Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Rio de Janeiro
DEZEMBRO/2018
CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Rio de Janeiro
DEZEMBRO/2018
CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
BANCA EXAMINADORA:
_______________________________________
André Luís da Silva Pinheiro, D.Sc. - Orientador
_______________________________________
Cláudio Márcio do Nascimento Abreu Pereira, D.Sc.
_______________________________________
Antônio José Dias da Silva, M.Sc.
Rio de Janeiro
DEZEMBRO/2018
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho a minha mãe e a minha irmã que estiveram juntas comigo sempre
me apoiando, me ajudando no que eu mais precisei e sempre acreditando em mim.
É uma grande honra para mim poder dedicar esse trabalho em especial a ela, minha mãe,
que sempre motivou os meus estudos, mesmo quando os momentos eram os mais difíceis, e
que continua me motivando até hoje.
AGRADECIMENTOS
À minha mãe, Nelma Izabel, por todo suporte na minha formação, sempre apoiando
minhas principais escolhas, acreditando no meu sucesso e por ser o meu maior exemplo de foco,
força e fé.
À minha irmã, Camila Ladeira, por ter me dado todo suporte na elaboração desse
trabalho desde a escolha do tema até a conclusão, e por ser um grande exemplo de perseverança,
crescimento profissional e dedicação.
Ao meu pai, José Carlos, no qual sempre foi um grande exemplo de esforço, fé e
dedicação, por mais difícil que fosse a batalha nunca cogitou a hipótese de desistir e junto com
à minha mãe foi o responsável por toda minha base estudantil.
À minha namorada, Bruna Fernandes, por toda paciência em meus momentos de
estresse, me motivando nos momentos que eu mais precisei e sempre somando comigo.
Ao meu orientador André Pinheiro, o qual é o grande responsável pela minha escolha
desse projeto e sempre me auxiliando quando as grandes dúvidas vieram surgindo no decorrer
do trabalho.
Ao Engenheiro Eletrônico e Mestre em Processamento de Sinal Acústico Carlos
Augusto Uchoa, o qual me orientou e me deu suporte durante todo o projeto, o qual também
tenho grande honra de trabalhar ao lado e poder adquirir um pouco de seu vasto conhecimento.
EPÍGRAFE
RESUMO
Reduzir os efeitos causados pelo baixo fator de potência a partir de um circuito que utiliza um
microcontrolador da família 8051 é a finalidade geral do presente projeto atrelada ao fato de
poder-se corrigir um fator de potência utilizando um projeto de baixo custo. A utilização do
microcontrolador destina-se a corrigir o fator de potência para uma faixa de limites aceitáveis
a partir do chaveamento automático de um banco capacitivo. Para tal fim, o protótipo necessita:
ler os sinais de tensão e corrente, digitalizar esses mesmos sinais, contar a diferença de tempo
de um sinal para outro, e a partir disso, alimentar os pinos de interrupção do microcontrolador,
esse intervalo de tempo entre a tensão e a corrente é exibido em um display LCD, em seguida
o sistema chaveia um banco capacitivo com a quantidade de relés necessários para tal correção.
O projeto faz também uma abordagem sobre os métodos de correção de fator de potência, bem
como, alerta para os problemas de se ter um baixo fator de potência, tanto em indústrias como
em residências.
ABSTRACT
Reducing the effects caused by low power using an 8051 family microcontroller is the overall
purpose of this project coupled with the fact that a power factor can be corrected using a low
cost design. The use of the microcontroller is intended to correct the power factor for a range
of acceptable limits from the automatic switching of a capacitive bank. To this end, the
prototype needs to read the voltage and current signals, digitize the same signals, count the time
difference from one signal to another, and from that, feed the microcontroller interrupt pins,
this time interval between the voltage and current is displayed on an LCD display, then the
system switches a capacitive bank with the amount of relays required for such a correction. The
project also takes an approach on power factor correction methods as well as alerts you to the
problems of having a low power factor in both industries and homes.
Keywords: power factor, low cost, microcontroller, 8051, power factor correction
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Carga Resistiva......................................................................................... 10
Figura 2 - Carga Indutiva .......................................................................................... 11
Figura 3 - Carga Capacitiva ...................................................................................... 12
Figura 4 - FP em atraso e FP em avanço ................................................................... 13
Figura 5 - Triângulo de Potências ............................................................................. 14
Figura 6 - Ângulo do FP e as potências envolvidas ................................................... 16
Figura 7 - Triângulo de potências – Exemplificação.................................................. 21
Figura 8 - Triângulo de Potências ............................................................................. 26
Figura 9 - Gráfico para determinação do Fator de Potência ....................................... 27
Figura 10 - Transformador ........................................................................................ 30
Figura 11 - Circuito LM7805 .................................................................................... 32
Figura 12 - Diagrama de Blocos interno .................................................................... 33
Figura 13 - Retificador Ponte .................................................................................... 34
Figura 14 - Filtro Capacitivo ..................................................................................... 35
Figura 15 - Diagrama de Blocos funcional do MC8051 E 8052................................. 37
Figura 16 - Esquema elétrico do chip externamente .................................................. 39
Figura 17 - Ilustração do comprometimento do Port P3............................................. 41
Figura 18 - Ilustração da utilização do PSEN ............................................................ 43
Figura 19 - Organização da ROM interna/externa em função do pino EA ................. 44
Figura 20 - Diagrama do Relé ................................................................................... 45
Figura 21 - Funcionamento do Relé .......................................................................... 46
Figura 22 - Driver de Relé ULN2003 ........................................................................ 48
Figura 23 - Diagrama da Pinagem ............................................................................. 49
Figura 24 - Esquema do par de Darlington ................................................................ 50
Figura 25 - Par de Darlington ................................................................................... 50
Figura 26 - Display LCD 16x2.................................................................................. 51
Figura 27 - Display LCD e suas respetivas portas ..................................................... 52
Figura 28 - Pinagem LM339 ..................................................................................... 55
Figura 29 - Transformador de Corrente ..................................................................... 56
Figura 30 - Exemplos de Indutores ........................................................................... 57
Figura 31 - LED Típico ............................................................................................ 58
Figura 32 - Simbologia do LED no circuito .............................................................. 58
Figura 33 - Resistor .................................................................................................. 60
Figura 34 - Diagrama de blocos do circuito............................................................... 65
Figura 35 - Circuito de alimentação montado ............................................................ 66
Figura 36 - Driver de relé aberto ............................................................................... 69
Figura 37 - Driver de relé fechado ............................................................................ 69
Figura 38 - Driver de relé ULN2003 e relés montados na placa ................................ 70
Figura 39 - Amplificador Operacional ...................................................................... 71
Figura 40 - Diagrama esquemático do circuito .......................................................... 73
Figura 41 - Pulsos de cruzamento de zero ................................................................. 74
Figura 42 - Circuito ZCS 1 ....................................................................................... 75
Figura 43 - Circuito ZCS 2 ....................................................................................... 75
Figura 44 - Circuito ZVS .......................................................................................... 76
Figura 45 - Protótipo Montado .................................................................................. 77
Figura 46 - Banco capacitivo, carga resistiva e carga indutiva ................................... 78
Figura 47 - Fluxograma de funcionamento ................................................................ 82
Figura 48 - Layout do uVision 3, inicio do programa. Configuração dos ports, declaração
de variáveis e funções ............................................................................................... 83
Figura 49 - Circuito de gravação do microcontrolador .............................................. 84
Figura 50 - Layout do programa de gravação ............................................................ 84
Figura 51 - Diferença de tempo para carga resistiva .................................................. 86
Figura 52 - Senóides em fase .................................................................................... 87
