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JANDERSON BARBOSA DA SILVA

WAGNER LUIS BENFICA

EVOLUÇÃO DOS MEDIDORES DE ENERGIA


ELÉTRICA

Cuiabá
2016
JANDERSON BARBOSA DA SILVA

WAGNER LUIS BENFICA

EVOLUÇÃO DOS MEDIDORES DE ENERGIA ELÉTRICA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Universidade de
Cuiabá, como requisito parcial para a
obtenção do título de graduado em
Engenharia Elétrica.
Orientadores: Carla Ferreira e Jorge
Guimarães.

Cuiabá
2016
AGRADECIMENTOS

Primeiramente queremos agradecer a Deus pois sem sua força dificilmente teríamos
concluído o curso, cada passo cada degrau alcançado dependemos e conseguimos
obter êxitos graças a sua força. Aos colegas que caminhamos juntamente nessa
jornada de dificuldades. Agradecemos também ao grupo de docentes pela grandeza
dos conhecimentos adquiridos em especial ao nosso docente Messias Pimentel
Cantanhede. Aos nossos orientadores que nos proporcionaram suporte e direção
adequada aos nossos objetivos. Aos nossos familiares que nos compreendeu e
apoiou em meio tantas dificuldades.
RESUMO

Foi descrito nesse trabalho o tema que trata sobre o Histórico e a Evolução dos
Medidores de Energia Elétrica, analisando a evolução dos seus parâmetros
construtivos ao longo do tempo. Por meios de pesquisas podemos relatar o
aperfeiçoamento dos medidores, dos primeiros medidores os medidores atuais. O
trabalho foi dividido em três partes, sendo elas o histórico da evolução dos
medidores, medidores atualmente utilizados e os medidores que estão em fase de
expansão. Na primeira parte relatamos os fatos decorridos ao longo do tempo com
relação a evolução dos medidores de energia elétrica. A segunda parte trata-se de
uma abordagem relacionada aos medidores atuais e seus parâmetros construtivos.
A terceira parte abordamos os princípios dos novos medidores inteligentes a ‘’Smart
Grid’’ que atualmente estão sendo utilizados em algumas regiões do país. Para um
maior entendimento da utilização dos medidores analisamos o processo de evolução
construtivo, comparando com a evolução da sociedade citando até mesmo as
preocupações com meio ambiente, antes utilizava-se um medidor apenas para
medição do fluxo de energia, atualmente emprega um medidor com várias outras
funções além de apenas verificação de consumo, emprega-se o mesmo para
controle de eficiência e demanda energética.
No processo de utilização de medidores citamos os problemas decorrentes de
fenômenos naturais ou de deficiências na rede decorrente de operações

Palavras-chaves: Histórico, Parâmetros, Medidores, Evolução.


ABSTRACT

It was described in this work the theme that deals with the History and Evolution of
Electric Energy Meters, analyzing the evolution of its constructive parameters over
time. By means of research we can report the improvement of the meters, from the
first meters to the current meters. The work was divided in three parts, being the
history of the evolution of the meters, meters currently used and the meters that are
in the expansion phase. In the first part we report the facts that have elapsed over
time in relation to the evolution of electric energy meters. The second part deals with
an approach related to current meters and their construction parameters. The third
part addresses the principles of the new 'Smart Grid' smart meters that are currently
being used in some regions of the country. For a better understanding of the use of
meters, we analyze the process of constructive evolution, comparing with the
evolution of society, even citing environmental concerns, before using a meter for
energy flow measurement, currently employs a meter with several Functions other
than just consumption verification, the same is used to control energy efficiency and
demand.
In the process of using meters we mention the problems arising from natural
phenomena or deficiencies in the network due to operations.

Keywords: Historical, Parameters, Meters, Evolution.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..................................................................................................8

Problema De Pesquisa..................................................................................8

OBJETIVO........................................................................................................ 9

Objetivo Geral................................................................................................9

Objetivo Específicos......................................................................................9

JUSTIFICATIVA..............................................................................................10

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................11

1.1 Medidores..............................................................................................11

1.1.1 Medição e Verificação.....................................................................12

1.2. Normas Aplicáveis a Medidores de Energia.........................................13

1.2.1 NBR 14519......................................................................................13

1.2.2 Quanto ao dimensionamento:.........................................................17

1.2.3 normativa IEC..................................................................................18

2. EVOLUÇÃO DOS MEDIDORES................................................................21

3. MEDIDORES DE QUILOWATT-HORA ATUAIS........................................29

3.1. Precisão do medidor eletromecânico....................................................32

3.1.1. Limitações dos medidores eletromecânicos...................................33

3.2. Precisão de medidores eletrônicos.......................................................33

3.2.1. Limitações dos medidores eletrônicos.........................................35

3.3. Princípio De Funcionamento Medidor Potência Ativa Eletromecânico. 35

3.4. Medidor de Fator de potência...............................................................36

4. MEDIDORES ELETRÔNICOS INTELIGENTES.........................................38

4.1 Tendência..............................................................................................39

4.2. A Topologia do Sistema de Medição Remota de Consumo (Amr).......42

4.2.1. As Diferentes Tecnologias para a Transmissão de Dados............44


5. ANÁLISE ENTRE MEDIDORES ELETROMECÂNICOS, ELETRÔNICOS
E MEDIDORES INTELIGENTES “SMART GRID”...................................................45

5.1 Medidores Eletromecânicos................................................................45

5.2. Digital....................................................................................................47

5.3. Medidor inteligente................................................................................48

5.4. Comparação das tecnologia e utilização..............................................50

5.4.1. Medidor Eletromecânico.................................................................50

5.4.2 Medidor Digital..............................................................................51

5.4.3 Medidor Inteligente.......................................................................51

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................52

7. REFERÊNCIAS...........................................................................................54
8

INTRODUÇÃO

Na atualidade, dificilmente se cria algo que possa auxiliar na diminuição de


custos quando se trata de sistema elétrico. O que diferencia um profissional é a
capacidade de trabalhar com recursos já existente, porém de uma forma
personalizada ou até mesmo modificada. Neste trabalho abordamos os medidores
de energia e sua evolução ao longo do tempo.

Com conhecimento adquirido através de relatos obtidos da pesquisa sobre o


histórico de evolução dos medidores, analisamos o conceito de utilização de um
modo abrangente.

A abordagem desta pesquisa foi analisar a evolução em relação aos aspectos


construtivos dos medidores de energia, tendo em vista a utilização que em seu
primórdio verificava apenas fluxo de energia, hoje utiliza-se não apenas para esta
finalidade, mas também para garantir uma melhor qualidade de energia.

Problema De Pesquisa

Os parâmetros que os medidores antigos utilizavam eram realmente


eficientes? Os medidores atuais atendem as necessidades dos usuários?

● Com o avanço tecnológico e surgimento de novos equipamentos


de medição o usuário terá mais facilidade na verificação das informações do
medidor?
● Como são coletados e apresentado os dados para o usuário?
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OBJETIVO

O desenvolvimento compreende todo capítulos desenvolvidos no trabalho.

Objetivo Geral

Mostrar historicamente o avanço dos medidores de energia elétrica e seu


aspecto construtivo.

