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MULTÍMETRO
AULA 3
TEMA 1 – INTRODUÇÃO
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Por meio dessa técnica podemos medir a corrente elétrica sem
interromper o circuito, acoplando magneticamente o medidor ao fio elétrico em
teste. Isso facilita a realização de medições principalmente em circuitos com
altas correntes, quando não há possibilidade para medição por condução direta
de corrente elétrica. Esse tipo de multímetro é mais indicado para medições de
correntes elétricas mais altas, a partir de 1 ampere. Para correntes menores, ele
não apresenta uma boa precisão ou simplesmente não mede. O alicate
amperímetro pode ser analógico ou digital.
Em medições automotivas é raro utilizar esse tipo de medidor. Isso porque
geralmente as correntes em um veículo são mais baixas e existem poucos
dispositivos que consomem correntes altas. Nos veículos apenas o motor de
partida consome corrente elevada, mas esse tipo de instrumento pode ser usado
em veículos se for necessário ou conveniente.
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mostrar, também, se a grandeza medida está variando. Ele faz isso pela
oscilação do ponteiro que ocorreria se houvesse alguma variação na grandeza
medida. Esse comportamento ocorre somente para variações lentas. Por
exemplo, ao medirmos a tensão existente na bateria de um carro, se houver
alguma oscilação no ponteiro, podemos saber que algo anormal está ocorrendo.
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Alguns equipamentos mais modernos proporcionam até mesmo a seleção
da grandeza a ser medida de forma automática. Esse tipo de multímetro é
conhecido como smart multimeter, ou multímetro inteligente. Hoje em dia o preço
de um multímetro analógico é maior que o de um equivalente digital. O custo
depende da escala de produção e comercialização. Como os multímetros digitais
vêm sendo produzidos em larga escala, seus preços caem proporcionalmente.
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projetar o sistema que estamos investigando para entendermos como ele
deveria funcionar. Nesse caso, é extremamente importante tomar o cuidado de
ter previamente todas as informações. Pode ser mais produtivo conversar com
pessoas mais experientes e, principalmente, com as pessoas do setor de suporte
do fabricante do equipamento com o qual estamos trabalhando. Muitos
fabricantes possuem esse tipo de setor para apoiar as equipes de manutenção,
inclusive a nível mundial.
Na área da eletricidade temos poucas grandezas a serem medidas e, na
maioria das situações do dia a dia do mundo automotivo, temos menos ainda.
Porém, algumas vezes basta uma simples medição de um aspecto do sistema
elétrico para entendermos a causa de um defeito ou mau funcionamento. Assim,
o uso do multímetro talvez não seja tão frequente, mas as poucas medições que
fazemos com ele podem ser muito valiosas.
Para utilizarmos um multímetro é necessário sabermos qual grandeza
será medida: tensão, corrente, resistência ou outro tipo de componente. É muito
importante também sabermos qual valor será lido. Por exemplo: se formos medir
a tensão da bateria de um automóvel, esperamos obter uma tensão em torno de
12 V. Esse valor de tensão da bateria é um padrão mundial e já praticado há
muito tempo em todos os veículos leves. Se houver dúvida é necessário
consultar o manual do usuário do veículo ou obter a informação com o fabricante.
Existem alguns veículos mais antigos que usam bateria de 6 volts. Ônibus e
caminhões em geral usam 24 volts, por meio de duas baterias acopladas em
série.
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• corrente contínua em faixa baixa (DCA ou Direct Current Amperage,
corrente contínua em amperes); escala utilizada para medir correntes
pequenas, menores que 1 A geralmente;
• corrente contínua em faixa alta; escala utilizada para correntes elétricas
maiores que 1 A; normalmente é requerido que o usuário troque a ponta
de prova da conexão da corrente baixa para a conexão da corrente alta;
os circuitos internos das correntes mais altas são diferentes dos circuitos
internos das correntes mais baixas;
• corrente alternada em faixa baixa; segue a mesma lógica da corrente
contínua, mas é alternada; na escala de corrente alternada não
conseguimos medir a corrente contínua e vice-versa, porque cada tipo de
medição possui um circuito interno diferente para cada configuração;
• corrente alternada em faixa alta; também segue a mesma lógica da
corrente contínua em faixa alta, mas para corrente alternada; e, da mesma
forma que na faixa baixa, não conseguiremos medir correntes contínuas
em faixa alta na escala de corrente alternada em faixa alta e vice-versa;
• resistência elétrica em ohms; alguns multímetros possuem um beep
quando a resistência é menor que 50 ohms, podendo indicar zero ohm
(curto-circuito), o que é conhecido como continuidade; um fio elétrico,
por exemplo, deve apresentar a menor resistência possível: zero ou muito
próximo de zero.