Figura 53 - Ponto de medição ................................................................................... 87
Figura 54 - Atraso com indutor no circuito ............................................................... 88
Figura 55 - Senóides defasadas ................................................................................. 89
Figura 56 - Compensação de FP ............................................................................... 89
Figura 57 - Protótipo em funcionamento ................................................................... 90
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Grupos das unidades consumidoras ............................................................ 2
Tabela 2 - Absolute Maximum Ratings ..................................................................... 33
Tabela 3 - Recursos do port P3 ................................................................................. 42
Tabela 4 - Características ULN2003 ......................................................................... 48
Tabela 5 - Características LM339 ............................................................................. 54
Tabela 6 - Características 1N4148 ............................................................................ 59
Tabela 7 - Tabela para definição do FP a partir do tempo de atraso ........................... 79
LISTA DE EQUAÇÕES
(1) Potência Elétrica ................................................................................................... 8
(2) Potência Real ........................................................................................................ 9
(3) Potência Reativa.................................................................................................... 9
(4) Potência Aparente ................................................................................................. 9
(5) Potência Ativa Em Circuito Trifásico .................................................................. 14
(6) Potência Reativa Em Circuito Trifásico ............................................................... 14
(7) Fator de Potência................................................................................................. 14
(8) Potência em KW ................................................................................................. 14
(9) Potência em KVA ............................................................................................... 14
(10) Potência em KVA ............................................................................................. 15
(11) Potência em KW ............................................................................................... 15
(12) Potência em KVAR ........................................................................................... 15
(13) Potência em KVA ............................................................................................. 15
(14) FP baseado nos consumos de energia em um determinado periodo de tempo ..... 15
(15) FP baseado nos consumos de energia em um determinado periodo de tempo ..... 15
(16) Fator de Potência ............................................................................................... 15
(17) Fator de Potência ............................................................................................... 16
(18) Cálculo do FP utilizada para avaliação mensal ou horária .................................. 17
(19) Faturamento de Energia Reativa Excedente ....................................................... 18
(20) Faturamento de Energia Reativa Excedente ....................................................... 18
(21) Faturamento de Energia Reativa Excedente ....................................................... 18
(22) Faturamento de Energia Reativa Excedente ....................................................... 19
(23) Faturamento de Energia Reativa Excedente ....................................................... 19
(24) Fator de Potência Horário .................................................................................. 20
(25) Potência dos Capacitores ................................................................................... 24
(26) Potência dos Capacitores ................................................................................... 25
(27) Relação de Espiras ............................................................................................ 31
(28) Lei de Ohm ....................................................................................................... 60
(29) Ângulo de Defasagem ....................................................................................... 80
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AC - Alternating Current (Corrente Alternada)
AD – Adress
ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica
Arctg - Arco Tangente
AT – Alta Tensão
BT - Baixa Tensão
CA - Corrente Alternada
Cam - Consumo De Energia Ativa
Cat- Consumo De Energia Ativa
CC - Corrente Contínua
CI – Circuito Integrado
CLP – Controlador Lógico Programável
CMOS - Complementary Metal Oxide Semiconductor
Cos - Cosseno
Crm - Consumo De Energia Reativa Registrado No Mês
Dam - Demanda De Potência Ativa Máxima
Dat - Demanda De Potência Ativa Medida
DC – Direct Current (Corrente Contínua)
DEMUX – Demultiplexador
Df- Demanda De Potência Ativa Faturável
Dfp- Demanda De Potência Ativa Faturada
EA – External Acess
Eah - Energia Ativa Medida A Cada Intervalo De 1 Hora.
EN – Enable
Erh - Energia Reativa Indutiva Ou Capacitiva Medida A Cada Intervalo De 1 Hora
F – Faraday
F – Frequência
Fdr - Faturamento da Demanda de Energia reativa excedente
Fdrp - Faturamento Da Demanda De Potência Reativa Excedente Por Posto Tarifário
Fer - Faturamento Do Consumo De Energia Reativa Excedente
Ferp - Faturamento De Consumo De Energia Reativa Excedente Por Posto Tarifário
FP - Fator de Potência
FP - Fator de Potência
FR - Fator de Potência de Referência
Hz – Hertz
I - Corrente
I – Corrente
I – Input
K - Kilo
KVA – Kilo Volt Ampére
kvar - Kilo Volt Ampére Reativo
KW - Kilo Watt
KWh - Kilo Watt Hora faturamento da demanda de energia reativa excedente
LCD - Liquid Crystal Display
LED - Light Emitting Diode
MCU –Microcontrolador
MHz – Mega Hertz
MOS - Metal Oxide Semiconductor
NA – Normalmente Aberto
NC – Normally Closed
NF – Normalmente Fechado
NO – Normally Open
O – Output
P – Potência Elétrica Ativa (W)
Pap - Potência Aparente
Pat - Potência Ativa
PC – Personal Computer
PCI – Placa de Circuito Impresso
PSEN – Program Store Enable
Q - Potência Reativa
R - Resistência
RAM - Random Access Memory
RD – Read Strobe
ROM - Read-Only Memory
RS – Register Select
RST – Reset
RTC – Relação de Transformação de Corrente
RTP – Relação de Transformalçao de Potencial
RTS – Real Time System
RW – Read/Write
S - Potência Aparente
Sen - Seno
T – Tempo
TC – Transformador de Corrente
Tda - Tarifa De Demanda De Potência Ativa
Tdap - Tarifa De Demanda De Potência Ativa, Por Posto Tarifário
Tea - Tarifa De Energia Ativa
Teap - Tarifa De Energia Ativa, Por Posto Tarifário
Tg – Tangente
TP – Transformador de Potencial
TR – Transistor
TRAFO – Transformador
TTL - Transistor–transistor logic
UFDR - Unidade de Faturamento da Demanda Reativa
UFER - Unidade de Faturamento de Energia Reativa
V – Tensão em Volts (V
VA - Volta-Ampére
Vcc – Alimentação Positiva
Vss – Alimentação Negativa
W - Watts
WR – Write Strobe
X - Reatância
ZCS - Zero Current Sensing
ZVS - Zero Voltage Sensing
LISTA DE SÍMBOLOS
∆ – Diferencial
Π – 180º em rad
Ψ – Ângulo do fator de potência
𝜃 − Ângulo de fase
𝜑 – Ângulo em graus
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 1
1
1.2. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA
1.3. HIPÓTESE
3
uma pré-programação, calcule e corrija o FP da melhor forma possível e dentro de curtos
intervalos de tempo. (NOLL, FASSHEBER, et al., 2003)
Pressupõe-se que determinando a localização ótima para instalação do banco capacitivo
o tamanho do banco capacitivo e traduzindo para uma linguagem de baixo nível como
Assembler ou C, de forma implementar no microcontrolador, seja obtido uma redução das
perdas elétricas e como conseqüência uma economia maior para o consumidor ou até mesmo
um lucro oriundo da distribuição, em consequência da correção do fator de potência.
(MENDES, PISSARRA, et al., 2002)
1.4. OBJETIVOS
O presente projeto tem como objetivo corrigir o fator de potência tanto em residências
como em indústrias, utilizando um sistema de baixo custo e acessível para todas as classes de
consumidores, apresentando o funcionamento do banco capacitivo por meio de um protótipo
funcional, ou seja, reduzir a potência reativa indutiva que está sendo aplicada à rede da
concessionária através das cargas instaladas no sistema da residência ou indústria utilizando um
sistema de controle comandando por um microcontrolador da família 80C51 com a principal
função de ligar e desligar o banco capacitivo de maneira independente. Para (MAMEDE F.,
2017) a energia reativa indutiva é geralmente fruto de aparelhos dotados de bobinas como
motores, reatores, transformadores, etc., ou que operam com a formação de arco elétrico, como
fornos a arco. Os aparelhos presentes por exemplo em uma instalação industrial são em sua
maioria consumidores parciais de energia reativa indutiva e não produzem trabalho útil.
1.5. MOTIVAÇÃO
Gerar uma energia mais limpa para o sistema elétrico, visto que, se todos os
consumidores residenciais aderissem ao sistema, presuma-se que teríamos uma rede
eletricamente mais limpa, afinal, problemas como quedas de tensão, perdas, sobrecargas, etc.,
seriam reduzidos. Segundo (MAMEDE FILHO, 2017), para que a energia reativa não ocupe
“espaço” nos condutores, transformadores etc, do sistema de suprimento, basta que em um
ponto próximo ao da carga se conecte um banco de capacitor que passará a fornecer energia
capacitiva à carga, liberando o sistema de suprimento para transportar mais energia ativa.
Quando a carga não é solicitada a realizar nenhum trabalho, deixa-se de consumir energia ativa.