Objetivo Específicos

● Apresentar informações obtidas através de pesquisas, detalhando o


avanço tecnológico de acordo com a necessidade de mais informações
garantindo uma maior eficiência e confiabilidade no equipamento que
faz a medição de energia.
● Comentar as características dos medidores e suas mudanças com o
passar dos tempos, para atender as necessidades do usuário e das
concessionárias de energia, tendo como objetivo a utilização não só do
meio mecânico, mas à implantação de softwares específicos para
gerenciamento tanto de fornecimento quanto de consumo.
● Mostrar a importância das novas tecnologias e expor aspectos
importantes na integração dos medidores inteligentes com a nova
tecnologia Smart Grid no ramo de medição que atualmente estão
sendo exploradas em algumas regiões de nosso país.
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JUSTIFICATIVA

A realização deste trabalho tem como objetivo explanar sobre os medidores


que foram utilizados, e os que hoje em dia são utilizados para medição e verificação
de consumo de energia entregue ao usuário, e abordar sobre as novas tecnologias
que estão sendo implantadas com o objetivo de uma maior confiabilidade no
processo de coleta de dados.
A medição de energia elétrica é empregada na prática para possibilitar a
entidade fornecedora o faturamento adequado da quantidade de energia elétrica
consumida pelo usuário.
A concessionária de energia elétrica tem grande interesse no perfeito e
correto desempenho do medidor, pois é através dele que repousam as bases
econômicas da empresa. A relação de confiança entre consumidor e fornecedor
podem ser garantidas adotando os cuidados necessários em uma correta medição
da energia elétrica consumida.
Os medidores eletrônicos também chamados de medidores inteligentes,
proporcionarão uma série de benefícios para os consumidores de energia, como a
criação das condições para difundir a microgeração distribuída, ou seja, a
possibilidade de que consumidores também atuam como pequenos geradores de
fontes alternativas de energia.
Nesse sistema de medição possibilita ao consumidor maior eficiência no
consumo de energia, pois ele terá mais informações sobre o seu perfil. Outros
benefícios são a possibilidade de atendimento remoto pela concessionária; o melhor
monitoramento da rede pela distribuidora, devido ao fluxo de comunicação
consumidor-concessionária; a redução de perdas técnicas e não-técnicas; e a oferta
de novos serviços aos consumidores.
No Brasil os aparecimentos dos medidores de energia elétrica eletrônicos
começaram a surgir no final da década de 80 e início da década de 90 e até hoje
vêm se aperfeiçoando e implementando novos serviços. Na atualidade, existe a
possibilidade de serviços pré-pagos e medidores ajustados para tal função.
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1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A preocupação com a qualidade da energia elétrica tornou-se importante para


Fornecedores e consumidores a partir do fim dos anos 80 devido ao aumento do
nível de harmônicos gerados por cargas eletrônicas e também à utilização crescente
de sistemas de controle microprocessador, resultando em cargas sensíveis aos
distúrbios relacionados com a qualidade da energia. De certa forma, a utilização de
novas tecnologias obriga consumidores e fornecedores a buscarem uma energia de
qualidade, ou seja, sem desvios na tensão, corrente ou frequência que resultem na
falha ou má operação dos equipamentos dos consumidores (DUGAN et al, 2003)
A concessionária de energia elétrica é responsável somente pela entrega de
energia elétrica garantida até o disjuntor ou chave geral alocada junto ao medidor de
watt-hora e por falha na rede pertencente a ela, até o ponto de entrega, que é a
conexão do ramal de entrada da instalação elétrica. Compete ao usuário construir,
preservar e dar manutenção ao centro de medição composto por poste particular
pontalete ou coluna, caixa de medição chaves de proteção e manobra disjuntores,
bengala, condutores entre outros.
A estrutura no próximo capítulo irá mostrar evolução dos medidores em
decorrer do tempo, e a adoção do Brasil perante a evolução tecnológica do sistema
de medição. Nos subcapítulos apresentaremos aspectos relacionados à qualidade
de energia e seus efeitos, histórico de evolução na área de medição de energia,
novas tendências tecnológicas na área medição e a real utilização dos medidores
nos dias atuais.

1.1 Medidores

Medidor de energia elétrica é um dispositivo ou equipamento eletromecânico


e/ou eletrônico capaz de mensurar o consumo de energia elétrica. A unidade mais
usada é kWh. Está presente na maioria de casas e habitações no mundo moderno.
Pode ser ligado diretamente entre a rede elétrica e a carga (casa) ou através de
transformadores de acoplamento de tensão e/ou corrente.
12

1.1.1 Medição e Verificação

O primeiro passo para verificar se o medidor de energia elétrica e a instalação


elétrica de suas edificações está em bom estado de funcionamento é desligar o
disjuntor ou chave geral instalada logo após o medidor de energia elétrica. E
observar se o mesmo não continua registrando fluxo de energia elétrica. Para
definição de eficiência energética, é necessária uma comparação, um referencial, a
economia de energia ou da demanda não pode ser medida diretamente, uma vez
que economia representa a ausência do consumo ou da demanda.
A economia é determinada comparando-se o consumo medido anteriormente
e o consumo medido posteriormente à implementação de um programa, e realizando
ajustes adequados às alterações nas condições de uso, fazendo monitoramento de
variáveis independentes, e posteriormente apresentando relatórios.
Medição e Verificação é o processo de utilização de medições para determinar, de
modo seguro, a economia real criada dentro de uma instalação individual por um
programa de gestão de energia.
A verificação do potencial para obter economia é definida como verificação
operacional, e pode incluir inspeção, comissionamento dos equipamentos, teste do
desempenho funcional e/ou tendência dos dados.
Medição e verificação não constitui apenas um conjunto com a finalidade de ajustes.
Se corretamente integradas, servirão para aumentar e reforçar a operação e a
manutenção das economias na instalação, adota-se como referência o PIMVP.
O (PIMVP) Protocolo Internacional de Medição e Verificação do Desempenho
Energético é um documento de apoio que descreve as práticas comuns de medição,
cálculo e relatório de economia, obtidas por projetos de eficiência energética ou de
consumo eficiente de água nas instalações do usuário final.conforme o protocolo
Conforme o protocolo descreve as práticas de coletas de dados frequentemente
obtidos nos medidores da concessionária, seja através de leitura direta do medidor,
seja pelas faturas. Onde as faturas forem a fonte dos dados do uso de energia,
deve-se reconhecer que as necessidades da concessionária para a exatidão da
leitura do medidor podem não ser as mesmas que as da determinará o das
economias. As faturas da concessionária podem conter dados estimados,
especialmente para pequenas avaliações. Às vezes, não pode ser determinado pela
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própria fatura quais dados provêm de uma estimativa e quais da leitura do medidor.
Leituras estimadas não registradas criam erros desconhecidos para o mês da
estimativa e o mês subsequente quando uma leitura efetivamente é feita. Entretanto,
a primeira fatura com uma leitura efetiva após uma ou mais estimativas corrigirá os
erros prévios em quantidades de energia. Quando uma estimativa aparece na fatura
da concessionária, o registro das economias associadas deve refletir este fato.

1.2. Normas Aplicáveis a Medidores de Energia

Um aspecto importante referente à medição e registro, é de forma específica


os registros de parâmetros de qualidade de energia, está relacionado ao
procedimento de cálculo aplicado pelo medidor e registrador utilizado. A situação
ideal corresponde àquela em que o resultado referente a algum parâmetro obtido por
diferentes medidores, de diferentes fabricantes ou marcas, seja, dentro de faixas de
erro aceitáveis ou pré-definidas, o mesmo quando esses medidores recebem os
mesmos sinais de entrada. Esta situação ideal, no entanto, pode não ser verificada
na prática em alguns casos, seja em função de questões conceituais do tipo de
tratamento dos sinais, sistemática de cálculo aplicada, algoritmo utilizado, ou mesmo
em função de diferenças relacionadas à falta de sincronismo entre os diversos
registradores, diferentes resultados podem ser obtidos para um mesmo parâmetro
ainda que os sinais de entrada sejam idênticos para todos os medidores e
registradores. Dependendo da faixa de valores dentro das quais os diferentes
resultados obtidos se encontram a viabilidade de avaliação deste determinado
parâmetro, visando estabelecimento de limites legais permissíveis, enquadramento
em relação a algum tipo de legislação vigente ou mesmo tomada de decisão técnica,
pode ser comprometida em função da impossibilidade de estabelecimento de uma
referência básica, ao tratar de normas de instalação dos medidores citamos a NBR
14519 e a IEEE 1459 que trata das especificações dos mesmos

1.2.1 NBR 14519

Os medidores devem ser projetados e construídos de modo que evitem


gerar qualquer perigo nas condições normais de uso, de modo a assegurar
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especialmente a segurança pessoal contra choques elétricos e os efeitos de


temperaturas excessivas, a proteção contra a propagação de fogo, a proteção
contra a penetração de objetos sólidos, poeira e água.

Características elétricas faz referência a tensões nominais, a tensão nominal


dos medidores deve ser: 120 V; 240 V. Corrente nominal e máxima, nos medidores
monofásicos a corrente nominal deve ser 15 A e a corrente máxima deve ser 100 A.
Nos medidores polifásicos para medição direta a corrente nominal deve ser de 15 A
ou de 30 A e a corrente máxima deve ser 120 A ou 200 A, respectivamente.

