
depleção na qual, alguns deles, recombinam-se com
átomos ionizados. Nesse processo, os elétrons perdem
energia na forma de radiação. Nos diodos de Silício ou
Germânio, essa radiação é irradiada na forma de calor,
mas em compostos de arsenato de gálio (GaAs), existe
a liberação de energia na forma de luz.

Veja que na operação do transistor (dispositivo de


comutação), o diodo está polarizado no sentido inverso,
não influindo no acionamento.

3 - ACIONAMENTO EM CIRCUITOS DIGITAIS

Diodos também estão presentes em circuitos digitais


funcionando como ―válvulas de retenção‖. Por
exemplo, na figura a seguir0 o diodo impede que a
corrente ―volte‖ para B, quando acionarmos a lâmpada
por A.

Esse diodos são chamados de diodos emissores de luz


ou, simplesmente, LED (Light Emitting Diode) e
podem emitir luz visível, infravermelho ou ultravioleta.
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Um fotodiodo é portanto um diodo com uma janela


sobre a junção PN que permite a entrada da luz. Essa
luz produz elétrons livres e lacunas aumentando a
quantidade de portadores e, consequentemente,
controlando a corrente reversa.
A K
Desta forma, quanto maior a incidência de luz, maior a
corrente no fotodiodo polarizado reversamente. A
corrente pode chegar a dezenas de microamperes, mas
devem-se ser sempre ligados em série com um resistor
Os LEDs de luz visível são fabricados acrescendo limitador.
partículas de fósforo, que dependendo da quantidade
podem irradiar luz vermelha, amarela, laranja, verde ou São encontrados fotodiodos sensíveis a vários tipo de
azul, sendo muito utilizado na sinalização de aparelhos luz, infravermelha, ultravioleta, etc. sendo aplicados em
eletrônicos e fabricação de displays alfanuméricos. alarme, medidores de intensidade luminosa, sensores e
etc.
Os infravermelhos são fabricados com InSb Rs IR
(antimoneto de Índio) com aplicação em alarmes,
transmissão de dados por fibra ótica, controle remoto e
etc. Também é utilizado o GaAs acrescido de alumínio. V

Os ultravioletas são fabricados a partir do sulfato de


Zinco (ZnS).
7 - OPTO ACOPLADOR
Também encontramos LEDs bicolores em um mesmo
encapsulamento. Possuindo três terminais, dependendo Um opto acoplador (ou acoplador óptico) nada mais é
de qual for alimentado, ele acenderá com uma luz do que um LED associado a um fotodiodo num mesmo
diferente. invólucro.

Os LEDs têm as mesmas características dos diodos Rs Rs


1 2
comuns, ou seja, só conduzem quando polarizados
diretamente com uma tensão maior ou igual a VD.
V +
Comercialmente eles trabalham normalmente com 1
V
correntes na faixa de 10mA a 50mA e tensões na faixa 2
de 1,5 a 2,5 V.

Assim para polarizar um LED, deve-se utilizar um


resistor limitador de corrente para que o mesmo não se
danifique. Quando o LED é polarizado diretamente ele emite uma
luz que atinge o fotodiodo, fazendo com que sua
Exemplo 1 - Determine RS para que o LED do circuito corrente reversa seja proporcional a intensidade
abaixo (VD=2,0V, I=15 mA) funcione adequadamente luminosa emitida pelo LED.
,com uma bateria de 9 V.
Rs ID Isso significa que a corrente de saída depende da
corrente de entrada mesmo havendo uma isolação
elétrica entre os dois estágios. O meio transmissor é a
+ luz.
9V + VD
- Este dispositivo é muito utilizado em aparelhos com
circuitos em altas e baixas tensões, permitindo uma
isolação segura entre eles. Também são utilizados na
6 - FOTODIODO
decodificação de sinais pulsados, como em mouses,
Como foi visto anteriormente, num diodo comum leitura de cartões perfurados, etc.
polarizado reversamente existe uma corrente de fuga
mantida pela energia térmica e temperatura ambiente. 8 - DIODO ZENER
Assim, se houver incidência de luz sobre a junção PN
O diodo zener é um dispositivo que tem quase as
essa energia também pode gerar portadores
mesmas características que um diodo normal. A
contribuindo para aumentar a corrente reversa.
diferença está na forma como ele se comporta quando
está polarizado reversamente.

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No diodo normal, polarizado reversamente, ocorre um


fenômeno chamado de efeito avalanche ou efeito zener,
que consiste num aumento repentino da corrente
reversa, dissipando potência suficiente para ruptura da
junção PN, danificando o diodo. A tensão na qual
ocorre o efeito zener é chamada de tensão de ruptura
ou Breakdown voltage (VBR)

O diodo zener é construído com uma área de dissipação


de potência suficiente para suportar o efeito avalanche. O valor da tensão zener forma o restante do código. Por
Assim, a tensão na qual este efeito ocorre é exemplo um diodo com VZ=5,6V teria o código
denominado de tensão zener (VZ) e pode variar em BZX79C5V6 ou BZV60C5V6.
função do tamanho e do nível de dopagem da junção
PN. Comercialmente são encontrados diodos com VZ REGULADOR DE TENSÃO COM ZENER
de 2 a 200 volts. Nas figuras abaixo temos a tensão superior a tensão
zener e a tensão inferior a tensão zener.
Se a tensão de entrada for superior a tensão zener,
então a sua saída será a tensão zener.

Pela curva característica acima, observa-se que a tensão


reversa VZ mantém-se praticamente constante quando a Se a tensão zener for menor que a tensão zener, então a
corrente reversa está entre IZmin (mínima) e IZmax tensão de saída vai ser igual a tensão de entrada.
(máxima).

Nesta região, o diodo zener dissipa uma potência PZ


que pode ser calculada por:

PZ = VZ.IZ

Com esta sua propriedade de tensão constante a grande


aplicação do diodo Zener é de atuar como regulador de
tensão.

ESPECIFICAÇÕES
No circuito abaixo formado por um diodo zener
polarizado reversamente pela fonte VE e um resistor
As principais especificações do diodo zener são: limitador de corrente, temos que:
VE = RS.IZ + VZ
VD: Tensão de condução na polarização direta Rs
VZ: Tensão Zener
IZmax: Corrente zener máxima Iz +
IZmin: Corrente zener mínima (IZmin=0,1x IZmax) Vz
Ve +
PZM: Potência zener máxima _

Os componentes fabricados pela Phillips recebem a


codificação BZX79, BZV60, BZT03 e BZW03 de
acordo com a PZM: 0,5; 0,5; 3,25 e 6 W, A tensão VZ permanece constante para correntes entre
respectivamente. IZmin e IZmax. Podendo o diodo ser substituído pelo seu
modelo ideal.
Iz Iz

+ -
Vz
Para uma melhor precisão nos cálculos pode-se usar o
modelo real que contém uma resistência Rz em série.

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Iz Iz Rz REGULADOR DE TENSÃO COM CARGA

+ - As quatro aplicações básicas dos reguladores de tensão,


Vz são as seguintes:
Na especificação de um circuito regulador devemos nos
preocupar em definir limites para VE e RS de modo a Estabilizar uma tensão de saída para uma carga fixa
não danificar o diodo. a partir de uma tensão constante.
Estabilizar uma tensão de saída para uma carga
Duas considerações devem ser observadas na variável a partir de uma tensão constante.
obediência deste limite. Estabilizar uma tensão de saída para uma carga fixa
O diodo zener não regula (desliga) caso que a a partir de uma tensão com ripple.
corrente que passa por ele seja menor que a Estabilizar uma tensão de saída para uma carga
corrente zener mínima (IZmin). Esta condição limita variável a partir de uma tensão com ripple.
o valor mínimo da tensão de entrada e o valor
máximo da resistência limitadora de corrente. O primeiro caso seria o mais simples, por exemplo, se
O diodo zener se danifica caso a corrente que passa desejássemos alimentar um aparelho de 4,5 V a partir
por ele seja maior que a corrente zener máxima (), de uma bateria de 12 V. O último caso é o mais geral,
ou caso a potência dissipada por ele seja maior que geralmente o encontrado nas fontes de tensão com
a potência zener máxima (IZmax) filtros capacitivos.

Exemplo 2 - Dado o circuito abaixo (Rs=120 ) e as Basicamente, o projeto de um regulador de tensão com
especificações do diodo zener, determinar os valores carga consiste no cálculo da resistência limitadora de
máximos e mínimo da tensão de entrada para que o corrente RS conhecendo-se as demais variáveis do
diodo zener funcione como um regulador de tensão. circuito:
Diodo BZX79C6V2 - 0,5W - IZmin=5mA Tensão de entrada (constante ou com ripple)
Rs
Carga (fixa ou variável)
Tensão de saída esperada
Iz + Especificações do diodo zener
+ Vz
Ve _ Rs

Is + Carga +
Exemplo 3 - No circuito acima Ve está fixo em 25 V, + Vz RL VL
Ve _
determinar os valores máximos e mínimo da _
resistência RS para que o diodo zener funcione como Iz IL
um regulador de tensão.
Diodo BZT03C9V1 - 3,25W - IZmin=50mA Equações fundamentais:
IS = IZ+IL VZ=VL=RL.IL
VE=RS.IS+VZ

CAPÍTULO 6 - TRANSISTORES BIPOLARES

invenções relacionadas, como os circuitos integrados,


1 - A REVOLUÇÃO componentes opto-eletrônicos e microprocessadores. Prati-
camente todos os equipamentos eletrônicos projetados hoje em
Com o passar dos anos, a indústria dos dispositivos dia usam componentes semicondutores.
semicondutores foi crescendo e desenvolvendo
componentes e circuitos cada vez mais complexos, a base As vantagens sobre as difundidas válvulas eram bastantes
significativas, tais como:
de diodos. Em 1948, na Bell Telephone, um grupo de
pesquisadores, liderados por Shockley, apresentou um
Menor tamanho
dispositivo formado por três camadas de material Muito mais leve
semicondutor com tipos alternados, ou seja, um Não precisava de filamento
dispositivo com duas junções. O dispositivo recebeu o Mais resistente
nome de TRANSISTOR. Mais eficiente, pois dissipa menos potência
Não necessita de tempo de aquecimento
O impacto do transistor, na eletrônica, foi grande, já que a sua Menores tensões de alimentação.
capacidade de amplificar sinais elétricos permitiu que em
pouco tempo este dispositivo, muito menor e consumindo
muito menos energia, substituísse as VÁLVULAS na maioria
das aplicações eletrônicas. O transistor contribuiu para todas as
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Hoje em dia as válvulas ainda sobrevivem em alguns nichos de Emissor- é a outra extremidade; por onde sai a
aplicações, em aparelhos fabricados na década de 70 e devido ao corrente que foi controlada.
romantismo de alguns usuários.
POLARIZAÇÃO DAS JUNÇÕES
O NOME TRANSISTOR
JUNÇÃO POLARIZADA DIRETAMENTE: A junção BE está
Transistor (transference resistor) é um componente constituído polarizada diretamente, nota que o potencial positivo esta em B,
de uma pastilha monocristalina de material semicondutor cuja camada é P (Positivo da bateria no P de positivo)
(Germânio ou Silício) com regiões dopadas com impurezas do
tipo N e do Tipo P. JUNÇÃO POLARIZADA INVERSAMENTE: A junção BC
está inversamente polarizada, pois o P está ligado em B e por
APLICAÇÃO DOS TRANSISTORES sua vez está ligada ao terminal Negativo da bateria VCB, o
potencial Positivo da bateria VCB está ligado ao material N de
Os transistores dependendo do fim a que se destina, pode negativo.
funcionar como:
a) Amplificador de corrente;
b) Amplificador de sinal;
c) Chave eletrônica..

TIPOS DE TECNOLOGIAS

Tradicionalmente os transistores se dividem em dois(2) grupos:


a saber:
1.Bipolares;
2.Unipolares ou de efeito de campo.

1o-Bipolares – são aqueles formados por três (3) regiões


semicondutoras de polaridades alternadas existindo entre elas
duas junções.As regiões recebem os nomes de emissor (E),
Base (B), e coletor (C). Baseiam o seu funcionamento com O principio do transistor é poder controlar a corrente, como
alimentação de corrente na base. mostrado na figura acima. Ele é montado numa estrutura de
cristais semicondutores, de modo a formar duas camadas de
ASPÉCTOS E TERMINAIS cristais do mesmo tipo intercaladas por uma camada de cristal
do tipo oposto, que controla a passagem de corrente entre as
A figura ao lado mostra um transistor com um tipo de outras duas. Cada uma dessas camadas recebe um nome em
encapsulamento, mas os terminais são sempre 3, os nomes são relação à sua função na operação do transistor, As extremidades
sempre base, emissor e coletor, mas pode apresentar uma outra são chamadas de emissor e coletor, e a camada central é
ordem nos terminais. chamada de base. Os aspectos construtivos simplificados e os
símbolos elétricos dos transistores são mostrados na figura
abaixo. Observe que há duas possibilidade de implementação.