Se, no entanto, o banco de capacitores não for desligado, este passará a fornecer energia reativa
capacitiva ao sistema de suprimento.
5
Ou seja, dessa forma verifica-se também tamanha relevância na implementação de um
banco de capacitores automático, pois, um banco de capacitores manual por exemplo, não seria
capaz de identificar o momento no qual a carga não está sendo solicitada e assim, interromper
automaticamente o fornecimento de energia capacitiva ao sistema. Dessa maneira, um banco
de capacitores manual ou semi-automático em uma situação como esta, continuaria injetando
energia capacitiva ao sistema, mantendo um fator de potência capacitivo, possivelmente, longe
do valor desejado. As cargas aplicadas a um determinado sistema industrial por exemplo,
variam a todo instante, fazendo assim a necessidade de utilizar um banco automático de
capacitores (SILVA DOS REIS e TSURUJI KIKUCHI, 2015), agindo efetivamente em todas as
variações de carga no sistema para corrigir o fator de potência de forma eficiente.
1.8. METODOLOGIA
6
1.9. ORGANIZAÇÃO DO TEXTO
7
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Para ser gerado calor, luz, radiação, etc., ou para qualquer tipo de movimento ser
executado, necessitamos de energia. A energia desprendida a cada segundo para execução
dessas atividades é chamada de Potência. (CREDER, 2008)
A potência é o produto da tensão pela corrente, logo, podemos definir a Potência Elétrica
a partir da Equação (1):
𝑃 = 𝑉. 𝐼
(1)
Onde:
P – Potência Elétrica em Watts (W)
V – Tensão em Volts (V)
I – Corrente em Ampéres (A)
No entanto, essa expressão é válida apenas para circuitos de Corrente Contínua
(CC) ou para circuitos de corrente alternada puramente resistivos, quando temos motores de
indução ou outros enrolamentos no circuito, temos no circuito a Potência Reativa (CREDER,
2008) que veremos a seguir.
8
𝑃 = 𝑉𝑟 . 𝐼 = 𝐼² . 𝑅 = 𝑉𝑟²/𝑅 (𝑊)
(2)
(3)
(4)
9
2.2. CARGAS EM UM SISTEMA ELÉTRICO
São aquelas responsáveis pela Potência Real ou Ativa do equipamento, elas consomem
a energia fornecida em forma de trabalho ou calor. Como exemplo desse tipo de cargas temos,
ferros elétricos, chuveiros elétricos, torneiras elétricas, etc,.
Quando ligamos uma fonte de corrente alternada à um resistor, a tensão irá variar
senoidalmente, da mesma forma como ela se originou. Sendo o valor da tensão, em um
determinado instante igual a zero, logo, nesse mesmo instante também não haverá circulação
de corrente. Quando a tensão chega em seu valor máximo, o mesmo se reflete na corrente, com
isso é possível definir que a tensão e a corrente nas cargas resistivas estão em fase, ou seja, em
cargas ôhmicas, a corrente e a tensão crescem e decrescem simultaneamente 𝜑 = 0°.
(ANZENHOFER, HEIM, et al., 1974). Na Figura 1 podemos observar a forma de onda da
tensão e da corrente em uma carga resistiva.
10
2.2.2. Carga Indutiva
As cargas indutivas são as mais comuns nas indústrias, pois são encontradas em motores
de indução, transformadores, reatores ou aparelhos que operam com a formação de arcos
elétricos. Esse aparelhos consomem em sua maioria, potência reativa indutiva e não produzem
nenhuma trabalho útil. (MAMEDE F., 2017)
Quando ligamos uma fonte de corrente alternada à uma carga indutiva, ocorrerá uma
diferença de fase entre a tensão e a corrente, pelo fato da corrente sofrer um atraso em seu
deslocamento, devido a ação da auto-indução. Essa defasagem é indicada em ângulo. Quando
a carga é puramente indutiva, significa que o circuito de corrente não apresente nenhuma
resistência ôhmica, logo, a diferença de fase é igual a 90°, ou seja, nos casos de cagas puramente
indutivas, a corrente está atrasada 90° ou ¼ do período em relação à tensão. 𝜑 = +90°.
(ANZENHOFER, HEIM, et al., 1974). Na Figura 2 podemos observar a forma de onda da
tensão e da corrente em uma carga indutiva.
11
2.2.3. Carga Capacitiva
12
2.3. FATOR DE POTÊNCIA
Como já visto, existem dois tipos de potência em um sistema elétrico, a ativa e a reativa
e a soma vetorial dessas duas potências nos dá como resultado a potência aparente do sistema.
O fator de potência é o número que expressa, a cada instante, o cosseno do ângulo de defasagem
entre a corrente e a tensão. Caso o circuito seja indutivo, consumidor de energia reativa, o fator
de potência será dito em atraso, caso seja capacitivo, fornecedor de energia reativa, o fator de
potência será dito em avanço. (CREDER, 2008). Na Figura 4 podemos observar o Fator de
Potência em atraso e em avanço, respectivamente.
Onde:
I.cos𝜃= Componente ativa ou em fase da corrente
I.sen𝜃= Componente reativa ou em quadratura da corrente
13
Em um circuito trifásico as potências ativa e reativa são descritas conforme Equações
(5) e (6):
Pat= √3. 𝑉𝐼 𝑐𝑜𝑠𝜃 (W)
(5)
𝑘𝑊
FP= cos𝜃= 𝑘𝑉𝐴
(7)
𝑘𝑊
kVA= cos𝜃
(9)
14
𝑘𝑊
kVA= cos𝜃
(10)
Onde:
V= Tensão entre fases em volts;
I= Corrente de linha em ampéres.
O FP também pode ser calculado tendo como base os consumos de energia ativa e
reativa, referentes a um determinado período de tempo (CREDER, 2008), como demonstram
as Equações (14) e (15):
𝑘𝑊ℎ
FP= √(
𝑘𝑊ℎ)2 + (𝑘𝑣𝑎𝑟ℎ )2
(14)
𝑘𝑣𝑎𝑟ℎ
FP= cos arctg 𝑘𝑊ℎ
(15)
De maneira geral, o FP pode ser definido como a relação da Potência Ativa pela potência
parente. (MAMEDE F., 2017), conforme Equação (16):
𝑃𝑎𝑡
𝐹𝑃 =
𝑃𝑎𝑝
(16)
15
Onde:
Pat= Potência Ativa
Pap= Potência Aparente
FP= Fator de Potência
Ou ainda, pode ser definido também como o cosseno do ângulo formado pela
componente ativa e o seu componente total, como mostra a Figura 6, quando esse mesmo
sistema é composto apenas de cargas lineares (MAMEDE F., 2017), como demonstra a Equação
(17):
Logo:
𝐹𝑃 = 𝑐𝑜𝑠Ψ
(17)
16
2.3.1. Legislação referente ao fator de potência
(18)
17
2.3.2. Faturamento do Excedente de Reativos
0,92
𝐹𝑒𝑟 = 𝑐𝑎𝑚 . ( − 1) . 𝑇𝑒𝑎
𝐹𝑝
(20)
𝑐𝑎𝑚
𝐹𝑝=
√𝐶𝑎𝑚
2 + 𝐶2
𝑟𝑚
(21)
Onde:
Fdr : faturamento da demanda de energia reativa excedente, em R$;
Fer : faturamento do consumo de energia reativa excedente, em R$;
Dam : demanda de potência ativa máxima registrada no mês, em kW;
cam : consumo de energia ativa registrada no mês, em kWh;
Df : demanda de potência ativa faturável no mês, em kW;
Tda: tarifa de demanda de potência ativa, em R$/kW;
Tea : tarifa de energia ativa, em R$/kWh;
Fp : fator de potência médio mensal,
crm : consumo de energia reativa registrado no mês, em kVArh.
