Você está na página 1de 7

See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.

net/publication/282809456

Simulação de medidor digital de energia elétrica BT utilizando LabView

Conference Paper · January 2015

CITATIONS READS

0 2,562

4 authors, including:

Tiago R S Nogueira Samuel Giuseppe Tomasin


FEPI - Centro Universitário de Itajubá 2 PUBLICATIONS   19 CITATIONS   
3 PUBLICATIONS   0 CITATIONS   
SEE PROFILE
SEE PROFILE

Fernando Nunes Belchior


Universidade Federal de Goiás
82 PUBLICATIONS   99 CITATIONS   

SEE PROFILE

All content following this page was uploaded by Fernando Nunes Belchior on 13 October 2015.

The user has requested enhancement of the downloaded file.


Simulação de medidor digital de energia elétrica BT
utilizando LabView
Tiago R. S. Nogueira1, Deivid L. Lemos2, Samuel G. Tomasin3, Fernando N. Belchior3, IEEE Member
1
FEPI – Fundação de Ensino e Pesquisa de Itajubá, 2 ELEKTRO Eletricidade e Serviços S/A, 3 Universidade
Federal de Itajubá
s
Resumo  Neste trabalho pretende-se analisar o a Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, o país
comportamento de medidores de energia elétrica em BT - Baixa possui cerca de 67 milhões de medidores instalados, sendo
Tensão quando instalados em circuitos contendo cargas que o custo médio de cada medidor digital seria de
desequilibradas ou com forte presença de harmônicos de aproximadamente R$200,00 [2].
corrente. Pretende-se verificar as diferenças na medição das
Ainda, segundo a agência, além dos benefícios ao
energias ativa e reativa quando o instrumento utiliza um sistema
de filtros para harmônicas e desequilíbrios, comparando os
consumidor, o sistema de smart grids é visto como
resultados quando não há o processo de filtragem. Para importante ferramenta para gestão do sistema elétrico
realização dos testes, utiliza-se de um medidor virtual nacional. Através dele será possível introduzir tarifas
desenvolvido em LabView, utilizando um protocolo aberto, diferenciadas para consumidores residenciais, promover a
baseado nas teorias de potência de Depenbrock (Fryze- interação do consumidor com a conta de energia, reduzir as
Depenbrock-Buchholz – FDB). perdas não técnicas e prevenir algum eventual dano a rede
elétrica, por exemplo. O processo de regulamentação tem por
Palavras-chaves  Medição de Energia Elétrica, Medidor etapas uma série de consultas e audiências públicas, ocorridas
Digital de Energia Elétrica, Energia Ativa, Energia Reativa, desde 2009 [2].
Energia Aparente, Fator de Potência.
No entanto, é necessário cautela nos projetos de
implantação de medidores inteligentes, segundo alerta da
Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica –
I. INTRODUÇÃO
ABRADEE, que simplesmente trocar de medidor não se
justifica economicamente, conforme a experiência mundial já
A. Os medidores de energia elétrica
comprovou, pois se trata de um investimento elevado (a
diferença de preço entre um medidor analógico atual e um
Os medidores de energia elétrica eletromecânicos têm sido
medidor digital inteligente seria de aproximadamente 8
gradativamente substituídos por modelos digitais e esta
vezes) [3].
alteração foi impulsionada, especialmente nos últimos anos,
pelo processo de implantação das redes inteligentes no Brasil.
B. Estado da arte das teorias de potência e energia
Como vantagens em relação a seus antecessores, pode-se
destacar a capacidade de medição bidirecional, bem como de
A fim de fixar critérios quanto a verificação dos medidores
mensurar o consumo de reativo (Fig.1) [1].
o INMETRO, considerando as Resoluções Normativas
ANEEL nº 414, de 9 de setembro de 2010, e nº 418, de
novembro de 2010, e após consulta pública realizada em
2011, aprovou o RTM – Regulamento Técnico Metrológico
para medidores de energia elétrica ativa e reativa [4].Segundo
o INMETRO, os testes em medidores visam comparar o
medidor comercial com um medidor padrão ou com o valor
estimado através do método Potência x Tempo [5].
Quanto ao protocolo de medição, no que diz respeito às
teorias de potência, há mais de um século tem-se discutido
sua formulação mais adequada, dado a relevância e
complexidade do tema. Personalidades como Steinmetz,
Fortescue, Buchholz, Budeanu, Czarnecki, Fryze,Depenbrock
e Emanuel são apenas alguns dos pesquisadores que
Fig. 1. Medição nos quatro quadrantes [1]
colaboraram para um melhor entendimento do assunto. À
medida que os sistemas elétricos vão evoluindo e as cargas se
Estima-se que a troca dos medidores de energia elétrica no
tornando mais sensíveis e cada vez mais distantes de uma
Brasil possa custar algo em torno de R$13,4 bilhões. Segundo
____________________________ senoide perfeita, há necessidade de aperfeiçoar os modelos,