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da forma correta e adquirir a informação que retrata a realidade absoluta sem
dúvidas.
Infelizmente, devido ao fato de termos multímetros digitais baratos no
mercado, muitos destes podem apresentar problemas de qualidade. Algumas
vezes precisaremos desconfiar um pouco de uma medida que o aparelho nos
mostra. Também podem ocorrer problemas de calibragem no multímetro, seja
porque a bateria está fraca ou porque o sistema interno está com algum
problema, como alteração em valor de componente ou algum desajuste
aleatório. Para saber se o multímetro está certo podemos comparar com algum
que temos a certeza de que está correto. Dependendo da importância do uso do
instrumento ele deverá ser revisado periodicamente por um laboratório
especializado para aferição e calibragem, o que pode gerar, inclusive, uma
certificação que o acompanhará.
Vimos que um multímetro pode ser configurado para medir cada tipo de
grandeza elétrica por meio dos diferentes tipos de escala. Mas ainda é
necessário selecionar, dentro de cada escala, um limite de quanto a grandeza
poderá ser medida. Isso é necessário para obtermos mais precisão nas medidas.
Fazendo uma analogia: se quisermos medir o lado de uma folha de papel,
usamos uma régua de 30 cm ou algo dessa ordem. Até poderíamos usar uma
trena de 5 metros para essa tarefa, ou de 50 metros, mas teríamos dificuldades
para fazer uma medição de objetos pequenos. Outra preocupação seria a
precisão da medida. Usando uma régua com limite próximo da distância que
desejamos medir é mais fácil e mais preciso. Poderíamos tentar medir um lado
da folha que possui algo próximo de 29 cm com uma régua de 10 cm. Até é
possível fazer essa medição, mas novamente haveria maior dificuldade e menor
precisão.
Com as grandezas elétricas o problema pode ser ainda maior, pois não
teríamos como medir uma tensão elétrica por partes, em uma bateria, por
exemplo. Não conseguiríamos medir os 12 volts de uma bateria com um
voltímetro cujo limite é de 2 volts, porque não há como fazer medições parciais.
Então, para a medição da bateria de 12 volts, é necessário que o voltímetro seja
para tensão contínua e tenha o fundo de escala próximo e maior que os 12 volts
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que pretendemos medir. Por exemplo, na Figura 5 escolhemos o fundo de escala
DCV 20 V.
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Fundo de escala é o maior valor que pode ser medido dentro da seleção
de escala do multímetro. A Figura 6 mostra todas as possibilidades disponíveis
no multímetro DT830B, que é um instrumento relativamente barato, simples, mas
com boa precisão e usabilidade. Também tem boa resistência mecânica, sendo
uma boa opção para levar em uma caixa de ferramentas para uso em campo,
fora de uma oficina ou laboratório. Por outro lado, devido à sua simplicidade
construtiva, ele pode ter uma vida útil menor se exposto a umidade ou sofrer
quedas. Quanto às escalas mostradas na Figura 6, temos os seguintes fundos
de escala para cada tipo de medição possível:
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Figura 7 – Circuito básico para teste de medição de tensão
𝑉𝑇𝑜𝑡 12
𝑖 𝑇𝑜𝑡 = = = 2,1 𝑚𝐴
𝑅𝑇𝑜𝑡 4700 + 1000
E as tensões são:
Concluímos que a tensão a ser medida sobre R1 deverá ser de 9,9 V. Isso
significa que o multímetro deverá ser ajustado para medir tensão contínua, com
um fundo de escala de 20 volts. Dessa forma, ele deve, obrigatoriamente, nos
informar 9,9 volts.
Para medir a tensão sobre uma das resistências precisamos colocar a
ponta de prova vermelha (positiva) no ponto de maior potencial e a ponta preta
(negativa) no ponto de menor potencial. Assim, poderemos medir a diferença de
potencial que existe sobre o componente. Então, se desejarmos medir a tensão
sobre R1, devemos acoplar a ponta positiva no terminal que vem da fonte à
negativa no terminal que vai para R2. O esquema ficaria como na Figura 8:
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Observe que, nesse circuito, temos a presença do voltímetro em paralelo
com a resistência R1. O voltímetro precisa desviar um pouco de corrente elétrica
para poder realizar sua medição. Vejamos o que aconteceria se esse voltímetro
tivesse uma resistência interna de 10 KΩ, por exemplo. O circuito equivalente
ficaria da seguinte forma:
𝑅1 . 𝑅𝑉
𝑅𝐸𝑞 = ≅ 3.197 Ω
𝑅1 + 𝑅𝑉
𝑉𝑇𝑜𝑡 12
𝑖 𝑇𝑜𝑡 = = ≅ 2,86 𝑚𝐴
𝑅𝑇𝑜𝑡 3197 + 1000
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pela alteração das características do circuito em inspeção, seja pela
característica do instrumento em si que interfere demais no circuito.
