Você está na página 1de 35

22/12/2023, 22:03 Cap. 1.0.

Eletricidade - Condutores e Isolantes

Leonardo Ritter; Drano Rauteon 18 de out. de 2017

Cap. 1.0. Eletricidade - Condutores


e Isolantes
Atualizado: 24 de set.

Imagem 1 - Fios de cobre trançados

Neste texto você vai ver como um material pode conduzir energia e outro
não.

Pra começar, alguns detalhes sobre os átomos.


Um corpo é feito de átomos, assim como qualquer outra coisa do universo.
Átomos tem em seu núcleo prótons e nêutrons. Ao redor do núcleo há vários
elétrons distribuídos em orbitais.

https://w w w .hardw arecentral.net/single-post/2017/10/18/cap-02-circuitos-elétricos-condutores-e-isolantes 1/35


22/12/2023, 22:03 Cap. 1.0. Eletricidade - Condutores e Isolantes

Desenho 1 - Estrutura básica de um átomo

Para manter os elétrons orbitando ao redor do núcleo é necessário haver


forças internas que os seguram e não os deixam escapar. Quanto maior for a
distância entre uma camada e o núcleo do átomo, mais fraca pode ficar esta
força.
A última dessas camadas é chamada de camada de valência e possui elétrons
livres. O nome "elétrons livres" é dado por causa da distância em que estão em
relação ao núcleo do átomo, portanto podem se desprender facilmente.
Um material condutor possui menos força de atração entre o núcleo e a
última camada de elétrons, o que faz uma condução melhor da corrente elétrica.
Materiais isolantes tem uma forte ligação com todos os elétrons em órbita,
fazendo com que a circulação deles seja prejudicada. No entanto, existe muito
mais a ser estudado sobre esse negócio de alguns átomos serem bons condutores e
outros serem péssimos condutores. Um dessas coisas que devemos saber é sobre a
Teoria das Bandas estudada na Física dos Sólidos.

Teoria das Bandas - O básico

Nesta teoria, temos como base de estudos a existência da "banda de


valência" e da "banda de condução".

https://w w w .hardw arecentral.net/single-post/2017/10/18/cap-02-circuitos-elétricos-condutores-e-isolantes 2/35


22/12/2023, 22:03 Cap. 1.0. Eletricidade - Condutores e Isolantes

Gráfico 1 - Banda de Valência e Banda de Condução

No caso de um átomo isolado, consideramos que os níveis de energia que os


elétrons podem ocupar são discretos. O salto quântico dos elétrons entre estes
níveis ocorre quando é oferecida energia suficiente para que isso ocorra, seja
essa energia térmica, elétrica ou por radiação eletromagnética. No caso de um
material onde há uma concentração enorme de átomos, o agrupamento entre estes
átomos acarreta na formação das bandas de energia ao invés destes níveis
discretos.
Quando pegamos um material isolante, como por exemplo um Poliéster, devemos
ter em mente que ele é um dielétrico, ou seja, não há condução de eletricidade,
e é necessário uma diferença de potencial elétrico descomunal para "arrancar"
elétrons que orbitam os átomos para que então haja condução. Ao atingir esta
diferença de potencial que faz o material isolante conduzir elétrons, temos a
quebra da rigidez dielétrica, levando este polímero ao colapso devido ao alto
fluxo de cargas, gerando calor e luz.
Com este simples exemplo, conseguimos distinguir as duas bandas referidas.
A Banda de Valência é os elétrons que orbitam os átomos que compõem o material
(não confundir com “camada de valência”). Já a Banda de Condução é justamente o
fluxo de elétrons que um material condutor propícia.

https://w w w .hardw arecentral.net/single-post/2017/10/18/cap-02-circuitos-elétricos-condutores-e-isolantes 3/35


22/12/2023, 22:03 Cap. 1.0. Eletricidade - Condutores e Isolantes

Continuando a explicação, materiais como o Silício ou o Germânio podem ter


a condutância elétrica (G) melhorada com a adição de impurezas. Já metais como
Cobre e Prata são excelentes condutores elétricos, pois a Banda de Valência e a
Banda de Condução estão, a grosso modo, "sobrepostas", como mostra o Gráfico 1,
não necessitando de um DDP alto para que haja condução.
A distância entre a Banda de Valência e a Banda de Condução é denominada
Gap, porém, conhecida também no Português como “Banda Proibida”. É este Gap que
diferencia os materiais isolantes, semicondutores, condutores e
supercondutores.
Essa “distância” que me refiro é a força que atrai os elétrons e os mantém
na órbita do átomo. Por isso que o Cobre, mesmo sendo um condutor possui em sua
órbita apenas 1 elétron na última camada (agora sim, camada de valência), e o
Silício não é um bom condutor mesmo com uma órbita tendo 4 elétrons em sua
última camada.

OBSERVAÇÃO: Mais adiante o texto será visto que a temperatura influi na


condução de energia. Metais, ao serem aquecidos perdem condutância, pois a
agitação das moléculas provoca colisões e dificultam a movimentação dos
elétrons. Nos semicondutores ocorre o contrário, ou seja, ao subir a
temperatura a condutância tende a aumentar.

Agora sim se permite expandir o texto para o que é Gap direto e Gap
indireto.
A energia máxima da faixa de valência é chamada de “extremo”, "limite
superior da banda de valência" ou “topo da banda de valência” (TBV). Já a
energia mínima da faixa de condução é chamada “extremo”, "limite inferior da
banda de condução" ou “fundo da faixa de condução” (FBC). Para entender melhor,
analise o Gráfico 1 ou o Gráfico abaixo:

Gráfico 2 - FBC e TBV

CURIOSIDADE: A “distância” entre a Banda de Valência e a Banda de Condução


pode ser medida em elétronVolt (eV).

O TBV e o FBC podem ou não estar no mesmo valor de “k” (momento de cristal)
da primeira zona de Brillouin. Se estão, a transição entre estes dois pontos é

https://w w w .hardw arecentral.net/single-post/2017/10/18/cap-02-circuitos-elétricos-condutores-e-isolantes 4/35


22/12/2023, 22:03 Cap. 1.0. Eletricidade - Condutores e Isolantes

chamada de “transição direta” e o material é dito ser de “Gap direto”. Se não


estão, a transição entre estes dois pontos é chamada de “transição indireta” e
o material é dito ser de “Gap indireto”.

No momento, o “Crystal Momentum” e a “Zona de Brillouin” não serão


estudadas. Serão adicionadas informações sobre estes assuntos em atualizações
futuras deste texto.

CURIOSIDADE: Os valores dos gaps de energia (Eg) são obtidos por meio de
medidas de absorção óptica. Fótons com frequências variáveis incidem no
material.

Se o material é de gap direto, quando ω = ωg o fóton é absorvido, tal que


Eg = ℏ ωg, fazendo com que um elétron "pule" para a banda de condução. Veja o
gráfico abaixo:

Gráfico 3 - Gap Direto

Se o material é de gap indireto, a absorção do fóton acontece com a criação


de três partículas: um elétron livre, uma lacuna e um fônon, isto é, ℏ = Eg + ℏΩ
(ℏΩ ≪ Eg). Nesse processo, para que haja conservação do momento de cristal,
devemos ter a criação de um fônon com vetor de onda de módulo igual ao do
elétron na Banda de Condução e com frequência Ω. Veja o Gráfico abaixo:

https://w w w .hardw arecentral.net/single-post/2017/10/18/cap-02-circuitos-elétricos-condutores-e-isolantes 5/35


22/12/2023, 22:03 Cap. 1.0. Eletricidade - Condutores e Isolantes

Gráfico 4 - Gap Indireto

OBSERVAÇÃO: O símbolo “Ω” neste trecho do texto não faz referência com
resistência elétrica, mas sim frequência.

