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CENTRO TÉCNICO E CAPACITAÇÃO – CETEC

CURSO TÉCNICO EM ELETROTÉCNICA

DOUGLAS MOREIRA VIEGAS

PROCEDIMENTOS UTILIZADOS PARA DETECTAR E AUTUAR


IRREGULARIDADES EM MEDIDORES DE BAIXA TENSÃO

São Luís
2019
DOUGLAS MOREIRA VIEGAS

PROCEDIMENTOS UTILIZADOS PARA DETECTAR E AUTUAR


IRREGULARIDADES EM MEDIDORES DE BAIXA TENSÃO

Projeto de pesquisa apresentado ao curso Técnico em


Eletro- técnica do Centro Técnico e Capacitação –
CETEC, como requisito parcial à obtenção do Título de
Técnico em Eletrotécnica.

Orientadora: Jéssica.

São Luís
2019
DOUGLAS MOREIRA VIEGAS

PROCEDIMENTOS UTILIZADOS PARA DETECTAR E AUTUAR


IRREGULARIDADES EM MEDIDORES DE BAIXA TENSÃO

Projeto de Pesquisa de Curso submetido ao processo


de avaliação pela Banca Examinadora para obtenção
do Título de Técnico em Eletrotécnica e aprovado
atendendo às normas da lei vigente do Centro Técnico
e Capacitação - CETEC- em 20 de dezembro de 2019.

Aprovado em ____/____/__
Nota ___________________

BANCA EXAMNADORA

_______________________________________
Profª Orientadora
Jéssica

_______________________________________
Profº Examinador 1

_______________________________________
Profª Examinador 2
A nossa família e a todas as pessoas que,
de qualquer forma, cooperaram para a
concretização deste trabalho.
“O pensamento tem poder infinito. Ele
mexe com o destino, acompanha a sua
vontade. Ao esperar o melhor, você cria
uma expectativa positiva que detona o
processo de vitória. Ser otimista é ser
perseverante, é ter uma fé inabalável e
uma certeza sem limites de que tudo vai
dar certo [...]”.

Pablo Neruda
AGRADECIMENTOS

Ao Deus que cuida de mim e me deu força para chegar até aqui.
A minha família por todo apoio concedido a mim nessa etapa crucial da
minha vida.
Aos meus professores pelos conhecimentos adquiridos durante o processo
de ensino, em especial a supervisora Jessica que em muito me ajudou na
construção deste trabalho.
Aos colegas de turmas que direto e indiretamente que contribuíram para
essa formação.
RESUMO

O trabalho apresenta como principal objetivo o procedimento de inspeção utilizado


no combate à fraude de energia em medidores de baixa tensão, tendo como foco
principal os medidores eletromecânicos, que ainda são os mais utilizados pela
concessionaria para faturar o consumo da energia elétrica. Também serão
abordados os principais componentes do medidor eletromecânico e as
irregularidades mais comuns encontradas nesse tipo de medição. O Fratelo, um
medidor portátil, é um equipamento fundamental na detecção de irregularidade,
utilizado para aferir os medidores; o passo-a-passo da autuação das equipes de
inspeção; segurança.

Palavras Chaves: Fraude, Medidor, Autuação.


SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO

As instalações elétricas de baixa tensão concebem o meio de ligação entre


as fontes distribuidoras de energia elétrica (concessionárias locais) e a carga
(equipamentos elétricos de utilização final). Desse modo ao trata-se da segurança
de seus usuários e do patrimônio, esta não se garante apenas com um projeto
elétrico organizado de acordo com as normas em vigência e com a utilização de
produtos de qualidade, mas com um serviço executado por profissionais
qualificados e com técnicas de execução adequadas.
Logo o processo de medição de energia é agregado pelas concessionárias
para faturar de maneira correta o consumo da energia elétrica de cada unidade
consumidora. Esta inspeção é um processo técnico cujo objetivo é garantir o
correto consumo do equipamento de medição, faturamento menor que o consumo,
ou seja, desse modo a inspeção visa combater consumidores que através de
procedimento irregulares utilizam energia elétrica sem ser faturada corretamente,
através de ligações clandestinas chamadas popularmente de “gatos”.
Para Martins (2015), instalações elétricas cuja as condições precárias
apresentam irregularidades como: “falta de dispositivos de proteção, fios e cabos
desencapados, emendas malfeitas e materiais não certificados ou piratas, podem
ocasionar danos a equipamentos ou até mesmo causar incêndios”. Assim podemos
compreender que problemas como sobrecarga e más conexões causam perdas
desnecessárias com o aumento do consumo de energia, danos e mau
desempenho dos aparelhos, queima de condutores falhas nas instalações elétricas
internas e acidentes com choques elétricos.
Segundo D’Ávila (2007) uma instalação elétrica pode ser definida como
sendo uma estrutura física de uma edificação, utilizada para o consumo de energia
elétrica que é basicamente constituída por elementos: condutores, de proteção, de
seccionamento e de comando.
Dessa forma, entende-se que, uma instalação elétrica é um conjunto de
componentes elétricos (fios, cabos, condutos e outros acessórios) que quando
montados de forma classificada trabalham em harmonia para algum fim, tendo
suas etapas acentuadas quando há a elaboração de um projeto elétrico.
Conforme a norma ABNT NBR 5410:2004, que trata sobre as Instalações
Elétricas de Baixa Tensão, as instalações elétricas são classificadas de acordo
com nível de tensão e designadas como de BT, apenas as instalações que
possuem circuitos elétricos alimentados por tensão nominal igual ou inferior a 1 kV
em corrente alternada para frequências até 400 Hz ou 1,5 kV em corrente contínua
(ABNT, 2004).
Assim o trabalho tem por objetivo apresentar o procedimento utilizado nas
autuações de fraudes em medidores de baixa tensão, abordando os principais
componentes do medidor eletromecânico, distribuição, medição para proteção,
medição para faturamento, medição no transformador, inspeção, fratelo e o
processo de aferição dos medidores com objetivo de comprovar indício de fraude,
visando sempre à segurança.
2 ORIGEM E TIPOS DE MEDIDORES

Compreende-se que tanto uma residência quanto uma indústria necessita


fazer o controle da energia elétrica que recebe. Logo, isso é fundamental para
saber se o consumo está verdadeiramente sendo aferido e os valores cobrados
estão corretos, pois sabe-se que a ferramenta essencial para a realização desse
processo é o medidor de energia elétrica.
No contexto atual, existem vários modelos no mercado com inúmeras
funcionalidades e aplicações. Por exemplo, há aqueles que são usados para uso
residencial e outros para indústrias. Também aqueles com sensor contra fraude e
aferição precisa e rápida.
Desse modo, os medidores de energia elétrica são dispositivos
eletromecânicos ou eletrônicos que fazem a aferição do consumo de energia
elétrica. O medidor eletromecânico funciona graças às interações de fluxos
magnéticos. Internamente ao equipamento, existem discos que se movimentam,
captando o fluxo da corrente elétrica. A quantidade de energia consumida é medida
a partir da variação desses discos.
Já o medidor eletrônico faz a aferição de energia através de transdutores
de tensão e de corrente. Estes captam sinais da entrada de energia e os ajustam
para que sejam medidos. Uma vantagem do medidor eletrônico em relação ao
eletromecânico é capacidade medir a energia gasta de maneira mais precisa e
rápida.
 No final do século XIX o engenheiro eletricista norte-americano Oliver B.
Shallenberger criou o primeiro protótipo do que temos hoje de medidores de
energia elétrica. Naquela época, a proposta era justamente medir a quantidade de
energia que chegava às localidades, especialmente fábricas, uma vez que a
energia elétrica era uma invenção recente e precisava ter parâmetros de controle e
acompanhamento. Assim, com o passar dos anos, a inovação de Oliver ganhou
novos horizontes.
Atualmente esses aparelhos são usados para medir tensão, potência e
corrente elétrica. Uma das aplicações mais frequentes é a medição do consumo,
ou seja, de potência concentrada ao longo de certo tempo. Outra aplicação que
pode ser encontrada em medidores mais modernos é a possibilidade de traçar um
gráfico daquilo que foi auferido. Por exemplo, é possível extrair a relação da tensão
com a corrente elétrica, e com isso compreender o comportamento de ambos,
destacando a queda de tensão ou picos de consumo de energia.
Os tipos de medidores podem ser classificados em: Medidor de energia
monofásico: O medidor de energia monofásico é recomendado para atestar
consumo de energia ativa. Isto é, mensura a energia produzida por algum tipo de
trabalho, como o acendimento de uma lâmpada ou televisão.
Medidor de energia bifásico: Esse tipo de medidor de energia elétrica é ideal para
faturamento de energia ativa em consumidores residenciais de baixa tensão.
Medidor de energia trifásico: Outro tipo de medidor de energia é o trifásico. O
do modelo Ks70 Nansen é multifunção, podendo auferir energia ativa e reativa,
além de ser compatível com diferentes tarifas horárias em consumidores industriais
e comerciais. Esse medidor também é fabricado com materiais resistentes e
inteligentes, os quais suportam altas variações de temperatura – até 85° C – e
umidade.
3 FORMULÁRIOS