18
2.3.2.2. Avaliação Horária
O faturamento da energia reativa excedente pode ser feito a partir das Equações
(22) e (23):
0,92
𝐹𝑑𝑟𝑝 = [max 𝑛 (𝐷𝑎𝑡 . )) − 𝐷𝑓𝑝 ] . 𝑇𝑑𝑎𝑝
𝑡=1 𝐹𝑝𝑝
(22)
𝑛
0,92
𝐹𝑒𝑟𝑝 = ∑ [𝐶𝑎𝑡 . ( − 1)] . 𝑇𝑒𝑎𝑝
𝐹𝑝𝑝
𝑡=1
(23)
Onde:
Fdrp = faturamento da demanda de potência reativa excedente por posto tarifário, em
R$;
Ferp = faturamento de consumo de energia reativa excedente por posto tarifário, em R$;
Dat = Demanda de potência ativa medida em cada intervalo de 1 hora, em kW;
Dfp= demanda de potência ativa faturada em cada posto horário, em kW;
Tdap = tarifa de demanda de potência ativa, por posto tarifário em R$/kW;
Cat = consumo de energia ativa medido em cada intervalo de 1 hora, em kWh;
Teap = tarifa de energia ativa, por posto tarifário em R$/kWh;
máx = função que indica o maior valor da expressão entre parênteses, calculada a cada
intervalo de 1 hora;
t = cada intervalo de 1 hora;
n= número de intervalos de 1 hora por posto horário no período de faturamento;
p= posto tarifário, isto é, ponta e fora de ponta para as tarifas horossazonais, e únicas
para a tarifa convencional. O fator de potência horário será calculado com base na Equação
(24):
19
𝐸𝑟ℎ
𝐹𝑝𝑝 = 𝑐𝑜𝑠 𝑡𝑎𝑛−1 ( )
𝐸𝑎ℎ
(24)
onde:
Erh = energia reativa indutiva ou capacitiva medida a cada intervalo de 1 hora;
Eah = energia ativa medida a cada intervalo de 1 hora.
20
2.4. CORRIGINDO O FATOR DE POTÊNCIA
Quando falamos de correção de fator de potência, temos como meta principal, manter o
cos 𝜑 o mais próximo possível do valor unitário, evitando assim a cobrança dos valores
excedentes de demanda e consumo reativos e obtendo os benefícios relacionados a redução de
perdas no sistema e da melhoria da tensão do sistema elétrico. (CREDER, 2008)
Uma forma de exemplificar a correção do fator de potência é por meio do triângulo de
potências, como exemplificado na Figura 7:
Figura 7 - Triângulo de potências – Exemplificação
22
2.4.1.2. Operação de Motores em Vazio
Os motores de indução ao operarem em vazio ou a plena carga, consomem em média a
mesma quantidade de energia reativa. Normalmente, os motores ao operarem com cargas 50%
abaixo da sua carga nominal, apresentam um fator de potência muito baixo, logo, nesses casos
é recomendado substituir o motor, por um de menor potência a fim de evitar essa queda brusca
do FP. (CREDER, 2008)
2.4.2.3. Capacitores-derivação
Essa é a solução mais comumente empregada nas indústrias, comércios e no sistema de
distribuição de energia. Como visto anteriormente, diversas vezes se faz necessário manobrar
os capacitores no período de 0 as 6 horas permitindo um fator de potência capacitivo acima de
0,92 a fim de evitar a cobrança da energia reativa capacitiva. No período de 6 às 24 horas os
capacitores também devem ser manobrados afim de evitar o faturamento de energia reativa
indutiva excedente. A correção do FP nos terminais dos motores deve ser realizada
criteriosamente a fim de evitar a queima do mesmo. (MAMEDE F., 2017).
A concessionária se compromete a fornecer a energia reativa indutiva necessária para
manter ativo o campo elétrico dos equipamentos dotados de bobinas, até o limite do fator de
potência de 0,92.
24
Onde:
𝑃𝑎𝑡 : potência ativa, em kW;
Ψ1 : ângulo do fator de potência original;
Ψ2 : ângulo do fator de potência desejado;
𝑃𝑐 : potência dos capacitores, em kvar;
Onde:
∆𝑡𝑔 : Valor encontrado na tabela do Anexo A
25
Figura 8 - Triângulo de Potências
26
Figura 9 - Gráfico para determinação do Fator de Potência
27
2.5.2. Bancos de Capacitores Automáticos
28
3. REFERENCIAL TECNOLÓGICO
A bibliografia deste projeto será amplamente baseada na obra de Muhammad Ali Mazidi
e Janice Gillispie Mazidi, The 8051 Microcontroller and Embedded systems e na obra de Denys
E.C Nicolosi, Microcontrolador 8051 detalhado.
3.1. HARDWARES
Neste tópico serão listados os hardwares que serão utilizados na execução deste projeto
e a função que cada um é responsável por executar. Abaixo estão listados os equipamentos que
serão utilizados:
1- Transformador (127 – 12 Vac)
2- Regulador de Tensão
3- Retificador
4- Filtro
5- Microcontrolador família 80C51
6- Relés
7- Driver de relé
8- Display LCD
9- Comparador de tensão quádruplo – LM339
10- Transformador de Corrente
11- Carga indutiva
12- Capacitores Shunt
29
13- LED
14- Diodo 1N4007/1N4148
15- Resistores
16- Capacitores
3.1.1.2. Transformador
Os transformadores são responsáveis por transmitir uma potência elétrica de um circuito
até outro com o mínimo de perdas. Os transformadores elevadores, como o próprio nome já diz,
elevam a tensão até o outro circuito, enquanto os transformadores abaixadores à reduzem. A
maioria das fontes de tensão utilizadas no dia-a-dia utilizam transformadores abaixadores para
reduzir a alta tensão, mais perigosa, numa tensão mais baixa, como um transformado 127/12V
por exemplo. Abaixo na Figura 10 observa-se o modelo de um transformador:
Figura 10 - Transformador
𝑉𝑝 𝑁𝑝
𝑅𝑒𝑙𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑝𝑖𝑟𝑎𝑠 = =
𝑉𝑠 𝑁𝑠
(27)
Onde:
Vp = Tensão no primário
Vs = Tensão no secundário
Np = Número de espiras no primário
Ns = Número de espiras no secundário
31
Figura 11 - Circuito LM7805
32
Figura 12 - Diagrama de Blocos interno
33
3.1.1.4. Retificador
Um retificador é um dispositivo elétrico que converte corrente alternada (AC), para
corrente contínua (CC), corrente que flui em apenas uma direção. Os retificadores têm muitos
usos, inclusive como componentes de fontes de alimentação e como detectores de sinais de
rádio. Os retificadores podem ser feitos de diodos de estado sólido, diodos de tubo de vácuo,
válvulas de arco de mercúrio e outros componentes. A saída do transformador é alimentada ao
retificador.
O retificador converte tensão AC em DC pulsante e pode ser um retificador de meia
onda ou de onda completa. Neste projeto, um retificador de ponte é usado devido a seus méritos
como boa estabilidade e retificação de onda completa. No semi ciclo positivo, apenas dois
diodos (1 conjunto de diodos paralelos) conduzirão, no semi ciclo negativo restante, dois diodos
conduzirão, apenas em polarização direta. Na Figura 13 observamos o modelo de um
Retificador Ponte:
34
3.1.1.5. Filtro Capacitivo
O Filtro capacitivo remove os ripples da saída do retificador e suaviza a corrente DC, a
saída deste filtro é constante até que a tensão e a carga da rede sejam mantidas constantes. No
entanto, se qualquer um dos dois variar, a tensão DC recebida neste ponto muda, em virtude
desta variação, se faz necessária a utilização de um regulador de tensão na saída.
O filtro capacitivo simples é o tipo mais básico de filtro de fonte de alimentação. Esse
filtro também é usado em circuitos em que a frequência de ondulação da fonte de alimentação
não é crítica e pode ser relativamente alta. Abaixo na Figura 14 observa-se como o capacitor
carrega e descarrega:
35
3.1.1.6. Microcontrolador 8051 (AT89S52)
Este tópico propriamente dito, terá sua referência baseada amplamente na obra de Denys
E.C Nicolosi, Microcontrolador 8051 detalhado. (NICOLOSI, 2002)
Criada pela INTEL no início da década de 80 para então substituição do pioneiro 8048,
a família 8051 de 8 bits ganhou tanto espaço na área de sistemas embarcados que até nos dias
de hoje é utilizados em diversos projetos.
