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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GOIÁS –

CAMPUS GOIÂNIA
DEPARTAMENTO DE ÁREAS ACADÊMICAS IV
CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

FILIPE LISBOA LIMA

TRANSFORMADORES DE INSTRUMENTO ÓPTICOS: APLICAÇÕES NO


SISTEMA DE AUTOMAÇÃO DE SUBESTAÇÕES

GOIÂNIA
2023
FILIPE LISBOA LIMA

TRANSFORMADORES DE INSTRUMENTO ÓPTICOS: APLICAÇÕES NO


SISTEMA DE AUTOMAÇÃO DE SUBESTAÇÕES

Projeto de pesquisa apresentado ao curso


de Bacharelado em Engenharia Elétrica do
Departamento de Áreas Acadêmicas IV do
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de Goiás – Campus Goiânia
como requisito parcial para matrícula na
disciplina TCC 1.
Orientador: Prof. Dr. Samuel César Mota
de Paula

GOIÂNIA
2023
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4
2 JUSTIFICATIVAS ..................................................................................................... 7
3 OBJETIVOS ............................................................................................................. 7
3.1 OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 7
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ....................................................................... 7
4 REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................... 8
5 . METODOLOGIA ................................................................................................... 10
6 CRONOGRAMA ..................................................................................................... 11
7 RESULTADOS ESPERADOS ................................................................................ 12
8 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 13

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1 INTRODUÇÃO

Uma subestação é uma instalação elétrica que tem como objetivo modificar as
propriedades da energia elétrica, na corrente elétrica ou na tensão, transformando-as
em valores adequados para serem distribuídos aos consumidores finais. As
subestações são compostas por diversos componentes elétricos interconectados que
trabalham juntos para garantir a qualidade e a segurança da energia elétrica que é
distribuída. [1]
Com o avanço da tecnologia, a automação e proteção das subestações
elétricas vêm sendo cada vez mais aprimoradas. Sistemas de automação inteligentes
permitem o controle e monitoramento remoto, além de possibilitar uma análise mais
precisa do desempenho dos equipamentos, aumentando sua eficiência e reduzindo
custos com manutenção.
A automação permite o controle e supervisão remota, além de possibilitar uma
análise mais precisa do desempenho dos equipamentos, enquanto a proteção é
responsável por detectar e isolar falhas em tempo hábil, minimizando os danos e
garantindo a continuidade do fornecimento de energia elétrica. [2]
As subestações são divididas em três níveis:
Nível 0: chamado de processo, inclui a entrada e a saída da energia elétrica da
subestação, bem como os equipamentos de pátio, disjuntores, seccionadoras, para-
raios, transformadores de instrumento e os transformadores de potência.
Nível 1: conhecido também como bay, refere-se aos equipamentos de proteção
e controle que protegem os componentes elétricos da subestação e garantem que a
energia elétrica seja distribuída corretamente, nesse nível encontra-se a casa de relés
por exemplo, onde estão localizados os painéis de proteção controle e automação.
Nível 2: o nível de estação, abrange toda a subestação como um todo, incluindo
a infraestrutura física, o sistema de controle e monitoramento, e a segurança do local,
é onde fica a sala de comando e central de operação, onde os equipamentos do nível
0 e os painéis do nível 1 podem ser operados remotamente pelo supervisório da
subestação.
Cada nível da subestação tem suas próprias características e equipamentos
diferentes. É importante que esses níveis trabalhem juntos para que a subestação
funcione corretamente e proteja todo o sistema elétrico. O livro "Proteção de Sistemas

4
Elétricos de Potência" dá uma ideia dos equipamentos e tecnologias usados em cada
nível, e também mostra as formas de proteção e automação que são aplicadas em
cada um deles. [2]
Abaixo está um esquema da representação dos 3 níveis da subestação.