Neste Capitulo mostraremos os formulários e equipamentos utilizados


pelos profissionais da área de elétrica ao executarem as atividades.

3.1 Ordem de Serviço – OS

Este formulário é específico gerado no sistema comercial para cada tipo


de serviço requerido pelo cliente. Assim depois de sua geração, a OS é
encaminhada à área responsável pela execução do serviço. Sendo assim a
CEMAR segue alguns critérios para gerar a Ordem de Serviço como: a partir de
denúncias de consumidores pelos 116 (número de acesso a informações da
empresa); através dos leituristas, que apontam supostas irregularidades
encontradas no campo no exercício da sua atividade; e também através do
acompanhamento do histórico de consumo, sempre quando há uma queda ou uma
variação brusca do consumo da unidade, é gerada uma Ordem de Serviço.

Figura 01

Fonte: Autor

3.2 Análise Preliminar de Risco – APR

Essa abordagem refere-se à técnica de análise prévia de riscos que tem


como objetivo antecipar a previsão da ocorrência danosa para as pessoas,
processos, equipamentos e meio ambiente. Logo, sua elaboração se dá por meio
do estudo, questionamento, levantamento, detalhamento, criatividade, análise
crítica e autocrítica, com consequente estabelecimento de precauções técnicas
necessárias para a execução das tarefas (etapas de cada operação), de forma que
o trabalhador tenha sempre o controle das circunstâncias, por maiores que forem
os riscos.
Figura 04

Fonte: Autor

Assim a Análise Preliminar de Risco é uma visão técnica antecipada do


trabalho a ser executado, que permite a identificação dos riscos envolvidos em
cada passo da tarefa, e ainda propicia condição para evitá-los ou conviver com eles
em segurança.
Por se tratar de uma técnica aplicável a todas as atividades, uma grande
virtude da aplicação desta técnica de Análise Preliminar de Risco é o fato de
promover e estimular o trabalho em equipe e a responsabilidade solidária.