O valor padronizado para a freqüência nominal é de 60 Hz.

A disposição dos terminais do medidor deve ser do tipo Linha-Carga. As


ligações internas dos medidores devem estar de acordo com as figuras:

Disposição dos terminais e esquema de ligação internas dos medidores de


energia elétrica monofásico

Figura 1- Ligações internas, Fonte:NBR 14519

Disposição dos terminais e esquema de ligação internas dos medidores de energia


elétrica monofásico a três fios.
15

Figura 2- Ligações internas, Fonte: NBR 14519

Disposição dos terminais e esquema de ligação interna dos medidores de


energia elétrica polifásicos de dois elementos de medição, tres fios, com neutro
central, para medição direta

Figura 3- Ligações internas, Fonte: NBR 14519

Disposição dos terminais e esquema de ligação internas dos terminais dos


medidores de energia elétrica polifásicos de medição, três fios, para medição
indireta
16

Figura 4- Ligações internas, Fonte: NBR 14519

Disposição dos terminais e esquema de ligação internas dos terminais dos


medidores de energia elétrica polifásicos de medição, três elementos, quatro fios
ligação estrela ou triângulo, para medição direta

Figura 5- Ligações internas, Fonte: NBR 14519


17

1.2.2 Quanto ao dimensionamento:

Figura 6- Dimensionamento, Fonte: NBR 14519

Quanto ao isolamento os medidores devem possuir distâncias mínimas de


isolamento e escoamento conforme especificado

Figura 7- Dimensionamento, Fonte: NBR 1451


18

1.2.3 normativa IEC

A Norma IEC 61000, parte 4-30 (IEC, 2003) trata da definição de métodos de
medição e interpretação de resultados no que se refere à medição e ao registro de
variáveis e índices relacionados com a qualidade em sistemas de fornecimento de
energia elétrica. Seu objetivo básico é servir como referência em termos de
desempenho de equipamentos destinados à avaliação dos parâmetros de qualidade
de energia no sentido de padronizar procedimentos de medição.
De acordo com a Norma IEC 61000-4-30 (IEC, 2003) os instrumentos
destinados à avaliação da qualidade de energia são classificados em duas classes
de acordo com o desempenho. Classe A quando medições de alta precisão são
exigidas, principalmente nos casos de disputas contratuais ou de comparações de
instrumentos com relação a alguma norma estabelecida. Dois medidores Classe A
fornecerão os mesmos resultados a partir dos mesmos sinais dentro das faixas de
exatidão estabelecidas por esta Norma (IEC, 2003). Os medidores classificados
como Classe B serão, então, destinados a medições de propósitos estatísticos,
avaliações técnicas gerais e na avaliação de situações envolvendo falhas em
equipamentos onde alta precisão não seja necessária. Para instrumentos Classe A é
recomendado na medição de tensão, harmônicas e desequilíbrio de tensão, a
utilização de janelas de 12 ciclos da frequência fundamental de 60Hz. Cada janela,
então, constitui o intervalo de tempo base na avaliação dos valores eficazes e estes
valores deverão ser agregados no tempo usando a raiz quadrada da média
aritmética dos valores obtidos para cada conjunto de 12 ciclos. Os tempos de
agregação deverão ser de 3 segundos, 10 minutos e 2 horas. Algumas
considerações são, também, feitas com relação à incerteza da base de tempo de
referência utilizada no equipamento Classe A, que não deve exceder 10s para cada
período de 24 horas, assim como ao possível uso de referência de tempo com
sincronização periódica via GPS.
Para instrumentos Classe B, o fabricante do mesmo, segundo indicado em
IEC 61000-4-30 (IEC, 2003), determinará os tempos de agregação disponíveis
assim como duração da janela base e incertezas em termos de base de tempo
utilizada.
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Os parâmetros a serem medidos, no que se refere à tensão, serão a


frequência do sinal fundamental, o valor eficaz, cintilação (“flicker”), variações
momentâneas (“sag”, “swell”), interrupção, transientes, desequilíbrio, harmônicas,
inter harmônicas, e sinais utilizados para 74 comando sobrepostos à tensão de
fornecimento.
Para instrumentos Classe A, as leituras de frequência devem ser obtidas para
períodos de 10 segundos. A frequência deve ser determinada a partir da divisão
entre o número de ciclos integrais (de 50 ou 60 Hz), contados no intervalo de 10
segundos, pelo tempo total de duração do número inteiro de ciclos. A incerteza da
medição de frequência não deve exceder ± 0,01 Hz e ser feita em um canal de
referência. Para instrumentos Classe B, outros métodos poderão ser utilizados na
avaliação deste parâmetro e o fabricante do instrumento deve informar qual foi
escolhido.
No que se refere aos instrumentos Classe A, para sistemas com frequência
nominal de 60 Hz, os valores de tensão eficaz deverão ser determinados a partir de
janelas consecutivas de 12 ciclos de duração, enquanto para sistemas operando
com frequência nominal de 50Hz, janelas consecutivas de 10 ciclos. As janelas
deverão ser adjacentes e não deverá haver sobreposições. Este método deverá ser
aplicado para avaliação de valores eficazes de sinais de tensão “quase-
estacionários”, não sendo indicado para avaliação de situações envolvendo
transientes, interrupções ou variações momentâneas de tensão. Nos valores
eficazes da tensão e da corrente estarão inclusas as influências das componentes
harmônicas e inter harmônicas do sinal dentro da faixa de freqüências
disponibilizada pela taxa de amostragem utilizada. Isto implica no importante fato de
que os valores eficazes de tensão e corrente, para medidores digitais, são função,
também, da taxa de amostragem. A incerteza da avaliação não deverá exceder ± 0,1
%. Os tempos de agregação padrão deverão ser de 3 segundos, 10 minutos e 2
horas.
Para instrumentos Classe B, a duração da janela poderá ser especificada
pelo fabricante e a incerteza não deverá exceder ± 0,5 %, sendo os tempos de
agregação da mesma forma determinados.
As componentes simétricas de tensão e de corrente, para as diversas
frequências harmônicas de ordem h, são determinadas através do uso da matriz de
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decomposição conforme Sistema trifásico desequilibrado em termos de tensões (ou


correntes) pode ser representado pela soma de três sistemas simétricos
denominados (i) sistema de sequência positiva, (ii) sistema de sequência negativa e
(iii) sistema de sequência zero. De acordo com a Norma IEC 61000-4-30 (IEC,
2003), o conceito de componentes simétricas pode ser útil na avaliação de alguns
tipos de falhas em sistemas trifásicos. A partir da avaliação das componentes
simétricas de tensões e correntes presentes, algumas conclusões podem ser tiradas
a respeito de possíveis falhas como, por exemplo, queima de fusível em uma única
fase, assimetrias em bancos trifásicos de capacitores, etc.
O desequilíbrio de tensão, para instrumentos Classe A, deverá ser avaliado
através do método das componentes simétricas. O desequilíbrio será obtido através
da divisão do valor da componente simétrica de sequência negativa pelo valor da
componente simétrica de sequência positiva das tensões fundamentais obtidas
através do uso de DFT (Transformada Discreta de Fourier) ou através de filtragem
para minimização dos efeitos das componentes harmônicas. A incerteza deverá ser
menor que ± 0,15 do valor percentual indicado. Desta forma, um instrumento cujos
sinais de tensão aplicados apresentem desequilíbrio de 1% deverá indicar uma
leitura entre 0,85 % e 1,15 %. Da mesma forma que para os parâmetros anteriores,
a janela a ser considerada deverá ser de 12 ciclos da fundamental de 60Hz.
Para instrumentos Classe B, o método de cálculo e as incertezas serão
determinados de acordo com o fabricante.
Pela influência do valor de outro parâmetro, a Norma IEC 61000-4-30 (IEC,
2003) estabelece as faixas aceitáveis de erro na medição de um determinado
parâmetro considerando as possíveis variações ou situações de distúrbio dos
demais dentro de determinadas faixas. São propostas tabelas a serem utilizadas
para testes de instrumentos que efetivamente forneçam tais parâmetros
relacionados à qualidade de energia. O uso deste procedimento irá determinar,
então, se um instrumento pode ser classificado como Classe A para todos ou
somente para alguns parâmetros específicos.
Parte das informações e orientações fornecidas na Norma IEC 61000-4-30
(IEC, 2003) está relacionada aos procedimentos a serem adotados para realização
de medições para avaliação de parâmetros de qualidade de energia. São fornecidas
informações gerais sobre precauções a serem tomadas durante a instalação de
21

medidores, características dos transdutores de tensão e corrente, classificação de


eventos entre outros. Estes aspectos não serão comentados aqui em função de que,
embora importantes no contexto geral, não são significativos no que se refere ao
trabalho desenvolvido em si