CURIOSIDADE: Em uma descrição quântica, os fônons equivalem a um tipo


especial de movimento vibratório, conhecido como "modos normais de vibração" em
mecânica clássica, em que cada parte de uma rede cristalina de átomos oscila
com a mesma frequência.

O tipo do Gap entre a Banda de Valência e a Banda de Condução é de extrema


importância quando falamos de semicondutores. Quando falamos de LASERS e LEDs,
é bem incomum a utilização de Silício ou Germânio, isto pois, ambos os
semicondutores são de Gap Indireto, tornando a emissão de fótons de luz menos
eficiente.

Carga Elétrica

A carga elétrica é uma propriedade da matéria. Um próton tem uma carga


elétrica de +1,6 x 10 elevado a -19 Coulomb e a carga de um elétron é de -1,6 x
10^-19 Coulomb. Como você pode ver, a diferença entre a carga de um próton e de
um elétron é apenas os sinais opostos. Não se esqueça que cargas elétricas do
mesmo tipo se repelem e cargas elétricas de polos diferentes se atraem.

O átomo tende a ficar neutro, com a quantidade de elétrons igual a de


prótons, fazendo com que sua carga seja igual a zero, portanto, se um átomo
perder um ou mais elétrons, o número de prótons supera o de elétrons, tornando
o átomo um Íon positivo. Se acontecer o contrário, ou seja, o átomo ganhar
elétrons, o número de elétrons supera o número de prótons, tornando o átomo um
Íon negativo. Esse processo de ganhar ou receber elétrons é chamado de
Ionização. CLICANDO AQUI você vê muito mais detalhes sobre eletrostática.

https://w w w .hardw arecentral.net/single-post/2017/10/18/cap-02-circuitos-elétricos-condutores-e-isolantes 6/35


22/12/2023, 22:03 Cap. 1.0. Eletricidade - Condutores e Isolantes

Veja o exemplo abaixo:

Desenho 2 - Átomos de Cobre

Observe a imagem acima. São átomos de Cobre. Perceba que o átomo de Cobre
possui só 1 elétron na camada de valência. Quando aplicada uma corrente
elétrica pelo condutor (que é feito de átomos), ele joga um elétron para o
outro. O primeiro átomo recebe o elétron e se torna um íon negativo (ele se
sobrecarrega) e força um elétron da camada de valência a ir para o outro átomo.
Esse segundo átomo recebe o elétron do primeiro, se torna um íon negativo e
manda novamente um elétron da camada de valência para outro átomo, e assim
sucessivamente.
Como foi dito acima, um corpo qualquer é feito de uma infinidade de átomos,
que pode variar de acordo com sua densidade e dimensões. O que mantém esses
átomos juntos são as ligações químicas.

Na sequência deste texto e do Capítulo 2, você verá que existem materiais:

→ Isolantes;
→ Semicondutores;
→ Condutores.

No Capítulo 1 é dado enfoque na natureza elétrica dos materiais, isto é, na


resistência e condutância elétrica, rigidez dielétrica, permissividade,
polarização, bem como a interferência da temperatura na condutividade.

No Capítulo 2 são mostradas características de materiais isolantes,


semicondutores e condutores.

CORRENTE ELÉTRICA

Como é dito no Capítulo 1.1 desta série, um fluxo ordenado de elétrons é


chamado de corrente elétrica, e há dois tipos de corrente: contínua e

https://w w w .hardw arecentral.net/single-post/2017/10/18/cap-02-circuitos-elétricos-condutores-e-isolantes 7/35


22/12/2023, 22:03 Cap. 1.0. Eletricidade - Condutores e Isolantes

alternada.
Para calcularmos a intensidade de corrente elétrica que está passando por
um condutor em um determinado período de tempo, temos que usar a carga
elementar do elétron (e -> -1,6 x 10 elevado a -19 C) e saber quantos (Q)
elétrons passaram pelo condutor nesse intervalo de tempo (T), portanto:

Onde:

> Ct é a Carga elétrica total, dada em Coulombs (C);


> Q é a quantidade de elétrons que circulam pelo condutor;
> e é a carga elementar do elétron.

Agora, para saber a intensidade da corrente:

Onde:

> I é a Corrente elétrica dada em Amperes (A);


> Ct é a carga total, dada em Coulombs (C);
> T é o período de tempo em que essa corrente fluiu.

Isto ocorre pois:

Ou seja, 1 Ampere nada mais é que 1 Coulomb por segundo.

RESISTÊNCIA ELÉTRICA

O fluxo de elétrons é "atrapalhado" pela resistência elétrica do material.


Todo material possui um valor de resistência elétrica, até mesmo os melhores
condutores, isto pois é uma propriedade de todos os materiais.
Vários fatores influenciam na resistência elétrica (por isso que cada
material tem sua resistência específica), dentre os principais estão:
-> A composição química do material;
-> As dimensões (comprimento e área);
-> Temperatura.

https://w w w .hardw arecentral.net/single-post/2017/10/18/cap-02-circuitos-elétricos-condutores-e-isolantes 8/35


22/12/2023, 22:03 Cap. 1.0. Eletricidade - Condutores e Isolantes

CURIOSIDADE: A resistência específica também é conhecida como "resistência


volumétrica".

Vamos tratar da temperatura mais adiante neste texto. Para saber a


resistência elétrica de uma material, devemos saber sua resistividade e suas
dimensões, isto é o que diz a segunda Lei de Ohm. Veja a imagem abaixo:

Desenho 3

Para calcular, utilizamos a seguinte fórmula:

Onde:

> R é a Resistência (em Ohms);


> ρ é a resistividade elétrica do material, em Ohms por metro (Ω/m);
> L é o comprimento do fio condutor (em mm³);
> A é a secção transversal dada em mm³. Para saber a secção transversal, você
deve saber o diâmetro do fio condutor e multiplicar esse valor pelo raio ao
quadrado (r³).

CURIOSIDADE: cada material possui um valor diferente para ρ, e este valor


também varia de acordo com a temperatura. Veja mais sobre a interferência
temperatura na resistência elétrica lendo este artigo por completo.
Como exemplo, veja abaixo diferentes valores de resistência volumétrica
para alguns tipos de borracha puros quando expostos à temperatura ambiente:

https://w w w .hardw arecentral.net/single-post/2017/10/18/cap-02-circuitos-elétricos-condutores-e-isolantes 9/35


22/12/2023, 22:03 Cap. 1.0. Eletricidade - Condutores e Isolantes

Tabela 1 - Resistência volumétrica para alguns tipos de borracha

Para saber mais sobre resistência elétrica e a primeira Lei de Ohm, CLIQUE
AQUI e leia o tópico "Resistência Elétrica".

CURIOSIDADE: Materiais como a borracha possuem um valor de resistência


superficial, pois a superfície do material tende a ser mais condutiva que o
restante dele. A resistividade superficial também é dada em Ohms. Observe

https://w w w .hardw arecentral.net/single-post/2017/10/18/cap-02-circuitos-elétricos-condutores-e-isolantes 10/35


22/12/2023, 22:03 Cap. 1.0. Eletricidade - Condutores e Isolantes

abaixo uma lista de aplicações e a faixa valores de resistividade superficial


necessária:

Tabela 2 - Resistividade superficial mínima e máxima para algumas aplicações


onde se utilizam compostos de borracha

CONDUTÂNCIA ELÉTRICA

A Condutância elétrica é o inverso da Resistência elétrica. A Condutância é


simbolizada pela letra "G" e indica a facilidade com qual um condutor deixa a
corrente elétrica fluir. Quanto maior o valor de G menor é o valor de Ω
(Resistência).
A fórmula para se calculara condutância é dada abaixo:

https://w w w .hardw arecentral.net/single-post/2017/10/18/cap-02-circuitos-elétricos-condutores-e-isolantes 11/35


22/12/2023, 22:03 Cap. 1.0. Eletricidade - Condutores e Isolantes

Onde:

> I é a corrente elétrica, em Amperes (A);


> G é a condutância elétrica, em Siemens (S);
> V é a tensão elétrica, em Volts (V).