3.3 Termo de Ocorrência de Inspeção - TOI

Este se denomina um documento carbonato que apresenta a maneira


como foi encontrada a unidade consumidora, onde uma via do documento fica com
o consumidor-representante e a outra anexada ao TENIC e à Placa de Foto. O
documento explica se está tudo normal, se apresenta algum defeito ou se foi
encontrado algum tipo de irregularidade. No caso de irregularidade ou defeito, o
documento informa a maneira como foi normalizada, a leitura que foi encontrada e
a leitura da instalação do novo equipamento de medição (Medidor), selos utilizados
para lacrar o medidor e caixa de medição e, por fim, nome do representante e do
inspetor com matrícula e carimbo. O TOI é um documento elaborado pela ANEEL,
obrigatoriamente usada por todas as concessionárias do Brasil.
Figura 05

Fonte: Autor

3.4 Placas de Fotos

Refere-se a um papel que tem o número da unidade consumidora,


cidade onde a mesma está situada, o código da irregularidade encontrada, data em
que foi realizada a inspeção, empresa que fez o serviço, matrícula e nome do
inspetor responsável. São utilizados dois tipos diferentes de placa, a placa pequena
é utilizada para identificar a irregularidade encontrada, já à placa grande, é utilizada
pra mostrar que a Unidade já normalizada e a fachada da mesma.
Figura 06

Fonte: Autor
Figura 07

Fonte: Autor

3.5 Levantamento de Carga – LC

Esse procedimento se dá pela realização da análise do consumo de


cada equipamento instalado na Unidade Consumidora. Esse documento
acompanha o TOI, o mesmo também foi elaborado pela ANEEL.

Figura: 08
Fonte: Autor

3.6 Termo de Notificação e Informações Complementares – TENIC

Este documento foi elaborado pela CEMAR, com a função de notificar o


consumidor de acordo com cada serviço identificado na unidade, e quaisquer
outras informações complementares. No mesmo há espaço reservado para ser
colocado o resultado do teste do FRATELO.

Figura – 09

Fonte: Autor

Fonte: Autor
4 IRREGULARIDADES EM MEDIDOR DE ENERGIA

É qualquer artifício árduo utilizado pelo cliente no sentido de provocar o não


correto registro do consumo de energia elétrica, consequentemente provocando
danos a CEMAR. Este procedimento irregular consolida-se no Código Penal
Brasileiro, conforme o Art. 155 do Cap. I, no que diz respeito ao furto:
Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena-reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o
repouso noturno.
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz
pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-lo de um a dois
terços, ou aplicar somente a pena de multa.
§ 3º - Equiparar-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que
tenha valor econômico.
As irregularidades são identificadas por códigos pelas concessionárias de
todo Brasil, porém cada uma adotou seus próprios códigos. Aqui iremos mostrar as
irregularidades com seus respectivos códigos, adotados pela CEMAR.
 Link Aberto (circuito de potencial interrompido) – 109
 Medidor Avariado - 115
 Ligação Clandestina – 154
 Desvio Embutido na Parede – 164
 Desvio antes da Medição – 165
 Jumper (ponte nos blocos de terminais) – 168
 Ligação Direta – 171
 Ligação Invertida – 172
 Medidor Inclinado/Deitado – 174

4.1 Principais fraudes encontradas em medidores de energia elétrica

 Medidor Inclinado/Deitado – 174


Essa irregularidade é encontrada apenas em medidor eletrônico, devido ao
seu funcionamento mecânico, a colocação do mesmo em uma posição inclinada,
ocasiona o retardamento parcial ou total do disco.
Uma vez detectada esse tipo de irregularidade, deve-se obrigatoriamente
fazer o teste do FRATELO para verificar se, de fato, a posição a qual foi
encontrado o medidor está ocasionando perda de energia elétrica.
O procedimento para esse tipo de irregularidade consiste em fotografar
passo a passo de todo processo, aferir o medidor com o mesmo ainda inclinado,
para que seja determinado o porcentual de erro . Regularizar o medidor fixando-o
no devido local e blindando-o com a tampa ou parafuso de segurança, não
havendo a possibilidade de blinda-lo, fazer a substituição por um medidor digital.