2. EVOLUÇÃO DOS MEDIDORES

Esta seção contém um breve histórico da maioria das empresas que tenham
fabricado medidores de Watts-hora (Wh), apontando os que tiveram mais destaques
no desenvolvimento a partir do primeiro até os de hoje, modelos eletrônicos
altamente precisos.
Antes de 1870, o uso de energia elétrica se restringia ao telefone e ao
telégrafo. Os primeiros usos de medidores de eletricidade foram empregados na
operação de lâmpadas ligadas em série. Uma vez que a tensão era constante e a
corrente exigida de cada lâmpada era conhecida e todas eram controladas por um
interruptor, foi suficiente apenas para medir o gasto das lâmpadas em um tempo
determinado (lâmpada-horas).
1872: Samuel Gardiner leva a conhecer a primeira patente sobre um contador
de energia que consistia em uma lâmpada com um contador de corrente
DC(contínua) controlado por um relógio com um eletroímã que começou e parou o
mecanismo.

Figura 8- Medidor de lâmpada-hora de Samuel Gardiner.


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1878: Fuller JB leva a uma patente de um relógio contador de lâmpada em


corrente AC (alternada) que foi operado por uma armadura vibrável entre duas
bobinas. Após a invenção da lâmpada incandescente por Edison em 1879 e à
subdivisão da iluminação individual para controle das luzes, já não era prático para
medir a lâmpada-hora, mas esta prática continuada (com arco-lâmpada circuitos de
iluminação pública) para 1890.

Figura 9 - Medidor de Lâmpada-Hora de 1878, J.B. Fuller.

1882: Edison deu o arranque da primeira companhia elétrica com iluminação


incandescente. Inicialmente ele começou a sair com uma medição por lâmpada. Este
não era satisfatório, então ele desenvolveu contador químico de amperes – hora que
consistiu em duas chapas de zinco ligado através de um shunt no circuito do cliente.
A cada mês os eletrodos do cliente eram pesados e determinados os gastos a partir
desse processo. Porém este método era ineficiente e ocorriam muitos erros.
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Figura 10 - Medidor químico de energia de Edison.

1884: George Westinghouse estabelece a União Switch Signal & Co. , em


Pittsburgh, Pensilvânia. William Stanley junta em breve a nova empresa, seguido por
Oliver B. Shallenberger que renunciou à Marinha para ocupar o seu interesse em
eletricidade.
1885: Westinghouse compra direitos para os E.U. um transformador
patenteado na Europa por Gaulard e Gibbs. Stanley tomou esta concepção bruta a
refiná-lo em uma versão comercialmente utilizável. (Thomson já tinham desenvolvido
um sistema semelhante independente de transformador a cerca de 1879).
Depois que o transformador foi comercialmente viável, que ajudaram a tornar o atual
sistema de transmissão e distribuição AC possíveis, pois não havia nenhum dos
inconvenientes da DC, na altura (queda de tensão em longas filas e à falta de um
caminho fácil para aumentar ou diminuir a tensão). Houve um grande obstáculo, no
entanto: não houve registro de medição com precisão do uso de eletricidade em
circuitos AC.
1885: Galileo Ferraris de Turim, Itália faz uma descoberta chave que duas
das fases AC no campo poderia fazer a armadura girar. Esta descoberta incentivou
desenvolvimento de motores de indução de tempo, bem como preparando o
caminho para o desenvolvimento da indução de um tipo de contador de watts-hora.
1886: Professor Forbes de Londres, Inglaterra surgiu com o primeiro medidor para
uso em circuitos AC que utilizou um aquecedor ligado ao circuito em que operou um
pequeno moinho ligado a um registro. Infelizmente, esse medidor era demasiado
delicado para uso comercial.
A União Switch Signal & Co. re-organiza para a Westinghouse Electric &
Manufacturing Co., em seguida, para explorar o novo sistema AC de transmissão e
distribuição. William Stanley era o engenheiro eletricista chefe, e sob ele, era o
eletricista Shallenberger.
Em torno dessa vez, Elihu Thomson começa o desenvolvimento de uma
gravação wattímetro, Duncan e Thomas (que tinha emigrado da Escócia) foi uma
das pessoas envolvidas com este projeto.
24

1888: A Fort Wayne Light Electric Co precisava de capital adicional para


expandir suas operações então eles contataram a Thomson-Houston Electric Co. e
eles compraram uma participação de controlo na companhia dele. E desta vez, um
sistema de iluminação foi desenvolvido por Slattery e foi adicionado linha de
produtos à Fort Wayne Electric Co.. Uma parte desse sistema foi um contador de
lâmpadas horas um pouco complexo.
Em abril deste ano na Westinghouse, OB. Shallenberger e um assistente
estavam trabalhando em um novo arco lâmpada AC e uma mola caiu e parou em um
ressalto no interior da lâmpada. O assistente estava indo colocá-la de volta e quando
reparou que a mola rodava. O assistente se ocupou em descobrir por que. Depois
ele percebeu que a mola havia rodado devido à rotatividade de campos elétricos na
lâmpada, ele concebeu um medidor de amperes-hora AC em apenas 3 semanas, e
que colocou no mercado 3 meses mais tarde. Mais de 120.000 medidores
Shallenberger amperes-hora foram vendidos ao longo dos próximos 10 anos. Este
foi o primeiro verdadeiro contador watts-hora e foi um sucesso comercial imediato,
muitos utilitários adotaram-no como seu modelo "padrão". Embora este medidor fora
inicialmente concebido para utilização em circuitos AC, ela funcionou tão bem com o
circuito DC em uso no momento. A introdução era de rápida aceitação e no final dos
anos 1890 um medidor de watts-hora do tipo a indução foi utilizado no comutador do
medidor de circuitos DC.
A Edison Electric Light Company vai para tribunal contra um dos vários
concorrentes, alegando violação de patente de sua (a ação foi realmente depositada,
1886), e uma amarga luta continuou durante os próximos dois anos. (Pouco antes de
iniciado o julgamento, as várias empresas produtoras Edison criaram a Edison
General Electric Co.)
Um dos primeiros medidores desenvolvido por Duncan para Fort Wayne
Electric. Co. Foi um contador de amperes-horas em AC que era similar ao contador
de Shallenberger.
1891: Edison General Electric Co. Vence ação judicial sobre a patente da
lâmpada elétrica, e a Thomson-Houston abre as negociações com a Edison General
Electric para a fusão das duas empresas. Eles mantiveram patentes que
complementou uns aos outros, especialmente Edison da lâmpada e da Thomson
25

sistema de distribuição em corrente alternada. Além disso, ficou difícil oferecer


determinados dispositivos sem infringir as patentes umas das outras.
1892: Thomson-Houston e Edison General Electric fundi-se à General Electric Co.
Duncan desenvolve o primeiro medidor a indução de watts-hora que usa um único
disco, tanto em relação ao elemento de condução e de travagem, mas este modelo
não entrou em produção efetiva.

Figura 11 - Wattímetro-registrador de Thomsom e Duncan.

