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CENTRO TECNICO DE CAPACITAÇÃO – CETEC

CURSO TECNICO EM ELETROTÉCNICA

Silvestre Santos da Cunha


Matheus Santos Serra
Dayana Cristina Pereira Moraes

Subestação Área
Conceito e Principio de Funcionamento

São Luís
2015
Silvestre Santos da Cunha
Matheus Santos Serra
Dayana Cristina Pereira Moraes

Subestação Área
Conceito e Principio de Funcionamento

Projeto de pesquisa, do curso Técnico em


Eletrotécnica, do Centro de Capacitação -
CETEC, como requisito parcial para
conclusão do curso de Eletrotécnica.

Orientador: Francisco Viana


Co-Orientadora: Nieti Pinheiro Cardoso

São Luís
2015
Silvestre Santos da Cunha
Matheus Santos Serra
Dayana Cristina Pereira Moraes

Subestação Área
Conceito e Principio de Funcionamento

Projeto de pesquisa, do curso Técnico em


Eletrotécnica, do Centro de Capacitação -
CETEC, como requisito parcial para
conclusão do curso de Eletrotécnica.
Orientador: Francisco
Co-Orientadora:Nieti Pinheiro Cardoso

Aprovado em: ______/ _____/ _____


Nota: _______

COMISSÃO EXAMINADORA
______________________________________
Professor examinador 1
Engenheiro Eletricista

______________________________________
Professor examinador 2
Engenheiro Eletricista
AGRADECIMENTOS

As nossas famílias, por ter nos proporcionado toda a estrutura emocional e meios de
continuar nossos estudos até aqui.
Ao nosso orientador, Professor Francisco, pela disponibilidade em tirar quaisquer
dúvidas que, pelos conhecimentos passados e, principalmente, por nos incentivar, renovando a
nossa determinação em terminar no curso.
A todos os nossos amigos, pelos bons momentos proporcionados, pela paciência, pelo
companheirismo nos momentos difíceis e por acreditarem e torcerem pelo nosso sucesso.
Finalmente, a todos aqueles que estão ou estiveram diretamente ou indiretamente
ligados à nossa formação como Técnico em Eletrotécnica.
‘’Dedico este trabalho de conclusão de curso a meus pais e

A dos meus amigos pela força e confiança demonstrada

Aos meus amigos pelo apoio durante o curso

Aos professores pelo simples fato de estarem

dispostos a ensinar e aos funcionários do CETEC

Aos orientadores pela paciência

demonstrada no decorrer do trabalho

Enfim a todos que de alguma forma

tornaram este caminho mais fácil de ser’’


‘’ A vida é um combate que os fracos se
abatem que os bravos e fortes só podem
exaltar ‘’

(Gonçalves Dias)
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................11

1.1. IMPORTÂNCIA DA ENERGIA ELÉTRICA..................................................12

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.........................................................................13

3.2 TIPOS DE SUBESTAÇÕES..............................................................................13

3.2.1 Transformadora Elevadora...........................................................................14

3.2.2 Transformadora Abaixadora........................................................................15

3.2.3 Subestação de Manobra................................................................................16

3.2.4 Subestação Inversora....................................................................................17

3.2.5 Subestação Retificadora...............................................................................17

3.2.6 Subestação de Interligação...........................................................................17

3.2.7 Externas Ou á Céu Aberto (Subestações de Áreas).....................................17

3.2.8 Internas ou Abrigadas..................................................................................18

3.2.8.1 Convencionais.......................................................................................18

3.2.8.2 Cabines Metálica ou Blindada..............................................................18

3.2.8.3 Em Cubículos........................................................................................18

4. EXTERNAS OU Á CÉU ABERTO (SUBESTAÇÕES DE ÁREAS).................19

4.4 CONSTRUÇÕES DAS SUBESTAÇÕES EXTERNAS....................................19

4.4. 1. Inspeção do Transformador.......................................................................20

4.4.2 Critérios de Controle....................................................................................21

4.4.2.1. Localização..........................................................................................21

4.4.2.3. Transformadores..................................................................................22

4.4.2.4. Eletrodutos...........................................................................................22

4.4.2.5. Isoladores.............................................................................................22

4.4.2.6. Caixas...................................................................................................22

4.4.2.7. Cabos....................................................................................................23

4.4.2.8. Barramentos.........................................................................................23

4.4.2.9. Disjuntores...........................................................................................23
4.4.2.10. Medição..............................................................................................23

REFERENCIAS..........................................................................................................24

Figura 1. Transmissão e distribuição de energia elétrica..............................................10


Figura 2. Distribuição de energia elétrica por setor......................................................11
Figura 3. Subestação Elevadora....................................................................................14
Figura 4. Subestação Abaixadora..................................................................................15
1. INTRODUÇÃO

A energia elétrica é uma das formas de energia mais utilizadas no mundo. Ela é

gerada, principalmente, nas usinas hidrelétricas, usando o potencial energético da água. Porém

ela pode ser produzida também em usinas eólicas, termoelétricas, solares, nucleares entre

outras. Além de que é baseada na produção de diferenças de potencial elétrico entre dois

pontos. Estas diferenças possibilitam o estabelecimento de uma corrente elétrica entre estes

dois pontos.