1
Este trabalho contou com o apoio parcial da FEPI, CAPES, CNPq e
FAPEMIG.
tornando-os mais detalhados e algumas vezes mais devido às interferências decorrentes das distorções presentes
complexos [6]. nas formas de onda da tensão e/ou corrente, provocadas por
O Brasil tem aderido em geral à chamada “escola tais cargas não-lineares. A título de exemplo, podem-se citar
europeia”, que está fortemente relacionada às normas da IEC algumas destas cargas: lâmpadas fluorescentes compactas,
– International Electrotechnical Commission. Esta escola lâmpadas de led, computadores, televisores, retificadores
baseia-se principalmente nos estudos de Depenbrock (teoria controlados eletronicamente, dentre outras [11].
de FDB – Fryze-Buchholz-Depenbrock) [7]. Sua formulação
matemática básica pode ser visualizada de forma resumida
em (1-10) [6]. II. METODOLOGIA


 v∗  0
A. Simulação de um medidor digital
(1)

Criou-se um medidor de energia elétrica virtual utilizando-


 i  0
se da plataforma LabView, de tal forma que fosse possível
(2) avaliar a influência da falta de qualidade da energia elétrica,


p∑
especialmente os harmônicos de corrente e o desequilíbrio de
i   v  G v∗ , correntes de potência
v∑  ∗
fases, no faturamento da energia.
(3) Através desta plataforma é possível realizar tanto
i  i  i  , correntes de potência zero
simulações, bem como testes reais, utilizando neste caso uma
(4) DAC – Digital to Analog Converter (Fig.2).


p∑   v∗ i  0 (5)




P∑
i!  v∗  G! v∗ , correntes ativas
V∑ 
(6)

i$!  i  i! , correntes não ativas (7)

i&  i   i!  i$!  i , correntes de variação (8)

i∑   i∑!  ( i∑$!   i∑!  ( i∑&  ( i∑  (9)

V∑  I∑   V∑  I∑!  ( V∑  I∑$!   V∑  I∑!  ( V∑  I∑&  ( V∑  I∑ 

S  P!  ( P$!   P!  ( P&  ( P 
(10)

-. p∑ dt V∑  I∑! 
 ,

λ∑  , 
V∑ I∑ V∑ I∑

P∑ P!
(11)
λ∑   , fator de potência coletivo
Fig. 2 – Placa de aquisição de dados NI USB-6210