Figura 1 – Níveis da subestação

Fonte: Adaptado (SPP TRANSMISSION - Future Intelligent Transmission Network Substation, 2015)

Este trabalho abordará, em específico, a utilização, características,


funcionamento e implementação de um dos principais equipamentos no nível 0
(processo), os transformadores de instrumento.
Os transformadores de instrumento são equipamentos fundamentais nas
subestações de energia elétrica, uma vez que medem grandezas elétricas como
tensão e corrente, permitindo a proteção e o controle dos sistemas elétricos de
potência. No entanto, com o avanço da tecnologia de automação e digitalização,
surgiram novos tipos de transformadores de instrumento que oferecem vantagens em
relação aos modelos convencionais. [3]
Os transformadores de instrumento não convencionais (NCIT), ou Non-
Conventional Instrument Transformer, podem ser divididos em duas categorias
principais: os sensores ópticos de tensão e corrente e os sensores baseados em
tecnologia eletrônica. Os sensores ópticos utilizam fibras ópticas para medir
grandezas elétricas, enquanto os sensores eletrônicos utilizam tecnologia
semicondutora e circuitos integrados para fazer a medição. [4]
5
Esse trabalho levará como principal objeto de estudo os do tipo óptico, os quais
apresentam diversas vantagens em relação aos modelos convencionais, como maior
precisão nas medições, menor tamanho e peso, maior durabilidade, menor consumo
de energia, além de serem imunes a interferências eletromagnéticas. Além disso, os
transformadores de instrumento não convencionais permitem a integração com
sistemas de automação e digitalização das subestações, proporcionando maior
eficiência e segurança no controle dos sistemas elétricos, eles são de dois tipos, os
transformadores ópticos de corrente (OCT – Optical Current Transformers) e
transformadores ópticos de tensão (OVT – Optical Voltage Transformers). [4]
As figuras 2 e 3 mostram respectivamente um OCT e um OVT.

Figura 2 – TC ÓPTICO Figura 3 – TP ÓPTICO

Fonte: NXT PHASE Fonte: NXT PHASE

É importante ressaltar que a utilização de transformadores de instrumento não


convencionais ainda é relativamente recente e apresenta desafios em relação à
padronização e compatibilidade com os sistemas existentes. Este trabalho terá como
foco principal, o estudo das características e aplicações dos transformadores de
instrumento não convencionais para sua implantação nas subestações.

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2 JUSTIFICATIVAS

Com foco no estudo de novas tecnologias na área do sistema elétrico de


potência, e em conformidade com os avanços de instrumentos de medição, este
trabalho propõe um estudo da utilização de transformadores não convencionais em
subestações, sua viabilidade e características para implementação.

3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

O objetivo principal deste trabalho está no estudo das aplicações dos


transformadores de instrumento ópticos em sistemas de automação de subestações
(SAS) dentro das normas que regem os parâmetros para configuração e
implementação.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

-Estudo sobre os transformadores de instrumento não convencionais (TINC)


-Detalhamento do transformador de corrente óptico (TCO)
-Aplicação do efeito Faraday (Polarização da Luz) nos TCO’s
-Detalhamento do transformador de potencial óptico (TPO)
-Aplicação do efeito Pockels (Birrefringência em um meio óptico) nos TPO’s
-Aplicações dos TPO’s e TCO’s no SAS
-Detalhamento de normas no âmbito de aplicações dos TPO’s e TCO’s
-Estudo das Merging Unit’s
-Estudo sobre comunicações ópticas no modelo de subestação que utilizam
TINC
-Simulação em softwares dos TINC’s
-Análise de uso dos TINC’s no sistema elétrico brasileiro e no mundo
-Estudo de Custos, Implementação e Viabilidade no cenário atual do sistema
elétrico

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4 REFERENCIAL TEÓRICO

Mamede Filho e Mamede (2020) ressaltam que a automação de sistemas


elétricos é fundamental para garantir a eficiência e segurança do sistema elétrico, pois
permite a rápida identificação e correção de falhas, reduzindo o tempo de interrupção
no fornecimento de energia elétrica. [2]
A automação de subestações é uma das principais tecnologias utilizadas para
melhorar a qualidade do serviço prestado pelas concessionárias de energia
elétrica, pois permite o monitoramento e controle do sistema elétrico de forma
mais eficiente e segura. (Carvalho, 2017, p. 12). [5]

A automação de subestações é fundamental para garantir a confiabilidade e


segurança do sistema elétrico, pois permite a rápida identificação e correção de
falhas, reduzindo o tempo de interrupção no fornecimento de energia elétrica.
(Souza, 2019, p. 45). [6]

Segundo Mamede Filho e Mamede (2021), a automação de sistemas elétricos


utiliza tecnologias avançadas para monitorar, controlar e proteger os equipamentos e
sistemas elétricos presentes na subestação. A automação pode ser aplicada em
diferentes níveis, desde sistemas básicos de controle e supervisão até sistemas
avançados de gerenciamento e análise de dados. [2]