A energia elétrica, para chegar ao consumidor final, depende de uma eficiente rede

elétrica, composta por fios e torres de transmissão. A figura 1 abaixo mostra o diagrama

genérico de um sistema de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Através

dessa figura, podemos entender melhor porque uma subestação é chamada de “SUB” estação.

Recebe o nome de “Estação”, apenas a etapa geradora (usinas hidroelétricas, termoelétricas,

etc...), sendo que as demais etapas configuram subestações. Estas por sua vez, podem ser:

transmissoras de energia (aquelas que transportam a energia da usina até próximo ao

consumidor), e distribuidoras (aquelas que transportam a energia da subestação transmissora

até o local de consumo).

Figura 1. Transmissão e distribuição de energia elétrica.

Fonte : (CURSOS, 2013)


1.1. IMPORTÂNCIA DA ENERGIA ELÉTRICA

A energia elétrica é de fundamental importância para o desenvolvimento das

sociedades atuais. Ela pode ser convertida para gerar luz, força para movimentar motores e

fazer funcionar diversos produtos elétricos e eletrônicos que possuímos em casa (computador,

geladeira, microondas, chuveiro, etc.) (SILVA, 2014)

Uma subestação é uma instalação elétrica de alta potência, contendo

equipamentos para transmissão e distribuição de energia elétrica, além de equipamentos de

proteção e controle, uma subestação funciona como ponto de controle e transferência em um

sistema de transmissão de energia elétrica, direcionando e controlando o fluxo energético,

transformando os níveis de tensão e funcionando como pontos de entrega de energia.

Em uma Indústria ou Comércio sua aplicação é fundamental, pois o controle do fluxo

e distribuição de energia torna as condições ideais para aperfeiçoar o funcionamento do

maquinário e evitar percas e danos para empresas, residências da população. Na Figura 2

podemos observar esse consumo em cada setor onde é notória perceber que o setor que mais

consome energia é o setor industrial e em seguida o setor comercial.

Figura 2. Distribuição de energia elétrica por setor.

Fonte :

(VAISMAN,2014)
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Como nos dias de hoje as unidades geradoras encontram-se muito distantes dos grandes
centros de carga, o setor elétrico passou a depender muito das subestações para a transmissão
da energia, já que elas adéquam os níveis de tensão de forma a diminuir as perdas durante o
seu percurso. Além de diminuir os custos das transmissões, as subestações são responsáveis
também pela proteção das linhas, alem de possuir equipamentos de manobra que aumentam a
confiabilidade do sistema elétrico.

3.1. DEFINIÇÃO DE SUBESTAÇÃO

De modo geral uma subestação é um conjunto de equipamentos industriais interligados


entre si com os objetivos de controlar o fluxo de potencia, modificar tensões e alterar a
natureza da corrente elétrica assim como garantir a proteção do sistema elétrico. Funciona
como ponto de controle e transferência em um sistema de transmissão elétrica, direcionando e
controlando o fluxo energético, transformando os níveis de tensão e funcionando como pontos
de entrega para consumidores industriais. Durante o percurso entre as usinas e as cidades, a
eletricidade passa por diversas subestações, onde os transformadores aumentam ou diminuem
a sua tensão (AMORIM, 2014; APOSTILA DE SUBESTAÇÕES, 1990). Ao elevar a tensão
elétrica no início da transmissão, os transformadores evitam a perda excessiva de energia ao
longo do caminho. Já, ao rebaixarem a tensão elétrica perto dos centros urbanos, permitem a
distribuição da energia por toda a cidade.
Outra característica da subestação é a sua capacidade de compensar reativos, com o
objetivo de dirigir o fluxo de energia em sistemas de potência e melhorar a qualidade de
energia. As SE’s possuem dispositivos de proteção capazes de detectar diferentes tipos de
falta no sistema e isolar os trechos onde ocorrem as faltas.