CURIOSIDADE: A fórmula acima segue o mesmo padrão das fórmulas para


calcular a resistência, corrente e tensão elétrica mostradas no Capítulo 1.1b
desta série.

A unidade de medida padronizada para a condutância é o Siemens (S), em


homenagem ao inventor alemão Werner von Siemens.
Junto da Condutância, temos a Condutividade elétrica, propriedade
intrínseca de um material, simbolizada pela letra "σ" e medida em Siemens por
metro (S/m). O que define um condutor é sua alta condutividade elétrica, e o
que define um isolador é sua alta resistência elétrica.
Para calcular a condutividade se utiliza a seguinte fórmula:

Onde:

> σ é a Condutividade elétrica do material, dada em Siemens por metro (S/m);


> ρ é a Resistividade elétrica do material, em Ohms por metro (Ω/m).

Assim como pode se calcular a resistência elétrica de um material de acordo


com sua resistividade e suas dimensões, podemos também calcular a condutância
elétrica. Veja a fórmula abaixo:

Onde:

> G é a Condutância (em Siemens);


> σ é Condutividade elétrica do material, dada em Siemens por metro (S/m);
> L é o comprimento do fio condutor (em mm³);
> A é a secção transversal dada em mm³. Para saber a secção transversal, você
deve saber o diâmetro do fio condutor e multiplicar esse valor pelo raio ao
quadrado (r³).

CURIOSIDADE: Se Resistência é o inverso de Condutância, isso significa que


ρ é inversamente proporcional a σ, ou seja, quanto maior o valor de um menor ou
valor de outro.

https://w w w .hardw arecentral.net/single-post/2017/10/18/cap-02-circuitos-elétricos-condutores-e-isolantes 12/35


22/12/2023, 22:03 Cap. 1.0. Eletricidade - Condutores e Isolantes

Abaixo é possível ver de forma resumida, as faixas de valores de


condutividade para Condutores, Semicondutores e Isolantes:

Tabela 3 - Faixas de condutividade

No início deste tópico mostramos os cálculos básicos para se saber a


intensidade da corrente elétrica (I) que flui pelo condutor. Para saber a
densidade de corrente elétrica, a fórmula abaixo pode ser utilizada:

Onde:

> j é a densidade de corrente elétrica, em Ampére por metro quadrado (A/m³);


> σ é a Condutividade elétrica do material, dada em Siemens por metro (S/m);
> E é o campo elétrico aplicado, dado em Volts por metro (V/m).

Acesse o artigo "Cap. 3.0b. Os componentes: O Indutor - Parte 2" e leia os


tópicos "Fator Q" e "Efeito Peculiar" (também chamado de Efeito de Pele). Esses
dois tópicos são complementos referentes a relação da resistência elétrica com
a frequência do sinal aplicado em um condutor.

CAMPO ELÉTRICO e CAMPO ELETROMAGNÉTICO

O Campo Elétrico (E), cuja unidade de medida é o Volts x metro (V.m), é uma
grandeza física vetorial que mede a influência (módulo da força) que uma carga
elétrica exerce em seus arredores, sendo o Potencial Elétrico (U) o trabalho de
uma FEM (Força Eletromotriz) sobre uma carga elétrica no deslocamento entre
dois pontos.
No dia-a-dia utilizamos a Diferença de Potencial (DDP) elétrico entre dois
pontos - que também pode ser chamada de "Tensão Elétrica" -, pois apenas
havendo DDP é que um fluxo de corrente ocorre. Com isso podemos concluir que a
DDP e o fluxo de elétrons entre polos estão diretamente atrelados, isto é, se
não têm um, não há o outro. Para saber mais sobre corrente, tensão, resistência
e potência, acesse o artigo "Capítulo 1.1 - Introdução a Eletrodinâmica".

https://w w w .hardw arecentral.net/single-post/2017/10/18/cap-02-circuitos-elétricos-condutores-e-isolantes 13/35


22/12/2023, 22:03 Cap. 1.0. Eletricidade - Condutores e Isolantes

Já o Campo Eletromagnético (cuja magnitude é simbolizada por "B", que


possui como unidade de medida o Tesla) é um fenômeno causado pelo movimento de
uma carga elétrica. Uma carga estacionária produzirá apenas um campo elétrico
no espaço circundante. Se a carga está se movendo, um campo magnético também é
produzido. Um campo elétrico também pode ser criado através de um campo
magnético variável.
De forma sucinta, de acordo com as leis do eletromagnetismo, o campo
magnético origina-se da variação de intensidade do campo elétrico.

Para complementar o raciocínio, é necessário entender que a energia flui em


paralelo ao fio e o fluxo de elétrons é apenas um meio de propagação. Basta
haver uma circulação de corrente elétrica que um campo eletromagnético é
estabelecido na velocidade da luz ao redor do meio condutor.
Para entender melhor isso, acesse o artigo "Capítulo 1 - Física do
movimento" e leia o tópico "Forças Fundamentais", pois no trecho "Força
Eletromagnética" há a explicação sobre a velocidade em que se estabelece um
campo elétrico e consequentemente o fluxo de energia. Aqui vai uma prévia:

CURIOSIDADE: A velocidade em que os elétrons se movem é chamada de


"velocidade de deriva" ou "velocidade de arraste", sendo um valor
demasiadamente pequeno, pra ser mais exato é na ordem de alguns milímetros por
segundo (mm/s).
Essa velocidade é diretamente proporcional à corrente elétrica formada no
fio e inversamente proporcional à densidade de elétrons livres (aqueles que
podem ser conduzidos), bem como à secção transversal do fio (calculada no
tópico Resistência Elétrica e Condutância Elétrica) e à carga do elétron (-1,6
x 10 elevado a -19 C).

Leia também o artigo "Capítulo 3.0. Os Componentes: O Indutor" para saber


mais sobre o fluxo magnético que se estabelece em paralelo ao fio condutor.

Existem vários tipos de borrachas e plásticos que não são bons condutores,
pois possuem uma rigidez dielétrica infinita se utilizados em aplicações onde
há valores baixos de tensão. É aí que começam os estudos dos materiais
isolantes.

CURIOSIDADE: Todo material isolante pode ser chamado de "Dielétrico".

Quando falamos de dielétricos de capacitores, isolamentos de fios, cabos e


componentes, temos que levar em conta vários fatores, sendo os principais deles
explicados abaixo:

https://w w w .hardw arecentral.net/single-post/2017/10/18/cap-02-circuitos-elétricos-condutores-e-isolantes 14/35


22/12/2023, 22:03 Cap. 1.0. Eletricidade - Condutores e Isolantes

RIGIDEZ DIELÉTRICA

A rigidez dielétrica corresponde à resistência que um material de


determinada espessura e características isolantes, oferece à passagem da
corrente eléctrica entre dois condutores quando aplicado uma diferença de
potencial (DDP).
Todo material isolante pode conduzir se aplicado sobre ele um campo
elétrico muito forte e maior do que o campo que mantém os elétrons presos na
órbita dos átomos, fazendo com que os elétrons passem a circular sobre a
estrutura atômica e assim haver um fluxo de cargas (ionização). A luz, uma
descarga elétrica muito alta, e principalmente a temperatura podem influir na
rigidez dielétrica de muitos materiais.
Capacitores, varistores, termistores e outros componentes, que são
mostrados nos Capítulos seguintes, funcionam levando em conta esta propriedade
dos materiais: a Rigidez Dielétrica.