PARÂMETROS A (ALFA) E B (BETA)

Na análise DC, os valores de IC e IE devidos aos portadores


majoritários são relacionados por um parâmetro denominado a
(alfa) e definido pela equação:

O TRANSISTOR BIPOLAR

A figura abaixo representa a dinâmica que acontece quando se


faz a combinação das camadas N e P, ao se aplicar um potencial
elétrico conforme indicado na figura, teremos então o transistor
pronto para funcionar, claro, esta representação tem como
objetivo mostrar as junções polarizadas diretamente e a junção
polarizada inversamente.

ENTENDEDO OS TERMINAIS

Vamos agora entender o que é Base , coletor e emissor.


Base- é a parte que controla a passagem da
corrente;quando a base está energizada, há passagem
de corrente do emissor para o coletor, quando não há
sinal não existe essa condução. A base
esquematicamente é o centro do transistor.
Coletor é uma das extremidades do transistor;é nele Na análise AC, as variações nos valores de IC e IE são
que ―entra‖ a corrente a ser controlada. A relação relacionadas por um parâmetro denominado a (alfa) e definido
existente entre o coletor e a base é um parâmetro ou pela equação:
propriedade do transistor conhecido como β (beta) e é
diferente em cada modelo de transistor.
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Na análise DC, os valores de IC e IB são relacionados por um


parâmetro denominado b (beta) e definido pela equação:
Formação do transistor NPN e a representação interna.

Aspecto interno em relação a simbologia

Aspecto interno em relação as camadas NPN.

EM RESUMO: FORMAÇÃO DO TRANSISTOR PNP


Existem dois tipos de portadores de cargas elétricas:
elétrons negativos e lacunas positivas.
No material do tipo N os elétrons são portadores
majoritários de carga e as lacunas são portadoras minoritárias de
carga.
No material do tipo P as lacunas são portadoras majoritárias de
carga e os elétrons são portadores minoritários de carga.
O material do tipo N possui ambos os tipos de portadores de
carga. Porém, os elétrons são os portadores principais de
corrente.
O material do tipo P possui ambos os tipos de portadores de
carga; porém, as lacunas são portadoras principais de corrente.
Os transistores bipolares possuem três eletrodos: emissor, base Formação do transistor NPN e a representação interna.
e coletor.
Existem dois tipos de transistores bipolares: NPN e PNP.
Os transistores bipolares usam ambos os tipos de portadores de
carga — isto é,
usam tanto elétrons como lacunas.
Um transistor NPN normalmente opera com a base e o coletor
positivos, com relação ao emissor.
Um transistor PNP normalmente opera com a base e o coletor
negativos, com relação ao emissor.
Aspecto interno em relação a simbologia
A junção Base-Coletor sempre será polarizada inversamente.
A junção Base-Emissor sempre será polarizada diretamente.
A barreira de potencial formada com materiais de silício terá
como valor 0,7 volts aproximadamente.
A barreira de potencial formada com materiais de germânio terá
como valor 0,3 volts aproximadamente.

FORMAÇÃO DO TRANSISTOR NPN Aspecto interno em relação as camadas NPN.

Aspecto na formação
O transistor é hermeticamente fechado em um
encapsulamento plástico ou metálico de acordo com as
suas propriedades elétricas.

ENCAPSULAMENTOS

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TERMINAIS DOS TRANSISTORES MAIS COMUM

TRANSITORES DE USO GERAL

TRANSISTORES DE POTENCIA

TESTANDO O TRANSISTOR NPN

COM RADIADOR DE CALOR ADICIONAL

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R: Polaridade inversa

CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS
O emissor é fortemente dopado, com grande número de
portadores de carga. O nome emissor vem da propriedade de
emitir portadores de carga.

A base tem uma dopagem média e é muito fina, não


conseguindo absorver todos os portadores emitidos pelo emissor

O coletor tem uma dopagem leve e é a maior das camadas,


sendo o responsável pela coleta dos portadores vindos do
emissor.

Da mesma forma que nos diodos, são formadas barreiras de


TESTANDO TRANSISTOR PNP potencial nas junções das camadas P e N.

O comportamento básico dos transistores em circuitos


eletrônicos é fazer o controle da passagem de corrente entre o
emissor e o coletor através da base. Para isto é necessário
polarizar corretamente as junções do transistor.

FUNCIONAMENTO

TRANSÍSTORES BIPOLARES
A Reta de Carga (EC)

Polarização de Base
Inicialmente vamos fazer uma polarização que nos permite
apenas estudar o seu funcionamento. Na prática existem outras
maneiras de polarizar os transistores.
Tomando o nosso transistor NPN como exemplo, para polarizá-
lo ligamos uma bateria de tensão maior ( B2) entre o coletor e o
emissor e uma bateria de tensão menor( B1) através de um
potenciômetro na base do transistor. Veja a figura, na seqüência:

CODIFICAÇÃO
O circuito da figura abaixo é um exemplo de polarização
EXEMPLOS DE CONDIFICAÇÃO DOS de base, isto é, estabelecer um valor constante para a
SEMICONDUTORES corrente de base. Isto mesmo que mudemos o transistor e
a temperatura se altere.
1) BC547B 2) AAZ15
B: Silício A: Germânio Vejamos o que acontece: partimos inicialmente da condição em
C: Transistor para A: Diodo de comutação que o cursor do potenciômetro está todo para o lado negativo
aplicações auditivas Z: Uso o profissional da bateria B1, ou seja, a tensão aplicada à base do transistor é
(Rthj-para> 15 K/W). 15: Sucessão alfanumérica Zero (0).Nestas condições, a junção que existe entre a base e o
547 B: Sucessão de série emissor, que seria o percurso para uma corrente da bateria B1,
alfanumérica de série. não tem polarização alguma e nenhuma corrente pode fluir.A
corrente de base ( Ib) do transistor é zero(0).
Da mesma forma , nestas condições a corrente entre o coletor e
o emissor do transistor, percurso natural para a corrente da
3) BZY96C3V9R bateria B2 é nula. Veja a figura a seguir:
B: Silício
Z: Diodo Zener
Y: Uso profissional
96: Sucessão alfanumérica de série
C: Tolerância de 5% sobre a tensão nominal que estabiliza
3V9: Tensão nominal 3,9 V.

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Observe nas figuras a seguir essas orientações das correntes em


um transistor NPN e PNP.

Movimentando gradualmente o cursor do potenciômetro no No NPN:


sentido de aumentar a tensão aplicada à base do transistor, Corrente de base-= Ib>> sentido horário.
vemos que nada ocorre de anormal até atingirmos o ponto em Corrente de coletor=Ic>Sentido anti-horário.
que a barreira de potencial da junção emissor-base do
transistor é vencida.(0,2 V para o germânio e
aproximadamente 0,7V para o silício).Com uma tensão desta
ordem, começa a circular uma pequena corrente entre a base
e o emissor. Esta corrente entretanto tem um efeito interessante
sobre o transistor: uma corrente também começa a circular entre
o coletor e o emissor e esta corrente varia proporcionalmente
com a corrente de base.
Veja a figura, na seqüência:
No PNP:
Corrente de base=Ib>>sentido anti-horário.
Corrente de coletor.=Ic.sentido horário.
EXEMPLO: POLARIZAÇÃO DE EMISSOR

À medida que movimentamos mais o potenciômetro no sentido


de aumentar a corrente de base, observamos que a corrente
do coletor do transistor aumenta na mesma proporção.
Se uma corrente de base de 0,1mA provoca uma corrente no
coletor de 10mA, dizemos que o ganho de corrente ou Fator de
amplificação do transistor é 100vezes, ou seja a corrente de Como estamos na região ATIVA, então VBE = 0.7 V. Na
coletor é 100 vezes maior que a corrente de base malha de entrada a tensão de entrada é 5 volts, 5 volts – 0,7
volts = 4,3 volts. Esta é a tensão no ponto VE.
A proporcionalidade entre a corrente de base e a corrente de
coletor entretanto não se mantém em toda a faixa possível de
valores.

Existe um ponto em que um aumento de corrente de base não


provoca mais um aumento na corrente de coletor que então se
estabiliza. Dizemos que chegamos ao ponto de saturação, ou
seja, o ― transistor satura‖ Abaixo o gráfico que mostra este
fenômeno.

Observe então que existe um trecho linear deste gráfico que é


denominado de ―Curva característica do transistor‖.
Na figura a seguir temos o funcionamento de um transistor
PNP. Observa-se que a única diferença se o mesmo fosse
utilizado no exemplo dado acima, está no sentido de circulação
das correntes e portanto na polaridade das baterias usadas.

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Gráficamente: e

VCE= VCC – IC.RC = 15 V – (1,43 mA) . (3 kΩ) = 10,7 V

Portanto, o chamado ponto quiescente (Q) (quieto) ou de


funcionamento em repouso (PFR) será:

IC = 1,43 mA e VCE = 10,7 V

EXEMPLO GRÁFICO

O PFR também poderá ser obtido de forma gráfica, se


tivermos a característica de saída do transistor, usando a
Si βcc = 150 só varia IB. chamada reta de carga, como se mostra na figura seguinte.

VCE = VCC – RC.IC

logo,

equação (a)

VCC VCE
IC
RC
A reta de carga é obtida representando esta equação sobre
a característica de saída do transistor.

Influencia da variação de βcc.

E teríamos: VCE = 8,77 V

Com βcc = 150:

Chama-se reta de carga porque representa o efeito da


carga (RC) em IC e VCE.
Com βcc = 50:

A maneira mais fácil de a traçar é usar os dois pontos


extremos usando a equação (a)
Primeiro Ponto: (Fazendo Vce = 0)
EXEMPLO NÚMERICO VCE=0 –> tiramos IC = 5mA
Segundo Ponto: (Fazendo Ic = 0)
IC=0 –> tiramos VCE = 15V
da equação anterior (*) e, esses dois pontos serão
suficientes para definir a reta.
A UTILIDADE DA RETA DE CARGA

A reta de carga é útil porque contém todos os pontos de


trabalho possíveis para o circuito: variando IB de 0 a
infinito, o transistor percorrerá todos os pontos da reta de
carga.
Por exemplo, se RB for de 1MΩ IB será de 14,3 μA.
PONTO DE SATURAÇÃO

Se βDC = 100, a corrente de coletor será 1,43 mA Quando a RB é demasiado pequena, há excesso de
corrente no coletor e a VCE tende para zero. Neste caso
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dizemos que o transistor satura, o que significa que a Solução


corrente de coletor atingiu o seu máximo valor possível. Com um curto-circuito imaginário entre o coletor e o
emissor:
O ponto de saturação é o ponto em que a reta de carga ICsat = 9V/3kΩ = 3mA
corta a zona de saturação das curvas de saída, isto é, no Agora, com um circuito aberto imaginário entre o coletor
seu extremo superior. e o emissor:
VCEcorte = 9V
Iremos tomar esse valor como aproximação, isto é, no Podemos então desenhar as duas retas de carga.
nosso caso, IC=5 mA e VCE = 0, isto é, como que haverá
um ―curto-circuito‖ (imaginário) entre o coletor e o
emissor, pelo que ficamos com:

VCC
I CSA TUR A ÇÃ O
RC
PONTO DE CORTE EXERCÍCIO 1:

O ponto de corte é o ponto é o ponto em que a recta de Quais são a corrente de saturação e a tensão de corte na
carga corta a zona de corte das curvas de saída, no figura seguinte:
extremo inferior (IC muito pequena)

Este ponto indica a tensão máxima que VCE consegue


atingir.

Por aproximação vamos fazer IC=0 –> VCEcorte = VCC

Neste caso entre o coletor e o emissor existe um circuito


EXERCÍCIO 2:
aberto imaginário.
Calcule os valores de saturação e corte para a figura
Exemplo 1:
seguinte. Depois desenhe as retas de carga deste e do
Quais são as correntes de saturação e a tensão de corte na exercício anterior e compare-as.
figura:

- conclusão: quanto menor for RC, mais inclinada é a reta


Solução
de carga.
Imagine-se um curto-circuito entre o coletor e o emissor.
O PONTO DE TRABALHO
Então:
Exemplo da figura seguinte
Vcsat = 30 V / 3 kΩ = 10mA
Imagine-se agora os terminais coletor-emissor em aberto.
Então:
VCEcorte=30V
Exemplo 2:
Calcule os valores de saturação e corte para a figura
seguinte.
Desenhe as retas de carga para este exemplo e o anterior Depois de traçar a reta de carga, como já aprendemos,
podemos calcular IB.
Imaginemos, por agora, o transistor ideal –> VBE = 0V
Então:
IB = 15 V / 500 kΩ = 30 μA
Se o ganho de corrente for, por exemplo, βDC=100,
teremos:
IC = 100 . (30 μA) = 3 mA
Esta corrente, ao circular pelos 3 kΩ, produz uma tensão
de 9V na resistência de coletor, pelo que:
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VCE = 15 V – (3 mA) . (3 kΩ) = 6 V É a usada quando se pretende usar o transistor como


Marcando estes pontos de IC e VCE no gráfico, ficamos amplificador, devido aos problemas que vimos com a
com o ponto Q. polarização de base, pois esta polarização de emissor
consegue aquilo que os amplificadores precisam: um
ponto de funcionamento em repouso (Q) constante,
mesmo perante a grande variação de βDC dos transistores
do mesmo modelo fabricados em série.