3.2 TIPOS DE SUBESTAÇÕES

Dependendo das condições técnicas e econômicas, as subestações podem apresentar


diversas características especificas, tais como potência instalada, função no sistema e
configuração construtiva adotada para receber os equipamentos. Quanto à configuração
construtiva têm-se subestações convencionais (ao tempo), aéreas (acopladas em postes) ou
abrigadas. A SE pode ter as seguintes funções: transformação (eleva ou abaixa o nível de
tensão), inversão (transforma c.c. em c.a.) retificação (transforma c.a. em c.c.) e interligação
entre sistemas elétricos diferentes (geração ou estrutura aéreo/subterrânea)[16],[1],[14],[15].
Podemos citar alguns tipos mais importantes de subestações que são:

As SE’s podem ser classificadas quanto sua função no sistema elétrico:


• Subestação Transformadora - é responsável por converte a tensão de suprimento em
um nível maior ou menor de tensão. São designadas como SE Transformadora Elevador, as
SE’s cuja a função é de elevar o nível de tensão, e SE Transformadora Abaixadora têm a
função de diminuir o nível de tensão. Geralmente, uma subestação transformadora próxima
aos centros de geração é uma SE elevadora. Subestações no final de um sistema de
transmissão, próximas aos centros de carga, ou de suprimento a uma indústria é uma SE
transformadora abaixadora.
• Subestação Seccionadora, de Manobra – Interliga circuitos de suprimento, ao qual são
alimentados pelo mesmo nível de tensão. Estas SE’s são capazes de manobras e energizar
circuitos.
As SE’s também podem ser classificadas quanto ao modo de instalação dos
equipamentos em relação ao meio ambiente:
• Subestação Externa – são subestações em que os equipamentos são instalados ao ar
livre e estão sujeitos as intempéries atmosféricas, como por exemplo: chuva, poluição e vento.
• Subestação Abrigada - são aquelas no qual os equipamentos são instalados ao abrigo
do tempo, sendo este abrigo uma edificação ou uma câmara subterrânea.

3.2.1 Transformadora Elevadora

As subestações instaladas próximas às usinas geradoras elevam o nível de tensão,


visando à transmissão de energia elétrica de modo econômico e eficiente através delinhas de
transmissão até outras subestações. Geralmente o nível de tensão gerado é até 20 kV e é
transformado pela SE para 230 kV ou 500 kV.
Elevam as tensões para níveis de transmissão e subtransmissão, visando diminuir a
corrente e, consequentemente, a espessura dos condutores e as perdas. Esta elevação de nível
tensão é comumente utilizada para facilitar o transporte da energia, diminuição das perdas do
sistema e melhorias no processo de isolamento dos condutores.
A tensão nominal de um gerador pode variar em função de sua potência. Assim,
podemos ter geradores de baixa tensão, como 220[V], 440[V], 660[V] e geradores de média
tensão, como 2,2[KV], 4,6[KV] e 13,8[KV], por exemplo. A vantagem de utilizar tensões
maiores é o fato de as correntes diminuírem e assim, poder-se usar condutores de menor
diâmetro, economizando espaço e diminuindo o tamanho dos geradores. O valor máximo de
tensão; de geração está limitado em torno de 13,8[KV], visto que para tensões superiores a
esta a espessura do isolamento começa a ficar muito grande, anulando a economia conseguida
com a redução do diâmetro dos condutores. Na figura 2 abaixo, pode-se observar uma foto de
uma subestação elevadora.

Figura 3. Subestação Elevadora

Fonte: Grupo CEI, 2014

3.2.2 Transformadora Abaixadora

Localizada nas periferias dos centros consumidores. Diminuem os níveis de tensão, para
que essa aproxima dos centros urbanos a para evitar inconvenientes para a população (rádio
interferência, campos magnéticos intensos e faixas de servidão muito grandes). Na figura 4 é
possível ver a ilustração dessa subestação.
Para a energia ser útil numa casa ou negócio, o sistema de transmissão é escalonado
para baixo e transforma-se no sistema de distribuição. Isto pode acontecer em várias fases. “O
lugar onde a conversão de “transmissão” para “distribuição” acontece está numa Subestação
Abaixadora”. Uma subestação abaixadora faz duas ou três coisas tipicamente:
 Há transformadores que transformam as tensões de transmissão (de na faixa de
dezenas ou centenas de milhares de volts) até tensões de distribuição
(tipicamente menos de 13,800 volts). Há um " barramento " que pode dividir
para fora a energia de distribuição em múltiplas direções.
 Possui frequentemente disjuntores de circuito e seccionadores de forma que a
subestação pode ser desligada do sistema de transmissão ou desligar linhas de
distribuição separadas da subestação quando necessário.

Figura 4. Subestação Abaixadora

Fonte :Engegroup, 2014

3.2.3 Subestação de Manobra

É aquela que interliga circuitos de suprimento sob o mesmo nível de tensão,


possibilitando sua multiplicação. É também adotada para possibilitar o secionamento de
circuitos, permitindo sua energização em trechos sucessivos de menores comprimentos.
3.2.4 Subestação Inversora

As subestações inversoras transformam tensões c.c. em c.a. usando pontes inversoras.


Geralmente interligam sistemas com transmissão em c.c. com sistemas com transmissão em
c.a.