1893: Siemens & Halske da Alemanha E.U. abre uma filial em Chicago.
Inicialmente, todos os empregados eram alemães, mas com o tempo, os locais
foram contratados. Esta empresa vendeu a maioria de instrumentos de medição
elétrica, mas acabou oferecendo um modelo de contador de watts-hora.
Nikola Tesla tem uma patente, a descoberta do princípio do motor à indução. Houve
uma violação de patente. Esta foi apenas uma das muitas patentes de Tesla mais
tarde comprados por George Westinghouse.
1894: Com o rápido crescimento da indústria elétrica, neste momento, a
corrente AC foi agora usada para no funcionamento de motores, e os medidores de
amperes-hora existentes do tipo comutador medidores de watts-hora foram
incapazes de levar em conta diversos fatores como tensão e baixo fator de potência
em circuitos AC. Vários inventores trabalharam para desenvolver um novo medidor
que satisfizesse essa necessidade, mas Shallenberger bateu sobre a abordagem
mais viável - um pequeno motor de indução a tensão e corrente com bobinas a 90
26

graus entre fase. Este conceito foi refinado para o primeiro contador produzido
comercialmente de watts-hora a indução. Este modelo foi um dos mais pesados
jamais oferecidos a 41 libras e um dos mais caros do seu tempo.
1896: Ludwig Gutmann abordagens Illinois Watch Co., em Springfield, Illinois, projeta
um medidor watts-hora a indução.
Em resposta a uma necessidade de um contador que iria trabalhar em um
circuito polifásico, Shallenberger modificou seu medidor watts-hora para uso em
circuitos polifásicos, mas com o espaçamento dos estatores muito perto e da
utilização de um disco sólido resultou no medidor menos preciso do que o esperado.
1897: O medidor de watts-hora de Shallenberger perdeu mercado por ser muito
grande, pesado e caro. Shallenberger muito doente fica impossibilitado de
redesenhar o medidor, tarefa essa passada e realizada com muito primor por dois
outros engenheiros (HP Davis e Frank Conrad). O seu resultado foi o menor e mais
leve medidor, com apenas 12 quilos e mais barato medidor conhecido ficando tão
popular quanto o wattímetro de Thomson tinha sido poucos anos antes.
A GE introduz seu primeiro contador a indução, o wattímetro Thomson. Este medidor
usava uma taça em forma de rotor para o elemento de condução e um disco
separado para o freio.
Robert C. Lanphier formou em Yale e voltou para sua cidade natal,
Springfield, Illinois para as férias de verão do Leste antes de voltar a trabalhar para a
GE. Na vila Picnic, ele foi abordado por Jacob Bunn (vice-presidente de Illinois
Watch Co.) e introduziu o modelo a Gutmann's. Lanphier se junta a Gutmann e eles
trabalham sobre a melhoria para um modelo mais utilizável.
Duncan desenvolve um medidor watts-hora em Fort Wayne Electric Corp, este
semelhante ao medidor da GE Thomson wattímetro exceto que ela era um tipo de
indução com uma taça em forma de rotor.
27

Figura 12 - Medidor de Watt-hora de Duncan.

1899: A Fort Wayne Electric Works oferece uma nova linha de medidores
watts-hora desenhado por EJ King e estes contadores foram diferentes de todos os
outros medidores sendo oferecido com seus Imãs com freio vertical e a disposição
dos enrolados à volta da taça em forma de rotor. Além disso, procura uma linha de
aparelhos que foi desenvolvido e vendido através deste ramo.
A GE introduz sua primeira tentativa em um contador polifásico conhecida
simplesmente como a Thomson polifásico wattímetro. Este medidor era maciço,
devido ao grande disco e amplamente espaçados estatores em uma tentativa de
eliminar as interferências entre os estatores. Não era muito popular pois a indústria
preferia uma forma mais compacta de contador.
Um engenheiro da Westinghouse (Paul McGahan) surge com um design funcional
para os contadores polifásicos. Dois medidores monofásicos eram instalados e
tinham o eixo e registrador comum. Este projeto foi aprovado por todos os
fabricantes e construído em várias formas até 1969.
Schlumberger da França compra Sangamo Electric Co. e movido metros
produção a partir da instalação original em Springfield, IL Sangamo de um para outro
em plantas do Oeste União, SC.
Com os avanços na eletrônica, na década de 1970, os fabricantes (assim
como algumas empresas de terceiros) começou introdução de registradores
eletrônicos e dispositivos de medição e leitura automáticos.
Em meados dos anos 1980, os fabricantes estavam oferecendo contadores
híbridos com registradores eletrônicos montado em medidores do tipo indução.
1990: ABB Suíça compra a Westinghouse.
28

Até ao início de 1990, novos progressos no domínio da eletrônica permitiram


a fabricantes de começar a introdução de contadores que foram totalmente
informatizados e utilizados sem partes móveis (para além dos parâmetros utilizados
implementar várias funções novas no medidor). Após a aceitação dos novos
contadores eletrônicos, os fabricantes começam a criar modelos, do tipo indução,
polifásicos a partir de suas linhas de produtos, e quando se tornaram viáveis e
populares, os modelos eletrônicos monofásicos, todos os 4 fabricantes
interromperam a produção dos modelos monofásicos.
1998: a Siemens da Alemanha compra a Landis & Gyr a divisão de medição e
a renomeia Siemens PT & D.
Nos últimos anos, tem havido mudanças adicionais:
General Electric transfere a produção de medidores de Somersworth, NH – E.U.A.
para a fábrica de medidores no México.
P & D Siemens foi vendida para um grupo diferente de investidores e renomeada
Landis + Gyr. As operações de medição da Schlumberger foram vendidas a Itron.
ABB a divisão de medidores foi vendida e renomeado Elster Electricity.
Landis + Gyr transferiu as suas operações fabris de Lafayette, IN para o México.
Hoje, as quatro maiores empresas (Landis + Gyr, GE, Itron e Elster) atuam
principalmente na fabricação de contadores eletrônicos, mas ambos Landis + Gyr e
Elster continuam a oferecer alguns modelos eletromecânicos.
Empresas como a Nansen S/A Instrumentos de Precisão, a IMS Power Quality, a
Tecno Service – Gerenciamento de Energia, a Minulight – Eletrônica Ltda, a Kron
Medidores e a Actaris fabricam medidores de energia elétrica do tipo eletrônico
também chamados de Supervisor Digital. Seguem padrões internacionais de
configuração e calibragem.
No Brasil os aparecimentos dos medidores de energia elétrica eletrônicos
começaram a surgir no final da década de 80 e início da década de 90 e até hoje
vêm se aperfeiçoando e implementando novos serviços.
Nos tempos de hoje, existe a possibilidade de serviços pré-pagos e medidores
ajustados para tal função como podemos ver na figura 6 abaixo.
29

Figura 13 – Medidor eletrônico com possibilidade de energia elétrica pré-paga.

3. MEDIDORES DE QUILOWATT-HORA ATUAIS

A energia elétrica disponibilizada pelas concessionárias para o consumidor


final é quantificada através de um equipamento denominado “Medidor”. Este
equipamento é caracterizado por padrões técnicos dos órgãos oficiais de metrologia
e apropriado às suas normas. O medidor mais utilizado pelas concessionárias em
aplicação residencial de grupo B1, na sua maioria, é o medidor eletromecânico,
devido ao fato de seu baixo custo e disponibilidade, visto que sua utilização como
meio de medida do consumo é antiga, e foi aperfeiçoado ao longo do tempo.
O medidor eletromecânico de potência ativa conforme pode ser visto na figura
7 possui uma bobina de corrente que conduz a corrente de linha, e a bobina de
potencial mede a tensão submetida através da linha. Ambos os enrolamentos são
feitos sob uma estrutura metálica de forma a criar dois circuitos eletromagnéticos.
Um disco leve de alumínio é suspenso na região do campo magnético criado pela
bobina de corrente. Neste disco são induzidas correntes parasitas ou correntes de
Foucault de modo a fazer com que o disco gire no seu próprio eixo. O número de
rotações do disco é proporcional à energia consumida pela carga em um certo
intervalo de tempo, e a medida é feita em quilowatt-hora (kWh).
30

Figura 14 – Mecanismos do medidor eletromecânico.

A indicação é feita através de mecanismos semelhante a ponteiros de


relojoaria, portanto assim é conhecido popularmente por relógio. Pode ser visto na
figura 8 o medidor com disco central de alumínio um dos equipamentos medidor
mais conhecido atualmente.

Figura 15 - Medidor da Westinghouse Electric Corporation


31

Figura 16 – Medidor da Minulight Eletrônica LTDA.