IDÉIA BÁSICA

A fonte de polarização de base aplica-se diretamente à


base.
O emissor não ficará diretamente ligado à massa mas sim
através de uma resistência de emissor RE.

Assim, VE = VBB – VBE

Porque é que o ponto Q varia?

Se IB é constante e, de fábrica, os βDC podem variar muito


para o mesmo modelo, corremos o risco de o transistor
entrar em corte ou saturação.

A figura anterior representa o caso em que βDC é de 50 Como achar o ponto Q?


(QL) e 150 (QH) em vez dos 100 de catálogo, o que é
perfeitamente possível. Vejamos o exemplo da figura seguinte

Conclusão: A polarização de base é muito sensível ao


ganho de corrente do transistor (βDC) e este é muito
variável mesmo para o mesmo modelo.

As fórmulas:

As fórmulas para calcular o ponto Q são as seguintes:


VBB VBE
IB VE = 5 V – 0,7 V = 4,3 V
RB
usando a lei de ohm para calcular a corrente de emissor:
IC = βDC . IB 4,3V
IE 1,95 mA
VCE = VCC – RC. IC 2,5k
EXEMPLO 1: Isto supõe que, em muito boa aproximação, I C = IE
Suponha que a resistência de base na figura (**) aumenta Quando IC circula por RC produz uma queda de tensão de
até 1MΩ. Que sucede com a tensão coletor-emissor se βDC 1,95V, pelo que:
valer 100?
VC = 15 – (1,95 mA) . ( 1 kΩ) = 13,1 V
Solução: e
VCE = 13,1 V – 4,3 V = 8,8V
Continuando a considerar, a corrente de base diminuirá Assim, o Q terá como terá como coordenadas:
até 15 μA, a corrente de coletor diminuirá até 1,5 mA e a IC = 1,95 mA e VCE = 8,8 V
tensão coletor-emissor aumentará até O circuito é imune às alterações do ganho de corrente
Vejamos agora de onde vem a importância da polarização
de emissor e como imobiliza Q face a variações de βDC
VCE = 15 – (1,5 mA) . (3 kΩ) = 10,5 V Vejamos os passos que aplicamos para calcular Q:
. Obter a tensão de emissor
POLARIZAÇÃO DE EMISSOR
. Calcular a corrente de emissor
. Achar a corrente de coletor
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. Calcular VCE
RC
Em nenhum ponto houve necessidade de usar βDC no
processo, ao contrário da polarização de base (confirme IC
IB +
atrás). RB
VC
A corrente fixa agora é IE (quase igual a IC), ao contrário
+
da polarização de base em que a corrente fixa era a de VB IE
base e IC = βDC . IB

EXEMPLO 1:
Um aumento na corrente de base IB provoca um
Qual é a tensão entre o coletor e a terra na figura aumento na corrente de coletor IC e vice-versa.
seguinte?
A corrente de base sendo bem menor que a corrente de
E entre o coletor e o emissor?
coletor, uma pequena variação de IB provoca uma
grande variação de IC, Isto significa que a variação de
corrente de coletor é um reflexo amplificado da
variação da corrente na base.
O fato do transistor possibilitar a amplificação de um
sinal faz com que ele seja considerado um dispositivo
ativo.

Este efeito amplificação, denominado ganho de corrente


pode ser expresso matematicamente pela relação entre a
variação de corrente do coletor e a variação da corrente de
base , isto é:
IC
Ganho( )
Solução: IB
A tensão de base é de 5V. A tensão de emissor é 0,7 V Obviamente, a corrente de coletor não pode aumentar
menor que ela, o que quer dizer que é infinitamente. Há um limite definido pelo transistor e
elementos periféricos (resistores).
VE = 5 V – 0,7 V = 4,3 V

esta tensão está aos extremos da resistência de emissor, Para a análise dos circuitos com transistores, vamos
que agora é de 1 kΩ. Portanto, a corrente de emissor é encontrar as seguintes grandezas elétricas

4,3V IC IC
IE 4,3mA
1k _
+ VBC
A corrente de coletor é aproximadamente igual a 4,3 mA. VCB _
Quando esta corrente circula pela resistência de coletor _ + +
VCE VEC
(neste caso de 2 kΩ) produz uma tensão de
IB _ IB _ +
IC . RC = (4,3 mA) . (2 kΩ) = 8,6 V +
VBE VEB
_ +
e então IE
IE
VC = 15 V – 8,6 V = 6,4 V e NPN PNP
VCE = 6,4 V – 4,3 V = 2,1 V Aplicando as leis de Kirchoff obtemos:

OS LIMITES DE OPERAÇÃO DOS IE = I C + IB


TRANSISTORES
NPN: VCE = VBE + VCB
Polarizando diretamente a junção base-emissor e PNP: VEC = VEB + VBC
inversamente a junção base-coletor, a corrente de coletor
IC passa a ser controlada pela corrente de base IB. São definidos três estados para os transistores:

CORTE: Não há corrente de base e


conseqüentemente corrente de coletor.
SATURAÇÃO: A corrente de coletor atingiu o seu
máximo, indicado por uma tensão VCE<0,2V
ATIVA: A corrente de coletor é proporcional a
corrente de base

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EXEMPLO 1 - No circuito com o transistor de silício Tensão máxima de coletor - VCEMAX


( =100) abaixo determine: Corrente máxima de coletor - ICMAX
Potência máxima de coletor - PCMAX
a) Correntes IB, IC e IE Tensão de ruptura das junções
b) Tensão VCE
c) Queda de tensão do resistor de 100 PCMAX = VCEMAX.ICMAX
Exemplos de parâmetros de transistores comuns.

Tipo Pola- VCEMAX ICMAX


100
Ridade (V) (mA)
IB
IC BC 548 NPN 45 100 125 a 900
47k +
2N2222 NPN 30 800 100 a 300
9V
TIP31A NPN 60 3000 20 a 50
2N3055 NPN 80 15000 20 a 50
IE BC559 PNP -30 -200 125 a 900
BFX29 PNP -60 -600 50 a 125

4 - CLASSIFICAÇÃO DOS TRANSISTORES Exemplo 2 - No circuito com o transistor de silício


2N2222( =120) abaixo determine:
Os primeiros transistores eram dispositivos simples d) Corrente IB
destinados a operarem apenas com correntes de baixa e) Tensão VCE
intensidade, sendo, portanto, quase todos iguais nas f) Potência dissipada pelo transistor
principais características. Com o passar dos anos,
ocorreram muitos aperfeiçoamentos nos processos de
fabricação que levaram os fabricantes a produzirem
27
transistores capazes de operar não só com pequenas
correntes mas também com correntes elevadas, o mesmo IB
240mA
R +
acontecendo com às tensões e até mesmo com a 12V
2N2222
velocidade.
IE

6 - TRANSISTOR COMO CHAVE

A utilização do transistor nos seus estados de


SATURAÇÃO e CORTE, isto é, de modo que ele ligue
conduzindo totalmente a corrente entre emissor e o
O estudo das características principais é efetuado por coletor, ou desligue sem conduzir corrente alguma é
famílias (grupo de transistores com características conhecido como operação como chave.
semelhantes), que são:
Uso Geral: Potência: A figura abaixo mostra um exemplo disso, em que ligar a
chave S1 e fazer circular uma corrente pela base do
Pequenos sinais Correntes elevadas transistor, ele satura e acende a lâmpada. O resistor ligado
Baixas Freqüências Baixas freqüências a base é calculado, de forma que, a corrente multiplicada
Corrente IC entre 20 e 500mA Corrente IC inferior a 15A
Tensão máxima entre 10 e 80 V Freqüência de transição entre 100
pelo ganho dê um valor maior do que o necessário o
Freqüência de transição entre 1 kHz e 40 MHz circuito do coletor, no caso, a lâmpada.
Hz e 200 MHz Uso de radiadores de calor
Veja que temos aplicada uma tensão positiva num
transistor NPN, para que ele sature e uma tensão negativa,
RF - Rádio Freqüência: para o caso de transistores PNP, conforme mostra a figura
Pequenos sinais abaixo.
Freqüências elevadas
Correntes IC inferior a 200mA
Tensão máxima entre 10 e 30V
Freqüência de transição em 1,5 GHz

5 - OS LIMITES DOS TRANSISTORES

Os transistores, como quaisquer outros dispositivos têm


suas limitações (valores máximos de alguns parâmetros)
que devem ser respeitadas, para evitar que os mesmos se
danifiquem. Os manuais técnicos fornecem pelo menos
quatro parâmetros que possuem valores máximos:

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6.1 - CÁLCULO DE RESISTORES PARA USO COMO CHAVE Parâmetros do 2N2222:


ELETRÔNICA.
VBE=0,7V VCE=0,3V =10
O uso do transistor como chave implica em polarizá-lo na ICMAX=500mA VCEMAX=100V
região de corte ou de saturação. Como o corte do
transistor depende apenas da tensão de entrada, o cálculo Parâmetros do relé:
dos transistores é efetuado baseado nos parâmetros de RR=80 IR=50mA
saturação.
Um transistor comum, quando saturado, apresenta um VCE
de aproximadamente 0,2V e um ganho de valor mínimo 7 – TRNSISTOR COMO AMPLIFICADOR
(entre 10 e 50) para garantir a saturação. A corrente de INTRODUÇÃO A AMPLIFICAÇÃO DE SINAL ELÉTRICO E
coletor de saturação depende da resistência acoplada ao ―SOM‖.
coletor ou da corrente imposta pelo projeto.
Na figura abaixo temos a representação de um sistema de
Exemplo 3 - No circuito a seguir, deseja-se que o LED reforço sonoro muito simples, cujo objetivo é fornecer a
seja acionado quando a chave estiver na posição ON e um alto falante certo valor de potencia elétrica a partir do
desligado quando a chave estiver na posição OFF. sinal elétrico fornecido pelo microfone.

Parâmetros do transistor BC 548:

VBE=0,7V VCE=0,3V
ICMAX=200mA VCEMAX=30V =20

Parâmetros do LED: V =1,5V ID=25mA

Simbologias

EXEMPLO 4 - Um circuito digital (TTL) foi projetado


NÍVEIS
para acionar um motor de 220V/60Hz sob determinadas Quando posicionamos o valor de potencia , pressão sonora,
condições. Para tanto, é necessário que um transistor tensão ou corrente elétrica de um sinal em uma escala
como chave atue sobre um relé, já que nem o circuito em dB (decibéis), obtemos um nível de sinal.
digital, nem o transistor podem acionar este motor. O As escalas em dB mais usadas são:
circuito utilizado para este fim esta mostrado a seguir.
NIVEL DE PRESSÃO SONORA (Lp): dB SPL

Onde p é a pressão sonora medida em Pascal (Pa) e p o=


-6
20x10 Pa, o valor de pressão sonora correspondente ao
limiar de audição a 1 kHz.

NIVEL DE POTÊNCIA (Lw): Dbw ou dBm.

Neste circuito, em série com RC, coloca-se a bobina do


relê. Esta bobina, normalmente, apresenta uma
resistência DC da ordem de algumas dezenas de ohms. Onde P é a potência em watts e Pref = 1W para níveis em
Por ser tão baixa, o resistor RC, tem a função de limitar a dBW ou Pref = 1mW para níveis em dBm.
corrente no transistor, para não danificá-lo. O diodo em
paralelo com a bobina serve para evitar que o transistor NÍVEL DE TENSÃO ELÉTRICA: dBV ou dBu.
se danifique devido à tensão reversa gerada por ela no
chaveamento do relê.

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Onde e será a tensão elétrica medida , em volts, eref será 1V para Possui baixa impedância de entrada e alta impedância de saída, seu
níveis em dBV ou 0,775 V para níveis em dBu. sinal de entrada será uma corrente elétrica e de saída também. Um
transistor é um exemplo de amplificador de corrente.
Convertendo níveis de potência (dBW) em valor de potência
(W): AMPLIFICADOR DE TRANSRESISTÊNCIA
Possui baixa impedância de entrada e de saída, seu sinal de entrada será
uma corrente e o de saída uma tensão.

Convertendo níveis de pressão (dB SPL) em valores de pressão AMPLIFICADORES DE TRANSCONDUTÂNCIA


sonora p (Pa): Possui alta impedância de entrada e saída, seu sinal de entrada
será uma tensão elétrica e o de saída uma corrente.

Todos os quatro tipos podem ser usados para conseguir o


GANHO DE POTENCIA Gp definido como:

SENSIBILIDADE

Num sistema de áudio, lidamos com dois tipos de sensibilidades


elétricas:
a) Sensibilidades dos transdutores:
É uma indicação da eficiência de conversão dos
transdutores.