A constante dielétrica (K) é diferente para cada composto químico, e indo


além disso, materiais industrializados podem sofrer misturas e outras
alterações em sua formulação. Um bom exemplo disso é a adição de plastificantes
ou negro de fumo em plásticos e borrachas, que alteram muitas características,
inclusive as elétricas.

CURIOSIDADE: A adição de plastificante no PVC pode torna-lo um tubo rígido


ou uma manga flexível para passagem de fiações elétricas, e em ambos os casos a
rigidez dielétrica é alta. Já um PPTC possui em sua estrutura um polímero não
condutor misturado com partículas de negro de fumo, que funcionam como uma
ponte para a passagem de elétrons até o momento em que o componente aquece à
determinada temperatura, que provoca a drástica redução de sua condutividade,
ou seja, temos aqui um material em que sua rigidez dielétrica é alterada com a
temperatura.

Dê prioridade ao fator kV/mm (KiloVolt / milímetro), ou kV/cm (kiloVolt /


centímetro). Se este valor estiver disponível, ele será mais confiável, pois é
o que define a rigidez dielétrica do material. É um valor que indica a maior
diferença de potencial (tensão) que o material suporta sem perder suas
características de isolante. Veja abaixo a rigidez dielétrica para alguns tipos
de elastômeros (borrachas):

https://w w w .hardw arecentral.net/single-post/2017/10/18/cap-02-circuitos-elétricos-condutores-e-isolantes 15/35


22/12/2023, 22:03 Cap. 1.0. Eletricidade - Condutores e Isolantes

Tabela 4 - Rigidez dielétrica para alguns compostos de borracha - valor dado em


kV/cm

CURIOSIDADE: A função de um material dielétrico é de impedir a passagem de


corrente elétrica no campo eléctrico nele estabelecido. Contudo, como a
eficiência do material dielétrico não é de 100%, ele permitirá a passagem de
uma espécie de "corrente de fuga". Se for V a tensão aplicada e I a intensidade
de corrente que atravessa o material isolante em questão, ao resultado de V/I
designa-se o termo "resistência de isolamento".
As normas existentes para determinação da resistência de isolamento não
fazem distinção entre resistência superficial e resistência volumétrica. As
técnicas utilizadas permitem efetuar uma boa comparação entre os diversos
materiais isolantes, sejam eles borrachas ou plásticos.

Além da Rigidez Dielétrica, temos outras características importantes a


serem estudadas nos materiais. E é o que veremos na sequência.
https://w w w .hardw arecentral.net/single-post/2017/10/18/cap-02-circuitos-elétricos-condutores-e-isolantes 16/35
22/12/2023, 22:03 Cap. 1.0. Eletricidade - Condutores e Isolantes

SUSCEPTIBILIDADE ELÉTRICA

Quão fácil é para um material ser polarizado quando aplicado sobre ele um
campo elétrico?
É isso que estudamos na Susceptibilidade Elétrica: a facilidade que um
material tem de se polarizar quando um campo elétrico é aplicado sobre ele.
A Susceptibilidade Elétrica influencia na Capacidade Eletrostática de um
capacitor e é uma característica que determina a Permissividade Elétrica, que
veremos na sequência.
Definimos esta característica como a constante de proporcionalidade
relacionando um Campo Elétrico "E" à densidade de polarização de um determinado
material "P". Podemos descrever isso na equação abaixo:

Onde:

> Δp: Momento dipolar por unidade de volume;


> ε0: Permissividade Elétrica do Vácuo, medida em Farad por metro (F/m);
> Xe: Susceptibilidade Elétrica;
> E: Campo elétrico, medido em Volts por metro (V/m).

A Suscetibilidade de um material está relacionada a sua permissividade


relativa εr, que é dada pela seguinte equação:

Onde:

> Xe: Susceptibilidade Elétrica;


> εr: Permissividade Relativa, medida em Farad por metro (F/m).

Para o Vácuo a Suscetibilidade Elétrica é 0 (Zero).

PERMISSIVIDADE ELÉTRICA

Também chamada de Permitividade Elétrica, é uma característica Física que


descreve como um campo elétrico afeta ou é afetado por um meio, um material.
É a Permissividade que determina a aptidão de um determinado material de se
polarizar quando um campo elétrico é aplicado. A unidade de medida definida

https://w w w .hardw arecentral.net/single-post/2017/10/18/cap-02-circuitos-elétricos-condutores-e-isolantes 17/35


22/12/2023, 22:03 Cap. 1.0. Eletricidade - Condutores e Isolantes

pelo Sistema Internacional de Unidades é o Farad por metro (F/m).

OBSERVAÇÃO: A Permissividade não é uma constante, pois depende da posição


do material, da frequência do campo elétrico aplicado, a umidade, a temperatura
e etc. Mas há um porém:
Existe a Permissividade Relativa, a Absoluta e a Estática.
→ A Relativa (também chamada de "constante dielétrica") é definida como a
permissividade de um determinado material em relação à permissividade do vácuo,
cujo valor é 8,8541878176 × 10^-12 F/m.
→ A Absoluta é dada multiplicando-se a Permissividade Relativa pela do
Vácuo.
→ A Permissividade estática de um material é definida como sua
permitividade quando exposto a um campo elétrico estático. Muitas vezes, um
limite de baixa frequência é colocado no material para esta medição. Uma
permissividade estática é frequentemente necessária porque a resposta de um
material é uma relação complexa relacionada à frequência da tensão aplicada.

Agora observe a equação abaixo:

Onde:

> ε: Permissividade Absoluta, medida em Farad por metro (F/m);


> εr: Permissividade Relativa, medida também em F/m;
> ε0: Permissividade do vácuo (8,8541878176 × 10^-12 F/m).

A constante dielétrica relativa (εr) é uma medida da capacidade de um


material ser polarizado por um campo elétrico e armazenar energia
eletrostática, bem como sua capacidade de facilitar a propagação do sinal.
Perceba que, apesar de ser tratada como "constante dielétrica relativa", como
já foi dito ela varia com a frequência, umidade, temperatura... e isso pode
gerar confusões pra quem não está muito acostumado nessa área.

CURIOSIDADE: Materiais de baixo εr são excelentes isolantes e são bons para


isolar sinais em camadas adjacentes, ou seja, por exemplo, placas de circuito
multi-layers, ao contrário de capacitores, necessitam de baixa Permissividade!
É a alta Permissividade do dielétrico é que faz um capacitor condensar mais
cargas com um campo elétrico menor, aumentando assim a capacidade
eletrostática, isto é, a capacitância do mesmo.

Podemos chegar na Permissividade Absoluta tendo os valores de


susceptibilidade elétrica, como é possível ver na equação abaixo:

https://w w w .hardw arecentral.net/single-post/2017/10/18/cap-02-circuitos-elétricos-condutores-e-isolantes 18/35


22/12/2023, 22:03 Cap. 1.0. Eletricidade - Condutores e Isolantes

Onde:

> ε: Permissividade Absoluta, medida em Farad por metro (F/m);


> Xe: Susceptibilidade Elétrica;
> ε0: Permissividade do vácuo (8,8541878176 × 10^-12 F/m).

A Permissividade de um meio depende se ele for anisotrópico ou isotrópico.

