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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

DISCIPLINA: ELETROTÉCNICA PREDIAL

Profº Danilo Ferreira de Souza

Cuiabá - MT
2019-1
Apresentação

Este material vem sendo elaborado ao longo de anos com acúmulos da disciplina de
"Eletrotécnica Predial", ministrada no curso de Engenharia Elétrica, na Faculdade de
Arquitetura, Engenharia e Tecnologia. Portanto, conta com a participação de docentes do
curso, dos trabalhadores do quadro técnico da Universidade, dos estudantes e de diversos
profissionais que atuam na área, ou seja, esta é uma construção coletiva.
Este é um material em transformação que deve sofrer constantes atualizações, em
função da intensa evolução tecnológica no setor de instalações elétricas em baixa tensão,
além de que o texto pode conter erros, para os quais pedimos a colaboração dos estudantes
e professores que, eventualmente, fizerem uso deste material, no sentido de enviarem ao
organizador uma comunicação sobre as falhas detectadas ou mesmo proposta de melhorias.
Materiais a serem inseridos na apostila são bem vindos.

Profº. Danilo Ferreira de Souza


danilo.ferreira.souza@hotmail.com
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO

PLANO DE ENSINO
1) IDENTIFICAÇÃO
Disciplina: Eletrotécnica Predial Código da Disciplina: 306.0352-8
Carga Horária: 96 Horas (64 T e 32 P) Período Letivo: 2018/2
Professor: Danilo Ferreira de Souza Curso: ENE Regime: Créditos
Departamento de Origem: Engenharia Elétrica
2) EMENTA (Oficial do Curso)

Luminotécnica. Aparelhos de iluminação. Métodos de cálculo de sistemas de iluminação.


Instalações elétricas residenciais. Projetos de Instalações elétricas prediais. Eficiência
energética.
3) OBJETIVOS
Ao final do período letivo o aluno deverá ser capaz de elaborar, interpretar e analisar
projetos elétricos residências e prediais de baixa tensão, atendendo os requisitos da NBR
5410 e 5444, com o dimensionamento, especificação e quantitativo de materiais e
equipamentos. Adicionalmente, efetuar o projeto luminotécnico de interiores e do sistema
de proteção contra descargas atmosféricas, atendendo os requisitos da ABNT NBR ISSO
8995 e 5419 respectivamente.
4) PRÉ-REQUISITOS
 Circuitos elétricos monofásicos e trifásicos.
1. Cálculo de corrente elétrica.
2. Cálculo das potências ativa, reativa e aparente.
3. Correção de Fator de Potência.
 Sistemas de aterramento em baixa tensão.
1. TN-C, TN-S, TN-C-S, TT, IT.
2. Choque Elétrico.
3. Noções de NR 10.
 Trigonometria.
 Materiais condutores e materiais isolantes.
 Interpretação de planta baixa e prumada.
5) CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
UNIDADE 1 – Instalações elétricas prediais:
a) Introdução ao estudo de instalações elétricas;
b) Simbologia utilizada;
c) Previsão de cargas de iluminação e pontos de tomada;
d) Tipo de fornecimento;
e) Comandos de iluminação e materiais elétricos;
f) Divisão de circuitos;
g) Dimensionamento de circuitos;
h) Dimensionamento dos condutores;
i) Dimensionamento da proteção (disjuntores, DRse DPS);
j) Dimensionamento dos eletrodutos;
k) Demanda da unidade consumidora;
l) Dimensionamento do ramal de entrada e medição;
m) Diagramas unifilar, multifilar, esquema funcional, esquema de distribuição;
n) Edificações coletivas;
o) Relação de materiais;
p) Tópicos de eficiência energética em instalações elétricas prediais.
UNIDADE 2 – Luminotécnica:
q) Grandezas e fundamentos de luminotécnica;
r) Eficiência luminosa;
s) Características e tipos de lâmpadas e luminárias;
t) Critério do projeto luminotécnico;
u) Método dos lumens;
v) Método do ponto por ponto;
w) Sistema de iluminação de emergência;
x) Tópicos de Eficiência Energética em Iluminação Residencial e iluminação Pública;
y) Projeto Luminotécnica.
UNIDADE 3 – Sistema de Proteção contra Descarga:
a) Generalidades e Fundamentos de SPDA;
b) Gerenciamento de risco;
c) Método da Esfera Rolante;
d) Método do Ângulo de proteção;
e) Método de Faraday;
f) Projeto de SPDA.
6) PROCEDIMENTOS DE ENSINO (técnicas, recursos e avaliação)
Aulas expositivas, elaboração e discussão de projetos de instalações elétricas, aula em
laboratório com montagem de circuitos elétricos residenciais clássicos, e se possível visitas
técnicas a obras de construção civil com ênfase em instalações elétricas. Utilização de
software para projetos de iluminação.
7) RECURSOS (humanos, técnicos e materiais necessários para o ensino a serem
viabilizados pelo Departamento/Unidade).
Aulas expositivas, com utilização de Projetor Multimídia, materiais e dispositivos existentes
no laboratório. Utilização de programa computacional para a auxílio na elaboração de
projetos elétricos e luminotécnicos.
8) BIBLIOGRAFIA BÁSICA
BÁSICA
1 – Aniceto, L. A., Cruz, E. C. A.; “Instalações Elétricas”, Editora Érica, 1 a Edição/2011, SP-
Brasil;
2 – Creder, Hélio; “Instalações Elétricas”, LTC Editora, 15a Edição/2007, RJ-Brasil;
3 – Moreira, Vinicius de Araújo; “Iluminação Elétrica”, Editora Edgard Blücher Ltda, 1 a
Edição 1999, São Paulo – SP;
4 – Rede/Cemat/Energisa: “NUD-001, Norma técnica: FORNECIMENTO DE ENERGIA
ELÉTRICA A AGRUPAMENTOS OU EDIFICAÇÕES INDIVIDUAIS ATÉ 3 UNIDADES”, Versão
5.1, Dezembro/2017, disponível em WWW.ENERGISA.COM.BR;
5 – ABNT, “NBR-5410/2008”;
6 – Rede/Cemat/Energisa: “NUD-003, Norma técnica: FORNECIMENTO DE ENERGIA
ELÉTRICA A AGRUPAMENTOS OU EDIFICAÇÕES DE USO COLETIVO ACIMA DE 3
UNIDADES CONSUMIDORAS”, Versão 5.1, Dezembro/2017, disponível em
WWW.ENERGISA.COM.BR;
6 – Rede/Cemat/Energisa: “NUD-002, Norma técnica: Fornecimento de Energia Elétrica em
tensão primeira”, Versão 4.0, Setembro/2014, disponível em
WWW.ENERGISA.COM.BR;
COMPLEMENTAR
7 – Mamede Filho, João; “Instalações Elétricas Industriais”, 8a edição, 2010, Editora LTC;
8 – LIMA FILHO, Domingos – “Projeto de Instalações Elétricas Prediais”, 12ª. Edição, Editora
Érica, 2012, São Paulo-SP.
(*)
9 NISKIER, Júlio . “Instalações Elétricas”. Edição 6ª. Editora LCT. RJ. 2013

9) AVALIAÇÃO:
SUMÁRIO
CAPITULO 1
INSTRUÇÕES PARA PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS............................1
CAPITULO 2
ORIENTAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DE UM PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS:
EDIFÍCIO RESIDENCIAL ............................................................................................................40
CAPITULO 3
SISTEMA DE MOTOR-BOMBA PARA ELEVAÇÃO DE ÁGUA E MOTOR PARA
ELEVADORES............................................................................................................................52
CAPITULO 4
PROTEÇÃO DE ESTRUTURAS CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS............................60
CAPITULO 5
CONDICIONADORES DE AR..........................................................................................75
CAPITULO 6
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS.........................................................................81
CAPITULO 7
EXECUÇÃO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS..................................................................163
CAPITULO 8
DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO DOS CIRCUITOS...........................................................182
CAPITULO 9
PROTEÇÃO CONTRA CHOQUE ELÉTRICO “DISPOSITIVOS DIFERENCIAL RESIDUAL
(DR’S)”....................................................................................................................................197
CAPITULO 10
AGRUPAMENTO DE MEDIÇÕES..................................................................................216
CAPITULO 11
GRANDEZAS E UNIDADES UTILIZADAS EM ILUMINAÇÃO...........................................256
CAPITULO 12
CÁLCULO DE ILUMINAÇÃO.........................................................................................290
CAPITULO 13
LUMINOTÉCNICA........................................................................................................327
CAPITULO 14
PROJETOS DE INSTALAÇÕES DE TELECOMUNICAÇÕES..............................................358
CAPITULO 15
DIMENSIONAMENTO DE CONDUTOS ELÉTRICOS.......................................................377
UFMT - Engenharia Elétrica - Eletrotécnica Predial
Capítulo 01 - Instruções para projetos de Instalações Elétricas Prediais

CAPÍTULO 1

INSTRUÇÕES PARA PROJETOS DE


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS

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Capítulo 01 - Instruções para projetos de Instalações Elétricas Prediais

1. INSTRUÇÕES GERAIS PARA PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS

1.1 Introdução

Projetar uma instalação elétrica de uma edificação consiste em:

- Quantificar e determinar os tipos de pontos de utilização de energia elétrica, localizando-os


na instalação;
- Dimensionar, especificar e quantificar os tipos de condutos elétricos, utilizados para
proteger os condutores elétricos, bem com o seu caminho por dentre a edificação, ou mesmo, fora
dela;
- Dimensionar e especificar os tipos e a localização dos dispositivos de proteção, de
comando, de controle e de medição de energia elétrica na edificação.

Projeto de instalações elétricas para fornecimento de energia elétrica em tensão secundária


de distribuição para unidades consumidoras residenciais: Potência instalada ≤ 75kW; Tensão
padronizada 220/127 V urbano e 254/127 V rural.

1.1.1 Partes componentes de um projeto elétrico

O projeto é a representação escrita da instalação e deve conter no mínimo:


- Planta contendo;
- Esquemas (diagramas unifilares em planta baixa, diagrama unifiliar e trifilar do quadro
elétrico, carimbo, legenda e detalhes);
- Memorial descritivo da instalação contendo (cálculos necessários para o dimensionamento
dos condutores, condutos, proteção, lista de materiais, esquemas de ligação, especificação de
equipamentos e observações);
- Anotação de Responsabilidade Técnica - ART.

1.1.2 Normas técnicas a serem consultadas na elaboração de um projeto elétrico

- ABNT NBR 5410:2008: Instalações elétricas de baixa tensão;


- ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013: Iluminação de Ambientes de Trabalho;
- ABNT NBR 5419:2015: Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas;
- ABNT NBR 5444:1989: Símbolos gráficos para instalações prediais;
- Normas da concessionária elétrica local. Em MT, as normas a serem utilizadas são as
fornecidas pela ENERGISA CEMAT, a saber:
- NDU 001 - Fornecimento de energia elétrica em tensão secundária: edificações
individuais ou agrupadas até três unidades consumidoras;
- NDU 002 - Fornecimento de energia elétrica em tensão primária;
- NDU 003 - Fornecimento de energia elétrica a agrupamentos ou edificações de uso
coletivo acima de três (3) unidades consumidoras.
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Capítulo 01 - Instruções para projetos de Instalações Elétricas Prediais

1.1.3 Critérios para a elaboração de projetos

- Acessibilidade;
- Flexibilidade (para pequenas alterações) e reserva de carga (para acréscimos de cargas
futuras);
- Confiabilidade (obedecer às normas técnicas para seu perfeito funcionamento e segurança).

1.1.4 Etapas da elaboração de um projeto de instalação elétrica

a) Informações preliminares
- Plantas de situação;
- Projeto arquitetônico;
- Projetos complementares;
- Informações obtidas do proprietário.
b) Quantificação do sistema
- Levantamento da previsão de cargas (quantidade e potência nominal dos pontos de
utilização: tomadas, iluminação, elevadores, bombas, ar-condicionado, etc.).
c) Desenho das plantas
- Desenho dos pontos de utilização;
- Localização dos Quadros de Distribuição de Luz (QLs);
- Localização dos Quadros de Força (QFs);
- Divisão das cargas em circuitos terminais;
- Desenho das tubulações de circuitos terminais;
- Localização das Caixas de Passagem dos pavimentos e da prumada;
- Localização do Quadro Geral de Baixa Tensão (QGBT), Centros de Medidores, Caixa
seccionadora, Ramal alimentador e Ponto de entrega;
- Desenho das tubulações dos circuitos alimentadores;
- Desenho do Esquema Vertical (prumada);
- Traçado da fiação dos circuitos alimentadores.
d) Dimensionamento dos componentes do projeto
Com base nos dados registrados nas etapas anteriores, levando em consideração as normas
técnicas e os dados dos fabricantes, deve-se calcular o dimensionamento:
- Dos condutores;
- Das tubulações;
- Dos dispositivos de proteção;
- Dos quadros.
e) Quadros de distribuição
- Quadros de distribuição de carga (tabelas);
- Diagramas unifilares dos QLs;
- Diagramas de força e comando de motores (QFs);
- Diagrama unifilar geral.

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Capítulo 01 - Instruções para projetos de Instalações Elétricas Prediais

f) Memorial descritivo
Descreve o projeto sucintamente, incluindo dados e documentação do projeto;
g) Memorial de cálculo
Deve conter os principais cálculos e dimensionamentos, tais como:
- Cálculo das previsões de cargas;
- Determinação da demanda provável;
- Dimensionamento de condutores, eletrodutos e dispositivos de proteção.
h) Especificações técnicas e lista de materiais
i) ART junto ao CREA local
j) Análise e aprovação da concessionária (possíveis revisões)

1.2 Classificação dos tipos de fornecimento em tensão secundária

- Limites de fornecimento: O fornecimento de energia será feito em tensão secundária de


distribuição, para instalações com carga instalada igual ou inferior a 75 kW, ressalvados os casos
previstos na legislação vigente;
- Tensão padronizada: Nas redes de distribuição secundária da ENERGISA CEMAT, as tensões
padronizadas são de 220/127V (urbana) e 254/127V (rural) (excepcionalmente 380/220V em Barra
do Garças);
- Classificação dos tipos de fornecimento: Em função da potência instalada declarada, o
fornecimento de energia elétrica à unidade consumidora (UC) será feita de acordo com a
classificação a seguir:
- Tipo M (monofásico): fornecimento a 2 fios (fase e neutro) – 127 V;
- Tipo B (bifásico): fornecimento a 3 fios (2 fases e neutro) – 220/127 V (urbana) e
254/127 V (rural);
- Tipo T (trifásico): fornecimento a 4 fios (3 fases e neutro) - 220/127 V.

CATEGORIA DEMANDA / CARGA INSTALADA


M1 0,00 < P ≤ 3,80
Monofásico M2 3,80 < P ≤ 6,30
M3 6,30 < P≤ 8,80
Carga Instalada (kW)
B1 0,00 < P ≤ 10,10
Bifásico B2 10,10 < P ≤ 12,70
B3 12,70 < P ≤ 17,70
T1 0,00 < D ≤ 14,00
T2 14,00< D ≤ 17,48
Trifásico Demanda Provável (kVAr) T3 17,28 < D ≤ 24,47
T4 24,47 < D ≤ 30,05
T5 35,05 < D ≤ 52,53
T6 52,53 < D ≤ 75,00

Tabela 1.1 - As categorias de atendimento e suas respectivas limitações de potência instalada. (Ver NDU 001, Tabela
13 do ANEXO I

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Capítulo 01 - Instruções para projetos de Instalações Elétricas Prediais

Figura 3 - Padrão de entrada Monofásico. Fonte. Pirelli

Figura 2 - Padrão de entrada bifásico. Fonte. Pirelli

Figura 1 - Padrão de entrada trifásico. Fonte. Pirelli

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Capítulo 01 - Instruções para projetos de Instalações Elétricas Prediais

Observação: As unidades consumidoras que não se enquadrarem nos tipos M, B ou T serão


atendidas em tensão primária de distribuição (Ver NDU 002).
- Dimensionamento da ENTRADA DE SERVIÇO para condutores, eletrodutos e proteção geral
das unidades consumidoras dos tipos M, B e T:
- Condições Gerais das normas da ENERGISA CEMAT (NDU 001 e NDU 003);
- Obedecer às normas ABNT;
- Partir do poste (ou ponto) da rede da CEMAT por ela determinado e ser efetuada
pela CEMAT;
- Não cortar terrenos de terceiros nem passar sobre área construída;
- Entrar preferencialmente pela frente da unidade consumidora, ser perfeitamente
visível e livre de obstáculos (ver poste particular, desenho CEMAT);
- Não cruzar com condutores de ligações de edificações vizinhas;
- Respeitar distâncias horizontais (1,20 m) e verticais (2,50 m) mínimas da norma;
- Apresentar vão livre máximo de 30 m;
- Manter separação mínima de 20 cm entre os condutores;
- Obedecer às distâncias mínimas na vertical entre o condutor inferior e o solo, dadas
pelas normas respectivas para instalações urbanas (NBR 5434) e rurais (NBR 5433);
- Para o condutor neutro, utilizar a cor azul-claro;
- Em caso de uso de caixas de passagem subterrâneas, estas serão exclusivas para os
condutores de energia elétrica e aterramento, não podendo ser utilizadas para os condutores de
telefonia, TV a cabo, etc.

1.3 Previsão de cargas da instalação elétrica

Cada aparelho ou dispositivo elétrico (lâmpadas, aparelhos de aquecimento d’água,


eletrodomésticos, motores para máquinas diversas, etc.) solicita da rede uma determinada potência.
O objetivo da previsão de cargas é a determinação de todos os pontos de utilização de energia
elétrica (pontos de consumo ou cargas) que farão parte da instalação. Nesta etapa são definidas a
potência, a quantidade e a localização de todos os pontos de consumo de energia elétrica da
instalação.
A NBR 5410 fornece os valores mínimos recomendáveis para o projeto, entretanto é de suma
importância o dialogo do projetista e cliente para que, ao final do projeto, todas as necessidades do
cliente sejam atingidas. Além disso, estes valores fornecidos pela norma garantem que os
condutores, eletrodutos e os equipamentos de proteção sejam dimensionado corretamente.

Previsão de cargas (ABNT NBR 5410:2008, item 9.5.2)


a) Os equipamentos de utilização de uma instalação podem ser alimentados diretamente
(elevadores, motores), através de tomadas de corrente de uso especifico (TUEs) ou através de
tomadas de corrente de uso não específico (tomadas de uso geral, TUGs);
b) A carga a considerar para um equipamento de utilização é a sua potência nominal
absorvida, dada pelo fabricante ou calculada a partir de V x I x fator de potência (quando for o caso –
motores);
– Nos casos em que for dada a potência nominal fornecida pelo equipamento (potência de
saída), e não a absorvida, devem ser considerados o rendimento e o fator de potência.
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Capítulo 01 - Instruções para projetos de Instalações Elétricas Prediais

1.3.1 Iluminação:
Critérios para a determinação da quantidade mínima de pontos de luz:
- 1 Ponto de luz no teto para cada recinto, comandado por interruptor de parede;
- Arandelas no banheiro devem ter distância mínima de 60 cm do limite do boxe.
Critérios para a determinação da potência mínima de iluminação:
- Para recintos com área < 6 m², atribuir um mínimo de 100VA;
- Para recintos com área > 6 m², atribuir um mínimo de 100VA para os primeiros 6 m²,
acrescidos de 60VA para cada aumento de 4 m² inteiros.
Para iluminação externa em residências a norma não estabelece critérios. Cabe ao projetista
e ao cliente a definição.
Para escritórios, estabelecimentos comerciais e indústrias recomenda-se a realização de um
projeto luminotécnico.
Exemplo de previsão de iluminação seguindo a NBR 5410:
Dependência Dimensões (m2) Potência de iluminação (VA)
Sala 9,91 9,91 = 6m2 + 3,91m2 100 VA
2 2
Copa 9,45 9,45 = 6m + 3,45m 100 VA
2 2 2
Cozinha 11,43 11,43 = 6m + 4m + 1,43m 160 VA
2 2 2
Dormitório 1 11,05 11,05 = 6m + 4m + 1,05m 160 VA
2 2 2
Dormitório 2 10,71 10,71 = 6m + 4m + 0,71m 160 VA
2
Banheiro 4,14 4,14m 100 VA
Tabela 2.2 – Exemplo de previsão de pontos e potência de iluminação seguindo a norma NBR 5410

Estes são valores os valores mínimos recomendáveis para previsão de carga, visto que se
necessário ou a pedido do cliente deve-se acrescentar estes valores no projeto.

1.3.2 Tomadas:

Critérios para a determinação da quantidade mínima de Tomadas de Uso Geral (TUGs):


Devem atender a NBR 14136/02, na qual:
- Pontos de até 10 A;
- Alimentam aparelhos móveis ou portáteis como liquidificadores e aspiradores de pó.
- Devem ser distribuídas uniformemente, inclusive em relação à altura (baixa, média e alta).

Figura 4 - Equipamentos classificados como TUG. Fonte. Pirelli

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Capítulo 01 - Instruções para projetos de Instalações Elétricas Prediais

a) Residências:
- Recintos com área < 6 m² – no mínimo 1 tomada;
- Recintos com área > 6 m² – no mínimo 1 tomada para cada 5 m ou fração de perímetro,
espaçadas tão uniformemente quanto possível;
- Cozinhas, copas, áreas de serviço, lavanderias e locais análogos – 1 tomada para cada 3,5 m
ou fração de perímetro, independente da área;
- Acima de bancadas com largura > 30 cm prever no mínimo 2 tomadas no mesmo ponto ou
em pontos distintos;
- Banheiros – no mínimo 1 tomada junto ao lavatório, a uma distância mínima de 60 cm do
boxe, independentemente da área;
- Subsolos, varandas, garagens, sótãos – no mínimo 1 tomada, independentemente da área.
- Banheiros, cozinhas, copas, áreas de serviço, lavanderias e assemelhados – atribuir 600VA
por tomada para as 3 primeiras tomadas e 100VA para cada uma das demais;
- Subsolos, varandas, garagens, sótãos: atribuir 1000VA;
- Demais recintos: atribuir 100VA por tomada;
b) Comércio:
- Escritórios comerciais ou análogos com área < 40 m²: 1 tomada para cada 3 m ou fração de
perímetro; ou 1 tomada para cada 4 m² ou fração de área (adotar o que resultar no maior número);
- Escritórios comerciais ou análogos com área > 40 m²: 10 tomadas para os primeiros 40 m² e
1 tomada para cada 10 m², ou fração, da área restante;
- Em lojas: 1 tomada para cada 30 m² ou fração de área, não computadas as tomadas
destinadas a vitrines e à demonstração de aparelhos;
- A potência das TUGs em escritórios deverá ser de 200VA.

Critérios para a determinação da quantidade mínima de Tomadas de Uso Especifico (TUEs):


- A quantidade de TUEs é estabelecida de acordo com o número de aparelhos de utilização,
devendo ser instaladas a no máximo 1,5 m do local previsto para o equipamento a ser alimentado;
- Alimentam aparelhos fixos e estacionários como chuveiros e ar condicionados.
- Atribuir para cada TUE a potência nominal do equipamento a ser alimentado.

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Capítulo 01 - Instruções para projetos de Instalações Elétricas Prediais

Figura 5 - Equipamentos classificados como TUE. Fonte. Pirelli

As potências típicas de aparelhos eletrodomésticos são tabeladas conforme a Tabela 01 da


NDU 001, presente na seção ANEXO I. É imprescindível o dialogo entre cliente e projetista para a
especificação correta da quantidade e potência dos PTUEs
Exemplo de quadro de previsão de pontos de tomadas residencial:

Dimensões Quantidade Mínima Previsão de Carga


Dependências
Área Perímetro (m) PTUGs PTUEs PTUGs PTUEs
(m2)

Sala 9,91 12,6 5 + 5 + 2,3 = 3 - 3x100 VA -

Copa 9,45 12,3 3,5 + 3,5 + 3,5 + 1,8 = 4 - 3x600 VA -

1x100 VA

Cozinha 11,43 13,6 3,5 + 3,5 + 3,5 + 3,1 = 4 - 1 Geladeira 3x600 VA 500 W
- 1 Torneira elétr.
1x100 VA 5000W

Dormitório 1 11,05 13,3 5 + 5 + 3,3 = 3 - 3x100 VA -

Dormitório 2 10,71 13,1 5 + 5 + 3,1 = 3 - 3x100 VA -

Banheiro 4,14 Área < 6 m2 1 1 Chuveiro elétr. 1x600 VA 5600 W


Tabela 3.3 – Exemplo de previsão de pontos e potência de tomadas seguindo a norma NBR 5410

Novamente é importante salientar que estes são os valores mínimos para a previsão de
cargas, estes valores são sujeitos a alteração seja por determinação do projetista ou do cliente.
A previsão de cargas de uma determinada instalação pode ser resumida através do
preenchimento do QUADRO DE PREVISÃO DE CARGAS.

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Capítulo 01 - Instruções para projetos de Instalações Elétricas Prediais

Cargas S (kVA) P (kW) Q (kVAr)


Iluminação e TUG
Chuveiros, aquecedores
Forno micro-ondas
Forno elétrico
Ar-condicionado
Motores elétricos
Maquinas de solda a transformador
Tabela 4.3 – Esquema sugerido de quadro de previsão de cargas

Deve-se completar este quadro com base nas previsões realizadas anteriormente, levando
em consideração os fatores de potência e, quando necessário, o rendimento dos equipamentos. Os
valores típicos dos equipamentos estão presentes na TABELA 01 da NDU 001.
Caso o projetista conheça previamente os valores de potência, utiliza-los.

1.3.3 Previsão de cargas especiais

Em edifícios será muitas vezes necessário fazer a previsão de diversas cargas especiais que
atendem aos seus sistemas de utilidades, como motores de elevadores, bombas de recalque d’água,
bombas para drenagem de águas pluviais e esgotos, bombas para combate a incêndios, sistemas de
aquecimento central, etc. Estas cargas são normalmente de uso comum, sendo denominadas cargas
de condomínio. A determinação da potência destas cargas depende de cada caso específico, sendo
normalmente definida pelos fornecedores dos sistemas. Como exemplos típicos podemos citar:
- Elevadores: 2 motores trifásicos de 7,5CV;
- Bombas de recalque d’água: 2 motores trifásicos de 3,0CV (um é reserva);
- Bombas de drenagem de águas pluviais: 2 motores de 1,0CV (um é reserva);
- Bombas para sistema de combate a incêndio: 2 motores de 5,0CV (um é reserva);
- Portão de garagem: 1 motor de 0,5CV.

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Capítulo 01 - Instruções para projetos de Instalações Elétricas Prediais

Veja a seguir a tabela resumo das recomendações da NBR 5410:


NBR 5410:2008 Descrição Notas
Nos quadros de distribuição, deve ser previsto espaço de
reserva para ampliações futuras, com base no número de
9.5.2 Previsão de Carga
circuitos com que o quadro for efetivamente equipado,
conforme tabela 59.
9.5.2.1 Iluminação
1 - Nas acomodações de hotéis, motéis e similares pode-se
substituir o ponto de luz fixo no teto por tomada de
corrente, com potência mínima de 100 VA, comandada por
interruptor de parede.
2 - Admite-se que o ponto de luz fixo no teto seja substituído
Em cada cômodo ou dependência deve ser previsto pelo menos por ponto na parede em espaços sob escada, depósitos,
9.5.2.1.1
um ponto de luz fixo no teto, comandado por interruptor. despensas, lavabos e varandas, desde que de pequenas
dimensões e onde a colocação do ponto no teto seja de
difícil execução ou não conveniente.

3 - Sobre interruptores para uso doméstico e análogo, ver


ABNT NBR 6527.

Na determinação das cargas de iluminação, como alternativa à


aplicação da ABNT NBR 5413, conforme prescrito na alínea a) de
4.2.1.2.2, pode ser adotado o seguinte critério:
a) em cômodos ou dependências com área igual ou inferior a 6
9.5.2.1.2 m², deve ser prevista uma carga mínima de 100 VA;
Os valores apurados correspondem à potência destinada a
b) em cômodo ou dependências com área superior a 6 m², deve iluminação para efeito de dimensionamento dos circuitos, e
ser prevista uma carga mínima de 100 VA para os primeiros 6 não necessariamente à potência nominal das lâmpadas.
m², acrescida de 60 VA para cada aumento de 4 m² inteiros.

9.5.2.2 Pontos de Tomada


O número de pontos de tomada deve ser determinado em
função da destinação do local e dos equipamentos elétricos
que podem ser aí utilizados, observando-se no mínimo os
seguintes critérios:
a) em banheiros, deve ser previsto pelo menos um ponto de
tomada, próximo ao lavatório, atendidas asrestrições de 9.1;
b) em cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço,
cozinha-área de serviço, lavanderias e locais análogos, deve
ser previsto no mínimo um ponto de tomada para cada 3,5 m,
ou fração, de perímetro, sendo que acima da bancada da pia
devem ser previstas no mínimo duas tomadas de corrente, no
mesmo ponto ou em pontos distintos;
Admite-se que o ponto de tomada não seja instalado na
própria varanda, mas próximo ao seu acesso, quando a
c) em varandas, deve ser previsto pelo menos um ponto de
varanda, por razões construtivas, não comportar o ponto de
tomada; tomada, quando sua área for inferior a 2 m² ou, ainda, quando
9.5.2.2.1 (Número de sua profundidade for inferior a 0,80 m.
pontos de tomadas) d) em salas e dormitórios devem ser previstos pelo menos um Particularmente no caso de salas de estar, deve-se atentar
para a possibilidade de que um ponto de tomada venha a ser
ponto de tomada para cada 5 m, ou fração, de perímetro,
usado para alimentação de mais de um equipamento, sendo
devendo esses pontos ser espaçados tão uniformemente recomendável equipá-lo, portanto, com a quantidade de
quanto possível; tomadas julgada adequada.
e) em cada um dos demais cômodos e dependências de
habitação devem ser previstos pelo menos:
- um ponto de tomada, se a área do cômodo ou dependência for
igual ou inferior a 2,25 m². Admite-se que esse ponto seja
posicionado externamente ao cômodo ou dependência, a até
0,80 m no máximo de sua porta de acesso;
- um ponto de tomada, se a área do cômodo ou dependência for
superior a 2,25 m² e igual ou inferior a 6 m² ;
- um ponto de tomada para cada 5 m, ou fração, de perímetro,
se a área do cômodo ou dependência for superior a 6 m²,
devendo esses pontos ser espaçados tão uniformemente
quanto possível.
A potência a ser atribuída a cada ponto de tomada é função
dos equipamentos que ele poderá vir a alimentar e não deve
ser inferior aos seguintes valores mínimos:
a) em banheiros, cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de
serviço, lavanderias e locais análogos, no mínimo 600 VA por
ponto de tomada, até três pontos, e 100 VA por ponto para os
9.5.2.2.2 Potências
excedentes, considerando-se cada um desses ambientes
atribuíveis aos pontos separadamente. Quando o total de tomadas no conjunto desses
de tomada ambientes for superior a seis pontos, admite-se que o critério
de atribuição de potências seja de no mínimo 600 VA por ponto
de tomada, até dois pontos, e 100 VA por ponto para os
excedentes, sempre considerando cada um dos ambientes
separadamente;
b) nos demais cômodos ou dependências, no mínimo 100 VA
por ponto de tomada.atribuíveis aos pontos de tomada
Aquecimento
9.5.2.3 elétrico de água
A conexão do aquecedor elétrico de água ao ponto de
utilização deve ser direta, sem uso de tomada de corrente.
Tabela 1.5 - Tabela de recomendações da ABNT NBR 5410:2008, referentes à previsão de cargas do projeto.

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1.3.4 Previsão de cargas em áreas comerciais e de escritórios

Pavimento térreo de edifícios residenciais ou pavimentos específicos (sobrelojas) muitas


vezes são utilizados para atividades comerciais. A NBR 5410 não especifica critérios para previsão de
cargas em instalações comerciais e industriais. LEVAR EM CONTA A UTILIZAÇÃO DO AMBIENTE E AS
NECESSIDADES DO CLIENTE.

Cálculo luminotécnico (áreas comerciais, escritórios e afins)

O cálculo da iluminação para estas áreas é feito de forma distinta do processo utilizado para
a determinação da iluminação em áreas residenciais. Dependendo do uso, para áreas de lojas e
escritórios, vários métodos podem ser empregados para determinar o tipo e a potência da
iluminação adequada: Método dos Lúmens, Método das Cavidades Zonais, Método Ponto por Ponto,
etc. A norma NBR ISSO 8995:2013 - Iluminação de interiores, define critérios de nível de
iluminamento de acordo com a utilização do recinto.

1.4 Demanda de energia de uma instalação elétrica

Observando o funcionamento de uma instalação elétrica residencial, comercial ou industrial,


pode-se constatar que a potência elétrica consumida é variável a cada instante. Isto ocorre por quê
nem todas as cargas instaladas estão todas em funcionamento simultâneo. A potência total solicitada
pela instalação da rede a cada instante será, portanto, função das cargas em operação e da potência
elétrica absorvida por cada uma delas a cada instante (exemplificar: refrigerador e motores em
geral). Por isso, para realizar o dimensionamento dos condutores elétricos que alimentam os
quadros de distribuição, os quadros terminais e seus respectivos dispositivos de proteção, não seria
razoável nem técnica nem economicamente a consideração da demanda como sendo a soma de
todas as potências instaladas.
Carga ou Potência Instalada: É a soma de todas as potências nominais de todos os aparelhos
elétricos pertencentes a uma instalação ou sistema.
Demanda: É a potência elétrica realmente absorvida em um determinado instante por um
aparelho ou por um sistema.
Demanda Média de um Consumidor ou Sistema: É a potência elétrica média absorvida
durante um intervalo de tempo determinado (15min, 30min).
Demanda Máxima de um Consumidor ou Sistema: É a maior de todas as demandas
ocorridas em um período de tempo determinado; representa a maior média de todas as demandas
verificadas em um dado período (1 dia, 1 semana, 1 mês, 1 ano).
Potência de Alimentação, Potência de Demanda ou Provável Demanda: É a demanda
máxima da instalação. Este é o valor que será utilizado para o dimensionamento dos condutores
alimentadores e dos respectivos dispositivos de proteção; será utilizado também para classificar o
tipo de consumidor e seu padrão de atendimento pela concessionária local.
Fator de Demanda: É a razão entre a Demanda Máxima e a Potência Instalada.

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1.4.1 Demanda total de um edifício de uso coletivo

Em edifícios coletivos o cálculo de demanda, que resulta no dimensionamento da entrada de


serviço, transformador e proteção geral, deve obedecer a critérios mais rigorosos do que em
instalações residenciais unifamiliares, visto que as imprecisões entre demanda estimada e real se
multiplicam no caso de edifícios de uso coletivo.
O cálculo da demanda de um edifício de uso coletivo é um processo de aproximação e é,
portanto, limitado visto que se baseia em probabilidades e estatísticas locais. É fundamental que os
componentes da entrada de serviço estejam corretamente dimensionados para poder acomodar a
Provável Demanda Máxima.

Cálculo da Demanda Total de um Edifício Residencial de Uso Coletivo:

- É necessário levar em consideração os critérios definidos pelas concessionárias locais e que


muitas vezes diferem de uma para outra, conduzindo a resultados diferentes para uma mesma
instalação;
- As recomendações da NDU 003 ENERGISA CEMAT (recomendação técnica de distribuição)
são aplicáveis a agrupamentos ou edificações de uso coletivo acima de três (3) unidades
consumidoras.
Demanda total do edifício:

( )

Exemplo de cálculo de demanda para um consumidor residencial:


Como visto anteriormente, o cálculo da demanda é realizado para dimensionamento dos
condutores elétricos que alimentam os quadros de distribuição, das proteções, dos eletrodutos e
medidores da instalação. A seguir será realizado um passo a passo para determinação do valor da
demanda, usando como base a NDU 001 (Energisa Mato Grosso).
Para isso, será realizado o emprego do quadro resumo de previsão de cargas abaixo:
Cargas S (kVA) P (kW) Q (kVAr)
Iluminação e TUG 9,592 8,340 4,738
Chuveiros, aquecedores 13,000 13,000 0,000
Forno micro-ondas 1,333 1,200 0,580
Forno elétrico 0,222 0,200 0,096
Ar condicionado 5,400 4,600 2,828
Motores elétricos 0,500 0,400 0,300
Maquinas de solda a transformador 1,500 1,350 0,654
Total 30,509 29,090 9,197
Tabela 6.4 – Exemplo residencial de um quadro de previsão de carga

A demanda total (D) da residência pode ser calculada a partir da fórmula:

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( ) ( )
Sendo:
D(kW) = Demanda total;
d1(kW) = Demanda de iluminação e tomadas, calculadas conforme fatores de demanda da
tabela 2;
d2(kW) = Demanda dos aparelhos para aquecimento de água (chuveiros, aquecedores etc)
calculada conforme tabela 3;
d3(kW) = Demanda de secador de roupa, forno de micro-ondas, máquina de lavar louça e
hidromassagem calculada conforme tabela 4;
d4(kW) = Demanda de fogão e forno elétrico calculada conforme a tabela 5;
d5(kW) = Demanda dos aparelhos de ar-condicionado tipo janela ou centrais individuais,
calculada conforme tabelas 6, 7, 8, respectivamente, para as residências e não residências; Demanda
das unidades centrais de ar-condicionado, calculadas a partir das respectivas correntes máximas
totais, valores a serem fornecidos pelos fabricantes e considerando-se o fator de demanda de 100%;
d6(kW) = Demanda dos motores elétricos e máquinas de solda do tipo motor gerador,
conforme tabelas 9 e 10. Não serão permitidos motores com potência maior que 30CV e os métodos
de partidas dos motores trifásicos, conforme tabela 12;
d7(kW) = Demanda de máquina de solda a transformador e aparelhos de raio-X, calculadas
conforme tabela 11.
Com base nessas definições e o quadro de previsão de cargas, inicia-se o cálculo da demanda
total com o cálculo de d1.
- No cálculo de d1 é utilizada a tabela 2 da NDU 001, esta tabela define os fatores de
demanda de iluminação para residências, restaurantes, lojas etc.
- No caso residencial temos que o valor de cada faixa é acumulativo, ou seja, é a soma dos
valores de cada faixa. Com isso, temos:

Descrição Potencia Fator de P (kW) d1 (kW)


instalada (kW) demanda (%)
/ Demanda
(kVA)
0 < P ≤ 1 kW 86 1 0,86

1 < P ≤ 2 kW 75 1 0,75

2 < P ≤ 3 kW 66 1 0,66

3 < P ≤ 4 kW 59 1 0,59

Residências 4 < P ≤ 5 kW 52 1 0,52

5 < P ≤ 6 kW 45 1 0,45

6 < P ≤ 1 kW 40 1 0,40

7 < P ≤ 8 kW 35 1 0,35

8 < P ≤ 9 kW 31 0,340 0,1054

14
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9 < P ≤ 10 kW 27 - -

10 < P ≤ 75 kW 24 - -

TOTAL 8,340 4,685


Tabela 7.5 – Exemplo de cálculo da demanda d1.
Em seguida realiza-se o calculo de d2, d3 e d4 que estão relacionadas, respectivamente, com
a quantidade de aquecedores de água (2 chuveiros neste caso), presença de secador de roupa, forno
de micro-ondas, máquina de lavar louça e hidromassagem (1 micro-ondas neste caso) e a presença
de fogão e forno elétrico (1 forno elétrico neste caso). Para isso utiliza-se as tabelas 3, 4 e 5 da NDU
001.

TABELA 3 NDU – FATORES DE DEMANDA PARA APARELHOS DE AQUECIMENTO DE AGUA


Nº DE APARELHOS FATOR DE DEMANDA (%) Nº DE APARELHOS FATOR DE DEMANDA (%)
1 100 13 43
2 75 14 41
3 70 15 40
4 66 16 39
5 62 17 38
6 59 18 37
7 56 19 36
8 53 20 35
9 51 21 34
10 49 22 33
11 47 23 32
12 45 24 31
- - Acima De 24 30
Tabela 8.6– Tabela final do cálculo da demanda da residência

TABELA 4- FATORES DE DEMANDA PARA SECADORES DE ROUPA, MAQUINAS DE LAVAR


LOUÇA. FORNO MICROONDAS E HIDROMASSAGEM
Nº DE APARELHOS FATOR DE DEMANDA (%)
1 100
2a4 70
5a6 60
7a9 50
Acima de 9 45
Tabela 9.6– Tabela final do cálculo da demanda da residência

TABELA 5 – FATORES DE DEMANDA PARA FOGOES ELÉTRICOS E FORNOS ELÉTRICOS


Nº DE APARELHOS FATOR DE DEMANDA Nº DE APARELHOS FATOR DE DEMANDA
1 100 8 32
2 60 9 31
3 48 10 a 11 30

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4 40 12 a 15 28
5 37 16 a 20 27
6 35 21 a 25 26
7 33 Acima de 25 25
Tabela 10.6– Tabela final do cálculo da demanda da residência

Por fim, usa-se as tabelas 7, 9, 10 e 11 que levam em conta a presença de aparelhos de ar-
condicionado, motores elétricos e maquinas de solda tipo motor gerador e maquinas de solta a
transformador. Estas tabelas calculam d5, d6 e d7, respectivamente.

TABELA 7 – FATORES DE DEMANDA PARA APARELHOS DE AR CONDICIONADO - RESIDENCIAL


Nº DE APARELHOS FATOR DE DEMANDA (%) Nº DE APARELHOS FATOR DE DEMANDA (%)
1 100 8 71
2 88 9 a 11 70
3 82 12 a 14 68
4 78 15 a 16 67
5 76 17 a 22 66
6 74 23 a 30 65
7 72 31 a 50 64
- - Acima de 50 62
Tabela 11.6– Tabela final do cálculo da demanda da residência

TABELA 9 – CARACTERÍSTICAS E DEMANDA DE MOTORES MONOFÁSICOS


Valores nominais do motor Demanda individual absorvida da rede
Potência Corrente Corrent kVA
Cos (A) – e (A) –
Absorvida
a k N 1 2 3a5 Mais de 5
220 V 380V
Eixo da Rede kVA Motor Motores Motores Motores
CV kW
1/4 0,391 0,62 0,6 0,5 2,82 1,64 0,62 0,5 0,43 0,37
1/3 0,522 0,74 0,7 0,5 3,44 1,93 0,74 0,59 0,51 0,44
1/2 0,657 0,91 0,7 0,6 4,15 2,4 0,91 0,73 0,64 0,55
3/4 0,89 1,24 0,7 0,6 5,62 3,25 1,24 0,99 0,87 0,74
1,00 1,099 1,48 0,7 0,7 6,75 3,91 1,48 1,19 1,04 0,89
1,50 1,577 1,92 0,8 0,7 8,74 5,06 1,92 1,54 1,35 1,15
2,00 2,073 2,44 0,9 0,7 11,09 6,42 2,44 1,95 1,71 1,466
3,00 3,067 3,19 1 0,7 41,52 8,41 3,19 2,56 2,24 1,92
4,00 3,978 4,14 1 0,7 18,84 10,91 4,14 3,32 2,9 2,49
5,00 4,907 5,22 0,9 0,8 23,73 13,74 5,22 4,18 3,65 3,13
7,50 7,459 7,94 0,9 0,7 36,07 20,88 7,94 6,35 5,55 4,76
10,00 9,436 10 0,9 0,8 45,63 26,42 10,04 8,03 7,03 6,02
12,50 12,105 13 0,9 0,8 59,17 34,25 13,02 10,41 9,11 7,81
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Tabela 12.6– Tabela final do cálculo da demanda da residência

TABELA 10 – CARACTERÍSTICAS E DEMANDA DE MOTORES TRIFÁSICOS


Valores nominais do motor Demanda individual absorvida da
rede
Potência Corrente Corrente kVA
Cos f (A) – 220 (A) – 380V
Absorvida
a K h 1 2 3a5 Mais de 5
V
Eixo da Rede kVA Motor Motores Motores Motores
CV kW
1/6 0,25 0,37 0,67 0,5 0,98 0,57 0,37 0,3 0,26 0,22
1/4 0,335 0,48 0,69 0,6 1,27 0,74 0,48 0,39 0,34 0,29
1/3 0,409 0,55 0,74 0,6 1,45 0,84 0,55 0,44 0,39 0,33
1/2 0,566 0,72 0,79 0,7 1,88 1,09 0,72 0,57 0,5 0,43
3/4 0,824 1,08 0,76 0,7 2,84 1,65 1,08 0,87 0,76 0,65
1,0 1,132 1,38 0,82 0,7 3,62 2,1 1,38 1,1 0,97 0,83
1,5 1,577 2,02 0,78 0,7 5,31 3,07 2,02 1,62 1,42 1,21
2,0 1,937 2,39 0,81 0,8 6,28 3,63 2,39 1,91 1,67 1,43
3,0 2,905 3,63 0,8 0,8 9,53 5,52 3,63 2,91 2,54 2,18
4,0 3,823 4,97 0,77 0,8 13,03 7,54 4,97 3,97 3,48 2,98
5,0 4,779 5,62 0,85 0,8 14,76 8,54 5,62 4,5 3,94 3,37
6,0 5,452 6,49 0,84 0,8 17,03 9,86 6,49 5,19 4,54 3,89
7,5 6,9 8,12 0,85 0,8 21,3 12,33 8,12 6,49 5,68 4,87
10,0 9,684 10,8 0,9 0,8 28,24 16,35 10,76 8,61 7,53 6,46
12,5 11,795 12 0,98 0,8 31,59 18,29 12,04 9,63 8,42 7,22
15,0 13,63 15 0,91 0,8 39,31 22,76 14,98 11,98 10,48 8,99
20,0 18,4 20,7 0,89 0,8 54,26 31,41 20,67 19,54 14,47 12,4
25,0 22,439 24,7 0,91 0,8 64,71 37,46 24,66 19,73 17,26 14,79
30,0 26,927 26,9 0,91 0,8 77,65 44,96 29,59 23,67 20,71 17,75

17
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TABELA 11 – FATORES DE DEMANDA PARA MÁQUINAS DE SOLDA A TRANSFORMADOR,


APARELHOS DE RAIO-X E GALVANIZAÇÃO
EQUIPAMENTO POTENCIA DO APARELHO FATOR DE DEMAND

1° maior 100
2° maior 70
Solda a arco e aparelhos de 3° maior 40
galvanização
Soma dos demais 30

Maior 100
Solda a resistência
Soma dos demais 60
Maior 100
Aparelhos de Raio-X
Soma dos demais 70
Tabela 13.6– Tabela final do cálculo da demanda da residência

Com todos os fatores de demanda já calculados é montada a tabela a seguir:


Demanda calculada S (kVA) P (kW) Q (kVAr) Fator de demanda Demanda
(kW)
d1 9,592 8,340 4,738 - 4,685
d2 13,000 13,000 0,000 0,75 (2 chuveiros) 9,750
d3 1,333 1,200 0,580 1 (1 micro-ondas) 1,200
d4 0,222 0,200 0,096 1 (1 forno elétrico) 0,200
d5 5,400 4,600 2,828 0,78 (4 ar-condicionado) 3,588
d6 0,500 0,400 0,300 1 (motor elétrico) 0,400
d7 1,500 1,350 0,654 1 (máquina de solda) 1,350
Total 30,509 29,090 9,197 - 21,173
Tabela 14.6– Tabela final do cálculo da demanda da residência

Temos, então, que essa residência exemplo possui uma demanda total de 21,173 kW. Com
este valor é definida a condição de atendimento da instalação, retirada da Tabela 13 da NDU 001.