36
3.1.1.1. Arquitetura do 8051
Abaixo na Figura 15 observamos o Diagrama de Blocos do funcionamento do
8051 e 8052:
As portas P0, P1, P2 e P3, cada uma com oito linhas, são destinadas à comunicação
externa. P0 e P2 se destinam a gerenciar as vias de dados e endereços da comunicação do
microcontrolador com a ROM, RAM ou periféricos tipo “I/O mapeado”, que será visto no
37
futuro. P1 e P3 se destinam às vias de comunicação externa, sendo tipicamente usadas para
interface com o mundo externo.
Além disso, o P3 tem funções únicas as quais se comunicam periféricos internos, como:
Timers (2 no 8051), serial e A/D (8 Canais). O TXD e o RXD são os pinos P3.0 e P3.1, isso é,
os pino zero e 1 do port 3, de forma análoga acontece com o T2EX, T2, T1 e T0. Eles fazem
parte dos ports P3 e P1, ou seja, o P3 deve ser usado ou como port livre sem utilizar os
periféricos do chip, ou, utiliza-se os periféricos do chip e compromete-se alguns pinos do port
3. Em resumo, caso queiramos utilizar o port P3 integralmente como entradas/saídas normais
(8 vias), não é possível utilizar nenhum periférico interno, inclusive o gerenciamento de RAM
externa, pois esse gerenciamento implica na utilização de 2 ports do port P3 (P3.7, P3.6) além
de RD e WR, dessa forma já teremos apenas 6 ports livres do P3. O PORT3 é muito
comprometido com os periféricos internet do MCU, logo, ele não é um port muito disponível.
Já o PORT1 é plenamente utilizável como port de 8 vias nos chips da família 8051.
Podemos dizer que, o P3 só é totalmente livre, como port normal de 8 bits, se não
utilizarmos nenhum periférico do chip e também sem utilizar RAM exterta, no entanto, o P3
pode ser usado como “port normal”, bastando não acionar este periférico; o port P1 é totalmente
livre, como port normal na família 8051. Na Figura 16 observa-se o esquema elétrico do
microcontrolador:
38
Figura 16 - Esquema elétrico do chip externamente
39
Além dos quatro ports, P0, P1, P2 e P3, o chip tem dois pinos de alimentação, dois para
o cristal (oscilador) e mais quatro pinos intitulados PSEN (Controles da ROM/RAM), ALE
(Controle de comunicação de P0 como via de dados ou endereços), RST (reset da máquina) e
EA (que tem a função de “mapear” o ROM interna/ externa)
Port P0: Port de propósito geral, caso não se utilize memória externa de nenhuma
espécie. É port de utilização como via multiplexada no tempo, entre dados e endereços quando
usamos memória externa. Na mesma via, num determinado tempo, apresenta-se dados, e em
outro tempo, apresentam-se endereços.
Port P1: Port de propósito geral como “I/O”. São 8 vias de comunicação de propósito
geral. Via software, é possível ler ou escrever nesse port.
Port P2: Port de propósito geral, caso não se utilize nenhuma memória
RAM/ROM/EPROM externa. Isto se aplica apenas para as versões 8051/8052, pois, já possui
RAM e ROM internas.
Port P3: Port de propósito geral I/O, apenas se não for utilizado nenhum periférico
interno ao chip, nenhuma interrupção externa e nem RAM externa. Esse port é utilizável como
interface entre os periféricos internos do chip para fora do mesmo, além de possuir entradas
programáveis, como interrupção e dois pinos que gerenciam uma memória RAM externa (RD
e WR), portanto, esse port também, em geral é comprometido parcialmente com alguma
utilização que se deseja dos periféricos internos, interrupções, etc. Podemos observar uma
ilustração do comprometimento do Port P3 na Figura 17 e na Tabela 3 observamos os recursos
disponíveis no Port P3:
40
Figura 17 - Ilustração do comprometimento do Port P3
41
Tabela 3 - Recursos do port P3
Os pinos do Port P2 não são sempre todos ligados, dependerá do tamanho da EPROM.
Com uma ligação completa, tem-se o endereço:
43
216 = 65.535 = 64𝐾𝑏𝑦𝑡𝑒𝑠 de EPROM endereçável. Se a EPROM for menor, utiliza-
se menos pinos P2 para gerenciar o endereçamento dessa EPROM, por exemplo:
EPROM de 8Kbytes = 213 = 8K = liga-se os pinos A0 até o A12 dessa memória para
acessar todos os espaços de endereço disponível.
ALE (Adress Latch Enable): É o pino que comanda a demultiplexação das informações
de dados e endereços (menos significativos) do port P0. Ele é automaticamente gerado pelo
MCU.
44
Reset (RST): É o disparador do chip quando se deseja inicia de forma adequada uma
função. Este pino deve estar no estado 1 por, ao menos, 2 ciclos de máquina. Ele organiza os
valores internos do chip para iniciar o trabalho adequadamente e sempre da mesma maneira.
XTAL1 e XTAL2: Este chip possui um sistema de oscilação interna que exige apenas o
cristal e dois capacitores para gerar oscilação, que se tornará o clock para o MCU trabalhar.
VCC e VSS: É a alimentação do chip +5Vcc em VCC, pino 40, e terra em VSS, pino
20.
3.1.1.7. Relé
Um relé é um interruptor operado eletricamente. Muitos relés usam um eletroímã para
operar um mecanismo de comutação mecanicamente, mas outros princípios operacionais
também são usados.
Os relés são usados onde é necessário controlar um circuito por um sinal de baixa
potência (com isolamento elétrico completo entre os circuitos de controle e os circuitos
controlados), ou onde vários circuitos devem ser controlados por um sinal.
A corrente que flui através da bobina do relé cria um campo magnético que atrai uma
alavanca e altera os contatos da chave. A corrente da bobina pode estar ligada ou desligada, de
modo que os relés têm duas posições de chave, NA (Normalmente Aberto) e NO (Normalmente
Fechado), e a maioria tem contatos de chave de dois acionamentos (comutação) como mostrado
na Figura 20:
Figura 20 - Diagrama do Relé
45
Os relés permitem que um circuito altere um segundo circuito, que pode ser
completamente separado do primeiro. Por exemplo, um circuito de bateria de baixa tensão pode
usar um relé para comutar um circuito de alimentação de 230VAC. Não há conexão elétrica
dentro do relé entre os dois circuitos, o link é magnético e mecânico.
A bobina de um relé passa uma corrente relativamente grande, normalmente 30mA para
um relé de 12V, mas pode ser de até 100mA para relés projetados para operar a partir de tensões
mais baixas. A maioria dos CIs não podem fornecer essa corrente, então um transistor é
normalmente usado para amplificar a baixa corrente do CI para o maior valor necessário para a
bobina do relé.
A Figura 21 mostra um relé com os contatos da bobina e do interruptor. Podemos ver
uma alavanca à esquerda sendo atraída pelo magnetismo quando a bobina é ligada. Esta
alavanca move os contatos da chave.
Os relés são normalmente SPDT e DPDT, que são siglas para definir a quantidade de
polos do relé e o tipo de acionamento, sendo:
46
- Definição do Polo:
SP = Um Polo
DP= Dois Polos
3P = Três Polos
4P = Quatro Polos
- Acionamento:
Acionamento Único ou Acionamento Duplo (DT)
Logo,
SPDT = Um polo / Acionamento duplo
Interruptor contém um circuito com um contato NAF
DPDT = Dois polos / Acionamento duplo
Interruptor contém dois circuitos com um contato NAF cada
Características
Número de pinos:16
Temperatura, Faixa de operação:-20°C to +85°C
Transistor Polarity: NPN
Número Base:2003
Canais:7
Corrente de saída máxima:500mA
Número genérico do CI:2003
Tipo de Entrada: TTL, CMOS 5V
Tipo de Saída: Coletor Aberto
Tipo de Transistor: Power Darlington
Tensão Máxima de Entrada:5V
Tensão Máxima de Saída:50V
Fonte: (STMICROELECTRONICS, 1998)
48
Abaixo na Figura 23 vemos o diagrama da pinagem do ULN2003:
49
Abaixo na Figura 24 observa-se o esquema do par de Darlington:
Figura 24 - Esquema do par de Darlington
51
barramento de dados). Abaixo na Figura 27 vemos o esquemático de ligação das portas do
display LCD 16x2:
52
A linha RW é a linha de controle "Read / Write". Quando RW está em nível lógico 0,
as informações no barramento de dados estão sendo escritas no LCD. Quando RW é levado à
nível lógico 1, o programa está efetivamente consultando (ou lendo) o LCD. Apenas uma
instrução ("Get LCD status ", no português, “Obter Status do LCD”) é um comando de leitura.