No sistema de automação se faz necessário, o uso de sensores, pois com eles


teremos medições em tempo real das grandezas que ali estão, e nas subestações
temos os transformadores de instrumento que, segundo Mamede Filho, além da
medição de grandezas elétricas, os transformadores de instrumento também podem
ser utilizados para fornecer sinais de alarme e desligar equipamentos em situações
de emergência, contribuindo para a segurança e independência da subestação.
(MAMEDE FILHO, 2012). [1]

A utilização de transformadores de corrente (TC) e transformadores de


potencial (TP) é essencial para o correto funcionamento dos sistemas de proteção das
subestações, permitindo a medição das grandezas elétricas de forma precisa e
confiável. A utilização de TC e TP com características construtivas e materiais
adequados é essencial para garantir a precisão e confiabilidade das medições
elétricas, evitando distorções e erros nos valores medidos que podem comprometer o
desempenho dos sistemas de proteção (Mamede Filho e Mamede, 2020). [1]

Em um estudo apresentado, os transformadores de instrumentos não


convencionais (NCITs) apresentam diversas vantagens em relação aos
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transformadores convencionais, incluindo o uso de baixa potência, permitindo uma
melhor precisão na medição dos parâmetros de alta voltagem. Os NCITs apresentam
uma maior flexibilidade em relação aos transformadores convencionais, permitindo a
medição de diferentes parâmetros elétricos mesmo em frequências mais elevadas. O
estudo apresentado mostra que os NCITs possuem uma precisão igual à dos
transformadores convencionais em termos de medição de corrente e voltagem, com
erros correspondentes a uma classe de precisão de 0,2 (Rosa e Trinca, 2013). [7]
As Merging Units, ou unidades de fusão, são dispositivos eletrônicos que têm
como objetivo a aquisição, processamento e transmissão de dados de corrente e
tensão em subestações elétricas. Segundo Mibielli et al. (2017), essas unidades
possuem uma relação direta com os transformadores de instrumento, pois são
responsáveis por receber os sinais analógicos provenientes dos transformadores de
corrente e potencial e convertê-los em sinais digitais para serem utilizados pelos
sistemas de proteção, controle e monitoramento da subestação. A utilização das
Merging Units é uma tendência crescente na automação de subestações, em especial
aquelas que adotam o padrão IEC 61850, pois permitem a integração e intercâmbio
de dados entre dispositivos de diferentes fabricantes e fornecedores, aumentando a
flexibilidade e a interoperabilidade do sistema. [8]
A norma IEC 61850-9-2 é responsável por definir o mapeamento de serviços
de comunicação específicos para a transmissão de valores amostrados de grandezas
elétricas em sistemas de subestações. Esses valores são transmitidos utilizando o
padrão ISO/IEC 8802-3. (IEC 61850-9-2, 2004) [9]

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5 . METODOLOGIA

Levantamento bibliográfico sobre transformadores ópticos e suas tecnologias,


estudo sobre as normas envolvidas no sistema de automação de subestações com
foco nas aplicações com transformadores ópticos.
Com base nas informações levantadas será elaborado um descritivo sobre os
transformadores de instrumento ópticos e suas aplicações no sistema elétrico.
Simulação dos TPO’s, TCO’s e merging units em softwares para demonstrar
suas aplicações e análise.
Será feito um detalhamento sobre a interoperabilidade dos transformadores de
instrumento ópticos com os demais componentes que compões o SAS, que inclui as
Merging Units, painéis de supervisão, automação, controle e proteção.
Detalhamento do processamento de dados colhidos pelos instrumentos, como
são aplicados no SAS e como é a arquitetura de comunicação do sistema.
Após esse detalhamento, será feito um estudo sobre a viabilidade para
implementação dos TINC, o qual incluirá levantamento de custos, análise SWOT,
comparativo com as tecnologias existentes e um parâmetro geral de como está a
aplicação do equipamento no Brasil e no mundo.

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6 CRONOGRAMA

Segue abaixo o cronograma de atividades para a realização deste trabalho.