18
BIFÁSICO MONOFÁSICO Categoria

1
3
2
1

B 3
M 2
M 2
M 2
Nº de fios

2
1
1
1
Nº de Fases

-
-
-
-
Demanda (kW)

<
<
<
<
<
<
<
<

0
8
3
0
3
8
0
8
0

C
C
C
C

8,
6,
6,
3,
3,
Carga Instalada
Canal de ligação Multiplex

0+10
6+16
0+10
0+10

2x1x1
1x1x1
1x1x1
1x1x1
(Aluminio)

2x
2x

10
10
Ramal de ligação

)
concentrico (Aluminio)

6)
0)
Ramal de entrada embutido

2#1
6(6)

16(1
10(1

0(10
e subterrâneo ( Cobre PVC

6)
6)
0)
Ramal de entrada
70°C) embutido
Condutores (mm2)

6(6)

2#6(
16(1
10(1
e subterrâneo

6
6
1
0
1
6
EPR/XLPE/HEPR 90°C)
Aterramento (Cobre)

0
0
0
0
TABELA 13 – NDU 001

1H
1H
1H
1H
Haste para aterramento aço cobre

240
240
240
240

16X
16X
16X
16X
2
/3

40
70
50
30
Disjuntor Termomagnético (Limite
Maximo (A))

2
3
5
2
5
2
5
2
UFMT - Engenharia Elétrica - Eletrotécnica Predial

Eletroduto de PVC Rigido (mm)

5
2
5
2
0
2
0
2
Eletroduto de aço galvanizado

0
5
1
0
5
1
0
5
1
0
5
1

(daN)
Poste DT(mm)

0
8
0
8
0
8
0
8

Poste de aço galvanizado


Capítulo 01 - Instruções para projetos de Instalações Elétricas Prediais

0
0
0
0

(mm)
7 metros)

x8
x8
x8
x8

80
80
80
80

Poste de aço galvanizado


Poste ( 5 ou

quadrado (mm)

50
40
40
40

Fixação com parafuso ou


Pont
alete

19
fixação embutido na parede
(mm)
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1
0,
1
B 3 2 - 1 2x1x1 2#1 2#1 1 1H 50 3 2 1 8 80 50
2 0, 6+16 6(16 0(10 0 16X 2 5 5 0 x8
1 ) ) 240 0 0
< 0
C
<
1
2,
7
B 3 2 - 1 2x1x2 2#2 2#1 1 1H 70 3 3 1 8 80 50
3 2, 5+25 5(25 6(16 6 16X 2 2 5 0 x8
7 ) ) 240 0 0
< 0
C
<
1
7,
7
T 4 3 0< 0 3x1x1 3#1 3#6( 6 *H 40 3 3 1 8 80 50
1 D < 0+10 0(10 6) 16X 2 2 5 0 x8
< C ) 240 0 0
14 < 0
T 4 3 14 7 3x1x1 3#1 3#1 1 *H 50 3 3 1 8 80 50
2 < 5 6+16 6(16 0(10 0 16X 2 2 5 0 x8
D ) ) 240 0 0
< 0
17
,4
8
T 4 3 17 3x1x2 3#2 3#1 1 *H 80 4 4 1 1 90 50
3 ,2 5+25 5(25 6(16 6 16X 0 0 5 0 x9
8< ) ) 240 0 0 0
TRIFÁSICO

D 0
<
24
,4
7
T 4 3 24 3x1x3 3#3 3#2 1 *H 10 5 5 3 1 90 50
4 ,4 5+35 5(35 5(25 6 16X 0 0 0 0 0 x9
7< ) ) 240 0 0 0
D 0
35
,0
5
T 4 3 35 3x1x7 3#7 3#7 3 *H 15 7 8 3 N. N. N.A.
5 ,0 0+70 5(35 5(35 5 16X 0 5 0 0 A. A.
5< ) ) 240 0
D 0
20
UFMT - Engenharia Elétrica - Eletrotécnica Predial
Capítulo 01 - Instruções para projetos de Instalações Elétricas Prediais

<
52
,5
3
T 4 3 52 3x1x1 N.A. 3#9 5 *H 20 8 9 6 N. N. N.A.
6 .5 20+70 5(70 0 16X 0 5 0 0 A. A.
3< ) 240 0
D 0
<
75
,0
0

Finalizando, temos que neste exemplo temos uma residência alimentada por uma rede
trifásica de categoria T3, importante observar todas as especificações definidas nessa norma como
ramal de entrada, aterramento e etc.

1.5 Alocação de pontos

Locação dos pontos: após definir todos os pontos de utilização da energia elétrica da
instalação, a sua locação em planta será feita utilizando a simbologia gráfica apropriada presente na
NBR 5444 – Símbolos gráficos para instalações elétricas prediais.

Figura 6 - Símbolos referentes aos eletrodutos. Fonte. NBR 5444

Figura 7 - Símbolos referentes aos condutores. Fonte. NBR 5444

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Capítulo 01 - Instruções para projetos de Instalações Elétricas Prediais

Figura 8 - Símbolos referentes às caixas de passagens. Fonte. NBR 5444

Figura 9 - Símbolos referentes aos quadros de energia. Fonte. NBR 5444

Figura 10 - Símbolos referentes aos interruptores. Fonte. NBR 5444

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Capítulo 01 - Instruções para projetos de Instalações Elétricas Prediais

Figura 11 - Símbolos referentes aos disjuntores. Fonte. NBR 5444

Figura 12 - Símbolos referentes aos pontos de iluminação. Fonte. NBR 5444

Figura 13 - Símbolos referentes aos pontos de tomada. Fonte. NBR 5444

Das simbologias NBR 5444, presentes nas imagens acimas, lembrar que:
- Número entre dois traços indica o circuito correspondente (Ex. -1-);
- Letra minúscula indica o ponto comandado;
- A potência dos pontos de luz deve ser indicada no símbolo;
- A potencia das tomadas deve ser indicada no símbolo;
- Linha cheia representa eletroduto embutido no teto ou parede;
23
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Capítulo 01 - Instruções para projetos de Instalações Elétricas Prediais

- Linha tracejada representa eletroduto embutido no piso.


Os pontos de iluminação e tomada devem ser posicionados de forma que traga conforto e
praticidade ao cliente. Se houver a necessidade de um ponto de tomada em um local especifico
determinado pelo cliente este deve contar no projeto.
Na planta pode-se omitir os valores mais recorrentes de iluminação e tomada, mas estes
valores devem estar descritos na legenda/observações do projeto.

1.5.1 Dispositivos de comando – Interruptores

São os dispositivos utilizados para desligar e acionar cargas, através da comutação de


contatos, como: iluminação, ventiladores de teto e pequenos motores.
Os interruptores podem ser:
- Interruptor simples de uma seção: composto somente por uma tecla e possui a capacidade
de comandar lâmpadas em um local apenas.

Figura 146 – Diagrama multifilar do interruptor simples de uma seção. Fonte Instalações de Sistemas Elétricos Prediais
SENAI-RJ

- Interruptor simples de duas seções: compostos por duas teclas podem comandar duas ou
mais lâmpadas exclusivamente de um único local.

Figura 157 – Diagrama multifilar do interruptor simples de duas seções. Fonte Instalações de Sistemas Elétricos Prediais
SENAI-RJ

- Interruptor simples de três seções: compostos por três teclas podem comandar três ou mais
lâmpadas exclusivamente de um local.

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Capítulo 01 - Instruções para projetos de Instalações Elétricas Prediais

Figura 168 -Diagrama multifilar do interruptor simples de três seções. Fonte. Instalações de Sistemas Elétricos Prediais
SENAI-RJ

- Interruptor paralelo (Three-way): Permite o acionamento de uma ou mais lâmpadas de dois


locais diferentes.

Figura 179 - Diagrama multifilar do interruptor Three-Way. Fonte. Instalações Elétricas Hélio Creder

Figura 1810 - Esquema de ligação do interruptor Three-way. Fonte. Instalações Elétricas Hélio Creder

- Interruptor intermediário (Four-Way): Permite o comando do circuito de vários pontos


diferentes. Nas extremidades (junto a fonte e junto a lâmpada) faz-se necessário a presença de dois
interruptores Three-way.

25
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Capítulo 01 - Instruções para projetos de Instalações Elétricas Prediais

Figura 1911 - Diagrama multifilar do interruptor Four-way. Fonte. Instalações de Sistemas Elétricos Prediais SENAI-RJ

Figura 2012 - Exemplo de lâmpada acesa - Four-Way Fonte. Instalações elétricas Hélio Creder

Figura 2113 - Exemplo de lâmpada apagada - Four Way Fonte. Instalações Elétricas Hélio Creder

Obs: O condutor de fase nunca deve estar ligado no ponto de luz. Isso evita choque elétrico
ao trocar a lâmpada. Assim, o condutor fase deve estar sempre ligado ao interruptor.

Com o entendimento sobre os dispositivos de comando inicia-se o processo de alocar os


pontos.

26
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Capítulo 01 - Instruções para projetos de Instalações Elétricas Prediais

1.5.2 Exemplo de alocação de pontos em dormitório

Ambiente: Dormitório

Área: 8,14 m²

Perímetro: 11,46 m

Iluminação: 6m² + 2,14m² = 100 VA

Tomadas:

TUG: 5m + 5m + 1,46m = 300 VA

TUE: 1 Ar-Condicionado = 1000 VA

Figura 2214 - Dormitório. Fonte. AULA 03

Após a determinação dos pontos de iluminação e de tomadas com base na NDU 001, faz-se a
alocação desses pontos no ambiente. Deve-se realizar também a escolha do modo de comando da
iluminação (interruptores), bem como os seus posicionamentos.
O ponto de iluminação deve ser posicionado de maneira que proporcione uma iluminação
satisfatória em todo o ambiente, e os pontos de tomada e comando de modo que gere conforto e
praticidade.

1° Passo: Encontrar o centro do


ambiente e inserir o símbolo referente a
iluminação;

2° Passo: Inserir a potência e deixar


posicionado a letra referente ao ponto
de comando e o número entre traços
referente ao circuito.

Obs.: Pode-se optar por qualquer arranjo


de iluminação desde que no final a
potencia total de iluminação seja de 100
VA. Ex. 2 Lâmpadas de 50 VA.

Figura 2315 - Inserindo a iluminação. Fonte: Aula 3

27
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Capítulo 01 - Instruções para projetos de Instalações Elétricas Prediais

3° Passo: Alocar os pontos de tomadas


gerais e específicos;

4° Passo: Inserir a potência referente a


cada tomada, sendo possível omitir a
potência mais recorrente;

5° Passo: Determinar a altura dos


pontos de tomadas, sendo estes:

- Tomada baixa: 300mm do piso

- Tomada Média: 1.300mm do piso

- Tomada Alta: 2.000mm do piso

6° Passo: Posicionar o ponto de


comando da iluminação.
Figura 2416- Inserindo tomadas e comando. Fonte. Aula 3

A figura 17 segue os mesmos passos das


figuras anteriores, entretanto possui um
sistema de comando da iluminação
diferente.

Neste caso a iluminação do dormitório


pode ser acionada em 3 pontos
diferentes, enquanto na Figura 3 o
acionamento é realizado somente por um
interruptor localizado ao lado da porta.

Figura 2517 - Outra configuração de comando. Fonte. Aula 3

28
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Capítulo 01 - Instruções para projetos de Instalações Elétricas Prediais

1.5.3 Exemplo de alocação de pontos em banheiro

Ambiente: Banheiro

Área: 3,47 m²

Perímetro: 7,94 m

Iluminação: 3,47 m² = 100 VA

Tomadas:

TUG: 7,94 m = 600 VA

TUE: 1 Chuveiro Elétrico = 6000 W

Figura 2618- Planta do banheiro. Fonte. Aula 3

No caso dos banheiros a NDU 001 determina que os três primeiros pontos de tomada devem
possuir 600 VA e que deve haver um ponto próximo ao lavatório.

1° Passo: Encontrar o centro do


ambiente e inserir o símbolo
referente a iluminação;

2° Passo: Inserir a potência e deixar


posicionado a letra referente ao
ponto de comando e o número entre
traços referente ao circuito.

Obs.: Dialogar com o cliente sobre a


necessidade ou não de pontos de
iluminação acima do lavatório.

Figura 2719 - Inserindo iluminação. Fonte. Aula 3

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Capítulo 01 - Instruções para projetos de Instalações Elétricas Prediais

3° Passo: Alocar os pontos de tomadas


gerais e específicos;

4° Passo: Inserir a potência referente a


cada tomada, sendo possível omitir a
potência mais recorrente;

5° Passo: Determinar a altura dos


pontos de tomadas;

6° Passo: Posicionar o ponto de


comando da iluminação.

Figura 2820 - Inserindo tomadas e comando. Fonte. Aula 3

1.5.4 Exemplo de alocação de pontos em cozinha

Ambiente: Cozinha

Área: 12,62 m²

Perímetro: 14,86 m

Iluminação: 6m² + 4m² + 2,62m² = 100VA


+ 60VA = 160 VA

Tomadas:

TUG: 3,5m + 3,5m + 3,5m + 3,5m + 0,86m


= 600VA + 600VA + 600VA + 100VA +
100VA = 2000 VA

Figura 2921 - Planta da cozinha

Determinação dos pontos de tomada e iluminação realizados a partir dos requisitos mínimos
presentes na NDU 001. Neste caso não foram alocadas PTUEs, entretanto nas cozinhas sempre são
encontrados equipamentos como fornos elétricos, micro-ondas, entre outros.

30
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Capítulo 01 - Instruções para projetos de Instalações Elétricas Prediais

1° Passo: Posicionar a iluminação de modo


adequado;

2° Passo: Inserir a potência e deixar


posicionado a letra referente ao ponto de
comando e o número entre traços referente
ao circuito.

Obs.: Por conta da norma faz-se necessário


alocar 2 pontos de iluminação, assim é feira a
divisão do ambiente e 2 partes iguais e
alocado os pontos nos centros resultantes.

Figura 3022 - Inserindo a iluminação

3° Passo: Alocar os pontos de tomadas


gerais e específicos;

4° Passo: Inserir a potência referente a


cada tomada, sendo possível omitir a
potência mais recorrente;

5° Passo: Determinar a altura dos pontos


de tomadas;

6° Passo: Posicionar o ponto de comando


da iluminação.

Obs.: Segundo a NDU 001 é necessário


posicionar no mínimo 2 pontos de tomada
acima da bancada da pia.

Figura 3123 - Inserindo tomada e comando. Fonte. Aula 3.

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Capítulo 01 - Instruções para projetos de Instalações Elétricas Prediais

Ambientes como salas comerciais, academias e salões de festas é recomendado a utilização


de softwares para o dimensionamento e posicionamento do sistema de iluminação, e para os pontos
de tomada é necessário um amplo diálogo com o cliente para que sejam alocados de forma correta
todos os pontos desejados.
A figura 11 é uma representação em 3 dimensões dos pontos de iluminação, tomada e
comando e dos eletrodutos necessários para o funcionamento adequado de todos os componentes.

Figura 3224- Visão 3D da alocação dos pontos. Fonte. Aula 3

1.6 Divisão da instalação em circuitos

Antes de realizar a divisão dos circuitos é importante compreender alguns setores de uma
instalação elétrica e algumas definições.

1.6.1 Setores de uma instalação elétrica

- Circuito elétrico: equipamentos e condutores ligados a um mesmo dispositivo de proteção;


- Dispositivo de proteção (disjuntor termomagnético e fusível): dispositivo elétrico que atua
automaticamente quando o circuito elétrico ao qual está conectado é submetido a condições
anormais, tais como alta temperatura e curto-circuito.
- Quadro de distribuição: componente fundamental da instalação elétrica, pois recebe o
RAMAL DE ALIMENTAÇÃO que vem do centro de medição, contém os DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO e
distribui os CIRCUITOS TERMINAIS para as cargas.

32
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Capítulo 01 - Instruções para projetos de Instalações Elétricas Prediais

Componentes do quadro de distribuição de cargas

- Disjuntor geral, barramento de interligação de fases, disjuntores de circuitos terminais,


barramento de neutro, barramento de proteção;
- Tabela QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO DE CARGAS, contendo toda a informação sobre a divisão
dos circuitos terminais de uma instalação.

Figura 3325 - Quadro de distribuição bifásico. Fonte: Pirelli

33
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Capítulo 01 - Instruções para projetos de Instalações Elétricas Prediais

- Circuitos terminais: alimentam diretamente os equipamentos de utilização (lâmpadas,


motores, aparelhos elétricos) e ou TUGs e TUEs; os circuitos terminais partem dos quadros terminais
ou dos quadros de distribuição (alimentadores);

Figura 3426- Circuitos terminais. Fonte: Pirelli

- Circuitos alimentadores (circuito de distribuição principal, divisionário, circuito


subalimentador): alimentam os quadros terminais e/ou de distribuição, partindo da rede pública, de
um transformador ou de um gerador.
Os quadros terminais e de distribuição deverão ser localizados próximos ao CENTRO DE
CARGA da instalação. O CENTRO DE CARGA é o ponto ou região onde se concentram as maiores

34
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Capítulo 01 - Instruções para projetos de Instalações Elétricas Prediais

potências (comentar aspectos estéticos, facilidade de acesso, funcionalidade, visibilidade e


segurança; ambiente de serviço ou circulação).
Em condomínios deverá haver tantos quadros terminais quantos forem os sistemas de
utilidades do prédio (iluminação, elevadores, bombas, etc.).

A divisão de circuitos de uma instalação deve seguir as normas presentes na NBR 5410 Seção
9.5.3, sendo que:
- Os circuitos terminais dever ser separados pela função dos equipamentos de utilização que
alimentam, sendo exceção à essa regra as seguintes situações:
a) A corrente de projeto (IB) do circuito (iluminação mais tomada) deve ser menor que 16 A;
b) Os pontos de alimentação não sejam alimentados, em sua totalidade, por um só circuito,
caso esse circuito seja comum (iluminação mais tomadas);
c) Os pontos de tomadas, excluindo os pontos em copas, lavanderias, cozinhas e lugares
análogos, não sejam alimentados por um só circuito comum (iluminação mais tomadas).
- Todo ponto de utilização previsto para alimentar uma corrente nominal superior a 10 A
deve constituir um circuito independente;
- Pontos localizados em cozinhas, copas, copas-cozinhas, lavanderias e locais análogos devem
ser atendidos por circuitos exclusivamente destinado à essas áreas;
- Concluída a divisão de cargas em circuitos terminais, identificar na planta, ao lado de cada
ponto de luz ou tomada, o número do circuito respectivo.
- Cada circuito terminal será ligado a um dispositivo de proteção (disjuntor termomagnético);

Em paralelo as normas, a divisão dos circuitos deve ser realizada de maneira que a instalação
possua:
- Segurança: Não estender a falha a instalação toda;
- Conservação de energia: Poder seccionar as cargas na medida que forem necessárias;
- Funcionalidade: Poder criar diferentes ambientes;
- Continuidade da produção: Minimizar as paralizações resultantes de uma falha;
- Facilidade de manutenção: Facilitar ou possibilitar ações de manutenções, sejam essas
preditivas, preventivas ou corretivas;
- Queda de tensão e corrente nominal menores;
- Condutores de menor seção e dispositivos de proteção com menor capacidade nominal:
Diminuindo os custos de aquisição e troca de condutores e dispositivos de proteção.

Para conseguir atingir estas exigências recomenda-se a divisão de circuitos terminas com as
seguintes potencias:
- Circuitos de Iluminação: 1200-1500 VA (127 V) / 2200-2500 va (220 V);
- TUG: 1800-2000 VA (127 V) / 3600-4000 VA (220 V).

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Capítulo 01 - Instruções para projetos de Instalações Elétricas Prediais

1.6.2 Tensão dos circuitos

De acordo com o número de fases e a tensão secundária de fornecimento, valem as


seguintes recomendações para os circuitos terminais:
- Instalação monofásica: todos os circuitos terminais terão ligação FASE-NEUTRO, na tensão
de fornecimento padronizada da concessionária local:
- Circuitos de iluminação e TUGs no menor valor de tensão (ou seja, estes circuitos serão
monofásicos: ligação FASE-NEUTRO);
- TUEs podem ser ligadas em FASE-FASE (circuitos bifásicos, normalmente utilizados para
chuveiros, ar-condicionado, etc.) ou em FASE-NEUTRO (circuitos monofásicos).

1.6.3 Recomendações para a representação da tubulação e da fiação

Uma vez concluída a locação dos pontos na planta baixa e identificados os circuitos
terminais, o próximo passo consiste em interligar os mesmos, representando o sistema de tubulação
e a fiação correspondente.
1) Locar o Quadro de Distribuição (próximo ao centro de cargas, etc.);
2) A partir do Quadro de Distribuição iniciar o traçado dos eletrodutos, procurando os
caminhos mais curtos e evitando o cruzamento de tubulações (levar em conta detalhes do projeto
estrutural, hidrossanitário, etc.);
3) Interligar inicialmente os pontos de luz (tubulações embutidas no teto), percorrendo e
interligando todos os recintos;
4) Interligar os interruptores e tomadas aos pontos de luz de cada recinto (tubulações
embutidas nas paredes);
5) Evitar que caixas embutidas no teto (octogonais 4”x4”x4” de fundo móvel, octogonais
3”x3”x2” fundo fixo) estejam interligadas a mais de 6 eletrodutos, e que as caixas retangulares
4”x4”x2” e 4”x2”x2” embutidas nas paredes se conectem com mais de 4 eletrodutos (ocupação,
emendas);
6) Evitar que em cada trecho de eletroduto passe quantidade elevada de circuitos (limitar em
no máximo 5), visando minimizar bitola de eletrodutos e de fios e cabo;
7) Avaliar a possibilidade de utilizar tubulação embutida no piso para o atendimento de
circuitos de tomadas baixas e médias;
8) Os diâmetros nominais das tubulações deverão ser indicados;
9) Concluído o traçado de tubulações, passar à representação da fiação, indicando o circuito
ao qual pertence cada condutor e as seções nominais dos condutores, em mm².

1.6.4 Eletrodutos

Funções:
- Proteção mecânica dos condutores;

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Capítulo 01 - Instruções para projetos de Instalações Elétricas Prediais

- Proteção dos condutores contra possíveis ataques químicos da atmosfera ou ambientes


agressivos;
- Proteção do meio contra os perigos de incêndio resultantes de eventuais
superaquecimentos dos condutores ou arcos voltaicos;
- Proporcionar aos condutores um envoltório metálico aterrado (no caso de eletrodutos
metálicos) para evitar perigos de choque elétrico.

Tipos:
- Não-Metálicos: PVC (rígido e flexível corrugado), plástico com fibra de vidro, polipropileno,
polietileno, fibrocimento;
- Metálicos: Aço carbono galvanizado ou esmaltado, alumínio e flexíveis de cobre
espiralado;
- Em instalações aparentes, o eletroduto de PVC rígido roscável é o mais utilizado, devendo
as braçadeiras ser espaçadas conforme as distâncias mínimas estabelecidas pela NBR-5410.

Prescrições Para Instalação

- Nos eletrodutos devem ser instalados condutores isolados, cabos unipolares ou


multipolares, admitindo-se a utilização de condutor nu em eletroduto isolante exclusivo quando este
condutor for de aterramento;
- As dimensões internas dos eletrodutos devem permitir instalar e retirar facilmente os
condutores ou cabos após a instalação dos eletrodutos e acessórios. A taxa máxima de ocupação em
relação à área da seção transversal dos eletrodutos não deverá ser superior a:
- 53% no caso de um condutor ou cabo;
- 31% no caso de dois condutores ou cabos;
- 40% no caso de três ou mais condutores ou cabos
- Não deve haver trechos contínuos (sem interposição de caixas ou equipamentos) retilíneos
de tubulação maiores que 15m;
- Em trechos com curvas, essa distância deve ser reduzida a 3 m para cada curva de 90° (em
casos especiais, se não for possível obedecer a este critério, utilizar bitola imediatamente superior à
que seria utilizada);
- Entre 2 caixas, entre extremidades, entre extremidade e caixa, no máximo 3 curvas de 90o
(ou seu equivalente até no máximo 270o); sob nenhuma hipótese prever curvas com deflexão
superior a 90°;
- As curvas feitas diretamente nos eletrodutos não devem reduzir efetivamente seu diâmetro
interno;
- Eletrodutos embutidos em concreto armado devem ser colocados de forma a evitar sua
deformação durante o processo de concretagem;
- Em juntas de dilatação, os eletrodutos rígidos devem ser seccionados, devendo ser
mantidas as características necessárias à sua utilização;
- Em eletrodutos metálicos a continuidade elétrica deve ser sempre mantida.

Caixas de Derivação

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Capítulo 01 - Instruções para projetos de Instalações Elétricas Prediais

Têm a função de abrigar equipamentos e/ou emendas de condutores, limitar o comprimento


de trechos de tubulação, ou limitar o número de curvas entre os diversos trechos de uma tubulação.

1.7 EXERCÍCIOS

REFERÊNCIAS
 PRYSMIAN. Instalações Elétricas Residenciais, 2006 ELEKTRO / PIRELLI;

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Capítulo 01 - Instruções para projetos de Instalações Elétricas Prediais

 CAVALIN, Geraldo; CERVELIN, Severino. Instalações elétricas prediais: conforme norma NBR
5410:2004. 21. ed. rev. e atual. São Paulo: Érica, 2011. 422 p.
 FILHO, Domingos Leite Lima. Projetos de Instalações Elétricas Prediais. Editora Érica. 11ª
Edição. 2007.
 NBR 5444 – Símbolos gráficos para instalações elétricas prediais
 Instalações de Sistemas Elétricos Prediais – SENAI-RJ
 Instalações Elétricas – Hélio Creder **ARRUMAR

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Capítulo 02 - Orientações para elaboração de um projeto de Instalações Elétricas: Edifício
Residencial

CAPÍTULO 2

ORIENTAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DE


UM PROJETO DE INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS:
EDIFÍCIO RESIDENCIAL

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Capítulo 02 - Orientações para elaboração de um projeto de Instalações Elétricas: Edifício
Residencial

Orientações para Elaboração de um Projeto de Instalações Elétricas:


Edifício Residencial

Para a elaboração de um projeto de instalações as seguintes plantas se fazem necessárias:

- Planta baixa do subsolo;


- Planta baixa do térreo;
- Planta baixa do pavimento tipo;
- Planta baixa da cobertura;
- Planta baixa do telhado;
- Detalhes e/ou cortes verticais.

Ao final dever-se-á adicionar o esquema vertical de subida dos circuitos, o diagrama unifilar
dos quadros de carga.

Um projeto de instalações elétricas de um edifício residencial deve, adicionalmente, ou seja,


após a elaboração do projeto elétrico do pavimento tipo, realizar os mesmos trabalhos de colocação
de pontos de luz e tomadas de uso geral, tomada de força, etc., na planta baixa do subsolo, térreo,
cobertura, telhado/casa de máquinas seguindo as prescrições dadas pela norma técnica. Em todos
estes locais, os circuitos fazem parte das instalações elétricas do condomínio (ou de serviço do
edifício). Na sequência serão fornecidas descrições resumidas das cargas elétricas envolvidas em
cada uma destas plantas.

a) Subsolo:
Sugere-se a instalação de um quadro de luz e força (QLF) no subsolo, normalmente
alimentado pelo QGS (Quadro geral de serviço/condomínio). No subsolo tem-se normalmente:
iluminação (garagens) e tomadas de serviço, alimentação de bombas d’água (que bombeiam a água
da caixa d’água inferior para a caixa d’água superior), bomba (s) de águas pluviais/servidas, etc.;

b) Térreo (ou pilotis):


Nesta planta está localizado normalmente o quadro geral de serviço/condomínio (QGS),
alimentado a partir da rede de baixa tensão da concessionária (podendo se ter um transformador
exclusivo), ou através de uma subestação de proteção e transformação própria. Além do QGS,
haverá, também, a caixa de medição de serviço/condomínio e os medidores dos diversos
apartamentos. Na entrada geral do edifício haverá um quadro de distribuição e proteção geral. A
partir do QGS parte os circuitos que irão alimentar os outros quadros pertencentes ao condomínio,
tais como, o quadro de distribuição da cobertura, o quadro de distribuição do subsolo, etc. A partir
dos medidores saem os eletrodutos contendo os circuitos que alimentam cada um dos
apartamentos, que podem subir pelas paredes da escadaria ou por um espaço de construção
próprio. Estes eletrodutos são conhecidos como “prumadas”;

c) Pavimento tipo:
O número de apartamentos por pavimento depende da edificação, porém cada apartamento
terá o seu quadro de luz e força (QLF), alimentado diretamente da prumada localizada na parede da

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Capítulo 02 - Orientações para elaboração de um projeto de Instalações Elétricas: Edifício
Residencial

escadaria ou outro espaço de construção deixado para estes fins. O quadro de luz e força de cada
apartamento é alimentado a partir da prumada, através do piso do pavimento, por meio de
eletrodutos apropriados, no qual está contida a fiação do circuito de alimentação do apartamento.
No corredor que dá acesso aos apartamentos deverá haver um circuito pertencente ao
condomínio (para iluminação do corredor), além de um ou mais circuitos para iluminação da escada.
O circuito de iluminação do corredor de acesso aos apartamentos, bem como o circuito de
iluminação da escada são, normalmente, acionados por meio de minuterias eletrônicas, conforme
ilustrados nas figuras 2.1(a) e 2.1(b);

d) Cobertura:
Pode ou não existir em cada edifício. Quando existem, trata-se de um pavimento especial, no
qual existem apartamentos maiores, com cargas maiores e merecem um projeto elétrico separado
do apartamento comum.

e) Telhado (ou casa de máquinas):


No telhado estão localizados os motores do (s) elevador (es) e o (s) motor (es) da bomba de
incêndio, cujos circuitos alimentadores vêm diretamente do quadro geral de serviço/condomínio
(QGS). Os elevadores normalmente possuem um quadro de comando especial, alimentado pelo
circuito que vem do QGS.
Também, deverá ser previsto o (s) eletroduto (s) contendo a fiação para o comando da chave
boia que controla o nível d’água do reservatório superior (caixa d’água) juntamente com informações
do nível da caixa d’água no subsolo, conforme desenho ilustrativo nas figuras 2.1(a) e 2.2(b);

f) Esquema vertical:
Trata-se de um desenho, sem escala, localizando todos os quadros do edifício, fornecendo
uma visão geral da instalação elétrica. Neste desenho são mostrados todos os alimentadores
(apartamentos, condomínio), a prumada de subida dos eletrodutos dos apartamentos, assim como a
entrada de energia do prédio. As figuras 3 e 4 mostram exemplos de esquemas verticais;

g) Quadros de carga e diagrama unifilar:


Os quadros de cargas têm a função de resumir a potência instalada em cada setor da
edificação (serviço/condomínio e apartamentos). Além disso, destacam o valor da proteção, da seção
dos condutores e a fase no qual cada circuito está ligado. A figura 5 mostra um exemplo do quadro
geral (hipotético) para o subsolo.
O diagrama unifilar é extremamente necessário para a montagem do quadro elétrico, pois
nele estão especificados a proteção geral e os disjuntores parciais. A figura 6 mostra um exemplo de
um diagrama unifilar associado ao quadro geral de serviço (QGS).

Com o objetivo de orientar a distribuição dos pontos de luz e tomadas nos diversos locais da
edificação, tais como: hall, escada, rampa da garagem, circulação, casa de bombas, banheiro, acesso
à rampa, casa de máquinas (elevador), etc., nos quais um projeto luminotécnico não se faz
necessário, utiliza-se uma estimativa preliminar com base na densidade de carga (W/m2 ou VA/m2) e
das áreas que serão servidas pela instalação.

42
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Capítulo 02 - Orientações para elaboração de um projeto de Instalações Elétricas: Edifício
Residencial

(a)

(b)

Figura 2.1 - Comando de iluminação através de minuterias: (a) corredor; (b) diferentes pavimentos simultaneamente.

43
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Capítulo 02 - Orientações para elaboração de um projeto de Instalações Elétricas: Edifício
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(a)

(b)

Figura 2.2 - Chave boia para controle do nível d’água do reservatório. a) uso de uma chave boia no reservatório superior;
b) uso de duas chaves boias no reservatório superior.

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Capítulo 02 - Orientações para elaboração de um projeto de Instalações Elétricas: Edifício
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Figura 2.3 - Esquema vertical (exemplo 1).

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Figura 2.4 - Esquema vertical (exemplo 2).

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Capítulo 02 - Orientações para elaboração de um projeto de Instalações Elétricas: Edifício
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Figura 2.5 - Exemplos de Quadros de Carga

Figura 2.6 - Exemplos de Diagramas Unifilares.

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Capítulo 02 - Orientações para elaboração de um projeto de Instalações Elétricas: Edifício
Residencial

Para a determinação das cargas de iluminação pode ser adotado o seguinte critério:

a) Em cômodos ou dependências com área útil igual ou inferior a 6 m² deve ser prevista uma
carga mínima de 100 VA;
b) Em cômodos ou dependências com área superior a 6 m² deve ser prevista uma carga
mínima de 100 VA para os primeiros 6 m², acrescida de 60 VA para cada aumento de 4 m² inteiros
(NBR 5410:2008).

Para a determinação de tomadas de corrente de uso geral (TUG) a norma estabelece as


seguintes recomendações:

Residências (casas e apartamentos):

- Cômodo ou dependência com área ≤ 6 m², pelo menos 1 tomada;


- Cômodo ou dependência com área > 6 m², pelo menos 1 tomada para cada 5 metros, ou
fração de perímetro, uniformemente distribuídas;
- Banheiros: 1 tomada junto ao lavatório;
- Cozinhas ou copas-cozinhas: 1 tomada para cada 3,5 m ou fração de perímetro, sendo que
acima de cada banca de pia, com largura igual ou superior a 30 cm, deve ser prevista, pelo menos 2
tomadas de corrente, no mesmo ponto ou em pontos distintos;
- Subsolos, sótão, garagens e varandas: 1 tomada no mínimo.

Exemplos de Cálculo:
1) Estacionamento:

( ) ( )

Tomadas de uso geral:

( )

Iluminação:

( )

2) Fachada:
Tomadas de uso geral:

( )

Iluminação:

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( )

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Capítulo 02 - Orientações para elaboração de um projeto de Instalações Elétricas: Edifício
Residencial

Iluminação de quadras esportivas

Como planejar um sistema de iluminação eficaz

O sistema de iluminação nas quadras esportivas deve proporcionar conforto visual para os
praticantes de esportes, ser econômico e eficiente. Apresentamos as principais condições básicas
para que estes requisitos sejam alcançados. Não importa se a quadra esportiva é usada para a
competição ou apenas para a recreação. Se você pretende utilizá-la à noite é preciso planejar um
sistema de iluminação adequado. Estes sistemas têm a função principal de criar as condições
perfeitas para a prática de todos os esportes, evitando sombras incômodas e ofuscamentos
(penumbras). Enquanto o praticante do esporte ganha em conforto visual, um sistema eficaz não
deve abrir mão da economia de energia.

Requisitos gerais

A instalação de iluminação esportiva deve proporcionar as condições visuais adequadas para


os jogadores. Isto significa que a luz artificial não deve interferir na velocidade da bola ou na precisão
do seu desempenho. Ao planejar esta iluminação deve-se levar em consideração:
- A criação de boas condições visuais para os espectadores, permitindo que o jogo seja
acompanhado com o mínimo esforço;
- Satisfazer as exigências do local, principalmente em relação aos tipos de atividades que são
realizadas na quadra.

Critérios do Projeto

As condições visuais do sistema são determinadas pelos seguintes fatores:


- Grau de limitação do ofuscamento;
- Tamanho aparente da bola e velocidade da bola;
- Deve-se levar em consideração outros requisitos mais severos quando a bola é de tamanho
pequeno ou quando esta bola alcança uma alta velocidade. É o caso das quadras de tênis.

Manutenção

A manutenção será uma constante para o bom desempenho do seu sistema. Assim, as fontes
de luz deverão ser instaladas em alturas adequadas em relação ao piso. A facilidade e o acesso
simplificado a estas fontes de luz também são essenciais. Desta forma, será possível limpar, repor as
lâmpadas, ou qualquer outro processo de manutenção de forma rápida e sem riscos de acidentes.

Cálculos

Pelo número de projetores utilizados em um sistema não é prático fazer os cálculos


necessários sem o auxílio de um computador. As empresas que planejam os sistemas disponibilizam
estes cálculos. Apresentamos, para uma melhor visualização, esquemas para a instalação em
quadras padrão. Estes esquemas fornecem a posição e ponto de focalização dos projetores num
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Capítulo 02 - Orientações para elaboração de um projeto de Instalações Elétricas: Edifício
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sistema de coordenadas cartesianas x, y, z. As iluminâncias calculadas são dadas numa distribuição


com o mesmo sistema x, y, z.

Sistemas

Ao iluminar as quadras esportivas é possível utilizar três sistemas diferentes:


1) O Sistema Catenária é composto de luminárias suspensas por cabos de aço. O cabo de aço
está fixado em dois postes instalados nas bordas das quadras;
2) O Sistema Quatro Postes é o mais comum. Utilizado na maioria das quadras, ele é
composto por postes com altura de 10 a 12 metros. Normalmente são aplicados nestes postes
projetores simétricos com lâmpadas a vapor metálico de 400W;
3) Já o Sistema de Seis Postes é considerado uma excelente aplicação, principalmente
quando se utilizam projetores assimétricos com lâmpada a vapor metálico de 400W. Neste tipo de
sistema pode-se instalar postes mais baixos, com altura variável entre 7 e 8 metros. O projetor
utilizado no sistema de Seis Postes favorece o conforto visual, sendo o mais indicado. A lâmpada a
vapor metálico é a mais utilizada em áreas esportivas devido a sua eficiência, aliada ao excelente
índice de reprodução das cores.

Níveis de Iluminação

Se você possuir uma quadra de tênis destinada para a recreação basta um nível de
iluminação de 200 lux. Se esta mesma quadra for utilizada para competições, o nível de iluminação
deve ser de 350 lux. O nível de iluminação é de 500 lux para as quadras de tênis que realizam
partidas profissionais. No caso das quadras poliesportivas o nível de iluminação também é variável:
no caso apenas para recreação o nível é de 150 lux; competição, 300 lux; profissional, 500 lux. A
uniformidade de luz é outro fator de extrema importância e que deve ser verificado e determinado
conforme a utilização da quadra.

Recreação:

Competição:

Profissional:

O símbolo E significa iluminância.

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Capítulo 03 - Sistema de motor-bomba para elevação de água e motor para elevadores

CAPÍTULO 3

SISTEMA DE MOTOR-BOMBA PARA


ELEVAÇÃO DE ÁGUA
E
MOTOR PARA ELEVADORES

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Capítulo 03 - Sistema de motor-bomba para elevação de água e motor para elevadores

Sistema de motor-bomba para elevação de água

O objetivo do sistema de bombeamento é coletar a água do reservatório inferior e


transporta-la até o reservatório superior. A função da bomba é fornecer a energia ao líquido,
vencendo as resistências do encanamento, seus acessórios e o desnível entre os reservatórios. O
resultado final é a potência da moto-bomba que deve ser estimado em projeto.

Potência dos motores das bombas

Os parâmetros do projeto são a vazão pretendida e a altura total do sistema. O conjunto


elevatório (motor-bomba) deverá ter potência necessária para superar o desnível e as perdas de
carga em toda a tubulação, alcançando a vazão de projeto.

Sendo:

h´ = diferença de nível entre a caixa inferior e


superior;
∆h´= perdas de carga devido as tubulações,
curvas, peças hidráulicas especiais, etc.;
A potência do motor do conjunto será dada
por:

Sendo:

P = potência do motor em (CV);


γ = peso específico do líquido a ser elevado
(água): 1 kg/L;
H = altura total (m), incluindo as perdas de
carga ( );
ηB = rendimento da bomba;
Q = vazão (m³/h).

Adota-se para residência ou apartamentos


residenciais, 200 litros.dia/pessoa como consumo
diário. O reservatório inferior deve ser dimensionado
para 2/3 do volume diário, enquanto o reservatório
superior deverá ser de 1/3 do volume diário. O tempo
de operação do sistema deve ser de 8 horas/dia.

Figura 3.1 - Exemplo de Sistema motor-bomba para Rendimento das Bombas


elevação de água.

53
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Capítulo 03 - Sistema de motor-bomba para elevação de água e motor para elevadores

Não é toda a potência mecânica fornecida pela bomba que é transformada em potência
hidráulica. Neste mesmo sentido podemos correlacionar a conversão da potência elétrica em
potência mecânica. O rendimento das bombas pode variar com a potência por motivo construtivo,
sendo mais elevados para as grandes máquinas e variando também com a altura de elevação dos
líquidos.

n=1700 rpm n=3400 rpm n=3400 rpm


hmax=15m hmax=25m hmax=60m
Vazão Vazão Vazão
ηB (%) ηB (%) ηB (%)
(l/min) (l/min) (l/min)
10 30 20 30 20 30
20 40 40 40 40 40
30 50 60 50 60 50
40 53 80 53 80 53

Tabela 3.1 - Rendimento de bombas.

A tabela 2 exemplifica a operação do motor e o efeito do aumento da carga.

Carga no eixo do motor Condição do rendimento


Abaixo de 50% da potência
Aumento acentuado das perdas
nominal
Entre 50 e 75% da potência
Pouca variação do rendimento
nominal
Entre 75 e 100% da potência
Rendimento próximo ao nominal
nominal
Acima de 100% da potência Sobrecarga, com queda de
nominal rendimento

Tabela 3.2 - Consequência do rendimento segundo a faixa de operação do motor.

Potência instalada

O motor elétrico deve ser calculado de acordo com a equação, com os acréscimos sugerido
na tabela 2. O motor deverá ser escolhido dentre os valores padronizados de motores monofásicos
ou trifásicos.

Potência (CV) Acréscimo (%)


Até 2 50
2-5 30
5 - 10 20
10 - 20 15
Acima de 20 10
Tabela 3.3 – Acréscimos recomendados aos motores elétricos.

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Capítulo 03 - Sistema de motor-bomba para elevação de água e motor para elevadores

Exemplos de cálculo

Exemplo 01: Seja o edifício residencial de 12 andares e dois apartamentos por andar. A
população estimada é de 5 pessoas por apartamento.

Prédio tem o total de 24 apartamentos


População estimada: 120 pessoas
Consumo diário: 24000l
Reservatório superior: 24m³
Reservatório inferior: 48m³
Volume de água a ser elevado: 24 m³
Diariamente: 24m³/8h = 3m³/h
Rendimento da bomba: ηB=0,50
Altura do prédio: h’=40m
Perdas: "∆h’ = 3m"
Altura total: H = 43m

Deve-se acrescentar 50% na potência, logo P=1,434 CV. Adotar a potência de 1,5 CV.

Exemplo 02: Seja o edifício residencial de 12 andares e 8 apartamentos por andar. A


população estimada é de 4 pessoas por apartamento.

Prédio tem o total de 96 apartamentos


População estimada: 384 pessoas
Consumo diário: 76800l
Reservatório superior: 76,8m³
Reservatório inferior: 153,6m³
Volume de água a ser elevado: 76,8 m³
Diariamente: 76,8m³/8h = 9,6m³/h
Rendimento da bomba: ηB=0,50
Altura do prédio: h’=40m
Perdas: "∆h’ = 3m"
Altura total: H = 43m

Deve-se acrescentar 30% na potência, logo P=3,98 CV. Adotar a potência de 4,0 CV.

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Capítulo 03 - Sistema de motor-bomba para elevação de água e motor para elevadores

A figura 3.2 ilustra as partes componentes de um sistema elevatório (moto-bomba e


acessórios).

(a)

(b)

Figura 3.2 - (a) Esquema de instalação de conjunto moto-bomba; (b) Exemplo de uma estação elevatória.

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Capítulo 03 - Sistema de motor-bomba para elevação de água e motor para elevadores

Elevadores

Capacidade de tráfego

A capacidade de tráfego é o número de pessoas atendidas por intervalo de tempo. O


conjunto de elevadores deve ser capaz de transportar em cinco minutos as seguintes percentagens
mínimas da população de um edifício:

a) Escritórios de uma única entidade: 18%;


b) Escritório em geral e consultórios: 12%;
c) Apartamentos: 10%;
d) Hotéis (para hóspedes e serviçais): 12%;
e) Restaurante (quando localizado acima do 2o pavimento para frequentadores): 6%;
f) Hospitais: 10%;
g) Escolas: 20%;
h) Garagens com rampas: 12%;
i) Lojas e centros comerciais: 10%.

População de um edifício

A população de um edifício pode ser calculada baseada nas relações:

a) Escritórios de uma única entidade: 1 pessoa por 7 m²de sala;


b) Escritório em geral e consultórios: 1 pessoa por 7 m² de sala;
c) Apartamentos: 2 pessoas por dormitório social e uma pessoa por dormitório de serviço;
d) Hotéis: 2 pessoas por dormitório;
e) Restaurante: 1 pessoa por 1,5 m² de salão de refeições;
f) Hospitais: 2,5 pessoas por leito;
g) Escolas: 1 pessoa por 2 m² de sala de aula e 1 pessoa por 7 m² de sala de administração;
h) Garagens com rampas: 1,4 pessoas por vaga;
i) Lojas e centros comerciais: 1 pessoa por 4 m² de loja.

Capacidade de transporte

A capacidade de transporte de um elevador, em cinco minutos, deve ser calculada pela


fórmula:

Sendo:
Ct = capacidade de transporte;
L = lotação da cabina (excluir o ascensorista);
T = tempo total de viagem.
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Capítulo 03 - Sistema de motor-bomba para elevação de água e motor para elevadores

Tempo total de viagem

O tempo total de viagem é calculado pela fórmula:

( )

Sendo:

T = tempo total de viagem;


T1 = tempo de percurso total, ida e volta, entre os pavimentos extremos sem paradas;
T2 = tempo total de aceleração e retardamento;
T3 = tempo total de abertura e fechamento de portas (=número de paradas vezes o tempo
de abertura e fechamento das portas em uma parada);
T4 = tempo total de entrada e saída de passageiros (= 0,8 vezes lotação vezes o tempo de
entrada e saída de cada passageiro).

Paradas prováveis

O número de paradas prováveis deve ser calculado pela fórmula:

( )( )

Sendo:
N = número de paradas prováveis;
p = número de paradas do elevador;
c = 80% da lotação da cabina (excluir o ascensorista).

Velocidades recomendadas

Para edifícios residenciais, as velocidades recomendadas em função do percurso estão


indicadas na tabela 3.4:

Percurso (m) Velocidade (m/s)


Até 30 De 0,75 a 1,00
De 30 a 45 De 1,00 a 1,50
De 45 a 60 De 1,25 a 2,00
De 60 a 75 De 1,75 a 2,50
De 75 a 90 De 2,50 a 3,50

Tabela 3.4 – Velocidades recomendadas para edifícios residenciais

A tabela 3.5 apresenta a linha de


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Capítulo 03 - Sistema de motor-bomba para elevação de água e motor para elevadores

fabricação da Otis (modelos antigos), série LA (linha apartamentos) e LH (linha comercial).

Paradas
Equipamento Lotação Velocidade Potência
recomendadas
(código
(pessoas) (m/s) (CV) (n° máximo)
comercial)
LA 651 0,75 6 15
6
LA 652 1 7,5 21
A 852 1 10,5 21
8
LA 853 1,5 15 30
LA 1052 10 1 10,5 21
LA 1292 1 11,5 21
12
LA 1293 1,5 20 30

Tabela 3.5 - Elevadores de fabricação normal (Otis).

Os dados a seguir referem-se aos modelos NE300, MS300, ADV210, ADV210SL2 e ADV210-
DP atualmente comercializados pela Otis.

ESPECIFICAÇÕES GERAIS DO EQUIPAMENTO – ECOTRONIC IP


Linha OTIS evolution
Percurso e distância mínima entre paradas
Velocidade (m/s) 0,38 0,5 0,63 0,75 1 1,2 1,33
Percurso máximo (m) 20 30 38 46 61 74 82
Distância mínima entre
1 1,3 1,6 1,9 2,4 2,8 3,45
paradas¹ (m)
¹ Ainda sujeito a avaliação técnica.
Paradas: Até 20 (IP1), dependendo da avaliação técnica.
Até 24 (IP2).
Entradas: 1.
Capacidade: 1600 Kg (IP1), dependendo da avaliação técnica.
2000 Kg (IP2), dependendo da avaliação técnica.
Velocidade máxima: 1 m/s (IP1).
1,33 m/s (IP2).
Tensão de alimentação: 110 V ou 220 V em AC.
Frequência: 50 Hz ou 60 Hz.
Máquina de tração
Tipo: Com engrenagem (1 ou 2 velocidades).
Localização: Em cima.
Motor tipo: Frequência variável.
N° de partidas por hora: 120 (IP1).
180 (IP2).
Controles suscetíveis a modernização
Modelos: NE300, MS300, ADV210, ADV210SL2 e ADV210-DP.
Tipo: Coletivo na descida ou Coletivo seletivo.
Grupo de carros: Até 3.
Tabela 3.6 – Dados relacionados ao percurso e distância mínima entre paradas de elevadores (OTIS Evolution)

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Capítulo 04 - Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas

CAPÍTULO 4

PROTEÇÃO DE ESTRUTURAS CONTRA


DESCARGAS ATMOSFÉRICAS

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Capítulo 04 - Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas

Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas

Somente no século XVIII os pesquisadores começaram a associar o raio aos fenômenos da


descarga elétrica das cargas acumuladas nas nuvens. Assim, o arco elétrico associado à descarga
explicou a luminosidade do raio, sendo o ruído (trovão) produzido pelo rápido aquecimento e
expansão súbita do ar. As experiências de Benjamin Franklin (1706-1790) e Romas mostraram
através de uma pandorga, a existência de cargas elétricas nas nuvens. Aproximadamente 95% das
nuvens ficam carregadas como indicado na figura 1. Entretanto, algumas nuvens ficam carregadas ao
contrário, existindo, também, a possibilidade de diversas combinações de cargas, tais como: nuvens
menores com cargas positivas e negativas; nuvem com cargas positivas; nuvem com cargas negativas
e nuvem com cargas positivas e negativas não equilibradas.