 Desvio Antes da Medição – 165

Essa irregularidade se caracteriza pela colocação de um condutor de forma


irregular no borne de linha do medidor,ou seja, antes da medição, desviando a
correne, fazendo com que o medidor não registre corretamente a energia elétrica
consumida .
Para esse tipo de irregularidade, o procedimento consiste em fotografar o
desvio com destaque e clareza. Regularizar a medição retirando o desvio ou
substituindo o condutor danificado.

 Ligação Invertida – 172

Trata-se da inversão da ligação de um ou mais condutores do borne de entrada


para o berne de saída do medidor e vice versa. A ligação clandestina provoca a
rotação contrária do disco e da leitura do medidor, consequentemente faz com que
a energia elétrica consumida não seja registrada corretamente.
Para identificar essa irregularidade, a equipe tem que retirar os condutores que
estão conectados no borne de entrada do medidor, e com o alicate amperímetro,
mostrar que mesmo sem a suposta “linha” o medidor ainda sim tem tensão. A
normalização é feita com a substituição do medidor ciclométrico por um digital.

 Medidor avariado- 115


Para esse tipo de fraude é necessário que o consumidor tenha acesso ao
interior do medidor, para fazer a manipulação do mesmo, a fim de retardar o
consumo da energia elétrica . Por isso através de verificação visual do medidor é
possível detectar esse tipo de irregularidade, já que fatalmente o selo de segurança
será violado o q indicará o acesso ao interior do aparelho. Verificado a violação dos
selos, é feito o teste do FRATELO no medidor que indicará um erro acima do
esperado, só em casos em que o medidor não apresentar erro de 100%.
Como procedimento deve-se fotografar os selos rompidos e o erro no Fratelo
junto ao medidor, o mesmo será retirado e ensacado em um invólucro próprio,
devidamente identificado e lacrado, para ser enviado à análise técnica em Órgão
Metrológico (OM), onde em um prazo de 25 dias úteis será realizado testes para
identificar a real avaria, onde o consumidor, não obrigatoriamente, poderá
acompanhar o teste.
Conforme Art. 129 da RES. 414/2010, o equipamento de medição
retirado da unidade consumidora informado no TOI supracitado será encaminhado
para análise técnica em órgão metrológico, consumidor poderá acompanhá-la
pessoalmente ou por meio de representante legal.
.
Principais tipos de avaria que podem ser encontrada no medidor são:
 Cicuito de potêncial interrompido;
 Mancal desregulado ou solto;
 Descalibração do medidor;
 Disco parado, empenado ou travado (preso);
 Redução dos dentes da engrenagem;
 Engrenagem danificada ou travada;
 Bloqueio da engrenagem;
 Registrador descoplado ou danificado;
 Registrador trocado;
 Buldo furado (com materialidade);
 Selo violado (com perda);
 Visor quebrado;
 RR trocada.

 Derivação Embutida na parede – 164


Este tipo de irregularidade se caracteriza por uma emenda de outros
condutores feito no ramal de serviço antes da medição, de forma escondida com
intuito de desviar energia elétrica. Pode ser localizado na pardede, entre o telhado,
na laje,no piso (solo) e na caixa de passagem (nesses dois ultimos casos quando o
ramal de serviço é subterrâneo).
O desvio embutido pode ser detectado através de três formas diferentes:
Medição simutânea, passa fio e retirada de cabos.
 Medição Simultânea: Trata-se de uma comparação entre o condutor fase
e o condutor neutro, essa medição é feita com o auxilio do Alicate Volt-Amper na
escala de amperagem. Pode ser feita de duas formas, nos condutores proximo ao
borne do medidor, e nos condutores proximos a rede da CEMAR. A medição
proximo ao medidor ajuda a detectar a irregularidade, quando é desviada apenas a
fase, pois o neutro irá apresentar uma corrente superior a corrente da fase.
Exemplo: um ar condicionado de 7500 btu´s necessita de uma corrente de
cinco amperes para o seu funcionamento, quando este estiver em funcionamento,
ambos os condutores, fase e neutro irá apresenta a mesma corrente, de cinco
amper. Caso ao fazer a medição o neutro tiver passando cinco amper e a fase zero
amper, isso implica que a unidade apresenta um desvio apenas de fase.