No medidor eletrônico de potência ativa, conforme pode ser visto na figura 10,
uma amostra da tensão e da corrente fornecida à carga é transferida a um sistema
microprocessado que, de forma digital, calcula a potência e a energia consumida
pela carga. A figura 11 mostra algumas das características que um medidor
eletrônico de energia elétrica pode ter e a figura 12 mostra a indicação através de
tela de LCD.

Figura 17 – Funcionamento do Medidor Eletrônico de Energia Elétrica.


32

Figura 11– Características Funcionais do Medidor Eletrônico de Energia Elétrica.

A indicação é feita através de uma telinha de LCD como pode ser visto na
figura 12.

Figura 18 – Medidor Eletrônico de Energia Elétrica.

3.1. Precisão do medidor eletromecânico

Os medidores eletromecânicos de indução utilizados com a finalidade de


faturamento do consumo de energia de uma instalação são normalmente da classe
2.0, ou seja, possuem erro máximo de ±2% do valor indicado para sua faixa nominal
de operação, dentro do tempo de vida previsto para seu funcionamento. Embora
33

seja um valor relativamente alto, considerando as perdas que podem onerar tanto o
fornecedor quanto o consumidor de energia elétrica, torna-se aceitável quando se
considera o acréscimo de custos que representaria a utilização massiva de
instrumentos com uma faixa de precisão mais elevada.

3.1.1. Limitações dos medidores eletromecânicos

O medidor eletromecânico de indução apresenta, devido às suas


características operacionais de construção, como o uso de componentes indutivos
tais como as bobinas, algumas limitações e restrições para que sua operação seja
confiável. Alguns fatores podem ser citados, como:

a) Interferência na operação na presença de corrente contínua: Por se tratar de


um instrumento concebido para a utilização com correntes alternadas, a presença de
componentes de corrente contínua afeta a precisão do medidor, por produzirem
deformações nos fluxos magnéticos produzidos, podendo inclusive levar à saturação
os núcleos ferromagnéticos das bobinas do medidor;

b) Precisão variável conforme a condição de operação: Os medidores


eletromecânicos de indução possuem uma faixa bem definida de operação na qual
apresentam a precisão nominal. Para valores muito baixos de potência a precisão
diminui, pois o atrito do conjunto mecânico é alto em relação ao torque
eletromagnético produzido pelo disco;

c) Sensibilidade mecânica: Os mecanismos destes instrumentos são sensíveis a


vibrações e choques produzidos por elementos externos, dificultando sua aplicação
em ambientes mecanicamente instáveis ou em aplicações embarcadas.

3.2. Precisão de medidores eletrônicos

Medidores eletrônicos de energia são construídos normalmente na classe


0.8%, porém a maioria dos medidores encontrados no mercado possui classe de
34

precisão de 0.5% a 2%. A facilidade em se obter instrumentos de precisão mais


elevada decorre principalmente do fato de inexistir limitações mecânicas nos
elementos envolvidos no processo de medição e registro, e também da possibilidade
de se empregar sensores de maior precisão. A figura 13 representa um medidor
monofásico para aplicação residencial. A figura 14 representa um medidor trifásico
com aplicação residencial e industrial com precisão especificada pelo fabricante de
1% e a figura 12 representa um medidor polifásico com aplicação industrial de
precisão classe 1 e 2. (de 1% a 2%).

Figura 19 - Medidor eletrônico monofásico de aplicação residencial


35

Figura 20 - Medidor eletrônico trifásico de aplicação residencial e industrial com precisão de 1% dita
pelo fabricante.

Figura 21 - Medidor eletrônico polifásico de aplicação industrial com precisão de 1% dita pelo
fabricante.

3.2.1. Limitações dos medidores eletrônicos

Pelo fato do emprego de circuitos e dispositivos baseados em


semicondutores, o medidor eletrônico pode se mostrar um equipamento sensível a
surtos de tensão eventualmente presentes no sistema de distribuição. O projeto do
dispositivo envolve necessariamente cuidados para que estes tipos de eventos não
comprometam o funcionamento dos componentes sensíveis, preservando a
confiabilidade e precisão do equipamento de medida.

3.3. Princípio De Funcionamento Medidor Potência Ativa Eletromecânico

Princípio de funcionamento dos medidores eletromecânicos são através das


interações entre os campos gerados por uma Bobina de Potencial e por uma Bobina
de Corrente proporcionam a rotação de um disco de alumínio magneticamente
suspenso.
O medidor eletromecânico de potência ativa possui uma bobina de corrente
que conduz a corrente de linha, e a bobina de potencial mede a tensão submetida
através da linha. Ambos os enrolamentos são feitos sob uma estrutura metálica de
forma a criar dois circuitos eletromagnéticos. Um disco leve de alumínio é suspenso
na região do campo magnético criado pela bobina de corrente. Neste disco são
induzidas correntes parasitas ou correntes de Foucault de modo a fazer com que o
disco gire no seu próprio eixo. O número de rotações do disco é proporcional à
36

energia consumida pela carga em um certo intervalo de tempo, e a medida é feita


em quilowatt-hora (kWh).

Figura 22 e 23 - Medidor eletromecânico monofásico de aplicação residencial e seu mecanismo de


medição.

3.4. Medidor de Fator de potência

Um medidor de fator de potência é um tipo de eletro-dinamômetro que mede


o movimento feito por duas bobinas móveis orientadas perpendicularmente uma em
relação à outra. O método de ligação deste tipo de medidor de fator de potência, em
um circuito trifásico, apresentado na Figura 18. As duas bobinas estacionárias, S e
S1, são ligadas em série na Fase B. Bobinas M e M1 são montadas sobre um eixo
comum, que é livre para se deslocar sem restrições ou controle através de molas.
Estas bobinas são conectadas em série com Resistores da Fase B à Fase A e da
Fase B à Fase C. Na unidade de fator de potência, conduzem um potencial através
da bobina provocando atrasos na fase B de até 30 °; assim, as bobinas são
equilibradas na posição mostrada na figura 18. Uma mudança no fator de potência
fará com que o potencial na bobina tornam-se maior que o potencial na bobina para
ser mais fora da Fase B, de forma que o elemento em movimento, o ponteiro,
assume uma nova posição de equilíbrio para mostrar o novo fator de potência.
37

Figura 24 – Esquemático de um medidor trifásico de fator de potência

Já no medidor eletrônico uma amostra da tensão e da corrente é fornecida à


carga e transferida a um sistema microprocessado que, de forma digital, calcula a
potência e a energia consumida pela carga.

Figura 25 e 26 - Medidor eletrônico monofásico de aplicação residencial e seu mecanismo de


medição.
38

4. MEDIDORES ELETRÔNICOS INTELIGENTES

A ideia de se desenvolver um medidor eletrônico de energia elétrica foi a


evolução do Projeto P&D-2002, da ANEEL, proposto pela UFRJ em conjunto com
a LIGHT, para medição remota de consumo. No projeto foi desenvolvida uma
placa que se comunicava através da rede de distribuição, permitindo ser acoplada
ao medidor eletromecânico e monitorar seu funcionamento. Dessa forma, o
circuito seria capaz de enviar informações internas como o valor do totalizador e a
presença das fases. O sistema ainda permite o corte e a religação do fornecimento
de forma remota.
Este equipamento está sendo bastante procurado nos dia de hoje por
empresas distribuidoras de energia para substituir o sistema convencional de
medição. No sistema atual a empresa necessita de pessoas para ir até o
estabelecimento consumidor e registrar o consumo. Esse método de realizar o
serviço de leitura do consumo envolve um custo operacional, com pagamento de
funcionários, transporte e material de trabalho. Além disso, como todo o trabalho é
manual, ele torna-se lento, com possibilidade de erros no registro das
informações.
Dentro deste contexto, a medição remota de consumo, conhecida
internacionalmente como AMR (Automatic Measurement Reading), é, sem dúvida
alguma, uma tecnologia promissora para as concessionárias de energia elétrica.
Implantar um sistema automático para a leitura do consumo permite o
conhecimento da curva de demanda, a identificação precisa da freqüência e
duração das falhas no fornecimento (FEC e DEC) e o corte e religação remotos de
clientes inadimplentes. Assim, a empresa pode melhorar o seu desempenho e
aumentar o lucro final.Com a tecnologia disponível hoje é possível realizar um
sistema completamente automático para medição do consumo.
Entretanto, o que ainda atrasa a migração para a medição remota é o custo
de um medidor eletrônico quando comparado ao convencional eletromecânico.
Medidores eletrônicos são caros porque utilizam componentes com grande
precisão e possuem, ainda, baixa escala da produção.
39

4.1 Tendência

No mercado de energia a demanda está crescendo em todo planeta, a


necessidade de substituir a infra estrutura antiga, a necessidade de uma sistema de
energia global em uma base sustentável. Foi desenvolvido um sistema com
capacidade de otimização sistemática do mercado de energia, um sistema de rede
inteligente (Smart Grid).
Smart grid é a troca dos antigos medidores analogicos por modelos digitais
equipados com modernos chips de controle que podem entre outras coisas mostrar
aos consumidores quanta energia se está consumindo e em qual horário do dia,
permitindo que as distribuidoras possam oferecer preços menores em horários que
não existe uma maior demanda, estimula uma redução de 15% para os
consumidores com essa nova tecnologia segundo dados da Agência nacional
Esse sistema permite interligação por meio de redes inteligentes que
também pode ser utilizado pela concessionária para o combate de ligações
irregulares.