POLARIZAÇÃO DIELÉTRICA

É o fenômeno de deslocamento de nuvens eletrônicas nos átomos ou moléculas


que compõem um material isolante quando exposto à um campo elétrico que puxa a
cargas negativas (elétrons) e empurra as cargas positivas (prótons) através de
forças elétricas.

OBSERVAÇÃO: Veja bem, aqui estamos a discutindo a capacidade de um


dielétrico de se polarizar. Ele só se torna um condutor no momento que ocorre
uma Ionização em decorrência da quebra da Rigidez Dielétrica. Para saber mais
como funciona um processo de Ionização CLIQUE AQUI e leia o artigo sobre o
funcionamento de TVs de Plasma.

No REGIME DE CAMPO ELÉTRICO EXTERNO FORTE, ou seja, extremamente grande se


comparado com a energia que mantém os elétrons presos no átomo ou molécula,
ocorre a Ionização do material isolante, o tornando uma espécie de "ponte de
ligação" entre os polos onde se concentram cargas de sinais opostos.

Antes de ocorrer a Ionização, a deformação das nuvens eletrônicas formadas


pelo campo elétrico aplicado, isto é, o campo elétrico externo, faz com que os
átomos ou moléculas que compõem o material isolante se tornarem DIPOLOS
ELÉTRICOS. Neste momento, um campo elétrico interno, isto é, do material
isolante, atua em oposição ao campo elétrico externo.

OBSERVAÇÃO: No texto, citamos "átomos e moléculas", isto pois uma molécula


é um corpo eletricamente neutro formado por pelo menos dois átomos, e na
eletrônica nem sempre temos materiais puros, isto é, feitos de uma cadeia de
átomos de apenas um elemento químico, mas sim de dopagens, 'misturas'...

Voltando ao contexto, um DIPOLO ELÉTRICO pode ser definido como um par de


cargas de mesmo módulo, porém de sinais opostos. Veja a imagem abaixo para
entender melhor:

https://w w w .hardw arecentral.net/single-post/2017/10/18/cap-02-circuitos-elétricos-condutores-e-isolantes 19/35


22/12/2023, 22:03 Cap. 1.0. Eletricidade - Condutores e Isolantes

Quando exposto à um campo elétrico, ocorre a disposição de um binário, isto


é, a ocorrência de duas forças iguais, de mesmo módulo, porém com sentidos
contrários. Observe a imagem abaixo:

O binário faz o dipolo rotacionar até atingir seu ponto de equilíbrio. Veja
a imagem abaixo:

O vetor "E" (em vermelho) é o campo elétrico uniforme ao qual o átomo está
exposto.
Os elétrons presentes em um átomo podem realizar trajetórias elípticas com
grande agilidade e rapidez. A força elétrica capaz de gerar esses dipolos é o
https://w w w .hardw arecentral.net/single-post/2017/10/18/cap-02-circuitos-elétricos-condutores-e-isolantes 20/35
22/12/2023, 22:03 Cap. 1.0. Eletricidade - Condutores e Isolantes

fruto da interação das cargas elétricas com o campo elétrico.


Após atingir o ponto de equilíbrio, um momento de dipolo "Δp" no átomo
polarizado é alcançado, tal momento é a multiplicação do campo elétrico externo
"E" pela polarizabilidade atômica "α", sendo esta uma constante de
proporcionalidade.

Em moléculas poliatômicas (que possuem mais de 2 átomos em sua formação), o


momento de dipolo é dado por uma equação tensorial, onde o "α" é um tensor de
polarizabilidade.
O campo elétrico interno, que se opõe ao campo elétrico externo aplicado ao
dielétrico, é gerado a partir do movimento elíptico. Este campo, produzido
pelos elétrons, é variável e de alta frequência. O valor médio deste campo
corresponde ao produzido pelo elétron em repouso no centro da trajetória,
chamado de centro de carga do elétron. Este campo é paralelo ao campo externo
aplicado no dielétrico. Observe a imagem abaixo:

Agora, entenderemos melhor a forma com que um dielétrico é polarizado.

Um dielétrico sólido é representado na imagem acima. Observe que os dipolos


já existem (os dipolos já existem em materiais feitos de moléculas polares - já
quando não há dipolos, o campo elétrico externo age de forma a separar os

https://w w w .hardw arecentral.net/single-post/2017/10/18/cap-02-circuitos-elétricos-condutores-e-isolantes 21/35


22/12/2023, 22:03 Cap. 1.0. Eletricidade - Condutores e Isolantes

centros de carga positivos e negativos), porém estão desordenados na estrutura


do dielétrico.

Quando um campo elétrico externo é aplicado, o binário aparece.

Os dipolos se rotacionam, se organizam, ocorrendo a polarização do


dielétrico.
A intensidade de polarização de um material dielétrico não é igual a
intensidade de indução eletrostática (eletrização por indução) de um condutor,
e isso se deve ao fato de que a carga negativa que ocorre na face A é referente
à carga que já estava nesta região, e a carga positiva que ocorre na face B é
também referente à carga que já estava na região. O que ocorreu foi apenas a
arrumação dos dipolos. Veja a imagem abaixo:

https://w w w .hardw arecentral.net/single-post/2017/10/18/cap-02-circuitos-elétricos-condutores-e-isolantes 22/35


22/12/2023, 22:03 Cap. 1.0. Eletricidade - Condutores e Isolantes

No caso de um condutor, a face esquerda é correspondente à elétrons que se


deslocaram por todo o condutor, e não apenas os que se encontravam na região.
Por este motivo que condutores concentram mais as cargas.

Tendo a Susceptibilidade e a Permissividade Elétrica, conseguimos calcular


o momento de dipolo por unidade de volume em um dielétrico:

Onde:
> Δp: Momento dipolar por unidade de volume;
> ε0: Permissividade Elétrica do vácuo (8,8541878176 × 10^-12 F/m);
> Xe: Susceptibilidade Elétrica do material dielétrico;
> E: Campo elétrico externo aplicado sobre o dielétrico.

Os materiais que obedecem a equação mostrada acima são considerados


dielétricos lineares.

Pra complementar, "momento de dipolo" ou "momento dipolar" se refere a


intensidade do dipolo elétrico que as ligações polares apresentam. Uma molécula
será apolar se seu momento de dipolo for igual a 0 (Zero).

Resumidamente, o fenômeno de polarização pode acontecer com átomos e


moléculas, e dependendo do campo elétrico aplicado pode acontecer até uma
Ionização em decorrência da quebra da Rigidez Dielétrica.

CURIOSIDADE: Como exemplo, a Borracha Nitrilica (NBR) e o Policloropreno


(CR) são elastÔmeros que se polarizam mais facilmente, tanto que podem ser
utilizadas em aplicações onde se precisa de dissipação de altas correntes
estáticas. Já a Borracha Etilieno-Propileno-Dieno-Metileno (EPDM) precisa de
campo elétrico extremamente alto para que haja alguma polarização, ou seja, é
um excelente isolante elétrico.
Quando se trata de plásticos, a Poliamida e o Poliuretano também tendem a
ser mais condutivos pela polarização ocorrida sob campos elétricos mais baixos.

CURIOSIDADE: A Polarização Dielétrica é fundamental para entender o


funcionamento de uma tela de cristal líquido, onde ocorre a mudança do
posicionamento das moléculas de acordo com a aplicação de campo elétrico,
operando então como um grande regulador de passagem de luz. Para saber mais
sobre os cristais líquidos, CLIQUE AQUI!