Quadro 1 - Cronograma de Trabalho Dividido em Meses e Atividades a Serem Realizadas

TCC 1 - 2023/1 TCC 2 - 2023/2


FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Desenvolvimento do
X X
pré-projeto
Levantamento
X X X X X X
bibliográfico
Estudo e revisão
X X X X X X X X X
bibliográfica
Reuniões quinzenais
X X X X X X X X X
com o Orientador

Simulações em
X
Softwares

Análise de
X X X X
resultados
Escrita da
X X X X X X
monografia
Entrega da
X
monografia
Correção da
X X
monografia

Defesa de TCC1 X

Correções do TCC1 X X X

Projeto de
arquitetura de X X X
automação
Contato com
X X
empresas
Escrita da
X X X X
monografia
Entrega da
X
monografia
Correção da
X X
monografia
Preparação para
X X
apresentação
Fonte: o autor.

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7 RESULTADOS ESPERADOS

Espera-se que este estudo contribua para um melhor entendimento das


tecnologias em ascensão relacionadas aos transformadores de instrumento não
convencionais. Espera-se também a compreensão das tecnologias envolvidas no
processamento de dados coletados no nível de processo, visando sempre a
interoperabilidade entre todos os dispositivos incluídos no sistema de automação da
subestação. Pretende-se encontrar um caminho de viabilidade para a implantação
desses equipamentos no setor elétrico brasileiro, visto que se trata de uma tecnologia
relativamente nova e pouco difundida.
Para alcançar esses objetivos, serão realizadas as seguintes etapas:
• Revisão bibliográfica para levantar as principais tecnologias e metodologias
utilizadas em sistemas de automação de subestações;
• Estudo aprofundado sobre conceitos físicos encontrados nesses
equipamentos;
• Estudo do estado da arte;
• Testes em softwares para entender com profundidade como a tecnologia
estudada funciona;
• Estudo de caso para entender os processos para implantação da tecnologia.
Espera-se que os resultados deste TCC contribuam para a aplicação dessa
tecnologia inovadora no setor elétrico, permitindo que empresas reduzam seus custos
de produção dos transformadores de instrumento não convencionais. Além disso, o
trabalho pode ser utilizado como base para futuras pesquisas sobre o tema,
possibilitando o desenvolvimento de novas tecnologias e metodologias para aplicação
da tecnologia abordada.

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8 REFERÊNCIAS

[1] Mamede Filho, J. (2021). Subestações de alta tensão. Rio de Janeiro: Editora
LTC.

[2] Mamede Filho, J., & Mamede, D. (2020). Proteção de Sistemas Elétricos de
Potência. 2ª ed. Rio de Janeiro: LTC.

[3] Revista Digital AD Normas. Os requisitos dos transformadores para


instrumentos. Publicado em 4 de dezembro de 2020. Disponível em:
https://revistaadnormas.com.br/2020/11/24/os-requisitos-dos-transformadores-para-
instrumentos. Acesso em: 03 de março de 2023.

[4] LIMA, D. K., Transformadores para instrumentos ópticos: aspectos da


viabilidade do seu uso pelas empresas do setor elétrico brasileiro. Dissertação
de M.Sc., Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Departamento de
Engenharia de Energia e Automação Elétrica, São Paulo, 2009.

[5] CARVALHO, Marcelo Gomes de. Automação de subestações. 2. ed. São


Paulo: Érica, 2017. 322 p.

[6] SOUZA, Rafael Augusto de. Automação de Subestações Elétricas. São


Paulo: Novas Edições Acadêmicas, 2019. 97 p.

[7] Rosa, P., & Trinca, L. A. Non-conventional instrument transformers for


high-voltage applications. Measurement, v. 46, n. 10, p. 3975-3981, 2013.
Disponível em:
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0263224113003692. Acesso
em: 01/03/20233.

[8] Mibielli, A., Assis, J. Q., Menon, M., Stransky, J. A. S., Siqueira, J. C., Fontes,
B. M., Arrabal, K., & Carrijo, A. S. (2012). Aplicação da “Merging Unit” segundo a
norma IEC 61850-9-2 a plantas elétricas existentes. X Seminario del Sector
Eléctrico Paraguayo - CIGRÉ. Recuperado de https://docplayer.com.br/140792889-
13
Aplicacao-da-merging-unit-segundo-a-norma-iec-a-plantas-eletricas-existentes.html.
Acesso em: 05/03/2023.

[9] IEC 61850-9-2, Edition 1.0 2004-04 – Communication networks and systems
in substations - Part 9-2: - Specific Communication Service Mapping (SCSM) -
Sampled values over ISO/IEC 8802-3.

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