3.2.5 Subestação Retificadora

As subestações retificadoras transformam tensões c.a. em c.c. usando pontes


retificadoras. Geralmente interligam sistemas com transmissão em c.a. com sistemas com
transmissão em c.c.

3.2.6 Subestação de Interligação

Interligam sistemas de transmissão de diferentes gerações ou conectam linhas aéreas a


linhas subterrâneas, especialmente em áreas urbanas, onde restrições de espaço inviabilizam o
estabelecimento de linhas convencionais. Também podem redirecionar a energia para outras
linhas e subestações quando necessário.
As subestações instaladas ao tempo são aquelas em que os equipamentos são instalados
ao tempo e os aparelhos abrigados.

3.2.7 Externas Ou á Céu Aberto (Subestações de Áreas)

São construídas em locais amplos ao ar livre. Podem ser classificadas segundo a


montagem dos equipamentos: subestação aérea em plano elevado e subestação de instalação
no nível do solo. Requerem emprego de aparelhos e máquinas próprios para funcionamento
em condições atmosféricas adversas (chuva, vento, poluição etc.), que desgastam os materiais
componentes, exigindo, portanto, manutenção mais frequente e reduzindo a eficácia dos
isolamentos.
Figura 6
3.2.8 Internas ou Abrigadas

São construídas em locais abrigados. Os equipamentos são instalados no interior de


construções não estando sujeitos às intempéries. Os abrigos podem ser uma edificação ou uma
câmara subterrânea, figura 7. Subestações abrigadas podem consistir de cabines metálicas,
além de isoladas a gás, tal como o hexafluoreto de enxofre (SF 6). Podem ser classificadas em
convencionais, em cabine metálica ou blindadas e cubículos são diferenciadas de acordo com
sua potência instalada, configuração construtiva e função no sistema

3.2.8.1 Convencionais

Foram as primeiras a serem utilizadas e são usadas com maior incidência. As


subestações convencionais são instaladas a céu aberto e têm o ar como meio isolante entre os
diversos equipamentos. Por isso, ocupam grande espaço físico. Com o passar dos anos e em
decorrência do crescimento das aglomerações urbanas, detectou-se a necessidade de criar
subestações menores e mais compactas como pode ser observado na Figura 7.

3.2.8.2 Cabines Metálica ou Blindada

Nesse caso, com um meio isolante diferente do ar, a melhor alternativa encontrada foi
o gás hexafluoreto de enxofre (SF6). Nasciam as subestações blindadas, onde o isolamento
com SF6 é feito em ambiente fechado e blindado, o que permite compactar a instalação,
figura X
A vantagem da subestação blindada é o espaço reduzido (podendo chegar a até 10% de
uma SE convencional). Além disso, há baixa manutenção e a operação é segura (inteiramente
contidas em invólucros metálicos). Também está disponível em níveis de tensão de até 500
kV.

3.2.8.3 Em Cubículos

Na subestação abrigada em cubículos, os equipamentos de manobra e proteção são


instalados dentro de cubículos pré-fabricados. Os cubículos pré-fabricados são caixas
metálicas aterradas podendo ter vários compartimentos (Figura 9). Os materiais de
blindagens, estruturas e bases, são tratados contra corrosão.

4. EXTERNAS OU Á CÉU ABERTO (SUBESTAÇÕES DE ÁREAS)

Como descrito e visto anteriormente sobre as subestações podemos dizer que todas as
subestações são externas e o que lhe diferenciam entre si são a função de cada uma delas em
exceção as subestações abrigas que são em ambientes fechados e protegidos como foi
discutido.
As subestações externas podem estar suspensas em postes ou em plataforma entre dois
postes. São utilizadas na distribuição para consumidores residenciais e pequenos comércios,
tendo como tensão primaria 13,8 kV e potencias ate 300 kVA. Em redes urbanas são
utilizados transformadores trifásicos e em redes rurais podem-se encontrar transformadores
monofásicos. Na entrada do transformador se tem para-raios de linha para proteger contra
sobtensões e chaves fusíveis para proteger contra curtos circuitos. Entende-se por Subestação
Transformadora em Poste como a instalação elétrica do consumidor destinada a receber o
fornecimento de energia, em tensão primária de distribuição, com uma ou mais funções de
manobra, proteção, medição e transformação, montada ao tempo, em poste de concreto, com
ou sem plataforma.