DENSIDADE DE POLARIZAÇÃO

https://w w w .hardw arecentral.net/single-post/2017/10/18/cap-02-circuitos-elétricos-condutores-e-isolantes 23/35


22/12/2023, 22:03 Cap. 1.0. Eletricidade - Condutores e Isolantes

É um campo vetorial que expressa a densidade de momentos dipolares


elétricos num material isolante, sejam estes momentos de dipolo permanentes ou
induzidos.
A densidade de polarização descreve também como uma material isolante se
comporta quando exposto à um campo elétrico, descreve como um material pode
afetar o campo elétrico ao qual esta exposto, bem como calcular as forças
elétricas que resultam dessa interação campo / dielétrico.
Um determinado campo elétrico aplicado num dielétrico vai fazer com que
haja a polarização, por este motivo que a densidade de polarização também pode
ser chamada de "densidade de fluxo elétrico" é a unidade de medida padrão do SI
é o Coulomb por metro quadrado (C/m³).
Para calcular a densidade de polarização, podemos utilizar a seguinte
fórmula:

Onde:

> P é a densidade de polarização, em Coulombs por metro quadrado (C/m³);


> Δp é o momento dipolar por unidade de volume;
> ΔV é o volume de um átomo ou molécula que compõe o material isolante.

OBSERVAÇÃO: Geralmente o momento de dipolo elétrico muda de um ponto para


outro no dielétrico. Outra coisa é que, a definição de polarização como um
"momento dipolar por unidade de volume" é amplamente adotada, embora em alguns
casos possa levar a ambiguidades e paradoxos.

A densidade de polarização pode ser análoga à magnetização, que mede a


resposta de um material quando exposto a um campo magnético.

Para finalizar este tópico, devo citar os artigos sobre capacitores, que
necessitam de materiais dielétricos pra funcionarem:
Capítulo 2.0: Eletrostática: CLIQUE AQUI!
Capítulo 2.1: Como funcionam os capacitores: CLIQUE AQUI!

As relações entre temperatura e resistência você verá mais adiante neste


texto!

FATOR DE DISSIPAÇÃO e FATOR DE POTÊNCIA

Nos materiais dielétricos sujeitos a uma tensão contínua observam-se perdas


por efeito Joule, que se manifestam sob a forma de calor. O aquecimento do

https://w w w .hardw arecentral.net/single-post/2017/10/18/cap-02-circuitos-elétricos-condutores-e-isolantes 24/35


22/12/2023, 22:03 Cap. 1.0. Eletricidade - Condutores e Isolantes

dieléctrico diminui a sua resistividade, originando maior intensidade de


corrente e, portanto, maior perda.
Se a tensão aplicada no dielétrico for alternada ou pulsante observa-se, da
mesma forma, perdas por efeito Joule, que também se manifestam sob a forma de
calor. Mas ocorre também um outro tipo de perda, originada por um fenômeno que
tem o nome de histerése dielétrica, que se traduz igualmente sob a forma de
calor.
Num condensador sujeito a um campo elétrico de corrente alternada, a
corrente que o atravessa deve estar avançada em relação à tensão, de Π/2 (é uma
reatância capacitiva). No entanto, pelo fato de existir, no dielétrico, uma
queda ohmica (é uma resistência pura), existirá uma componente da corrente que
se encontra em fase com a tensão. Então, entre a tensão aplicada e a corrente
resultante existirá um ângulo de desvio relativamente a Π/2, de valor δ. Este é
o chamado "ângulo de perdas". À tangente deste ângulo chama-se "fator de perda"
ou "fator de dissipação" (também abreviado "Df"), e em alguns casos "tangente
de perda".

Se o material for um mau dielétrico, o fator de perda será significativo e


este material não será apropriado para essa função. Cada material dielétrico é
caracterizado por um fator de perda, o qual depende da frequência, temperatura
e das condições do meio ambiente (grau de umidade, presença de poeiras na
atmosfera, etc.).

OBSERVAÇÃO: Em algumas folhas de dados você poderá notar a 'tangente de


perda' relacionada com a 'absorção dielétrica', que é justamente a dissipação
de sinal do dielétrico em forma de calor. Porém, "absorção dielétrica" também
pode ser utilizada para quando um capacitor que foi carregado por longo tempo
retém uma pequena quantidade de tensão depois de ser brevemente descarregado. O
capacitor terá essa pequena quantidade de tensão mesmo se uma tentativa for
realizada para descarregar totalmente o dispositivo.
Esse efeito geralmente dura alguns segundos ou até alguns minutos. Se um
capacitor for descarregado através de um curto-circuito entre seus terminais,
após isso a carga deve ser praticamente nula. Mas pode permanecer uma carga
residual devido à polarização do dielétrico.

O fator de dissipação está relacionado com a constante dielétrica do


material, com a frequência de sinal aplicada e o valor de dissipação pode ser
dado em deciBel por polegada (dB/In) em alguns sistemas.

Quando se carrega um condensador e posteriormente se descarrega, a energia


devolvida é inferior à energia fornecida no carregamento. A diferença de
energia é perdida sob a forma de calor, o qual provocará o aquecimento do
dielétrico.
Ao quociente entre energia perdida e a energia fornecida chama-se fator de
potência, e exprime-se, geralmente, em porcentagem.
O fator de potência é proporcional à frequência da corrente. Para
frequências de 50 ~ 60 Hz, o "Pf" é relativamente baixo, mas para frequências

https://w w w .hardw arecentral.net/single-post/2017/10/18/cap-02-circuitos-elétricos-condutores-e-isolantes 25/35


22/12/2023, 22:03 Cap. 1.0. Eletricidade - Condutores e Isolantes

muito elevadas as perdas poderão ser muito importantes se não forem utilizados
dielétricos com fatores de potência muito baixos.

CURIOSIDADE: Caso queira se aprofundar mais num exemplo prático onde se


leva profundamente em conta a Constante Dielétrica Relativa (εr), a Tangente de
Perdas e a Absorção Dielétrica, CLIQUE AQUI! e leia o artigo detalhando os
principais tipos de placas de circuito impresso (PCBs) da atualidade!

Componentes eletrônicos como o resistor já são desenvolvidos para provocar


uma oposição a passagem de corrente elétrica utilizando materiais como o
carvão, o nicromo e a cerâmica, que em determinadas quantidades e temperaturas
geram uma barreira dificultando a circulação dos elétrons, porém, também
gerando calor.

A temperatura influência na resistência da maioria dos materiais. Aí temos


o efeito Joule: todos os corpos são constituídos de átomos. Não notamos, mas um
corpo qualquer possui uma agitação nos átomos que compõem sua estrutura, uma
agitação que vai ficando mais acentuada a medida que o corpo vai ficando mais
quente.
A corrente elétrica aplicada num filamento o 'sobrecarrega', isto é, os
elétrons tem dificuldade em passar pelo condutor e acabam colidindo com os
átomos que estão se agitando. Parte da energia cinética (energia do movimento)
dos elétrons circulantes é transferida para o átomo, que aumenta seu estado de
agitação, consequentemente deixando o filamento cada vez mais quente. A colisão
entre os átomos se agitando faz com que o corpo fique cada vez mais quente.
O Oxigênio da atmosfera é um comburente, colaborando para a combustão do
corpo, que já está muito quente.