S∑ S
Por sua vez, para simular as cargas, utilizou-se de uma
fonte hexafásica, programável, modelo CMC 245-6 da
C. Influência de distorções das formas de onda na medição Omicron (Fig.3), para gerar os perfis dos sinais de tensão e
de energia elétrica corrente (erro garantido de 0,1% em relação à tensão e
corrente).
Uma preocupação importante está associada ao
comportamento dos medidores digitais quando operando em
circuitos contendo harmônicos e desequilíbrios [1] e [7].
Trabalhos anteriores [8]-[10] destacam os erros observados
em medidores de energia elétrica devido à presença de
harmônicos. Outras distorções na forma de onda como:
desequilíbrio, variações bruscas da carga e desvios da
frequência da rede, por exemplo, também podem levar a
medições divergentes. Consequentemente, seria relevante
avaliar o comportamento dos medidores em cenários em que
haja distorções na forma de onda da tensão e da corrente.
O uso de cargas que variam sua impedância durante um Fig. 3 – Fonte Omicron, modeloCMC 245-6
ciclo de onda convencional da tensão de alimentação (cargas
não-lineares) é cada vez mais frequente seja em residências, B. O protocolo de medição utilizado
comércios ou na indústria em geral.
Neste contexto não senoidal, suspeita-se que os medidores Em se tratando de medidores digitais, uma primeira decisão
de energia elétrica possam realizar medições incorretas, diz respeito à taxa de amostragem necessária para captar de
modo satisfatório os sinais que se pretende processar, assim Onde ∆t corresponde ao período de tempo da referida
como o tamanho da janela e a forma de agrupamento das janela.
informações amostradas.
Dispositivos usuais de processamento em medidores de Para a energia aparente da janela (Aj), é:

A9  VDEF 9 IDEF 9 ∆1
energia trabalham tipicamente com 256 amostras por ciclo
(50-60[Hz]), o que se mostra suficiente para captar com (15)
exatidão mesmo harmônicos de até 50ª ordem [12]. Uma
Ʌ
1
?

VGHI 9  J >  V  L12,3,9 MA


ɅC
quantidade maior de amostras por ciclo traria poucos
(16)
benefícios no que diz respeito à exatidão e poderia onerar
desnecessariamente o medidor e, inclusive, comprometer a @ !

velocidade de processamento.
Ʌ
1
No caso do recurso utilizado para construção do medidor ?

IGHI 9  J >  I  L12,3,9 MA


ɅC
virtual (DAC – NI USB-6210), suas características técnicas (17)
são: taxa de amostragem de 125[kS/s] e resolução de @ !
320[µV].
Em relação ao tamanho da janela, pode haver erros O valor da energia aparente acumulada (A) corresponde a:
relevantes ao se tratar as medidas com diferentes tamanhos de
janelas, em especial num cenário repleto de cargas eletrônicas O

[7]. A   N9 (18)
Dessa forma, propõe-se janelas de 12 ciclos, o que em 9

60[Hz], corresponde a 200[ms]. O modo como são agrupados


os ciclos e as janelas para assim calcular a potência aparente Sendo j é a quantidade de janelas do período de apuração.
(60) é expresso de forma resumida em Fig. 4, bem como (12-
13). C. Fundamentação teórica para protocolo de medição –
sistema trifásico

Ao analisar medições trifásicas, cabem algumas outras


considerações: segundo Depenbrock, devemos tratar o
condutor de retorno (neutro) como um condutor de fase, a fim
de representar adequadamente o sistema, pois cargas
desbalanceadas e/ou não lineares fazem com que flua
corrente também nesse condutor.
Fig. 4. Modelo de amostragem digital utilizado
Neste caso, as medições de tensão devem ser entre fase e
neutro, em todas as três fases, e as correntes serão de linha,
Ʌ: Taxa de amostragem
também em todas as fases.
T: Duração do ciclo
Com isso, mantendo-se as mesmas considerações acerca da
C: Nº de ciclos da janela
metodologia de amostragem apresentada, tem-se:
a: Amostra
j: Janela
? Ʌ ? Ʌ i!
t: Instante de tempo em que ocorre a amostragem
P   PvQ!,@ PiQ!,@   Pv! vR v@ Q!,@ SiR T
i@ !,@
(19)
Considerando a janela (j), a primeira janela j=1 começa em @ ! @ !

E9  P∆t
t=0. Para o ciclo (c) da primeira janela, a amostra (a) deste
ciclo é computada no instante: (20)
6
12,3  4  1 ( 8  16
Ʌ
(12) A equação (19) representa a potência instantânea trifásica
da janela (j), enquanto (20) corresponde ao total de energia
integralizada durante o intervalo de tempo (∆t) da referida
para o ciclo ( c ) da janela ( j ):
janela.
12,3,9  4  1 ( 8  1 6 ( ;  1<6
: No caso da energia aparente da janela (j), entende-se como
Ʌ
(13)
a relação entre a tensão RMS – Root Mean Square trifásica e
a corrente RMS trifásica da janela (21-22), sendo:
amostra ciclo janela dentro
dentro do dentro da do período de A9  S9 ∆t (21)
ciclo janela apuração
S9  VDEF 9 IDEF 9 (22)
A energia ativa da janela (j) é calculada a partir das
Ʌ
amostras de potência ativa P(ta,c,j), ou seja, a potência vigente
1
?