A nuvem carregada induz no solo


cargas opostas às cargas contidas na sua parte
inferior, que por sua vez ocupam uma área
correspondente ao tamanho da nuvem. A
medida que a nuvem é arrastada pelo vento, as
cargas induzidas vão escalando árvores,
pessoas, pontes, edifícios, pára-raios, morros,
etc., ou seja, o solo sob a nuvem fica com carga
positiva (figura 4.1). A descarga atmosférica
inicia-se pelo raio piloto (líder), descarregando
parte da carga da nuvem para o solo; depois do
raio piloto, o canal ionizado permite a descarga
principal ou descarga de “retorno”, cujas
correntes são da ordem de 2 a 200 kA. Pode
Figura 4.1 – Nuvem carregada e indução de cargas no solo. existir uma terceira descarga com corrente da
ordem de 0,1 a 1 kA. Todas essas descargas
formam o chamado raio, que acontece em frações de microssegundos.

A NBR 5419 define:

Descarga atmosférica: descarga elétrica de origem atmosférica entre uma nuvem e a terra
ou entre nuvens, consistindo em um ou mais impulsos de vários quiloampères.

Raio: um dos impulsos elétricos de uma descarga atmosférica para a terra.

Ponto de impacto: ponto onde uma descarga atmosférica atinge a terra, uma estrutura ou o
sistema de proteção contra descargas atmosféricas (uma descarga atmosférica pode ter vários
pontos de impacto).

A maior incidência de raios ocorre em pontos elevados (morros, montanhas, sobre árvores
isoladas, na ponta do pára-raios, em casas, etc.). O índice ceráunico (IC) é um parâmetro que indica o
número de dias de trovoadas por ano em uma determinada localidade.

61
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Capítulo 04 - Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas

A figura 4.2 mostra o mapa isoceráunico do Brasil. As linhas indicam os pontos de igual
intensidade do índice ceráunico. O índice ceráunico da cidade de Cuiabá possui o valor médio de 90
dias de trovoadas por ano.

Figura 4.2 - Mapa de curvas isoceraúnicas do Brasil. Nota: Número médio de dias de trovoadas por ano. (Fonte: ABNT NBR 5419:2005).

Medições realizadas por pesquisadores internacionais chegaram a uma distribuição


aproximada para a magnitude da corrente de descarga direta dos raios na terra (tabela 4.1).

Frequência (%) Corrente (kA)


0,1 > 200
0,7 > 100
6,0 > 60
50,0 > 15

Tabela 4.1 – Magnitude das descargas diretas de raios.

62
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Capítulo 04 - Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas

Um raio é composto de diversas descargas, que ocorrem em um só túnel de ar ionizado, ou


formando uma árvore invertida, com diversas ramificações. Estatísticas sobre a multiplicidade dos
raios estão na tabela 4.2.

Número de
Frequência (%)
ocorrências
70 1
16 2
10 3
0,4 4 ou mais

Tabela 4.2 - Multiplicidade dos raios.

A figura 4.3 mostra o ângulo de incidência obtido probabilisticamente (referência: ângulo


com a vertical).
A figura 4.3 indica, na sua ordenada, a
probabilidade de a descarga atmosférica
exceder o ângulo indicado na abscissa.
A densidade de raios é a quantidade de
raios que caem em uma determinada região
durante um período estipulado, expresso por:

( ⁄ )

A densidade de descargas
atmosféricas para a terra (Ng) é o número de
raios para a terra por quilômetros quadrados
por ano.
O valor de (Ng) para uma dada
região pode ser estimado pela equação:
Figura 4.3 – Probabilidade e ângulo de incidência do raio.

( ⁄ )
( )

Sendo: Td o número de dias de trovoadas por ano, obtido de mapas isocerâunicos (figura
4.2).
Por exemplo, a densidade de raios que cai na localidade de Cuiabá-MT é 11,09 ≅ 11,0
(raios.km² / ano).
A frequência média anual previsível Nd de descargas atmosféricas sobre uma estrutura é
dada por:

( )
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Capítulo 04 - Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas

Sendo: Ae a área de exposição equivalente, em m², do plano da estrutura prolongada em


todas as direções, de modo a levar em conta a sua altura. A figura 4.4 mostra o cálculo da área
equivalente para uma estrutura retangular simples.

(a) (b)
Figura 4.4 - Delimitação da área de exposição equivalente (Ae): (a) sólido regular; (b) Estrutura vista de planta.

Sendo: L = comprimento; W=largura e H=altura.


Conforme a figura 4.3, Ae resulta em:

( )

Efeitos do Raio em Estruturas

As normas nacionais e internacionais aplicáveis à proteção contra descargas atmosféricas


são:

- No Brasil: NBR-5419 – “Proteção de Estruturas Contra Descargas Atmosféricas”, 2001;


- Na Inglaterra: a BS6651 – “ Protection of Structures Against Lightning”, 1985;
- Na Suíça: a ASE4022 – “ Installations de Protection Contre la Foudre”, 1987;
- Nos EUA: a NFPA78 – “ Lightning Protection Code”, 1986;
- Internacional: IEC 1024 – “Protection of Structures Against Lightning”.

Definem-se, para as diversas estruturas, níveis de proteção a serem usados pelo projetista de
proteção contra descargas atmosféricas (tabela 4.3).

Nível de proteção Caracterização da proteção


I Nível máximo de proteção
II Nível médio de proteção
III Nível moderado de proteção
IV Nível normal de proteção
Tabela 4.3 – Níveis de proteção.

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Capítulo 04 - Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas

Quanto maior o nível de proteção requerido, maior é a quantidade de elementos usados na


instalação do sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA), tais como: mais pára-raios
tipo Franklin, mais hastes captoras, mais condutores horizontais, mais cabos de descida, etc.
Especialistas internacionais sobre a proteção contra descargas atmosféricas, produziram uma
estimativa estatística da eficiência do sistema de proteção contra descarga atmosférica, cujos
resultados estão resumidos na tabela 4.4.

Nível de proteção Eficiência da proteção (%)


I 98
II 95
III 90
IV 80

Tabela 4.4 - Eficiência do nível de proteção.

Cabe ressaltar que a probabilidade de o raio cair no SPDA é muito pequena. Entretanto, não
se pode garantir a proteção, mas apenas se ter uma estimativa da mesma.
Para fins de análise e projeto, as diversas estruturas típicas existentes e nas quais se deseja
efetuar a proteção, são classificadas de acordo com os efeitos e danos (riscos) que possam vir a
sofrer por ação de uma descarga atmosférica (tabela 4.5).

a) Estruturas comuns: são estruturas cujas preocupações são os efeitos do raio na própria
estrutura;
b) Estruturas com Danos confinados: são estruturas onde, além do dano comum, existe
preocupação séria, também, com relação à atividade interna executada;
c) Estruturas com Perigo aos Arredores: são estruturas em que além dos riscos “a” e “b”, há
riscos e prejuízos nas estruturas adjacentes, ou de uma certa região;
d) Estruturas com Danos ao Meio Ambiente: são estruturas que além dos danos próprios,
há riscos ao meio ambiente de modo temporário ou permanente.

Avaliação geral de risco

Após a determinação do valor de Nd (número de descargas atmosféricas sobre uma estrutura


por ano), o passo seguinte é a aplicação dos fatores de ponderação indicados nas tabelas 6 a 10 (B.1
a B.5 da NBR-5419). Multiplica-se o valor de Nd pelos fatores pertinentes e compara-se o resultado
com a frequência admissível de danos Nc, conforme o seguinte critério:

a) se Nd ≥ 10-3, a estrutura requer um SPDA;


b) se 10-3 > Nd > 10-5, a conveniência de um SPDA deve ser decidida por acordo entre
projetista e usuário;
c) se Nd ≤ 10-5, a estrutura dispensa um SPDA.

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Capítulo 04 - Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas

Tabela 4.5 - Exemplo de classificação de estruturas. (Fonte: ABNT NBR 5419:2005. Tabela B.6)

Os fatores de A a E denotam a importância relativa do risco em cada caso. Em relação ao


fator A para estruturas destinadas a atividades múltiplas, deve ser aplicado o fator de ponderação A
correspondente ao caso mais severo.

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Capítulo 04 - Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas

Tipo de ocupação Fator A


Casas e outras estruturas de porte equivalente 0,3
Casas e outras estruturas de porte equivalente com antena externa ¹ 0,7
Fábricas, oficinas e laboratórios 1
Edifícios de escritórios, hotéis e apartamentos, e outros edifícios residenciais não
1,2
incluídos abaixo
Locais de afluência de público (por exemplo: igrejas, pavilhões, teatros, museus,
exposições, lojas de departamento, correios, estações e aeroportos, estádios de 1,3
esportes)
Escolas, hospitais, creches e outras instituições, estruturas de múltiplas 1,7
atividades
1) Para requisitos para instalação de antenas, ver anexo A.

Tabela 4.6 - Fator A: Tipo de ocupação da estrutura. (ABNT NBR 5419:2005. Tabela B.1)

Tipo de ocupação Fator B


Estrutura de aço revestida, com cobertura não-metálica¹ 0,2
Estrutura de concreto armado, com cobertura não-metálica 0,4
Estrutura de aço revestida, ou de concreto armado, com cobertura metálica 0,8
Estrutura de alvenaria ou concreto simples, com qualquer cobertura, exceto
1
metálica ou de palha
Estrutura de madeira, ou revestida de madeira, com qualquer cobertura, exceto
1,4
metálica ou de palha
Estrutura de madeira, alvenaria ou concreto simples, com cobertura metálica 1,7
Qualquer estrutura com teto de palha 2
¹ Estruturas de metal aparente que sejam contínuas até o nível do solo estão excluídas desta
tabela, porque requerem apenas um subsistema de aterramento.

Tabela 4.7 - Fator B: Tipo de construção da estrutura. (ABNT NBR 5419:2005. Tabela B.2)

Conteúdo da estrutura ou efeitos indiretos Fator C


Residências comuns, edifícios de escritórios, fábricas e oficinas que não
0,3
contenham objetos de valor ou particularmente suscetíveis a danos
Estruturas industriais e agrícolas contendo objetos particularmente
0,8
suscetíveis a danos ¹
Subestações de energia elétrica, usinas de gás, centrais telefônicas, estações de
1
rádio
Indústrias estratégicas, monumentos antigos e prédios históricos, museus,
1,3
galerias de arte e outras estruturas com objetos de valor especial
Escolas, hospitais, creches e outras instituições, locais de afluência de público 1,7
¹ Instalação de alto valor ou materiais vulneráveis a incêndios e às suas conseqüências.

Tabela 4.8 - Fator C: Conteúdo da estrutura e efeitos indiretos das descargas atmosféricas. (ABNT NBR 5419:2005. Tabela B.3)

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Capítulo 04 - Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas

Localização Fator D
Estrutura localizada em uma grande área contendo estruturas ou árvores da
0,4
mesma altura ou mais altas (por exemplo: em grandes cidades ou em florestas)
Estrutura localizada em uma área contendo poucas estruturas ou árvores de
1
altura similar
Estrutura completamente isolada, ou que ultrapassa, no mínimo, duas vezes a
2
altura de estruturas ou árvores próximas

Tabela 4.9 - Fator D: Localização da estrutura. (ABNT NBR 5419:2005. Tabela B.4)

Topografia Fator E
Planície 0,3
Elevações moderadas, colinas 1
Montanhas entre 300 m e 900 m 1,3
Montanhas acima de 900 m 1,7

Tabela 4.10 - Fator E: Topografia da região; (ABNT NBR 5419:2005. Tabela B.5)

Métodos de proteção contra descarga atmosférica

Os seguintes métodos são utilizados atualmente:


- Método da haste vertical de Franklin;
- Método da malha ou Gaiola de Faraday;
- Método Eletrogeométrico ou das Esferas Rolantes.

O princípio do método de Franklin

Este método utiliza uma haste elevada, em forma de ponta, produzindo na nuvem carregada,
uma alta concentração de cargas elétricas, juntamente com um campo elétrico intenso. A haste
produz a ionização do ar, reduzindo a altura efetiva da nuvem carregada em relação ao solo,
proporcionando o “rompimento” da rigidez dielétrica da camada de ar. O raio captado pela ponta da
haste é transportado pelo cabo de descida e escoado na terra pelo sistema de aterramento.
O sistema de proteção utilizando a haste tipo Franklin possui os seguintes elementos (figura
4.5):
a) Captor: que pode ser de uma só ponta ou em forma de bouquet;
b) Conector: para prender o cabo de descida ao captor;
c) Haste de sustentação: para elevar o captor na altura desejada;
d) Espaçador: para manter o cabo de descida afastado da estrutura ou da haste de
sustentação (se necessário);
e) Braçadeira: para fixar o espaçador à haste de sustentação;
f) Cabo de descida: para interligar o captor ao sistema de aterramento;

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Capítulo 04 - Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas

g) Isolador: pode ser de dois tipos, modelo industrial com classe de tensão de 10 kV ou tipo
roldana usado na estrutura do espaçador;
h) Aterramento: para produzir conexão com a terra;
i) Tubo protetor: de material não condutor, para evitar atos de vandalismo e evitar tensão de
toque direto com o cabo de descida;
j) Cobertura da conexão: de material emborrachado, para proteger a conexão da corrosão.

Figura 4.5 – Prédio protegido pelo para-raios Franklin.

Região espacial de proteção

O ângulo do cone de proteção depende da altura e do grau de proteção pretendido,


conforme resumido na tabela 4.11. A figura 4.7 ilustra a altura do captor para proteção da edificação.

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Capítulo 04 - Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas

Tabela 4.11 - Posicionamento de captores conforme o nível de proteção. (ABNT NBR 5419:2005. Tabela 1)

Figura 4.6 - Parâmetros e volumes de proteção do SPDA. (ABNT NBR 5419:2005. Figura 1)

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Capítulo 04 - Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas

Condutores de descida

Para atenuar as correntes induzidas nos materiais condutores vizinhos, deve-se distribuir o
cabo de descida. Esta distribuição é feita de maneira uniforme ao longo do perímetro do prédio
protegido, mantendo-se os afastamentos máximos indicados na tabela 12.

Nível de proteção Espaçamento médio (m)


I 10
II 15
III 20
IV 25

Tabela 4.12 – Espaçamento médio dos condutores de descida não conforme o nível de proteção. (ABNT NBR 5419:2005. Tabela 2)

A distribuição dos cabos de descida é feita com o objetivo, também, de produzir a


neutralização dos campos magnéticos internos na estrutura, de modo a minimizar as interferências
nos equipamentos elétricos e eletrônicos. Para diminuir os efeitos da indução eletromagnética, o
cabo de descida deve estar afastado da coluna montante da fiação dos cabos de energia elétricos e
telefônicos, descidos de antena de rádio e TV e cablagem de TV a cabo. Este afastamento evita
tensões induzidas durante a passagem do raio pelo cabo de descida.

Figura 4.7 – Proteção com haste de Franklin.

O número de descidas é dado por:

71
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Sendo N: número de condutores de descidas; P: perímetro da construção (m); Dd: distância


entre os condutores de descida (tabela 4.12 acima).
Como o raio elétrico produz aquecimento no cabo de descida, os limites térmicos do cabo,
bem como os demais materiais utilizados no SPDA, devem ser garantidos pelo seu correto
dimensionamento. A tabela 4.13 fornece as seções mínimas dos materiais utilizados no SPDA, bem
como os valores mínimos de espessuras fornecidos na tabela 4.14. Independentemente das
espessuras, deverão ser mantidas as seções transversais mostradas na tabela 4.13.

Descidas (para Descidas (para


Captor e anéis Eletrodo de
estruturas de estruturas de
Material intermediários aterramento
altura até 20 m) altura superior a
(mm²) (mm²)
(mm²) 20 m) (mm²)
Cobre 35 16 35 50
Alumínio 70 25 70 -
Aço galvanizado a
quente ou embutido 50 50 50 80
em concreto

Tabela 4.13 - Seções mínimas dos materiais do SPDA. (ABNT NBR 5419:2005. Tabela 3)

Material Captores Descidas Aterramento


NPQ NPF PPF
Aço galvanizado a quente 4 2,5 0,5 0,5 4
Cobre 5 2,5 0,5 0,5 0,5
Alumínio 7 2,5 0,5 0,5 -
Aço inox 4 2,5 0,5 0,5 5
Todas as dimensões em milímetros (mm).
NPQ - Não gera ponto quente;
NPF - Não perfura;
PPF - Pode perfurar.

Tabela 4.14 - Espessura mínima dos componentes do SPDA. (ABNT NBR 5419:2005. Tabela 4)

a) Se a parede for de material não inflamável, os condutores de descida podem ser instalados
na sua superfície ou embutidos na mesma;
b) Se a parede for de material inflamável e a elevação de temperatura causada pela
passagem da corrente de descarga atmosférica não resultar em risco para este material, os
condutores de descida podem ser instalados na sua superfície;
c) Se a parede for de material inflamável e a elevação de temperatura dos condutores de
descida resultar em risco para este material, a distância entre os condutores e o volume a proteger
deve ser no mínimo de 10 cm (os suportes metálicos dos condutores de descida podem estar em
contato com a parede).

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Capítulo 04 - Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas

A partir de 2,5 m acima do solo deverá se estabelecer uma junta móvel conforme figura 4.8,
a fim de possibilitar a medida periódica da resistência de terra (pelo menos uma vez por ano).

Figura 4.8 - Junta móvel.

Eletrodos de aterramento

O arranjo e as dimensões do subsistema de aterramento são mais importantes que o próprio


valor da resistência de aterramento. Recomenda-se uma resistência de aterramento de
aproximadamente 10 Ω.

Os seguintes tipos de eletrodo de aterramento podem ser utilizados:


a) aterramento natural pelas fundações, em geral as armaduras de aço das fundações;
b) condutores em anel;
c) hastes verticais ou inclinadas;
d) condutores horizontais radiais.

Um sistema de aterramento simples e eficiente é aquele constituído de três hastes verticais


ligadas na configuração em triângulo equilátero. Esta configuração força um escoamento simétrico
no solo, produzindo uma dispersão uniforme das cargas para o solo. Durante a descarga atmosférica
a resistência do sistema de aterramento tem pouca influência na resistência total entre nuvem-terra,
sendo seu valor mais importante sob o ponto de vista da segurança humana (tensões de passo e de
toque).

73
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Capítulo 04 - Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas

A NBR-5410 sugere a utilização dos eletrodos de terra contidos na tabela 4.15, porém devem
prevalecer os valores sugeridos na tabela 4.13.

Observações
Tipo de eletrodo Dimensões mínimas
(colocação no solo)
2,40 m comprimento e diâmetro
Tubo de aço zincado Vertical
nominal de 25 mm

Cantoneira de 20 mm x 20 mm x 3
Perfil de aço zincado Vertical
mm c/ 2,40 m de comprimento

Diâmetro de 15 mm c/ 2,0 ou 2,40


Haste de aço zincado Vertical
m de comprimento
Haste de aço revestida de Diâmetro de 15 mm c/ 2,0 ou 2,40
Vertical
cobre m de comprimento
Diâmetro de 15 mm c/ 2,0 ou 2,40
Haste de cobre Vertical
m de comprimento
25 mm² de seção, 2 mm de Profundidade mínima de
Fita de cobre espessura e 10 m de 0,60 m; largura na posição
comprimento vertical
100 mm² de seção, 3 mm de Profundidade mínima de
Fita de aço galvanizado espessura e 10 m de 0,60 m; largura na posição
comprimento vertical
25 mm² se seção e 10 m de Profundidade mínima de
Cabo de cobre
comprimento 0,60 m; Posição horizontal
95 mm² se seção e 10 m de Profundidade mínima de
Cabo de aço zincado
comprimento 0,60 m; Posição horizontal
50 mm² de seção e 10 m de Profundidade mínima de
Cabo de aço cobreado
comprimento 0,60 m; Posição horizontal

Tabela 4.15 - Eletrodos de terra.

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Capítulo 05 - Condicionadores de ar

CAPÍTULO 5

CONDICIONADORES DE AR

75
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Capítulo 05 - Condicionadores de ar

Condicionadores de ar

Não é da competência dos engenheiros eletricistas o dimensionamento de condicionadores


de ar. Este guia tratará o suficiente para que se tenha uma noção quantitativa deste tipo de
instalação para que o profissional possa fazer o projeto elétrico.
O engenheiro deve ter em mãos dados como potência elétrica absorvida, tensão e fator de
potência do aparelho para se poder projetar corretamente a sua instalação. É necessário, para
escolher o aparelho conveniente, determinar a carga térmica do local a ser condicionado. O cálculo,
neste caso, é superdimensionado.

Calculo da carga térmica do local a condicionar

A seguinte sequência deve ser seguida:


Fator A: Calcular o volume da zona térmica e multiplicar este valor pela quantidade de kcal/h
para cada m³, como indicado na tabela abaixo:

Entre andares Sob telhado


16,00 22,33

Tabela 5.1 – Multiplicador para zona térmica.

Fator B: Calcule e some a área de todas as janelas de uma mesma parede, verificando se
possuem cortinas e qual o período de incidência do sol. O valor encontrado deve ser multiplicado
pela quantidade de kcal/(h.m²) nas condições encontradas, conforme tabela abaixo. Se houver janela
em mais de uma parede considerar aquela parede que recebe mais calor para o cálculo. A janela das
outras paredes deve ser considerada na sombra.

Com Cortina Sem Cortina Vidros


Sol da Sol da Sol da Sol da na
Manhã Tarde Manhã Tarde Sombra
160 212 222 410 37

Tabela 5.2 - Maior incidência de radiação solar.

Fator C: Verifique o número de pessoas que permanecem no local e, para definir a sua carga
térmica, multiplique esse número pelo fator de 125(kcal/h) x pessoa.

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Capítulo 05 - Condicionadores de ar

Fator D: Calcule a área das portas, vão ou arcos que dão para outros ambientes não
condicionados e multiplique este valor pelo fator 125kcal/(h.m²).
Obs.: Se o vão ou arco exceder a um terço do comprimento da parede em que está
localizada, deve o espaço vizinho ser considerado como parte integrante do espaço a ser
condicionado.

Fator E: Em relação aos aparelhos elétricos que liberam muito calor, como exemplo, estufa,
cafeteira, lâmpada, torradeira, etc., considerar um fator de 0,9kcal/(h.watt) multiplicando a potência
total dissipada no ambiente.

Carga Térmica
Fator Tipo
(kcal/h)
A Teto
B Orientação Solar
C Pessoas
D Portas
E Aparelhos Elétricos
Total

Tabela 5.3 - Tabela para preenchimento dos dados.

Capacidade De Potência Elétrica


Refrigeração Nominal Consumida Faixa De
Classificação Tipo de
Fornecedor Marca Tipo
W Rotação
Btu/h (W)
127V 220V 127V 220V
Springer Carrier Admiral Reverso 7.500 2.198 1.890 691 B Fixa
Springer Carrier Admiral Frio 9.000 2.637 2.270 916 C Fixa
Springer Carrier Admiral Frio 12.000 3.516 3.025 1.221 C Fixa
Springer Carrier Admiral Reverso 12.000 3.516 3.025 1.234 C Fixa
Springer Carrier Carrier Reverso 18.000 5.274 4.540 1.752 C Fixa
Springer Carrier Carrier Frio 22.000 6.446 5.545 2.142 C Fixa
Springer Carrier Carrier Reverso 22.000 6.446 5.545 2.142 C Fixa
Springer Carrier Carrier Frio 7.000 2.051 1.760 633 A Fixa
Springer Carrier Carrier Reverso 7.000 2.051 1.760 633 A Fixa
Springer Carrier Carrier Frio 9.000 2.637 2.270 814 A Fixa
Springer Carrier Carrier Frio 12.000 3.516 3.025 1.085 A Fixa
Electrolux Electrolux Frio 7.000 2.051 1.760 633 A Variável
Electrolux Electrolux Reverso 7.000 2.051 1.760 633 A Variável
Electrolux Electrolux Frio 9.000 2.637 2.270 813 A Variável
Electrolux Electrolux Reverso 9.000 2.637 2.270 813 A Variável
Electrolux Electrolux Frio 12.000 3.516 3.025 1.085 A Variável
Electrolux Electrolux Reverso 12.000 3.516 3.025 1.085 A Variável
Electrolux Electrolux Frio 18.000 5.274 4.540 1.627 A Variável
Electrolux Electrolux Reverso 18.000 5.274 4.540 1.627 A Variável
Electrolux Electrolux Frio 22.000 6.446 5.545 1.989 A Variável
Electrolux Electrolux Reverso 22.000 6.446 5.545 1.989 A Variável

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Capítulo 05 - Condicionadores de ar

Tabela 5.4 - Condicionadores de ar.

Exercícios de fixação:

1) Conforme o cálculo aprendido, calcule a Carga Térmica total do cômodo de uma casa e
defina o condicionador de ar a ser utilizado. Pé direito da casa é de 3,00 m.

Fator A:
A = 15,0 m²; h = 3,0 m; V = A.h = (15,0 m²).(3,0 m) = 45,0 m³.

( )

Fator B:
Ajanela = 2,0 m x 1,0 m = 2,0 m²;

Fator C:
Nº de pessoas no recinto = 2

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Capítulo 05 - Condicionadores de ar

Fator D:
Aporta = 0,8 m x 2,10 m = 1,68 m²

Fator E:
Plâmpadas= 100 W = 3 x 100 W = 300 W; PTV = 150 W.

Carga Térmica
Item Tipo
(kcal/h)
A Teto 1004,85
B Orientação Solar 820
C Pessoas 250
D Portas 210
E Aparelhos Elétricos 315
Total 2599,85

A carga térmica total do cômodo é de aproximadamente 2.600 Kcal/h, sendo o


condicionador de ar ideal o de 12.000 BTU/h.

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Capítulo 05 - Condicionadores de ar

2) O proprietário de um apartamento de classe média do estado de São Paulo quer refrigerar


toda a sala de estar. Calcule a carga térmica do local a ser refrigerado e quantos BTU/h são
necessários para refrigerar.
Obs.: A parede que separa a sala da cozinha tem 5 m e o vão tem 2,15 m. Pé direito é de 3,50
m e moram cerca de 3 pessoas com ele. Geladeira e Freezer consomem juntos 550 W e a TV consume
150 W.

Resposta = Carga térmica = 3494,93 Kcal/h, considerando o fogão a carga térmica é igual a
7494,93 Kcal/h, sendo o condicionador de ar recomendado o de 15000 BTU.h para o primeiro caso e
36000 BTUs.h para o segundo caso.

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

CAPÍTULO 6

PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

Projeto de instalações elétricas

Noções Gerais

Definição - é a previsão escrita da instalação elétrica, com todos os seus detalhes, ou seja:
- Localização dos pontos de utilização da energia elétrica;
- Comandos;
- Trajeto dos condutores;
- Divisão em circuitos;
- Seção dos condutores;
- Dispositivos de proteção e manobra;
- Carga de cada circuito e carga total, etc.

Informações prévias
a) A que se destina à instalação;
b) Os recursos financeiros disponíveis;
c) Planta de situação: Tem a finalidade é situar a obra dentro do contexto urbano;
d) Planta baixa de arquitetura do prédio: contém toda a área de construção, com os detalhes
dos ambientes;
e) Plantas de detalhes: contém as particularidades do projeto de arquitetura e civil, tais
como:
Vistas e cortes; detalhes de colunas e vigas, etc.
f) Características da rede elétrica (rede aérea ou subterrânea, tensões de suprimento, etc.).

Partes de um projeto elétrico


- Memória: o projetista descreve e justifica a solução adotada;
- Conjunto de plantas, esquemas e detalhes: elementos necessários à perfeita execução do
projeto;
- Especificações: descrevem o material usado, as normas para a sua aplicação;
- Orçamento: são definidas as quantidades, o custo do material e da mão-de-obra.

Na elaboração do projeto são necessários:


- Uso de simbologia para a localização e identificação dos diversos pontos da instalação
elétrica, onde podem ser utilizadas as normas da ABNT como referências, sabendo que os símbolos
gráficos podem ser desenvolvidos pelo autor do projeto, desde que estejam devidamente
especificados na legenda do mesmo. Assim, voluntariamente, utilizaremos a ABNT NBR 5444:1989,
não sendo importante se a mesma se encontra em validade ou não;
- Definição das cargas dos pontos de utilização (consumo dos aparelhos). (Tabela 3.1 H.
Creder ou Tabela 1 da Norma ENERGISA CEMAT NDU 001).

Assim, a sequência para elaboração do projeto deve seguir as seguintes etapas:


- Localizar os pontos de iluminação;
- Localizar os pontos de força (tomadas de uso geral e específico);
82
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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

- Localizar os dispositivos de controle (interruptores);


- Localizar os eletrodutos (para a passagem da fiação);
- Distribuir e enumerar os circuitos;
- Dimensionar a seção dos condutores;
- Dimensionar a seção dos eletrodutos;
- Dimensionar a proteção dos circuitos;
- Confeccionar o quadro de cargas, no qual deve constar: tipos de lâmpadas, tensão, corrente
nominal, corrente fictícia (fatores de temperatura e agrupamento), seção dos condutores, proteção e
referência a que setores/partes da edificação o circuito irá atender;
- Confeccionar o diagrama unifilar;
- Calcular a demanda da unidade consumidora;
- Definir os condutores, equipamentos e acessórios da entrada de serviço.

Entrada de serviço: condutores, equipamentos e acessórios compreendidos entre o ponto de


derivação da rede de distribuição da concessionária e a proteção geral ou transformação, inclusive.

Orientações básicas

Deve-se dividir a instalação elétrica em circuitos, cujos objetivos são:


- Limitar as conseqüências de um curto-circuito;
- Facilitar as verificações, os ensaios e a manutenção;
- Reduzir os custos com a instalação;
- Dar seletividade à instalação;
- Evitar as consequências de um único circuito elétrico de iluminação.

Definição de circuito: conjunto de pontos de consumo (iluminação e tomadas), servidos pelos


mesmos condutores e ligados ao mesmo dispositivo de proteção (disjuntor ou fusível).

Orientações básicas:

1) Os circuitos de iluminação devem ser separados dos circuitos de tomadas. Em unidades


residenciais, hotéis, motéis ou similares permite-se pontos de iluminação e tomadas num mesmo
circuito, exceto nas cozinhas, copas e áreas de serviço;
2) Em locais de habitação, admite-se, como exceção à regra geral, que pontos de tomada, exceto os
de área úmida ou molhada, e pontos de iluminação possam ser alimentados por um circuito
comum, desde que as seguintes condições sejam simultaneamente atendidas:

a) corrente de projeto (IB) do circuito comum (iluminação mais tomadas) não deve ser
superior a 16 A;
b) os pontos de iluminação não sejam alimentados, em sua totalidade, por um só
circuito, caso esse circuito seja comum (iluminação mais tomadas); e
c) os pontos de tomadas, já excluídos os indicados em 9.5.3.2, não sejam alimentados,
em sua totalidade, por um só circuito, caso esse circuito seja comum (iluminação
mais tomadas).

83
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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

3) Circuitos de uso específico, conhecido também como Ponto de Tomada de Uso Específico (PTUE),
são aqueles que possuem apenas um ponto de tomada de corrente, destinados a equipamentos
que instalados, podem solicitar mais de 10 ampères do circuito;
4) As proteções dos circuitos de aquecimento ou condicionamento de ar de uma residência podem
ser agrupadas no quadro de distribuição geral da instalação elétrica ou num quadro separado
(somente para iluminação, somente para condicionadores de ar), sendo que cada circuito deverá
ter o seu próprio condutor neutro, caso seja monofásico e recomenda-se utilizar um condutor de
proteção para cada circuito.
5) A especificação de potência utilizada para o cálculo dos condutores elétricos, que alimentam os
circuitos de iluminação e tomadas destinadas ao uso geral (OBS: sem levar em conta a tecnologia
e eficiência da iluminação utilizada):

a) Em cada cômodo ou dependência de unidades residenciais, hotéis, motéis e


similares, deverão ser previstos pelo menos um ponto de luz fixo no teto com potência
mínima de 100 VA, comandada por interruptor na parede;
b) Em cômodos ou dependências com área igual ou inferior a 6 m², deve ser prevista
carga mínima de 100VA;
c) Em cômodos ou dependências com área superior a 6 m², devem ser previstos 100 VA
para os primeiros 6 m², acrescidos de 60 VA para cada aumento de 4 m² inteiros;

6) O número de pontos de tomada deve ser determinado em função da destinação do local e dos
equipamentos elétricos que podem ser aí utilizados, observando-se no mínimo os seguintes
critérios:

a) Em banheiros, pelo menos uma tomada junto ao lavatório;


b) Em cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, cozinha-área de serviço,
lavanderias e locais análogos, deve ser previsto no mínimo um ponto de tomada para cada
3,5 m, ou fração, de perímetro, sendo que acima da bancada da pia devem ser previstas no
mínimo duas tomadas de corrente, no mesmo ponto ou em pontos distintos;
c) Em varandas, deve ser previsto pelo menos um ponto de tomada;
d) Em salas e dormitórios devem ser previstos pelo menos um ponto de tomada para
cada 5 m, ou fração, de perímetro, devendo esses pontos ser espaçados tão uniformemente
quanto possível;

7) A potência a ser atribuída a cada ponto de tomada é função dos equipamentos que ele poderá
vir a alimentar e não deve ser inferior, ao mínimo segundo a NBR 5410:

a) Em banheiros, cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, lavanderias e locais


análogos, no mínimo 600 VA por ponto de tomada, até três pontos, e 100 VA por ponto para
os excedentes, considerando-se cada um desses ambientes separadamente.
b) Nos demais cômodos ou dependências, no mínimo 100 VA por ponto de tomada.
c) Em subsolos, garagens, sótão, halls de escadarias e em varandas, salas de
manutenção ou localização de equipamentos, tais como casas de máquinas, salas de
bombas, deve-se prever pelo menos uma tomada (1000 VA);

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

Tabela 6.1 – ABNT NBR 5444:1989 – Símbolos gráficos para instalações elétricas prediais.

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

Continuação da Tabela 6.1 – ABNT NBR 5444:1989 – Símbolos gráficos para instalações elétricas prediais.

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

Continuação da Tabela 6.1 – ABNT NBR 5444:1989 – Símbolos gráficos para instalações elétricas prediais.

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

Continuação da Tabela 6.1 – ABNT NBR 5444:1989 – Símbolos gráficos para instalações elétricas prediais.

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

Continuação da Tabela 6.1 – ABNT NBR 5444:1989 – Símbolos gráficos para instalações elétricas prediais.

Recepção da planta arquitetônica

O engenheiro eletricista responsável pela concepção do projeto de instalações elétrica deve


conhecer a que fim a instalação deverá atender, na perspectiva de conhecer os equipamentos
eletroeletrônicos que serão energizados na instalação. Quando se trata de uma instalação elétrica
residencial, as cargas elétricas já são conhecidas, salve alguma exceção que deverá ser informado
pelo cliente, ou mesmo, pelo arquiteto responsável, que de modo geral, tem acesso direto ao cliente.
A etapa preliminar do projeto de instalações elétrica é a análise da planta baixa da
edificação, disponibilizada pelo arquiteto responsável, onde deve constar a locação dos móveis e dos
equipamentos de uso específico, que de modo geral, não mudam de posição durante a vida útil da
edificação.

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

Figura 6.1 – Representação da planta-baixa modelo “humanizada” para este capítulo.

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

Limpeza da planta baixa

Objetivando e clareza do projeto, antes de iniciar a alocação dos pontos de iluminação e


tomadas, deve-se limpar o conjunto de miscelâneas presentes na planta, deixando os componentes
estáticos da estrutura.
A figura 6.2 demonstra uma planta baixa limpa:

Figura 6.2 – Representação da planta-baixa modelo limpa.

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

Locação dos pontos de tomada e de iluminação na planta baixa

Com o objetivo de alocar os pontos elétricos na planta baixa da edificação, serão utilizadas a
simbologia elétrica adotada anteriormente conforme a ABNT NBR 5444 e similares.
Observação: Algumas das simbologias adotada em projeto, não necessariamente são
contempladas pela norma, entretanto deve constar uma legenda junto ao projeto, identificando cada
símbolo adotado.
O projeto de instalações elétricas deve conter, sobretudo, análises referentes à segurança e
ao custo da instalação, como por exemplo:
a) O comprimento das normas nacionais e internacionais. (ABNT/IEEE/IEC);
b) O comprimento das normas das concessionárias locais de fornecimento de energia
elétrica, no nível de tensão desejado;
c) A qualidade e características dos materiais especificados;
d) A previsão do modo de utilização, atendendo as demandas do usuário final da edificação,
ou seja, do cliente;
e) A manutenção preventiva, preditiva e eventualmente corretiva.

Um projeto de instalações elétricas de modo geral, é composto por diversas etapas. Na etapa
preliminar, a qual nos encontramos é importante a intersecção das necessidades dos usuários, com a
normativa legal estabelecida, de maneira a propor solução para a viabilidade técnica, econômica e de
segurança do projeto. Não se esquecendo, de que esta discussão deve ser realizada por uma equipe
multidisciplinar, responsável pelo sucesso do empreendimento.
Ao passo que se conhece as necessidades do cliente, é disponibilizado o acesso às plantas de
edificação e a equipe multidisciplinar responsável, é dado o início ao cálculo do perímetro e da área
dos ambientes da edificação. Com o objetivo de determinar os pontos de tomada de uso geral
(PTUG) bem como os pontos de iluminação, tendo em vista, que os pontos de tomada de uso
específico (PTUE) são alocados pela necessidade convencional de uma edificação residencial e
apresentada ao cliente para aprovação.
Em resumo:
- Para a locação de pontos de iluminação, a norma ABNT NBR 5410:2004 (item 9.5.2.1)
recomenda a previsão, para cada cômodo, de pelo menos um ponto de luz, fixo no teto e
comandado por interruptor. Para cômodos com área menor ou igual a 6 m², prever uma carga
mínima de 100 VA e, para cômodos com área superior a 6 m², prever uma carga de 100 VA para os
primeiros 6 m², e mais 60 VA para cada 4 m² inteiro. É importante salientar que, o papel do
engenheiro eletricista é prever e alocar os pontos de iluminação a garantir o conforto visual
adequado e normatizado, para cada ambiente, ficando a cargo de profissionais da área de
arquitetura, design de interiores e similares a elaboração de projeto luminotécnico mais detalhado;
- Para a locação dos pontos de tomada, a norma ABNT NBR 5410:2004 (item 9.5.2.2)
recomenda levar em consideração o ambiente, os equipamentos a serem utilizados, observando
alguns critérios: ao menos um ponto de tomada (PT) no banheiro, próximo ao lavatório; em cozinhas,
copas, áreas de serviço e análogos devem ser previstas um PT para cada 3,5 m, ou fração, de
perímetro do ambiente, deixando o mais espaçado e distribuído possível; prever uma carga de 600
VA para os 3 primeiros PT e 100 VA para os restantes. Em salas e dormitórios devem ser previstas um
PT para cada 5,0 m, ou fração, de perímetro; prever uma carga de 100 VA para cada ponto. Para
equipamentos fixos e de grande potência (condicionador de ar, chuveiro elétrico, forno elétrico, etc.)

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

deve-se prever pontos de tomada de uso específico (PTUE), com carga nominal do equipamento
prevista em projeto.

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

TABELA DE POTÊNCIA DOS AMBIENTES


PONTOS DE TOMADA DE USO
POTÊNCIA DE ILUMINAÇÃO PONTOS DE TOMADA DE USO GERAL (PTUG)
DEPENDÊNCIA DIMENSÕES - ÁREA DIMENSÕES - PERÍMETRO ESPECÍFICO (PTUE)
POTÊNCIA PARCIAL MÍNIMA POTÊNCIA TOTAL POTÊNCIA PARCIAL MÍNIMA POTÊNCIA TOTAL P (W) S (VA)
5 m + 5 m + 4,4 m 1 x Máquina de Lavar Roupas
8,78 m² = 6 m² + 2,78 m²
VARANDA A = 8,78 m² P = 14,40 m 100 VA + 160 VA (1 + 1 + 1) = 3 200 VA + 100 VA
100 VA 1000 W 1111 VA
100 VA + 100 VA + 100VA
5 m + 5 m + 1,46 m 1 x Ar-Condicionado (9000
8,14 m² = 6 m² + 2,14 m² BTUS)
QUARTO 1 A = 8,14 m² P = 11,46 m 100 VA (1 + 1 + 1) = 3 300 VA + 300 VA
100 VA
100 VA + 100 VA + 100 VA 1400 W 1647 VA

5 m + 5 m + 0,38m 1 x Ar-Condicionado (9000


6,73 m² = 6 m² + 0,73 m² BTUS)
HOME OFFICE A = 6,73 m² P = 10,38 m 100 VA (1 + 1 + 1) = 3 300 VA + 400 VA
100 VA
100 VA + 100 VA + 100 VA 1400 W 1647 VA

5 m + 5 m + 3,29 m 1 x Ar-Condicionado (9000


9,64 m² = 6 m² + 3,64 m² BTUS)
QUARTO 2 A = 9,64 m² P = 13,29 m 100 VA (1 + 1 + 1) = 3 300 VA + 400 VA
100 VA
100 VA + 100 VA + 100 VA 1400 W 18

5 m + 5 m + 4,76 m 1 x Ar-Condicionado (12000


13,13 m² = 6 m² + 4 m² + 3,13 m² BTUS)
SUÍTE A = 13,13 m² P = 14,76 m 100 VA + 60 VA (1 + 1 + 1) = 3 300 VA + 400 VA
100 VA + 60 VA
100 VA + 100 VA + 100 VA 1700 W 1900 VA
3,23 m ² 1 1 x Chuveiro Elétrico
BANHEIRO 1 A = 3,23 m² P = 7,89 m 100 VA + 60 VA 600 VA
100 VA 600 VA 4500 W 4500 VA
3,12 m² 1 1 x Chuveiro Elétrico
BANHEIRO 2 A = 3,12 m² P = 7,7 m 100 VA + 60 VA 600 VA
100 VA 600 VA 4500 W 4500 VA
5 m + 5 m + 0,6 m
4,01 m²
CORREDOR A = 4,01 m² P = 10,06 m 100 VA (1 + 1 + 1) = 3 300 VA -----
100 VA
100 VA + 100 VA + 100 VA
27,42 m² = 6 m² + 4 m² + 4 m² + 4 m² + 4 m²
+ 4 m² + 1,42 m² 5 m + 5 m + 5 m + 5 m + 2,40 m
SALA A = 27,42 m² P = 22,40 m 400 VA 900 VA -----
100 VA + 60 VA + 60 VA + 60 VA + 60 VA + 60 (500 VA)
VA

3,5 m + 3,5 m + 3,5 m + 3,5 m + -----


0,86 m
12,42 m² = 6 m² + 6 m² + 2,42 m² 1 X Forno Elétrico
COZINHA A = 12,42 m² P = 14,86 m 100 VA + 60 VA (1 + 1 + 1 + 1 + 1) = 5+2 2300 VA
100 VA + 60 VA 2500 W 2500 VA
600 VA + 600 VA + 600 VA + 500
VA 1 x Forno Microondas
800 W 870

8,70 m = 3,5 m + 3,5 m + 1,70 m


4,61 m²
ÁREA DE SERVIÇO A = 4,61 m² P = 8,70 m 100 VA (1 + 1 + 1) = 3 1200 VA + 600 VA -----
100 VA
600 VA + 600 VA + 600 VA

TOTAL 2100 VA 8800 VA 18100 VA

Tabela 6.1 – Tabela de Potência dos Ambientes para o projeto modelo.


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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

A figura abaixo mostra a planta baixa do projeto modelo, com os pontos de iluminação
alocados. É importante prever o ponto de iluminação no centro da área do ambiente ou, no caso de
mais alocação de mais de um ponto de iluminação, como no caso da cozinha, sala, corredor, por
exemplo, fazer a distribuição uniforme, conforme apresentado na figura 6.3.

Figura 6.3 – Representação da alocação dos pontos de iluminação na planta-baixa modelo. Observe que a distribuição deve ser o
mais uniforme possível.

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

A figura 6.4 mostra a planta baixa do projeto modelo, com os pontos de iluminação e pontos
de tomadas (de uso geral e específico) alocados. É importante salientar a importância de obedecer às
normas que diz respeito à quantidade mínima de pontos em cada ambiente, e fazer uma distribuição
adequada, levando em consideração a uniformidade da alocação dentro da área do usuário.

Figura 6.4 – Representação da alocação dos pontos de tomada na planta-baixa modelo.

- A norma ABNT NBR 5410:2004 recomenda que a instalação elétrica seja dividida em
circuitos (item 9.5.3). Isso se deve ao fato de haver necessidade em reduzir a corrente de projeto (IB ≤
10 A), reduzindo custo com aquisição de condutores de seção maior, e com dispositivos de proteção
maiores; facilitar o diagnóstico e a manutenção, seccionando a instalação. Cargas com corrente
nominal igual ou maior a 10 A devem ser alimentadas com circuito independente (PTUEs).

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

A figura 6.5 mostra a planta baixa de uma residência, com os pontos de iluminação,
interruptores, e pontos de tomada alocados. Em seguida, a tabela abaixo mostra a primeira parcela
da Tabela de Circuitos.

Figura 6.5 – Representação da planta-baixa modelo com os pontos de iluminação, tomada, interruptores e demais
elementos da instalação elétrica devidamente alocados. Importante observar as necessidades do cliente.

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

TABELA DE DIVISÃO DE CIRCUITOS


Circuito Potência (VA)
Tensão (V) Local Corrente (A)
Nº Descrição Qtdade Total
Varanda 1+2 100 + 120
Sala 1+3 100 + 300
1 Iluminação 127 Quarto 1 1 100 7,75
Quarto 2 1 100
Corredor 2 100 + 60
Cozinha 2 100 + 60
Área de Serviço 1 100
Home Office 1 100
2 Iluminação 127 6,65
Suíte 2 100 + 60
Banheiro 1 2 100 + 60
Banheiro2 2 100 + 60
Sala 9 900
3 PTUGs 127 8,70
Varanda 2 200
Quarto 1 6 600
4 PTUGs 127 9,50
Quarto 2 6 600
Suíte 7 700
5 PTUGs 127 10,25
Banheiro 1 1 600
Home Office 7 700
6 PTUGs 127 10,25
Banheiro 2 1 600
7 PTUGs 127 Cozinha 1 2 1200 9,45
8 PTUGs 127 Cozinha 2 7 1200 9,45
9 PTUGs 127 Área de Serviço 2 1200 9,45
Cozinha
10 PTUE 127 1 135 1,10
(Geladeira)
Cozinha
11 PTUE 220 1 700 3,25
(Microondas)
Quarto 1
12 PTUE 220 1 1650 7,5
(Ar Condicionado)
Quarto 2
13 PTUE 220 1 1650 7,5
(Ar Condicionado)
Suíte
14 PTUE 220 1 1900 8,65
(Ar Condicionado)
Home Office
15 PTUE 220 1 1650 7,5
(Ar Condicionado)
Banheiro 1
16 PTUE 220 1 4500 20,50
(Chuveiro Elétrico)
Banheiro 2
17 PTUE 220 1 4500 20,50
(Chuveiro Elétrico)

Tabela 6.2 – Tabela de Divisão de Circuitos para o projeto modelo.

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

Quadros de Distribuição (QDs): Determinação e Localização

A norma NBR 5410:2004 define QD como sendo:

“3.1.2 - quadro de distribuição principal: Primeiro quadro de distribuição após a entrada da


linha elétrica na edificação. Naturalmente, o termo se aplica a todo quadro de distribuição que seja o
único de uma edificação”

O QD é o local onde estará concentrado os diversos dispositivos de seccionamento e


proteção (Disjuntor Geral, DTMs, DRs, DPSs, entre outros.), também como o local onde é feito a
divisão de circuitos de uma instalação, ou parcela desta.
A determinação da quantidade de QDs e da sua localização leva em consideração,
basicamente, a viabilidade econômica, a facilidade de instalação e acesso e o centro de carga da
instalação.
Na prática, em projetos de instalações elétricas prediais, as residências ou estabelecimentos
comerciais térreos, possuem apenas um QD. As edificações que possuem mais de um andar,
geralmente possuem um QD por andar.
A escolha do ponto de instalação do QD é de grande importância, pois está relacionado à
confiabilidade e segurança da instalação, a redução de custos, facilidade na execução da instalação
do QD e na sua operação. O QD deve ser instalado próximo ao centro de carga da instalação,
acarretando na utilização de condutores de menor comprimento, reduzindo as quedas de tensão, a
seção dos condutores e eletrodutos.

Método do Baricentro para determinação do centro de carga da instalação

Para instalações mais simples, geralmente fica evidente o centro de carga, ou a região do
centro de carga. Por exemplo, em nosso projeto modelo, podemos facilmente observar que o nosso
centro de carga está na região do corredor, pois ao redor fica os quartos e banheiros, onde estão
concentradas as maiores cargas da residência (chuveiros elétricos e condicionadores de ar, somando
um total de aproximadamente 15600 VA, quase 50 % da carga total prevista).
Quando o Centro de Carga não pode ser determinado por inspeção da planta baixa, pode ser
determinado utilizando o método do baricentro elétrico, determinando a localização geométrica do
centro de carga.
A localização do baricentro é realizada fazendo uma média ponderada da carga, levando em
consideração as potências e localização de cada ponto, apresentado nas equações a seguir:

∑ ∑

Onde:
xn: coordenada x do ponto de carga n;
yn: coordenada y do ponto de carga n;
Sn: potência do ponto de carga n.