Sensibilidades dos microfones: (transdutor de


entrada).
b) Sensibilidade dos estágios de amplificação:
Será o valor do sinal de entrada, geralmente uma
tensão, que produz um valor determinado ou nominal
de: tensão, corrente, ou potencia de saída. Pode ser
expressa na forma de um nível de sinal de entrada em
dB. GANHO EM dB

GANHO Resulta muito mais conveniente expressar o ganho dos estágios


Damos nome de ganho à razão entre as grandezas de saída e em dB para não ter que lidar com números muito grandes. Isto
entrada de um sistema elétrico que transportam informação, de será possível para os ganhos adimensionais como os de tensão,
forma que: corrente e potência.
Para corrente, tensão e potência, podemos calcular o ganho em
dB dos estágios de amplificação através das expressões:
AMPLIFICADOR GANHO DE TENSÃO

Quando as grandezas de entrada e saída tem a mesma natureza,


como acima, ganho será adimensional, caso contrário, teremos AMPLIFICADOR GANHO DE CORRENTE
relações de transferência com dimensões de resistência ou
condutância, como abaixo:

GANHO DE POTÊNCIA EM dB.

Teremos então quatro tipos de amplificadores possíveis em um Calcula-se o ganho de potência em dB pela seguinte expressão:
sistema elétrico.

AMPLIFICADORES DE TENSÃO
Possui alta impedância de entrada e baixa impedância de saída, seu
sinal de entrada será uma tensão elétrica e o de saída também. A grande
maioria dos estágios de amplificação em um sistema de áudio funciona
Os amplificadores ou estágios de amplificação
assim. São construídos pela interligação de vários componentes ativos
como transistores, FETs ou válvulas eletrônicas com componentes empregados em sistemas de áudio são, em sua grande
passivos como resistores, capacitores e transformadores. A maioria dos maioria, amplificadores de tensão e, portanto, possuem
estágios de amplificação em um sistema de áudio funciona como baixa impedância de saída e alta impedância de entrada.
amplificador de tensão. O bloco fundamental da moderna eletrônica analógica é o
amplificador operacional de tensão, ou Amp Op.
AMPLIFICADORES DE CORRENTE

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Em torno destes componentes construem-se estágios de


ganho, pré-amplificadores, equalizadores e filtros
analógicos.
Exemplos:

PONTO DE OPERAÇÃO DO TRANSISTOR

TESTE DE TRANSISTORES

Há três maneiras de se verificar um transistor: com o


traçador de curvas, os medidores digitais e o ohmímetro.

O traçador de curvas plota em uma tela as curvas


características de saída do dispositivo em análise,
permitindo uma análise detalhada.

Alguns multímetros digitais possuem a opção de medição


de hFE ou utilizando soquetes que aparecem ao lado da
chave comutadora do instrumento. O valor de ganho é
calculado para uma corrente de base fixa que varia de
instrumento para instrumento.

Um ohmímetro ou as escalas de resistência de um


multímetro digital, pode ser utilizado para determinar o
estado de um transistor. Lembre-se de que, para um
transistor na região ativa, a junção base-emissor está
diretamente polarizada, e a junção base coletor está
reversamente polarizada. Assim, portanto, a junção
diretamente polarizada deve registrar um valor de
resistência mais ou menos baixo, enquanto que a junção
reversamente polarizada, um valor muito mais alto de
resistência. Para um transistor NPN a junção base-emissor
deve ser testada, como mostra a figura abaixo, resultando
em uma leitura na faixa de 100 a alguns k . A junção
base-coletor deve apresentar leituras acima de 100 k .

SOLUÇÃO

Para um transistor PNP, os terminais devem ser trocados


de posição a cada medição.

Obviamente, uma resistência pequena ou grande demais


em ambas as direções (invertendo os terminais), para cada
junção de um transistor NPN ou PNP, indica que se trata
de um dispositivo defeituoso.

Com base nestas leituras pode se identificar os terminais


do transistor, mas é mais prático observar o seu
encapsulamento e consultar o manual.
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totalmente diversa do esperado, como 0V, 4V ou 12V, ou


A figura a seguir resume os valores de resistência que até mesmo valor negativo, devendo-se verificar as
devem ser encontrados a cada medição (A: Alta; B: conexões do dispositivo ou circuito. Para um transistor
Baixa). PNP podem ser utilizadas as mesmas conexões, mas as
leituras serão negativas.

Um nível de tensão de igual importância é a tensão


coletor-emissor. Lembre-se das características gerais de
um TBJ, que valores de VCE em torno de 0,3V sugerem
um dispositivo saturado, condição que não deve existir, a
menos que o transistor esteja sendo utilizado no modo de
chaveamento.

Outra maneira de se provar um transistor é com um


circuito simples destinado a isso, como a da figura a
seguir.

Para um transistor típico na região ativa,


a tensão VCE é normalmente 25% a 75%
de VCC.

Para VCC=20V, uma leitura de 1 a 2V ou 18 a 20V para


Apertando o interruptor de pressão o LED deve acender VCE é certamente um resultado estranho merecendo uma
se transistor em teste estiver bom. análise mais cuidadosa. Nestes casos há, no mínimo, duas
possibilidades, ou o dispositivo está danificado e
Se o LED acender antes de pressionarmos o interruptor comporta-se como um circuito aberto entre os terminais
então o transistor está em curto. Se não acender quando de coletor-emissor, ou uma conexão na malha coletor-
pressionarmos o interruptor então o transistor está aberto. emissor está aberta estabelecendo IC=0mA

Se o LED acender fraco antes de apertarmos S1 então o Um dos métodos mais eficientes de verificação de
transistor está com fuga. operação do circuito é checar os níveis de tensão relativo
ao terra. Para isso, coloca-se a ponta preta (negativa) do
voltímetro no terra e troca-se a ponta vermelha (positiva)
TÉCNICAS DE SOLUÇÃO DE PROBLEMAS no terminal considerado.
A arte de contornar problemas é um tópico bem
abrangente, de forma que todas as alternativas e técnicas
existentes não podem ser abordadas completamente.
Entretanto o técnico deve conhecer alguns ―macetes‖ e
medidas básicas que consigam isolar a área do problema,
e possibilitar a identificação de uma solução.

Obviamente, o primeiro passo para a identificação do


problema é entender bem o comportamento do circuito, e
ter alguma idéia dos níveis de tensão e correntes
existentes. Para o transistor na região ativa, o nível DC
mais importante a ser medido é a tensão base-emissor.

Para um transistor ligado, a tensão VBE


deve ser aproximadamente 0,7V Na figura acima se a ponta vermelha for conectada
diretamente a VCC, deve-se obter a leitura de VCC volts.
As conexões apropriadas para a medição de VBE aparecem Em VC a leitura deve fornecer um valor menor, já que há
na figura a seguir. Observe que a ponta de teste vermelha uma queda de tensão através de RC e VE deve ser menor
(positiva) do multímetro está conectada no terminal de que VC, devido a tensão coletor-emissor VCE. Algum valor
base para um transistor NPN, e a ponta preta no terminal não esperado para um destes pontos pode ser aceitável,
do emissor. Devemos suspeitar de qualquer leitura
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mas em certas ocasiões pode representar conexão malfeita


ou dispositivo defeituoso. Se VRC e VRE apresentarem
valores aceitáveis, mas VCE for de 0V, é provável que o
TBJ esteja com defeito, resultando em um curto-circuito
entre os terminais de coletor e emissor.

Via de regra, os níveis de corrente são calculados a partir


dos níveis de tensão, não necessitando da inserção no
circuito de um multímetro com a função de
miliamperímetro.

Para esquemas de circuitos extensos, em geral são


fornecidos níveis de tensão específicos, facilitando a
identificação e verificação de possíveis pontos O ganho de corrente do circuito aumenta bastante sendo
problemáticos. T = 1x 2.

EXEMPLO 5 - Baseado nas leituras fornecidas, Podem ser encontrados transistores montados desta forma
determine se o circuito está operando adequadamente. num único encapsulamento. Pelo seu alto ganho de
corrente, ele deve suportar altas correntes, sendo aplicado
em amplificadores de potência e fontes de alimentação.

RADIADORES DE CALOR

EXEMPLO 6 - Baseado nas leituras determine o estado Os transistores tem sua potência máxima especificada em
do transistor e se o circuito está operando corretamente. função da temperatura ambiente (25º C) e da temperatura
interna do transistor. Se a temperatura aumentar a
potência máxima dissipada tende a diminuir.

Uma maneira usual de compensar a diminuição da


potência de dissipação de um transistor é a utilização de
dissipadores de calor.

Trata-se de uma chapa metálica de boa condutibilidade


térmica (alumínio), geralmente com aletas, na qual é
acoplado o transistor, aumentando-se a área de contato
entre ele e o meio ambiente e, conseqüentemente
facilitando a troca de calor.

Só para ter uma idéia da importância do dissipador de


calor, num transistor TIP 29, a potência máxima passa de
2W para 30W com dissipador.

TRANSISTORES DARLINGTON
EXERCÍCIOS
Quando acoplamos dois transistores diretamente, da
forma abaixo, estamos realizando a conexão Questões:
DARLINGTON.
1. O ganho de corrente de um transistor define-se como a
relação entre a corrente de coletor e:
a) A corrente de base
b) A corrente de emissor
c) A corrente da fonte de alimentação
d) A corrente de coletor

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2. Se a resistência de base diminuir, a tensão de coletor 11. Se a resistência de coletor diminuir até 0 num circuito
provavelmente: com polarização de base, a reta de carga será:
a) Diminuirá a) Horizontal
b) Não muda b) Vertical
c) Aumenta c) Inútil
d) Qualquer das opções anteriores d) Plana

3. Se a resistência de base é muito pequena, o transistor 12. Suponha que a corrente de coletor é de 10 mA. Se o
funcionará na zona: ganho de corrente for de 100, a corrente de base será:
a) De corte a) 1 μA
b) Ativa b) 10 μA
c) De saturação c) 100 μA
d) De ruptura d) 1 mA

4. Sobre uma reta de carga mostram-se três pontos Q 13. Suponha que a corrente de base é de 50 μA. Se o
diferentes. O ponto Q superior tem: ganho de corrente for de 125, o valor da corrente de
a) Ganho de corrente mínimo coletor é aproximadamente de:
b) Ganho de corrente intermédio a) 40 μA
c) Ganho de corrente máximo b) 500 μA
d) A corrente de coletor em corte c) 1 mA
d) 6 mA
5. Se um transistor estiver a funcionar na parte central da
reta de carga, um aumento da resistência de base fará com 14. Se o ponto Q se deslocar ao longo da reta de carga, a
que o ponto Q se mova: tensão aumenta quando a corrente
a) Para baixo a) Diminui
b) Para cima b) Não muda
c) Fica inalterado c) Aumenta
d) Para fora da reta de carga d) Não sucede nada do que foi dito anteriormente

6. Se o transistor estiver a funcionar na parte central da 15. Um circuito em que a corrente de emissor é constante,
reta de carga, um aumento no ganho de corrente fará com designa-se de:
que o ponto Q se mova: a) Polarização de base
a) Para baixo b) Polarização de emissor
b) Para cima c) Polarização de transistor
c) Fica inalterado d) Polarização com duas fontes
d) Para fora da reta de carga
16. O primeiro passo para a análise dos circuitos com
7. Se a tensão da fonte de base aumentar, o ponto Q polarização de emissor consiste em determinar:
move-se: a) A corrente de base
a) Para baixo b) A tensão de emissor
b) Para cima c) A corrente de emissor
c) Fica inalterado d) A corrente de coletor
d) Para fora da reta de carga
17. Num circuito com polarização de emissor, se o ganho
8. Suponha que a resistência de base está em aberto. de corrente for desconhecido, o que não se conseguirá
Então o ponto Q situa-se: calcular é:
a) Na parte central da reta de carga a) A tensão de emissor
b) No extremo superior da reta de carga b) A corrente de emissor
c) No extremo inferior da reta de carga c) A corrente de coletor
d) Fora da reta de carga d) A corrente de base

9. Se a tensão da fonte de alimentação de polarização de 18. Se a resistência de emissor estiver em aberto, a tensão
base se desligar, a tensão coletor-emissor será igual a: de coletor:
a) 0 V a) Está no nível alto
b) 6 V b) Está no nível baixo
c) 10,5 V c) Não muda
d) À tensão da fonte de coletor d) É desconhecida

10. Se a resistência de base entrar em curto-circuito, o 19. Se a resistência de coletor estiver em aberto, a tensão
transistor provavelmente de coletor:
a) Saturará a) Está no nível alto
b) Entrará em corte b) Está no nível baixo
c) Destruiri-se-a c) Não muda
d) Nenhuma das anteriores d) É desconhecida
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20. Se o ganho de corrente aumenta de 50 para 300 num 11. Se a resistência de emissor duplicar na figura a), qual
circuito com polarização de emissor, então a corrente de será a tensão de coletor-emissor?
coletor:
a) Mantém-se quase no mesmo valor 12. Se a tensão da fonte de coletor diminuir para 15 V na
b) Diminui 6 vezes figura a) qual é a tensão de coletor?
c) Aumenta 6 vezes
d) É zero 13. Qual é a tensão de coletor na figura b), se VBB=2V?