Todos os outros são comandos de escrita - assim, o RW quase sempre será baixo. Por
fim, o barramento de dados consiste em 4 ou 8 linhas (dependendo do modo de operação
selecionado pelo usuário). No caso de um barramento de dados de 8 bits, as linhas são referidas
como DB0, DB1, DB2, DB3, DB4, DB5, DB6 e DB7.
53
Tabela 5 - Características LM339
Características
● Ampla faixa de tensão de alimentação individual de 2.0VDC a 36VDC ou fontes
durais de ± 1.0VDC a ± 18VDC
● dreno de corrente de alimentação muito baixa (0,8㎃) independente de tensão de
alimentação (1,0㎽ / comparador a 5,0VDC)
54
Figura 28 - Pinagem LM339
Exemplos de Aplicação:
● Conversores A / D
● gerador de clock MOS
● porta lógica de alta tensão
● Multivibradores
O transformador de corrente (TC), como o próprio nome já diz, é usado para medição
de correntes elétricas. Quando a corrente em um circuito é muito alta para ser aplicada
diretamente aos instrumentos de medição, um transformador de corrente produz uma corrente
reduzida com precisão proporcional à corrente no circuito, que pode ser convenientemente
55
conectada a instrumentos de medição e registro, Os TCs transformam, através da conversão
eletromagnética, altas corrente, que circulam no seu primário, em pequenas correntes
secundárias, segundo uma relação de transformação (RTC). Um transformador de corrente
também isola os instrumentos de medição do que pode ser uma tensão muito alta no circuito
monitorado. Os transformadores de corrente são comumente usados em relés de proteção e
medição na indústria de energia elétrica. Abaixo na Figura 29 observamos uma ilustração de
um transformador de corrente:
Uma carga que é predominantemente indutiva, faz com que a corrente da carga fique
atrasada em relação a tensão. Também conhecido como atraso de carga. Quaisquer dispositivos
que tenham bobinas de fio na fabricação podem ser classificados como cargas indutivas. Por
exemplo. motores, solenóides e bobinas de contatores são alguns exemplos. A Figura 30
apresenta exemplos de indutores:
56
Figura 30 - Exemplos de Indutores
3.1.1.11. LED
LEDs são dispositivos semicondutores. Como os transistores e outros diodos, os LEDs
são feitos de silício. O que faz um LED emitir luz são as pequenas quantidades de impurezas
químicas que são adicionadas ao silício, como gálio, arsenieto, índio e nitreto.
Quando a corrente passa pelo LED, ela emite fótons. Lâmpadas normais produzem luz
aquecendo um filamento de metal. LEDs produzem fótons diretamente e não via calor, eles são
muito mais eficientes do que lâmpadas incandescentes. Abaixo na Figura 31 observamos um
modelo típico de LED em seguida na Figura 32 vemos a simbologia do mesmo em circuitos:
57
Figura 31 - LED Típico
58
3.1.1.12. Diodo
3.1.1.12.1. 1N4007
Os diodos são usados para converter CA em CC, sendo usados como retificadores de
meia onda ou retificadores de onda completa. Três pontos devem ser lembrados ao usar
qualquer tipo de diodo.
1. Capacidade máxima de corrente direta
2. Capacidade máxima de tensão reversa
3. Capacidade máxima de tensão direta
Essas informações são retiradas facilmente de qualquer DataSheet desses componentes.
3.1.1.12.2. 1N4148
O 1N4148 é um diodo de silício de sinal de comutação padrão usado no processamento
de sinal. O 1N4148 está geralmente disponível em um encapsulamento DO-35 e é muito útil
em altas frequências com um tempo de recuperação reversa inferior a 4ns. Isto permite a
retificação e a detecção de sinais de radiofrequência de forma muito eficaz, desde que sua
amplitude esteja acima do limiar de condução do silício, em torno de 0,7V. Na Tabela 6 vemos
as características do diodo 1N4148:
Especificações:
• VRRM = 100V (tensão reversa repetitiva máxima)
• IO = 200mA (Corrente direta retificada média)
• IF = 300mA (corrente contínua DC)
• IFSM = 1,0 A (Largura de Pulso = 1 s), 4,0 A (Largura de Pulso = 1 uSec) (Non-
Repetitive Peak Forward Surge Current)
• PD = 500 mW (dissipação de energia)
• TRR <4ns (tempo de recuperação reversa)
Resistores são usados como parte de redes elétricas e circuitos eletrônicos. Eles são
extremamente comuns na maioria dos equipamentos eletrônicos. Resistores podem ser feitos
de vários compostos e estão presentes em vários equipamentos do no nosso dia-a-dia como:
filamento de lâmpadas incandescentes, chuveiro elétrico, fornos elétricos, etc.
A principal característica dos resistores é o seu poder de converter energia elétrica em
energia térmica, dessa forma, são utilizados como aquecedores ou dissipadores de energia
elétrica. A Figura 33 ilustra um modelo de resistor de baixa potência utilizado em PCI (Placa
de Circuito Impresso):
Figura 33 - Resistor
60
3.1.1.14. Capacitor
61
4. DESENVOLVIMENTO – HARDWARE E SOFTWARE
62
- Confiabilidade – Esse é um ponto chave de qualquer sistema embarcado. Os sistemas
embarcados devem ser capazes de lidar com qualquer tipo de situação sem a intervenção
humana. Sendo mais criterioso, alguns sistemas embarcados nem se quer podem se dar “ao
direito” de falhar, como por exemplo um controlador automático de voo.
- Espaço de memória – A memória é de certa forma limitada nos sistemas embarcados,
e é necessário fazer com que o software e os dados se encaixem adequadamente em qualquer
memória existente, não que isso seja um problema, pois os sistemas embarcados em sua grande
maioria não necessitam de uma grande capacidade de memória, e assim como a grande maioria,
o sistema deste projeto seguirá a mesma vertente.
- Consumo de energia – Muitas das vezes os sistemas embarcados irão funcionar com
energia a partir de uma bateria, portanto, o software nesses sistemas deve economizar energia,
o que não é o caso do projeto em questão.
Portanto é necessário se atentar a todos esses possíveis problemas e se antecipar para
preveni-los de acordo com o sistema embarcado a ser implementado.
Normalmente, os sistemas embarcados são baseados em microcontroladores, contudo,
alguns fazem o uso de microprocessadores (como no caso dos sistemas de alto nível, como dito
anteriormente) ou de chips para processamento, como chips DSP (Digital Signal Processing).
- Relógios digitais
- Controles industriais como CLP (Controladores lógicos programáveis)
- Aviônica
- Telefones celulares
- Eletrodomésticos (Microondas, máquinas de lavar)
- Computador de bordo automotivo
- Sensores
As aplicações de sistemas embarcados no dia a dia são inúmeras, pode-se dizer, que
atualmente, os sistemas embarcados são indispensáveis para a vida moderna.
63
4.1.4. Classificação
64
Figura 34 - Diagrama de blocos do circuito
65
de entrada variar a saída irá variar também, assim, o regulador irá compensar essas variações
no circuito.
O 5 Vdc já regulado é filtrado por um capacitor eletrolítico de 10µF para evitar qualquer
ruído gerado pelo circuito. Um LED é conectado do ponto de 5V em série com um resistor
limitador de corrente de 330Ω até o terra, ou seja, tensão negativa para indicar a disponibilidade
da fonte de alimentação de 5V. O ponto não regulado de 12V é utilizado para outras aplicações
quando necessário. A Figura 35 apresenta a parte do circuito montada na placa.