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

Depois que definimos o centro de carga da instalação, definimos a fixação do QD, levando em
consideração os critérios a seguir:
- A proximidade ao baricentro;
- Localidade de fácil acesso;
- Segurança do local ao acesso de terceiros;
- Em parede que não será coberta por armários e afins;
- Não deve estar fixado em áreas molhadas;

Figura 6.6 – Exemplo de determinação do centro geométrico da carga. Dados hipotéticos.

Figura 6.7 – Locação do Quadro de Distribuição (QD) na planta-baixa.

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

Orientação para o lançamento dos eletrodutos

Para a representação dos eletrodutos, levar em consideração a simbologia apresentada na


tabela a seguir:

Tabela 6.3 – Convenção de traços para a representação do eletroduto em planta-baixa.

A seguir, são apresentadas imagens das caixas de passagem e eletrodutos de embutir na


alvenaria. Frequentemente utilizado neste tipo de edificação.

(a) (b) (c)

(d) (e)

Figura 6.8 – a) Caixa de passagem octogonal 4"x4"; b) Caixa de passagem 4"x4"; c) Caixa de passagem 4"x2"; d) Caixa de
passagem 3"x3"; e) Eletroduto flexível corrugado. (Fonte: Catálogo Tigre. Linha Tigreflex)

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

A figura 6.9 representa parte de uma edificação utilizando eletrodutos rígidos e embutidos
na alvenaria. Assim, é possível observar a disposição dos eletrodutos.

Figura 6.9 – Fonte: Instalações Elétricas Prediais – Elektro/Pirelli.

A figura a 6.10 mostra os eletrodutos embutidos na parede de alvenaria, e também as


elevações recomendadas pela norma ABNT NBR 5444.

Figura 6.10 – Fonte: Instalações Elétricas Prediais – Elektro/Pirelli.


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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

A seguir, as figuras abaixo apresentarão de uma forma mais clara, as saídas do quadro de
distribuição (QD) e o lançamento dos eletrodutos por ambiente.

Figura 6.11 – Saída 01 do QD.

XXXXXXXXXX XXXXXX X XXXX X XXXXX XXXXXXXX XXXXXX xx xXXXXXXX XXXXx XXXXX xxxxxxxxx
xxxX XXXXXXXXXX XXXXXX XXXXX Xxxxx XXXXX XXXXXXXX XXXXXXXX xxxxxx.XXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXX XX XXXXX XXXXXXX XXXXXXX XXX XXX.

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

Figura 6.12 – Saída 02 do QD, passando os eletrodutos que levarão os circuitos dos quartos 01 e 02.

XXXXXXXXXX XXXXXX X XXXX X XXXXX XXXXXXXX XXXXXX xx xXXXXXXX XXXXx XXXXX xxxxxxxxx
xxxX XXXXXXXXXX XXXXXX XXXXX Xxxxx XXXXX XXXXXXXX XXXXXXXX xxxxxx.XXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXX XX XXXXX XXXXXXX XXXXXXX XXX XXX.

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Figura 6.13 – Saídas 3, 4 e 5 do QD, passando os eletrodutos que levarão os circuitos da suíte, dos banheiros e do Home Office.
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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

Abaixo, pode ser observado a última saída do QD, com os eletrodutos que levarão os
circuitos que alimentarão a cozinha e a área de serviço.

Figura 6.14 – Saídas 6 do QD, passando os eletrodutos que levarão os circuitos da cozinha e da área de serviço.

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

A figura 6.15 apresenta a planta baixa com todos os eletrodutos lançados no apartamento.

Figura 6.15 – Planta baixa com todos os eletrodutos lançados.

O próximo passo do projeto consiste em lançar os condutores através dos eletrodutos já


lançados. É importante ficar atento ao lançar os condutores, para não inviabilizar a execução, ou para
não encarecer, no que diz respeito a aumentar a seção dos eletrodutos, a ser dimensionados
posteriormente.

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Condutores

Esquemas fundamentais de ligações


Os esquemas que se seguem representam trechos constitutivos de um circuito de iluminação
e tomadas (sub-circuitos ou circuitos parciais). Vale lembrar que, o condutor neutro é sempre ligado
ao receptáculo de uma lâmpada e à tomada. O condutor fase alimenta o interruptor e a tomada. O
condutor de retorno liga o interruptor ao receptáculo da lâmpada.

– Ponto de luz e interruptor simples (de uma seção): Ao interruptor vai o fio fase F e volta à
caixa de ponto de luz através do fio de retorno R.

Figura 6.16 - Ponto de luz e interruptor de uma seção)

– Ponto de luz, interruptor de uma seção e tomada: à tomada vão os fios F e N, mas ao
interruptor vai apenas o fio F.

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Figura 6.17 - Ponto de luz, interruptor de uma seção e tomada a 30cm do piso.
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– Ponto de luz no teto, arandela e interruptor de duas seções: É comumente usado em


banheiros, ficando a arandela sobre o espelho, acima do lavatório.

Figura 6.18 - Ponto de luz no teto, arandela e interruptor de duas seções.

– Dois pontos de luz comandados por um interruptor simples: usa-se quando, p.ex., a sala
tem comprimento grande.

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Figura 6.19 - Dois pontos de luz comandados por um interruptor simples.


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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

– Dois pontos de luz comandados por dois interruptores simples: usa-se quando, p.ex., a
sala tem comprimento grande:

Figura 6.20 - Dois pontos de luz comandados por dois interruptores simples.

– Dois pontos de luz comandados por um interruptor de duas seções: é a solução preferível
ao item anterior.

Figura 6.21 - Dois pontos de luz comandados por um interruptor de duas seções.

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– Dois pontos de luz comandados por um interruptor de duas seções, além de uma
tomada: Neste caso aproveita-se a descida do condutor até o interruptor para prolongá-lo à tomada.

Figura 6.22 - Dois pontos de luz comandados por interruptor de duas seções e ponto de tomada de uso específico (PTUE).

– Ligação de uma lâmpada com interruptor de uma seção com alimentação pelo
interruptor: essa alimentação pode vir por eletroduto na parede ou passando pelo piso.

Figura 6.23 - Lâmpada acesa por interruptor de uma seção, pelo qual chega a alimentação.

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

– Ligação de duas lâmpadas e interruptor de duas seções: alimentação através do piso.

Figura 6.24 - Duas lâmpadas acesas por um interruptor de duas seções, pelo qual chega a alimentação.

– Ligação de duas lâmpadas por dois interruptores de uma seção, em pontos distintos, com
alimentação por um interruptor.

Figura 6.25 - Ligação de duas lâmpadas por dois interruptores de uma seção, em pontos distintos, com alimentação por um interruptor.

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

– Ligação de ponto de iluminação com interruptores three-way: Dois interruptores three-


way (ou paralelos) permitem que tanto um quanto outro possa acender ou apagar um ou mais
pontos de luz. É usado em lances de escadas, em corredores e salas com acesso por duas portas.

Figura 6.26 - Ligação de ponto de iluminação com interruptores three-way.

– Ligação de um ponto de iluminação com dois three-way e um four-way: A combinação de


dois interruptores three-way e um four-way permitem que se comande uma lâmpada por três
pontos diferentes.

112
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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

Figura 6.27 - Ligação de um ponto de iluminação com 2 interruptores three-way e um interruptor four-way (paralelo).

– Ligação de dois pontos de iluminação com dois three-way e um four-way:

Figura 6.28 - Ligação de dois pontos de iluminação com 2 interruptores three-way e um interruptor four-way (paralelo).

– Dimmer: Dispositivo utilizado para controlar a luminosidade da lâmpada (controla a


intensidade da corrente elétrica a ser conduzida à carga), seja para propósitos estéticos, seja para
propósitos de fazer eficiência energética.

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

Figura 6.29 – Dois pontos de iluminação controlados por interruptor do tipo “Dimmer”.

– Minuteria: Por razões econômicas, não é conveniente que as lâmpadas dos halls de serviço
e sociais dos prédios fiquem acesas durante toda à noite, ou mesmo durante todo o dia. Assim, um
dispositivo denominado minuteria, após um certo tempo, que pode ser regulado, desliga todo o
circuito, apagando o conjunto de lâmpadas. Esses dispositivos atualmente são constituídos por
componentes eletrônicos, com tempos de desligamento ajustáveis de acordo com a conveniência do
usuário.

Figura 6.30 - Esquema de ligação de uma minuteria a 4 fios.

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

Figura 6.31 - Circuito de iluminação (escadaria) comandado por minuteria a 4 fios e acionado por pulsadores.

115
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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

– Sensor de presença: Dispositivo que possui um temporizador, e é acionado quando detecta


a movimentação no ambiente através de fontes de calor, utilizando um sensor infravermelho. Este
dispositivo possui também um relé temporizador, que após um tempo programado sem
movimentação no ambiente controlado, desliga a lâmpada ou conjunto de lâmpadas. O uso do
sensor de presença é recomendado para controlar a iluminação de corredores de prédios, por
exemplo.

Figura 6.32 – Pontos de iluminação de um corredor controlados por sensores de presença.

- Sensor fotoelétrico: Dispositivo do tipo relé, que funciona quando há variação da


intensidade luminosa percebida pelo seu sensor. Quando diminui a luminosidade (quando o Sol se
põe), o sensor fotoelétrico atua ligando os pontos de iluminação que ele controla. Uma observação
importante a se fazer, é que o sensor fotoelétrico não deve ser instalado na mesma parede onde está
alocado os pontos de iluminação que ele controla, devido à realimentação negativa que acontecerá.

Figura 6.33 – Pontos de iluminação controlados por um sensor fotoelétrico.

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

Após concluída a etapa de locação dos pontos de tomada e de iluminação, os interruptores e


demais elementos da instalação elétrica, e também a divisão dos circuitos terminais, faz-se
necessário interligar os pontos do mesmo circuito ao ponto de derivação no QD. Este passo consiste
em definir por onde os eletrodutos passarão. A figura 6.34 ilustra esta etapa do projeto. É
importante fazer a análise de alguns detalhes. Por exemplo, reduzir ao máximo o número de circuitos
que estará presente em cada saída de quadro, analisando a viabilidade econômica e de execução do
projeto, ou então observar o número de eletrodutos ligados à mesma caixa de passagem.

Figura 6.34 – Lançamento dos eletrodutos na planta-baixa. Observe que nesta etapa ainda não foi feito o dimensionamento da seção do
eletroduto, nem dos circuitos que estarão presentes em cada saída.

117
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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

Após definido o local de fixação do QD, deve-se iniciar o traçado dos eletrodutos, saindo do
QD e fazendo o percurso mais curto, tanto quanto possível e, evitando cruzamento de eletrodutos.
Primeiramente o eletroduto chega até o ponto de iluminação mais próximo do QD e todos os pontos
de iluminação que serão alimentados por este circuito são interligados, e deriva-se então eletrodutos
para interligar os interruptores e tomadas próximas, partido da caixa de passagem embutidas no
teto. A figura 6.35 abaixo apresenta a forma como deve ser feito.
Em nosso projeto modelo temos 6 saídas do QD, que serão apresentadas a seguir,
individualmente, sendo feito algumas ponderações.

Figura 6.35 – Saída do QD e caminhamento dos eletrodutos pelos pontos de utilização.

Observe que nesta saída já foram analisadas e colocadas na planta qual circuito passará por
cada eletroduto. Dentro de edificações residenciais, uma prática comum é não ultrapassar o número
de 4 circuitos dentro de uma mesma saída do QD, reduzindo assim a seção dos eletrodutos, como
será apresentado posteriormente, também será facilitado a execução desse projeto.
A figura 6.36 apresenta outra saída do QD. É importante observar que um circuito nunca
deve sair mais de uma vez do QD, ou seja, não deve ser feito emendas dentro do QD. O circuito pode
ser dividido depois de chegar até a primeira caixa de passagem. Todas as emendas de cabos e fios
devem ser feitas dentro das caixas de passagem.

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

Figura 6.36 – Outra saída do QD e caminhamento dos eletrodutos pelos pontos de utilização. Observe o circuito 1,
ele se divide após entrar na primeira caixa de passagem.

XXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXX XXXXXX X XXXXXXXX XXXXXXXXXX XXXXXXXXXX XXXXXXXXXXX


XXX XXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXX X XXX XXX XXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXX XX XXX XXXXX XXXXXXXXX XXXX XX XXX XXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX.

119
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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

XXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXX XXXXXX X XXXXXXXX XXXXXXXXXX XXXXXXXXXX XXXXXXXXXXX XXX


XXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXX X XXX XXX XXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXX XX XXX XXXXX XXXXXXXXX XXXX XX XXX XXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX.

Figura 6.37 – xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.

XXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXX XXXXXX X XXXXXXXX XXXXXXXXXX XXXXXXXXXX XXXXXXXXXXX


XXX XXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXX X XXX XXX XXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXX XX XXX XXXXX XXXXXXXXX XXXX XX XXX XXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX.

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

Figura 6.9 – xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.

XXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXX XXXXXX X XXXXXXXX XXXXXXXXXX XXXXXXXXXX XXXXXXXXXXX


XXX XXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXX X XXX XXX XXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXX XX XXX XXXXX XXXXXXXXX XXXX XX XXX XXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX.

Figura 6.38 – xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.

XXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXX XXXXXX X XXXXXXXX XXXXXXXXXX XXXXXXXXXX XXXXXXXXXXX


XXX XXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXX X XXX XXX XXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXX XX XXX XXXXX XXXXXXXXX XXXX XX XXX XXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX.

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

Figura 6.39 – xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.

XXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXX XXXXXX X XXXXXXXX XXXXXXXXXX XXXXXXXXXX XXXXXXXXXXX


XXX XXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXX X XXX XXX XXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXX XX XXX XXXXX XXXXXXXXX XXXX XX XXX XXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX.

Figura 6.40 – xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

XXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXX XXXXXX X XXXXXXXX XXXXXXXXXX XXXXXXXXXX XXXXXXXXXXX


XXX XXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXX X XXX XXX XXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXX.

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

Elementos que compõem os condutores elétricos (fig.6.41):

- Condutor: elemento metálico, geralmente de forma cilíndrica, com a função específica de


transportar energia elétrica;
- Fio: produto metálico de qualquer seção maciça, podendo ser utilizado diretamente como
condutores ou podem ser utilizados para a fabricação de cabos;
- Cabo: conjunto de fios encordoados, isolados ou não entre si, podendo o conjunto ser
isolado ou não;
- Isolamento: é a parte que envolve o condutor com a finalidade de isolar o potencial em que
se encontra o condutor. O isolamento pode ser feito de diversos materiais.

(a) (b)

(c)

Figura 6.41 - (a) condutor elétrico singelo de BT; (b) Cabo de BT; (c) Variação do campo elétrico
originado pela tensão no condutor.

Os condutores utilizados nas instalações residenciais, comerciais ou industriais de baixa


tensão (BT) são normalmente de cobre.
O uso dos condutores de alumínio em instalações industriais é permitido, porém com as
seguintes restrições a serem observadas, simultaneamente:

a) a seção nominal dos condutores deve ser igual ou superior a 16 mm²;


b) a instalação seja alimentada diretamente por subestação de transformação ou
transformador, a partir de uma rede de alta tensão, ou possua fonte própria, e;
c) a instalação e a manutenção sejam feitas por pessoas qualificadas.

Em prédios de atendimento público e de grande altura, hotéis, hospitais, etc., não é


permitido, em nenhuma circunstância, o emprego de condutores de alumínio. Em estabelecimentos
comerciais, podem ser usados condutores de alumínio, desde que obedeçam, simultaneamente, às
seguintes condições:
a) a seção nominal dos condutores seja igual ou superior a 50 mm²;
b) os locais sejam prédios exclusivamente residenciais, de até 15 pavimentos e prédios de
outros tipos de até 6 pavimentos;
c) a instalação e manutenção sejam feitas por pessoas qualificadas.
Tipos de isolamento
Os isolantes sólidos dividem-se em duas grandes famílias:

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

- Termoplásticos: amolecem com o aumento da temperatura (Cloreto de polivinila-PVC e o


polietileno);
- Termofixos: não amolecem com o aumento da temperatura (Polietileno reticulado e a
borracha etileno-propilênica – EPR).

A tabela 6.4 apresenta as condições suportáveis de temperatura para os diferentes isolantes


empregados nos fios/cabos.

Temperatura Temperatura Temperatura


máxima para limite de limite de curto-
Tipo de isolação serviço contínuo sobrecarga circuito
(condutor) (condutor) (condutor)
(°C) (°C) (°C)
Policloreto de vinila (PVC) até 300 mm² 70 100 160
Policloreto de vinila (PVC) maior que 300 mm² 70 100 140
Borracha etileno-propileno (EPR) 90 130 250
Polietileno reticulado (XLPE) 90 130 250

Tabela 6.4 - Temperaturas características dos condutores. (ABNT NBR 5410. Tabela 35)

A temperatura de regime normal é a temperatura que o condutor trabalha durante o tempo


todo e é o valor utilizado para a determinação da corrente de regime normal permitida para uma
particular seção do condutor.

A temperatura de sobrecarga é a temperatura admitida durante no máximo 100 horas por


ano e no máximo 500 horas durante a vida útil do condutor.

A temperatura de curto-circuito é o maior valor de temperatura que o condutor pode atingir.


Este valor de temperatura depende da seção condutora, do valor da corrente e do tempo de duração
da mesma. Assim, um condutor de determinada seção suporta um valor de curto-circuito por um
tempo definido, que será responsável pela elevação da temperatura do condutor até a temperatura
de curto-circuito de cada tipo de isolante.

As tabelas 6.5, 6.6 e 6.7 sintetizam o desempenho do material isolante utilizado nos
condutores, quando submetidos ao contato com ácidos, sais, base e agentes químicos orgânicos.

Sulfúrico Nítrico Clorídrico Fosfórico


Isolante
(3% a 30%) (10%) (10%) (10%)
PVC especial Regular Regular Regular Regular
Polietileno Excelente Boa Excelente Excelente
Polietileno reticulado Excelente Boa Excelente Excelente
Neoprene Excelente Regular Excelente Excelente
Tabela 6.5 - Resistência aos ácidos.

Hidróxido de Carbonato de
Isolante sódio sódio Cloreto de sódio
(10%) (2%) (10%)
PVC especial Medíocre Regular Boa
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Polietileno Excelente Excelente Excelente


Polietileno reticulado Excelente Excelente Excelente
Neoprene Excelente Boa Excelente

Tabela 6.6 - Resistência aos sais e bases.

Tetracloreto
Isolante Acetona Óleos Gasolina Creosoto
de carbono
PVC especial Medíocre Boa Regular Boa Regular
Polietileno Boa Boa Boa Boa Boa
Polietileno reticulado Boa Boa Boa Boa Boa
Neoprene Boa Medíocre Boa Regular Medíocre

Tabela 6.7 - Resistência aos agentes químicos orgânicos.

Os fios e cabos também podem ser designados em termos de seu comportamento quando
submetidos à ação do fogo, ou seja, em função do material de sua isolação e cobertura. Classificam-
se como:

- Propagadores de chama: são aqueles que entram em combustão sob a ação direta da
chama e a mantém mesmo após a retirada da chama. Fazem parte deste grupo o etileno-propileno
(EPR) e o polietileno reticulado (XLPE);

- Não-Propagadores de chama: uma vez removida a chama, a combustão do material cessa.


Fazem parte deste grupo o cloreto de polivinila (PVC) e o neoprene;

- Resistentes à chama: mesmo que se considere a exposição prolongada, a chama não se


propaga ao longo do material isolante do cabo. Pertencem a esta categoria os cabos Sintenax
Anfiflam (Pirelli) e Noflam BWF 750V (Siemens);

- Resistentes ao fogo: trata-se de materiais especiais incombustíveis e que permitem o


funcionamento do circuito elétrico mesmo em presença de um incêndio, particularmente utilizados
em circuitos de segurança e sinalizações de emergência.

126
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Tabela 6.8 - Tipos de linhas elétricas. (ABNT NBR 5410:2004. Tabela 33)

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

Continuação da Tabela 6.8 - Tipos de linhas elétricas. (ABNT NBR 5410:2004. Continuação Tabela 33)

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Continuação da Tabela 6.8 - Tipos de linhas elétricas. (ABNT NBR 5410:2004. Continuação Tabela 33)

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Continuação da Tabela 6.8 - Tipos de linhas elétricas. (ABNT NBR 5410:2004. Continuação Tabela 33)

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Continuação da Tabela 6.8 - Tipos de linhas elétricas. (ABNT NBR 5410:2004. Continuação Tabela 33)

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Continuação da Tabela 6.8 - Tipos de linhas elétricas. (ABNT NBR 5410:2004. Continuação Tabela 33)

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Critérios para o dimensionamento dos condutores

Critério da Capacidade de Corrente (Ampacidade)

Os fatores que devem ser levados em consideração na determinação da seção de um


condutor de corrente elétrica, que opera em condições de normalidade, são:

- O material isolante que protege o condutor elétrico;


- O número de condutores carregados de corrente elétrica;
- O método de disposição dos condutores no conduto elétrico (conforme tabelas 6.8 e 6.9);
- O agrupamento dos circuitos elétricos, ou seja, a quantidade de circuitos que está agrupado
no mesmo conduto;
- A temperatura ambiente ou a do solo.

O primeiro passo é calcular a corrente nominal do circuito ou equipamento de acordo com as


equações que seguem na Tabela 6.9:

Circuito Monofásico: FN ⟶ V = 115/127 [V]


Carga Resistiva Carga Indutiva (Reator e Motor) Qualquer Carga

( )
Circuito Bifásico: FF ⟶ V = 230/220 [V]
Carga Resistiva Carga Indutiva (Reator e Motor) Qualquer Carga

( )
Circuito Trifásico: FFF-Equilibrado ⟶ V = 115/127 [V]
Carga Indutiva (Motor) Qualquer Carga

√ ( ) √

Tabela 6.9 – Tabela de cálculo de corrente para alguns tipos de equipamentos.

Sendo:
I - Corrente em (Ampères) na linha (exceto neutro);
P - Potência em (Watts);
√ – Relação entre tensão de linha e tensão de fase para ligação em estrela e relação entre
corrente de fase e corrente de linha para a ligação em triângulo;
U - Tensão em (Volts) em que a carga está submetida;
fp - fator de potência.

Em seguida deve-se escolher a maneira de instalar os condutores elétricos, de acordo a


estrutura física da edificação em etapa de projeto, escolhendo um dos tipos de linhas elétricas das
tabelas 6.8 e 6.9.
A tabela 6.10 fornece a capacidade de condução de corrente para os métodos de referência
A1, A2, B1, B2, C e D (da tabela 6.8), utilizando-se condutores com isolação de PVC.

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A tabela 6.11 fornece a capacidade de condução de corrente para os mesmos métodos,


porém para condutores com isolação de EPR ou XLPE.
A tabela 6.12 fornece a capacidade de condução de corrente para os métodos de referência
E, F e G, com isolação de PVC, enquanto que na tabela 6.13 é utilizada para condutores com isolação
de EPR ou XLPE.
A tabela 6.14 fornece os fatores de correção para temperaturas ambientes diferentes de 30
°C para linhas não-subterrâneas e de 20 °C (temperatura do solo) para linhas subterrâneas.
A tabela 6.15 fornece os fatores de correção para cabos contidos em eletrodutos enterrados
no solo para resistividades térmicas diferentes de 2.5 K.m/W.
As tabelas 6.16 a 6.19 fornecem os fatores de correção em função dos agrupamentos de
circuitos e eletrodutos a serem aplicados às tabelas 6.10, 6.11, 6.12 e 6.13.
A tabela 6.20 fornece a seção mínima dos condutores para diferentes tipos de circuitos.

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Tabela 6.10 - Capacidades de condução de corrente, em ampères, para os métodos de referência A1, A2, B1, B2, C e D. (ABNT NBR
5410:2004. Tabela 36)

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

Tabela 6.11 - Capacidades de condução de corrente, em ampères, para os métodos de referência A1, A2, B1, B2, C e D. (ABNT NBR
5410:2004. Tabela 37)

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

Tabela 6.12 - Capacidades de condução de corrente, em ampères, para os métodos de referência E, F e G. (ABNT NBR
5410:2004. Tabela 38)

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

Continuação da Tabela 6.12 - Capacidades de condução de corrente, em ampères, para os métodos de referência E, F
e G. (ABNT NBR 5410:2004. Tabela 38)

Tabela 6.13 - Capacidades de condução de corrente, em ampères, para os métodos de referência E, F e G. (ABNT NBR
5410:2004. Tabela 39)

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Continuação da Tabela 6.13 - Capacidades de condução de corrente, em ampères, para os métodos de referência E,
F e G. (ABNT NBR 5410:2004. Tabela 39)

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

Tabela 6.14 - Fatores de correção para temperaturas ambientes diferentes de 30ºC para linhas não-subterrâneas e de 20ºC
(temperatura do solo) para linhas subterrâneas. (ABNT NBR 5410:2004. Tabela 40)

Tabela 6.15 - Fatores de correção para linhas subterrâneas em solo com resistividade térmica diferente de 2,5 K.m/W. (ABNT
NBR 5410:2004. Tabela 41)

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

Tabela 6.16 - Fatores de correção aplicáveis a condutores agrupados em feixe (em linhas abertas ou fechadas) e a condutores agrupados
num mesmo plano, em camada única (ABNT NBR 5410:2004. Tabela 42)

Tabela 6.17 - Fatores de correção aplicáveis a agrupamentos consistindo em mais de uma camada de condutores – Métodos de referência
C (tabelas 36 e 37), E e F (tabelas 38 e 39). (ABNT NBR 5410:2004. Tabela 43)

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Tabela 6.18 - Fatores de agrupamento para linhas com cabos diretamente enterrados. (ABNT NBR 5410:2004. Tabela 44)

Tabela 6.19 - Fatores de agrupamento para linhas em eletrodutos enterrados¹. (ABNT NBR 5410:2004. Tabela 45)
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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

Tabela 6.20 - Fatores de agrupamento para linhas com cabos diretamente enterrados. (ABNT NBR 5410:2004. Tabela 44)

Dimensionamento pela seção mínima por norma

A seção mínima dos condutores fase (vivo) é especificada segunda a NBR 5410, conforme a
tabela 6.21.
É importante destacar que em uma instalação elétrica em baixa tensão, utilizando o cobre
como condutor elétrico os pontos de tomadas devem possuir seção mínima de 2,5 mm² e os pontos
de iluminação com um mínimo de 1,5 mm². Este critério independe dos demais, ou seja, mesmo que
calculado pela capacidade de condução de corrente, uma seção inferior, a seção adotada deverá ser
a mínima segundo a norma.
A normatização prevê a utilização de seções mínimas, com objetivo de ser mais conservativa
em relação ao dimensionamento, possibilitando leves aumentos de carga com adaptações apenas no
dispositivo de proteção.

Tabela 6.21 - Seção mínima dos condutores¹. (ABNT NBR 5410:2004. Tabela 47)

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Condutor neutro

A norma NBR 5410:2004 faz uma série de considerações em relação ao condutor neutro,
dentre elas, é destacado:
- O condutor neutro não pode ser comum a mais de um circuito;
- O condutor neutro de um circuito monofásico deve ter a mesma seção do condutor de fase;
- Quando, num circuito trifásico com neutro, a taxa de terceira harmônica e seus múltiplos
for superior a 15%, a seção do condutor neutro não deve ser inferior à dos condutores de fase,
podendo ser igual à dos condutores de fase se essa taxa não for superior a 33%;
- A seção do condutor neutro de um circuito com duas fases e neutro não deve ser inferior à
seção dos condutores de fase, podendo ser igual à dos condutores de fase se a taxa de terceira
harmônica e seus múltiplos não for superior a 33%;
- Quando, num circuito trifásico com neutro ou num circuito com duas fases e neutro, a taxa
de terceira harmônica e seus múltiplos for superior a 33%, pode ser necessário um condutor neutro
com seção superior à dos condutores de fase. Num circuito trifásico com neutro e cujos condutores
de fase tenham uma seção superior a 25 mm², a seção do condutor neutro pode ser inferior à dos
condutores de fase, sem ser inferior aos valores indicados na tabela [6.21], em função da seção dos
condutores de fase, quando as três condições seguintes forem simultaneamente atendidas:

a) o circuito for presumivelmente equilibrado, em serviço normal;


b) a corrente das fases não contiver uma taxa de terceira harmônica e múltiplos superior a
15%; e
c) o condutor neutro for protegido contra sobrecorrentes conforme esquema IT (ABNT NBR
5410:2004. Item 5.3.2.2).
A seção do condutor neutro é dada na tabela 6.22

Tabela 6.22 - Seção reduzida do condutor neutro¹. (ABNT NBR 5410:2004. Tabela 48)

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Observação: Os valores da tabela 6.21 são aplicáveis quando os condutores de fase e o


condutor neutro forem do mesmo metal.

A tabela 6.23 mostra a seção mínima do condutor de proteção.

Tabela 6.23 - Seção mínima do condutor de proteção. (ABNT NBR 5410:2004. Tabela 58)

O “Método da Ampacidade” – Capacidade de condução de corrente elétrica

A metodologia de cálculo de condutores elétrico fundamental para o


dimensionamento global da instalação elétrica, é conhecida como “Ampacidade”, ou
“Capacidade de Condução de Corrente Elétrica”, devido aos efeitos térmicos da corrente
elétrica.
Para o dimensionamento dos condutores via ampacidade, uma série de variáveis são
levadas em consideração, com por exemplo, o material construtivo e o tipo de condutos
elétricos – (eletrodutos, eletrocalhas, leitos, perfilados e etc.); o tipo de isolação elétrica dos
condutores (XPLE, PCV, EPR); a quantidade de condutores carregados (2, 3 ou 4); a
quantidade de circuitos elétricos dentro de cada eletroduto; e a temperatura do ambiente
das instalações elétricas.
Podemos observar a Tabela 6.XX. Devemos fazer uma análise, sempre observando a
planta-baixa, e circuito a circuito da instalação.
Primeiramente identificamos o método de referência descrito na Tabela 33 da
NBR 5410:2008, que define a forma como os condutores estão dispostos, desde a saída do
quadro de distribuição até o ponto de tomada de corrente. Feito isto, devemos agora
identificar a quantidade de condutores carregados de corrente elétrica. Em seguida, calcula-
se a corrente de projeto IB, que é a corrente nominal prevista sob condições de operação
normais; deve-se atentar ao tipo da carga na hora de calcular a corrente, levando em
consideração sua natureza (resistiva, capacitiva ou indutiva; monofásica, bifásica ou trifásica)
conforme a Tabela 6.XX. Como os condutores possuem uma faixa máxima de temperatura
para operarem de forma adequada, leva-se em consideração a temperatura do local onde o
condutor estará alocado e aplica o Fator de Correção de Temperatura para os condutores de
cada circuito, previstos na Tabela 40 da NBR 5410:2008. Outra correção devido aos efeitos
de natureza térmica necessária, leva em consideração o agrupamento do circuito;
observando na planta baixa o agrupamento mais crítico, ou seja, o máximo de circuitos
agrupados num mesmo eletroduto, e aplica-se o Fator de Correção de Agrupamento situado

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na Tabela 42 da NBR 5410:2008. Definidos a corrente de projeto I B, o FCT e o FCA,


calculamos a corrente fictícia abaixo:

( )

Ou seja, não é a corrente que estará circulando naquele condutor, mas é uma
correção necessária, levando em consideração os efeitos térmicos, para a perfeita operação
dos condutores. Utilizaremos a corrente fictícia para definir então a seção mínima dos
condutores do circuito que estamos analisando, observando que, nunca devemos escolher
uma seção menor que a seção mínima estabelecida pela norma NBR 5410:2008. Pode-se
exercitar este método refazendo os 4 exemplos a seguir:

146
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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

Exemplo 1

Dimensione os condutores fase de um circuito que alimenta um chuveiro elétrico de 7500


Watts ligado em 220 Volts, ligado conforme representa simplificadamente o diagrama unifilar abaixo.
Utilize o critério da capacidade de condução de corrente:

Considere:
- O circuito está em um conduto elétrico de PVC tipo Rígido;
- Método de Referência: Embutido em alvenaria;
- Temperatura Ambiente: 30º C;
- Isolação do Condutor Elétrico: PVC 70º C

Solução

1º Passo – Identificação do método de referência, ou seja, identificação do tipo de disposição


dos condutores elétricos entre o quadro de destruição e ponto de tomada de corrente.
O projetista já enunciou que irá trabalhar com eletroduto embutido em alvenaria. Portanto,
de acordo com a tabela 6.8, o Método de referência utilizado é classificado como B1:
2º Passo – Identificar a quantidade de condutores carregados de corrente elétrica.
Neste caso, como o circuito é bifásico com condutor de proteção. Assim, o circuito possui as
duas fases como condutores carregados de corrente elétrica. O condutor de proteção somente é
percorrido por corrente elétrica em condições de curto circuito em um circuito terminal, ou seja, em
condições de anormalidade e transitórias devido à esperada atuação da proteção.

147
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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

3º Passo – Calcular a corrente elétrica solicitada pela carga em condições nominais de


funcionamento, conhecida como corrente de projeto ( ).
Para tal, é necessário saber que a carga é puramente resistiva, em se tratando de um
chuveiro elétrico, cujo fator de potência é unitário. É importante destacar também, que conforme o
diagrama unifilar da figura, o circuito é bifásico e a carga monofásica com nível de tensão em 220
volts, assim segue o cálculo abaixo:

4º Passo – Verificar o fator de correção de temperatura.


Como neste caso a temperatura ambiente é de 30º C, o fator de correção de temperatura
FCT é unitário.

5º Passo – Verificar o fator de correção de agrupamento.


Como neste caso existe apenas um circuito dentro do eletroduto, o fator de correção de
Agrupamento é unitário.

6º Passo – Calcular a corrente fictícia ( ’).


Recebe o nome de fictícia, pois é uma corrente que efetivamente não existe, na verdade é
uma correção térmica, ou seja, é o valor de corrente elétrica que corresponde a corrente nominal
somada com os efeitos térmicos dos fatores de agrupamento devido aos circuitos adjacentes e do
fator de temperatura, devido ao ambiente em que a instalação se encontra. A corrente fictícia é
calculada conforme o exemplo abaixo.

7º Passo – Identificar a tabela de capacidade de correção de corrente a ser utilizada,


conforme os dados da isolação do condutor elétrico.
Neste caso, será utilizada a tabela 6.10, pois o projeto está sendo calculado considerando
condutores de PVC 70º C.

8º Passo – Finalmente, identificar a seção do condutor ideal para as condições especificadas.


Com a corrente fictícia em mãos, devemos escolher na tabela especificada um valor de
corrente imediatamente maior. Garantindo assim sermos conservativos em relação à especificação.
Logo a Seção escolhida para a situação é de 4 mm².

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

Exemplo 2

Para o segundo exemplo, mudamos apenas o nível de tensão da alimentação do chuveiro


elétrico, para 127 Volts, mantendo a potência em 7500 Watts. Assim, dimensione os condutores fase
de um circuito que alimenta um chuveiro elétrico conforme representa simplificadamente o
diagrama unifilar abaixo. Utilize o critério da capacidade de condução de corrente:

Considere:
- O circuito está em um conduto elétrico de PVC tipo PVC Rígido;
- Método de Referência: Embutido em alvenaria;
- Temperatura Ambiente: 30 °C;
- Isolação do Condutor Elétrico: PVC 70 °C
Solução

1º Passo – Identificação do método de referência, ou seja, identificação do tipo de disposição


dos condutores elétricos entre o quadro de destruição e ponto de tomada de corrente.
O método de referência continua sendo o B1

2º Passo – Identificar a quantidade de condutores carregados de corrente elétrica.


A quantidade de condutores carregados de corrente elétrica, continua sendo 2.

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

3º Passo – Calcular a corrente elétrica solicitada pela carga em condições nominais de


funcionamento, conhecida como corrente de projeto ( ).

4º Passo – Verificar o fator de correção de temperatura.


Como neste caso a temperatura ambiente é de 30º C, o fator de correção de temperatura
FCT é unitário.

5º Passo – Verificar o fator de correção de agrupamento.


Como neste caso existe apenas um circuito dentro do eletroduto, o fator de correção de
Agrupamento é unitário.

6º Passo – Calcular a corrente fictícia ( ’).


A corrente fictícia é calculada conforme o exemplo abaixo.

7º Passo – Identificar a tabela de capacidade de correção de corrente a ser utilizada,


conforme os dados da isolação do condutor elétrico.
Neste caso, será utilizada a tabela 6.10, pois o projeto está sendo calculado considerando
condutores de PVC 70º C.

8º Passo – Finalmente, identificar a seção do condutor ideal para as condições especificadas.


Com a corrente fictícia em mãos, devemos escolher na tabela especificada um valor de
corrente imediatamente maior. Garantindo assim sermos conservativos em relação à especificação.
Logo a Seção escolhida para a situação é de 16 mm².

Com esse resultado, e sabendo que o preço do condutor é função predominantemente da


quantidade da massa metálica utilizada, podemos concluir que sempre que possível é mais
interessante economicamente trabalhar com tensões elétricas mais elevadas para alimentação das
cargas mais pesadas eletricamente, ou seja, aquelas que solicitam maior corrente elétrica da rede.

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

Exemplo 3

Dimensione os condutores fase de um circuito que alimenta um chuveiro elétrico de 7500


Watts ligado em 220 Volts, ligado conforme representa simplificadamente o diagrama unifilar abaixo,
sabendo que existe um agrupamento no trecho mais crítico com outros 3 circuitos. Utilize o critério
da capacidade de condução de corrente:

Considere:
- O circuito está em um conduto elétrico de PVC tipo Rígido;
- Método de Referência: Embutido em alvenaria;
- Temperatura Ambiente: 45 °C;
- Isolação do Condutor Elétrico: PVC 70 °C

1º Passo – Identificação do método de referência, ou seja, identificação do tipo de disposição


dos condutores elétricos entre o quadro de destruição e ponto de tomada de corrente.
O projetista já enunciou que irá trabalhar com eletroduto embutido em alvenaria. Portanto,
de acordo com a tabela 6.8, o Método de referência utilizado é classificado como B1.

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

2º Passo – Identificar a quantidade de condutores carregados de corrente elétrica.


Neste caso, como o circuito é bifásico com condutor de proteção. Assim, o circuito possui as
duas fases como condutores carregados de corrente elétrica.

3º Passo – Calcular a corrente elétrica solicitada pela carga em condições nominais de


funcionamento, conhecida como corrente de projeto ( ).
Para tal, é necessário saber que a carga é puramente resistiva, em se tratando de um
chuveiro elétrico, cujo fator de potência é unitário. Segue o cálculo abaixo:

4º Passo – Verificar o fator de correção de temperatura.


Como neste caso os condutores têm isolação de PVC e a temperatura ambiente é de 45º C,
verificamos na tabela 6.14 que o fator de correção de temperatura FCT utilizado será de 0,79
conforme a figura abaixo.

5º Passo – Verificar o fator de correção de agrupamento.


Neste caso existem 4 circuitos dentro do eletroduto, o fator de correção de agrupamento
FCT utilizado será 0,69 conforme tabela 6.16.
6º Passo – Calcular a corrente fictícia ( ’).
A corrente fictícia é calculada conforme o exemplo abaixo.

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

7º Passo – Identificar a tabela de capacidade de correção de corrente a ser utilizada,


conforme os dados da isolação do condutor elétrico.
Neste caso, será utilizada a tabela 6.10, pois o projeto está sendo calculado considerando
condutores de PVC 70º C.

8º Passo – Finalmente, identificar a seção do condutor ideal para as condições especificadas.


Com a corrente fictícia em mãos, devemos escolher na tabela especificada um valor de
corrente imediatamente maior. Garantindo assim sermos conservativos em relação à especificação.
Logo a Seção escolhida para a situação é de 16 mm².

Observando a seção calcula, podemos concluir é muito interessante evitar o agrupamento de


circuitos que alimentam cargas mais pesadas eletricamente falando, como por exemplo, o chuveiro
elétrico. Assim se possível, utilizar um eletroduto específico para o circuito em questão.
Outra observação interessante é o efeito da temperatura ambiente sobre o
dimensionamento. Assim observamos que mais quente for o ambiente, mais criterioso será o nosso
dimensionamento e mais elevadas serão as seções utilizadas.

Exemplo 4

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

Um circuito terminal de força alimenta dois condicionadores de ar, com as seguintes


características: condicionador de ar 1, 12.000 BTU’s, 220V, 1221W, fp=0,75, e condicionador de ar 2,
10.000 BTU’s, 220V, 1265 VAr, fp=0,62. Calcule: a) Corrente de projeto do circuito, b) A seção dos
condutores. Considere que o circuito divide o eletroduto com mais três circuitos, temperatura do
solo = 40º C, sendo que os condutores possuem isolação de XLPE, e estão em eletroduto embutido
no solo.

Solução

1º Passo – Identificação do método de referência, ou seja, identificação do tipo de disposição


dos condutores elétricos entre o quadro de destruição e ponto de tomada de corrente.
A questão já enunciou que o circuito está em um eletroduto embutido no solo. Portanto, de
acordo com a tabela 6.8, o Método de referência utilizado é classificado como D:

2º Passo – Identificar a quantidade de condutores carregados de corrente elétrica.


São dois condutores carregados de corrente elétrica. Por se tratar de um circuito bifásico,
utilizado para alimentar um conjunto de cargas com nível de tensão em 220 Volts.

3º Passo – Calcular a corrente elétrica solicitada pela carga em condições nominais de


funcionamento, conhecida como corrente de projeto ( ).
Para calcular a corrente elétrica de projeto, primeiramente precisamos obter a potência total
instalada das cargas do circuito elétrico em questão.

Potência Ativa Potência Reativa Potência Aparente Fp


Condicionador 1 1.221 W 1.076,82 VAr - 0,75
Condicionador 2 1.000 W 1.265 VAr - 0,62
Total 2.221 W 2.341,82 Var 3.227,53 VA

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

A tabela 6.XX a seguir, apresenta a determinação da seção mínima dos condutores de cada
circuito do projeto modelo, utilizando o método da Ampacidade.

Tabela de Dimensionamento de Condutores (Método da Ampacidade)


Corrente Tipo FCT Corrente
Tipo Potência Método de Seção
Circuito Tensão de projeto isolação (40 FCA* Fictícia
(ϕ) (VA) referência* (mm²)
(IB) condutor °C)* (IB')

1 mono 980 127 7,72 PVC 0,87 0,8 11,09 B1 1,50


2 mono 840 127 6,61 PVC 0,87 0,7 10,86 B1 1,50
3 mono 1100 127 8,66 PVC 0,87 0,8 12,44 B1 2,50
4 mono 1200 127 9,45 PVC 0,87 0,7 15,52 B1 2,50
5 mono 1300 127 10,24 PVC 0,87 0,8 14,71 B1 2,50
6 mono 1300 127 10,24 PVC 0,87 0,8 14,71 B1 2,50
7 mono 1300 127 10,24 PVC 0,87 0,7 16,81 B1 2,50
8 mono 1200 127 9,45 PVC 0,87 0,7 15,52 B1 2,50
9 mono 1200 127 9,45 PVC 0,87 0,7 15,52 B1 2,50
10 mono 135 127 1,06 PVC 0,87 0,7 1,75 B1 2,50
11 bi 700 220 3,18 PVC 0,87 0,7 5,22 B1 2,50
12 bi 1650 220 7,50 PVC 0,87 0,7 12,32 B1 2,50
13 bi 1650 220 7,50 PVC 0,87 0,7 12,32 B1 2,50
14 bi 1900 220 8,64 PVC 0,87 0,8 12,41 B1 2,50
15 bi 1650 220 7,50 PVC 0,87 0,8 10,78 B1 2,50
16 bi 4500 220 20,45 PVC 0,87 0,8 29,39 B1 4,00
17 bi 4500 220 20,45 PVC 0,87 0,8 29,39 B1 4,00
* Notas:
FCT: Fator de Correção de Temperatura (ABNT NBR 5410:2008. Tabela 40).
FCA: Fator de Correção de Agrupamento (ABNT NBR 5410:2008. Tabela 42).
Método de Referência: (ABNT NBR 5410:2008. Tabela 33)

( )
( )
( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

Quando se seja calcular a corrente resultante em circuitos que alimentam equipamentos com
fator de potência diferente, não se pode somar as potências aparentes, ou mesmo as correntes
calculadas com base na potência aparente, pois assim a soma é realizada com vetores em direções
distintas, o que algebricamente não é permitido. Então, neste caso, as potências foram decompostas
em potências ativas e reativas, dos dois condicionadores de ar, podendo assim ser realizada a soma
algébricas, uma vez que as potências ativas e reativas, independente do fator de potência, estão
localizadas na mesma direção no triângulo de potência. Desta forma, a potência aparente total é
calculada abaixo.

( ) √( ) ( ) √( ) ( )

( )
( )
( )

Desta forma, o item a) já se encontra respondido, onde a corrente de projeto .

4º Passo – Verificar o fator de correção de temperatura.


Como neste caso os condutores têm isolação de XLPE e estão enterrados no solo com
temperatura de 40º C, verificamos na tabela 6.14 que o fator de correção de temperatura FCT
utilizado será de 0,79 conforme a figura abaixo.

Quedas de tensão

A ABNT NBR 5410:2004, no item 6.2.7, normatiza as regras a respeito das quedas de tensão.
A norma diz que:

Em qualquer ponto de utilização da instalação, a queda de tensão verificada não deve ser
superior aos seguintes valores, dados em relação ao valor da tensão nominal da instalação:
a) 7%, calculados a partir dos terminais secundários do transformador MT/BT, no caso de
transformador de propriedade da (s) unidade (s) consumidora (s);
b) 7%, calculados a partir dos terminais secundários do transformador MT/BT da empresa
distribuidora de eletricidade, quando o ponto de entrega for aí localizado;

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

c) 5%, calculados a partir do ponto de entrega, nos demais casos de ponto de entrega com
fornecimento em tensão secundária de distribuição;
d) 7%, calculados a partir dos terminais de saída do gerador, no caso de grupo gerador
próprio.

- Em nenhum caso a queda de tensão nos circuitos terminais pode ser superior a 4%;
- Quedas de tensão maiores que as indicadas logo acima são permitidas para equipamentos
com corrente de partida elevada, durante o período de partida, desde que dentro dos limites
permitidos em suas normas respectivas;
- Para o cálculo da queda de tensão num circuito deve ser utilizada a corrente de projeto do
circuito.

Exemplos de dimensionamento utilizando a capacidade de corrente dos condutores segundo


a maneira de instalar.

Exemplo 1:

Um circuito de 1270W de iluminação e tomadas de uso geral, fase e neutro, passa no interior
de um eletroduto embutido em alvenaria, juntamente com mais dois circuitos. A temperatura
ambiente é de 35º C e a tensão é de 127 V. Determinar a seção dos condutores.

Exemplo 2:

Em uma instalação industrial, em local onde a temperatura é de 45ºC, devem passar, em um


eletroduto aparente, dois circuitos de três cabos unipolares, sendo que a corrente de projeto de cada
circuito de 36 A. Dimensionar os condutores.

Exemplo 3:

Em uma instalação industrial pretende-se colocar, instalado em uma bandeja ventilada


horizontal, um cabo tripolar ao lado de quatro outros cabos multipolares. A temperatura ambiente é
de 50º C. A corrente de projeto é de 86 A.

Exemplo 4:

Num eletroduto rígido embutido deverão ser instalados três circuitos terminais, assim
discriminados:
- Circuito 1; F-N; IP=15A;
- Circuito 2; F-N-PE; IP=30A;
- Circuito 3; F-F-PE; IP=25A.
Determinar a seção dos condutores para cada circuito, sabendo-se que a temperatura
ambiente é de
30° C.

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

Exemplo 5:

Em uma indústria, deverão ser instalados em uma bandeja não perfurada horizontal, três
circuitos de distribuição, trifásicos, VFF=220 V, sendo de 350C a temperatura ambiente. Dimensionar
os condutores sabendo-se que:
- O circuito 1 alimenta motores; IP=150A (3F);
- O circuito 2 serve à iluminação fluorescente, iluminação incandescente e tomadas diversas;
VFF=220V, IP=120 A;
- O circuito 3 alimenta um forno de indução; IP=200A, (3F).
Os cabos são dispostos contiguamente.