VDEF 9  J  PvQPkQV PvQW


ɅC
durante o intervalo da amostra (a) do ciclo (c) da janela (j): (23)
@ !

? Ʌ
E9  >  P12,3,9 A ∆t (14)
@ !
Ʌ
1
? - Teste 2: Cliente consumindo energia ativa e reativa com fp
IDEF 9  J  PiQW PkQPiQ
ɅC
(24) indutivo e fases equilibradas;
@ ! - Teste 3: Cliente consumindo energia ativa e reativa com fp
capacitivo e fases equilibradas;

1 0 0 1 1 1 1
- Teste 4: Cliente consumindo energia ativa e reativa com fp
PkQV  S0 1 0T  S1 1 1T
indutivo e com desequilíbrio de tensão;
4
0 0 1 1 1 1
sendo, (25)
- Teste 5: Cliente consumindo energia ativa com carga não-
linear do tipo retificador trifásico de 6 pulsos não controlado,
1 0 0 1 1 1
carga RL, com harmônicos de corrente de 5, 7, 11 e 13ª
PkQ  S0 1 0T ( S1 1 1T
(26) ordens e fases equilibradas;
0 0 1 1 1 1 - Teste 6: Cliente consumindo energia ativa com carga não-
linear do tipo retificador trifásico de 6 pulsos não controlado,
carga RC, com harmônicos de corrente de 5, 7, 11 e 13ª
III. SIMULAÇÕES E TESTES DE LABORATÓRIO ordens e fases equilibradas;
- Teste 7: Cliente consumindo energia ativa e reativa com fp
Conforme o protocolo sugerido, realizaram-se simulações indutivo e carga não-linear do tipo retificador trifásico de 6
de modo a investigar a robustez das teorias apresentadas (Fig. pulsos não controlado, carga RC, com harmônicos de
5). corrente de 5, 7, 11 e 13ª ordens e fases equilibradas;
- Teste 8: Cliente consumindo energia ativa e reativa com fp
capacitivo e carga não-linear do tipo retificador trifásico de 6
pulsos não controlado, carga RC, com harmônicos de
corrente de 5, 7, 11 e 13ª ordens e fases equilibradas;
- Teste 9: Cliente consumindo energia ativa e reativa com fp
indutivo e carga não-linear do tipo retificador trifásico de 6
pulsos não controlado, carga RC, com harmônicos de
corrente de 5, 7, 11 e 13ª ordens e desequilíbrio de fases;
- Teste 10: Cliente consumindo energia ativa e reativa com fp
capacitivo e carga não-linear do tipo retificador trifásico de 6
pulsos não controlado, carga RC, com harmônicos de
corrente de 5, 7, 11 e 13ª ordens e desequilíbrio de tensão;
- Teste 11: Cliente (prosumer) injetando energia ativa com
carga resistiva e fases equilibradas;
- Teste 12: Cliente (prosumer) injetando energia ativa e
reativa com fp indutivo e fases equilibradas;
- Teste 13: Cliente (prosumer) injetando energia ativa e
reativa com fp capacitivo e fases equilibradas;
- Teste 14: Cliente (prosumer) injetando energia ativa e
reativa com fp indutivo e com desequilíbrio de tensão;
- Teste 15: Cliente (prosumer) injetando energia ativa com
carga não-linear com retificador trifásico de 6 pulsos não
controlado, carga do tipo RC, com harmônicos de corrente de
5, 7, 11 e 13ª ordens e fases equilibradas;
- Teste 16: Cliente (prosumer) injetando energia ativa e
Fig. 5. Fluxograma funcional resumido de medidor digital reativa com fp indutivo, carga não-linear com retificador
trifásico de 6 pulsos não controlado, carga RC, com
A. Testes e simulações harmônicos de corrente de 5, 7, 11 e 13ª ordens e fases
equilibradas;
Foram realizados 19 testes, visando simular fenômenos - Teste 17: Cliente (prosumer) injetando energia ativa e
comuns em instalações elétricas de baixa tensão. reativa com fp capacitivo, carga não-linear com retificador
Pretendia-se, com isto, verificar o comportamento do trifásico de 6 pulsos não controlado, carga do tipo RC, com
medidor atuando nos quatro quadrantes (bidirecionalidade) e harmônicos de corrente de 5, 7, 11 e 13ª ordens e fases
sob fator de potência indutivo ou capacitivo. Além disso, equilibradas;
foram escolhidas situações que permitem avaliar o - Teste 18: Cliente (prosumer) injetando energia ativa e