4.4 CONSTRUÇÕES DAS SUBESTAÇÕES EXTERNAS

Neste tópico vamos tratar das formas básicas de construção das subestações externas.
Daremos uma ênfase especial nas plantas e cortes das subestações bem como a disposição dos
diversos equipamentos e a forma de conexão das seccionadoras ao barramento principal.
A seguir faremos uma análise das disposições clássicas, a partir das quais outras
formas poderão ser desenvolvidas, a fim de atender soluções específicas.
Basicamente para a construção de uma subestação deve ser levado em consideração
quanto à escolha de local para instalação de SE:
 Localização ideal: centro de carga;
 Facilidade de acesso para linhas de subtransmissão (entradas) e linhas de
distribuição (saídas) existentes e futuras;
 Espaço para expansão;
 Regras de uso e ocupação do solo;
 Minimização do número de consumidores afetados por descontinuidade de
serviço; etc

A sequencia dos serviços necessários à instalação do conjunto referente à Subestação


Transformadora em Poste compreenderá:
Serviços de construção civil:
 Escavação (manual ou mecânica) para a base do poste;
 Assentamento de poste de concreto, inclusive chumbação e estaiamento, quando
necessário;
 Execução da plataforma (quando for este ocaso).
Serviços de instalações elétricas:
 Instalação de transformador;
 Montagem dos equipamentos de proteção e medição;
 Aterramento do conjunto;
 Ligação do conjunto à rede de distribuição de energia;
 Teste do conjunto.

Estes serviços deverão ser executados de acordo com as Especificações pertinentes da


concessionária responsável local de energia.
A seguir será descrito o procedimento de construção de uma subestação
transformadora de poste segundo a CEHOP (Companhia Estadual de Habitação de Obras
Publica) no estado de Sergipe .

4.4. 1. Inspeção do Transformador

Antes da montagem deverá ser feita a inspeção visual para se verificar o estado do
tanque e dos isoladores do transformador.
Antes da energização deverá ser verificada a continuidade das conexões, o nível de
óleo do transformador e o seu isolamento. O transformador deverá ser elevado e posicionado
de modo a não ser submetido a esforços mecânicos desnecessários para sua carcaça e suas
buchas. As conexões ao sistema deverão ser efetuadas de modo a assegurar bom contato e não
gerar esforços mecânicos nas buchas do transformador.

4.4.2 Critérios de Controle


Toda a instalação deverá estar de acordo com as especificações da Concessionária
local de energia. Alguns requisitos básicos deverão ser observados:

4.4.2.1 Localização
As instalações deverão ser localizadas de forma a permitir fácil acesso e a disposição
dos equipamentos deverá oferecer condições adequadas de operação, remoção (inclusive com
guindaste), manutenção e segurança.
Deverão ser localizadas junto ao alinhamento da propriedade particular com a via
pública, salvo recuo estabelecido por posturas governamentais. Mediante acordo entre a
Concessionária e o consumidor, poderá ser aceita localização diferente para o conjunto
Proteção/Medição/Transformação até o limite máximo de 50 m do alinhamento do terreno.
Ultrapassado este limite, deverá ser construído um cubículo abrigado para a instalação dos
equipamentos de Proteção e Medição a, no máximo, 5m do limite da propriedade com a via
pública.
Sendo o transformador instalado em poste ou plataforma, deverá estar a um mínimo de
2,5m de distância horizontal de janelas, sacadas, telhados e rede elétrica existente ou outros
pontos de eventual acesso de pessoas.

4.4.2.2 Montagem
A montagem deverá seguir o projeto da instalação, respeitando as normas existentes.O
transformador deverá estar fixado corretamente. A instalação em poste singelo será para
transformadores de, no máximo, 150kVA. Para transformadores de potência nominal até
225kVA poderá ser utilizada a instalação em plataforma.
As conexões de AT (Alta Tensão) e BT (Baixa Tensão) deverão ser efetuadas de modo
a assegurar a conexão correta e não gerar esforços mecânicos nas buchas do transformador,
mesmo em caso de eventual curto-circuito.
4.4.2.3. Transformadores
Deverão apresentar as seguintes características:
 Obedecer a NBR5356 e 5440;
 Ter potência de acordo com a demanda máxima prevista ou ligeiramente superior até
20% de sobrecarga;
 Ter freqüência de 60Hz;
 Ter tensão primária em triângulo, de acordo com a Concessionária;
 Ter tensão secundária de 220/127V em estrela, com neutro acessível;
 Ter isolamento de acordo com a tensão primária local;

Transformadores de Potência utilizados com mais


freqüência
Potência
(KVA)
Classe
(KV)
Freqüência
(Hz)
Alta
Tensão
(KV)
Baixa
Tensão
(V)
15 15 60 13,8 220/127
30 15 60 13,8 220/127
45 15 60 13,8 220/127
75 15 60 13,8 220/127
112,5 15 60 13,8 220/127
150 15 60 13,8 220/127
225 15 60 13,8 220/127

4.4.2.4 Eletrodutos
Todos os condutores deverão ser protegidos por eletrodutos rígidos desde a saída dos
terminais do transformador. Os tubos e luvas de aço rígido deverão ser sem costura, com
rosca BSP e apresentar acabamento galvanizado à quente, interna e externamente.