Figura 27-A smart grid: Comunicação inteligente entre todos os usuários da cadeia de conversão de
energia. Fonte: Siemens
40

As smart grids são redes inteligentes de transmissão e distribuição de


energia com base na comunicação interativa entre todas as partes da cadeia de
conversão de energia. As smart grids conectam unidades descentralizadas de
geração grandes e pequenas com os consumidores para formar uma estrutura
ampla. Elas controlam a geração de energia e evitam sobrecarga da rede, já que
durante todo o tempo apenas é gerada tanta energia quanto o necessário.

Um dos principais componentes das smart grids é o medidor inteligente. A


medição inteligente ajuda a coordenar a geração de energia e o consumo de energia
de modo mais eficiente, especialmente se a proporção de fontes de energia
renovável

Figura-28 Ciclo de rede. Fonte:Autor

A maior eficiência e controle do fluxo de energia oferecido pelas smart grids


proporcionam um conjunto variado e abrangente de benefícios para consumidores,
concessionárias de energia e para o próprio sistema elétrico como um todo. O
coração deste sistema são os medidores eletrônicos inteligentes, versões mais
modernas que os medidores convencionais, que disponibilizam uma série de
funcionalidades inovadoras, como o envio de eventos e alarmes, além da
possibilidade de medição remota.
41

Figura- 29 Rede elétrica com medidores inteligentes. Fonte: Qualificando

Os benefícios para os consumidores não param por aí. No futuro, as smart


grids permitirão aos clientes das empresas que distribuem energia, um
acompanhamento mais rigoroso do consumo, muitas vezes obtendo as informações
de forma instantânea. Não será preciso esperar a conta de energia chegar ao
término do mês para tomar providências com relação à conta de energia. Também
permitirá a programação remota de acionamentos e desligamentos de aparelhos
eletrodomésticos, de forma a permitir um aproveitamento do consumo de energia
nas residências.
Para as concessionárias de energia, as redes inteligentes também poderão
trazer vantagens em relação aos sistemas elétricos convencionais. Será possível a
identificação instantânea e precisa de uma queda no fornecimento na rede e a
realização automática de manobras necessárias para viabilizar um pronto
restabelecimento do fornecimento. Outra vantagem é possibilitar um conhecimento
mais profundo do comportamento do consumo dos clientes, o que tornará possível
um melhor planejamento da ampliação da oferta, além de ajustar o sistema para
essas características. Outro benefício desse conhecimento será a possibilidade de
estabelecer um controle mais apurado de fraudes comerciais ou de perdas
operacionais de energia, que podem ser identificadas mediante mudanças no
comportamento do consumo.
As smart grids também vêm sendo apontadas como uma ferramenta
providencial para os países se ajustarem às demandas resultantes do Protocolo de
Kyoto. Os sistemas de geração de energia dos países desenvolvidos, em particular,
42

são baseados no consumo de combustíveis fósseis, considerados os principais


emissores de gases causadores do efeito estufa. Nesses países, as redes
inteligentes são apontadas como o instrumento que permitirá a disseminação de
fontes renováveis de energia, por meio dos conceitos de geração distribuída e
microgeração.

Figura-30 Smart Grid Redes inteligentes. Fonte: Autor

4.2. A Topologia do Sistema de Medição Remota de Consumo (Amr)

Em uma arquitetura de medição remota de consumo os medidores de


energia se comunicam eletronicamente a um concentrador local. Este
concentrador, que pode ser implementado por um computador portátil, é
responsável por armazenar as informações de consumo de todos os medidores
conectados ao mesmo barramento.
Um sistema AMR pode estar baseado nos medidores eletromecânicos
atualmente utilizados para tarifar o consumo de energia, sem que haja a
necessidade da substituição. Nessa situação, é desenvolvido um circuito
eletrônico para monitorar o medidor eletromecânico e armazenar a informação de
consumo. Ao comando de requisição, este circuito embarcado no medidor
eletromecânico envia os dados para o concentrador. Essa solução pode ser
43

interessante na medida em que utiliza os medidores já adquiridos pela empresa,


evitando um alto investimento na troca por novos medidores.
Uma outra opção é a substituição dos medidores eletromecânicos por
eletrônicos. Dessa forma, o sistema de comunicação e monitoramento eletrônico
do consumo de energia já estariam embutidos dentro do circuito do medidor.
Na topologia AMR, cada medidor deve possuir um endereço distinto para
que possa ser identificado na linha. Por exemplo, em um condomínio, todos os
medidores deverão estar conectados através de uma rede comum a um mesmo
computador que deverá realizar pedidos regulares de leitura dos totalizadores e
armazenar estes dados.

Figura-31 Conexão entre medidores central, central servidor. Fonte: Autor

Em seguida, as informações de consumo concentradas em um único ponto


deverão ser enviadas a um servidor da companhia de distribuição através de uma
rede interna privada WAN, ou mesmo uma rede pública como a Internet, usando,
por exemplo, o protocolo TCP/IP. As informações dos clientes são armazenadas
44

em um banco de dados e são utilizadas pelo sistema de cobrança da


concessionária. Dessa forma, a concessionária atinge um ponto onde todo o
processo de gerenciamento do consumo e cobrança estarão automatizados.

4.2.1. As Diferentes Tecnologias para a Transmissão de Dados

Os cabos coaxiais, fibras ópticas, links de microondas, links de satélite e linha


telefônica são alguns exemplos dos meios de transmissão de dados utilizados nos
dias de hoje. Com isso, existem várias formas de se conceber a arquitetura de um
sistema de medição remota de consumo para garantir uma comunicação entre o
medidor e o servidor.
Para implantar o sistema, deve-se fazer uma distinção entre consumidores
rurais e urbanos. As zonas rurais possuem uma baixa densidade populacional e as
zonas urbanas possuem uma concentração maior de pessoas em uma mesma
região. Dessa forma, pode ser mais interessante utilizar tecnologias diferentes
para estes dois casos.
Um dos métodos mais baratos para se transmitir a informação de consumo
em áreas rurais é a utilização de uma linha telefônica. Neste método, o medidor é
substituído por um novo com modem de linha telefônica. O equipamento é
programado para discar em um dado horário do dia e enviar as informações de
consumo para um concentrador. A vantagem deste método é a utilização da
infraestrutura de comunicação telefônica existente não havendo a necessidade de
se manter uma rede dedicada a este fim. A desvantagem é o pagamento do uso
da linha.
Uma outra opção para clientes rurais é utilizar um sistema PLC, que será
discutido ao longo do trabalho. Nesta solução a informação trafega pela própria
rede de distribuição elétrica. Para o caso de clientes distantes, o sinal trafega em
média tensão e, para clientes próximos, em baixa tensão, até alcançar um
concentrador. Deve-se fazer uma distinção entre o PLC de baixa tensão e de
média tensão, pois o último requer estruturas mais complexas, que devem
suportar uma tensão de no mínimo 20kV, que por este motivo são mais caras.
Para o caso de zonas urbanas pode-se utilizar sistemas de comunicação
sem fio ou um sistema de PLC para baixa tensão. Neste caso a distância dos
45

medidores ao concentrador é menor, caso típico de um condomínio formado por


edifícios ou um conjunto de casas em uma mesma rua. A informação trafega pela
rede de baixa tensão (PLC) ou pelo ar (sem fio) até um computador utilizando um
modem próprio para captar estes dados. Em seguida, ao concentrar todas as
informações dos consumidores, o PC envia a informação através da rede pública
(Internet) ou privada (WAN) para o servidor.
A principal vantagem de se utilizar a rede elétrica como meio de transmissão
é que não há a necessidade de um investimento em uma infraestrutura que
estabeleça um meio físico para transportar as informações.
Entretanto, ao se decidir pela utilização da rede elétrica como meio de comunicação,
deve-se analisar previamente a situação das instalações, pois, em alguns casos,
circuitos em condições precárias ou topologias desfavoráveis podem atenuar o sinal,
degradando o desempenho. A ocupação do espectro de rádio-freqüência, com
sérias restrições de banda, também é um fator favorável na escolha da rede de
distribuição elétrica para a transmissão de dados com alta taxa de comunicação.