comportamento do medidor quando há presença de reativa com fp indutivo, carga não-linear com retificador
harmônicos ou desequilíbrios. trifásico de 6 pulsos não controlado, carga RC, com
Dessa forma, deseja-se analisar o erro e o impacto quando o harmônicos de corrente de 5, 7, 11 e 13ª ordens e
medidor não filtra as componentes harmônicas e os desequilíbrio de tensão;
desequilíbrios de fases no processo de medição das potências - Teste 19: Cliente (prosumer) injetando energia ativa e
ativa e reativa. reativa com fp capacitivo, carga não-linear com retificador
trifásico de 6 pulsos não controlado, carga do tipo RC, com
- Teste 1:Cliente consumindo energia ativa com carga harmônicos de corrente de 5, 7, 11 e 13ª ordens e
resistiva e fases equilibradas; desequilíbrio de tensão;
Adotou-se para as tensões e correntes fundamentais, nos Tabela 3 – Harmônicos de corrente dos testes 5, 6 e 15.
testes em que estas variáveis eram equilibradas, o valor eficaz TESTE 5 TESTE 6 e 15
Harmônicos Harmônicos
de 127[V] e 1[A] respectivamente, bem como defasagem de de corrente
Módulo [pu] Ângulo [º]
de corrente
Módulo [pu] Ângulo [º]
120º entre as fases. I5A 0,20 0 I5A 0,55 0
Para os testes com característica indutiva e capacitiva foram I5B 0,20 120 I5B 0,55 120
simuladas cargas que correspondessem a um fator de I5C 0,20 -120 I5C 0,55 -120
potência de 0,80. I7A 0,14 0 I7A 0,28 0
Nos casos em que há geração de energia elétrica ativa por I7B 0,14 -120 I7B 0,28 -120
parte do consumidor, prosumer, (testes 11 a 19) os ângulos de I7C 0,14 120 I7C 0,28 120
das correntes em cada uma das fases foram defasados de 180º I11A 0,09 0 I11A 0,02 0
se comparados aos testes 1 a 10 (consumidores), devido à I11B 0,09 120 I11B 0,02 120
inversão do fluxo de carga nestes casos. I11C 0,09 -120 I11C 0,02 -120
Na Tabela 1, encontram-se os valores dos testes que I13A 0,07 0 I13A 0,05 0
possuem desequilíbrio de tensão: I13B 0,07 -120 I13B 0,05 -120
I13C 0,07 120 I13C 0,05 120
Tabela 1 – Tensão e corrente dos testes com desequilíbrio.
Tabela 4 – Harmônicos de corrente dos testes 7,16, 8 e 17.
Teste nº V1 Módulo [V] Ângulo [º] TESTE 7, 9, 16 e 18 TESTE 8,10, 17 e 19
Harmônicos Harmônicos
V1A 125 0 Módulo [pu] Ângulo [º] Módulo [pu] Ângulo [º]
4, 9, 10, de corrente de corrente
14, 18 e V1B 128 -118 I5A 0,55 -36,87 I5A 0,55 36,87
I5B 0,55 83,13 I5B 0,55 156,87
19 V1C 130 121 I5C 0,55 -156,87 I5C 0,55 -83,13
I7A 0,28 -36,87 I7A 0,28 36,87
Teste nº I1 Módulo [A] Ângulo [º]
I7B 0,28 -156,87 I7B 0,28 -83,13
I1A 0,984 -36,87 I7C 0,28 83,13 I7C 0,28 156,87
4, 9, 14, I11A 0,02 -36,87 I11A 0,02 36,87
I1B 1,008 -156,87
19 I11B 0,02 83,13 I11B 0,02 156,87
I1C 1,024 84,13 I11C 0,02 -156,87 I11C 0,02 -83,13
I1A 0,984 36,87 I13A 0,05 -36,87 I13A 0,05 36,87
I13B 0,05 -156,87 I13B 0,05 -83,13
10, 18 I1B 1,008 -83,13
I13C 0,05 83,13 I13C 0,05 156,87
I1C 1,024 156,87
B. Análise dos resultados
Nas Tabelas 2 a 4, estão os valores das componentes
harmônicos das correntes. Os resultados destacam o erro percentual entre expectativa
teórica, baseando-se nas equações de energia (10 – 11), e os
Tabela 2 – Tensão e corrente dos testes sem desequilíbrio testes em laboratório utilizando o medidor virtual
Teste nº V1 Módulo [V] Ângulo [º] desenvolvido em LabView.
Na Fig. 6 são apresentados os erros nos 10 primeiros testes
1,2,3,5,6,7 V1A 127 0 (C1-C10), sendo que nestes casos, o consumidor absorve da
,8,11,12,1 V
1B 127 -120 rede energia ativa em diversas condições de desequilíbrio e
4,15,16,17 presença de harmônicos, bem como perfis de cargas hora
V1C 127 120
. capacitivos, hora indutivos.
Teste nº I1 Módulo [A] Ângulo [º]