Um voltímetro não pode desviar corrente elétrica significativa, e, para essa
regra ser respeitada, é necessário que tenha alta resistência interna. O ideal
seria uma resistência interna infinita. Na prática, temos duas possibilidades: a) o
voltímetro ter alta resistência interna, ou b) utilizar algum truque para não drenar
corrente elétrica significativa. A primeira opção foi implementada nos voltímetros
analógicos. Já os voltímetros digitais utilizam a segunda possibilidade para
resolver o problema.
Nesse tipo de instrumento, utiliza-se um circuito capacitivo controlado por
um microcontrolador. Existe um circuito de controle digital que aciona uma chave
eletrônica, a qual, uma vez fechada, carrega um capacitor com rapidez (isso
pode ocorrer em poucos milésimos de segundo). Dessa forma, o desvio de
corrente é muito próximo de zero e a resistência interna do instrumento é
virtualmente infinita. Esse método traz bastante precisão para o instrumento, do
ponto de vista de desvio de corrente, mas é necessário haver uma conversão
desse nível de tensão medido em uma palavra digital (bits e bytes), processo
conhecido como conversão de analógico para digital. A conversão é o que define
a precisão e rapidez do instrumento. Por esse motivo, os multímetros mais
baratos mostram medições menos precisas. Mesmo assim são medições
suficientemente precisas para a grande maioria das medições realizadas no dia
a dia.
𝑉𝑇𝑜𝑡 12 12
𝑖 𝑇𝑜𝑡 = = = = 0,173912 = 173,912 𝑚𝐴
𝑅𝑇𝑜𝑡 47 + 22 69
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entre os terminais da resistência de modo que o microcontrolador do instrumento
continua medindo tensão elétrica, mas agora uma tensão proporcional à corrente
que está circulando no circuito. Vamos calcular a corrente elétrica circulando no
circuito com a presença desse amperímetro:
𝑉𝑇𝑜𝑡 12 12
𝑖 𝑇𝑜𝑡 = = = = 0,071005 = 71,005 𝑚𝐴
𝑅𝑇𝑜𝑡 100 + 47 + 22 169
𝑉2 𝑉2
𝑃 = 𝑖 . 𝑉 𝑒 𝑉 = 𝑖 . 𝑅 => 𝑃 = => 𝑅 =
𝑅 𝑃
122 144
𝑅= = = 2,4 𝑜ℎ𝑚𝑠
60 60
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Assim, esperamos encontrar uma resistência na ordem de 2,4 ohms. Para
realizarmos a medição deveremos configurar o multímetro para a escala de
resistência e o fundo de escala em 200, que é o valor maior que os 2,4 ohms
mais próximo.
Figura 12 – Multímetro ajustado para a escala de 200 ohms pronto para medir a
resistência de 2,4 ohms
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Note que o multímetro marca 0,1 ohm quando as pontas estão em curto.
Isso ocorre porque o microcontrolador e demais circuitos internos do próprio
multímetro geram um certo erro na exibição. Mas o fato de estarmos com as
pontas de prova encostadas e o consequente estado de curto-circuito nos
informa o comportamento do multímetro. Alguns equipamentos indicam 0,7 ohm
quando em curto. Na maioria das vezes isso não é um problema grave e
podemos entender que quando em curto o instrumento mostra esse valor. Se for
necessário realizar uma medição apurada em que o valor de 0,1 ohm é
requerido, deve-se utilizar um instrumento de maior precisão, geralmente
dedicado ao tipo de medição a que se propõe.
É extremamente importante lembrar de não segurar com as mãos os
contatos das pontas de prova ao fazer a medida. A pele humana possui certa
resistência elétrica e, se o usuário estiver com as mãos em paralelo com a
resistência que está sendo medida, isso poderia interferir na medição.
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Figura 14 – Escala de frequência com 5 fundos de escala
mili m 10-3
micro µ 10-6
Nano η 10-9
Pico p 10-12
FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
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