5. ANÁLISE ENTRE MEDIDORES ELETROMECÂNICOS, ELETRÔNICOS E


MEDIDORES INTELIGENTES “SMART GRID”

5.1 Medidores Eletromecânicos

No medidor tipo Eletromecânico, o princípio é o mesmo de um motor


elétrico, cujo eixo está acoplado ao mostrador com engrenagens e ponteiros. Cada
ponteiro gira 10 vezes mais que o antecessor, formando assim uma contagem de 4
décadas, (no caso de 4 ponteiros) com medições até 10 KW/hora, contando unidade
por unidade. O eixo do motor tem um freio magnético para que o movimento seja
coerente com o consumo. Esse freio é composto por um disco de alumínio girando
dentro de um campo magnético, o qual proporciona a frenagem correta e é isento de
desgaste. O medidor propriamente dito atua como um motor acionado por campos
magnéticos vindos da bobina de tensão e da bobina de corrente. Mecanicamente
estão dispostos de maneira que quando a fase dos campos forem concordantes os
campos se somam e o motor gira na melhor eficiência. Quando o consumo da carga
46

for reativo (motores elétricos principalmente) as fases estão deslocadas e o campo


magnético diminui.
Existem dois tipos de medidores: os ciclométricos e os analógicos (de
ponteiros). No medidor ciclométrico a leitura é efetuada diretamente, da esquerda
para a direita, semelhante ao hodômetro de automóvel Leitor Anterior Leitor Atual O
medidor de energia registra o […]
Para medir a energia elétrica são usados os medidores de energia também
conhecidos como “relógios”. Existem dois tipos de medidores: os ciclométricos e os
analógicos (de ponteiros).
No medidor ciclométrico a leitura é efetuada diretamente, da esquerda para
a direita, semelhante ao hodômetro de automóvel

Figura 32: Site Eficiencia Maxima

O medidor de energia registra o consumo em determinado período de leitura


que é a quantidade de dias que uma concessionária faz uma leitura e pode variar de
acordo com o planejamento de cada empresa. Em média este período de leitura
varia entre 28 a 32 dias.

O consumo de energia é calculado da seguinte forma:

Consumo no período = Leitura atual – Leitura anterior

Consumo no período = 2875 – 2490 = 385 kWh

O medidor de ponteiros possui por 4 ou 5 mostradores, cujos ponteiros


giram, uns no sentido horário e outros no sentido anti-horário, conforme as setas
indicativas do mostrador. A leitura deve ser feita da esquerda para direita. Para
47

anotar a leitura, considere o último número ultrapassado pelo ponteiro ou seja,


quando o ponteiro estiver entre um algarismo e outro deve ser considerado o menor.

O movimento dos ponteiros ocorre sempre do nº menor para o maior.

Figura 33: Site Eficiencia Maxima

5.2. Digital

Medidores eletrônicos a medição é feita totalmente sem partes mecânicas,


obviamente; tem memórias para guardar os resultados, e display luminoso.
Apresenta os algarismos em formato digital, funcionando como um registrador de
quilometragem percorrida por um veículo. Nesse tipo de relógio de luz, os números
que aparecem no visor já indicam o valor da leitura. A principal diferença é que esse
medidor (eletrônico) tem a capacidade de medir tanto a energia ativa (kWh) quanto a
energia reativa (kVArh) consumidas. As informações relativas a esses dois tipos de
energia serão demonstradas na sua conta.
48

Figura 34: Site Faz fácil cada código é uma informação do tipo de medição.

Figura 35: Site faz fácil.

5.3. Medidor inteligente

O princípio de funcionamento é semelhante ao medidor digital, porem


composto de dispositivos com maiores capacidades de recursos e comunicação
As medições de corrente com o sensor de efeito hall se mostraram muito
eficientes e precisas, facilitando a implementação e a portabilidade para várias
faixas de potências.
49

Figura 36: fluxo medidor inteligente de energia. Fonte: Autor

Figura 37: Esquema Grampeador Fonte: Autor


50

5.4. Comparação das tecnologia e utilização

Figura 38 Comparação, Fonte:Autor

5.4.1. Medidor Eletromecânico

Figura 39 Comparação, Fonte:Autor


51

5.4.2 Medidor Digital

Figura 40 Comparação, Fonte:Autor

5.4.3 Medidor Inteligente

Figura 41 Comparação, Fonte:Autor


52

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo deste trabalho foi fazer uma exposição de informações referentes


aos medidores de energia elétrica, tendo em vista seu avanço ao longo dos anos, e
a importância do equipamento em um sistema elétrico.
Foi demonstrado através de dados obtidos em pesquisas o princípio de
funcionamento dos medidores, alguns parâmetros construtivos, e abordagem de
uma nova tecnologia que está em expansão no país. Foi possível fazer uma
abordagem e comparação teórica sobre os medidores.
Nos dias atuais que tanta se discute em conscientização ambiental, que por
sua vez a participação da grande indústria elétrica se faz através da captação e do
aproveitamento da energia elétrica. Quanto à capitação se limita em condições
ambientais, ou seja, condições que a natureza oferece para que se obtém o produto.
Já no aspecto aproveitamento a necessidade de se criar equipamentos que tenha
uma boa eficiência.
Com essa visão é impossível falar de qualquer forma de eficiência, sem ter
uma parâmetro, o medidor é o dispositivos que possui uma grande importância
nessa relação de consumo.
Importante para a concessionária, através da medição que ela faz todo seu
trabalho de fluxo financeiros.
Importante para o consumidor que sem tem o controle do que se consome.
A Eficiência Energética é o modo mais rápido, econômico e limpo de reduzir
nosso consumo de energia, reduzir a emissão de gases de efeito estufa e cumprir os
objetivos do protocolo de Kyoto. E isto tornou-se uma demanda crescente de todos
os atores do mercado.
O consumo de energia no mundo subiu 45% desde 1980 e projeta-se que,
em 2030, esteja 70% maior. No centro de nossa estratégia encontra-se uma ideia
simples e poderosa: usar recursos naturais de forma muito mais produtiva e eficiente
é lucrativo para a empresa e melhor para o ambiente.
Fazer o correto uso da energia elétrica nos dias atuais é fator extremamente
importante não só por evitar o desperdício, mas também porque ela representa uma
significativa parte dos custos operacionais. Essa despesa pode atingir mais de 10%
e, portanto, não pode ser ignorada. O primeiro passo para ter controle de suas
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contas de energia é a medição. Informações confiáveis sobre o seu sistema e


equipamentos para tomar as decisões adequadas são imprescindíveis.
Com o monitoramento contínuo do consumo de energia elétrica,
administradores podem prever os gastos com eletricidade, evitando multas e
possibilitando análises para aumento da eficiência energética em suas instalações.
Através de dados apresentados concluiu que o medidor evoluiu de um
equipamento com a finalidade de medir fluxo de energia elétrica, à um equipamento
inteligente usada para corrigir qualquer anomalia, seja ela de aspecto de mau uso
pelo consumidor, seja ela de fiscalização do recebimento do produto através da
concessionária.
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7. REFERÊNCIAS

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Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional – PRODIST,
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Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional – PRODIST,
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