Problemas: 14. Se a resistência de emissor duplicar na figura b), qual


é a tensão de coletor-emissor para uma tensão da fonte de
base de 2,3 V?

15. Se a tensão da fonte de coletor aumentar até 15 V na


figura b), qual é a tensão coletor-emissor para VBB =
1,8V?

Exercício resolvido: Polarização por divisor de tensão na


base.

Dados ICQ = 2 mA e VCEQ = 10 V, determine R1 e RC

1. Desenhe a reta de carga para a figura a)


Qual é a corrente de coletor no ponto de saturação?
E a tensão coletor-emissor no ponto de corte?

2. Se a fonte de tensão de coletor se reduzir para 10 V na


figura a) que sucede à reta de carga?

3. Se a resistência de coletor se reduzir a 1 kΩ na figura a)


que sucede à reta de carga?

4. Se a resistência de base na figura a) duplicar, que


sucede à reta de carga?
5. Desenhe a reta de carga para a figura b
Qual é a corrente de coletor no ponto de saturação?
E a tensão coletor-emissor no ponto de corte?

6. Se a tensão da fonte de coletor duplicar na figura b),


que sucede à reta de carga?

7. Se a resistência de coletor aumenta para 1 kΩ na figura


b), que sucede à reta de carga?

8. Na figura a) qual é a tensão entre o coletor e a massa se


o ganho de corrente valer 100?

9. O ganho de corrente flutua entre 25 e 300 na figura a).


Qual é o valor mínimo da tensão de coletor?
E o valor máximo?

10. Qual é a tensão de coletor na figura a)?


E a tensão de emissor?
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Os valores comerciais padrão para R1 é de 82 kΩ e 91 EXECÍCIO RESOLVIDO


kΩ . Calcule as resistência de polarização de acordo com os
dados no circuito da figura abaixo.

Podemos usar o valor comercial de 82 kΩ em série com o


valor comercial de 4,7 kΩ, sendo assim passaremos a ter
86,7 kΩ em relação a 86, 52 kΩ teórico.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

A configuração de polarização de emissor tem


as seguintes especificações:
ICQ = ½ ICsat,
ICsat = 8 mA,
VC = 18 V
β= 110.
Determine RC, RE e RB.

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canal P. A figura a seguir mostra o aspecto construtivo de


cada um deles:
APÍTULO 7 – TRANSISTORES DE
EFEITO DE CAMPO

1 - INTRODUÇÃO
Os transistores bipolares são dispositivos controlados por
corrente, isto é, a corrente de coletor é controlada pela
corrente de base. Existe, no entanto, um outro tipo de
transistor, no qual a corrente é controlada pela tensão
pelo campo elétrico. São os chamados transistores de
efeito de campo ou simplesmente FET (Field-Effect
Transistor).

Existem dois tipos de FETs:

a) JFET – FET de junção;


b) MOSFET – FET com porta isolada.

2- JFET
(JUNCTION FIELD-EFFECT TRANSISTOR)

O JFET é um dispositivo unipolar e fisicamente pode ser


encontrado em dois tipos: JFET – canal N e JFET –
O JFET é formado por três terminais: fonte (source) – por porta praticamente nula. Abaixo vemos o aspecto
onde os elétrons entram, dreno (drain) – de onde os construtivo do MOSFET:
elétrons saem e porta (gate) – que faz o controle da
passagem dos elétrons.

O princípio de funcionamento do JFET é bem simples. O


objetivo é controlar a corrente iD que circula entre a fonte
e o dreno. Isto é feito aplicando-se uma tensão na porta.

Com o potencial de porta igual a zero, ou seja, V G=0 ou


VGS=0, aplicando-se uma tensão entre o dreno e a fonte
(VD ou VDS), surge uma corrente iD, como indicada na
figura abaixo:

O surgimento do MOSFET representou um grande avanço


tecnológico por ser de fabricação muito simples, ter alto
desempenho (alta impedância de entrada e baixo ruído) e
propiciar a integração em larga escala, isto é, pelo fato de
ter um tamanho muito reduzido (cerca de 20 vezes menor
que o transistor bipolar), permite que um grande número
de transistores seja produzido num mesmo circuito
3- MOSFET
(METAL OXIDE SEMICONDUCTOR FIELD-EFFECT integrado. O baixíssimo consumo de energia resultante da
TRANSISTOR) alta impedância de entrada, a possibilidade de integração
em larga escala, o tamanho reduzido e o baixo custo
Neste tipo de FET, existe uma camada isolante de dióxido permitem que os CIs de portas lógicas, registradores e
de silício (SiO2) entre o terminal de porta e o componente
propriamente dito. Isto resulta numa resistência neste
terminal altíssima e, conseqüentemente, numa corrente de
memórias sejam produzidos a partir da tecnologia dos
MOSFETs.

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CAPÍTULO 8 - CIRCUITOS REGULADORES DE TENSÃO

Pela equação (II) nota-se que a tensão de saída VS é constante,


ESTABILIZAÇÃO COM TRANSISTOR pois tanto a tensão zener VZ como a tensão VBE são estáveis.
Ao estudarmos as fontes de tensão verificamos a existência de Podemos tentar explicar a ação de regulação da seguinte
várias etapas na obtenção de uma tensão fixa a partir de uma forma:
tensão alternada.
1. Se a tensão de saída diminui, a tensão base-
Transformação de amplitude emissor aumenta, fazendo com que o transistor
Retificação conduza mais, e desta forma aumentando a tensão
Filtragem de saída - mantendo a saída constante.
Regulação 2. Se a tensão de saída aumentar, a tensão base-
emissor diminui, e o transistor conduz menos,
A etapa de regulação, a qual cabe manter a tensão de saída reduzindo assim, a tensão de saída, mantendo a
fixa para vários valores de corrente de saída, era saída constante.
desempenhada pelos diodos ZENER’s. 3. Um aumento da tensão de entrada, aumenta a
tensão base-coletor (IV). Como VBE é constante,
Como já estudamos, o diodo Zener tem suas limitações, e os VCE aumenta (III). Portanto, pela equação (II) VS
circuitos reguladores projetados com este elemento são permanece constante.
utilizados para baixos níveis de corrente de saída. 4. Se VE diminuir, VCB diminui (IV). Pela equação
(III) VCE diminui. Pela equação (II) VS
Com os transistores, podemos ampliar esta faixa de corrente, permanece constante.
quando usamos a configuração abaixo, conhecida como
circuito regulador série. LIMITAÇÕES
+ VCE -
Obviamente, o circuito regulador apresenta suas limitações. O
transistor tem seus valores máximos e mínimos para VCE e IC,
que limita os valores máximos e mínimos da tensão de entrada
e corrente de saída, para que haja tanto a estabilização da
+ + tensão como a proteção do transistor e do diodo zener.
VE RS RL VL
- + -
VZ
Tensão máxima de entrada
- VE MAX=VCE MAX + VS
Tensão mínima de saída
VE MIN=VCE SAT + VS
Corrente máxima de saída
A tensão de entrada VE pode ser constante (desejando IS MAX = IC MAX
estabilizá-la num valor menor) ou vir de um circuito Potência máxima dissipada pelo transistor
retificador com filtro, cuja saída apresenta ondulação (ripple). PC MAX = (VE MAX - VS).IS MAX

O diodo zener garante a estabilidade e o transistor permite Exemplo 1 - Calcule a tensão de saída e a corrente no zener
ampliar a faixa de valores de correntes de saída, sem do circuito regulador da figura abaixo. ( =50)
sobrecarregar o diodo zener. RS é um resistor limitador de + VCE -

corrente para o diodo zener.

A tensão de saída pode ser determinada pela malha externa e


pela malha de saída: + +
20 220 1k VL
- + -
Malha externa: VS = VE - VCE (I) 12
Malha de saída: VS = VZ - VBE ( II ) -

Malha do transistor: VCE = VCB + VBE ( III )


Malha interna: VE = VCB + VZ ( IV )

Sendo este circuito estabilizador de tensão, ele deve ESTABILIZAÇÃO COM CIRCUITOS INTEGRADOS
compensar tanto as variações de tensão de entrada, como as Há uma classe de CIs disponíveis que operam como
variações de corrente de saída (causadas pelas variações na reguladores de tensão. Estes CIs contêm circuitos mais
carga RL). sofisticados que proporcionam uma regulação quase perfeita e
até proteção contra curto-circuito na saída da fonte.

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As série mais difundidas de reguladores de tensão são as 2.2 - ESQUEMA INTERNO


uA78XX e a uA79XX. Estes CIs possuem três terminais. Um
17 transistores
para receber a tensão não regulada. Um para o aterramento e o
2 diodos zeners
terceiro entrega a tensão regulada.
21 resistores
Uma fonte de tensão com este regulador apresenta a seguinte 1 capacitor
forma:
78XX

CI
Ponte
220V de
diodos
~
C1 C2 RL
Trafo

O capacitor de filtragem principal C1 não precisa ter valor DIAGRAMA DE BLOCOS


elevado, são usados valores de 220 a 470 F. Isto porque o
ripple é eliminado principalmente pelo CI. O capacitor C2 é
utilizado para supressão de ruídos de alta freqüência, tendo
valores típicos na ordem de 100nF.

Os valores de tensão de saída dependem do tipo do CI


utilizado, a tabela a seguir mostra os valores disponíveis e seus
respectivos limites de tensão de entrada.

Tensão de entrada
CI Tensão
(volts)
Regulador de Saída
Mín Máx
7805 5,0 7,3 25
Tensão de referência: Fornece uma tensão de referência
7806 6,0 8,3 25
estável (zener)
7808 8,0 10,5 25
Interpretador de tensão: Amostra o nível de tensão de
7810 10,0 12,5 28
saída.
7812 12,0 14,6 30
15,0 17,7 30 Elemento comparador: Compara a referência com a
7815
18,0 21,0 33 tensão de saída produzindo um sinal de erro
7818
7824 24,0 27,1 38 Elemento de controle: Utiliza o sinal de erro para
modificar a tensão de saída de modo a estabiliza-la.
A série 79XX apresenta características idênticas para a
APLICAÇÕES BÁSICAS
regulação de tensões negativas.
A montagem básica deste CI esta mostrada na figura a seguir.
Apesar do fabricante especificar que o CI suporta correntes de
até 2,2A, ele só é utilizado para correntes de no máximo 1A,
com o uso recomendado de radiador de calor para correntes
maiores que 500mA.

- ENCAPSULAMENTO 78XX

Com algumas modificações podemos conseguir tensões


O- Output - Saída maiores que a tensão regulada do CI.
C- Commom - Terra
I - Input - Entrada

VXX
V0 VXX ( I0 ). R2
R1
Onde I0 = 3 a 10 mA (depende do tipo de CI)

Professor Mário Goretti - 2010 Página 33


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Podemos projetar uma fonte de corrente para diversas


aplicações, como recarregadores de bateria, usando o 78XX.

Exercícios de Fixação
FONTE DE TENSÃO COM SAÍDA VARIÁVEL. 1. Calcule a corrente no diodo zener e a tensão de saída no
Apesar da série uA78xx permitir, através da adição de circuito abaixo.
componentes auxiliares, a obtenção de tensões de saída
variáveis, existem CI’s dedicados para isto.

O LM317 permite que a tensão de saída seja ajustável entre


1,2V e 37V, podendo fornecer até 500mA de corrente de
saída.

O - Output - Saída
A - Adjustment - Ajuste
I - Input - Entrada

2. Calcule a tensão de saída para o circuito abaixo. Qual o


O esquema de ligação é o mostrado na figura a seguir. A valor mínimo da tensão não regulada que deve ser entregue ao
tensão de entrada deve ser superior em 3V a maior tensão de circuito?
saída pretendida.

A tensão de saída é dada por:

R2
V0 VREF .(1 ) IADJ . R2
R1

Onde VREF = 1,25V e IADJ = 100 A.

Exemplo 2 - Determine a tensão regulada no circuito acima


para R1 = 240 e R2 = 2,4 k .

Para melhorar a filtragem e eliminar possíveis ruídos, devemos


adicionar capacitores na entrada e saída do regulador.

CAPÍTULO 9 – TIRISTORES
INTRODUÇÃO.

Professor Mário Goretti - 2010 Página 34


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Os tiristores constituem um extenso grupo de componentes, dentro OS SCRS


da família dos semicondutores. Têm a função de diodo, fazendo
chaveamento eletrônico, ou seja faz o controle de potência tanto de
alternada como de contínua. Família de transistores: SCR , TRIAC , O SCR é uma chave elétrica como o triac, mas conduz apenas
DIAC , SUS , SBS , UJT, PUT. Estes componentes têm bastantes em uma direção quando o terminal porta (gate) recebe uma
aplicações em eletrônica industrial. tensão positiva em relação ao terminal catodo (o outro
terminal se chama anodo). Assim como o triac, uma vez que o
1 – TRIACs E SCRs SCR é disparado ele só vai parar de conduzir quando a
corrente que o percorre for reduzida a zero.
UMA CHAVE PARA CORRENTE ALTERNADA: O TRIAC

O triac também é um componente de três terminais, um dos quais


controla o fluxo de corrente nos outros dois. O terminal de controle
se chama porta (gate), os outros dois são conhecidos como A1 e A2
(ou MT1 e MT2). Quando uma tensão positiva ou negativa é
aplicada ao gate, o triac conduz corrente em qualquer sentido,
funcionando como um interruptor ligado.