I1A 1 0
1, 5, 6, 11,
I1B 1 -120
15.
I1C 1 120
I1A 1 -36,87
2,7, 12,
I1B 1 -156,87
16.
I1C 1 83,13
I1A 1 36,87
3,8,13,17. I1B 1 -83,13
I1C 1 156,87 Fig. 6 – Gráfico indicando os erros de energia ativa consumida

Na Fig. 7 são apresentados os erros nos demais testes (C11-


Nas tabelas 3 a 5 estão os valores das componentes
C19), sendo que nestes casos, o consumidor gera para a rede
harmônicos das correntes, com módulo em valores em pu em
energia ativa (prosumer) em diversas condições de
relação a componente fundamental do teste já expressa na
desequilíbrio e presença de harmônicos, bem como perfis de
tabela acima, e ângulo em graus.
geração hora capacitivos, hora indutivos.
energia ativa, reativa e do fator de potência. Obtiveram-se
bons resultados nos testes realizados, sendo que os erros
ficaram entre 0,4% e 3,32% e estão em conformidade com os
limites adotados pelo INMETRO.
Fatores que contribuem para os erros ocorrem devido às
limitações dos equipamentos, por exemplo: erros no gerador
de sinais OMICRON, queda de tensão nos cabos, mas
principalmente, erros nos transdutores e na placa de
aquisição. Logo, o uso de equipamentos de maior precisão
tende a reduzir tais erros. Como trabalhos futuros, propõe-se
o aprimoramento dos transdutores de corrente, inclusive com
Fig. 7 – Gráfico indicando os erros de energia ativa gerada pelo prosumer
a possibilidade de utilização de um resistor tipo shunt,
visando à diminuição de ruídos. Outra sugestão é utilizar o
Em Fig. 8, por sua vez, são apresentados os erros medidor virtual para servir de comparativo em testes com
associados à energia reativa, em diversas condições de medidores digitais comerciais.
desequilíbrio e presença de harmônicos, bem como perfis de
geração hora capacitivos, hora indutivos, naqueles testes em .
que o fator de potência não foi considerado unitário (C2-C4, V. REFERÊNCIAS
C7-C9, C11-C13 e C15-C18). [1] Nogueira, T. R. S., “Uma análise de protocolo para medidores digitais de
energia elétrica BT”, Dissertação de Mestrado, UNIFEI, Itajubá-MG,
2013.
[2] Amcham, por Anne Durey. (01 de Agosto de 2011). Aneel: troca de
medidores brasileiros custará R$ 13,4 bi. [Online]. Disponível:
http://www.amcham.com.br/competitividade-brasil/noticias/aneel-troca-
de-medidores-brasileiros-custara-r-13-4-bi
[3] Valor Econômico, por Ana Paula Grabois. (16 de Agosto de 2012).
Distribuidoras reagem à proposta do medidor digital. [Online].
Disponível:http://www.valor.com.br/arquivo/783413/distribuidoras-
reagem-proposta-do-medidor-digital
[4] Portaria Inmetro n.º 602, de 09 de novembro de 2012. INMETRO
Diretoria de Metrologia Legal – Dimel, Diart – Divisão de Articulação e
Regulamentação Técnica Metrológica. RJ – Brasil, Novembro de 2012.
[5] Portaria Inmetro nº 375 - Consulta pública. Proposta de Regulamento