Dimensionamento de condutores levando em consideração o Critério do Limite da Queda


de Tensão

A norma NBR 5410:2008, no item 6.2.7, estabelece os níveis admissíveis para a queda de
tensão nos condutores, para evitar problemas de funcionamento nos pontos de utilização da
instalação (tomadas, máquinas, iluminação).
A partir do ponto de entrega (Ponto de conexão do sistema elétrico da empresa Distribuidora
de eletricidade com a instalação elétrica da(s) unidade(s) consumidora(s) e que delimita as
responsabilidades da distribuidora, definidas pela autoridade reguladora.) da concessionária, a queda
em relação de tensão nos condutores, em relação à tensão nominal entregue, não deve ultrapassar
os seguintes valores percentuais (COLOCAR EM FORMA DE TABELA? É mais fácil de fazer referência
ao longo do texto.):

a) 7%, calculados a partir dos terminais secundários do transformador MT/BT, no caso de


transformador de propriedade da(s) unidade(s) consumidora(s);
b) 7%, calculados a partir dos terminais secundários do transformador MT/BT da empresa
distribuidora de eletricidade, quando o ponto de entrega for aí localizado;
c) 5%, calculados a partir do ponto de entrega, nos demais casos de ponto de entrega com
fornecimento em tensão secundária de distribuição;
d) 7%, calculados a partir dos terminais de saída do gerador, no caso de grupo gerador
próprio.

Figura 6.42 – Limites para a queda máxima de tensão, em níveis percentuais. (ABNT NBR 5410:2008. Item 6.2.7.

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

Observações:
- A ANEEL, através do PRODIST Módulo 8, regulamenta a variação dos níveis de tensão
nominal fornecidos pela concessionária, de modo a garantir qualidade e segurança. Para as tensões
de fornecimento em BT (no caso da ENERGISA, 127/220 V), os limites adequados são:

( )
{
( )

Ou seja, uma variação de até mais 5%, ou até -7% no valor da tensão nominal de
fornecimento, está dentro dos padrões estabelecidos pela ANEEL, e NÃO deve ser levado em
consideração na determinação dos níveis percentuais de queda de tensão. Para outros níveis de
tensão, consultar manual da PRODIST, no site da ANEEL;
- A norma valida esse método apenas quando a tensão nominal do equipamento coincide
com a tensão nominal de fornecimento da concessionária;
- Quando as linhas principais da instalação possuírem mais de 100 m (levando em
consideração a saída nos terminais secundários do trafo, ou na saída do grupo gerador), a queda de
tensão pode ser aumentada em 0,005% por metro, somando um máximo de +0,5%.

No item 6.2.7.2 da NBR 5410:2008, a norma determina que, em nenhum caso a queda de
tensão nos circuitos nominais devem ultrapassar 4%.
Em resumo, a queda máxima admitida entre o secundário do trafo ou saída do grupo
gerador, não deve ultrapassar 2%; a queda máxima entre o ponto de entrega e o Quadro de
Distribuição Principal, não deve ultrapassar 1%; e, por fim, a queda de tensão entre o QD e o ponto
de alimentação da carga, não deve ultrapassar 4%, somando um total de 7%.
São permitidas quedas de tensão acima de 7% para cargas que possuem uma corrente de
partida elevada, e somente no período da partida, segundo a normatização adequada. Geralmente,
as concessionárias regulamentam e exigem o uso de equipamentos adicionais para reduzir a corrente
de partida de algumas cargas (motores e máquinas de solda, por exemplo, com a utilização de soft
starter ou conversores de frequência).
Para calcular a queda de tensão, deve-se utilizar a corrente de projeto IB, levando em
consideração as correntes harmônicas. (Observação da norma)
A norma NBR 5410:2008, em seus itens 6.5.1.2.1, 6.5.1.3.2 e 6.5.1.3.3, de forma resumida,
recomendam (determinam) o uso de equipamentos que mitiguem a pertubação da rede, devido às
influências da partida de cargas pesadas (6.5.1.2.1); a determinação da seção mínima de condutores
que irão alimentar estas cargas, observando os limites máximos para queda de tensão na carga, em
regime permanente (6.5.1.3.2); e, garantir seção mínima para os condutores, para que, em regime
transitório (ou de partida) a queda de tensão máxima não ultrapasse 10 % da tensão nominal
(6.5.1.3.3).
Tendo conhecimento dos níveis admitidos em norma, a seguir será apresentado alguns
métodos de dimensionamento de condutores, levando em consideração o critério da Queda de
Tensão.

Queda de tensão em sistema monofásico (F-N)

Podemos calcular a seção mínima do condutor de um circuito monofásico, levando em


consideração a resistividade elétrica do material condutor, de modo simplificado apresentado
abaixo:

159
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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

∑( )
( )
Onde:
SC = seção mínima do condutor, dada em mm²;
ρ = resistividade elétrica do material condutor (para o cobre: 1/56 *(Ω.mm²)/m+);
LC = comprimento do circuito, dado em m;
IC = corrente total do circuito, dado em A;
ΔVC = queda de tensão máxima admitida em projeto, dada em %;
VF-N = tensão entre fase e neutro, dada em V.

Queda de tensão em sistema trifásico (F-F)

Para a determinação da seção mínima do condutor, no sistema trifásico, será utilizada agora
a tensão entre fases (VF-F). Pode ser determinado, de forma simplificada, conforme a equação
apresentada abaixo:

∑( )
( )

Quando um circuito é constituído por várias cargas ligadas ao longo do percurso (Iniciando
no QD e terminando no ponto de utilização da instalação mais distante, para este circuito), podemos
utilizar a equação acima para determinar a seção do condutor.
Podemos utilizar a equação completa, para calcular a queda de tensão no circuito trifásico,
apresentado na equação abaixo:

( ( )) ( ( ))
( )

Onde:
Ncp = número de condutores em paralelo por fase;
IC = corrente total do circuito, dado em A;
LC = comprimento do circuito, dado em m;
R = resistência do condutor, dado em mΩ/m;
X = reatância do condutor, dado em mΩ/m;
φ = ângulo do fator de potência da carga.

Método da Queda de Tensão Unitária (QTU)

É o método mais prático a ser utilizado e, já parte do limite percentual da queda de tensão
definida pela NBR 5410:2008, chegando à seção do condutor que atenderá essa especificação limite.
É um método comumente utilizado para determinar a seção do condutor que alimentará o QD, em
PTUEs, em circuitos terminais com carga unitária (por exemplo, o chuveiro elétrico), ou circuitos
terminais com cargas concentradas.
Primeiramente definimos o percentual limite para a queda de tensão, que atenda à exigência
da norma. Em seguida calcula-se a Queda de Tensão Unitária (QTU), utilizando a seguinte equação:

160
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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

[ ]

Onde:
QTU = Queda de tensão unitária;
ΔVC = queda de tensão máxima admitida em projeto, dada em %;
V = tensão nominal do circuito, dado em V;
IB = corrente de projeto, para o circuito, dado em A;
LC = comprimento do circuito, dado em km.

Tabela 6.24 – Tabela para dimensionamento da queda de tensão em cabos Syntenax Prysmian.

Após determinado o valor da QTU, utiliza-se essa informação e buscamos a seção adequada
na tabela ensaiada dos condutores da fabricante. Um ponto importante a se observar que, no Brasil,
é prática comum por parte dos projetistas, utilizarem a tabela da fabricante Pirelli (Prysmian). Abaixo
pode-se observar essa tabela.

Método da Queda de Tensão trecho a trecho

É comum partir da seção estabelecida pelo Método da Ampacidade (devido a levar em


consideração o efeito térmico, que gera maiores riscos na instalação; a seção calculada será, no
mínimo, a mesma seção definida pelo método da ampacidade).
A partir da tabela de fabricante do condutor, verifica-se então a QTU para a seção escolhida,
e calcula o valor da queda de tensão percentual através da seguinte equação:

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Capítulo 06 – Projeto de Instalações Elétricas

( )
Então é feito uma comparação entre ΔVC com o limite ΔVC(máx) estabelecido pela NBR
5410:2008.
- Se ΔVC ≤ ΔVC(máx), a seção estabelecida é adequada para o projeto;
- Se ΔVC ≥ ΔVC(máx), a seção estabelecida pelo método anterior é inadequada e precisa ser
aumentada.
Repete-se o procedimento com a nova seção escolhida até se obter uma queda de tensão
admissível pela norma.
Para um circuito com cargas distribuídas, deve ser levado em consideração o somatório da
queda de tensão percentual para cada trecho, e verificar se o limite será ou não ultrapassado.

Exercício

Dado o Circuito Nº 01 do projeto modelo (Circuito de Iluminação), determine a queda de


tensão máxima nos pontos terminais.

Solução:
Dados: Pé direito = 3,25 [m]; Centro do QD = 1,5 [m]; S# = 1,5 mm²; QTU = 23,3; I B = 7,24 [A],
V = 127 [V].

( )

Pode ser observado que, nos pontos de utilização mais distantes, para esse circuito, a queda
de tensão máxima é > 1%, bem menor que o recomendado pela norma, que é 4%.

Figura 6.43 – Cálculo da queda de tensão máxima do circuito 1 do projeto modelo.

162
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Capítulo 07 – Execução das Instalações Elétricas

CAPÍTULO 7

EXECUÇÃO DAS INSTALAÇÕES


ELÉTRICAS

163
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Capítulo 07 – Execução das Instalações Elétricas

EXECUÇÃO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Condutos

Condutos são canalizações ou dispositivos destinados a conter condutores elétricos. Pode


dividir-se em:
- Eletrodutos;
- Dutos;
- Calhas e canaletas (condutos fechados ou abertos);
- Bandejas ou leitos de cabos (condutos abertos);
- Molduras, rodapés e alizares.

A norma estabelece que todos os condutores vivos, inclusive o neutro do mesmo circuito,
devem ser agrupados no mesmo conduto. Os eletrodutos e calhas poderão conter condutores de
mais de um circuito, nos seguintes casos:

a) quando as condições seguintes forem simultaneamente atendidas:


- Os circuitos pertençam à mesma instalação, isto é, se originam de um mesmo dispositivo
geral de manobra e proteção, sem a interposição de equipamentos que transformem a corrente
elétrica (p.ex.: transformadores, conversores, retificadores, etc.);
- As seções normais dos condutores-fase estejam contidas de um intervalo de três valores
normalizados sucessivos (p.ex.: 4, 6 e 10 mm2);
- Os condutores isolados ou cabos isolados tenham a mesma temperatura máxima para
serviço contínuo (só PVC, só XLPE, etc.) e a mesma tensão nominal;
- Cada circuito seja protegido separadamente contra as sobrecorrentes.

b) no caso de circuitos de força e/ou sinalização de um mesmo equipamento.

Eletrodutos

São tubos destinados à colocação e proteção de condutores elétricos. Os eletrodutos têm


por finalidade:
- proteger os condutores contra ações mecânicas e contra corrosão;
- Proteger o meio ambiente contra perigos de incêndio, provenientes do superaquecimento
ou da formação de arcos por curto-circuito;
- Constituir um envoltório metálico aterrado para os condutores (eletrodutos metálicos), o
que evita perigos de choque elétrico;
- Funcionar como condutor de proteção, proporcionando um percurso para a terra
(eletrodutos metálicos).

Classificação

Os eletrodutos podem ser classificados como: eletrodutos rígidos e flexíveis (que podem ser
curvados à mão).

164
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Capítulo 07 – Execução das Instalações Elétricas

Material

Divide-se em: Aço carbono; alumínio; PVC; plástico com fibra de vidro; polipropileno;
polietileno de alta densidade.

Proteção contra a corrosão

Pode ser constituída por: cobertura de esmalte a quente; galvanização ou banho de zinco a
quente; cobertura externa de composto asfáltico ou plástico; proteção interna e/ou externa
adicional de tinta epóxica.

Modalidades de instalação

Os eletrodutos podem ser instalados em:


- Em lajes e alvenaria: (rígidos metálicos ou plásticos);
- Enterrados no solo: (rígidos não metálicos e de aço galvanizado);
- Enterrados (embutidos em lastro de concreto): eletrodutos rígidos não-metálicos, metálicos
galvanizados ou revestidos em epóxi;
- Aparentes (fixados por braçadeiras a tetos, paredes ou elementos estruturais): eletrodutos
rígidos metálicos ou de PVC rígido;
- Aparentes (em prateleiras ou suportes tipo mão francesa): rígidos metálicos ou de PVC;
- Aparentes (em atmosfera onde contiver gases ou vapores agressivos): PVC rígidos ou
metálicos com pintura epóxica;
- Ligação de ramais de motores e equipamentos sujeitos a vibrações (eletrodutos flexíveis
metálicos).

Generalidades

Nos eletrodutos só devem ser instalados condutores isolados, cabos unipolares ou cabos
multipolares, admitindo-se a utilização de condutor nu em eletroduto isolante exclusivo, quando tal
condutor destina-se a aterramento. Também, não se admite a utilização de condutores a prova de
tempo WPP e cordões flexíveis.
As dimensões internas dos eletrodutos e os seus respectivos acessórios (luvas, curvas, etc.)
devem permitir instalar e retirar facilmente os condutores ou cabos, sendo necessário que:
- A taxa máxima de ocupação em relação à área da seção transversal dos eletrodutos não
seja superior aos valores da tabela (taxa máxima de ocupação de eletrodutos por cabos isolados).
– Não haja trechos contínuos (sem interposição de caixas ou equipamentos) retilíneos de
tubulação maior que 15 m, sendo que nos trechos com curvas essa distância deve ser reduzida de 3
m para cada curva de 90°.
Quando o ramal de eletrodutos passar obrigatoriamente através de locais onde não seja
possível o emprego de caixa de derivação, a distância pode ser aumentada, desde que:
- Seja calculada a distância máxima permissível (levando-se em conta o número de curvas de
90° necessários); e

165
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Capítulo 07 – Execução das Instalações Elétricas

- Para cada 6m, ou fração de aumento dessa distância, utiliza-se eletroduto de tamanho
nominal imediatamente superior ao do eletroduto que normalmente seria empregado para a
quantidade e tipo dos condutores ou cabos.
Em cada trecho de tubulação, entre duas caixas e entre extremidade e caixa podem ser
previstos, no máximo, três curvas de 90° ou seu equivalente até, no máximo 270°. Em nenhum caso
devem ser previstas curvas de deflexão maior que 90°.
As curvas feitas diretamente nos eletrodutos não devem reduzir o seu diâmetro interno.

Eletrodutos metálicos rígidos

Os eletrodutos rígidos metálicos são fabricados nos seguintes tipos: leve (subdivididos em
leve I, leve II e leve III; conforme EB-568); pesado (EB-341); extra (EB-341); pesado galvanizado (EB-
342) e leve I galvanizado (EB-568).
O tamanho nominal do eletroduto (tipos leve I, II e III) refere-se ao diâmetro externo,
variando o diâmetro interno de acordo com a espessura do tubo.
As tabelas 6.1 a 6.8 apresentam as dimensões dos eletrodutos rígidos de várias
especificações quanto à espessura e revestimento.

Tabela 7.1

Tabela 7.2

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Capítulo 07 – Execução das Instalações Elétricas

Tabela 7.3

Tabela 7.4

Tabela 7.5

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Capítulo 07 – Execução das Instalações Elétricas

Tabela 7.6

Tabela 7.7

Tabela 7.8

168
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Capítulo 07 – Execução das Instalações Elétricas

A tabela 7.9 apresenta a taxa máxima de ocupação em relação à área da seção transversal
dos eletrodutos.

Tabela 7.9

A tabela 7.10 fornece a distância entre os elementos de fixação de eletrodutos rígidos


isolantes (PVC rígido).

Tabela 7.10

Só são admitidos em instalação aparente eletrodutos que não propaguem a chama. Em


instalação embutida, os eletrodutos que possam propagar as chamas devem ser totalmente
envolvidos por materiais incombustíveis. Só são admitidos em instalações embutidas os eletrodutos
que suportem os esforços (as deformações) característicos do tipo de construção utilizado.

Exemplos:

Ex. 1: Qual deverá ser o diâmetro do eletroduto para conter sete cabos unipolares de cobre de
1,5 mm2 de seção nominal, com isolação de PVC (usar cabo pirastic antiflam 450/750 V da
Pirelli)?
Ex. 2: Num eletroduto deve passar cabos unipolares de (sintenax antiflam), sendo 4 de seção
4 mm2 e 4 de seção nominal de 6 mm2. Qual deverá ser o diâmetro do eletroduto?

Acessórios dos eletrodutos

São acessórios utilizados para emendar os tubos, mudar a direção e fixá-los às caixas. Para
tanto se utilizam os seguintes acessórios:

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Capítulo 07 – Execução das Instalações Elétricas

- Luvas: são peças cilíndricas rosqueadas


internamente com rosca paralela, usada para unir dois
trechos de tubos, ou um tubo a uma curva.
- Buchas: são peças de arremate das extremidades
dos eletrodutos rígidos destinados a impedir que a isolação
do condutor não seja danificada por eventuais rebarbas na
ponta do eletroduto.
- Porcas: São arruelas rosqueadas internamente e
que, colocadas externamente às caixas, completam, com as
buchas, a fixação do eletroduto à parede da mesma.
- Curvas: São pedaços de eletrodutos que permitem
a mudança de direção no caminhamento dos eletrodutos.
Não poderão ser empregadas curvas de deflexão maior que
90°. Em trechos entre duas caixas ou entre a extremidade e
a caixa, poderão ser empregadas, no máximo, 3 curvas de
90° ou seu equivalente até no máximo 270°. Se os
condutores contidos nos eletrodutos forem de capa de
Figura 7.1 - Eletroduto embutido em alvenaria com
alguns acessórios.
chumbo, poderão ser usadas, no máximo, duas curvas de
90°.

Poderão ser feitas curvas a frio nos eletrodutos (de ferro esmaltado) rígidos, com o cuidado
de não se reduzir a seção interna somente até a bitola de 1”. Acima de 1” só é permitido o uso de
curvas pré-fabricadas, ou o uso de ferramentas especiais para tal fim.

Figura 7.2 - Caixa de passagem (4”x4”). 10cmx10cm e acessórios.

Caixas de derivação

Devem ser empregadas caixas de derivação:


a) Em todos os pontos de entrada ou saída dos condutores, nas canalizações, exceto na
transição de linhas aéreas para linhas em eletrodutos, quando devem ser usadas buchas;
b) Em todos os pontos de emendas ou derivações de condutores;

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Capítulo 07 – Execução das Instalações Elétricas

c) Para dividir a canalização em trechos não maiores que 15 m para trechos retilíneos; nas
curvas, as distâncias entre caixas deverão ser reduzidas de 3 m para cada curva de 90°.
As caixas devem ser colocadas em lugares facilmente acessíveis e serem providas de tampas.
As caixas que contiverem interruptores, tomados de corrente e congêneres devem ser fechadas
pelos espelhos que completam a instalação desses dispositivos. As caixas de saída para alimentação
de equipamentos podem ser fechadas pelas placas destinadas à fixação desses equipamentos.
Para instalações em concreto deve-se usar caixas octogonais de fundo móvel, de preferência.
Os eletrodutos devem ser colocados de modo a não sofrerem deformação nem ficarem sujeitos a
esforços. As caixas deverão ser protegidas contra a introdução de concreto.
Nas juntas de dilatação, a tubulação deverá ser seccionada, garantindo-se a estanqueidade e
continuidade elétrica (eletrodutos metálicos), por meio de duas caixas de passagem, uma de cada
lado da junta, ligada por eletroduto flexível ou outro dispositivo elástico.

Figura 7.3 - Modelos de caixa de passagem.

Questões:

Q.1 – Qual é o comprimento que poderá ter um trecho de tubulação contendo duas curvas de
900?

Q.2 – O diâmetro nominal de um eletroduto sem curvas é de 1”. Entretanto, deve-se


redimensiona-lo pois serão necessários três curvas entre as duas caixas de passagem distantes 22,4
m uma da outra? (não é possível colocar caixas intermediárias entre os 22,4 m).

- Conexões não-rosqueadas: Existem luvas, curvas e buchas que dispensam o rosqueamento


do eletroduto para a sua adaptação.

- Eletrodutos metálicos flexíveis: São utilizados no prolongamento dos eletrodutos rígidos e


na instalação de motores ou de outros aparelhos sujeitos a vibração ou que tenham a necessidade de
ser deslocado de pequenos percursos ou em ligações de quadros de circuitos. O seu emprego é
proibido nas instalações embutidas, nas localizações perigosas e em instalações ao tempo.

- Eletrodutos aparentes: São empregadas instalações elétricas aparentes nos seguintes


casos:

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Capítulo 07 – Execução das Instalações Elétricas

- Por razões estruturais;


- Em indústrias ou instalações comerciais onde há manutenção frequente;
- Em instalações onde há modificações constantes.
Nestes casos utilizam-se caixas de passagens especiais, conhecidas como “petroletes” ou
“conduletes”, fabricadas em alumínio fundido ou PVC rígido. Essas caixas, especificadas por letras, já
possuem roscas internas nas seguintes bitolas: ½”, ¾”, 1”, 1 ¼”, 1 ½” e 2” ou em milímetros, dentro
das quais ficarão instalados as tomadas e interruptores, e a partir delas sairão os eletrodutos para a
adaptação de luminárias.

Figura 7.5 - Condulete tipo "X".

Figura 7.4 - Tipos de conduletes.

Os eletrodutos rígidos expostos deverão ser fixados de modo a constituírem um sistema de


boa aparência e firmeza, cujas distâncias máximas para a fixação deverão seguir a tabela (distâncias
máximas para fixação de eletrodutos rígidos isolantes). Nos trechos verticais extensos das instalações
em eletrodutos rígidos, os condutores deverão ser apoiados na extremidade superior da canalização
e a intervalos não superiores a:

Até 50 mm² .................... 25 metros;


De 70 a 95 mm² ............. 20 metros;
Acima de 95 mm² .......... 10 metros.

Os apoios dos condutores deverão ser feitos por suportes isolantes, com resistência
mecânica adequada ao peso a suportar e que não danifiquem seu isolamento.
Em se tratando de eletrodutos rígidos metálicos, toda a rede deverá formar um sistema
eletricamente contínuo e ligado a terra.
A seguir são apresentados os diversos acessórios disponíveis para a utilização em caixa de
derivação aparentes (conduletes).

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Capítulo 07 – Execução das Instalações Elétricas

Figura 7.6 - Acessórios para conduletes: tomadas, interruptores, etc.


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Capítulo 07 – Execução das Instalações Elétricas

Dutos

Os dutos são tubos destinados à condução de cabos, em geral, quando estes devam ficar
enterrados. Podem ser de cerâmica vitrificada, amianto-cimento, PVC rígido ou de outros materiais
resistentes e impermeáveis.
Os dutos metálicos devem ser aterrados e deve ser mantida a continuidade do mesmo em
todas as emendas.

Molduras, Rodapés e Alizares

Nas molduras só devem ser instalados condutores isolados ou cabos unipolares.


As ranhuras das molduras, rodapés e similares devem possuir dimensões tais que os cabos ou
condutores possam alojar-se facilmente.
Só é permitido passar em uma ranhura, condutores ou cabos de um mesmo circuito.
As molduras não devem ser embutidas na alvenaria nem cobertas por papéis de parede,
tecidos ou qualquer outro material, devendo sempre permanecer aparentes.
Nas molduras só devem ser instalados condutores isolados ou cabos unipolares.

Figura 7.7 – Rodapé de alumínio (sobrepor).

As ranhuras das molduras, rodapés e similares devem possuir dimensões tais que os cabos ou
condutores possam alojar-se facilmente.
Só é permitido passar em uma ranhura, condutores ou cabos de um mesmo circuito.
As molduras não devem ser embutidas na alvenaria nem cobertas por papéis de parede,
tecidos ou qualquer outro material, devendo sempre permanecer aparentes.

Bandejas, leitos, prateleiras, suportes horizontais e fixação direta dos cabos em paredes ou
tetos

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Capítulo 07 – Execução das Instalações Elétricas

As bandejas, leito de cabos ou prateleiras são condutos rígidos sobre os quais são colocados
os cabos, de modo que possam ser facilmente alcançados. Em geral são de chapa de aço ou de
alumínio, podendo eventualmente ser de amianto-cimento reforçado ou mesmo constituídas por
uma prateleira de concreto armado.

A norma estabelece que:

- Nas linhas elétricas em que os condutos forem bandejas, leitos, prateleiras ou suporte
horizontais, e nas linhas em que os cabos forem diretamente fixados em paredes ou tetos, só devem
ser utilizados cabos unipolares ou cabos multipolares;

- Para a fixação direta dos cabos em paredes ou tetos, podem ser usados argolas,
abraçadeiras ou outros meios;

NOTA: Não se recomenda o uso de materiais magnéticos quando estes estiverem sujeitos à
indução significativa de corrente.

- Os meios de fixação, as bandejas, leitos, prateleiras ou suportes devem ser escolhidos e


dispostos de maneira a não danificar os cabos nem comprometer seu desempenho. Eles devem
possuir propriedades que lhes permitam suportar sem danos as influências externas a que forem
submetidos.

Figura 7.8 - Leito para cabos, bandeja e curva para bandeja.

- Nos percursos verticais deve ser assegurado que o esforço de tração imposto pelo peso dos
cabos não resulte em deformação ou ruptura dos condutores. Esse esforço de tração também não
deve recair sobre as conexões.

- Nas bandejas, leitos e prateleiras, os cabos devem ser dispostos, preferencialmente, em


uma única camada. Admite-se, no entanto, a disposição em várias camadas, desde que o volume de
material combustível representado pelos cabos (isolações, capas e coberturas) não ultrapasse:
a) 3,5 dm³ por metro linear, para cabos de categoria BF da ABNT NBR 6812;
b) 7 dm³ por metro linear, para cabos de categoria AF ou AF/R da ABNT NBR 6812.

NOTA: A limitação do volume de material combustível destina-se a minimizar ou mesmo


evitar que os cabos contribuam para a propagação de incêndio.

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Capítulo 07 – Execução das Instalações Elétricas

Canaletas

As canaletas podem ser com ou sem ventilação:


- De concreto ou alvenaria com reboco impermeável;
- De chapa dobrada ou liga de alumínio fundido, colocadas em lajes ou alvenaria.

Podem ter tampa ou cobertura em:


- Placas de concreto pré-moldado (canaletas de concreto ou alvenaria, fechada);
- Placas de ferro fundido, ou chapas de aço doce (pintadas com tinta antiferrugem);
- Grades para ventilação.

Os cabos colocados em canaletas devem ter isolamento que não fique comprometido por
eventual umidade ou água (infiltrada). Não devem ser colocadas em locais onde, pelo piso, possa
escorrer líquido agressivo (processo industrial).
Nas canaletas, podem ser colocados cabos ou eletrodutos contendo cabos. Para prevenir o
contato com líquido podem-se prever prateleiras no interior da canaleta e mecanismos para a
drenagem das mesmas.
Nas canaletas instaladas no solo podem ser utilizados cabos unipolares ou cabos
multipolares. Sob o ponto de vista das influências externas AD (presença de água, tabela 7.11), as
canaletas instaladas no solo são classificadas como AD4;
Nas canaletas encaixadas no piso podem ser utilizados condutores isolados, cabos unipolares
ou cabos multipolares. Os condutores isolados só podem ser utilizados se contidos em eletrodutos.

Canaletas (eletrocalhas) e perfilados

Nas canaletas (eletrocalhas) instaladas sobre paredes, em tetos ou suspensas e nos


perfilados, podem ser instalados condutores isolados, cabos unipolares e cabos multipolares. Os
condutores isolados só podem ser utilizados em canaletas ou perfilados de paredes não-perfuradas e
com tampas que só possam ser removidas com auxílio de ferramenta.

Figura 7.8 - a) Eletrocalha lisa s/ virola; b) Eletrocalha lisa c/ virola; c) Tampa de encaixe; d) Perfilado liso; e) Perfilado perfurado; f) Tampa
176
de encaixe para perfilado.
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Capítulo 07 – Execução das Instalações Elétricas

NOTA: Admite-se o uso de condutores isolados em canaletas ou perfilados sem tampa ou


com tampa desmontável sem auxílio de ferramenta, ou em canaletas ou perfilados com paredes
perfuradas, com ou sem tampa, desde que estes condutos:
a) sejam instalados em locais só acessíveis a pessoas advertidas (BA4) ou qualificadas (BA5),
conforme tabela 7.12, ou;
b) sejam instalados a uma altura mínima de 2,50 m do piso.

As eletrocalhas instaladas sobre paredes, em tetos ou suspensas e os perfilados devem ser


escolhidos e dispostos de modo a não danificar os cabos nem comprometer seu desempenho. Eles
devem possuir propriedades que lhes permitam suportar sem danos as influências externas a que
forem submetidos.

Tabela 7.11 - Presença de água. (ABNT NBR 5410:2004. Tabela 4)

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Capítulo 07 – Execução das Instalações Elétricas

Tabela 7.12 - Competência das pessoas. (ABNT NBR 5410:2004. Tabela 18)

Espaço de construção de poços para passagem de cabos

São os espaços entre tetos e assoalhos, exceto os tetos falsos desmontáveis e as paredes
constituídas por elementos ocos (lajotas, blocos de concreto), mas que não são projetados para, por
justaposição, formar condutos para a passagem de instalações elétricas.

Podem ser utilizados cabos isolados em eletrodutos ou cabos uni ou multipolares nos
espaços de construção ou poços (shafts) sob qualquer forma normalizada de instalação desde que:
- Possam ser enfiados ou retirados sem intervenção nos elementos de construção do prédio;
- Os eletrodutos utilizados sejam estanques e não propaguem a chama;
- Os cabos instalados diretamente, isto é, sem eletrodutos, nos espaços de construção ou
poços, atendam às prescrições da ABNT NBR 5410:2004 referentes às instalações abertas.

Instalação sobre isoladores

Nas linhas com condutores fixados sobre isoladores podem ser utilizados condutores nus,
condutores isolados, condutores isolados em feixe, cabos unipolares, cabos multipolares e barras.
Essa maneira de instalar não é admitida em locais de habitação (residenciais).
As linhas sobre isoladores devem obedecer às prescrições a respeito da colocação fora de
alcance. Partes simultaneamente acessíveis que apresentem potenciais diferentes devem se situar
fora da zona de alcance normal.

NOTA: Considera-se que duas partes são simultaneamente acessíveis quando o afastamento
entre elas não ultrapassa 2,50 m.
178
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Capítulo 07 – Execução das Instalações Elétricas

- Em edificações de uso comercial ou assemelhado, as linhas com condutores nus são


admitidas como linhas de contatos alimentando lâmpadas ou equipamentos móveis, desde que
alimentadas em SELV (Os circuitos SELV não têm qualquer ponto aterrado nem massas aterradas; a
tensão nominal do sistema SELV não pode exceder o limite superior da faixa I: 50 V em corrente
alternada ou 120 V em corrente contínua sem ondulação).

- O uso de condutores nus sobre isoladores em estabelecimentos industriais ou


assemelhados deve ser limitado aos locais de serviço elétrico ou a utilizações específicas (por
exemplo, alimentação de pontes rolantes);

- Na instalação de condutores nus ou barras sobre isoladores, devem ser considerados:


a) os esforços a que eles podem ser submetidos em serviço normal;
b) os esforços eletrodinâmicos a que eles podem ser submetidos em condições de curto-
circuito;
c) a dilatação devida a variações de temperatura, que podem acarretar a flambagem dos
condutores ou a destruição dos isoladores; pode ser necessário prever juntas de dilatação. Além
disso, deve-se tomar precauções contra vibrações excessivas dos condutores, utilizando suportes
suficientemente próximos.

Quando forem usados cabos nus sobre isoladores, devem ser obedecidas as seguintes
prescrições:
a) os cabos nus devem ser instalados a pelo menos 10 cm das paredes, tetos ou outros
elementos condutores;
b) se os condutores tiverem que atravessar paredes ou solos, isto deve ser feito por meio de
buchas de passagem ou de dutos de material isolante;
c) a distância mínima entre cabos nus de polaridade diferente deve atender aos valores da
tabela a seguir.

Afastamento mínimo entre


Vão cabos nus de polaridades
diferentes
(m) (m)
≤ 0,15
Entre 4 e 6 0,2
Entre 6 e 18 0,25
> 15 0,35

Tabela 7.13 - Afastamento mínimo entre cabos nus de polaridades diferentes.

Linhas aéreas externas

179
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Capítulo 07 – Execução das Instalações Elétricas

- Nas linhas aéreas externas podem ser utilizados condutores nus ou providos de cobertura
resistente às intempéries, condutores isolados com isolação resistente às intempéries, ou cabos
multiplexados resistentes às intempéries montados sobre postes ou estruturas;

- Quando uma linha aérea alimentar local que apresente riscos de explosão (BE3), ela deve
ser convertida em linha enterrada a uma distância mínima de 20 m do local de risco;

- Os condutores nus devem ser instalados de forma que seu ponto mais baixo observe as
seguintes alturas mínimas em relação ao solo:
a) 5,50 m, onde houver tráfego de veículos pesados;
b) 4,50 m, onde houver tráfego de veículos leves;
c) 3,50 m, onde houver passagem exclusiva de pedestres.

- Os condutores nus devem ficar fora do alcance de janelas, sacadas, escadas, saídas de
incêndio, terraços ou locais análogos. Para que esta prescrição seja satisfeita, os condutores devem
atender a uma das condições seguintes:
a) estar a uma distância horizontal igual ou superior a 1,20 m;
b) estar acima do nível superior das janelas;
c) estar a uma distância vertical igual ou superior a 3,50 m acima do piso de sacadas, terraços
ou varandas;
d) estar a uma distância vertical igual ou superior a 0,50 m abaixo do piso de sacadas,
terraços ou varandas.

Instalações Enterradas

- Em linhas enterradas (cabos diretamente enterrados ou contidos em eletrodutos


enterrados), só são admitidos cabos unipolares ou multipolares. Adicionalmente, em linhas com
cabos diretamente enterrados desprovidos de proteção mecânica adicional só são admitidos cabos
armados;

NOTA: Admite-se o uso de condutores isolados em eletroduto enterrado se, no trecho


enterrado, não houver nenhuma caixa de passagem e/ou derivação enterrada e for garantida a
estanqueidade do eletroduto.

- Os cabos devem ser protegidos contra as deteriorações causadas por movimentação de


terra, contato com corpos rígidos, choque de ferramentas em caso de escavações, bem como contra
umidade e ações químicas causadas pelos elementos do solo;

- Como prevenção contra os efeitos de movimentação de terra, os cabos devem ser


instalados, em terreno normal, pelo menos a 0,70 m da superfície do solo. Essa profundidade deve
ser aumentada para 1 m na travessia de vias acessíveis a veículos, incluindo uma faixa adicional de
0,50 m de largura de um lado e de outro dessas vias. Essas profundidades podem ser reduzidas em
terreno rochoso ou quando os cabos estiverem protegidos, por exemplo, por eletrodutos que
suportem sem danos as influências externas presentes;

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Capítulo 07 – Execução das Instalações Elétricas

- Deve ser observado um afastamento mínimo de 0,20 m entre duas linhas elétricas
enterradas que venham a se cruzar;

- Deve ser observado um afastamento mínimo de 0,20 m entre uma linha elétrica enterrada
e qualquer linha não elétrica (tubulação de água, de gás, de hidrocarbonetos, de ar comprimido ou
de vapor) cujo percurso se avizinhe ou cruze com o da linha elétrica. Esse afastamento, medido entre
os pontos mais próximos das duas linhas, pode ser reduzido se as linhas elétricas e as não elétricas
forem separadas por meios que proporcionem uma segurança equivalente;

- As linhas elétricas enterradas devem ser sinalizadas, ao longo de toda a sua extensão, por
um elemento de advertência (por exemplo, fita colorida) não sujeito a deterioração, situado, no
mínimo, a 0,10 m acima da linha;

A transição de linha área para subterrânea, ou vice-versa, deve ser feita através de
eletrodutos rígidos, que devem se estender desde abaixo do nível do solo até a uma altura de 2,40
m.

Condutores

Os condutores devem formar trechos contínuos entre as caixas de derivação, as emendas e


derivações devem ser colocadas dentro das caixas. Condutores emendados ou cuja isolação tenha
sido danificada e recomposta com fita isolante ou outro material não devem ser enfiados em
eletrodutos.
Os condutores só devem ser enfiados depois de completada a rede de eletrodutos e
concluídos todos os serviços de construção que os possam danificar. A enfiação só deve ser iniciada
após a tubulação estar perfeitamente limpa e seca.

Para facilitar a enfiação dos eletrodutos podem ser usados:

- Guias de puxamento que, entretanto, só devem ser introduzidos no momento da enfiação


dos condutores e não durante a execução das tubulações;

- Talco, parafina ou outros lubrificantes que não prejudiquem a isolação dos condutores.

Quando vários condutores forem reunidos em paralelo, deve ser reunido em tantos grupos
quantos forem os condutores em paralelo, cada grupo contendo um condutor de cada fase da
polaridade. Os condutores de cada grupo devem estar instalados nas proximidades imediatas uns
dos outros.

181
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Capítulo 08 – Dispositivos de proteção dos circuitos

CAPÍTULO 8

DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO DOS


CIRCUITOS

182
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Capítulo 08 – Dispositivos de proteção dos circuitos

DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO DOS CIRCUITOS

Os condutores e equipamentos que fazem parte de um circuito elétrico devem ser


protegidos automaticamente contra curtos-circuitos e contra sobrecargas (intensidade de corrente
acima do valor compatível com o aquecimento do condutor e que poderiam danificar a isolação do
mesmo ou deteriorar o equipamento). Classificam-se segundo o objetivo a que se destinam:
a) Dispositivos que asseguram apenas proteção contra curto-circuito;
b) Dispositivos que asseguram proteção apenas contra sobrecarga;
c) Dispositivos que proporcionam proteção segura contra sobrecargas e curtos-circuitos.

Dispositivos de proteção contra curtos-circuitos

Os dispositivos empregados na proteção contra curtos-circuitos são: fusíveis e disjuntores.


Na ocorrência de um curto-circuito, o dispositivo de proteção deverá interromper a corrente antes
que os efeitos térmicos e mecânicos da mesma possam danificar os condutores, terminais e
equipamentos. A NBR-5410 estabelece que “a capacidade de interrupção dos dispositivos de
proteção contra curtos-circuitos deve ser igual ou superior à corrente de curto-circuito presumida no
ponto onde o dispositivo de proteção seja instalado, exceto quando houver um outro dispositivo
colocado mais próximo à fonte de alimentação e que tenha capacidade de interrupção suficiente”,
porém que proteja o equipamento colocado mais distante da fonte de alimentação. O tempo de
interrupção das correntes resultantes de um curto-circuito deve ser inferior ao tempo que levaria a
temperatura dos condutores para atingir o limite máximo admissível. O tempo necessário t para que
uma corrente de curto-circuito, de duração inferior a 5 segundos, eleve a temperatura dos
condutores até a temperatura limite para sua isolação pode ser calculado pela fórmula:

t - duração em segundos da corrente de curto-circuito;


S - seção do condutor em mm2;
I - valor da corrente de curto-circuito presumida simétrica (A);
k = 115 - para condutores de cabo isolado com PVC e emendas soldadas a estanho, nos
condutores de cobre correspondendo a uma temperatura de 160 °C;
k = 135 - para condutores de cobre isolado com EPR ou XLPE;
k = 74 - para condutores de alumínio isolados com PVC;
k=160 - para condutores de cobre nus;
k = 87 - para condutores de alumínio isolados com EPR ou XLPE; e
k=104 - para condutores de alumínio nus.

Os cabos podem ter suas conexões feitas por solda ou por conectores. No caso do uso da
solda de estanho-chumbo, suas características mecânicas começam a ser degradadas com a
temperatura de 160 °C (fator limitante). Quando são usadas conexões por conectores de compressão
ou aparafusadas, a temperatura máxima de curto-circuito é fixada pela isolação.

183
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Capítulo 08 – Dispositivos de proteção dos circuitos

Temperatura
Temperatura Temperatura
máxima para
limite de limite de
serviço
Tipo de Isolação sobrecarga curto-circuito
contínuo
(condutor) (condutor)
(condutor)
°C °C °C
Policloreto de vinila (PVC) até 300 mm² 70 100 160
Policloreto de vinila (PVC) maior que 300 mm² 70 100 140
Borracha etileno-propileno (EPR) 90 130 250
Polietileno reticulado (XLPE) 90 130 250

Tabela 8.1 - Temperaturas características dos condutores. (ABNT NBR 5410:2004. Tabela 35)

O tempo máximo de duração do curto-circuito também pode ser obtido do gráfico da figura
8.1. A figura 8.2 mostra alguns dos principais dispositivos utilizados para a proteção dos circuitos
elétricos: fusíveis tipos Diazed e NH, os disjuntores e os relés térmicos.

Figura 8.2 - Tipos mais comuns de dispositivos de proteção.

Figura 8.1 - Suportabilidade do cabo/fio ao curto-circuito;


corrente de curto-circuito versus seção do condutor. Isolação
PVC; Máxima temperatura de regime contínuo – 70 °C; Máxima
temperatura do curto-circuito – 160 °C.

Exemplo 1:

Na figura 8.1 tem-se que um cabo de 16 mm ² suporta uma corrente de curto-circuito de 10


kA por um tempo máximo de 2 ciclos, isto é, 0,0333 s. O tempo de atuação do dispositivo de
proteção, fornecido pelo fabricante, deverá interromper o circuito no máximo neste tempo.

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Capítulo 08 – Dispositivos de proteção dos circuitos

Fusíveis

O fusível pode ser considerado como uma resistência de baixo valor ôhmico e que deve
fundir-se com a passagem da corrente elétrica (fig.8.1 (a) – (d)). O fusível tipo Diazed (fig. 8.1 b) e o
tipo NH (fig. 8.1 d) são os mais amplamente utilizados.
O fusível Diazed (ou tipo D) é um dispositivo limitador de corrente, de baixa tensão, cujo
tempo de interrupção é tão curto, que o valor de crista da corrente presumida do circuito não é
atingido. São utilizados na proteção de rede de energia elétrica e em circuitos de comando. A figura
8.3 mostra a curva característica do tempo de fusão versus corrente de curto circuito para fusíveis
com correntes de 2 a 100 A.

Figura 8.3 - Curvas características – tempo de fusão versus corrente eficaz dos fusíveis
Diazed, 500 V, tipo retardado (fabricante Siemens).

Exemplo 2:

Num dado circuito, utilizou-se um fusível Diazed de 6A. Qual o tempo de fusão para este
fusível quando submetido a uma corrente eficaz de 60A? Através da figura 8.3, seguindo-se na curva
do fusível de 6A e considerando a corrente de 60A, chega-se ao tempo de fusão de 40 ms (0,04s).

O fusível NH é um fusível limitador de corrente de alta capacidade de interrupção, para


correntes nominais de 6 a 1000 A em aplicações industriais. Protegem os circuitos contra curtos-
circuitos e também contra sobrecarga de curta duração, a exemplo da partida de motores de indução

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Capítulo 08 – Dispositivos de proteção dos circuitos

com rotor em gaiola. A


figura 7.4 mostra a
curva característica
tempo de fusão versus
corrente eficaz do
fusível NH (fabricante
Siemens).

Figura 8.4. - Curva característica tempo de fusão versus corrente eficaz do fusível NH
(fabricante Siemens).

Exemplo 3:

Como exemplo do uso das curvas da figura 8.4 tem-se a seguinte questão. Qual a corrente
eficaz, com duração de 4s, para um fusível NH de 80A? Na figura 4, t=4s e fusível de 80A, obtém-se,
no eixo das abscissas, I=400A.

Disjuntores

Os disjuntores termomagnéticos (figura 8.1.e) são dispositivos de manobra e proteção,


capazes de conduzir e interromper correntes em condições normais do circuito, bem como
estabelecer, conduzir por tempo especificado e interromper correntes em condições anormais do
circuito, tais como sobrecargas e curtos-circuitos. Os disjuntores denominados térmicos possuem um
dispositivo de interrupção da corrente constituído por lâminas de metais de coeficientes de dilatação
térmica diferentes (latão e aço) soldados. Esses dispositivos bimetálicos são relés térmicos e, em
certos tipos de disjuntores, são ajustáveis em função da temperatura ambiente. Além dos relés
bimetálicos, estes são providos de relés magnéticos (bobinas de abertura), que atuam

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Capítulo 08 – Dispositivos de proteção dos circuitos

mecanicamente, desligando o disjuntor quando a corrente é intensa e de curta duração. O seu


funcionamento dá-se da seguinte maneira: quando ocorre um aumento de intensidade da corrente,
o elemento bimetálico (1), na figura 8.5a, se desloca, provocando o desarmamento da peça (2), que
por ação de uma mola abre os contatos (6) (fig. 8.5b). Quando uma corrente de determinada
intensidade percorre a bobina (3), a haste (4) é atraída; a peça (2) destrava a alavanca (5), que pela
ação de uma mola, desliga os contatos (6) (fig. 8.5c).

(a) (b) (c)


Figura 8.5 - Disjuntor com proteção térmica e eletromagnética. (b) Atuação da proteção térmica. (c) Atuação da proteção magnética.

O disjuntor usado na proteção de circuitos de baixa-tensão (circuitos de iluminação e


tomadas) é confeccionado em caixa moldada (caixa suporte de material isolante, fig. 8.1e) como o
Quicklag (Eletromar-Westinghouse), Diaquick (Siemens) e o TQC (General Electric).
Existem disjuntores termomagnéticos compensados que contêm um segundo par bimetálico,
capaz de neutralizar o efeito da eventual elevação de temperatura local (ambiente).
Os relés bimetálicos térmicos assemelham-se aos disjuntores e possuem dispositivos de
regulagem da corrente, porém não
podem ser operados manualmente. Seu
emprego dá-se em combinação com os
contatores na proteção de motores.
A figura 8.6 mostra a curva característica
de atuação (tempo versus corrente) para
disjuntores de 10 a 60 A (fabricante Unic).

187

Figura 8.6 - Característica de atuação com partida a frio a uma


temperatura ambiente de 20 0C; (fabricante Pial-Legrand).
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Capítulo 08 – Dispositivos de proteção dos circuitos

A tabela 8.2 sintetiza numericamente as informações do gráfico da figura 8.6.

Tabela 8.2 - Características elétricas e de atuação dos disjuntores (Pial-Legrand)

A figura 8.7 mostra a curva de correção para os valores nominais dos disjuntores em função
da variação da temperatura ambiente para disjuntores que não possuem compensação térmica. A
correção mostra a figura 8.7 aplicam-se às curvas da figura 8.6 (disjuntores Pial-Legrand).

Figura 8.7 - Curvas de correção da temperatura ambiente para disjuntores Pial-Legrand.

A figura 8.7 mostra que os disjuntores unipolares trabalhando a uma temperatura ambiente
de 40 °C têm o seu tempo de atuação decrescido em 10% do valor encontrado nas curvas da figura
8.6.

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Capítulo 08 – Dispositivos de proteção dos circuitos

Coordenação entre condutores e dispositivos de proteção

A característica de funcionamento de um dispositivo para proteger um circuito contra


sobrecargas deve satisfazer as seguintes condições:
a) IB ≤ IN;
b) IN ≤ IZ;
c) I2 ≤ 1,45 IZ.

Sendo:
IB - Corrente de projeto do circuito;
IN - Corrente nominal do dispositivo de proteção;
IZ - Capacidade de condução de corrente dos condutores de acordo com o tipo de
instalação e aplicando-se os fatores de correção;
I2 - corrente convencional de atuação dos dispositivos de proteção em função de IN;
temperatura ambiente convencional = 300C ou 200C (linhas subterrâneas).

O cálculo de IZ é realizado do seguinte modo:


- Na tabela sobre capacidades de condução de corrente, em Ampères, para os métodos de
referência A1, A2, B1, B2, C e D (ou as tabelas para outros tipos de isolação), considerando 2
condutores ou 3 condutores carregados, encontra-se o valor da capacidade de condução de corrente
do condutor (I);

- A partir dos fatores de correção para temperaturas (fCT) e fatores de correção de


agrupamento (fCAG), calcula-se IZ com a seguinte fórmula:

- Achar o valor nominal do disjuntor que satisfaça as condições a, b e c.

Exemplo:
Seja um circuito terminal de dois condutores carregados, utilizando- se condutores de cobre,
de PVC, instalados em eletrodutos aparentes (método de referência B1), onde existe um outro
circuito, também com dois condutores carregados, e a temperatura ambiente é de 40 °C. A corrente
de projeto IB é de 32 A.
Sequência de cálculos:
- Na tabela sobre capacidades de condução tem-se para referência B1, 2 condutores
carregados, condutor de seção de 4 mm²;

Retornando à tabela sobre capacidades de condução tem-se:


- Referência B1, 2 condutores carregados, condutor de 10 mm² (57 A > 45,97 A);
- IB ≤ IN; logo IN poderá ser de 35, 40 ou 50A;
- IN ≤ IZ; IN=40A ≤ IZ=45,97A.