66
Um cristal que varia entre 2 a 20MHz é necessário para ser usado nos pinos 18 e 19 para
o oscilador interno. Pode-se notar que o cristal por si só não deve ser entendido como oscilador
de cristal, porém, quando conectado ao pino apropriado do microcontrolador, resulta na função
de oscilador, apenas dentro do microcontrolador. Normalmente é utilizado o cristal de
11,0592MHz para a maioria dos circuitos que utilizam o microcontrolador da série 8051, logo,
também adotaremos este mesmo cristal. Dois capacitores de cerâmica de 33pF são usados como
uma conexão padrão para o cristal, como veremos posteriormente no diagrama do circuito.
4.2.3. Reset
67
4.2.4. Acesso Externo (EA)
Um relé nada mais é que um interruptor operado eletricamente. A corrente que flui
através da bobina do relé cria um campo magnético que atrai uma alavanca e altera os contatos
da chave. A corrente da bobina pode estar ligada ou desligada, de modo que os relés têm duas
posições de chave, e a maioria tem contatos de chave de dois acionamentos (comutação).
Os relés permitem que um circuito mude um segundo circuito, que pode ser
completamente distinto do primeiro. Por exemplo: Um circuito de bateria de baixa tensão pode
usar um relé para comutar um circuito de alimentação 230V AC. Não há conexão elétrica entre
os dois circuitos, a comunicação é magnética e mecânica.
O ULN2003 é um CI (Circuito Integrado) que é usado para interface do relé com o
microcontrolador, pois a saída do microcontrolador é de no máximo 5V com pouca corrente de
saída, logo, não é possível operar um relé com essa tensão. O ULN2003 é um CI de driver de
relé que consiste em um conjunto de transistores Darlington. Se o nível lógico alto é dado ao
CI como entrada, então sua saída será de nível lógico baixo, porém, se for ao contrário o
comportamento não será esse.
No ULN2003, os pinos 1 a 7 são entradas e os pinos 10 a 16 são saídas. Se a lógica 1 é
dada ao seu pino n° 1, o pino 16 será de lógica 0. Se uma bobina do relé for conectada de +Vcc
até o pino de saída do ULN2003 (Driver de relé), os contatos do relé mudam sua posição de
normalmente aberto para fechar o circuito, como mostrado na Figura 37, para a carga ligada
(por exemplo: Uma lâmpada começa a acender), se a lógica 0 é dada na entrada, o relé desliga,
como mostrado na Figura 36.
Da mesma forma, até sete relés podem ser usados para sete cargas diferentes a serem
ligadas pelo contato normalmente aberto ou desligado pelo contato normalmente fechado. A
68
Figura 38 - Driver de relé ULN2003 e relés montados na placa
70
4.2.6. Comparador
O comparador é um dos pontos chaves deste projeto, afinal, é a partir dele que daremos
a informação para o microcontrolador acerca do tempo de atraso da tensão e da corrente.
Nesse, caso usaremos um Amp-Op (Amplificador Operacional) exercendo a função de
comparador, para isso, serão conectados divisores de tensão nas entradas inversora e não
inversora do Op-Amp, para fornecer alguma tensão nesses terminais. A tensão de alimentação
é dada para +Vcc e o –Vcc é conectado ao terra. Se a tensão na entrada não inversora for maior
que a tensão da entrada inversora do comparador a saída será de nível lógico alto (ou seja, a
própria tensão de alimentação), caso contrário, se a tensão da entrada inversora for maior que a
tensão da entrada não inversora, a saída do comparador terá nível lógico baixo (ou seja, terra).
Abaixo na Figura 39 observamos o diagrama de um Amp-Op:
71
4.3. FUNCIONAMENTO DO CIRCUITO
72
Figura 40 - Diagrama esquemático do circuito
73
4.3.2. Funcionamento do circuito
74
Figura 42 - Circuito ZCS 1
75
Figura 44 - Circuito ZVS
76
A Figura 45 mostra o protótipo devidamente montado, enquanto a Figura 46 apresenta
as cargas que serão utilizadas.
Figura 45 - Protótipo Montado
77
Figura 46 - Banco capacitivo, carga resistiva e carga indutiva
79
2.2 47,52 0,675332808
2.3 49,68 0,647055962
2.4 51,84 0,617859613 – Média do FP no Display
2.5 54 0,587785252
2.6 56,16 0,556875616
2.7 58,32 0,52517463 – Acionamento do 3 relé
2.8 60,48 0,492727342
2.9 62,64 0,459579861
3 64,8 0,425779292
3.1 66,96 0,391373667
3.2 69,12 0,356411879
3.3 71,28 0,32094361 – Média do FP no Display
3.4 73,44 0,285019262
3.5 75,6 0,248689887
3.6 77,76 0,21200711 – Acionamento do 4 relé
Para uma fonte de 60Hz temos um ciclo de 16,66mS=360 graus ou meio ciclo de
8,33mS=180 graus.
Para calcular o ângulo podemos facilmente utilizar a Equação (29):
Φ = 2. π . F. ΔT
(29)
Onde:
Φ – Ângulo em graus
π - 180º
F – Frequência = 60Hz
ΔT –Tempo de Atraso
80
Para um tempo de atraso superior a 4.1mS o programa passará a mostrar no display um
fator de potência capacitivo, visto que, a partir desse instante de tempo, o ângulo de atraso já
será igual a 90 graus, logo, já teremos um atraso da tensão em relação a corrente.
81
Figura 47 - Fluxograma de funcionamento
82
Após a criação e compilação do programa, o passo seguinte é a gravação no
microcontrolador, o software utilizado para gravação foi o PROGISP v1.72 da Zhifeng
Software, Figura 50.
Para facilitar o processo de gravação, foi adquirido no mercado um dispositivo pré
configurado com o circuito de gravação do microcontrolador. A Figura 48 mostra o início do
programa no uVision3, a Figura 49 mostra o circuito de gravação conectado ao
microcontrolador, o gravador é baseado no circuito USBasp.
83
Figura 49 - Circuito de gravação do microcontrolador
84
Após a montagem da placa e gravação do microcontrolador, serão observados os custo
do projeto e os resultados obtidos.
Total: R$188,40
Visto que os custo do reator e da lâmpada incandescente devem ser desconsiderados,
pois esses elementos são apenas para simular as cargas indutiva e resistiva respectivamente,
temos um total de R$153,40.
Vale ressaltar que os custos do banco de capacitores e do chaveamento do mesmo, irá
variar dependendo da potência abrangida.
85
Levando em consideração os custos de um banco capacitivo vendido atualmente no
mercado, quem variam entre R$5000,00 à R$100.000,00 como citado no tópico 1.5 o objetivo
de se obter um controlador de baixo custo foi atingido, a seguir no tópico 4.5 veremos os
resultados obtidos no projeto.
4.6. RESULTADOS
Como o circuito conta com uma carga resistiva e uma indutiva, o primeira teste foi feito
ligando apenas a carga resistiva, no caso, uma lâmpada incandescente, o resultado esperado era
de um tempo de atraso entre tensão e corrente igual a zero, no entando, na prática, o resultado
foi de 440uS, como mostrado na Figura 51, no entanto, é um tempo bastante curto e
completamente dentro da faixa de aceitação esperada. Na Figura 52 observamos as senóides
em fase.
86
Figura 52 - Senóides em fase
87
No teste seguinte, foi ligado o indutor no circuito, o indutor utilizado foi um reator de
lâmpada fluorescente com uma indutância de aproximadamente 0.7H. O resultado obtido foi
um atraso de 3.240mS da corrente em relação a tensão, como mostra a Figura 54, em seguida
na Figura 55 podemos observar as duas senóides defasadas, conforme esperado. Por fim, ao
acionar a chave de compensação os capacitores foram introduzidos no circuito a fim de reduzir
essa defasagem, o resultado obtido encontra-se na Figura 56, percebe-se uma distorção no sinal,
no entanto, já era algo imaginado em virtude do reator eletrônico não ser uma carga puramente
indutiva em conjuntos com os capacitores.
88
Figura 55 - Senóides defasadas
Figura 56 - Compensação de FP
O protótipo respondeu conforme esperado, sendo necessário apenas fazer alguns ajustes
finos no código fonte ao que se diz respeito a leitura da diferença de tempo, algo em torno de
500mS, comparado ao valor medido na prática, contudo, o resultado foi satisfatório, a Figura
57 abaixo mostra a foto do protótipo em funcionamento.