A tensão de disparo no gate é relativa ao terminal A1, por isso,


conforme mostra a figura, o acionamento do triac não ocorrerá se
esta tensão for retirada de um ponto ligado a este terminal.
Uma vez disparado o triac, este continuará conduzindo até que o fluxo de
corrente entre seus outros terminais A1 e A2 chegue a zero. Isto acontece 120
vezes por segundo na tensão alternada de 60 Hz, o que equivale a dizer que o
triac pode demorar, no máximo, 1/120 s para desligar. Outra utilização
importante dos triacs é na construção de dimmers. Este tipo de circuito será
analisado no capítulo sobre fontes de eletricidade.

Os triacs não se comportam bem quando têm que desligar cargas


indutivas ligadas à tensão alternada da rede. Muitas vezes o
desligamento não acontece. Isto pode ser solucionado ligando um
capacitor à carga ou usando SCRs como será descrito a seguir.

FUNCIONAMENTO DE UM TRIAC LIGADO À REDE FUNCIONAMENTO DO SCR

Professor Mário Goretti - 2010 Página 35


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conforme a figura 2.6.7. O diodo pode ser o 1N4148 e o


resistor deve limitar a corrente a cerca de 10mA. Para a rede
127/220 volts, um resistor de 10k funcionará bem.

AFIGURA (DIODO PARA ALTAS CORRENTE USANDO UM


SCR.) mostra uma ponte retificadoras para 12 ampères usando
quatro TIC126. Os dissipadores não devem se tocar. Note que
a carcaça metálica costuma ser ligada ao pino central do
encapsulamento TO-220 e, portanto, os dissipadores podem
ser usados como terminais de conexão.

DIACS

O diac tem dois terminais e o mesmo aspecto de um diodo.


Sua característica é conduzir apenas quando a tensão em seus
Circuito para controlar cargas indutivas usando dois SCRs. terminais atinge um determinado valor, tipicamente em torno
de 30V. Os diacs são geralmente usados junto com os triacs
Um uso importante dos SCRs é ligar e desligar cargas para fazer dimmers.
indutivas sob corrente alternada. Neste caso usa-se dois SCRs
em oposição. Como o SCR tem que ficar um semiciclo inteiro
sem conduzir corrente, não ocorre o mesmo tipo de falha que é
comum nos triacs.
Outro uso possível para o SCR é como diodo para altas
correntes. O TIC 116 conduz até 8 amperes rms e o TIC 126
tem 12 amperes como corrente rms limite. Diodos com estas
características são caros e difíceis de encontrar.

FIGURA (PONTE DE 12 AMPERES USANDO 4 TIC126)

Para adaptar um SCR à função de diodo, é preciso acrescentar


dois componentes: um diodo e um resistor, montados
CAPÍTULO 10 – ELETRÔNICA DIGITAL
INTRODUÇÃO AO SISTEMA DE NUMERAÇÃO grega alfa (α). A coleção ααα é simbolizada por 3α, a coleção
ααααα é indicada por 5α e assim sucessivamente.
Número é um conceito matemático abstrato, mas bastante
intuitivo. Pode-se definir como a representação de uma coleção Na tabela abaixo, a coluna (a) contém coleções sucessivas do
de objetos iguais ou quantidades. São indicados por símbolos objeto mencionado e a coluna (b) dá a representação numérica
denominados algarismos ou dígitos e as palavras que os usual.
expressam são ditas numerais.
Um fato notável ocorre a partir da quantidade 10: em vez de
Seja, por exemplo, uma espécie de objeto representada pela letra criado um novo algarismo, foram usados dois já existentes. Esse
artifício, que forma um sistema de numeração, é fundamental,

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uma vez que os tamanhos das coleções são ilimitados e, portanto, Então, o número binário convertido é dado pelo último
seria inviável a definição de infinitos símbolos diferentes. quociente seguido dos restos em ordem inversa. No exemplo
dado,
A base de um sistema de numeração corresponde à quantidade de
algarismos diferentes que são usados. O sistema padrão de uso 847 = 1101001112.
cotidiano é denominado decimal porque são usados dez
algarismos diferentes (01234567989).

Sistemas de numeração podem ser definidos com qualquer base,


desde que maior que a unidade. Na coluna (OCTAL) da tabela,
são usados os mesmos algarismos do sistema decimal, mas
apenas até o 7. Isso forma o sistema de base oito ou octal de
numeração. Portanto, 10 nessa base corresponde ao 8 decimal, 11
ao 9, etc.

A coluna (HEXADECIMAL) da tabela mostra o sistema


hexadecimal. Ele usa todos os algarismos do sistema decimal
mais a seis primeiras letras do alfabeto para formar a base de
tamanho 16. o caso da conversão de um número decimal para octal ou
hexadecimal, pode-se adotar procedimento semelhante, com
A menor base possível é constituída por dois dígitos diferentes, divisões sucessivas por 8 ou 16 respectivamente. Entretanto, é
quase sempre representada pelos dois primeiros algarismos do mais prático transformá-lo em binário (divisões por 2 são mais
sistema decimal (0 e 1). É o sistema binário de numeração,
rápidas) e convertê-lo para octal ou hexadecimal
conforme exemplo da coluna (BINARIO) da tabela.
OPERAÇÕES ELEMENTARES COM NÚMEROS BINÁRIOS

Soma e subtração são operações aritméticas fundamentais, que


podem ser feitas com números de qualquer base. Este tópico
trata dessas operações apenas com a base de interesse para os
circuitos digitais, isto é, o sistema binário

A soma de números binários é feita de forma similar à dos


números decimais. Deve ser considerado o dígito de transporte
("vai" algum dígito), que deve ser diferente de zero quando o
valor da soma excede o máximo que pode ser dado pela
respectiva posição.
No caso de soma com apenas duas parcelas, os valores
possíveis são:

0 + 0 = 0 transporte 0.

Se há três dígitos para a soma, aplicam-se as regras acima em


CONVERSÃO DE DECIMAL PARA BINÁRIO, OCTAL E partes. Exemplo: 1 + 1 + 1 = 0 transporte 1.
HEXADECIMAL.
O quadro da Tabela acima dá o exemplo da soma dos números
O método usa divisões sucessivas por dois, conforme exemplo binários 11011 e 1011. Os dígitos de transporte estão na linha
dado na Tabela abaixo, isto é, a conversão do número decimal superior e o resultado é dado na linha inferior.
847 para binário.
O quociente de cada divisão (coluna b) é o dividendo da Na subtração de números binários deve-se considerar o
próxima (coluna a). Os restos de cada divisão são dados na transporte negativo ("empréstimo") de forma similar à dos
coluna (c). A divisão deve prosseguir até o o quociente se números decimais.
tornar 1. Para duas parcelas, os valores possíveis são:
0 − 0 = 0 empresta 0.
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0 − 1 = 1 empresta 1.
1 − 0 = 1 empresta 0.
1 − 1 = 0 empresta 0.

Se há mais de dois dígitos, as regras acima são aplicadas em


partes. No quadro da Tabela 02, exemplo da subtração 11000
− 111. Os dígitos de empréstimo estão na penúltima linha e o INFORMAÇÕES BINÁRIAS
resultado na última.
Na operação de circuitos digitais, o conceito de número
A multiplicação de números binários é também similar à dos
binário pode ser estendido para informação binária. Um
decimais. Deve-se considerar as igualdades elementares:
conjunto de um ou mais dígitos binários pode indicar um
número aritmético ou qualquer outra informação, como
caracteres alfabéticos, instruções de operação, sinais, etc.

A expressão inglesa bit (de binary digit) foi, na prática,


adotada para indicar um dígito binário. Também o byte, para
indicar uma seqüência de 8 dígitos binários (8 bits).

Uma variável binária é uma variável cujos valores só podem


ser dígitos binários. No contexto de operação de circuitos
0 × 0 = 0. lógicos, pode-se considerar variáveis de apenas um dígito (1
0 × 1 = 0. bit) ou de vários.
1 × 0 = 0.
1 × 1 = 1. ALGÉBRA DE BOOLE

Na Tabela, procedimento para 11011 × 10. A álgebra de Boole é um conjunto de postulados e operações
lógicas com variáveis binárias desenvolvido pelo matemático
e filósofo inglês George Boole (1815-1864). As operações
Os resultados intermediários (penúltima e antepenúltima linha) básicas dos circuitos digitais são fundamentadas
devem ser somados para o resultado final. Notar que essa matematicamente nos seus conceitos, que inclusive guardam
soma pode exigir dígitos de transporte de forma similar ao alguma (mas não total) semelhança com a álgebra comum dos
exemplo anterior. Neste caso, todos eles são nulos e não estão números reais.
indicados.
Esta página apresenta algumas informações de forma
A divisão de números binários pode ser feita de modo resumida, sem entrar em detalhes como demonstrações de
semelhante à divisão de decimais. teoremas e identidades. Outros conceitos e procedimentos
relativos à álgebra de Boole são dados ao longo das páginas
O quadro Tabela dá o exemplo para a operação 11011 ÷ 11. sobre circuitos lógicos.

Os dois primeiros dígitos do dividendo são comparados com o


divisor e, se for maior ou igual, é escrito 1 no quociente. Esse VARIÁVEIS E OPERADORES BÁSICOS
valor é multiplicado pelo divisor e subtraído dos dois
primeiros dígitos.
Variáveis
Ao resultado (00) é acrescentado o próximo dígito do
dividendo (0). Desde que o valor é menor que o divisor, o Uma variável booleana representa um dígito binário, ou seja,
dígito 0 é acrescentado ao quociente. só pode ter os valores 0 ou 1. Matematicamente pode-se dizer
que o domínio de uma variável é o conjunto
O procedimento é repetido até o último dígito do dividendo,
obtendo-se o resultado 1001 e resto 0. B = {0, 1} e uma variável genérica X é elemento desse
conjunto, X B.

São comuns, para os valores 0 e 1, as designações falso e


verdadeiro, respectivamente.
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0 · 1 = 0
Deve-se notar que os dígitos de variáveis com mais de um 1 · 0 = 0
dígito podem ser combinados em operações booleanas. 1 · 1 = 1
Exemplo: uma palavra de 8 bits permite 28 = 256
combinações para as operações. Em algumas referências, são denominados postulados da
multiplicação. Notar que há equivalência plena com a
Operações básicas multiplicação comum.

As operações fundamentais da álgebra de Boole têm 3) Postulados da operação NÃO


semelhança com operações aritméticas comuns, inclusive 0 = 1
1 = 0
alguns símbolos são idênticos, mas não são necessariamente
coincidentes:
Omitindo as demonstrações, algumas identidades podem ser
deduzidas a partir dos postulados acima:
1) OPERAÇÃO OU
4) Da operação OU
É similar à adição comum, mas a correspondência não é plena. X + 0 = X
Símbolo usual é o mesmo da adição. Exemplo: X + 1 = 1
X + X = X
X = A + B (lê-se X igual a A ou B). Um outro símbolo, X + X = 1
comum em linguagem de programação, é a barra vertical (X = 5) Da operação E
A | B).
X · 0 = 0
2) OPERAÇÃO E X · 1 = X
X · X = X
X · X = 0
É similar à multiplicação comum e há correspondência, como
poderá ser visto adiante. Símbolo usual é o mesmo da
multiplicação. Exemplo:
6) DA OPERAÇÃO NÃO
X = A · B (lê-se X igual a A e B). Muitas vezes, também de
X = X
forma semelhante à álgebra comum, o sinal de ponto é
suprimido: X = AB. O e comercial (&) é um símbolo usado
A relação acima sugere uma semelhança com o negativo da
em algumas linguagens (X = A & B).
álgebra usual, pois −(−x) = x.
3) OPERAÇÃO NÃO

Também denominada negação ou complemento, pode ser ALGUMAS PROPRIEDADES E TEOREMAS


considerada similar ao negativo da álgebra comum.
Entretanto, não há correspondência plena porque a álgebra de 1) PROPRIEDADE COMUTATIVA
Boole não usa sinal negativo. Símbolo usual é uma barra
acima (ou antes) da variável. Exemplo: A + B = B + A
A · B = B · A
X = A (lê-se X igual a não A). Alguns outros símbolos são o
2) PROPRIEDADE ASSOCIATIVA
sinal de exclamação (X = !A) e o apóstrofo (X = A').
A + (B + C) = A + (B + C) = A + B + C
POSTULADOS E ALGUMAS IDENTIDADES A · (B · C) = A · (B · C) = A · B · C

Os postulados da álgebra de Boole definem os resultados das 3) PROPRIEDADE DISTRIBUTIVA


operações básicas informadas no tópico anterior.
A · (B + C) = A·B + A·C
1) Postulados da operação OU
4) TEOREMAS DE MORGAN

0 + 0 = 0
0 + 1 = 1 A + B = A · B
1 + 0 = 1 A · B = A + B
5) OUTRAS IGUALDADES
1 + 1 = 1
A + A·B = A
Algumas referências escrevem postulados da adição. Mas A + A·B = A + B
lembrar que é adição booleana, não equivale plenamente à (A + B) · (A + C) = A + B·C
adição comum porque, para esta última, 1 + 1 deve ser 0.