Veja este exemplo de sobrecarga em um resistor:


Um resistor que esteja trabalhando acima do seu limite de tensão e
circulação de elétrons (corrente elétrica), também acabará queimando devido ao
excesso de calor gerado. A agitação dos átomos deixa o corpo cada vez mais
quente, mas o resistor não consegue perder toda a energia térmica para o
ambiente. Outra parte da energia dos elétrons circulantes pelo resistor também
é transferida para os elétrons que compõem o átomo, fazendo com que ocorra o
salto quântico. Ao retornarem para seus lugares originais no átomo, os elétrons
liberam a energia que os fizeram saltar, ou seja, liberam fótons de luz. O
resistor passa a emitir uma luz enquanto a agitação excessiva de seus átomos
faz toda a sua estrutura entrar em colapso.

https://w w w .hardw arecentral.net/single-post/2017/10/18/cap-02-circuitos-elétricos-condutores-e-isolantes 26/35


22/12/2023, 22:03 Cap. 1.0. Eletricidade - Condutores e Isolantes

Essa agitação maior e o choque físico entre eles faz com que, em alguns
materiais a circulação de elétrons pelos átomos seja prejudicada, ocasionando
uma resistência maior conforme o aumento de temperatura. Em quase todos os
materiais essa agitação também gera a transformação de parte da corrente
elétrica em energia térmica, e essa energia é dissipada no ambiente, fazendo
com que uma parte da eletricidade que passa pelo condutor seja perdida.

Para saber mais sobre o Efeito Joule e como calcular a dissipação de calor,
CLIQUE AQUI e leia o tópico "Resistência elétrica" do artigo "Cap. 1.1.
Introdução à Eletrodinâmica".

Veja abaixo a tabela de resistividade de vários materiais a uma temperatura


de 20 °C:

https://w w w .hardw arecentral.net/single-post/2017/10/18/cap-02-circuitos-elétricos-condutores-e-isolantes 27/35


22/12/2023, 22:03 Cap. 1.0. Eletricidade - Condutores e Isolantes

https://w w w .hardw arecentral.net/single-post/2017/10/18/cap-02-circuitos-elétricos-condutores-e-isolantes 28/35


22/12/2023, 22:03 Cap. 1.0. Eletricidade - Condutores e Isolantes

Tabela 5 - Resistência elétrica de alguns materiais numa temperatura de 20°C

Mas até que ponto a temperatura influência na resistência elétrica dos


materiais?

https://w w w .hardw arecentral.net/single-post/2017/10/18/cap-02-circuitos-elétricos-condutores-e-isolantes 29/35


22/12/2023, 22:03 Cap. 1.0. Eletricidade - Condutores e Isolantes

Como explicar que o Carbono, o Germânio e o Silício, por exemplo, diminuem


sua resistência conforme o aumento da temperatura?
É isso que veremos na sequência deste texto.

Para quantificar a alteração da resistência elétrica em relação a variação


de temperatura temos o "coeficiente de Temperatura", uma propriedade intensiva
dos materiais simbolizada por "α". É definido como a variação relativa da
resistência elétrica, que corresponde a uma variação de 1°C da temperatura
ambiente. Pode também ser definido como a variação da tensão por grau Célsius.
Para entender melhor podemos usar um exemplo genérico, onde a cada 1 °C de
acréscimo de temperatura a resistência de um material "x" aumenta 1,09 Ω, com
isso também gerando uma queda de tensão.
O coeficiente de temperatura para um material "x" não é constante, varia
com o aumento dela, entretanto, como a variação é pequena, é considerado
constante dentro de um intervalo de algumas dezenas de graus. Por exemplo, é
considerado com um valor constante entre 0º e 50 ºC, entre 50 º e 80 ºC e assim
por diante.
Veja a tabela abaixo:

Tabela 6 - Variação de resistência em relação a temperatura em alguns materiais

A unidade de medida do coeficiente de temperatura é exatamente o inverso de


uma unidade de medida de temperatura, isto é:

→ Se utilizarmos a unidade de medida Célcius (°C), a unidade de medida


para o coeficiente de temperatura será 1/°C;
→ Se utilizarmos a unidade de medida Kelvin (K), a unidade de medida para
o coeficiente de temperatura será 1/K;

https://w w w .hardw arecentral.net/single-post/2017/10/18/cap-02-circuitos-elétricos-condutores-e-isolantes 30/35


22/12/2023, 22:03 Cap. 1.0. Eletricidade - Condutores e Isolantes

→ Se utilizarmos a unidade de medida Farenheit (°F), a unidade de medida


para o coeficiente de temperatura sera 1/°F.

Como você pode ver na Tabela 6, materiais isolantes possuem uma resistência
elétrica muito maior, no entanto, apesar da tabela não mostrar valores do
coeficiente, a temperatura também influência no valor da rigidez dielétrica. O
material isolante pode conduzir energia se aplicado sobre ele uma temperatura
que quebre a rigidez dielétrica, já o condutor pode ter sua resistência
elétrica cada vez mais alta se a temperatura for subindo.
Existem várias e várias exceções, e algumas delas são explicadas a seguir.

Em alguns materiais, o aumento de temperatura também provoca uma força


maior que a rigidez dielétrica (que faz os elétrons se manterem na órbita dos
átomos), fazendo com que haja um aumento na circulação de elétrons, e a
agitação dos átomos não impacte tanto na resistência. É o que ocorre com o
Silício, Germânio e Carbono, por exemplo. Com isso a resistência elétrica
diminui com o aumento de temperatura.
Você verá mais detalhes se ler o Capítulo 1.4, que é sobre varistores.
CLIQUE AQUI para acessa-lo!

Já o Constantan (liga de Níquel - 43 a 45% - e Cobre - de 53 a 57%), não há


muita diferença de resistência em relação a temperatura, e isso acontece pois o
aumento de elétrons livres e da agitação dos átomos se compensam, fazendo com
que o aclive de temperatura não impacte na resistividade.
Vários dos materiais apresentados na Tabela 3 apresentam um aumento de
resistência quando submetidos a temperaturas altas.

Outros materiais, quando submetidos a temperaturas próximas de zero Kelvin


possuem resistividade de praticamente 0 Ohms, o que é denominado
supercondutividade. À temperaturas extremamente baixas, não há agitação dos
átomos nem quebra da rigidez dielétrica, mas sim a circulação perfeita dos
elétrons, com resistência extremamente baixa e, consequentemente, sem geração
de calor, o que torna o material um supercondutor.

Resumindo: dependendo do material, pode ocorrer um destes três fatores


apresentados abaixo:

O fator 01 ocorre com Cobre, com o Nicromo, entre outros. Já o fator 02


ocorre no Carbono, no Silício, e etc. O fator 03 ocorre no Mercúrio, por
exemplo. Há também um quarto fator, que é a resistência quase invariável
independente da temperatura, e que ocorre no Constantan, por exemplo.

https://w w w .hardw arecentral.net/single-post/2017/10/18/cap-02-circuitos-elétricos-condutores-e-isolantes 31/35


22/12/2023, 22:03 Cap. 1.0. Eletricidade - Condutores e Isolantes

Envelhecimento em decorrência de ciclos térmicos

Aqui é um espaço bom para explanar que, na grande maioria das ligas
metálicas, a exposição à ciclos de aquecimento e resfriamento dentro dos
limites, porém, ao longo dos anos de uso provoca a mudança estrutural do ponto
de vista molecular, isto é, uma modificação na estrutura cristalográfica,
alterando a resistência elétrica, bem como módulos de elasticidade e
cisalhamento, tornando o material mais quebradiço e com características
elétricas 'pobres'.