189
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Capítulo 08 – Dispositivos de proteção dos circuitos

O disjuntor escolhido é de 40 A.
Para que um sistema de proteção atinja a finalidade a que se propõe, deve responder aos
seguintes requisitos básicos: seletividade, exatidão e segurança de operação e sensibilidade. A
seletividade em um circuito elétrico dá-se em função da escolha adequada de fusíveis e disjuntores,
de tal modo que, ao ocorrer um defeito em um ponto da instalação elétrica, o desligamento
(interrupção do circuito) afete uma parte mínima da mesma, através da atuação da proteção mais
próxima do defeito. Para tanto, deve-se coordenar os tempos de atuação dos disjuntores de
proteção, de maneira que os tempos de atuação (tempos de desligamentos) aumentem à medida
que as proteções se achem mais afastadas das cargas na direção da fonte de energia.

Seletividade

a) Seletividade entre fusíveis: Quando houver um curto-circuito num dos ramais, os fusíveis
serão percorridos pela mesma corrente (fig. 8.8). Os fusíveis serão seletivos quando as suas curvas
características de fusão não tiverem nenhum ponto de interseção e mantiverem uma distância
suficiente entre si.
Quando as correntes nominais forem próximas, por exemplo, proteções no início e no final
de um alimentador, sugere-se utilizar a seguinte relação: IN (anterior) ≥ 1,6 IN (posterior).

(a) (b) (c)


Figura 8.8 - (a) Proteção de linha e ramais com fusíveis. (b) Esquema unifilar. (c) Seletividade entre fusíveis em série. tS=tempo de fusão tempo
de fusão para ICC=1300 A.

b) Seletividade entre disjuntores: A seletividade entre disjuntores em série só é possível


quando o nível das correntes de curto-circuito varia suficientemente nos diferentes pontos da
instalação dos disjuntores (fig. 8.9). Há casos em que a corrente de curto-circuito varia muito pouco
devido à baixa impedância dos condutores, então só haverá seletividade através dos disparadores de
sobrecorrente de curta temporização no disjuntor de entrada.
Na faixa de sobrecarga, a curva do disjuntor de entrada deverá estar sempre acima da curva
do disjuntor do ramal. Para a corrente de curto-circuito, ICC, a diferença de tempo ∆t, entre os
tempos de atuação dos dois disjuntores, deverá ser maior do que 150 ms. A corrente de operação

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Capítulo 08 – Dispositivos de proteção dos circuitos

Figura 8.9 - Seletividade entre disjuntores em série.

dos disjuntores com disparador de curta temporização deve ser ajustada para um valor superior ou
igual a 25% do valor ajustado do disjuntor do ramal.

c) Seletividade entre disjuntor e fusíveis: Haverá seletividade na faixa de sobrecarga se a


curva característica dos fusíveis não tiver nenhum ponto de interseção com a curva característica dos
disparadores de sobrecorrente térmicos dos disjuntores. Na prática o tempo entre os disparadores
de sobrecorrente e a curva dos fusíveis é da ordem de 100 ms.

(a) Proteção de linha e ramais com disjuntor e (b) Curvas de tempo x corrente para disjuntor em série com
fusíveis. fusível.
Disparadores eletromagnéticos: ∆t ≥ 100 ms;

Figura 8.10 - Seletividade entre disjuntor em série com fusíveis.

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Capítulo 08 – Dispositivos de proteção dos circuitos

d) Seletividade entre fusível e disjuntor em série: Neste caso haverá seletividade para a
corrente de curto-circuito, se os tempos de atuação do fusível e do disjuntor tiverem uma diferença
mínima de 50 ms (∆t ≥ 50 ms).

Figura 8.11 - Seletividade entre fusível e disjuntor série.

Figura 8.12 - Curvas de Curto-circuito; Cabos vinil 0,6/1kV, fabricante FICAP.

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Capítulo 08 – Dispositivos de proteção dos circuitos

Esquema de aterramento

A norma ABNT NBR 5410:2004 em seus pontos 4.2.2.2.1 a 4.2.2.3 considera os seguintes
esquemas de aterramento:

Esquema TN

O esquema TN possui um ponto da alimentação diretamente aterrado, sendo as massas


ligadas a esse ponto através de condutores de proteção. São consideradas três variantes de esquema
TN, de acordo com a disposição do condutor neutro e do condutor de proteção, a saber:

a) esquema TN-S, no qual o condutor neutro e o condutor de proteção são distintos (figura
8.13);

Figura 8.13 - Esquema TN-S (ABNT NBT 5410:2004. Figura 1)

b) esquema TN-C-S, em parte do qual as funções de neutro e de proteção são combinadas


em um único condutor (figura 8.14);

Figura 8.14 - Esquema TN-C-S (ABNT NBT 5410:2004. Figura 2)

Nota: As funções de neutro e de condutor de proteção são combinadas num único condutor
em parte do esquema.

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Capítulo 08 – Dispositivos de proteção dos circuitos

c) esquema TN-C, no qual as funções de neutro e de proteção são combinadas em um único


condutor, na totalidade do esquema (figura 8.15).

Figura 8.15 - Esquema TN-C (ABNT NBT 5410:2004. Figura 3)

Esquema TT

O esquema TT possui um ponto da alimentação diretamente aterrado, estando as massas da


instalação ligadas a eletrodo(s) de aterramento eletricamente distinto(s) do eletrodo de aterramento
da alimentação (figura 8.16).

Figura 8.16 - Esquema TT (ABNT NBT 5410:2004. Figura 4)

Esquema IT

No esquema IT todas as partes vivas são isoladas da terra ou um ponto da alimentação é


aterrado através de impedância (figura 8.17). As massas da instalação são aterradas, verificando-se
as seguintes possibilidades:

- Massas aterradas no mesmo eletrodo de aterramento da alimentação, se existente; e

- Massas aterradas em eletrodo(s) de aterramento próprio(s), seja porque não há eletrodo de


aterramento da alimentação, seja porque o eletrodo de aterramento das massas é independente do
eletrodo de aterramento da alimentação.
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Capítulo 08 – Dispositivos de proteção dos circuitos

Figura 8.17 - Esquema IT (ABNT NBT 5410:2004. Figura 5)

As figuras 8.13 a 8.17, que ilustram os esquemas de aterramento, devem ser interpretadas
de forma genérica. Elas utilizam como exemplo sistemas trifásicos. As massas indicadas não
simbolizam um único, mas sim qualquer número de equipamentos elétricos. Além disso, as figuras
não devem ser vistas com conotação espacial restrita. Deve-se notar, neste particular, que como uma
mesma instalação pode eventualmente abranger mais de uma edificação, as massas devem
necessariamente compartilhar o mesmo eletrodo de aterramento, se pertencentes a uma mesma
edificação, mas podem, em princípio, estar ligadas a eletrodos de aterramento distintos, se situadas
em diferentes edificações, com cada grupo de massas associado ao eletrodo de aterramento da
edificação respectiva. Nas figuras são utilizados os seguintes símbolos:

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Capítulo 08 – Dispositivos de proteção dos circuitos

Na classificação dos esquemas de aterramento é utilizada a seguinte simbologia:

- Primeira letra: Situação da alimentação em relação à terra:


- T = um ponto diretamente aterrado;
- I = isolação de todas as partes vivas em relação à terra ou aterramento de um ponto
através de impedância;

- Segunda letra: Situação das massas da instalação elétrica em relação à terra:


- T = massas diretamente aterradas, independentemente do aterramento eventual
de um ponto da alimentação;
- N = massas ligadas ao ponto da alimentação aterrado (em corrente alternada, o
ponto aterrado é normalmente o ponto neutro);

- Outras letras (eventuais): Disposição do condutor neutro e do condutor de proteção:


- S = funções de neutro e de proteção asseguradas por condutores distintos;
- C = funções de neutro e de proteção combinadas em um único condutor (condutor
PEN).

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Capítulo 09 – Os dispositivos Diferencial Residuais (DRs)

CAPÍTULO 9

PROTEÇÃO CONTRA CHOQUE ELÉTRICO

“DISPOSITIVOS DIFERENCIAL
RESIDUAIS (DRs)”

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Capítulo 09 – Os dispositivos Diferencial Residuais (DRs)

O choque elétrico nas instalações elétricas residenciais

O número de mortes provocadas por choque elétrico no Brasil é cada dia maior, os últimos
dados contabilizados, apontam para mais de 200 por ano, sabendo que muitas não são registradas e
os acidentes que não provocaram mortes também não fazem parte desta estatística.
As mortes por choque elétrico dentro das residências podem sem facilmente evitadas se
alguns cuidados forem tomados, desde a concepção do projeto da edificação, passando pela
execução, e até mesmo as orientações disponibilizadas aos usuários finais.
Dentro das residências, a maior parte dos choques elétricos é causada por falhas internas na
isolação das massas metálicas dos equipamentos eletroeletrônicos, que podem ficar acidentalmente
energizadas, conforme a figura abaixo.

Figura 9. 1: Choque elétrico com corrente de fuga retornando para


a Terra atravéz de uma pessoa.

Outra possibilidade comum é o choque elétrico por meio de contato direto, ou seja, aquele
em que o indivíduo toca diretamente um condutor elétrico energizado, fechando o circuito elétrico
pelo seu corpo, possibilitando a passagem da corrente elétrica.
Para ambas as possibilidades citadas acima o choque elétrico pode ser evitado, utilizando um
equipamento que “enxerga” a corrente de fuga, ou seja, aquela não retorna pelos condutores da
instalação elétrica. Para choques elétrico em que não existe fuga de corrente, ou seja, aquele em que
a corrente elétrica circula pelo indivíduo retornado pelos condutores das instalações, não existe no
mercado até o momento, um equipamento que possa “enxergar” a ocorrência do choque elétrico e
desligar o circuito.
Mais de 98% dos choques elétricos ocorrido nas residências são por meio de fuga de corrente
elétrica, de maneira que a utilização que um equipamento que previna a fuga de corrente elétrica, se
torna uma medida de segurança bastante eficiente.

Princípio de funcionamento do Dispositivo Diferencial Residual

Os dispositivos diferenciais residuais conhecidos como DR’s, foram disponibilizados


comercialmente desde meados dos anos 80, porém só se tornaram conhecidos dos projetistas nos
anos 90, quando se torna obrigatório em casos específicos a partir da revisão da NBR 5410 de 1997,
porém, a mais frequência ocorre na primeira década do século 21.

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Capítulo 09 – Os dispositivos Diferencial Residuais (DRs)

O dispositivo diferencial residual, ou simplesmente DR, opera como um medidor de corrente


elétrica no circuito, que desliga o circuito quando identifica uma fuga de corrente elétrica.
Na figura abaixo, é possível compreender de forma didática o princípio de funcionamento do
DR. Na seção A da figura, é realizada a medição indireta de corrente elétrica, ou seja, aquela
realizada através da leitura do campo magnético. Esta leitura é realizada nos dois condutores que
alimentam a carga elétrica. Como a mesma corrente que chega passa por um equipamento de
medição chega ao próximo equipamento, o módulo da grandeza é idêntico. Para facilitar a medição,
na seção B da figura, utilizando apenas um equipamento de medição, os dois condutores que
alimentam a carga são abraçados, de maneira que o campo magnético resultante é nulo, mas o
equipamento está operando normalmente, pois a corrente não foi interrompida. Na seção C da
figura, uma pessoa toca diretamente o condutor fase, de maneira que parte da corrente elétrica
passa pelo corpo da vítima retornando pela terra. Desta forma, o sensor de corrente detecta a
corrente de fuga, pois a somatória dos campos magnéticos não é mais nula. Assim este é o sinal
necessário realizar a abertura do circuito, limitando o tempo em que a corrente elétrica circula pelo
individuo. Na seção D da figura o circuito está aberto e não existe mais corrente circulando, e a
pessoa está a salvo.

Figura 9. 2: Funcionamento de detecção de corrente de fuga

Os limites do choque elétricos nas pessoas

As atividades biológicas do corpo humano são comandadas pelo cérebro até os órgãos afins,
por meio de corrente elétrica, através de impulsos nervosos. A corrente de origem externa quando
circula internamente no corpo humano, em pequenas quantidades (abaixo de 200 mA, dependo do
tempo de exposição) causa alterações das funções vitais. A partir de 200 mA podem haver alterações
fisiológicas graves, com sequelas permanentes podendo levar ao óbito.
A norma IEC 60479-1 traz o gráfico e tabela abaixo, onde é possível visualizar os efeitos do
choque elétrico no corpo humano, para corrente alternada e frequência da ordem de 50 Hz ou 60 Hz.
O gráfico relaciona as duas principais grandezas que determinam a gravidade do choque elétrico,
sendo elas a intensidade do valor eficaz da corrente elétrica que circula pelo corpo humano e o
tempo de duração da referida corrente elétrica circulando pelo corpo humano.

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Capítulo 09 – Os dispositivos Diferencial Residuais (DRs)

Figura 9. 3: Gráfico com zonas tempo x corrente Fonte: Cortesia Siemens.

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Capítulo 09 – Os dispositivos Diferencial Residuais (DRs)

Zonas Limites Efeitos Fisiológicos


AC-1 Até 0,5 mA – Curva a Percepção possível, mas
geralmente não causa reação.
AC-2 0,5 mA até curva b Provável percepção e contrações
musculares involuntárias, porém
sem causar efeitos fisiológicos.
AC-3 A partir da curva b para cima Fortes contrações musulares
involuntárias, dificuldade
respiratória e disfunções cardíacas
reversíveis. Podem ocorrer
imobilizações e os efeitos
aumentam com o crescimento da
corrente elétricas, normalmente
os efeitos prejudiciais podem ser
revertidos.
AC-4 Acima da curva c1 Efeitos patológicos graves podem
ocorrer inclusive paradas
cardíacas, paradas respiratórias e
queimaduras ou outros danos nas
células. A problabilidade de
fibrilação ventricular aumenta com
a intensidade da corrente e do
tempo.

AC-4.1 Probabilidade de fibrilação


c1-c2 ventricular aumentada até
aproximadamente 5%

c2-c3 AC-4.2 Probabilidade de fibrilação


ventricular de aproximadamente
50%

Além da curva c3 AC-4.3 Proabilidade de fibrilação


ventricular acima de 50%
Tabela 9. 1: Efeitos da Corrente elétrica no corpo humano. Fonte: Cortesia Siemens

Os dispositivos diferenciais residuais conhecidos como DR’s, foram disponibilizados


comercialmente desde meados dos anos 80, porém só se tornaram conhecidos dos projetistas nos
anos 90, quando se torna obrigatório em casos específicos a partir da revisão da NBR 5410 de 1997,
porém, a mais frequência ocorre na primeira década do século 21.

Aspectos Construtivos

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Capítulo 09 – Os dispositivos Diferencial Residuais (DRs)

Figura 9. 4: Esquema simplificado de funcionamento interno do Dispositivo DR. Fonte: Cortesia Siemens.

A construção de um dispositivo DR para utilização residencial, de modo geral é dado pelos


seguintes elementos clássicos:

- Contatos fixos e contatos móveis: permite a abertura e fechamento do circuito e são


dimensionados de acordo com a corrente nominal do dispositivo (ou capacidade de interrupção –
disjuntores DR);

- Transformador diferencial: é constituído por um núcleo laminado, de material com alta


permeabilidade, com tantas bobinas primárias quantos forem os polos do dispositivo, e uma bobina
secundária destinada a detectar a corrente diferencial-residual. A bobina secundária envia o sinal
para a abertura dos contatos principais;

- Disparador diferencial: é um relé polarizado constituído por um imã permanente, uma


bobina ligada a bobina secundária do transformador e uma peça móvel fixada de um lado por uma
mola e ligada mecanicamente aos contatos do dispositivo.

Figura 9. 5: Esquema de funcionamento interno do dispositivo DR(esquerda). Interior do dispositivo DR real(direita).

Também existem dispositivos que detectam a corrente de fuga atravéz de um circuito


eletrônico. Esses são denominados DRs com fonte auxiliar ou DRs eletrônicos. Esses dispositivos
202
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Capítulo 09 – Os dispositivos Diferencial Residuais (DRs)

podem apresentar maior sensibilidade que DR sem fonte auxiliar, porém o circuito eletrônico precisa
ser alimentado com tensão constantemente, o que significa que caso essa alimentação seja
interrompida o DR perde a capacidade de detecção.
Admite-se o emprego de DRs eletrônicos em instalações onde sua manutenção, supervisão e
operação esteja sob responsabilidade de pessoas advertidas (BA4) ou qualificadas (BA5), como
indicado pela tabela a seguir, retirada da NBR 5410:2004.

Competência das Pessoas


Código Classificação Características Aplicações e Exemplos
BA1 Comuns Pessoas inadvertidas -
Crianças em locais a
BA2 Crianças Creches, escolas
elas destinados
Pessoas que não
dispõem de completa
Casas de repouso,
BA3 Incapacitadas capacidade física ou
unidades de saúde
intelectual (idosos,
doentes)
Pessoas
suficentemente
informadas ou
supervisionadas por
pessoas qualificadas,
Locais de serviço
BA4 Advertidas de tal forma que lhes
elétrico
permite evitar os
perigos da eletricidade
(pessoal de
manutenção e/ou
operação)
Pessoas com
conhecimento técnico
ou experiência tal que
Locais de serviço
BA5 Qualificadas lhes permite evitar os
elétrico fechados
perigos da eletricidade
(engenheiros e
técnicos)
Tabela 9. 2: Tabela de Competência das Pessoas. Fonte: NBR 5410:2004 p.30

Os dispositivos com I∆N > 30 mA (baixa sensibilidade) são destinados à proteção contra
contatos indiretos (choque elétrico) e contra incêndio. Os dispositivos com I∆N ≤ 30 mA (alta

203
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Capítulo 09 – Os dispositivos Diferencial Residuais (DRs)

sensibilidade), além de proporcionarem proteção contra contatos indiretos, constituem também


uma proteção contra contatos diretos.
Segundo o item 5.1.3.2.2 da NBR 5410, o uso de dispositivo diferencial-residual de alta
sensibilidade (I∆N ≤ 30 mA) é obrigatório nos casos que:
- os circuitos que sirvam a pontos de utilização situados em locais que contenham banheiras
ou chuveiros;
-os circuitos de força com tomadas situadas em áreas externas à edificação;
-os circuitos de força com tomadas internas que possam vir a alimentar equipamentos no
exterior da edificação;
-os circuitos que, em locais de habitação, sirvam a pontos de utilização situados em cozinhas,
copas cozinhas, lavanderias, áreas de serviço, garagens e demais dependências internas molhadas
em uso normal ou sujeitas a lavagens;
-os circuitos que, em edificações não-residenciais, sirvam a pontos de tomada situados em
cozinhas, copas-cozinhas, lavanderias, áreas de serviço, garagens e, no geral, em áreas internas
molhadas em uso normal ou sujeitas a lavagens.

Algumas notas devem ser tomadas com relação a essas instruções:


-Com relação aos circuitos de força, a proteção adicional por DR de alta sensibilidade se
aplica somente às tomadas com corrente nominal de até 32A;
-Circuitos ou setores que apresentem esquema IT estão isentos dessa obrigação caso seja
necessário manter a continuidade de serviço, quando essa continuidade se apresenta indispensável à
segurança e à preservação de vidas, como, por exemplo em salas cirúrgicas ou serviços de segurança;
-Em àreas molhadas internas de locais de habitação, estão isentos da obrigatoriedade de
utilização de dispositivos DR os pontos de alimentação de iluminação posicionados a uma altura igual
ou superior a 2,50m.

Os DRs também são classificados, conforme a NBR 5410:2004 (itens 6.3.3.2.1; 6.3.3.2.2 e
6.3.3.2.3), com relação a quais tipos de correntes elétricas são capazes de detectar.

Tipo AC: Detecta correntes residuais alternadas. Comumente utilizado em instalações


elétricas residenciais, comerciais, prediais e industriais.
Tipo A: Detecta correntes residuais alternadas e contínuas pulsantes. Utilizado em circuitos
com recursos capazes de alterar a forma de onda senoidal.
Tipo B: Detecta correntes residuais alternadas, contínuas pulsantes e contínuas puras.
Utilizado em circuitos de corrente alternada de frequência de 50 ou 60 Hz, nos quais a forma de onda
da corrente possui componentes senoidais, de meia-onda ou ainda corrente contínua. Seus valores
de disparo são definidos em até 2kHz.

Além dos tipos descritos pela NBR, existem outros tipos que podem sem encontrados em
catálogos específicos de fabricantes.

Tipo B+: Assim como o Tipo B, porém mantém seus valores de disparo a até uma frequência
de 20kHz.

204
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Capítulo 09 – Os dispositivos Diferencial Residuais (DRs)

Tipo F: Detecta correntes residuais alternadas e de frequência mista. Especialmente


desenvolvido para proteção contra o choque elétrico em redes Monofásicas AC que possuam
conversores de frequência.

Cada tipo possui seu símbolo correspondente que pode ser encontrado no envólucro do
próprio DR e tais símbolos serão mostrados na tabela a seguir.

Tabela 9. 3: dispositivos DR e seus símbolos.

Os DRs podem ser projetados para terem diferentes tempos de disparo visando a
seletividade de desligamento da instalação.
Os disposititivos de característica S possuem o disparo retardado (como preescrito pela
norma NBR NM 61008) e por isso devem ser instalados a montante, para que os DRs dos circuitos
tenham chance de atuar antes que a alimentação de toda a instalação seja interrompida.
Os dispositivos de característica K também possuem disparo retardado, porém, em menor
intensidade. Dessa forma ainda conseguem atuar antes do DR principal garantindo a seletividade da
instalação.

205
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Capítulo 09 – Os dispositivos Diferencial Residuais (DRs)

Figura 9. 6: Posicionamento correto dos dispositivos DR com relação a sua caracterísica. Fonte:
Cortesia Siemens.

A seguir está uma tabela que apresenta alguns valores típicos de tempo de disparo para DRs
de característica K, S e Instantâneos.

A montante A jusante
Dispositivo DR Dispositivo DR Instantâneo Característica K
Característica S
Corrente nominal Tempo de Corrente nominal Tempo de Tempo de
residual IΔn interrupção (até 5 residual IΔn interrupção (até 5 interrupção (até 5
x IΔn) x IΔn) x IΔn)
100 mA 50 a 150 ms 10 ou 30 mA ≤ 40 ms 20 ... 40 ms
300 mA 50 a 150 ms 10, 30 ou 100 mA ≤ 40 ms 20 ... 40 ms
500 mA 50 a 150 ms 10, 30, 100 mA ≤ 40 ms 20 ... 40 ms
1000 mA 50 a 150 ms 300 mA ≤ 40 ms 20 ... 40 ms
Tabela 9. 4: Especificações típicas para DRs de característica K, S e Intantâneos. Fonte: Cortesia Siemens.

Os dispositivos diferencial-residuais podem realizar a função de interruptores (ligar e desligar


o circuito), além de exercerem a função de proteção diferencial. Esses são denominados de
interruptores diferencial-residuais (IDR). Um IDR pode ser construído especificamente para ser
acoplado a um disjuntor termomagnético, que nesse caso passa a ser chamado de Módulo DR.
Os IDR ainda precisam ser associados a um disjuntor termomagnético, pois não são capazes
de detectar corrente de sobrecarga.

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Capítulo 09 – Os dispositivos Diferencial Residuais (DRs)

Figura 9. 7: IDR bipolar (esquerda) e IDR tetrapolar (direita). Fonte: Cortesia Siemens.

Figura 9. 8: Módulos DR bipolar, tripolar e tetrapolar (da esquerda para a direita). Fonte: Cortesia Siemens.

Ou podem exercer a função de disjuntores (proteção contra sobrecarga e curto-circuito) e


dispositivos diferencial-residuais. Neste caso são denominados de disjuntores diferencial-residuais
(DDR) .

Aplicação dos Dispositivos DR

Pode-se aplicar os dispositivos DR de duas maneiras, geral e individual.


Um Interruptor diferencial residual geral protege todos os circuitos contra conrrentes de
fuga, porém ainda precisa de um disjuntor termomagnético para proteção contra surtos. O uso do
disjuntor termomagnético pode ser descartado se for utilizado um Disjuntor diferencial residual.

Figura 9. 9: Interruptor DR em série com Disjuntor


207
termomagnético. Fonte: Cortesia Prysmian.
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Capítulo 09 – Os dispositivos Diferencial Residuais (DRs)

Disjuntor diferencial-residual geral protege todos os circuitos contra correntes de fuga e


sobrecarga, dispensando o uso do disjuntor termomagnético.

Figura 9. 10: Utilização do DDR geral no


quadro de distribuição. Fonte: Cortesia Prysmian

Disjuntores DR também podem ser usados individualmente, atendendo apenas um circuito


em específico. Essa configuração não remove a necessidade de proteção geral da instalação, o ponto
de entrada da instalação ainda deve ser equipado com as devidas proteções contra sobrecarga e
correntes de fuga.

Figura 9. 11: Utilização do disjuntor


diferencial-residual (DDR) em circuitos
terminais. . Fonte: Cortesia Prysmian

A tabela 9.1 mostra as características de alguns dispositivos interruptores de corrente de


fuga (IDR) da Siemens.

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Capítulo 09 – Os dispositivos Diferencial Residuais (DRs)

Corrente nominal
Corrente Tensão máxima de
Corrente
Nominal de fusíveis
Tipo/modelo Nominal Aplicação
de fuga operação retardados
(Diazed ou NH)
(A) (mA) (V) (A)
Contatos diretos
5SV3071-5B 40 30 220-440 50
e indiretos
Contatos diretos
5SV4071-5B 63 30 220-440 80
e indiretos
Proteção contra
5SZ7460 63 500 220-380 80
riscos de incêndio
Tabela 9. 5: Interruptores de corrente de fuga (IDR) – fabricante Siemens

Esquemas de ligação de DR

É de suma importância lembrar que o condutor de proteção (PE) nunca deve ser seccionado, assim
nao deverá passar por dentro dos disjuntores.

-Esquema de ligação de DR bipolar:

Figura 9. 12: Esquema de ligação de DR bipolar com Fase e Neutro

Primeiramente utiliza-se um disjuntor termomagnético monopolar, uma vez que o neutro


não deve ser seccionado. Conecta-se o condutor de fase à entrada 1 do DJ. A saída 2 do DJ deve ser
conectada à entrada 1 do DR. O condutor de neutro deve ser conectado na entrada N do DR. As
saídas 2 e N do DR são conectadas à carga, juntamente com o condutor de proteção.

209
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Capítulo 09 – Os dispositivos Diferencial Residuais (DRs)

Figura 9. 13: Esquema de ligação de DR bipolar com Fase-Fase

Nesse caso é necessário um disjuntor térmomagnético bipolar, pois estão sendo utilizadas
duas fases, que devem ser seccionadas em caso de falta. A entrada 1 do DR recebe a primeira fase e
a entrada 3 do DR recebe a segunda fase. As saídas 2 e 4 do DR são conectadas ás entradas 1 e N do
DJ, respectivamente. As saídas 2 e N do DJ são conectadas à carga, juntamente com o condutor de
proteção.

-Esquema de ligação de DR em sistema de aterramento TN-S:

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Capítulo 09 – Os dispositivos Diferencial Residuais (DRs)

Figura 9. 14: Esquemas de ligação de DR em sistema de aterramento TN-S, com (esquerda) e sem (direita) a utilização do
neutro.

Para ambos os casos são necessários disjuntores termomagnéticos tripolares em ligados em


série com os DRs. As fases 1, 2 e 3 são conectadas às entradas 1, 3 e 5 do DJ, respectivamente. Que
tem suas saídas 2, 4 e 6 conectadas às entradas 1, 3 e 5 do DR, respectivamente. O condutor de
neutro é ligado diretamente à entrada N do DR, enquanto as saídas 2, 4, 6, e N do mesmo são
conectadas à carga. O condutor de proteção é ligado diretamente à carga. Caso a carga necessite de
condutor de neutro, o mesmo é conectado à entrada N do DR enquanto a saída N do DR é conectada
à carga. Caso contrário, é necessário a derivação de uma das fases para a entrada N para que o
circuito de teste do DR funcione corretamente.

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Capítulo 09 – Os dispositivos Diferencial Residuais (DRs)

-Esquema de ligação de DR em sistema de aterramento TN-C-S:

Figura 9. 15: Esquemas de ligação de DR em sistemas de aterramento TN-C-S, antes (esquerda) e depois (direita) da
separação dos condutores PE e N.

Para ambos os casos são necessários disjuntores termomagnéticos tripolares em ligados em


série com os DRs. As fases 1, 2 e 3 são conectadas às entradas 1, 3 e 5 do DJ, respectivamente. Que
tem suas saídas 2, 4 e 6 conectadas às entradas 1, 3 e 5 do DR, respectivamente. O condutor de
neutro deve ser conectado à entrada N do DR, enquanto o condutor de proteção deve ser conectado
diretamente à carga.

Na porção TN-C da instalação os condutores de neutro e proteção são o mesmo condutor,


assim, devem ser feitas duas derivações do condutor PEN, uma para servir de N e outra para PE. Já
na porção TN-S da instalação, as derivações podem ser realizadas como as do esquema anterior.

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-Esquema de ligação de DR em sistema de aterramento TT:

Figura 9. 16: Esquemas de ligação de DR em sistema de aterramento TT, com (esquerda) e sem (direita) condutor de Neutro.

Assim como no item anterior, será necessário um disjuntor termomagnético tripolar. As fases
1, 2 e 3 são concetadas às entradas 1,3 e 5 do DJ, que por sua vez tem suas saídas 2, 4 e 6 conectadas
às entradas 1, 3 e 5 do DR. As saídas 2, 4 e 6 do DR são conectadas à carga.

Caso a carga necessite de condutor de neutro, o mesmo é conectado à entrada N do DR


enquanto a saída N do DR é conectada à carga. Caso contrário, é necessário a derivação de uma das
fases para a entrada N para que o circuito de teste do DR seja abilitado.

-Esquema de ligação de DR com mais polos que o necessário:

É possível utilizar um DR com mais polos do que a instalação demanda. Por exemplo é
possível utilizar um DR tetrapolar no lugar de um DR tripolar. Porém alguns cuidados devem ser
tomados em relação ao circuito de teste.

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Capítulo 09 – Os dispositivos Diferencial Residuais (DRs)

Figura 9. 17: Esquema de ligação de DRs com mais polos que o necessário.

O circuito de teste é um circuito acionado mecanicamente por um botão encontrado no


exterior do DR. Ele consiste em uma derivação do condutor de neutro(interno ao DR) ligada à uma
resistência que, quando pressionado o botão de teste, se conecta à saída 6 do DR, alterando o
resultado da soma fasorial realizada pelo dispositivo, enfim disparando o DR e abrindo circuito.

Como essa ligação é interna e inalterável, nos casos em que não forem utilizadas todas as
entradas do DR é necessário dar preferência às entradas mais próximas à entrada N para garantir
que a fase com qual será fechado o circuito de teste esteja alimentada garantindo o funcionamento
apropriado do mesmo. Caso a carga não se utilize de neutro, o mesmo recurso anteriormente
utilizado se aplica aqui, uma derivação de uma das fases para a entrada N também irá garantir o
funcionamento do botão de teste.

Figura 9. 18: Desenho esquemático do circuito de testes interno ao DR.

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Capítulo 09 – Os dispositivos Diferencial Residuais (DRs)

Referências

ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5410 - Instalações Elétricas de Baixa
Tensão. Rio de Janeiro. 2008. Catálogo DR Siemens: Dispositivos DR 5SV, 5SM e 5SU Proteção
contra correntes de fuga à terra em instalações elétricas.

215
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Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

CAPÍTULO 10

AGRUPAMENTO DE MEDIÇÕES

216
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Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

Medição agrupada é um conceito bastante utilizado no território brasileiro para definir


um conjunto unificado de medições que atendam, por exemplo, salas comerciais, lojas,
apartamentos, prédios residenciais, edificações comerciais, edificações de usos múltiplos,
desde que caracterizado como um ramal de ligação único e múltiplos ramais de entrada com
medições individualizadas.
A medição agrupada é caracterizada por todas as unidades consumidoras possuírem
um único endereço comum à todas as unidades.
As concessionárias locais geralmente disponibilizam normas que estabelecem as
regras e recomendações para a concepção de projeto e a execução das instalações elétricas das
unidades consumidoras construídas na área de concessão da edificação.
A preocupação central da concessionária está basicamente nas condições de
fornecimento, com observância especial para o cálculo da carga instalada e cálculo da
demanda, bem vistas para a alocação das medições, ramal de entrada das edificações e do
agrupamento.
Neste livro se trabalha com as normas do Grupo Energisa. Sabendo ainda que existem
mudanças significativas entre as concessionárias, mas geralmente a filosofia de aplicação é
bastante semelhante.
Os cálculos das condições de fornecimento deste capítulo foram construídos utilizando
a norma NDU – 003, Revisão 5.1 Dezembro/2017:
“Fornecimento de Energia Elétrica em Tensão Primária e
Secundária (Agrupamentos ou Edificações de Múltiplas
Unidades Consumidoras). Definição de Norma de Distribuição
Unificada 003 – (NDU 003)”

217
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Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

Limites de fornecimento

O Brasil historicamente teve diferentes frequências no território nacional devido a


influência dos mercados europeus e mercado norte americano. O mesmo argumento explica as
diferenças entre as tensões, onde os antigos territórios tinham autonomia para definir a tensão
de alimentação tanto para os equipamentos de utilização final de energia elétrica (televisão,
computador, geladeira, motores), quando para a transmissão e distribuição.
Durante o processo de construção do grande sistema interligado nacional as tensões de
transmissão e distribuição foram padronizadas e os novos empreendimentos foram
construídos com as novas tensões. Entretanto, na utilização final as tensões são diferentes em
diversas áreas de fornecimento do território nacional, conforme a Tabela 1.

TABELA 1 - TENSÃO DE FORNECIMENTO

Tensão de Fornecimento
Rede Secundária Rede Primária
Sistema Sistema Comentários /
Empresa Sistema Sistema
Monofásico Monofásico Excepcionalidades
Trifásico Trifásico
e/ou Rural e/ou Rural
115/230V e 11,4 e 13,8
Caiuá -
127/254V kV
Nacional 127/254 V 13,8 kV -
Bragantina 127/254 V 13,8 kV -
Força e Luz do 13,8 e 34,5
127/254 V -
Oeste kV
Vale 11,4 e 13,8
127/254 V -
Paranapanema kV
34,5 e 13,8
Celtins 220/440 V -
kV
A tensão de 220/380 está
127/220 e 13,8 e 34,5 13,8 e 34,5
Energisa 127/254 V disponível em algumas áreas
220/380 V kV kV
de interior do Estado, sendo

218
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Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

que a sua adoção deverá ser


submetida à aprovação da
Concessionária.
Sistema monofásico F-T e
13,8;22,0 e 13,8; 22,0 e
Enersul 127/254 V 127/220 V F-F, com Bt C/ 03 (três)
34,5 kV 34,5 kV
terminais (x1, x2 e x3).
FONTE:XXXXX

O fornecimento de energia é realizado em tensão secundária de distribuição, para


instalações com carga instalada igual ou inferior a 75 kW, ressalvados os casos previstos na
legislação vigente da concessionária local.

Critério de Atendimento as Edificações

Classificação das Edificações:

Edificações de Múltiplas Unidades Consumidoras com Demanda


Igual ou Inferior a 75 kW (220/127V) e 136 kW (380/220V).

As edificações de múltiplas unidades que se enquadrem nesta faixa, devem ser


atendidas através de ramal de ligação aéreo, trifásico, de baixa tensão, com o ponto de entrega
situado no poste auxiliar ou no olhal na parede da edificação.
No atendimento através de ramal subterrâneo, toso o ônus decorrente da instalação
deste ramal ocorrerá por conta dos consumidores, sendo o ponto de entrega localizado na
conexão do ramal com a rede secundária.

Edificações de Múltiplas Unidades Consumidoras com Demanda


entre 75 e 207 kW (220/127V) e entre 136 kW e 272 kW (380/220V).

219
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Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

As edificações de múltiplas unidades que se enquadrarem nesta faixa, devem ser


atendidas por ramal de ligação subterrâneo, trifásico, de baixa tensão, com o ponto de entrega
situado na conexão do ramal com a rede secundária.

Edificações de Múltiplas Unidades Consumidoras com Demanda a


partir de 207 até 2500 kW (220/127V) e 272 até 2500 kW (380/220V).

As edificações de múltiplas unidades que se enquadrarem nesta faixa, devem ser


atendidas por ramal de ligação subterrâneo, trifásico, em média tensão, para alimentação(ões)
do(s) transformador(s) instalados em subestação/câmara subterrânea, construída pelos
consumidores, dentro do limite de propriedade. Esses ramais não poderão cruzar via pública
de rolamento ou terreno de terceiros.

Edificação de Múltiplas Unidades com Demanda superior a 2500 kW.

Para estas edificações, será necessário projeto especial da concessionária para


definição do tipo de atendimento aplicável.

Edificações com Unidade(s) Consumidora(s) com Carga Instalada


superior a 75 kW.

Nas edificações de múltiplas unidades, independentemente de sua demanda total,


contendo uma ou mais unidades consumidoras com carga instalada superior a 75kW, o
atendimento deve ser efetuado em média tensão, em conjunto com as demais unidades,
conforme os critérios dos itens anteriores.

Edificações Agrupadas (Agrupamentos).

220
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Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

Aplicam-se as edificações agrupadas com mais de 3 unidades de consumo, os critérios


estabelecidos anteriormente para as edificações de múltiplas unidades.

Tipos de atendimento

Serão três os tipos de atendimento, a saber:


- Tipo M (monofásico em dois condutores – uma fase e neutro);
- Tipo B (bifásico em três condutores – duas fases e neutro);
- Tipo T (trifásico em quatro condutores – três fases e neutro).

Categorias de atendimento

As categorias de atendimento e suas respectivas limitações de potência instalada são


apresentadas na Tabela 2:

TABELA 2 - TENSÃO 220/127 V, SISTEMA TRIFÁSICO, ESTRELA COM NEUTRO ATERRADO

CATEGORIA POTÊNCIA / DEMANDA


M1 0,00 < P ≤ 3,80
Monofásico M2 3,80 < P ≤ 6,30
M3 6,30 < P ≤ 8,80
Carga Instalada (kW)
B1 0,00 < P ≤ 10,10
Bifásico B2 10,10 < P ≤ 12,70
B3 12,70 < P ≤ 17,70
T1 0,00 < D ≤ 14,00
T2 14,00 < D ≤ 17,48
T3 17,48 < D ≤ 24,47
Trifásico Demanda Provável (kVA)
T4 24,47 < D ≤ 35,05
T5 35,05 < D ≤ 52,53
T6 52,53 < D ≤ 75,00

FONTE – ADPATAÇÃO DA TABELA 13 NDU 001 ENERGISA.

Conforme a Erro! Fonte de referência não encontrada., os consumidores que a


soma da potência ativa da carga instalada forem maior que 17,7 kW, terão de calcular a
demanda e o fornecimento será em circuito trifásico a 4 fios.
221
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Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

É importante ressaltar que caso o cliente tenha a necessidade de ligar um motor


trifásico, pode realizar a solicitação por meio de ofício a concessionária solicitando a
disponibilização do circuito mesmo que a carga instalada seja abaixo de 17,7 kW.

Consumidores situados em localidades atendidas a partir de rede de distribuição


trifásica:

TIPO M: Consumidores a serem atendidos a 2 fios (fase + neutro) 127V com carga
instalada até 8,80 kW e dois fios (fase + neutro) 220V com carga demandada até 15,40 kW da
qual não conste:
- Soma das potências dos motores monofásicos não seja superior a 2 CV (ou HP);
- Máquina de solda à transformador com potência superior a 2 kVA.

TIPO B: Consumidores a serem atendidos a 3 fios (2 fases + neutro), que não se


enquadrem no tipo M, com carga instalada até 17,70 kW (220/127V) e até 22,00 kW
(380/220V) da qual não conste:
- Os aparelhos vetados aos consumidores do Tipo M, se alimentados em tensão fase e
neutro.
- Soma das potências dos motores monofásicos de 220V não seja superior a 5 CV (ou
HP).
- Máquina de solda a transformador alimentada em 220V com potência superior a 8
kW.

TIPO T: Consumidores a serem atendidos a 4 fios (3 fases + neutro), não


classificados nos tipos M e B, com tensão 127/220V ou 380/220V com demanda até 75kVA,
da qual não conste:
- Os aparelhos vetados aos consumidores do Tipo M e B, se alimentados em tensão
fase e neutro.
- Soma das potências dos motores elétricos não seja superior a 30 CV (ou HP).
- Máquina de solda tipo motor gerador com potência superior a 7,5 CV.
- Máquina de solda a transformador, 220V - 2 fases, 220V - 3 fases, ou 380V - fases,
ligação V - V invertida com potência superior a 15 kVA.

222
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Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

- Máquina de solda a transformador 220V - 3 fases, ou 380V – 3 fases, com retificação


em ponte trifásica com potência superior a 7,5 kVA.

Observação: Os motores trifásicos com potência acima de 5 CV, obrigatoriamente


terão partida compensada, conforme Tabela 3.

TABELA 3 - DISPOSITIVOS DE PARTIDA DE MOTORES TRIFÁSICOS

Tipo Potência do motor Método de Partida

P < 5 CV Direto
5 CV ≤ P ≤ 15 CV Chave Estrela-Triângulo
De Rotor em curto-circuito
Compensador de partida, Soft-Start
(Assíncrono ou Síncrono)
15 CV < P ≤ 30 CV ou Conversor de Frequência (Exceto
chave estrela-triângulo)

De rotor bobinado (ou anéis) P ≤ 30 CV Reostato


FONTE: (NDU 001 ENERGISA. TABELA 12)

Cálculo da carga instalada (NDU - 001 ENERGISA)

O cálculo da demanda do condomínio da unidade consumidora, deve ser realizado


pelo mesmo procedimento de determinação do ramal de entrada (condições de fornecimento)
de cada apartamento, conforme visto no Capítulo I. Assim, para definição do tipo de
fornecimento, deve-se levantar a carga instalada somando-se a potência em Watts (W) e em
VA dos aparelhos de iluminação, aquecimento, eletrodomésticos, refrigeração, motores,
máquinas e quaisquer outros aparelhos elétricos que possam ser ligados no circuito de
alimentação do condomínio.
Os aparelhos com previsão de serem adquiridos e instalados futuramente podem
também ser computados no cálculo, a critério do consumidor, visando dimensionar a entrada
de serviço já considerando o aumento de carga da unidade consumidora. Assim, não é
recomendado colocar as potências reserva na condição de circuitos.
Quando o consumidor não dispuser das potências de seus aparelhos, podem ser
considerados os valores médios indicados na Tabela 4.