2) Postulados da operação E
0 · 0 = 0
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Função booleana e tabela de verdade


Uma função matemática genérica de um conjunto X para um
conjunto Y,
f:X → Y, pode ser entendida como uma regra que define um
elemento único y Y para cada elemento x X. A notação EXPESSÃO LÓGICA S = A ou S = A'
prática mais comum é y = f(x). Pode-se também dizer que a
função faz um mapeamento de x para y. PORTA LÓGICA
O conjunto X é denominado domínio da função e o conjunto
Y é o seu co-domínio.

x1 x2 x 3 y1 y2

0 0 0 0 0
0 0 1 1 0
0 1 0 0 1
0 1 1 1 1 LÓGICA E – AND
1 0 0 0 0
1 0 1 1 0
1 1 0 0 1
1 1 1 1 1

Seja agora o conjunto das variáveis booleanas B = {0, 1}. Se


existem n variáveis, o conjunto de todas as combinações
possíveis é simbolizado por Bn (produto cartesiano).

Uma função booleana é o conjunto de todas as funções que TABELA VERDADE


fazem o mapeamento de m variáveis de entrada para n
variáveis de saída:

f: Bm → Bn.

Na prática, pode-se dizer que é uma função que estabelece


uma relação entre um conjunto de m variáveis de entrada com
um conjunto de n variáveis de saída.
EXPRESSÃO LÓGICA S = A · B.
Desde que os valores das variáveis são discretos (apenas 0 e
1), o mapeamento da função pode ser apresentado em forma PORTA LÓGICA
tabular, denominada tabela de verdade da função. O quadro
acima dá um exemplo para três entradas e duas saídas.

PORTAS LÓGICAS
LÓGICA OU – OR
LÓGICA NÃO - NOT

TABELA VERDADE

TABELA VERDADE

EXPRESSÃO LÓGICA S = A + B.
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PORTA LÓGICA
PORTA LÓGICA

LÓGICA NAND
LÓGICA OU-EXCLUSIVO

PORTA LÓGICA

TABELA VERDADE

TABELA VERDADE

EXPRESSÃO LÓGICA S = A B.

CIRCUITO LÓGICO

EXPRESSÃO LÓGICA S = (A · B) ou S = (A · B)'

PORTA LÓGICA

NOR (COINCIDÊNCIA)
LÓGICA NOR

TABELA VERDADE – COICIDÊNCIA

TABELA VERDADE

EXPRESSÃO LÓGICA S = (A B) ou S = (A B)'

CIRCUITO EXCLUSIVO NOR (COICIDÊNCIA)


EXPRESSÃO LÓGICA S = (A + B) ou S = (A + B)'

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Entre 0 e 0,8 Volt, nível lógico 0


Faixas de tensão correspondentes aos níveis
lógicos de saída:
Entre 2,4 e 5 Volt, nível lógico 1
Entre 0,3 e 0,5 Volt, nível lógico 0
Família Lógica CMOS
Faixa de alimentação que se estende de 3V a 15V
ou 18V, dependendo do modelo.
A família CMOS possui também, uma
determinada faixa de tensão para representar os
SÉRIES DAS FAMÍLIAS TTL E CMOS níveis lógicos de entrada e de saída, porém estes
A família TTL é principalmente reconhecida pelo facto de ter duas valores dependem da tensão de alimentação e da
séries que começam pelos números 54 para os componentes de uso temperatura ambiente.
militar e 74 para os componentes de uso comercial.
TTL 74L de Baixa Potência NÍVEIS DE INTEGRAÇÃO
TTL 74H de Alta Velocidade Os níveis de integração referem-se ao número de portas
TTL 74S Schottky lógicas que o CI contém.
TTL 74LS Schottky de Baixa Potência (LS-TTL) SSI (Small Scale Integration) – Integração em
TTL 74AS Schottky Avançada (AS-TTL) pequena escala: São os CI com menos de 12
TTL 74ALS- TTL Schottky Avançada de Baixa Potência portas lógicas.
Séries CMOS: MSI (Medium Scale Integration) – Integração em
4000/14000 (foram as primeiras séries da família CMOS) média escala: Corresponde aos CI que têm entre
74C (compatível, pino a pino e função por função, com os 12 a 99 portas lógicas
dispositivos TTL) LSI (Large Scale Integration) – Integração em
74HC (CMOS de Alta Velocidade) grande escala: Corresponde aos CI que têm entre
74HCT (os dispositivos 74HCT - CMOS de Alta Velocidade - 100 a 9 999 portas lógicas.
podem ser alimentados directamente por saídas de dispositivos TTL) VLSI (Very Large Scale Integration) –
Integração em muito larga escala: Corresponde
TENSÕES DE NÍVEIS LÓGICOS aos CI que têm entre 10 000 a 99 999 portas
Família Lógica TTL lógicas.
Faixas de tensão correspondentes aos níveis lógicos de ULSI (Ultra Large Scale Integration) –
entrada: Integração em escala ultra larga: Corresponde
Entre 2 e 5 Volt, nível lógico 1 aos CI que têm 100 000 ou mais portas lógicas.
Entre 0,8V e 2V o componente não reconhece os
níveis lógicos 0 e 1, devendo portanto, ser
evitada em projectos de circuitos digitais.

CAPÍTULO 11 – AMPLIFICADORES OPERACIONAIS

VCC

1 - CARACTERÍSTICAS BÁSICAS V-
-
O Amplificador Operacional é um circuito eletrônico A V0
integrado composto de resistores, transistores e +
capacitores. V+ V0 A.(V V )
No princípio, os Amplificadores Operacionais (AMP OP)
foram utilizados para realizar operações matemáticas, VEE
resultando no nome ―operacional‖ V+ : Entrada não inversora
Atualmente é utilizado principalmente em Instrumentação, V- : Entrada inversora
no manipulação de sinais elétricos de pequena intensidade V0 : Saída (ou VS)
obtidos por transdutores de grandezas físicas. Exemplos: VCC: Alimentação positiva
Sensores de luminosidade, pressão, velocidade, som, nível, VEE: Alimentação negativa (ou VCC-)
etc. Ri: Resistência de entrada
Na análise de circuitos é tratado como um componente RO: Resistência de saída
discreto, sem entrar no seu conteúdo interno. RO
Símbolo e circuito equivalente:
V1 VO

Ri +
- A.(V1-V2)
V2

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Fisicamente é apresentado em vários invólucros, sendo o 3 - CIRCUITOS COM AMPLIFICADOR OPERACIONAL


mais comum o DIL (DUAL-IN-LINE) de 8 pinos.
Abaixo temos a pinagem do CI A 741 Os AMP OPs podem desempenhar inúmeras funções em um
circuito, dependendo da configuração dos elementos externos.
1 8
Vamos citar aqui quatro configurações básicas.

IN- VCC+ 3.1 - AMPLIFICADOR INVERSOR


IN+ OUT R2
VCC- 4 5
R1
- VS
A
Exemplo 1 - Calcule o sinal de saída nos circuitos a seguir: +
VE
a) A=100.000

-
A V0 O resistor R2 é chamado de resistor de realimentação negativa,
+ pois interliga a saída com a entrada inversora do operacional.
4,75mV
Para a análise do circuito devemos calcular o ganho de tensão
4,8mV
do circuito (AV), isto é, determinar o comportamento da tensão
de saída do circuito em função da sua tensão de entrada.
b) A=100.000
Para a análise precisamos introduzir o conceito de ―curto-
- circuito virtual‖ ou ―terra virtual‖.
A V0
+ Sabemos que VS = A.(V+ - V-).
100,75mV
100,8mV Temos que: (V+ - V-) = VS/A, supondo A= , podemos
considerar V+ - V- 0 que significa V+ = V-

2 - AMPLIFICADOR OPERACIONAL IDEAL Do ponto de vista da tensão podemos considerar que as


entradas V+ e V- estão em curto-circuito.
Ri =
i- Do ponto de vista da corrente temos um circuito aberto
introduzindo o termo ―curto virtual‖ (mesma tensão e corrente
- nula)
A V0
i+
+ Determinação do ganho de tensão do circuito
R0 = 0 R2
Ri =
V0 A.(V V ) R1
V- i2
Na teoria este componente deveria ter as seguintes -
características: i1 i- =0 A
+ +
V+ +
VE
O Amplificador Operacional (AMP OP) nunca satura, isto VS
é, ele pode fornecer qualquer valor de tensão na sua saída i+ =0
Não há corrente nas entradas do operacional
(i+ = i- = 0, pois Ri= )
O AMP OP tem impedância de saída nula (R0=0), isto quer Pela Técnica do curto virtual
dizer que a tensão de saída se mantém para qualquer nível V+ = V - = 0 “V-“ é um terra virtual.
de corrente. 1a equação
O AMP OP ideal tem ganho A constante, VE - R1.i1 = 0
independentemente da freqüência dos sinais de entrada. VE = R1.i1
O AMP OP ideal deve ter ganho infinito. i1 = VE / R1
2a equação
VS + R2.i2 = 0
VS = -R2.i2
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i2 = - VS / R2 R3
3a equação
i1 = i2 R2
Rf
VE / R1 = - VS / R2
R1
VS R2 -
AV A
VE R1 + + + +
VE3 VE2 VE1 +
VS
Conclusões:

A tensão de saída é aumentada ou atenuada, tendo sua


polaridade invertida, de acordo com o ganho de tensão AV Rf Rf Rf
VS VE1 VE2 VE 3
O ganho é dado apenas pela relação entre os resistores R2 R1 R2 R3
e R1.
O ganho independe das características do AMP OP Se o circuito tiver mais entradas podemos adicionar mais
termos a fórmula, seguindo o padrão resistor Rf sobre resistor
Exemplo 3 - Projete um amplificador inversor empregando de entrada Rn.
um AMP OP ideal com AV=-10. Adote R1=1k . Esboçe a
forma de onda do circuito para uma tensão de entrada Exemplo 6: Projete um circuito somador com três entradas,
senoidal com amplitude de 1V e 1Hz. de modo que o sinal de saída seja dado por VS = -(4xVE1+
2xVE2+VE3)
3.2 - AMPLIFICADOR NÃO-INVERSOR
Modificando a posição da fonte de tensão de entrada, obtemos 3.4 - AMPLIFICADOR DE DIFERENÇAS
um amplificador que não inverte a polaridade do sinal de A saída do circuito é proporcional à diferença entre as duas
saída. tensões de entrada (VE1-VE2)
R2 R2

R1 R1
-
- A
+ R3 +
A +
+ VE2 +
+ VE1 VS
+ VS R4
VE

Se usarmos R4 / R3 igual a R2 / R1 temos que:


VS R2
AV 1
VE R1 R2
VS . ( VE1 VE 2 )
R1
Exemplo 4 - Comprove a expressão do ganho de tensão do
amplificador não inversor utilizando o conceito de curto- Exemplo 7: Em um determinado processo térmico, temos dois
virtual termômetros que medem a temperatura fora do forno e dentro
do forno. Projete um circuito que forneça um sinal elétrico
três vezes maior que a diferença entre os sinais oriundos dos
termômetros interno e externo.
Exemplo 5 - Projete um amplificador não inversor
empregando um AMP OP ideal com AV=10. Adote R1=3k . 4 - ALIMENTAÇÃO DOS AMP OP’S
Esboçe a forma de onda do circuito para uma tensão de
entrada senoidal com amplitude de 1V e 1Hz. Sabemos que as entradas do AMP OP. não consomem
corrente, o que eqüivale a dizer que o AMP OP não consome
potência dos circuitos que alimentam suas entradas. Por outro
3.3 - AMPLIFICADOR SOMADOR INVERSOR lado, sabemos que sua saída é capaz de fornecer uma tensão
proporcional à diferença das tensões de entrada a qualquer
Nesta configuração a saída do circuito é uma soma ponderada carga colocada em sua saída, portanto o AMP OP ideal é
das entradas. capaz de fornecer qualquer potência em sua saída.
A ponderação é feita pelos resistores em série com as fontes e A energia necessária para isto é obtida por meio dos terminais
o resistor de realimentação (Rf). de alimentação VCC e VEE.