Imagem 2 - Um borne de bateria de carro completamente deteriorado pelo


aquecimento proporcionado pelo fluxo de corrente e calor oriundo do cofre do
motor ao longo dos anos

Talvez uma das ligas metálicas que mais sofram com temperatura são as cuja
base é o Cobre. Para saber mais sobre tais ligas, CLIQUE AQUI!
No PDF abaixo é mostrado um estudo sobre betatização e envelhecimento de
ligas de latão:

Envelheciment… .pdf
Fazer download de PDF …

Assim como plásticos e borrachas ressecam e ficam quebradiços quando


expostos ao calor por longos períodos de tempo, nos metais ororre uma alteração
de têmpera. No texto "Propriedades mecânicas dos Materiais - PARTE 2" disserto
sobre o como o tratamento térmico controlado pode fazer alterações pontuais em

https://w w w .hardw arecentral.net/single-post/2017/10/18/cap-02-circuitos-elétricos-condutores-e-isolantes 32/35


22/12/2023, 22:03 Cap. 1.0. Eletricidade - Condutores e Isolantes

ligas metálicas, e como o calor não controlado - porém, dentro dos limites -
pode deteriora-las ao longo dos anos de uso.

Resumidamente:

→ O que difere um condutor, um semicondutor e um isolante é o Gap de


energia que existe entre a Banda de Valência e a Banda de Condução. O Gap pode
ser Direto ou Indireto;

→ Se o momento do estado de energia mais baixa na banda de condução e o


estado de energia mais alta da banda de valência de um material são iguais, o
material tem um Gap direto. Se eles não forem iguais, o material tem um Gap
indireto. Para materiais com gap direto, os elétrons de valência podem ser
colocados diretamente na banda de condução por um fóton cuja energia seja maior
do que o bandgap. Em contraste, para materiais com gap indireto, um fóton e um
fônon devem estar envolvidos para uma transição do topo da banda de valência
para a base da banda de condução. Portanto, os materiais com bandgap direto
tendem a ter propriedades de emissão e absorção de luz mais fortes, o que
propicia sua aplicação em painéis fotovoltaicos (PVs), diodos emissores de luz
(LEDs) e diodos LASER;

→ Tanto a Resistência quanto a Condutância são propriedades intrínsecas da


matéria, isto é, são qualidades inerentes ao tipo e forma da matéria, porém os
valores destas propriedades dependem da composição química e da estrutura dela;

→ Resistência elétrica (R), medida em Ohms (Ω), sendo a resistividade


elétrica simbolizada por "ρ" medida em Ohms por metro (Ω/m);

→ Condutância elétrica (G), medida em Siemens (S), sendo a condutividade


elétrica simbolizada por "σ" medida em Siemens por metro (S/m);

→ A carga elementar do elétron (e) e a quantidade de elétrons "Q" definem


a carga elétrica total (C) que passa por um condutor;

→ O valor da carga elétrica e o período de tempo (T) em que esses elétrons


fluíram já bastam para se saber intensidade de corrente elétrica (I) que está
fluindo pelo condutor;

→ Toda carga elétrica gera ao seu redor um campo elétrico. Quando em


movimento, gera também um campo magnético. Esses dois componentes formam o
campo eletromagnético;

https://w w w .hardw arecentral.net/single-post/2017/10/18/cap-02-circuitos-elétricos-condutores-e-isolantes 33/35


22/12/2023, 22:03 Cap. 1.0. Eletricidade - Condutores e Isolantes

→ Dielétrico é o nome dado aos materiais que possuem propriedades


isolantes. A rigidez dielétrica de um material é medida em Volts por metro
(V/m) ou kiloVolt por milímetro (kV/mm), já a constante dielétrica relativa (K)
é simbolizada por "εr" e é adimensional;

→ Susceptibilidade elétrica é o quão fácil um material pode ser polarizado


ao se aplicar uma tensão elétrica. É simbolizado por "Xe", sendo um valor
adimensional;

→ A Permissividade elétrica é como um campo elétrico (E) afeta ou é


afetado por um meio. A permissividade absoluta é simbolizada por "ε", já a
permissividade relativa é simbolizada por "εr", sendo ambas medidas em Farad por
metro (F/m);

→ A Polarização dielétrica é um fenômeno definido como o movimento


reversível de nuvens eletrônicas de acordo com a aplicação de um campo elétrico
(E) sobre um determinado material. A Polarização dielétrica de um material é
definido pelo Momento de Dipolo (Δp);

→ A Densidade de Polarização (também pode ser referida como "densidade de


fluxo elétrico" e análoga a magnetização) descreve o comportamento de um
material quando exposto a um campo elétrico. A densidade de polarização é
simbolizada com a letra "P" e é medida em Coulombs por metro quadrado (C/m³);

→ Só pra reforçar, a intensidade do campo elétrico (unidade de medida


Volts por metro - V/m - ou kiloVolt por milímetro - kV/mm), simbolizado por "E"
está atrelada a Tensão elétrica (também chamada de Potencial Elétrico -
simbolizado por "U" - ou força eletromotriz - FEM), medida em Volts (V);

→ O campo elétromagnético se estabelece na velocidade da luz no momento em


que o circuito é fechado. O fluxo de elétrons é ínfimo, sendo apenas o meio de
propagação da energia elétrica;

→ Um dielétrico provoca atenuações na propagação do sinal elétrico tanto


por puro efeito Joule quanto por histerese dielétrica, que também é outra forma
de dissipar energia elétrica em forma de energia térmica (calor). A energia
perdida neste processo também dita o fator de potência do material isolante;

→ O coeficiente de temperatura, simbolizado por "α" serve para 'medir' a


variação da resistência elétrica em relação a mudança de temperatura. A unidade
de medida pode ser o inverso do Kelvin (1/K), o inverso da unidade Célsius
(1/°C) ou o inverso da unidade Farenheit (1/°F). A resistividade (ρ) e a
condutividade elétrica (σ) dependem das especificações do material e também da
temperatura;

https://w w w .hardw arecentral.net/single-post/2017/10/18/cap-02-circuitos-elétricos-condutores-e-isolantes 34/35


22/12/2023, 22:03 Cap. 1.0. Eletricidade - Condutores e Isolantes

→ Materiais isolantes podem se tornar condutores caso a rigidez dielétrica


seja quebrada, e isso pode ser feito através de um campo elétrico muito forte
ou uma temperatura muito alta, o que ocasiona uma ionização. Já os materiais
condutores podem perder condutividade conforme a temperatura for subindo.
Existem materiais onde a variação de temperatura não causa uma variação
significativa na resistência.

Como podemos ver, o fluxo de corrente elétrica depende da temperatura, das


dimensões e de várias outras características do material que é construído o
condutor.
Atualmente não podemos mais dizer que um determinado tipo de plástico é
fadado a ser utilizado apenas como isolante, pois os engenheiros e químicos por
trás da Ciência e Tecnologia dos Materiais já conseguem manipula-lo e mudar ao
menos um pouco de suas características elétricas e físicas.

Já deixo linkado aqui o Capítulo 2 sobre Condutores e Isolantes elétricos.


Esta segunda parte é um complemento com informações relevantes sobre metais,
borrachas e plásticos.

Se restou alguma dúvida, é só mandar um e-mail para


hardwarecentrallr@gmail.com ou mande uma mensagem pelo Facebook. Se você
gostou, é só curtir e compartilhar.

FONTES e CRÉDITOS:

Texto: Leonardo Ritter


Imagens e Gráficos: Leonardo Ritter; Google Imagens.
Referências: Livro "Eletrônica para Autodidatas, Estudantes e Técnicos"; meu
caderno de física da escola; Mundo Educação; Alfa Connection; Brasil Escola;
Instituto Newton C. Braga; Edufer; Engenheiro Tem que Estudar (EtE), Wikipedia
(Somente artigos com fontes verificadas!).

Última atualização: 24 de Setembro de 2023.

https://w w w .hardw arecentral.net/single-post/2017/10/18/cap-02-circuitos-elétricos-condutores-e-isolantes 35/35

Você também pode gostar