Outra situação que acontece muito é o desvio de fase e neutro, nesse caso
teremos que medir em dois pontos, nos condutores proximo a rede, e nos
condutores próximo ao medidor. Se a corretente que estiver passando nos
condutores proximo ao medidor for inferior a cinco amper, significa que há um
desvio de fase e neutro no intervalo entra a rede e o medidor.
O desvio embutido na parede é considerado a irregularidade com grande
grau de dificuldade a ser realizada, pelo fato de que após ser detectada a diferença
de corrente, necessita-se da autorização por escrito do consumidor representante
para se realizar a incisão na parede da unidade consumidora.
A CEMAR se compromete em efetivar, no prazo máximo de 8 dias úteis,
todos os reparos necessários no imóvel, resultantes da incisão, conforme foi
autorizada, de forma que a mesma retorne ao seu estado de conservação e
estética que se encontrava antes.
 Passa fio: também chamado de fita guia, onde é utilizada para verificar o
ramal de serviço. Esta é introduzida na tubulação de entrada de uma extremidade a
outra, logo após, em uma das extremidades, o ramal é laçado com uma linha de
mailon, caso tenha alguma derivação na extremidade do ramal de serviço, ao puxar
o passa fio, o mesmo irá ficar preso, e não chegará até a outra extremidade,
concluindo então, um desvio embutido.
 Retirada de cabos: Este método é utilizado em caso de desvio próximo de
uma das extremidades da tubulação, onde o ramal de serviço é puxado e logo em
seguida, na maioria das vezes sem muitos esforços, a irregularidade aparece.
Nesse caso, a unidade só poderá ser autuada se a irregularidade estiver
preservada.
O procedimente consiste em fotografar a derivação com destaque e clareza,
com o auxilio do alicate Volte-amper, mostrar que há corrente ou tensão passando
pelo condutor do desvio. Regularizar a unidade com a retirada do desvio, ou com a
substituição do ramal obstruido.
Junper (ponte nos blocos dos terminais) – 168
Essa irregularidade se caracteriza por um condutor que é colocado no bloco
de terminais do medidor, interligando a fase linha com a fase carga, ocasionando
um desvio de corrente, consequentimente um retardo no giro do disco, no caso de
medidores eletromecânicos, ou pulsos em medidores eletrônicos.
Sempre que for encontrada essa irregularidade, obrigatóriamente o medidor
deverá ser aferido com teste do FRATELO, para confirmar se o Jumper está
ocasionando perda de energia.
O procedimento consiste em fotografar com destaque e clareza o Jumper,
retirar o medidor preservando a irregularidade e ensaca-lo no invoculo devidamente
identificado e lacrado, ainda no ato da inspeção e na presentça do consumidor
responsável. Por fim, normalizar a unidade consumidora implantando um novo
medidor.