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VCC
V-
-
V0
+
V+
VEE

O terminal de alimentação mais positivo é chamado de VCC ou


+VCC. O terminal mais negativo é chamado de VEE ou -VCC.
Usualmente, omitem-se esses terminais dos diagramas
elétricos para não congestionar os desenhos. Mas, obviamente, 4.2 - SATURAÇÃO EM AMP OP’S
eles estão sempre conectados.
Os valores das tensão de alimentação estabelecem os limites
de excursão do sinal de saída do AMP OP. Para um AMP OP
Na grande maioria das aplicações, nenhum dos dois terminais
ideal, sabemos que V0=A.(V+ - V-). Para um AMP OP real,
de alimentação está aterrado. Normalmente emprega-se VEE =
enquanto o |V0| for muito menor que |VCC| temos V0 = A.(V+ -
- VCC. Em particular os valores de VCC = 15 V e VEE = -15V
V-). No entanto quando |V0| se aproxima do valor de |VCC|, o
são os mais usuais. Valores de 9 e -9 volts também são muito
AMP OP deixa de se comportar segundo a lei anterior e tende
empregados.
a assumir um valor constante. Neste caso, diz-se que a saída
está saturada.
4.1 - FORMAS DE ALIMENTAÇÃO
As fontes de alimentação com três terminais
(+V, 0, -V) são chamadas de fontes simétricas.

Fonte simétrica de 9-0-9 volts com baterias.

Fonte Simétrica com transformador

Os valores de tensão para os quais ocorrem a saturação


dependem do AMP OP utilizado. Este dado só pode ser
fornecido pelo próprio fabricante do AMP OP e portanto
consulte o manual para determiná-lo. No caso do 741, existe
Alimentação a partir de fonte simples uma diferença de aproximadamente 2V entre a fonte de
alimentação e o máximo (mínimo) valor de saída, ou seja, para
VCC = - VEE = +15V tem-se V0SAT = 13V.

A figura a seguir apresenta a forma de onda de saída de um


amplificador inversor de ganho -10, onde observamos
claramente o ceifamento da forma de onda (VS) quando V0
atinge os valores de saturação.

É importante salientar que quando o circuito está saturado não


podemos utilizar o conceito do curto-circuito virtual.

Fonte com Zener

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Perceba que o circuito está convertendo um sinal analógico em


um sinal digital em sua saída (conversor analógico digital).

Embora todos os AMP OP possam ser utilizados como


comparadores, em freqüências superiores a centenas de kHz é
recomendável a utilização de CI’s dedicados para comparação
de tensão. (Por exemplo: LM 311).

Pinagem do CI LM311

Exemplo 8 - Esboçe o sinal de saída do circuito comparador.


A entrada é uma onda triangular conforme o gráfico abaixo e
a alimentação é feita em 12V.
+12V
5 - O CIRCUITO COMPARADOR DE TENSÕES
Em algumas aplicações, o AMP OP opera exclusivamente na 15k
região saturada, e portanto a sua saída assume os valores de
saturação. Naturalmente, em tais circuitos não podemos +
aplicar a relação fundamental e, mais importante, não A
podemos aplicar o conceito do curto-circuito virtual para 10k - VS
determinar a operação do circuito.
VE
O comparador de tensões utiliza um AMP OP saturado. A
função de um comparador de tensões é comparar a tensão de
suas entradas com uma tensão de sua outra entrada e produzir
um sinal de saída de valor alto ou baixo, dependendo de qual
entrada é maior. Este circuito nada mais é do que um AMP OP +8V
sendo empregado em malha aberta (sem realimentação).
Normalmente, o que este circuito faz é simplesmente comparar
o valor do sinal de entrada V+ com um valor de referência (V-
). Como o ganho do AMP OP é elevado (em torno de 200.000
para o 741) assim que o valor do sinal V0 se torna maior que o
valor de referência, a saída do operacional satura em +V0SAT.
Se o valor do sinal se tornar menor que o valor de referência, a
saída do operacional satura em -V0SAT.

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5.1 - O CIRCUITO REGENERATIVO DE SCHMITT (ponto b) é que a saída muda para o valor baixo. Por outro
lado, quando o sinal de entrada vem de um valor alto
(intervalo b-d) onde a saída está em valor baixo, somente ao
atingir -3V é que a saída muda de estado (ponto d).

Esta propriedade de duas referências é utilizado na


recuperação de sinais digitais deteriorados por ruídos. Os
circuitos específicos para isto são portas lógicas especiais
representadas pela figura abaixo.

O circuito acima é um comparador onde a tensão VE é


comparada com uma referência que depende da tensão de
saída.
Os circuitos são alimentados com +VCC e 0 V . O fabricante
estabelece referências de 40% e 60% de VCC. O sinal estando
Devido a realimentação positiva o circuito opera na região de
em um nível baixo, a referência é ajustada em 60%, podendo
saturação, portanto a saída está sempre em V0SAT ou -VOSAT.
suportar ruídos de até 59% de VCC. Caso esteja em nível alto,
Caso a saída esteja no seu valor alto, o valor de referência
a referência é ajustada em 40%, podendo suportar um queda
será:
de até 41% de VCC. Desta forma são eliminados os ruídos de
um determinado sinal.
R1
VREF1 . V0SAT
R1 R2 A figura a seguir mostra o comportamento de uma porta
inversora Schmitt Trigger submetida a um sinal de entrada
Caso a saída esteja no seu valor baixo, o valor de referência ruidoso.
será:

R1
VREF2 . V0SAT
R1 R2

Ao alimentarmos o circuito anterior com 15V e utilizarmos os


resistores R2=10k e R1=3k teremos as referências de 3 e -3
volts. Ao aplicarmos uma tensão VE com a forma abaixo
teremos uma onda de saída com valores de 13 e -13 volts,
dependendo da tensão de entrada.

Quando o sinal de entrada vem de um valor baixo (ponto a)


onde a saída está em alta (ref=3V), somente ao atingir +3V
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CAPÍTULO 11 – ANEXO (INFORMAÇÕES


CIRCUITOS OSCILADORES COM AMP OP ADICIONAIS)
Utilizando AMP OPs podemos construir circuitos geradores
TÉCNICAS DE SOLDAGEM DE COMPONENTES
de sinais quadrados e triangulares (dentes de serra). O circuito ELETRÔNICOS
abaixo gera um sinal de saída com forma quadrática.
Uma boa soldagem é o primeiro passo para o perfeito funcionamento
Este circuito compara a tensão do capacitor com uma de qualquer circuito eletrônico. Atualmente os ferros de solda mais
V utilizados são os de 30 e os de 40 W. Abaixo vemos estes dois tipos,
referência obtida a partir do sinal de saída. ( ). assim como a estrutura interna desta importante ferramenta:
2

Inicialmente com o capacitor descarregado, o AMP OP satura


no valor positivo. O capacitor começara a ser carregado
através de ―R‖.

Quando a tensão do capacitor ultrapassar a tensão de


V
referência (+ ) o AMP OP comutará a saída para a saturação
2
negativa.

V
A referência muda para (- ) e a tensão do capacitor começa
2
a descarregar e a carregar negativamente em direção a -V.
O ferro de solda ou soldador é formado por um tubo de ferro
V galvanizado contendo uma resistência de níquel-cromo e uma ponta
Ao alcançar a referência (- ) há uma nova comutação e o metálica em seu interior. Ao passar corrente elétrica pela resistência,
2 esta aquece a ponta até chegar numa temperatura apropriada para
ciclo se reinicia. derreter a solda.

LIMPEZA DO FERRO DE SOLDA

Existem muitas marcas de ferros de solda. Algumas muito boas como


"Hikary", "Weller", "Fame", etc e outras não tão boas. Porém
qualquer que seja a marca do soldador, devemos tomar alguns
cuidados para ele durar o máximo tempo possível:
Limpeza e estanhagem da ponta - Segure o ferro pelo cabo e à
medida que ele vai esquentando, derreta a solda na ponta para esta
ficar brilhante e da cor do estanho. Abaixo vemos como deve ficar:

Obviamente o tempo de carga e descarga do capacitor é o


fator que define a freqüência da onda gerada. Com isso
controlando os valores de R e C variamos a freqüência da
tensão gerada.

Utilizando resistores de realimentação positiva de mesmo


valor (na figura anterior temos 22k ), podemos calcular a
freqüência com a seguinte equação:
0,455
f
R.C

Exemplo 9 - Utilizando um AMP OP, projete um circuito que


forneça um sinal quadrado com freqüência de 1Hz.

Quando a ponta já está quente, vai acumulando uma crosta de sujeira.


Para limpá-la basta passar numa esponja de aço ou numa esponja

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vegetal úmida, daquelas que vêm no suporte do ferro. Também é ficar brilhante. Se ficar opaca (cinza) a solda não é de boa qualidade.
possível comprar esta esponja separada. As soldas de boa qualidade são "Best","Cobix", "Cast", etc. Abaixo
vemos um tubinho e uma cartela de solda. Ela também é vendida em
NÃO SE DEVE NUNCA LIXAR OU LIMAR A PONTA. ISTO rolo de 500 g e 250 g como visto:
ACABA RAPIDAMENTE COM A MESMA. MANUTENÇÃO DO
FERRO DE SOLDA

1 - Troca da resistência - Os ferros mais caros podem ter a resistência


trocada com certa facilidade e compensa. Desparafuse e retire a
ponta. Tire os parafusos do cabo e empurre o fio da resistência para
dentro. Retire o "espaguete" da emenda da resistência. Não perca
estes "espaguetes" já que além de isolantes elétricos, são isolantes
térmicos. Coloque a nova resistência dentro do tubo metálico. Refaça
a emenda do cabo de força e recoloque os "espaguetes". Posicione a
resistência até ela encostar bem perto da ponta. Recoloque os
parafusos do cabo e a ponta. Abaixo vemos o procedimento:

As soldas usadas em eletrônica possuem 30 % de chumbo e 70 % de


estanho, além de uma resina para a solda aderir ao circuito. Esta
resina era substituída antigamente pela "pasta de solda" (breu).

APLICAÇÃO DE SOLDA NOS CIRCUITOS ELETRÔNICOS

1 - Segue o ferro de solda da mesma forma que o lápis para escrever;


2 - Limpe e estanhe a ponta do ferro de solda;
3 - Encoste a ponta ao mesmo tempo na trilha e no terminal do
componente. Mantenha o ferro imóvel durante esta operação;
4 - Aplique solda na trilha até ela cobrir toda a ilha e o terminal do
componente;
5 - Retire o ferro rapidamente. A operação da soldagem deve ser feita
rapidamente para não danificar as trilhas da placa. Abaixo vemos o
procedimento:

2 - Troca da ponta - Basta retirar o parafuso que prende a mesma e


retirá-la do tubo da resistência. Na colocação da ponta nova, não
deixe-a muito para fora senão ela esquentará pouco. Abaixo vemos
como deve ficar:

A SOLDA

Existem diversas marcas de solda para eletrônica. Uma marca de


solda é considerada de boa qualidade quando, ao se fazer uma
soldagem com um ferro de solda limpo e estanhado, esta soldagem
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1 - Encoste a ponta do ferro na solda que vai ser retirada. O


recomendável aqui é colocar um pouco mais de solda no terminal do
componente. Isto facilita a dessoldagem;
2 - Derreta bem a solda no terminal do componente;
3 - Empurre o embolo (pistão) do sugador e coloque-o bem em cima
da solda na posição vertical, sem retirar o ferro;
4 - Aperte o botão, o pistão volta para a posição inicial e o bico
aspira a solda para dentro do sugador;
5 - Retire o ferro e sugador ao mesmo tempo. Agora o componente
está com o terminal solto. Se ficar ainda um pouco de solda
segurando o terminal, coloque mais e repita a operação.

ACESSÓRIOS PARA SOLDAGEM

Estes acessórios são basicamente uma esponja vegetal que deve ser
umedecida para limpar a ponta do ferro, suportes para colocar o ferro
aquecido e a pasta de solda (breu) usada quando vamos soldar numa
superfície onde é difícil a aderência da solda. Abaixo vemos os
elementos

SUGADORES DE SOLDA

Esta ferramenta é usada para retirar a solda do circuito. É formada


por um tubo de metal ou plástico com um embolo impulsionado
através de uma mola. Abaixo vemos diversos modelos de sugadores
de solda:

Para o sugador durar o máximo de tempo possível, de vez em quando


temos que desmontá-lo para fazer uma limpeza interna e colocar
grafite em pó para melhorar o deslizamento do embolo. Também
podemos usar uma "camisinha" para proteger o bico. A "camisinha" é
um bico de borracha resistente ao calor e adquirido nas lojas de
ferramentas ou componentes eletrônicos.

USO CORRETO DO SUGADOR DE SOLDA

Abaixo vemos a seqüência para aplicar o sugador de solda e retirar


um componente de uma placa de circuito impresso:
PISTOLA DE SOLDA

É um tipo de ferro de solda que aquece a ponteira quase


instantaneamente quando apertamos um botão que ele tem em forma
de gatilho. Também tem uma pequena lâmpada para iluminar o local
onde está sendo feita a soldagem. Este ferro é indicado para soldas
mais pesadas, ou seja, componentes grandes com terminais mais
grossos. Abaixo vemos um tipo de pistola:

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