4.4.2.5 Isoladores
Serão do tipo disco, diâmetro 175mm, e tipo pino para 15kV, com ferragens de
fixação.

4.4.2.6 Caixas
Deverão ser em chapa de ferro n° 16, para embutir em abrigo de alvenaria, nos
padrões exigidos pela Concessionária, apresentar acabamento antiferruginoso e pintura.
4.4.2.7. Cabos
Os cabos de cobre deverão ser de alta condutibilidade, com revestimento termoplástico
e apresentar nível de isolamento para 750V na temperatura de 70°C.

4.4.2.8. Barramentos
Será obrigatória a utilização de barramento sempre que houver mais de cinco unidades
consumidoras ou mais de seis condutores (fases + neutro comum) no ramal de entrada
coletivo.
Deverão ser feitos em barra de cobre. Os afastamentos mínimos recomendados em
tensão primária deverão estar de acordo com a NBR 5414. Quando se elevar a potência de
transformação (aumento de carga) os barramentos deverão ser redimensionados.
Os barramentos, quando pintados, deverão ter as seguintes cores :
 ‘ FASE A – vermelho;
 ‘ FASE B – amarelo;
 ‘ FASE C – marron ou azul escuro;
 ‘ NEUTRO – azul claro.

4.4.2.9 Disjuntores
Visando a proteção geral de Baixa Tensão, deverão ser instalados em caixa
seccionadora ou compartimento lacrado, em local que permita fácil operação em caso de
emergência.

4.4.2.10. Medição
A medição deverá ser dimensionada de acordo com a capacidade do transformador e
executada em caixas padrões instalada em abrigo de alvenaria, conforme projeto executivo de
elétrica.

4.4.2.11.Proteção contra curto-circuitos

Para potências até 225kVA, deverão ser instaladas chaves fusíveis indicadoras, de
abertura com carga, dimensionadas de acordo com a potência de cada transformador.

4.4.2.12.Proteção contra descargas atmosféricas


Deverá ser instalado pára-raios tipo válvula, com desligador automático, para 15kV e
com ferragens de fixação. Os pára-raios deverão ser instalados na estrutura do transformador.
A ligação entre os pára-raios e o sistema de aterramento deverá ser feita através de um
condutor de cobre nu de 35 mm2 ou aço cobreado 2 AWG, no mínimo. Este condutor deverá
ser tão curto quanto possível, evitando-se curvas e ângulos pronunciados. A descida do cabo
para a malha de terra deverá ser protegida por tubo de ferro galvanizado com diâmetro
mínimo de 20 mm, até uma altura de 2,80 m, a partir do solo.

4.4.2.12. Aterramento
Deverá ser instalado um sistema de aterramento visando-se proteger as partes
metálicas da instalação. O valor da resistência de terra máxima, medida em qualquer época do
ano deverá ser de 20 Ohms. A haste COPPERWELD deverá ter 16mm X 3,00m e ser
revestida de cobre por deposição eletrolítica.
Em toda instalação deverá ser previsto um terminal (ou barra) de aterramento principal
e os seguintes condutores deverão ser ligados:
 Condutores de aterramento;
 Condutores de proteção;
 Condutores da ligação equipotencial principal;
 Condutor de aterramento funcional, se necessário.

A distancia mínima entre eletrodos, caso seja necessário utilizar mais de um, deverá
ser igual ou maior que seu comprimento; deverão ser interligados por meio de condutores de
cobre ou de aço cobreado, de bitola mínima de 35mm 2 para cabo de cobre e 2 AWG para aço
cobreado.
Havendo limitações físicas para colocação dos eletrodos, poderão ser utilizadas outras
técnicas de aterramento, desde que respeitado o valor da resistência máxima de terra de 20
Ohms.
Os condutores de aterramento deverão ser contínuos, isto é, não deverão ter em série
nenhuma parte metálica da instalação. A ligação do condutor ao sistema de aterramento
deverá ser feita por solda exotérmica, não sendo permitido o uso de solda simples.
Opcionalmente, poderá ser aceito grampo de aterramento tipo “U” “U”, desde que possua
caixa de inspeção em todas as conexões.
O neutro dos transformadores deverá ser solidamente aterrado o mais próximo
possível do mesmo e a sua ligação ao sistema de aterramento deverá ser feita através de
condutor de cobre, dimensionado de acordo com o condutor das fases. As carcaças dos
transformadores, disjuntores, chaves e quaisquer outras partes metálicas que não conduzam
corrente deverão ser aterradas. A ligação entre cada uma delas e o sistema de aterramento será
feita por um único condutor de cobre nu, de seção 25mm 2 (preferível 35mm2). A conexão à
malha de terra deverá ser feita com conector apropriado.