89
Figura 57 - Protótipo em funcionamento
90
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS E TRABALHOS FUTUROS
Corrigir o fator de potência já é uma tendência cada vez maior em diversos setores,
sejam eles, indústria, comércio e até mesmo o setor residencial tende a ser afetado. O fator de
potência no brasil é igual a 0,92 e é um dos mais baixos mundialmente. Atualmente apenas os
consumidores industriais são penalizados caso não mantenham um fator de potência maior ou
igual a 0,92.
Visando uma maior qualidade do sistema elétrico brasileiro, e o respaldo de uma futura
cobrança de multa para baixo fator de potência em consumidores residenciais, este projeto teve
por objetivo realizar pesquisas acerca do tema abordado e encontrar uma solução de baixo custo
para implementação de um sistema funcional de correção de fator de potência.
Os resultados obtidos foram satisfatórios para o que o projeto se propôs, problemas
como delay na medição e na atualização do display foram constatados e também já eram
previstos, em decorrência das limitações do microcontrolador utilizado, porém, para o objetivo
final que era corrigir o fator de potência com um controlador de baixo custo, o resultado foi
positivo.
A relevância deste projeto se dá devido as possibilidades de se utilizar
microcontroladores com a finalidade de melhorar a qualidade da energia elétrica, bem dizendo,
a melhora do fator de potência, unificando assim, a eletrônica, programação e elétrica, visto
que, atualmente a grande maioria dos sistemas de compensação de fator de potência utilizam
PLC’s (Programadores Lógicos Controláveis) para controle, além disso, deixa-se também uma
contribuição científica para a três áreas citadas acima para pesquisa acadêmica nessas áreas.
Para projetos futuros, sugere-se um modo de compensação mais automatizado, pode-se
dizer, utilizando um DEMUX (Demultiplexador) para endereçar os capacitores que serão
acionados, desta maneira, não será preciso trabalhar com faixas de tempo para compensação do
fator de potência, tampouco, será preciso se preocupar com o dimensionamento do banco
capacitivo, visto que, com um programa de endereçamento, os cálculos para acionamento do
relé seriam automáticos.
91
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
92
FANTINELLI, J. T. Análise da evolução de ações na difusão do aquecimento solar de
água para habitações populares: estudo de caso em Contagem, MG.. Campinas: Universidade
Estadual de Campinas, 2006. p. 280.
FERREIRA FINOCCHIO, M. A.; CAGNON, J. Â.; GEROMEL, L. H. Avaliação do
Fator de Potência de Consumidores Residenciais. Revistas UTFPR, 2009. Disponivel em:
<https://revistas.utfpr.edu.br/rth/article/viewFile/6232/3883>. Acesso em: 27 maio 2018.
FURTADO, C. Em busca de novo modelo: reflexões sobre a crise contemporânea. São
Paulo: Paz e Terra, 2002. p. 101.
GELLER, H. S. Revolução Energética: Políticas para um futuro Sustentável.. Rio de
Janeiro: Relume Dumará: USAid, 2003. p. 299.
GODOI, A. A. ALOCAÇÃO DE BANCOS DE CAPACITORES EM REDES
PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA DE ENERGIA ELÉTRICA. Curitiba. 2009.
GOLDEMBERG, J. Energia, Meio Ambiente & Desenvolvimento. São Paulo:
Eduspe, 2001.
MABITEC. BANCO DE CAPACITORES AUTOMÁTICOS. MABITEC. Disponivel
em: <http://www.mabitec.com.br/banco-capacitores-automaticos>. Acesso em: 09 jun. 2018.
MACEDO, E. O FACTOR DE POTÊNCIA, SUAS CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS.
Angola Power Services, 2012. Disponivel em:
<http://angolapowerservices.blogspot.com.br/2012/11/o-factor-de-potencia-suas-causas-
e.html>. Acesso em: 27 maio 2018.
MAMEDE F., J. Instalaçoes Elétricas Industriais. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017.
MAMEDE FILHO,. Instalaçoes Elétricas Industriais. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC,
2017.
MASCARENHAS, A. C. R.; NUNES, D. Avaliação do consumo de energia após
melhoria nas instalações elétricas internas e substituição de lâmpadas em habitações
populares. Encontro Nacional de Conforto no Ambiente Construído: Anais. Maceió: [s.n.].
2005. p. 1146-1155.
MAZIDI, M. A.; MAZIDI, ; , M. 8051 Microcontroller and Embedded Systems. 1.
ed. [S.l.]: Pearson, 2014.
93
MENDES, A. et al. Instalação de Capacitores para Redução de Perdas em Redes de
Distribuição de Energia Elétrica. ResearchGate, 2002. Disponivel em:
<https://www.researchgate.net/profile/Paulo_Franca2/publication/267376809_INSTALACA
O_DE_CAPACITORES_PARA_REDUCAO_DE_PERDAS_EM_REDES_DE_DISTRIBUI
CAO_DE_ENERGIA_ELETRICA/links/546dc7360cf2a7492c5601c4/INSTALACAO-DE-
CAPACITORES-PARA-REDUCAO-DE-PERDAS-EM-REDES>. Acesso em: 09 jun. 2018.
MOREIRA, D.; TIRABASSI, T. Modelo matemático de dispersão de poluentes na
atmosfera: um instrumento técnico para a gestão ambiental. Ambiente & Sociedade,
Campinas, v. vol. 7, número 002 , p. 159-171 , 2004.
NICOLOSI, D. E. C. Microcontrolador 8051 Detalhado. 6. ed. [S.l.]: Érica, 2002.
NOLL, V. et al. Correção Ativa de Fator de Potência Trifásico Usando
Microcontrolador. Revista de Automação e Tecnologia da Informação, Florianópolis, 2003.
NORA, P. M. ESTUDO PARA POSSÍVEL ADEQUAÇÃO DO BANCO DE
CAPACITORES E DO FATOR DE POTÊNCIA DA INDÚSTRIA MENDES E CIA
LTDA. LAGES. 2016.
NUNES FILHO, F. B. Consumo de energia elétrica em habitações de baixa renda
em Salvador. Encontro Nacional de Conforto no Ambiente Construído: Anais. Salvador: [s.n.].
1997. p. 480-485..
ONSEMICONDUCTOR. DataSheet Quad Single Supply Comparators LM339,
LM339A, LM239, LM239A, LM2901, M2901V, MC3302. [S.l.]: [s.n.], 1998. 8 p.
PEREIRA, J. R. Eletricidade II. 8. ed. Rio de Janeiro: [s.n.], 2012.
PHILIPSELETRONICS. DataSheet 1N4148. [S.l.]: [s.n.], 1999.
PINHEIRO, A. Modelo TCC. Augustus, p. 15-20, 2050.
RESOLUÇÃO ANEEL Nº 456, R. RESOLUÇÃO ANEEL Nº 456, DE 29 DE
NOVEMBRO DE 2000. [S.l.]. 2000.
SANTOS, M. Planejando o subdesenvolvimento e a pobreza. [S.l.]: [s.n.], 1978.
SCHAEFFER, R. Energia e pobreza: problemas de desenvolvimento energético e
grupos sociais marginais em áreas rurais e urbanas do Brasil. CEPAL –Nações Unidas:,
Santiago de Chile, 2003.
94
SCHWANZ, I. J. ESTUDO SOBRE QUALIDADE DE ENERGIA EM UM
PRÉDIO DA UFV. Viçosa. 2017.
SILVA DOS REIS, C.; TSURUJI KIKUCHI, G. BANCO DE CAPACITORES
PARA CORREÇÃO EM INDÚSTRIA. São José dos Campos. 2015.
SØRENSEN, J. H. Sensitivity of the DERMA long-range Gaussian dispersion model to
meteorological input and diffusion parameters. Atmospheric Environment, v. 32, n. 24, p.
4195-4206, 1998.
STMICROELECTRONICS. DataSheet ULN2003A. [S.l.]: [s.n.], 1998. 8 p.
95
ANEXOS
96
Fonte: (CREDER, 2008)
97
ANEXO B – Código Fonte do Programa
98
99
100
101
102
103
104
105
106
107