223
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Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

Potência (VA)

Potência (VA)
Potência (W)

Potência (W)
Código

Código
Descrição Descrição

1 AMALGAMADOR 200 217 38 BEBEDOURO 200 222


2 AMPLIFICADOR DE SOM 100 109 39 BETONEIRA 1.000 1.111
3 APARELHO DE ENDOSCOPIA 45 49 40 BOILLER 1.122 1.122
4 APARELHO DE ULTRASONOGRAFIA 600 652 41 BOMBA D'ÁGUA 1/4 CV 184 230
5 APARELHO DE OBTURAÇÃO 155 168 42 BOMBA D'ÁGUA 1/2 CV 368 460
6 AQUECEDOR DE ÁGUA (200 L) 2.000 2.000 43 BOMBA D'ÁGUA 3/4 CV 552 690
7 AQUECEDOR DE ÁGUA (500 A 175 L) 1.500 1.500 44 BOMBA D'ÁGUA 1 CV 736 920
8 AR CONDICIONADO 600 BTU's 800 1000 45 BOMBA D'ÁGUA 1 1/4 CV 920 1.150
9 AR CONDICIONADO 7100 BTU's 900 1100 46 BOMBA D'ÁGUA 1 1/2 CV 1.104 1.380
10 AR CONDICIONADO 7500 BTU's 1.200 1.412 47 BOMBA D'ÁGUA 2 CV 1.472 1.732
11 AR CONDICIONADO 8500 BTU's 1.300 1.500 48 BOMBA D'ÁGUA 3 CV 2.208 2.598
12 AR CONDICIONADO 9000 BTU's 1.400 1.647 49 BOMBA DE COMBUSTÍVEL 736 866
13 AR CONDICIONADO 10000 BTU's 1.400 1.650 50 BOMBA SAPO 300 353
14 AR CONDICIONADO 10500 BTU's 1.550 1.824 51 CADEIRA DE DENTISTA 184 216
15 AR CONDICIONADO 11000 BTU's 1.600 1.882 52 CAFETEIRA ELÉTRICA 500 500
16 AR CONDICIONADO 12000 BTU's 1.700 1.900 53 CAFETEIRA ELÉTRICA 750 750
17 AR CONDICIONADO 14000 BTU's 1.900 2.100 54 CÂMARA DE FERMENTAÇÃO 350 350
18 AR CONDICIONADO 15000 BTU's 2.000 2.222 55 CÂMARA FRIGORÍFICA 22.080 24.533
19 AR CONDICIONADO 16000 BTU's 2.100 2.333 56 CARREGADOR DE BATERIA 660 733
20 AR CONDICIONADO 18000 BTU's 2.600 2.860 57 CENTRAL DE AR (1TR) 1.817 2.019
21 AR CONDICIONADO 21000 BTU's 2.800 3.080 58 CENTRAL TELEFÔNICA 30 33
22 AR CONDICIONADO 26000 BTU's 3.200 3.516 59 CHUVEIRO ELÉTRICO 4.500 4.500
23 AR CONDICIONADO 30000 BTU's 3.600 4.000 60 CHUVEIRO QUATRO ESTAÇÕES 6.500 6.500
24 ASPIRADOR DE PÓ COMERCIAL 2.240 2.435 61 CILINDRO 2.210 2.456
25 ASPIRADOR DE PÓ COMERCIAL 1.000 1.087 62 COMPACT DISC LASER 30 33
26 ASPIRADOR DE PÓ RESIDENCIAL 750 815 63 COMPRESSOR 368 409
27 ASSADEIRA GRANDE 1.000 1.000 64 COMPUTADOR 300 333
CONJUNTO DE
28 ASSADEIRA PEQUENA 500 500
65 SOM/MICROSYSTEM 100 111
29 BALANÇA ELÉTRICA 20 20 66 CORTADOR DE GRAMA 1.600 1.778
30 BALCÃO FRIGORÍFICO GRANDE 1.000 1.111 67 DECK 30 33
31 BALCÃO FRIGORÍFICO PEQUENO 500 556 68 DEPENADOR DE GALINHA 891 990
32 BALCÃO PARA SORVETE 1.304 1.449 69 DESCASCADOR DE BATATAS 1.000 1.111
33 BALCÃO TÉRMICO 762 847 70 DESEMPENO 368 409
34 BANHO MARIA (RESTAURANTE) 1.822 1.822 71 DVD 30 33
35 BARBEADOR ELÉTRICO 50 56 72 ELEVADOR GRANDE 10.304 11.449
36 BATEDEIRA DE BOLO 100 111 73 ENCERADEIRA 400 444
37 BATEDEIRA INDUSTRIAL 304 338 74 EQUALIZADOR 30 33

224
UFMT - Engenharia Elétrica - Eletrotécnica Predial
Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

Potência (VA)

Potência (VA)
Potência (W)

Potência (W)
Código

Código
Descrição Descrição

75 ESMERIL 2.208 2.453 113 FORNO P/CERÂMICA GRANDE 8.500 8.500

76 ESPIGADEIRA 2.208 2.453 114 FORNO P/CERÂMICA MÉDIO 6.000 6.000


77 ESPREMEDOR DE FRUTAS 50 56 115 FORNO P/CERÂMICA PEQUENO 2.000 2.000

78 ESTABILIZADOR 920 1.022 116 FORRAGERIA 736 866

79 ESTERIA ROLANTE 1.472 1.636 117 FOTOCOLORIMENTO 550 550

80 ESTERELIZADOR MAT S. BELEZA 50 56 118 FREEZER 100 111

81 ESTUFA 1.000 1.000 119 FREEZER HORIZONTAL 170 L 90 100

82 ESTUFA DENTISTA 1.000 1.000 120 FREEZER HORIZONTAL 220 L 120 133

83 ETIQUETADORA 70 78 121 FREEZER HORIZONTAL 330 L 150 167


84 EXAUSTOR GRANDE 400 444 122 FREEZER HORIZONTAL 480 L 750 833

85 EXAUSTOR PEQUENO 200 222 123 FREEZER HORIZONTAL 600 L 750 833

86 FACA ELÉTRICA 140 156 124 FREEZER VERTICAL 120 L 90 100


87 FATIADOR 736 818 125 FREEZER VERTICAL 180 L 120 133
88 FAX 50 56 126 FREEZER VERTICAL 280 L 150 167
89 FERRO DE SOLDA 600 600 127 FRIGOBAR 80 89
90 FERRO DE SOLDA MÉDIO 400 400 128 FRITADEIRA PEQUENA 2.000 2.000

91 FERRO DE SOLDA PEQUENO 100 100 129 FRITADEIRA MÉDIA 3.000 3.000

92 FERRO ELÉTRICO 550 550 130 FRITADEIRA GRANDE 5.000 5.000

93 FERRO ELÉTRICO AUTOMÁTICO 1.000 1.000 131 FURADEIRA GRANDE 1.000 1.000
94 FOGÃO COMUM COM ASCENDEDOR 90 90 132 FURADEIRA PEQUENA 350 350
95 FOGÃO ELÉTRICO 2.000 2.000 133 GELADEIRA 90 100
96 FORNO MICROONDAS 1.140 1.239 134 GELADEIRA COMUM 253 L 90 100

97 FORNO ELÉT. ABC C/1 CÂMARA 2.000 2.000 135 GELADEIRA COMUM 280 L 100 111

98 FORNO ELÉT. CAPITAL C/2 C 10.000 10.000 136 GELADEIRA COMUM 310 L 120 133

99 FORNO ELÉT. CURITIBA 38.000 38.000 137 GELADEIRA DUPLEX 430 L 150 167
100 FORNO ELÉT. ELETRO GRANT C/3 C 24.400 24.400 138 GELADEIRA TRIPLEX 430 L 150 167
101 FORNO ELÉT. ESPECIAL C/2 CÂMARAS 30.000 30.000 139 GRELHA ELÉTRICA GRANDE 1.500 1.500
102 FORNO ELÉT. HIPER VULCÃO C/4 C 22.000 22.000 140 GRELHA ELÉTRICA PEQUENA 500 500

103 FORNO ELÉT. ITAL BRAS C/2 C 25.000 25.000 141 GRILL 1.200 1.200

104 FORNO ELÉT. MAG FORNO C/2 C 21.600 21.600 142 HIROMASSAGEM 368 433

105 FORNO ELÉT. METALCONTE C/1 C 3.000 3.000 143 IMPRESSORA COMUM 90 106

106 FORNO ELÉT. OLÍMPIO C/2 CÂMARAS 52.200 52.200 144 IMPRESSORA LASER 800 941
107 FORNO ELÉT. PASTELAR ITAL BRAS 16.500 16.500 145 IOGURTEIRA 30 35
108 FORNO ELÉT. SIRE C/1 CÂMARA 3.000 3.000 146 LÂMPADA INCANDESCENTE 40 40

109 FORNO ELÉT.SUPERFECTA C/2 C 28.000 28.000 147 LÂMPADA INCANDESCENTE 60 60

110 FORNO ELÉT. TUBOS LISBOA C/1 C 28.000 28.000 148 LÂMPADA INCANDESCENTE 100 100

111 FORNO ELÉT. UNIVERSAL C/2 C 35.000 35.000 149 LÂMPADA INCANDESCENTE 150 150

112 FORNO ELÉT. UNIVERSAL C/2 C 36.000 36.000 150 LÂMPADA DICROICA 50 50

225
UFMT - Engenharia Elétrica - Eletrotécnica Predial
Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

Potência (VA)

Potência (VA)
Potência (W)

Potência (W)
Código

Código
Descrição Descrição

151 LÂMPADA FLUORESCENTE 20 22 189 MÁQUINA FATIAR PÃO 324 360


152 LÂMPADA FLUORESCENTE 40 43 190 MÁQUINA MOER FARINHA ROXA 1.104 1.227
153 LÂMPADA INFRAVERMELHA 150 150 191 MÁQUINA P/ AMACIAR CARNE 1.417 1.574
154 LÂMPADA MISTA 160 160 192 MASSAGEADOR 220 244
155 LÂMPADA MISTA 250 250 193 MASSEIRA 2.208 2.453

156 LÂMPADA PL 10 11 194 MERGULHÃO 583 648

157 LÂMPADA PL 15 17 195 MICRO COMPUTADOR 350 389

158 LÂMPADA PL 20 22 196 MICRO FORNO ELÉTRICO 1.000 1.111

159 LÂMPADA PL 30 33 197 MICROONDAS 1.200 1.333


160 LÂMPADA VAPOR MERCÚRIO 125 136 198 MICROSCÓPIO ELETRÔNICO 40 44
161 LÂMPADA VAPOR MERCÚRIO 250 272 199 MINILAB 3.000 3.333
162 LÂMPADA VAPOR DE SÓDIO 70 76 200 MIX 80 89

163 LÂMPADA VAPOR DE SÓDIO 100 109 201 MODELADORA 490 544
164 LÂMPADA VAPOR DE SÓDIO 150 163 202 MOEDRO DE CAFÉ 370 411
165 LÂMPADA VAPOR DE SÓDIO 250 272 203 MOEDOR DE CARNE 320 356

166 LÂMPADA VAPOR DE SÓDIO 400 435 204 MOINHO 606 673
167 LAVA JATO 30.276 35.619 205 MONITOR 154 171

168 LIQUIDIFICADOR 200 222 206 MOTOR 750 833

169 LIQUIDIFICADOR INDUSTRIAL 1.000 1.111 207 MOTOR DE PISCINA 552 613
170 LIXADEIRA GRANDE 1.000 1.111 208 MULTI CORTE 180 200
171 LIXADEIRA PEQUENA 850 944 209 PANELA ELÉTRICA 1.200 1.333
172 MÁQUINA COLAR SACO 281 281 210 PIPOQUEIRA RESIDENCIAL 80 89

173 MÁQUINA CORTAR TECIDO MANUAL 373 373 211 PISTOLA DE SOLDA 100 111

174 MÁQUINA DE CALCULAR 100 111 212 PLACA LUMINOSA 220 244

175 MÁQUINA DE CHOPP 911 1.012 213 PLAINA 746 829

176 MÁQUINA DE COSTURA 850 944 214 POLIDORA 50 56

177 MÁQUINA DE ESCREVER ELÉTRICA 140 140 215 PONTIADEIRA 1.417 1.574

178 MÁQUINA DE GELO 792 880 216 PORTÃO ELÉTRICO 184 204

179 MÁQUINA DE LAVA JATO 1.700 1.889 217 POSTO MIX 281 312

180 MÁQUINA DE LAVAR PRATOS 1.200 1.333 218 PRENSA 1.104 1.227

181 MÁQUINA DE LAVAR ROUPAS 1.000 1.111 219 PROCESSADOR/CENTRÍFUGA 460 511

182 MÁQUINA DE OVERLOCK INDUSTRIAL 373 414 220 PROJETOR 215 239

183 MÁQUINA DE PASSAR ROUPAS 6.400 6.400 221 PURIFICADOR DE AR 25 28

184 MÁQUINA DE SOLDA 1.000 1.111 222 RÁDIO COMUM 30 33

185 MÁQUINA DE VULCANIZAR 396 440 223 RÁDIO RELÓGIO DIGITAL 40 44

186 MÁQUINA DE XEROX GRANDE 2.000 2.222 224 RADIOLA DE FICHA 300 333

187 MÁQUINA DE XEROX PEQUENA 1.400 1.556 225 RAIOS-X (DENTISTA) 1.087 1.208
188 MÁQ. ENGETORA C/ MOTOR ELÉTRICO 5.520 6.133 226 RAIOS-X (HOSPITAL) 12.144 13.493

226
UFMT - Engenharia Elétrica - Eletrotécnica Predial
Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

Potência (VA)

Potência (VA)
Potência (W)

Potência (W)
Código

Código
Descrição Descrição

227 RALADOR DE COCO 467 519 265 VENTILADOR MÉDIO 120 133

228 REBOBINADOR 15 17 266 VENTILADOR PEQUENO 80 89


229 RECEPTOR DE SATÉLITE 110 122 267 VIBRADOR 1.000 1.111

230 RELFETOR 500 556 268 VÍDEO CASSETE 30 33

231 REFLETOR ODONTOLÓGICO 150 150 269 VÍDEO GAME 20 22

232 REGISTRADORA ELÉTRICA 100 111

233 SAUNA COMERCIAL 12.000 12.000

234 SAUNA RESIDENCIAL 4.500 4.500

235 SECADOR DE CABELOS GRANDE 1.500 1.500


236 SECADOR DE CABELOS PEQUENO 1.000 1.000

237 SECADOR DE ROUPAS COMERCIAL 5.000 5.000


238 SECADOR DE ROUPAS INDUSTRIAL 1.100 1.100

239 SECADOR DE ROUPAS ENXUTA 2.429 2.429


240 SECRETÁRIA ELETRÔNICA 20 22
241 SERRA ELÉTRICA 1.000 1.111
242 SERRA TICO TICO GRANDE 600 667

243 SERRA TICO TICO PEQUENA 240 267

244 SORVETEIRA 20 22
245 STERILAIR 396 440
246 SUPERZON OU SIMILAR 40 44

247 TECLADO 50 56
248 TELEFONE SEM FIO 10 11

249 TELEVISOR 5 A 10 POL 50 56

250 TELEVISOR 12 A 20 POL 100 111

251 TELEVISOR 28 A 30 POL 150 167


252 TELEVISOR PRETO E BRANCO 90 100
253 TOCA DISCOS 30 33
254 TORNEIRA ELÉTRICA 2.000 2.222

255 TORNO 1.817 2.019

256 TORQUIA 7.266 8.073

257 TORRADEIRA 800 889

258 TOUCA TÉRMICA 700 778


259 TRAÇADEIRA 3.680 4.089
260 TRITURADOR DE LIXO 1.214 1.349

261 TURBO CIRCULADOR 200 222

262 TV AM/FM 50 56

263 VAPORIZADOR 300 333

264 VENTILADOR GRANDE 250 278


TABELA 4: POTÊNCIA MÉDIA DE APARELHOS E EQUIPAMENTOS.FONTE: (NDU 001-201)

227
UFMT - Engenharia Elétrica - Eletrotécnica Predial
Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

CÁLCULO DA DEMANDA

O dimensionamento a entrada de serviço de múltiplas unidades é composto do


dimensionamento do ramal de entrada para cada instalação e a do ramal de ligação que atende
a edificação.
Para dimensionar o ramal de ligação da edificação de múltiplas unidades
consumidoras é preciso obter a demanda total da edificação.
A demanda da edificação é calculada pela pela soma da demanda das múltiplas
unidades consumidoras e da demanda do condomínio conforme equação abaixo:

Sendo:
D = demanda total da edificação de Múltiplas Unidades Consumidoras
D1 = demanda das unidades consumidoras residências
D2 = demanda do condomínio, lojas e outros (NDU 001)

A demanda dos apartamentos residências é calculada da seguinte equação:

Sendo:
D1 = demanda das unidades consumidoras residenciais
= fator de multiplicação de demanda (Tabela 5)
= demanda por apartamento em função de sua área útil (Tabela 6)

Notas:
1. As previsões de aumento de carga e cargas reservas não devem ser consideradas no cálculo da
demanda.
2. Quando houver o QGBT, deverá constar no projeto do cálculo de dimensionamento de cada
quadro.
3. Em edificações de múltiplas unidades com grupos de apartamento de áreas diferentes, o
cálculo da demanda por áreas/n◦ de apartamentos pode ser efetuado de duas formas.

228
UFMT - Engenharia Elétrica - Eletrotécnica Predial
Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

 Separar a edificação de Múltiplas Unidades Consumidoras em conjuntos de


apartamentos de mesma área. Aplicar o fator de multiplicação (f) e a demanda por
apartamento em função da área útil (a) correspondentes ao número total de
apartamentos de cada conjunto. Somar as demandas de cada conjunto. Essa forma de
cálculo só é válida se todos os conjuntos forem compostos de no mínimo três
apartamentos.
 Calcular a média ponderada das áreas de todos os apartamentos do prédio e aplicar o
fator de multiplicação (f) e a demanda por apartamento em função da área útil (a)
correspondentes ao número total de apartamentos da edificação de Múltiplas Unidades
Consumidoras.

Nº Apto F. Mult. Nº Apto F. Mult Nº Apto F. Mult Nº Apto F. Mult Nº Apto F. Mult Nº Apto F. Mult
1 * 51 35,9 101 63,59 151 74,74 201 80,89 251 82,73
2 * 52 36,46 102 63,84 152 74,89 202 80,94 252 82,74
3 * 53 37,02 103 64,09 153 75,04 203 80,99 253 82,75
4 3,88 54 37,58 104 64,34 154 75,19 204 81,04 254 82,76
5 4,84 55 38,14 105 64,59 155 75,34 205 81,09 255 82,77
6 5,8 56 38,7 106 64,84 156 75,49 206 81,14 256 82,74
7 6,76 57 39,26 107 65,09 157 75,64 207 81,19 257 82,79
8 7,72 58 39,82 108 65,34 158 75,79 208 81,24 258 82,8
9 8,68 59 40,38 109 65,59 159 75,94 209 81,29 259 82,81
10 9,64 60 40,94 110 65,84 160 76,09 210 81,34 260 82,82
11 10,42 61 41,5 111 66,09 161 76,24 211 81,39 261 82,83
12 11,2 62 42,06 112 66,34 162 76,39 212 81,44 262 82,84
13 11,98 63 42,62 113 66,59 163 76,54 213 81,49 263 82,85
14 12,76 64 43,18 114 66,84 164 76,69 214 81,54 264 82,86
15 13,54 65 43,74 115 67,09 165 76,84 215 81,59 265 82,87
16 14,62 66 44,3 116 67,34 166 76,99 216 81,64 266 82,88
17 15,1 67 44,86 117 67,59 167 77,14 217 81,69 267 82,89
18 15,88 68 45,42 118 67,84 168 77,29 218 81,74 267 82,9
19 16,66 69 45,98 119 68,09 169 77,44 219 81,79 269 82,91
20 17,44 70 46,54 120 68,34 170 77,59 220 81,84 270 82,92
21 18,04 71 47,1 121 68,54 171 77,74 221 81,89 271 82,93
22 18,65 72 47,66 122 68,84 172 77,84 222 81,94 272 82,94
23 19,25 73 48,22 123 69,09 173 78,04 223 81,99 273 82,95
24 19,86 74 48,78 124 69,34 174 78,19 224 82,04 274 82,96
25 20,46 75 49,34 125 69,59 175 78,34 225 82,09 275 82,97

229
UFMT - Engenharia Elétrica - Eletrotécnica Predial
Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

26 21,06 76 49,9 126 69,79 176 89,44 226 82,12 276 83


27 21,67 77 50,46 127 69,99 177 78,54 227 82,14 277 83
28 22,27 78 51,58 128 70,19 178 78,64 228 82,17 278 83
29 22,88 79 51,58 129 70,39 179 78,74 229 82,19 279 83
30 23,48 80 52,14 130 70,59 180 78,84 230 82,22 280 83
31 24,08 81 52,7 131 70,79 181 78,94 231 82,24 281 83
32 24,69 82 53,26 132 70,99 182 79,04 232 82,27 282 83
33 25,29 83 53,82 133 71,19 183 79,14 233 82,29 283 83
34 25,9 84 54,38 134 71,39 184 79,24 234 82,32 284 83
35 26,5 85 54,94 135 71,59 185 79,34 235 82,34 285 83
36 27,1 86 55,5 136 71,79 186 79,44 236 82,37 286 83
37 27,71 87 56,06 137 71,99 187 79,54 237 82,39 287 83
38 28,31 88 56,62 138 72,9 188 79,64 238 82,42 288 83
39 28,92 89 57,18 139 72,39 189 79,84 239 82,44 289 83
40 29,52 90 57,74 140 72,59 190 79,84 240 82,47 290 83
41 30,12 91 58,3 141 72,99 192 80,04 242 82,52 292 83
42 30,73 92 58,86 142 72,99 192 80,04 242 82,52 292 83
43 31,33 93 59,42 143 73,19 193 80,14 243 82,54 293 83
44 31,94 94 59,98 144 73,39 194 80,24 244 82,57 294 83
45 32,54 95 60,54 145 73,59 195 80,34 245 8259 295 83
46 33,1 96 61,1 146 73,79 196 80,44 246 82,62 296 83
47 33,66 97 61,66 147 73,99 197 80,54 247 82,64 297 83
48 34,22 98 62,22 148 74,19 198 80,64 248 92,67 298 83
49 3478 99 62,78 149 74,39 199 80,74 249 82,69 299 83
50 35,34 100 63,34 150 74,59 200 80,84 250 82,72 300 83
TABELA 5: FATORES DE MULTIPLICAÇÃO DE DEMANDA EM FUNÇÃO DO NÚMERO DE APARTAMENTOS RESIDENCIAIS DA
EDIFICAÇÃO.

Notas:
1. Estes valores só devem ser utilizados em conjunto com as demandas da Tabela 6.
2. Valido somente para quantidade de unidades habitacionais superior a 3.

230
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Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

ÁREA UTIL DEMANDA ÁREA UTIL DEMANDA ÁREA UTIL D


(m²) (kW) (m²) (kW) (m²) (kW)
até 15 0,39 86-90 1,96 241-260 5,07
16-20 0,51 91-95 2,06 260-280 5,42
21-25 0,62 96-100 2,16 281-300 5,76
26-30 0,73 101-110 2,35 301-350 6,61
31-35 0,84 111-120 2,54 351-400 7,45
36-40 0,95 121-130 2,73 401-450 8,28
41-45 1,05 131-140 2,91 451-500 9,1
46-50 1,16 141-150 3,1 501-550 9,91
51-55 1,26 151-160 3,28 551-600 10,71
56-60 1,36 161-170 3,47 601-650 11,51
61-65 1,47 171-180 3,65 651-700 12,3
66-70 1,57 181-190 3,83 701-800 13,86
71-75 1,67 191-200 4,01 801-900 15,4
76-80 1,76 201-220 4,36 901-1000 16,93
81-85 1,86 221-240 4,72
TABELA 6: DEMANDA POR ÁREA PARA APARTAMENTOS RESIDÊNCIAIS.

Notas:
1. Considerar apenas área útil apenas a área interna dos apartamentos.
2. Unidades habitacionais com área útil acima de 1000m², consultar a concessionária.

Critério da carga instalada

O cálculo de demanda pela parcela da carga instalada é utilizado duas vezes no


projeto. Tanto para o dimensionamento de cada unidade consumidora dos apartamentos que
geralmente são iguais. Como para o dimensionamento do condomínio.

A demanda provável do consumidor, em kVA, calculada pela seguinte expressão:

Onde:

231
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Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

Sendo:

d1 (kVA) = Demanda de iluminação e tomadas, calculada conforme fatores de


demanda da Tabela 7.

d2 (kVA) = Demanda dos aparelhos para aquecimento de água (chuveiros,


aquecedores, torneiras etc.) calculada conforme Tabela 8.

d3 (kVA) = Demanda secador de roupa, forno de micro-ondas máquina de lavar louça


e hidromassagem calculada conforme Tabela 9.

d4 (kVA) = Demanda de fogão e forno elétrico calculada conforme Tabela 10.

d5 (kVA) = Demanda dos aparelhos de ar-condicionado tipo janela ou centrais


individuais, calculada conforme Tabela 11, Tabela 12, Tabela 13, respectivamente, para as
residências e não residências; Demanda das unidades centrais de ar-condicionado, calculadas
a partir das respectivas correntes máximas totais , valores a serem fornecidos pelos fabricantes
e considerando-se o fator de demanda de 100%.

d6 (kVA) = Demanda dos motores elétricos e máquinas de solda tipo motor gerador,
conforme Tabela 14 e Tabela 15. Não serão permitidos, motores com potência maior que 30
CV. Os métodos de partidas dos motores trifásicos, conforme Erro! Fonte de referência não
encontrada..

d7 (kVA) = Demanda de máquinas de solda a transformador e aparelhos de raios-X,


calculadas conforme Tabela 16.

A seguir tabelas para o cálculo da demanda.

232
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Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

Potência instalada (KW) / Demanda


Descrição Fator de Demanda (%)
(KVA)
0 < P ≤ 1 KW 86
1 < P ≤ 2 KW 75
2 < P ≤ 3 KW 66
3 < P ≤ 4 KW 59
4 < P ≤ 5 KW 52
Residências 5 < P ≤ 6 KW 45
6 < P ≤ 7 KW 40
7 < P ≤ 8 KW 35
8 < P ≤ 9 KW 31
9 < P ≤ 10 KW 27
10 < P ≤ 75 KW 24
Restaurantes e similares 86
Lojas e similares 86
Igrejas e similares 86
para os primeiros 50 KVA 40
Hospitais e similares
para o que exceder de 30 KVA 50
para os primeiros 20 KVA 50
Hotéis e similares para os seguintes 80 KVA 40
para o que exceder 100 KVA 30
Garagens, área de serviços e
86
similares
para os primeiros 20 KVA 86
Escritórios
para o que exceder de 20 KVA 70
para os primeiros 12 KVA 86
Escolas e similares
para o que exceder 12 KVA 50
Clubes e similares 86
Barbearias, salões de beleza e
86
similares
Bancos e canteiros de obras 86
Auditórios, salões para exposição e
86
similares
para os primeiros 15 KVA 100
Quartéis e similares
para o que exceder 15 KVA 40

Notas:

233
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Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

1 – Instalações em que a carga será utilizada de maneira simultânea deverão ser consideradas
com o fator de demanda de 100%.
2 – Não estão sendo considerados nesta tabela cargas do tipo letreiro e iluminação de vitrines.
3 - A demanda da carga industrial deverá ser calculada, e apresentada na forma de memória de
cálculo, conforme características e regime de funcionamento da mesma.
4 - No cálculo da demanda residencial o valor percentual de cada faixa é acumulativo, ou seja, é a
soma dos valores de cada faixa.
TABELA 7: FATORES DE DEMANDA PARA ILUMINAÇÃO E PEQUENOS APARELHOS. (NDU 001 ENERGISA. TABELA 2).

Nº de aparelhos Fator de demanda (%) Nº de aparelhos Fator de demanda (%)

1 100 13 43
2 75 14 41
3 70 15 40
4 66 16 39
5 62 17 38
6 59 18 37
7 56 19 36
8 53 20 35
9 51 21 34
10 49 22 33
11 47 23 32
12 45 24 31
- - Acima de 24 30
TABELA 8: FATORES DE DEMANDA PARA APARELHOS DE AQUECIMENTO DE ÁGUA. (NDU 001 ENERGISA. TABELA 3)

Nº de aparelhos Fator de demanda (%)

1 100
2a4 70
5a6 60
7a9 50
Acima de 9 45
TABELA 9: FATORES DE DEMANDA PARA SECADORES DE ROUPAS, MÁQUINA DE LAVAR LOUÇA, FORNO DE MICROONDAS E
HIDROMASSAGEM. (NDU 001 ENERGISA. TABELA 4)

Fator de demanda Fator de demanda


Nº de aparelhos Nº de aparelhos
(%) (%)
1 100 8 32

234
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Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

2 60 9 31
3 48 10 a 11 30
4 40 12 a 15 28
5 37 16 a 20 27
6 35 21 a 25 26
7 33 Acima de 25 25

TABELA 10: FATORES DE DEMANDA PARA FOGÕES ELÉTRICOS E FORNOS ELÉTRICOS. (NDU 001 ENERGISA. TABELA 5)

Capacidade
7100 8500 10000 12000 14000 18000 21000 30000
(BTU/h)
Capacidade
1775 2125 2500 3000 3500 4500 5250 7500
(kcal/h)

Tensão (V) 127 220 127 220 127 220 127 220 220 220 220 220

Corrente (A) 8,66 5 12,2 6,82 12,99 7,5 14,96 8,64 9,55 13 14 18,18

Potência
1100 1100 1550 1500 1650 1650 1900 1900 2100 2860 3080 4000
(VA)

Potência (W) 900 900 1300 1300 1400 1400 1700 1700 1900 2600 2800 3600

TABELA 11: CARACTERÍSTICAS DE APARELHOS DE AR CONDICIONADO TIPO JANELA. (NDU 001 ENERGISA. TABELA 6)

Fator de demanda Fator de demanda


Nº de aparelhos Nº de aparelhos
(%) (%)
1 100 9 a 11 70
2 88 12 a 14 68
3 82 15 a 16 67
4 78 17 a 22 66
5 76 23 a 30 65
6 74 31 a 50 64
7 72 Acima de 50 62
8 71
TABELA 12:- FATORES DE DEMANDA PARA APARELHOS DE AR CONDICIONADO TIPO JANELA - RESIDENCIAL. (NDU 001
ENERGISA CEMAT. TABELA 7)

235
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Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

Fator de demanda
Nº de Aparelhos
(%)
1 a 10 100
11 a 20 90
21 a 30 82
31 a 40 80
41 a 50 77
Acima de 50 75
TABELA 13: FATORES DE DEMANDA PARA APARELHOS DE AR CONDICIONADO TIPO JANELA - NÃO-RESIDENCIAL. (NDU 001
ENERGISA. TABELA 8)

Valores nominais do motor Demanda individual absorvida da rede


Potência KVA
Absorvida Corrente Corrente 3a5 Mais de 5
Eixo cos ϕ η 1 motor 2 motores
da rede KVA (A) - 220 V (A) - 380 V motores motores
(CV) (I) (I)
(KW) (II) (IV)
¼ 0,391 0,62 0,63 0,47 2,82 1,64 0,62 0,50 0,43 0,37
1/3 0,522 0,74 0,71 0,47 3,34 1,93 0,74 0,59 0,51 0,44
½ 0,657 0,91 0,72 0,56 4,15 2,40 0,91 0,73 0,64 0,55
¾ 0,890 1,24 0,72 0,62 5,62 3,25 1,24 0,99 0,87 0,74
1,00 1,099 1,48 0,74 0,67 6,75 3,91 1,48 1,19 1,04 0,89
1,50 1,577 1,92 0,82 0,70 8,74 5,06 1,92 1,54 1,35 1,15
2,00 2,073 2,44 0,85 0,71 11,09 6,42 2,44 1,95 1,71 1,46
3,00 3,067 3,19 0,96 0,72 14,52 8,41 3,19 2,56 2,24 1,92
4,00 3,978 4,14 0,96 0,74 18,84 10,91 4,14 3,32 2,90 2,49
5,00 4,907 5,22 0,94 0,75 23,73 13,74 5,22 4,18 3,65 3,13
7,50 7,459 7,94 0,94 0,74 36,07 20,88 7,94 6,35 5,55 4,76
10,00 9,436 10,04 0,94 0,78 45,63 26,42 10,04 8,03 7,03 6,02
12,50 12,105 13,02 0,93 0,76 59,17 34,25 13,02 10,41 9,11 7,81
TABELA 14: CARACTERÍSTICAS E DEMANDA DE MOTORES MONOFÁSICOS. (NDU 001 ENERGISA. TABELA 9)

236
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Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

Valores nominais do motor Demanda individual absorvida da rede


Potência KVA
Mais de
Absorvida Corrente Corrente 3a5
Eixo cos ϕ η 1 motor 2 motores 5
da rede KVA (A) - 220 V (A) - 380 V motores
(CV) (I) (I) motores
(KW) (II)
(IV)
1/6 0,250 0,37 0,67 0,49 0,98 0,57 0,37 0,30 0,26 0,22
¼ 0,335 0,48 0,69 0,55 1,27 0,74 0,48 0,39 0,34 0,29
1/3 0,409 0,55 0,74 0,60 1,45 0,84 0,55 0,44 0,39 0,33
½ 0,566 0,72 0,79 0,65 1,88 1,09 0,72 0,57 0,50 0,43
¾ 0,824 1,08 0,76 0,67 2,84 1,65 1,08 0,87 0,76 0,65
1,0 1,132 1,38 0,82 0,65 3,62 2,10 1,38 1,10 0,97 0,83
1,5 1,577 2,02 0,78 0,70 5,31 3,07 2,02 1,62 1,42 1,21
2,0 1,937 2,39 0,81 0,76 6,28 3,63 2,39 1,91 1,67 1,43
3,0 2,905 3,63 0,80 0,76 9,53 5,52 3,63 2,91 2,54 2,18
4,0 3,823 4,97 0,77 0,77 13,03 7,54 4,97 3,97 3,48 2,98
5,0 4,779 5,62 0,85 0,77 14,76 8,54 5,62 4,50 3,94 3,37
6,0 5,452 6,49 0,84 0,81 17,03 9,86 6,49 5,19 4,54 3,89
7,5 6,900 8,12 0,85 0,80 21,30 12,33 8,12 6,49 5,68 4,87
10,0 9,684 10,76 0,90 0,76 28,24 16,35 10,76 8,61 7,53 6,46
12,5 11,795 12,04 0,98 0,78 31,59 18,29 12,04 9,63 8,42 7,22
15,0 13,630 14,98 0,91 0,81 39,31 22,76 14,98 11,98 10,48 8,99
20,0 18,400 20,67 0,89 0,80 54,26 31,41 20,67 16,54 14,47 12,40
25,0 22,439 24,66 0,91 0,82 64,71 37,46 24,66 19,73 17,26 14,79
30,0 26,927 29,59 0,91 0,82 77,65 44,96 29,59 23,67 20,71 17,75
TABELA 15: CARACTERÍSTICAS E DEMANDA DE MOTORES TRIFÁSICOS. (NDU 001 ENERGISA. TABELA 10)

237
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Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

Equipamento Potência do aparelho Fator de demanda

1º maior 100
Solda a arco e 2º maior 70
aparelhos de 3º maior 40
galvanização
Soma dos demais 30

Maior 100
Solda a resistência
Soma dos demais 60
Maior 100
Aparelho de raios-x
Soma dos demais 70
TABELA 16: FATORES DE DEMANDA PARA MÁQUINAS DE SOLDA A TRANSFORMADOR, APARELHOS DE RAIOS-X E
GALVANIZAÇÃO. (NDU 001 ENERGISA. TABELA 11)

Critério em função da área útil

O critério em função da área útil baseia-se na área útil dos apartamentos e é aplicável
apenas a edificações residenciais e para o cálculo das demandas totais e parciais da edificação.
Não se aplica a unidades individuais.
Para o cálculo da demanda de cada apartamento deve ser usado o critério da carga
instalada conforme descrito anteriormente.
Neste método, para o cálculo da demanda total deve-se considerar independentemente
a demanda dos apartamentos e a demanda do condomínio.

Demanda de edificações de uso coletivo – residenciais: A demanda total


dos edifícios residenciais poderá ser calculada pelo método de cálculo de demanda em função
da área útil descrito anteriormente. Este método é mais aconselhável que o critério baseado na
carga instalada, pois evita o superdimensionamento dos ramais de serviço e do transformador.
Entretanto, a demanda individual das unidades consumidoras (cada um dos apartamentos)
deverá ser calculada conforme o critério da carga instalada.

Demanda do condomínio – para a carga de iluminação: 100% para os


primeiros 10 kW e 25% para os demais; para as cargas de tomadas: 20% da carga total; para
os motores: aplicação das tabelas 08 e 09 para cada tipo de motor existente na instalação.
238
UFMT - Engenharia Elétrica - Eletrotécnica Predial
Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

Outras cargas eventualmente encontradas em condomínios, tais


como: motores para piscinas, saunas, centrais de refrigeração ou de aquecimento, deverão
ser tratadas do mesmo modo, individualmente aplicando-se o fator de demanda 1,0 às
mesmas.

Demanda de edificações de uso coletivo – não residenciais: Para


edificações de uso coletivo não residencial (salas ou lojas) deverá ser utilizado o critério da
carga instalada, utilizando-se para o cálculo da demanda total da edificação, como para o
cálculo das demandas de cada unidade consumidora.

Demanda de edificações de uso coletivo – misto residencial e


comercial: Para o cálculo da demanda de edificações mistas, a parte comercial deverá ser
tratada separadamente da residencial. Para a parte comercial utiliza-se o critério da carga
instalada e para a parte residencial poderá ser utilizado o critério em função da área útil, sendo
que a demanda total é a soma dessas duas demandas individuais.

Demanda de Apart-hotéis: Utilizar o critério da carga instalada considerando-o


como residenciais (não utilizar o critério da área útil).

239
UFMT - Engenharia Elétrica - Eletrotécnica Predial
Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

Exemplo 1:

Uma edificação residencial possui a seguinte previsão de carga a ser instalada:

Quantidade Descrição Potência unitária Total (kW)


(W)
10 Ponto de iluminação 100 1000
incandescente
4 Ponto de iluminação 80 320
fluorescente 2x40W
20 Tomadas de uso geral (TUG) 100 2000

2 Tomadas para condicionador 1600 3200


de ar (TUE)

4 Tomadas para chuveiro 4500 18000


elétrico 220V
2 Motor monofásico 1/2 CV 657 1314

1 Tomada para ferro de passar 1000 1000


roupa
1 Tomada para máquina de 1500 1500
lavar louça

Exemplo 2:

Escola com 1000 m² de área útil. Carga instalada (> 20 kVA):


- iluminação 20000W;
- tomadas 12000 W;
- 3 chuveiros de 2500W;
- 3 aparelhos de AC de 10000 BTUs;
- 2 motores de 3 CV – bomba d’água (1 de reserva);
- 2 motores de 10 CV;
- 2 motores de 1 CV.

240
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Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

Cálculo da demanda:
a) Iluminação e tomadas de uso geral = 12k + 0,5.20k = 22 kW;
b) Aparelhos de aquecimento = 3.2500.0,70 = 5,25 kW;
c) Aparelhos de ar condicionado tipo janela = 3.1,65k.1,0 = 4,95 kVA;
d) Motores monofásicos:
- 1 motor de 3 CV = 4,07 kVA;
- 2 motores de 10 CV = 17,46 kVA;
- 2 motores de 1 CV = 2,34 kVA;

D = 22k + 5,24k + 4,95k + 4,07k + 17,46k + 2,34k = 56,06 kVA

Características de atendimento:

Nas edificações de múltiplas unidades, cuja demanda seja inferior ou igual a 207 kW
(220/127V) e 272 kW (380/220V), o atendimento será feito através de rede secundária da
concessionária com a instalação ou não de uma unidades de transformação.
Em caso de impossibilidade técnica ou por interesse do próprio responsável pela
edificação da Múltiplas Unidades Consumidoras, poderá ser adotada a solução constante do
subitem 8.2
8.2. Para as edificações de múltiplas técnicas unidades, cuja demanda seja superior a
207 kW (220/127V) e 272 kW (380/220V), será obrigatória a reserva de um local para
construção de uma subestação abrigada.
8.2.1 A área a ser reservada para localização da subestação deverá ter as seguintes
características:
a) Estar situada dentro de propriedade particular.
b) Apresentar facilidade de acesso, iluminação artificial, condições de instalação e
remoção dos equipamentos, de modo cômodo, fácil e seguro.
c) Não ser localizada em áreas prevista para alargamentos de ruas.
d) Não ser localizada em marquises e terraços.
e) Não ficar em locas sujeitos a inundações ou infiltrações de água.
f) Ter piso com inclinação de 2% e facilidade para drenagem.

241
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Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

 A energia fornecida e cada consumidor deverá ser medida num só ponto (não se permite
medição única de um cliente);
 A edificação de um único consumidor, que venha a ser subdividida ou transformada em
agrupamento ou edificações de múltiplas unidades, deverá ter suas instalações elétricas
internas adaptadas pelos interessados, com visa à adequada medição e proteção de cada
consumidor que resultar da subdivisão.
 Para os efeitos desta Norma o consumidor é, para todos os fins, depositário e guarda dos
equipamentos de medição e responde por danos ocasionais a sua instalação particular.
 Os equipamentos para a medição serão instalados e fornecidos pela Concessionária.
 Os módulos de medição são padronizados e constam na Norma.
 A Concessionária substituirá todo ou parte do equipamento de medição, sem ônus para o
usuário, casa apresente defeitos ou falhas não decorrentes do mau uso do mesmo.
 Cada centro de medição será constituído por módulos que alojarão os medidores, os
barramentos a proteções individuais.
 As caixas de medição deverão ser marcadas na sua parte externa com o número do
apartamento ou sala comercial, de forma a identifica-los com os respectivos consumidores.

Exemplo de como é feita a montagem do quadro de medição nos edifícios de múltiplas


residências.

FIGURA 1: MONTAGEM DE QUADRO PARA MEDIDORES.

242
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Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

A figura a seguir nos remete ao quadro de medidores instalado em um edifício de múltiplos


apartamentos.

FIGURA 2: QUADROS COM MEDIDORES INSTALADOS NA EDIFIÇÃO.

Medições da Energia Elétrica

Localização da medição:
A concessionária se reserva no direito de, em qualquer caso, indicar o local mais adequado
para a instalação da medição, observado as seguintes disposições:

 As medições deverão ser colocadas sempre no andar térreo, com as medições voltadas para a
cia pública e de fácil acesso. Casos especiais poderão ser analisados previamente pela
Concessionária.
 Não serão aceitos locais de difícil acesso, com má iluminação e sem condições de segurança,
tais como: locais sujeitos a gases corrosivos, inundações, poeiras, trepidações excessivas ou,
sob escadarias, etc.

243
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Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

FIGURA 3: VISTA DOS QUADROS COM A CHEGADA DA PRUMADA DA EDIFICAÇÃO.

A concessionária se reserva no direito de, em qualquer caso, indicar o local mais adequado
para a instalação da medição, observados as seguintes disposições:
 Na impossibilidade da instalação do centro de medição no próprio prédio, poderá ser instalada
em construção apropriada, previamente aprovada pela Concessionária.
 Mediante acordo prévio com as Concessionária poderá ser instalada Medição Descentralizada
com uso de Sistemas Eletrônicos microprocessados, permitindo a execução da leitura
centralizada em um único ponto.

244
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Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

Proteção

Prédio com a alimentação derivada da rede secundária da concessionária:


 A proteção do ramal de entrada deverá ser feita através de um disjuntor tripolar de capacidade
mínima de ruptura de 10 kA simétricos, instalados no Centro de Proteção Geral (CPG).
 Para 2 (dois) ou mais centros de medição, cada derivação do ramal de entrada deverá,
também, ser protegida por um disjuntor tripolar de capacidade mínima de ruptura de 10kA
instalado no módulo/quadro de distribuição.
 A instalação do Centro de Proteção Geral deverá ser no mesmo abrigo reservado aos Centros
de Medição

Prédio com alimentação derivada da rede primária da concessionária:


A proteção na rede primária seguirá critérios da NDU-002 Norma de Distribuição Unificada
para Fornecimento Elétrica em Média Tensão.
 Cada derivação do ramal de entrada dos (o) Centros de Medição deverá ser protegida por um
disjuntor tripolar de capacidade mínima de ruptura de 10 kA.
 O centro de Proteção Geral deverá ser construído de caixa metálica com dispositivos de lacre,
com dimensões apropriadas e ter aprovação prévia da Concessionária.

Prédio com alimentação derivada da rede primária da concessionária:


Quando da apresentação do pedido de fornecimento de energia elétrica à concessionária, o
consumidor deverá receber no prazo de 15 (quinze) dias, as seguintes informações:

a) Fornecimento de dados de CC`s trifásicos e monofásicos, impedância Z1 (sequência positiva)


e Z0 (sequência negativa) em pu na base 100MVA e 13,8 kV.

245
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Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

b) Tempo de eliminação da falta (atuação da proteção), com o valor mínimo de 0.3 segundos.
c) As características e ajustes da proteção de retaguarda do alimentador que suprirá o
consumidor.
Nas edificações de múltiplas unidades com alimentação da rede primária ou secundária,
deverá existir malha de dimensões convenientes destinadas ao aterramento de todas as partes
metálicas não destinadas a conduzir corrente elétricas.
O condutor se ligação à terra deverá ser cobre tão curto e retilíneo quanto possível, sem
emendas, não conter chaves ou dispositivos que possam causar sua interrupção.
O ponto de conexão do condutor de terra com as hastes de terra deverá ser feito através de
conectores tipo cunha haste/cabo ou GTDU (Grampo Terra Duplo) cobreados, serem
revestidos com a massa de calafetar e serem acessíveis à inspeção.
Para prédios com alimentação pela rede secundária da Concessionária, a malha de terra
deverá conter um número mínimo de três hastes devendo, em qualquer caso, a resistência
máxima, em qualquer época do ano, ser menor ou igual a 20 ohms. A distância entre as hastes
será no mínimo de 3000 mm.
Para prédios com alimentação derivada da rede primária da Concessionária a malha de terra
das subestações abrigadas, deverá ter um número mínimo de 06 (seis) hastes cobreadas de ᴓ
16mm² por 2400mm, devendo em qualquer caso, a resistência máxima, em qualquer época do
ano, ser de 10 ohms. A distância mínima entre as hastes será de 3000 mm.

Aterramento

As interligações entre as hastes deverão ser feitas com condutores de cobre nu de 50 mm² de
seção no mínimo. Todas as ferragens, tais como: tanque dos transformadores e disjuntores,
portas metálicas, telas, etc., deverão ser ligados ao sistema de terra com condutor de cobre nu
de seção mínima 50 mm². Os equipamentos da subestação deverão estar sobre a área da malha
de terra, onde todas as hastes serão acessíveis para medições através de caixa de inspeção.

246
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Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

Para aterramentos localizados em locais com passagem de veículo, as tampas deverão ser de
concreto ou ferro com pintura epóxi.
Os condutores de aterramento deverão ser alojados em eletrodutos exclusivos, desde a
conexão entre as hastes até o painel de medição, bem como duas caixas de inspeção deverão
conter apenas o condutor de aterramento, a haste, o conector cabo/haste e a massa de calafetar
envolvendo as conexões. Sendo vedado o compartilhamento destas caixas e eletrodutos por
outros equipamentos, acessórios e condutores que não fazem parte do sistema de aterramento.

Materiais padronizados

 No item 12 e em seus subitens, são descritos os materiais a serem utilizados nas instalações.

Notas Complementares

 Afirma que em qualquer tempo e sem necessidade de aviso prévio, esta Norma poderá sofrer
alterações. Ressalta que os interessados deverão, periodicamente, consultar a Concessionária.
 Os casos não previsto e/ou específico deverão ser encaminhados à Concessionária (área de
projetos e estudos).

Anexo I tabelas

Tabela 5- Fatores de multiplicação de demanda em função do número de apartamentos


residenciais da edificação (f)
Tabela 6– Demanda por área para apartamentos residenciais
Tabela 17– Dimensionamento da entrada de serviço de edificação de Múltiplas Unidades
Consumidoras – ramal de ligação aéreo – 220/127V

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Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

TABELA 17: DIMENSIONAMENTO DA ENTRADA DE SERVIÇO DE EDIFICAÇÃO DE MÚLTIPLAS UNIDADES CONSUMIDORAS – RAMAL DE LIGAÇÃO AÉREO – 220/127V
Proteção Poste (5 ou 7 metros
condutores Pontalete
(A) de altura)

(cobre
e

Disjuntor Termomagnético (Norma

Poste aço galvanizado quadrado


Poste tubo aço galvanizado ( ᴓ -
Multiplex

Eletroduto de aço galvanizado (mm)


embutido

embutido

Haste para aterramento aço/cobre


subterrâneo (cobre PVC 70◦)

Fixação embutido na parede


XLPE/EPR/HEPR 90◦C)
Demanda (kW)

ligação

Fixação com parafuso


entrada

entrada

Aterramento (cobre)

Poste DT (dAN)
de

subterrâneo
de

de
n◦ de fases

(alumínio)
n◦ de fios

Ramal

Ramal

Ramal

(mm)
IEC)

mm)
4 3 0,00 < D ≤ 24,00 3x1x10+10 3#10(10) 3#10(10) 10 *H16x2400 40 1x32 150 80 80x80 50 50
4 3 24,00 < D ≤ 30,00 3x1x16+16 3#10(10) 3#10(10) 10 *H16x2400 50 1x32 150 80 80x80 50 50
4 3 30,00 < D ≤ 42,00 3x1x25+25 3#25(25) 3#16(16) 10 *H16x2400 70 1x40 150 100 90x90 50 50
4 3 42,00 < D ≤ 58,00 3x1x35+35 3#35(35) 3#25(25) 16 *H16x2400 100 1x50 300 100 90x90 50 50
4 3 58,00 < D ≤ 75,00 3x1x70+70 3#70(35) 3#50(35) 25/25 *H16x2400 125 1x80 600 - - - -
4 3 75,00 < D ≤ 90,00 3x1x70+70 3#95(50) 3#70(35) 50/35 3H16x2400 150 1x80 600 - - - -
4 3 90,00 < D ≤ 121,00 3x1x120+70 3#150(95) 3#120(70) 50 3H16x2400 200 1x90 600 - - - -
4 3 121,00 < D ≤ 136,00 3x1x120+70 3#185(95) 3#150(95) 50 3H16x2400 225 1x100 600 - - - -
4 3 136,00 < D ≤ 151,00 - 3#240(120) 3#185(95) 50 3H16x2400 250 1x100 - - - - -
4 3 151,00 < D ≤ 181,00 - 2x[3#95(50)] 3#240(120) 50 3H16x2400 300 2x80 - - - - -
4 3 181,00 < D ≤ 211,00 - 2x[3#120(70)] 2x[3#95(50)] 50 3H16x2400 350 2x90/1x100 - - - - -
4 3 211,00 < D ≤ 242,00 - 2x[3#150(95)] 2x[3#120(70)] 50 3H16x2400 400 2x100 - - - - -
4 3 242,00 < D ≤ 272,00 - 2x[3#185(95)] 2x[3#150(95)] 50 3H16x2400 450 2x100 - - - - -

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Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

Notas da Tabela 17
Fator de potência de referência 0.92
1. D= Demanda provável em kW.
2. Condutores e eletrodutos estão dimensionados com valores mínimos.
3. A coluna Ramal de ligação se refere a condutores multiplexados de alumínio XLPE, fase CA,
neutro nu CAL.
4. A coluna Proteção está dimensionada para o limite superior de cada faixa. A proteção a ser
utilizada será calculada em função da demanda de projeto.
5. Os condutores para os ramais de entrada, deverão possuir isolamento do tipo XLPE ou EPR
90◦ C para 0.6/1 kV.
6. Os condutores para os ramais subterrâneos, deverão possuir isolamento do tipo XLPE ou EPR
90◦ C para 0.6/1 kV.
7. O ramal de saída deverá possuir a mesma seção do ramal de entrada.
8. Quando ocorrer o caso do dimensionamento da proteção geral ser menor ou igual que a
proteção de alguma unidade de consumo dentro de um agrupamento de unidades
consumidoras, a mesma deverá ser redimensionada a um valor imediatamente superior a da
unidade, o mesmo critério deverá ser adotado para os condutores.
9. A caixa de medição deverá conter marcação dos números de unidades habitacionais ou lojas.
10. Para bitolas acima de 6mm² é obrigatório o uso de cabos.

Exemplo: Calcular a demanda da edificação de múltiplas unidades consumidoras conforme


equação D= D1+D2 apresentada na NDU 003. A edificação é composta de 30 apartamentos e
cada um com áreas útil de 148 m², cuja demanda individual é 35 kW. Na áreas do condomínio
a demanda levantada via NDU 001 é de demanda de 60 kW.
Calculo de D1
D1= f x a
D1= 23.48 x 3.10
D1= 72.788 kW

D=72.788+60
D= 132.788 kW

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Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

Exemplo de calculo de como utilizar demanda de múltiplas unidades consumidoras:


Primeiro passo determinar a demanda da unidade consumidora tipo (segue tabelas de
terminação das demandas da unidade tipo).

d1 = Demanda de Iluminação e Tomadas, calculada conforme fatores de demanda


CARGAS Potencia Instalada FATOR DE DEM P (kW) d1(kW)
0<P<= 1kW 86 1 0,86
1<P<= 2kW 75 1 0,75
2<P<= 3kW 66 1 0,66
3<P<= 4kW 59 1 0,59
4<P<= 5kW 52 1 0,52
RESIDÊNCIAS 5<P<= 6kW 45 1 0,45
6<P<= 7kW 40 1 0,4
7<P<= 8kW 35 1 0,35
8<P<= 9kW 31 1 0,31
9<P<= 10kW 27 1 0,27
10<P<= 75kW 24 3,568 0,85632
total 13,568 6,01632
TABELA 18: D1- ILUMINAÇÃO E TOMADA

POTÊNCIA POTÊNCIA fator de


fp demanda
(VA) (W) DEMANDA

d1 16960 0,8 13568,00 - 6016,32


d2 1 0,00 70 0,00

d3 4200 0,9 3780,00 100 3780,00 FATOR DE


d4 - - - - - POTENCIA DE 0,92
d5 8600 0,93 7998,00 76 6078,48 REFERÊNCIA

d6 7500 0,85 6375 100 6375

d7 - - - - -
TABELA 19: TODAS AS DEMANDAS DE D1 Á D7

RAMAL DE ATERRA
RAMAL DE DISJUNTOR
ENTRADA MENTO
CATEGORIA LIGAÇÃO TERMOMAGN
DEMANDA EPR/XLPE COBRE
(mm²) ÉTICO (A)
(W) 22249,80 90° (mm²) (mm²)

CONDIÇÕES
DE
DEMANDA FORNECIMEN
(VA) 24184,57 TO T3 3x25+(25) 3x16+(16) 16 80
TABELA 20: CONDIÇÕES DE FORNECIMENTO SEGUNDO NDU-001

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Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

Determinando demanda total de múltiplas unidades consumidoras.