4.4.2.13. Conectores

Nas emendas e derivações devem ser usados conectores apropriados ou solda tipo exotérmica,
não se permitindo o uso de solda estanho.

4.4.2.14. Ferragens

Todas as ferragens deverão ser zincadas a fusão e atender à NBR5706.


Para fins de pagamento, a unidade de medição será a unidade instalada, ligada à rede
de distribuição testada, aceita pela Fiscalização e aprovada pela Concessionária local de
energia.

5. EQUIPAMENTOS DE UMA SUBESTAÇÃO

Nas subestações normalmente existem dispositivos que possuem a função de medição


da energia consumida para faturamento ou controle interno, de proteção e seccionamento das
instalações e coordenação com o sistema elétrico e de transformação do nível de tensão de
fornecimento para os níveis desejáveis. Para isto, cada função é feita por um equipamento
específico dimensionado para o seu correto uso. Neste tópico irá ser descrita os principais
equipamentos e suas funções de uma subestação.

5.1. EQUIPAMENTOS DE TRANSFORMAÇÃO


.
5.1.1Transformadores de Força
Sem os transformadores de força seria praticamente impossível o aproveitamento
econômico da energia elétrica, pois a partir deles foi possível a transmissão em tensões cada
vez mais altas, possibilitando grandes economias nas linhas de transmissão em trechos cada
vez mais longos.Na Figura X mostra se um transformador de força.
Os transformadores de força são classificados segundo o seu meio isolante, podendo
ser a óleo mineral, a líquidos isolantes sintéticos pouco inflamáveis (silicone) e secos.
O óleo mineral (derivado do petróleo) e os líquidos isolantes sintéticos usados em
transformadores possuem duas funções principais: isolar, evitando a formação de arco entre
dois condutores que apresentem uma diferença de potencial, e resfriar, dissipando o calor
originado da operação do equipamento.
Os transformadores secos utilizam o ar circulante como meio isolante e refrigerante,
possuindo isolamento classe B, classe F ou classe H.

Figura 5. Tranformador de Força

Fonte : WEG, 2014

5.1.2. Transformadores de Corrente


O transformador de corrente (TC) é um transformador para instrumento cujo
enrolamento primário é ligado em série a um circuito elétrico e cujo enrolamento secundário
se destina a alimentar bobinas de correntes de instrumentos elétricos de medição e proteção
ou controle.
Figura 6. Tranformado de corente de uma subestação.

Fonte :Dreamtime.com, 2014

Os transformadores de corrente classificados de acordo com a sua construção


mecânica são os seguintes:
 Tipo Primário Enrolado-TC cujo enrolamento primário constituído de uma ou mais
espiras envolve mecanicamente o núcleo do transformador. O TC tipo primário
enrolado é mais utilizado para serviços de medição, mas pode ser usado para serviços
de proteção onde pequenas relações são requeridas.
 Tipo Barra-TC cujo primário é constituído por uma barra, montada permanentemente
através do núcleo do transformador. Este TC é adequada para resistir aos esforços de
grandes sobrecorrentes
 Tipo Janela-É aquele que não possui primário próprio e é constituído de uma abertura
através do núcleo, por onde passa o condutor do circuito primário.
 Tipo Bucha-Tipo especial de TC tipo janela é construído e projetado para ser
onstalado sobre uma bucha de um equipamento elétrico, fazendo parte integrante do
fornecimento deste. Pelo seu tipo de construção e instalação, o circuito magnético dos
TC’s tipo bucha é maior que nos outros TC’s , sendo mais precisos para corrente altas,
pois possuem menor saturação. Em baixas correntes são menos precisosem virtude da
maior corrente de excitação, razão pela qual não são usados para medição.
 Tipo Núcleo Dividido-Este tipo possui o enrolamento secundário completamente
isolado e permanentemente montado no núcleo, mas não possui enrolamento primário.
Parte do núcleo é separável ou articulada para permitir o enlaçamento do condutor
primário. Destina-se ao uso em circuito constituído de condutor completamente
isolado ou um condutor nu.
Um tipo muito difundido de TC com núcleo dividido é o amperímetro alicate.

5.1.3. Transformadores de Potencia


O transformador de potencial (TP) é um transformador para instrumento cujo
enrolamento primário é ligado em derivação a um circuito elétrico e cujo enrolamento
secundário se destina a alimentar bobinas de potencial de instrumentos elétricos de medição e
proteção ou controle.
As principais características dos TP’s são:
 Tensão Primária Nominal: Estabelecida de acordo com a tensão do circuito
no qual o TP será instalado.
 Tensão Secundária Nominal: É padronizada em 115 V ou 115/ 3 V.
 Classe de Exatidão: Valor máximo do erro (expresso em percentagem) que
poderá ser causado pelo transformador aos instrumentos a ele conectados

Figura 7. Tranformador de potencia.