4.2 Procedimentos iniciais para detecção de irregularidades

 Verificar se a UC está ligada clandestinamente e ou auto-religada, assim


como desigada no sistema da CEMAR e ligada pelo medidor em campo, confirmar
situação na Ordem de Serviço, caso apresente irregularidade aplicar o Prcedimento
de Autuação de Fruade BT.
 Verificar a posição que se encontra o medidor (mecânico), caso o mesmo
esteja em posição incorreta que ocasione registro inferior ao correto do consumo
de energia elétrica, certifique-se que o problema não foi ocasionado por defeito e
ou deficiência da caixa de medição, caso seja ocasionado por ação do cliente
proceder com autuação de fraude.
 Verificar se há alguma incoformidade no padrão de entrada de medição:
a. Caixa do medidor sem tampa;
b. Caixa do medidor com inclinação;
c. Caixa do medidor corroída;
d. Caixa do medidorquebrada/danificada;
e. Disjuntor com defeito ou oxidado ou até mesmo ausente;
f. Pontalete quebrado/danificado.
 Revisar as conexões nos bornes do medidor e do disjuntor.
 Com o consumidor presente ou seu representante, demonstrar a
irregularidade encontrada assim como expilcar a influência da mesma no
faturamento da companhia.
 Posicionar a placa de foto próximo à irregularidade para que a mesma
apareça com os dados que foram colocados, apontar a irregularidade com algum
objeto para que seja possível a identificação na fotografia, tirar 07 (sete) fotos,
sendo 05 (cinco) da irregularidade, 01 (uma) da fachada do imóvel e 01 (uma) do
normalizado.
 Em caso de irregularidade na parte interna do medidor, lacrar o mesmo
com o envelope invólucro na presença do cliente para garantir a preservação das
características encontradas, recolherem do cosumidor à assinatura no lacre que
envolve o medidor para garantir a transparência do processo e entregar o recibo
descartável ao cliente após os testes com o padrão (Fratelo).
 Preencher o TOI e Levantamrento de Carga de maneira correta e com
letra legível.
 Nos casos onde o cliente se negar a assinar os documentos, registrar
observação cliente Senhor (a)... Recusou-se a assinar o presente documento.
 Em situações oportunas onde o cliente não estiver presente e
necessitarmos de assinar, a pessoa presente deve assinar no campo de
REPRESENTANTE DA UC.
 Entregar a comunicação de inspeção do cliente após assinatura do
mesmo (2 via).
 Havendo Possibilidades, normalizar a irregularidade encontrada, caso
contrário, proceder com informação via para que os líderes repassem a
normalização, para equipe habilitada.
A concessionária poderá suspender o fornecimento de energia elétrica por
impedimento por parte do consumidor ao acesso à
leitura;inspeção;normalização,no caso de constatação de deficiência.Essa
suspenção pode ser de carater Imediata em conformidade no Art. 170,ou procedida
de notificação em conformidade no Art. 171 da Resolução Normativa 414/2010 da
ANEEL.
Da Situação Emergencial
Art. 170. A distribuidora deve suspender imediatamente o fornecimento
quando for constatada deficiência técnica ou de segurança na unidade
consumidora que caracterize risco iminente de danos a pessoas, bens ou ao
funcionamento do sistema elétrico.
§ 1° Incorrem na hipótese prevista no caput.
I - o descumprimento do disposto no art. 165, quando caracterizado que o
aumento de carga prejudica o atendimento a outras unidades consumidoras; e
II - a prática dos procedimentos descritos no art. 129, quando não seja
possível a verificação e regularização imediata do padrão técnico e de segurança
pertinente.
§2° Nas hipóteses de que tratam os incisos I e II do § 1º, o motivo da
suspensão ao consumidor, de forma escrita, específica e com entrega comprovada,
sem prejuízo do disposto no § 3º; do art. 173.
Da Suspensão Precedida de Notificação
Art. 171. Faculta-se à distribuidora suspender o fornecimento por razões de
ordem técnica ou de segurança na unidade consumidora, precedida da notificação
prevista no art. 173, nos
I – pelo impedimento de acesso para fins de leitura, substituição de medidor
e inspeções, devendo a distribuidora notificar o consumidor até o terceiro ciclo de
faturamento seguinte ao início do impedimento;
II – pela inexecução das correções indicadas no prazo informado pela
distribuidora, quando da constatação de deficiência não emergencial na unidade
consumidora, em especial no padrão de entrada de energia elétrica.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS

RESOLUÇÃO NORMATIVA 414/2010 (ANEEL), estabelece as condições gerais de


fornecimento de energia elétrica de forma atualizada e consolidada.

NORMA REGULAMENTADORA N° 10 (NR 10), Segurança em instalações e


serviços em eletricidades.

Dínamo Engenharia – Manual de instruções de trabalho (SGI-IT-01).

Companhia Energética do Maranhão (CEMAR).

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