Fig. 8 – Gráfico indicando os erros associados à energia reativa nos testes Técnico Metrológico que estabelece os requisitos técnicos para
com fp não unitário medidores eletrônicos de energia elétrica, 27 de Setembro de 2011
[6] Paredes, H. K. M., “Teoria de potência conservativa: uma
Pode-se observar que os erros da energia ativa ficaram novaabordagem para o controle cooperativo de condicionadores de
abaixa de 0,4% para cargas resistivas, e menores que 2% para energia e considerações sobre atribuição de responsabilidades”, Tese de
Doutorado, Campinas, março de 2011.
os testes em geral. Já na energia reativa, os erros mantiveram- [7] Nogueira, T. R. S., Tomasin, S. G., Arango, H., Bonatto, B. D. “Uma
se em torno de 3%, chegado, no pior dos casos, a 3,32%. análise de protocolo para medidores digitais de energia elétrica BT”.X
Portanto, os filtros utilizados (para harmônicos e CBQEE25-28 de Junho de 2013, Araxá – MG.
desequilíbrios), mostraram-se eficazes e importantes em [8] Pires, I. A., “Caracterização de harmônicos causados por equipamentos
eletro-eletrônicos residenciais e comerciais no sistema de distribuição de
medidores desta natureza, podendo, caso sejam suprimidos, energia elétrica”, Dissertação de Mestrado, UFMG, março de 2006.
proporcionarem uma medição divergente errônea. [9] Pires, I. A., “Efeitos de harmônicos no sistema de distribuição e limites
segundo as principais normas nacionais e internacionais – Parte III”
Revista O Setor Elétrico, páginas 36-41, abril de 2010.
[10] Silva, L. S., "Influência das distorções harmônicas em medições de
IV. CONSIDERAÇÕES FINAIS energia elétrica". Dissertação de mestrado, Faculdade de Tecnologia,
Universidade de Brasília, Brasília, DF, 2006.
Este trabalho ratifica a necessidade dos testes em medidores [11] L. R. Lisita ; Daywes P. Neto ; Machado, Paulo César Miranda ; Nerys,
digitais comerciais, em especial aqueles a serem inseridos na J. W. L. ; M. G. S. Figueiredo, “Avaliação de Desempenho de Medidor
Trifásico de Energia Elétrica Tipo Eletrônico Operando com Cargas
baixa tensão, bem como a definição de um protocolo para Não-Lineares”. Artigo: IEEE/Power and Energy Society - Transmission
medição das energias e do fator de potência, considerando a & Distribution 2010 Latin America, 2010, São Paulo. IEEE/PES 2010
não linearidade do sistema. A fim de destacar a influência de Transmission & Distribution Conference and Exposition Latin America.
harmônicos e desequilíbrios, o medidor virtual desenvolvido São Paulo: IEEE, 2010. v. 1. p. 1-4.
[12] Prof. J. Bergeron, Canadian Electricity Association, Comunicação
faz uso de filtros capazes de mitigarem possíveis erros privada.
gerados por estes distúrbios de qualidade na medição de

View publication stats

Você também pode gostar