Fonte : SIEMENS, 2014


5.2. EQUIPAMENTOS DE MANOBRA

Os disjuntores são os mais eficientes e mais complexos aparelhos de manobra em uso


de redes elétricas, destinados à operação em carga, podendo sua operação ser manual ou
automática.
As chaves seccionadoras são dispositivos destinados a isolar equipamentos ou zonas
de barramento, ou ainda, trechos de linhas de transmissão. Somente podem ser operadas sem
carga, muito embora possam ser operadas sob tensão.

4.5. SEGURANÇA NAS SUBESTAÇÕES

A especificação dessa proteção deve ser especificada para ter malhas de abertura
máxima de 50 mm e deve ser constituída de aço zincado de 3 mm de diâmetro, no mínimo, ou
material de resistência mecânica equivalente. Placas com os dizeres “Perigo de morte” Figura
11 e um símbolo em local bem visível do lado externo em todas as faces da proteção externa e
junto ao acesso. Com o objetivo de prever invasões, prescreve que a parte inferior da tela de
proteção deve ficar no máximo a 10 cm acima da superfície do solo e, de acordo com o
projeto, deve ser metálica e ligada à terra. Definidos pela classificação da norma ABNT NBR
14039 e ratificado de forma legal pela definição de habilitado e capacitado, previamente
autorizados na NR 10, os trabalhadores devem teracesso por meio de porta, abrindo para fora,
com dimensões mínimas de 0,80 m x 2,10 m. A porta deve ser provida de fecho de segurança
externo, permitindo livre abertura do lado interno.
As instalações ao tempo devem ser dotadas de sistema adequado de escoamento de
águas pluviais e, em caso de condições mais severas, estudos que evitem a inundação ou a
limitem a níveis que não comprometam os equipamentos, seu funcionamento e a segurança
dos trabalhadores, devem ser providenciados. Da mesma forma que as subestações abrigadas,
essas devem ser providas de iluminação de segurança, com autonomia mínima de 2h, mesmo
que alimentadas por fontes externas e independentes.
Figura 11. Placas de aviso sobre perigo de morte [24].

Há de prever um esquema de proteção contra vazamentos de líquido isolante, atendendo


aos regulamentos das autoridades competentes. Para as instalações que tenham equipamentos
que contenham mais de 100 litros de líquido isolante: necessária bacia de contenção. Na
revisão realizada nessa norma em 2005, temos como medidas adicionais a construção de
barreiras incombustíveis entre os equipamentos ou outros meios adequados para evitar a
propagação de incêndio, além de dispositivo adequado para drenar ou conter o líquido
proveniente de eventual vazamento.
A proteção contra contatos acidentais de animais deve ser feita através de coberturas
protetoras, instaladas nos condutores que interligam o barramento com: os terminais de fase
da média tensão dos transformadores de potência, os religadores, os disjuntores de 15 kV e os
condutores de média tensão do transformador de serviços auxiliares, até uma altura de 80 cm.
A proteção das buchas de fase da média tensão dos transformadores de potência, dos
religadores, dos Disjuntores de 15 kV e nas buchas de média tensão do Transformador de
Serviços Auxiliares, deve ser feita através de Protetor em fibra de vidro ou similar. O material
supracitado está computado na lista de material do vão do transformador (Vão TR), Vão do
Religador (Vão RL), Vão de Disjuntor de 15 kV (Vão de DJ e DJT) e no vão do
Transformador de Serviços Auxiliares (Vão TSA).As proteções podem deixar de serem
instaladas, quando os Disjuntores de 15 kV forem do tipo e modelo com pólos e não permitir
tal instalação.
REFERENCIAS

AMORI, H.P; DOMINGUES,L.A.M.C;LISBOA,E.F.A..Avaliação da Confiabilidade


de Subestações.XVISENDI.Brasília, Distrito Federal. 2004.
Apostila da disciplina Subestações, Centro Federal de Educação TecnológicaCelso
Suckow da Fonseca, Rio de Janeiro, 1990.
SUBESTAÇÃO ELEVADORA. Disponivel em:
http://www.grupocei.com.br/servicos/#prettyphoto[fancygallery-1]/1/. Acessado em
13/06/2015.
Susbestação Abaixadora http://www.engegroup.com/empresa/
http://www.weg.net/br/Produtos-e-Servicos/Geracao-Transmissao-e-Distribuicao-de-
Energia/Transformadores/Transformadores-de-Forca
http://pt.dreamstime.com/foto-de-stock-transformador-da-corrente-el%C3%A9trica-
na-subesta%C3%A7%C3%A3o-image41663607
http://www.energy.siemens.com/br/pt/transmissao-de-energia/transformadores/
transformadores-de-potencia/

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