FATOR DE DEMANDA DEMANDA DEMANDA


QUANTIDADE ÁREA (m²)
DEMANDA (W) (W) (VA)
D1 20 109 17,44 2350,00 40984,00 44547,8261
D2 1 - - 22249,80 22249,80 24184,5652
DEMANDA TOTAL (W) 63233,80
TABELA 21: DEMANDA D1+D2 SEGUNDO NDU-003

Determinação das condições de fornecimento para múltiplas unidades consumidoras.

RAMAL DE
RAMAL DE ELETRODUTO DE
ENTRADA
LIGAÇÃO ATERRAMENTO DISJUNTOR AÇO
CONDIÇÕES DE CATEGORIA EMBUTIDO
MULTIPLEX COBRE (mm²) GERAL (A) GALVANIZADO
FORNECIMENTO EPR/XLPE 90°
(mm²) (mm)
(mm²)

52,5<D< 75kW 3x120+(70) 3x120+(70) 95/70 200 90


TABELA 22: DETERMINAÇÃO DE CONDIÇÕES DE FORNECIMENTO SEGUNDO TABELA NDU-003/ ENERGISA-MT(2019).

Prumada

A prumada para circuitos elétricos de um edifício corresponde a um conjunto de meios


físicos, dispostos verticalmente e destinados a instalação de cabos e eletrodutos que vem do
quadro de medidores (no térreo ou subsolo), para parede ou poço de subida aos apartamentos.
A diagrama representativo da prumada mostra a interligação de toda a instalação
contemplando o ponto de conexão com a concessionária, quadro geral, alimentador geral,
centro de medição, caixas de passagem, alimentadores e quadros de distribuição terminal dos
apartamentos.
Sendo que a alimentação dos quadros dos apartamentos é feita pelo piso do andar.

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Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

FIGURA 4: PRUMADA VISTA DE FRENTE, LATERAL E DETALHE (DA ESQUERDA PARA DIREIT,A DE CIMA PARA BAIXO).

FIGURA 5: DETALHE DE ACESSO A PRUMADA. FIGURA 6: ELETRODUTODOS DE PRUMADA


FIXADOS COM FITAS METALICAS. FONTE PROPRIA.

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Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

FIGURA 7: ESQUEMATIZAÇAO DE PRUMADA. FONTE PROPRIA.

FIGURA 8: EXEMPLO DE ESQUEMA DE PROJETO DE PRUMADA. FONTE PROPRIA.

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Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

FIGURA 9: DIAGRAMAÇÃO DA PRUMADA. FONTE PROPRIA.

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Capítulo 10 – Agrupamento de Medições

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Capítulo 11 – Grandezas e unidades utilizadas em iluminação

CAPÍTULO 11

GRANDEZAS E UNIDADES UTILIZADAS


EM ILUMINAÇÃO

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Capítulo 11 – Grandezas e unidades utilizadas em iluminação

Grandezas e unidades utilizadas em iluminação

Introdução

O campo (espectro) das ondas eletromagnéticas visíveis ao olho humano se estende de 380
até 780 nm, ou seja, da cor violeta até o vermelho (fig. 11.1). Dentro do espectro das ondas
eletromagnéticas, ocupa uma pequena faixa de comprimentos de onda (fig. 11.3).

Figura 11.1 - Visibilidade relativa x comprimento de onda.

As ondas eletromagnéticas visíveis de comprimento de onda diferente provocam


percepções (visão) diferentes de objetos e de suas cores. A cor da luz é determinada pelo
comprimento de onda. A cor é, de fato, uma sensação óptica que depende do conjunto de
comprimentos de onda que não é absorvido por um corpo, ou seja, é refletido. A maior sensibilidade
do ser humano é o amarelo-verde, cujo comprimento de onda é de aproximadamente 550 nm. A luz
do sol ou então aquela de uma lâmpada incandescente é o espectro contínuo (luz branca) porque
inclui toda a gama dos comprimentos de onda visíveis (fig. 11.2).

Figura 11.2 - Radiações eletromagnéticas emitidas por uma lâmpada incandescente.

257
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Capítulo 11 – Grandezas e unidades utilizadas em iluminação

O olho é o órgão fisiológico mediante o qual se realizam as sensações de luz e cor. A retina
do olho humano está dotada de elementos fotorreceptores que cumprem distintas funções. Estes
elementos recebem o nome de cones e bastonetes. Os cones e os bastonetes são os órgãos
realmente sensíveis aos estímulos luminosos, sendo os elementos onde se realiza a transformação da
energia luminosa em sensações ou energia nervosa. Os bastonetes são muito sensíveis a luz e quase
insensíveis a cor, isto é, não são seletivos segundo o comprimento de onda. Os cones são muito
sensíveis as cores e quase insensíveis a luz. A missão dos bastonetes é de perceber a maior ou menor
claridade com que estão iluminados os objetos, e a dos cones é a de apreciar as cores dos mesmos.
Na visão da luz do dia ou com suficiente luz artificial clara (visão fotópica) intervém os bastonetes e
cones, ao passo que a visão noturna ou com pouca luz (visão escotópica) intervém essencialmente os
bastonetes. Na visão escotópica (noturna) não se distingue a cor dos objetos, por conseguinte os
objetos nos parecem acinzentados (fig. 11.4).

Figura 11.3 - Espectro das ondas eletromagnéticas.

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Capítulo 11 – Grandezas e unidades utilizadas em iluminação

Figura 11.4 – Sensibilidade fotópica (diurna) e escotópica (noturna) do olho humano.

Grandezas e unidades fotométricas

As principais grandezas e unidades utilizadas em iluminação são:


- Fluxo luminoso (lúmen);
- Rendimento luminoso (lúmen/watt);
- Quantidade de luz (lúmen/s);
- Intensidade luminosa (candela);
- Iluminamento (iluminância) (lux);
- Luminância (candela/m²).

FLUXO LUMINOSO (Φ):

Segundo H. Creder [1] é a potência de radiação total emitida por uma fonte de luz e capaz
de produzir uma sensação de luminosidade através do estímulo da retina ocular.
Em V. A. Moreira [2] fluxo luminoso é a grandeza característica de um fluxo energético,
exprimindo sua aptidão de produzir uma sensação luminosa no ser humano através do estímulo da
retina ocular, avaliada segundo os valores da eficácia luminosa relativa, admitida pela ABNT.
Em Vittorio Re [3] o fluxo luminoso é a quantidade de luz emitida por uma fonte luminosa.
Em J. A. Taboada [4] o fluxo luminoso, como unidade de potência, corresponde a 1/680 W
emitidos no comprimento de onda de 555 nm, na qual a sensibilidade do olho humano é máxima.
Por razões de desenvolvimento histórico (a fotometria começou a ser estabelecida no século XVIII e a
definição de watt luminoso é do século XX) trabalha-se na prática com o lúmen, unidade 680 vezes
menor que o watt luminoso. O fluxo luminoso expressa a maior ou menor capacidade possuída por
um fluxo energético para produzir sensação luminosa.
A medição do fluxo luminoso se dá com a utilização da esfera integradora (processo direto),
ou esfera de Ulbricht, na medição do fluxo luminoso emitido por uma fonte de luz, baseia-se no
princípio enunciado em 1892 por Sumpner. Segundo esse princípio, quando se coloca uma fonte de
luz no interior de uma esfera de paredes brancas perfeitamente difusoras, obtém-se em qualquer

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Capítulo 11 – Grandezas e unidades utilizadas em iluminação

parte da superfície da mesma, uma igual luminância, que será proporcional ao fluxo luminoso total
emitido pela fonte (fig. 11.5).

Figura 11.5 – Esfera integradora na medição de fluxo luminoso.

A unidade do fluxo luminoso é o lúmen (lm), definido como “fluxo luminoso emitido no
interior de um ângulo sólido igual a um esferorradiano, por uma fonte luminosa puntiforme de
intensidade invariável e igual a uma candela (cd), de mesmo valor em todas as direções”. A fig.
11.6 ilustra o conceito de fluxo luminoso. Na prática, não se tem fonte puntiforme, porém, quando
seu diâmetro for menor do que 20% da distância que a separa do ponto em que consideramos o
efeito, ela atua como puntiforme (uma relação de 10:1 é utilizada em trabalhos de maior precisão).

Figura 11.6 – Conceituação de fluxo luminoso e intensidade luminosa.

O radiano é definido como o ângulo plano que corresponde a um arco de circunferência de


comprimento igual ao raio (figura 11.7).
O ângulo denominado ângulo sólido (ω), tendo por vértice o centro da esfera e que é
limitado pelo contorno da área unitária na superfície da esfera, vem a ser 1 esferorradiano (sr). Se
uma fonte luminosa, localizada no centro da esfera de raio unitário, irradiar a mesma intensidade
luminosa de I = 1 cd (candela), cada 1 metro quadrado da superfície da esfera receberá um fluxo
luminoso de Φ = 1 lm (lúmen). Como a superfície S da esfera é igual a 4πr², e r = 1 m, a superfície é
igual a 12,57 m², e o fluxo luminoso que sobre ela incide é igual a 12,57 lm.
260
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Capítulo 11 – Grandezas e unidades utilizadas em iluminação

Figura 11.7 – (a) ângulo plano (radiano); (b) ângulo sólido (esferorradiano).

As tabelas 11.1(a) a 11.1(e) fornecem as características do fluxo luminoso inicial das


lâmpadas incandescentes, fluorescentes, vapor de mercúrio, vapor de sódio e luz mista (fabricação
Philips do Brasil).

(c)

(a)

(d)

(b)
(e)
Tabela 11.1 - a) Lâmpadas incandescentes; b) Lâmpadas fluorescentes; c) Lâmpadas mistas; d) Lâmpadas de vapor de
mercúrio; e) Lâmpadas de vapor de sódio de alta pressão.

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Capítulo 11 – Grandezas e unidades utilizadas em iluminação

INTENSIDADE LUMINOSA (I)

Uma fonte luminosa não emite em geral igual potência luminosa em todas as direções.
Duas fontes luminosas podem ter igual potência e, no entanto, uma delas, numa dada direção, emitir
mais energia que a outra. Para caracterizar esse fenômeno, é necessário distinguir-se, além da
potência, a intensidade luminosa da fonte (I).

Definição: intensidade luminosa é o “limite da relação entre o fluxo luminoso em um


ângulo sólido em torno de uma direção dada e o valor desse ângulo sólido, quando esse ângulo
sólido tende para zero”; (I=dΦ/dω) (fig. 11.8).

Figura 11.8 – Representação gráfica da definição de intensidade luminosa.

A unidade de intensidade é a candela (cd), e corresponde à “intensidade luminosa, na

direção perpendicular a uma superfície plana de área igual a 1/600000m2, de um corpo negro, à

temperatura de solidificação da platina (1773 oC), sob pressão de 101325 N/m2 (figura 9). O nome
candela substitui os antigos nomes “vela internacional” e “vela nova” (para fins práticos, os valores
das antigas “vela internacional” e “vela nova” podem ser tomados como iguais ao da candela).

O padrão internacional da intensidade luminosa, atualmente


adotado, baseia-se na luminância do corpo negro à temperatura de
solidificação da platina e está indicado na figura 11.9. A massa de platina
é aquecida por indução com radiofrequência. Para a medida fotométrica
é utilizado o esquema desse radiador integral (fig. 11.9), na temperatura
de solidificação da Platina (2046 °K), sob pressão de 101325 N/m².
Na figura 11.9 tem-se:
1 – Cavidade radiador de óxido de tório;

Figura 11.9 – Padrão primário de 2 – Cadinho;


intensidade luminosa.

262
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Capítulo 11 – Grandezas e unidades utilizadas em iluminação

3 – Massa de platina.
Os fabricantes de luminárias e lâmpadas, em seus catálogos, apresentam a curva de
distribuição luminosa (CDL). Trata-se de um diagrama polar no qual se considera a lâmpada
ou a luminária reduzida a um ponto no centro do diagrama e se representa a intensidade luminosa
nas várias direções por vetores cujos módulos são proporcionais às intensidades, e partindo do
centro do diagrama. A curva obtida ligando-se as extremidades desses vetores é a curva de
distribuição luminosa ou curva fotométrica. As figuras 11.10a e 11.10b apresentam o aspecto de
sólidos fotométricos.

(a) (b)
Figura 11.10 – Sólidos fotométricos

Quando a fonte de luz realiza uma distribuição espacialmente uniforme, a superfície


fotométrica é uma esfera. O sólido fotométrico, sendo espacial, não pode ser representado
diretamente sobre um plano, isto é, em um diagrama de duas dimensões. Para tanto, adotam-se
projeções dessas superfícies em um plano. Pode-se traçar curvas fotométricas horizontais
(fig.11.11a) e verticais (fig. 11.11b) de uma fonte luminosa, cujos planos passam pelo centro da
fonte luminosa. A ABNT define curva fotométrica ou curva de distribuição de intensidade luminosa
do seguinte modo: “curva, geralmente polar, que representa a variação da intensidade luminosa
de uma fonte segundo um plano passando pelo centro, em função da direção”.
Na figura 11.12 mostram-se exemplos de curvas fotométricas. Em geral, na representação
polar, costuma-se referir os valores de intensidade luminosa em relação a um fluxo luminoso emitido
pela lâmpada de 1000 lm. Caso o fluxo luminoso da lâmpada seja diferente deste valor, multiplica-se

263
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Capítulo 11 – Grandezas e unidades utilizadas em iluminação

o valor obtido no gráfico


pelo fator de correção

Figura 11.11 – Curvas fotométricas planas: (a) e (b) horizontais; (c) e (d) verticais.

correspondente. Por exemplo, se o fluxo luminoso da lâmpada for de 2500 lm, o fator será 2,5.

Figura 11.12 – Curvas fotométricas verticais (lâmpada incandescente e lâmpada fluorescente).

A figura 11.13 mostra a curva fotométrica de uma lâmpada de vapor de mercúrio de alta
pressão (linha tracejada) e a mesma lâmpada juntamente com a luminária (linha cheia). A presença
da luminária direciona e concentra o fluxo luminoso em direção a parte inferior da luminária
(iluminação direta).

264
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Capítulo 11 – Grandezas e unidades utilizadas em iluminação

Figura 11.13 – Curva fotométrica vertical: lâmpada vapor de mercúrio (linha tracejada) e luminária.

A figura 11.14 mostra uma curva fotométrica vertical de uma luminária especial para
iluminação pública com lâmpadas incandescentes de 60 a 300W.

Figura 11.14 – Curva fotométrica vertical: valores para 1000 lm da lâmpada tomados na direção do eixo da rua; θ=90°.

A figura 11.15 mostra uma luminária industrial para uso com lâmpadas de vapor de
mercúrio. Os valores mostrados na curva estão referidos a Cd/1000 lumens. Se considerarmos a
utilização de uma lâmpada vapor de mercúrio de 400W, em que o fluxo luminoso é de 20500 lumens,
a curva deverá ser corrigida utilizando-se um fator de correção de 20,5.

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Capítulo 11 – Grandezas e unidades utilizadas em iluminação

Figura 11.15 – Curva de distribuição luminosa em candelas/1000 lumens, para a luminária Philips HDK453.

A figura 11.16 mostra a curva de distribuição fotométrica para a luminária Philips TCS 029
TV para duas lâmpadas fluorescente.

Figura 11.16 – Curvas de distribuição fotométrica/1000 lm (luminária Philips TCS 029 TV).

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Capítulo 11 – Grandezas e unidades utilizadas em iluminação

QUANTIDADE DE LUZ

Quantidade de luz (Q) é a quantidade de energia radiante, avaliada de acordo com a sua
capacidade de produzir sensação visual. A unidade correspondente é o lúmen-segundo (lm.s), que é
a “quantidade de luz, durante 1 s, de um fluxo luminoso uniforme e igual a 1 lúmen”.

EFICIÊNCIA LUMINOSA

Eficiência luminosa (η) de uma fonte luminosa é a relação entre o fluxo luminoso total
emitido pela fonte e a potência por ela absorvida:

A tabela 11.2 fornece alguns valores de eficiência luminosa com base nos dados da tabela
11.1.

Eficiência luminosa
Tipo de lâmpada
(lm/W)
Lâmpada incandescente 10,75 – 18,8
Lâmpada mista 18,75 – 27
Lâmpada fluorescente 50 – 69,09
Lâmpada vapor de mercúrio 48 – 50
Lâmpada vapor de sódio 100 - 130

Tabela 11.2 – Eficiência luminosa (lm/W) alguns tipos de lâmpadas (fabricante Philips).

ILUMINÂNCIA (anteriormente chamada de iluminamento)

Iluminância (E) é o “fluxo luminoso incidente por unidade de área iluminada”. A iluminância
de uma superfície plana, de área igual a 1 m2 que recebe, na direção perpendicular, um fluxo
luminoso igual a 1 lúmen, uniformemente distribuído, é a densidade superficial de fluxo luminoso
recebido. A unidade brasileira de iluminância é o lux (lx). Em unidades inglesas, a iluminância é
medida em footcandless, que equivale aproximadamente a 10 lux ou 1 ftc=10,76 lx.

A iluminância (iluminamento) calculada por E=Φ/S corresponde, na prática, a um valor


médio, porque o fluxo luminoso não se distribui uniformemente sobre a superfície. Além da
iluminância média, às vezes se considera a iluminância num ponto da superfície iluminada. Esta
consideração pode ser feita quando a fonte de luz é pontual, isto é, de dimensões muito pequenas
267
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Capítulo 11 – Grandezas e unidades utilizadas em iluminação

em comparação com a distância da superfície, e não se aplica a aparelhos grandes ou a superfícies de


luminárias e tetos luminosos, cuja expressão é dada por:

Sendo: (I) a intensidade luminosa dada em candelas; e d a distância em (m).

Tabela 11.17 – Unidade de iluminância (lx)

Se a incidência de luz for oblíqua, a iluminância é calculada por:

Sendo: h = distância perpendicular da superfície a fonte de luz; e θ = ângulo de incidência


da luz formado com a perpendicular da superfície.

A tabela 11.3 fornece alguns exemplos de níveis de iluminância.

Exemplos de iluminâncias Iluminância (lx)


Dia ensolarado de verão em local aberto 100.000 lx
Dia encoberto de verão 20.000 lx
Dia escuro de inverno 3000 lx
Boa iluminação de trabalho interno 1000 lx
Boa iluminação de rua 20 – 40 lx
Noite de lua cheia 0,25 lx
Luz das estrelas 0,01 lx

Tabela 11.3 – Alguns exemplos de iluminâncias (iluminamento).

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Capítulo 11 – Grandezas e unidades utilizadas em iluminação

Curva de isolux: “Linha, traçada em um plano, referida a um sistema de coordenadas


apropriada, ligando pontos, de uma superfície, que têm iluminância igual”. Um conjunto de curvas
isolux forma um diagrama de isolux de grande importância em luminotécnica (figura 11.18).

Figura 11.18 – (a) e (b) Luminária HRP 582; (c) Curva de isolux relativas num plano com lâmpada vapor de mercúrio de 400 W.

REFLETÂNCIA

Refletância (fator de reflexão) (ρ) é a relação entre o fluxo luminoso refletido por uma
superfície (ΦR) e o fluxo luminoso (ΦI) incidente sobre ela:

O valor da refletância é normalmente dado em percentagem. Essa refletância corresponde a


um valor médio dentro de todo o espectro visível. Para a determinação da refletância aproximada de
superfícies, o seguinte procedimento deve ser executado (fig. 11.19):

269
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Capítulo 11 – Grandezas e unidades utilizadas em iluminação

a) Condições para a leitura do fotômetro:

- Papel branco fosco encostado à superfície da parede


(dimensões 30 x 30 cm);
- Fotômetro afastado 7,5cm da superfície e com a célula
voltada para a parede.

b) Determinação da refletância:

- Leitura feita com o papel branco fosco (ex. 1000 lx);


- Leitura retirando-se o papel branco fosco (ex. 250 lx);
- Determinação da refletância da superfície:
(250/1000) x 0,75 = 0,19 ou 19%;
Figura 11.19 - Procedimento para cálculo de refletância. (A refletância aproximada de um papel branco fosco é
de 75%).

O fator de reflexão é bastante utilizado no método de cálculo de iluminação utilizando-se o


método dos lúmens.

LUMINÂNCIA

A luminância de uma superfície em uma determinada direção é a relação entre a intensidade


luminosa (Cd) naquela direção e a superfície aparente (superfície vista pelo observador situado na
mesma direção).
A fórmula que expressa a luminância é:

Sendo S.cosα a superfície aparente.

A luminância de superfícies iluminadas tais como áreas internas ou pavimentação de vias


públicas, é medida em Nits (nt).

Para o uso em fontes de luz, usa-se uma unidade maior, mais adequada, que é o Stilb (sb).

270
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Capítulo 11 – Grandezas e unidades utilizadas em iluminação

A tabela 11.4 resume a equivalência entre as unidades de luminância.

Cd/cm2 (sb) Cd/m2 fL (footLambert)


1 cd/m2 10-4 1 0,292
1 cd/cm2 1 104 2920
1 fL 3,42x10-4 3,42 1

Tabela 11.4 – Equivalência entre as unidades de luminância.

A luminância será máxima quando o olho se encontrar perpendicular à superfície luminosa. A


luminância pode ser direta ou indireta, sendo que a primeira corresponde às fontes luminosas e a
segunda aos objetos iluminados.

Figura 11.20 – Esq. Luminância direta de uma superfície luminosa; Dir. luminância indireta de uma superfície iluminada.

A luminância produz no órgão visual a sensação de claridade, pois a luz não será visível até
que seja refletida pelos corpos. A maior ou menor claridade com que vemos os objetivos igualmente
iluminados, depende de sua luminância. Este efeito pode ser observado na figura 21, onde o livro e a
mesa têm a mesma iluminância, porém o livro é visto com mais claridade porque a sua luminância é
maior que a luminância da mesa.

Sol 150000 Cd/cm²


Lua 0,25 Cd/cm²
Lâmpada incandescente clara 100 a 200 Cd/cm²
Lâmpada de sódio de alta pressão 400W 500 Cd/cm²
Papel branco com iluminância de 1000 lux 250 Cd/cm²
Chama de vela 0,7
Céu claro 0,2 – 1,2
Céu encoberto 0,1 – 0,6

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Capítulo 11 – Grandezas e unidades utilizadas em iluminação

Tabela 11.5 - Valores aproximado de luminância.

Figura 11.21 – Superfície com igual iluminância: o livro representa maior luminância do que a mesa.

A medida da luminância se realiza por meio de um instrumento especial denominado de


luminanciômetro de construção similar ao luxímetro. A tabela 11.6 resume as principais grandezas e
unidades luminosas.

Grandeza Símbolo Unidade Definição da unidade Relações


Fluxo emitido em um ângulo sólido
unitário por uma fonte luminosa com
Fluxo luminoso Φ Lúmen (lm) Φ=I.ω
uma intensidade luminosa de
uma Candela (Cd).
Fluxo luminoso emitido por unidade
Rendimento luminoso η Lumens/Watts η= Φ/W
de potência
Fluxo luminoso emitido por unidade
Quantidade de luz Q Lúmen por segundo (lm.s) Q=Φ.t
de tempo
1/60 da intensidade luminosa por
cm2 do corpo negro a uma
Intensidade luminosa I Candela (Cd) I=Φ/ω
temperatura de fusão da platina
(2048 °K)
Fluxo luminoso de 1 lúmen recebido
Iluminância E Lux (lx) E= Φ/S
por uma superfície de 1 m2
Intensidade luminosa de uma
Luminância L Candela/m² ou Candela/cm² L=I/S
Candela por unidade de superfície

Tabela 11.6 – Grandezas e unidades luminosas fundamentais,

Projeto de iluminação interna

Requisitos da iluminação:

Os requisitos da instalação de iluminação dependem principalmente do tipo de trabalho a ser


executado no recinto em questão. O ponto de partida de cada projeto de iluminação será, portanto,
sempre o próprio espaço – seus detalhes de construção, sua finalidade, o trabalho a ser iluminado e
a tarefa visual envolvida.

a) Interiores (de trabalho)


272
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Capítulo 11 – Grandezas e unidades utilizadas em iluminação

Objetivo principal: fornecer boas condições visuais no plano de trabalho. Um objetivo


adicional deverá ser a criação de um ambiente visual completo, proporcionando uma influência
positiva no desempenho e bem-estar dos ocupantes.

b) Interiores (residenciais)
Em salas de uso diário normal, a estética e o conforto visual da iluminação são fatores
predominantes, para os quais somente uma orientação geral poderá ser dada. Quando tarefas
visuais severas devam ser executadas em determinados ambientes, os requisitos de iluminação para
ambientes de trabalho deverão ser considerados.

c) Áreas de circulação
Em corredores, passagens e escadas, a iluminação é principalmente voltada para a
orientação e a segurança.

d) Áreas de trabalho externas


Para áreas de trabalho externas, conjugadas a uma área interna iluminada (p.ex. o pátio de
um posto de combustível), o iluminamento externo deverá ser similar ao do interno dependendo da
extensão das circunstâncias.

Escolha do sistema de iluminação

Uma análise do ambiente a ser iluminado e a tarefa visual a ser executada, determina a
escolha do sistema de iluminação a ser usado e a posição e distribuição das luminárias. Os sistemas
de iluminação mais comuns proporcionam:

- Iluminação geral: A iluminação geral é obtida colocando-se um número de luminárias em


uma distribuição mais ou menos regular sobre a área total do teto. O resultado é um iluminamento
horizontal de um certo nível médio e de um certo grau de uniformidade. Utiliza-se a iluminação geral
em ambientes onde não existem locais de trabalhos fixos.

- Iluminação direcional: Este termo é usado para descrever uma iluminação na qual a luz
incida predominantemente de uma direção preferida; geralmente por meio de uma distribuição
especial de luminárias com lâmpadas fluorescentes espelhadas ou pelo uso de luminárias tipo “spot”
com facho aberto. Este tipo de iluminação é muito usado em: exposição; para criar sombras sobre
materiais, iluminar superfícies que funcionam como fontes de luz, etc.

- Iluminação localizada: Em certos casos poderá ser vantajoso concentrar luminárias em uma
certa área do teto, para produzir um iluminamento suficientemente elevado nos locais de principal
interesse. Este tipo de iluminação é útil para áreas restritas de trabalho em fábricas.

- Iluminação local: Este tipo de iluminação é produzido colocando-se as luminárias perto da


tarefa visual, de maneira a iluminar somente uma área muito pequena. Esta iluminação é
complementada por um dos outros sistemas de iluminação (p.ex. iluminação geral).

É recomendada quando:

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Capítulo 11 – Grandezas e unidades utilizadas em iluminação

- O trabalho envolve tarefas visuais muito criteriosas;

- A visão de forma e textura exige que a luz incida de uma determinada direção;

- A iluminação geral, devido a obstruções, não atinge certas áreas;

- Iluminâncias maiores são necessárias para o benefício de operários mais idosos ou


operadores com desempenho visual reduzido;

- O requisito é de se obter uma iluminação de natureza visual confortável em interiores


normalmente não usados para trabalhos.

Métodos de cálculo de iluminação

Utilizados para determinar o número de luminárias (fontes de luz) necessárias para produzir
determinado iluminamento:

- Pelo método dos lúmens;


- Pelo método das cavidades zonais;
- Pelo método do ponto por ponto;
- Pela carga mínima exigida por normas.

A primeira etapa a ser seguida no projeto luminotécnico consiste na escolha da iluminância


do local. Seleção da iluminância é realizada seguindo os níveis recomendados segundo a ABNT NBR
ISO/CIE 8995-1:2013 encontrado na seção 5 (Tabela 11.7).

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Capítulo 11 – Grandezas e unidades utilizadas em iluminação

Tabela 11.7 - Planejamento dos ambientes (áreas), tarefas e atividades com a especificação da iluminância, limitação de ofuscamento e
qualidade da cor.

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Capítulo 11 – Grandezas e unidades utilizadas em iluminação

Continuação da Tabela 11.7 - Planejamento dos ambientes (áreas), tarefas e atividades com a especificação da iluminância, limitação de
ofuscamento e qualidade da cor.

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Capítulo 11 – Grandezas e unidades utilizadas em iluminação

Continuação da Tabela 11.7 - Planejamento dos ambientes (áreas), tarefas e atividades com a especificação da iluminância, limitação de
ofuscamento e qualidade da cor.

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Capítulo 11 – Grandezas e unidades utilizadas em iluminação

Continuação da Tabela 11.7 - Planejamento dos ambientes (áreas), tarefas e atividades com a especificação da iluminância, limitação de
ofuscamento e qualidade da cor.

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Capítulo 11 – Grandezas e unidades utilizadas em iluminação

Continuação da Tabela 11.7 - Planejamento dos ambientes (áreas), tarefas e atividades com a especificação da iluminância, limitação de
ofuscamento e qualidade da cor.

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Capítulo 11 – Grandezas e unidades utilizadas em iluminação

Continuação da Tabela 11.7 - Planejamento dos ambientes (áreas), tarefas e atividades com a especificação da iluminância, limitação de
ofuscamento e qualidade da cor.

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Capítulo 11 – Grandezas e unidades utilizadas em iluminação

Continuação da Tabela 11.7 - Planejamento dos ambientes (áreas), tarefas e atividades com a especificação da iluminância, limitação de
ofuscamento e qualidade da cor.

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Continuação da Tabela 11.7 - Planejamento dos ambientes (áreas), tarefas e atividades com a especificação da iluminância, limitação de
ofuscamento e qualidade da cor.

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Continuação da Tabela 11.7 - Planejamento dos ambientes (áreas), tarefas e atividades com a especificação da iluminância, limitação de
ofuscamento e qualidade da cor.

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Continuação da Tabela 11.7 - Planejamento dos ambientes (áreas), tarefas e atividades com a especificação da iluminância, limitação de
ofuscamento e qualidade da cor.

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Continuação da Tabela 11.7 - Planejamento dos ambientes (áreas), tarefas e atividades com a especificação da iluminância, limitação de
ofuscamento e qualidade da cor.

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Conclusão da Tabela 11.7 - Planejamento dos ambientes (áreas), tarefas e atividades com a especificação da iluminância, limitação de
ofuscamento e qualidade da cor.

As tabelas acima estão organizadas da seguinte maneira:


Coluna 1: Lista de ambientes (áreas), tarefas ou atividades
Coluna 2: Iluminância mantida (Em, lux)
Coluna 3: Índice limite de ofuscamento unificado (UGRL)
Coluna 4: Índice de reprodução de cor mínimo (Ra)
Coluna 5: Observações

A iluminância (iluminamento) é obtida em função da atividade desempenhada no recinto. A


iluminância é considerada no plano de trabalho, normalmente convencionado a 0,8 m do nível do
solo ou piso.

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Capítulo 11 – Grandezas e unidades utilizadas em iluminação

Caso se necessite para o desenvolvimento de um determinado projeto industrial, das


iluminâncias específicas para cada setor da instalação, utiliza-se a iluminância por classes de tarefas
visuais descritas nas tabelas 9 e 10. Na tabela 9, a NBR-5413 da ABNT divide as atividades em três
faixas: A, B e C e cada faixa com três grupos de iluminâncias conforme o tipo de atividade, e os
fatores determinantes da tabela 10.
A iluminância é considerada no plano de trabalho, normalmente convencionado a 80 cm do
nível do solo (piso).

Iluminância Tipo de atividade


(lx)
20
30 Áreas públicas, com arredores escuros.
Faixa A: Iluminação 50
geral para áreas 50
usadas 75 Orientação simples para permanência curta.
interruptamente ou
100
com tarefas visuais
simples 100
150 Recinto não usado para trabalhos contínuos, depósitos.
200
200
Tarefas com requisitos visuais limitados: trabalho bruto
300
de maquinaria, escritórios.
500

Faixa B: Iluminação 500


Tarefas com requisitos visuais normais: trabalho médio
geral para área de 750
de maquinaria, escritórios.
trabalho 1000
1000
Tarefas com requisitos especiais: gravação manual,
1500
inspeção industrial de roupas, etc.
2000

2000
Tarefas visuais exatas e prolongadas: relógios, eletrônica
3000 de tamanho pequeno, etc.
5000
Faixa C: Iluminação
5000
adicional para Tarefas visuais muito exatas: montagem de
tarefas visuais 7500
microeletrônica, etc.
difíceis 10000
10000
15000 Tarefas visuais muito especiais: cirurgia, etc.
20000

Tabela 11.8 – Iluminâncias para cada Grupo de Tarefas Visuais (lux)

Característica da tarefa e do Peso


observador -1 0 +1
Idade Inferior a 40 anos 40 a 55 anos Superior a 55 anos
Velocidade e precisão Sem importância Importante Crítica
Refletância do fundo da tarefa Superior a 70% 30 a 70% Inferior a 30%

287
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Capítulo 11 – Grandezas e unidades utilizadas em iluminação

Tabela 11.9 - Fatores determinantes da iluminância adequada.


A escolha da iluminância específica para cada atividade é feita com o auxílio das tabelas 9 e
10, do seguinte modo:
- Analisa-se a característica da tarefa e escolhe-se o seu peso (tabela 11.9);
- Somam-se os valores encontrados, algebricamente, considerando o sinal;
- Quando o valor final for –2 ou –3, usa-se a iluminância mais baixa do grupo; a iluminância
superior do grupo é usada quando a soma for +2 ou +3, nos outros casos usa-se o valor médio.

Exemplo de uso das tabelas 11.8 e 11.9:

Exemplo 1:
Deseja-se realizar a iluminação de uma oficina de inspeção de aparelhos de TV, ocupada por
pessoas de menos de 40 anos de idade, a velocidade e a precisão são importantes e a refletância do
fundo da tarefa é de 80%.
Somatório dos pesos: idade=-1; velocidade e precisão=0, refletância do fundo da tarefa=-1.
Total = -2; utiliza-se a iluminância mais baixa do grupo, ou seja, 1000 lux (Faixa B, tarefas
com requisitos especiais).

Exemplo 2:
Iluminação de uma sala de costura, ocupada por pessoas com mais de 40 anos de idade, a
velocidade e a precisão são importantes e a refletância do fundo da tarefa pode ser inferior a 30%.
Somatório dos pesos: idade=+1; velocidade e precisão=0; refletância do fundo da tarefa=+1.
Total = +2; utiliza-se a iluminância superior do grupo, ou seja, 1000 lux (Faixa B, tarefas com
requisitos visuais normais).

Exemplo 3:
Quer-se iluminar um escritório com as seguintes características:
- Comprimento: 10 m; - largura: 5m; - altura (pé direito): 3m; - paredes e tetos brancos; -
luminária: 4 lâmpadas fluorescentes de 40W, branca fria, luz direta sem difusor;

O escritório é frequentado por pessoas com idade entre 40 e 55 anos, a velocidade e precisão
sem importância e a refletância de fundo é de 80%.

Solução:
Faixa B (iluminação geral para áreas de trabalho): 200 a 2000 lux;
Idade: 40 a 55 anos
Peso = 0;
Velocidade e precisão sem importância: peso = -1;
Refletância do fundo da tarefa: superior a 70% = -1;

TOTAL = -2.

288
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Capítulo 11 – Grandezas e unidades utilizadas em iluminação

Na faixa B, tarefas com requisitos visuais limitados (trabalho médio de maquinaria,


escritórios), faixa inferior = 500 lux.

289
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Capítulo 12 – Cálculo de iluminação

CAPÍTULO 12

CÁLCULO DE ILUMINAÇÃO

290
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Capítulo 12 – Cálculo de iluminação

Cálculo de iluminação

Método dos lúmens

Etapas a serem seguidas:

– Seleção da iluminância;
– Escolha da luminária;
– Determinação do índice do local;
– Determinação do coeficiente de utilização
– Determinação do fator de depreciação;
– Fluxo total e número de luminárias.

Seleção da iluminância

Segundo os níveis recomendados segundo a ABNT NBR ISSO/CIE 8995-1:2013, em sua Seção
5. A iluminância (iluminamento) é obtida em função da atividade desempenhada no recinto. A
iluminância é considerada no plano de trabalho, normalmente convencionado a 0,8 m do nível do
solo ou piso.

Escolha das luminárias:

Esta etapa depende de diversos fatores, tais como:


- Objetivos da instalação (comercial, industrial, residencial, etc.);
- Fatores econômicos;
- Razões de decoração;
- Facilidade de manutenção, etc.

Nesta etapa é indispensável à consulta de catálogos de fabricantes (fig. 12.1).

Determinação do índice do local:

Este índice relaciona as dimensões do recinto: comprimento, largura e altura de montagem,


ou seja, altura da luminária em relação ao plano de trabalho.

( )

Onde:
c – comprimento do local;
l – largura do local;
hm – altura de montagem da luminária (distância da fonte de luz ao plano de trabalho).

291
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Capítulo 12 – Cálculo de iluminação

Índice de reflexão - OA
Teto (%) 70 50 30
Parede
50 30 10 50 30 10 30 10
(%)
Piso(%) 10 10 10

k Fator de utilização
0,6 0,39 0,33 0,29 0,38 0,33 0,29 0,33 0,29
0,8 0,47 0,41 0,36 0,46 0,4 0,36 0,4 0,36
1 0,53 0,46 0,42 0,51 0,46 0,41 0,45 0,41
1,25 0,58 0,52 0,48 0,56 0,51 0,47 0,5 0,47
1,5 0,62 0,57 0,52 0,61 0,56 0,52 0,55 0,51
2 0,68 0,64 0,6 0,67 0,62 0,59 0,61 0,58
2,5 0,72 0,68 0,64 0,7 0,67 0,63 0,65 0,63
3 0,75 0,71 0,68 0,73 0,7 0,67 0,69 0,66
4 0,79 0,76 0,73 0,77 0,74 0,72 0,73 0,71
5 0,81 0,78 0,76 0,79 0,77 0,75 0,75 0,74

Fluorescente Tubular
Corpo: Chapa de aço tratada e pintada
Facetado em alumínio anodizado e brilhante de alta refletância e alta
Refletor:
pureza 99,85%
Tipo push-in G-13 de engate rápido e rotor de segurança em
Soquete:
policarbonato e contatos em bronze fosforoso
Instalação: Sobrepor

Figura 12.1 – Dados da Luminária Intral, tipo OA.

Para encontrar o coeficiente de utilização são necessárias as refletâncias dos tetos, paredes e
pisos, conforme tabela 12.1.

Índice Reflexão Significado


1 10% Superfície escura
3 30% Superfície média
5 50% Superfície clara
7 70% Superfície branca

Tabela 12.1 - Índices de reflexão.

O índice de refletância 551 (TePaPi) significa que: O teto possui superfície clara (5); a parede
possui superfície clara (5) e o piso é escuro (1).

O coeficiente de utilização depende do tipo e das características inerentes a cada luminária e


são fornecidos pelo fabricante da mesma.

292
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Capítulo 12 – Cálculo de iluminação

Considere o seguinte exemplo:


Um recinto de dimensões de 3m x 4m, pé direito de 2,70m e luminária fixada no teto. A
luminária escolhida é o modelo TMS 500 da Philips, para uma lâmpada fluorescente de 16W. Índice
do local:

( )( )

Consultando os dados da luminária (figura 12.2a) tem-se: µ=0,42 (valor interpolado)

Determinação do fator de depreciação:

Este fator, também chamado de fator de manutenção, relaciona o fluxo emitido no fim do
período de manutenção da luminária e o fluxo luminoso inicial da mesma.

(a) (b)

Figura 12.2 – (a) Luminária p/ lâmpada fluorescente 1x16W (Philips); (b) Luminária p/ 2 lâmpadas PLs de 11W (Philips).

Período de manutenção
Tipo de Ambiente (horas)
2500 5000 7500
Limpo 0,95 0,91 0,88
Normal 0,91 0,85 0,80
Sujo 0,80 0,66 0,57

Tabela 12.2 - Fator de depreciação.

293
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Capítulo 12 – Cálculo de iluminação

Fluxo total e número de luminárias:

Utiliza-se as seguintes fórmulas:

Onde:
Φ - Fluxo luminoso total (lúmens);
S - Área do recinto (m²);
E - Nível de iluminância (lux);
µ - Fator de utilização ou coeficiente de utilização;
d - Fator de depreciação;
n - Número de luminárias;
φ - Fluxo por luminária (lúmens).

O espaçamento entre luminárias deverá ser realizado de acordo com a figura 12.3, na qual
apresenta-se o espaçamento máximo entre luminárias em função do tipo de iluminação.

Tabela 12.3 – Espaçamento das luminárias entre si com relação à altura de montagem.

294
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Capítulo 12 – Cálculo de iluminação

A tabela 12.3 fornece o fator de utilização (µ) em função da refletância do teto, parede e
piso, e do índice do local. Trata-se de luminárias da Philips (extraído do livro: Instalações Elétricas; J.
Niskier e A.J. Macintyre).

Tabela 12.3 – Fatores de utilização (µ), luminárias Philips.

295
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Capítulo 12 – Cálculo de iluminação

Continuação da Tabela 12.3 – Fatores de utilização (µ), luminárias Philips.

296
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Capítulo 12 – Cálculo de iluminação

Continuação da Tabela 12.3 – Fatores de utilização (µ), luminárias Philips.

297
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Capítulo 12 – Cálculo de iluminação

Continuação da Tabela 12.3 – Fatores de utilização (µ), luminárias Philips.

298
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Capítulo 12 – Cálculo de iluminação

Continuação da Tabela 12.3 – Fatores de utilização (µ), luminárias Philips.

299
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Capítulo 12 – Cálculo de iluminação

Continuação da Tabela 12.3 – Fatores de utilização (µ), luminárias Philips.

300
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Capítulo 12 – Cálculo de iluminação

Continuação da Tabela 12.3 – Fatores de utilização (µ), luminárias Philips.

301
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Capítulo 12 – Cálculo de iluminação

Continuação da Tabela 12.3 – Fatores de utilização (µ), luminárias Philips.

Método das cavidades zonais

Este método, bem como o método dos lúmens, fundamenta-se na teoria da transferência de
fluxo, nos quais admitem-se superfícies uniformes, refletindo o fluxo luminoso de modo
perfeitamente difuso, resultando em cálculos mais precisos. Este método só se justifica quando
aplicado a instalações de alto padrão técnico, em que se exige maior precisão de cálculos.

O método das cavidades zonais estabelece que, se uma superfície A emite ou reflete um
fluxo de modo completamente difuso, parte deste fluxo é recebido por uma superfície B. A
percentagem do fluxo total emitido por A que é recebido por B é chamada fator de forma de B em
relação a A. Um recinto que se quer iluminar é constituído por paredes, teto e chão, que atuam como
superfícies refletoras do fluxo emitido pela fonte luminosa; estas superfícies recebem o nome de
cavidades zonais.
302
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Capítulo 12 – Cálculo de iluminação

Neste método, a iluminância é dada pela expressão:

Ou, alternativamente, o fluxo luminoso é dado por:

Sendo:

E - Iluminamento em lux;
Φ - Fluxo total em lúmens;
µ - Coeficiente de utilização;
FPL - Fator de perdas de luz (método das cavidades zonais);
S - Área do recinto em metros quadrados.

Os valores das cavidades podem alterar substancialmente o nível do fluxo luminoso que
chega ao plano de trabalho. São consideradas as seguintes cavidades:

Cavidade do teto (CT): representa o espaço existente entre o plano das luminárias e o teto.
Para luminárias no forro, por exemplo, a cavidade do teto é o próprio forro.

Cavidade do recinto ou do ambiente (CR): é o espaço entre o plano das luminárias e o plano
de trabalho, geralmente considerado a 0,80 m do piso. A cavidade do recinto é igual à altura útil da
luminária.

Cavidade do piso (CC): representa o espaço existente entre o plano de trabalho e o piso.
Quando se quer determinar o iluminamento médio na superfície do piso, a cavidade do piso é o
próprio chão. A figura 12.3 indica as três cavidades descritas anteriormente.

Figura 12.3 – Método das cavidades zonais.


303
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Capítulo 12 – Cálculo de iluminação

No método das cavidades zonais a razão da cavidade expressa as dimensões das cavidades às
do recinto. Assim, tem-se:

Razão da cavidade do recinto:

( )

Sendo:

hR - Altura da cavidade do recinto em metros;


C - Comprimento do recinto em metros;
L - Largura do recinto em metros.

Razão da cavidade do teto:

( )

Sendo:

HT - Altura da cavidade do recinto em metros.

Razão da cavidade do chão:

( )

Sendo:

HC - Altura da cavidade do recinto em metros.

Se o recinto tiver forma irregular, as expressões anteriores passarão a ser:

( )( )

Aplicável às cavidades do teto, do recinto e do chão.

Refletância efetiva da cavidade piso (ρCP)

É obtida através da combinação das refletâncias percentuais do piso e das paredes, associada
ao valor de RCP, conforme tabela 12.4.

304
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Capítulo 12 – Cálculo de iluminação

Refletância efetiva da cavidade do teto (ρCT)

Semelhante ao item anterior, pode ser obtida na tabela 12.4, porém, utilizando-se o valor de
RCT. Quando as luminárias são fixadas na superfície do teto o valor da refletância da cavidade do teto
é igual à própria refletância do teto, ou seja, RCT=0.
Quando o teto possui superfícies não planas, como é o caso dos galpões industriais, para se
determinar à refletância da cavidade do teto, pode-se aplicar a fórmula a seguir:

( )( )( )

Sendo:

SPT - Área da projeção horizontal da superfície do teto, em m²;


SRT - Área real da superfície do teto, em m²;
ρTE - Refletância percentual do teto.

Coeficiente de utilização da luminária

O coeficiente de utilização representa a quantidade de luz que é absorvida até chegar ao


plano de trabalho. Cada luminária terá um coeficiente de utilização específico e devem ser utilizados
dados fornecidos pelos fabricantes. A tabela 12.5 foi elaborada para aplicação do método das
cavidades zonais, considerando-se uma refletância eficaz da cavidade do chão de 20% (ρCC=20%). Se
forem utilizados outros valores para ρCC, o coeficiente de utilização deverá ser corrigido de acordo
com a tabela 12.6. Nesta tabela tem-se a distribuição dos lumens de cada luminária e também o
espaçamento máximo entre as luminárias em relação à altura de montagem sobre o plano de
trabalho.

No método dos lúmens, obtêm-se resultados satisfatórios quando o ambiente está livre de
obstáculos, como móveis, cortinas, etc., que causam absorção do fluxo luminoso. Consideram-se
aceitáveis as instalações quando a relação entre os iluminamentos máximos e mínimos não difere
mais do que 15% do valor médio encontrado. Por outro lado, no método das cavidades zonais, as
obstruções nas cavidades do teto ou do chão são levadas em consideração na obtenção da
refletância eficaz da cavidade (ref. Hélio Creder: Instalações elétricas).

305
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Capítulo 12 – Cálculo de iluminação

Tabela 12.5 – Método das Cavidades Zonais: Refletância eficaz (%) da cavidade do teto ou chão.

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Capítulo 12 – Cálculo de iluminação

Tabela 12.5 – Método das Cavidades Zonais: Refletância eficaz (%) da cavidade do teto ou chão.

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Capítulo 12 – Cálculo de iluminação

Tabela 12.6 – Método das cavidades zonais – coeficiente de utilização (µ)

308
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Capítulo 12 – Cálculo de iluminação

Continuação da Tabela 12.6 – Método das cavidades zonais – coeficiente de utilização (µ)

309
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Capítulo 12 – Cálculo de iluminação

Continuação da Tabela 12.6 – Método das cavidades zonais – coeficiente de utilização (µ)

310
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Capítulo 12 – Cálculo de iluminação

Continuação da Tabela 12.6 – Método das cavidades zonais – coeficiente de utilização (µ)

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Capítulo 12 – Cálculo de iluminação

Fator de perdas de luz (FPL)

Agrupa as diversas perdas que ocorrem durante o funcionamento da instalação. São as


seguintes:

Temperatura ambiente (ta) – a temperatura ambiente pode afetar o fluxo luminoso de


algumas luminárias, em especial as luminárias fluorescentes. Os fabricantes fornecem dados quanto
às temperaturas extremas de utilização de seus produtos. As lâmpadas incandescentes ou de
descarga de alta intensidade são pouco influenciadas pela temperatura, logo, ta = 1 para esses casos;

Voltagem de serviço (VS) – a tensão elétrica aplicada ao reator deve estar de acordo com as
informações prescritas pelo fabricante, podendo haver alterações no fluxo luminoso das lâmpadas.
Nas lâmpadas incandescentes 1% da variação da tensão representa 3% na variação do fluxo; para
lâmpadas fluorescentes, 2,5% de variação da tensão de entrada do reator representa 1% de variação
do fluxo luminoso;

Fator do reator (fR) – o reator a ser utilizado com a lâmpada e luminária deve estar de acordo
com os dados do fabricante, capaz de reproduzir as curvas fotométricas;

Fator de depreciação da superfície da luminária (fSL) – as luminárias sofrem modificações na


pintura das superfícies refletoras, reduzindo o fluxo luminoso. Materiais como vidro, porcelana ou
ligas de alumínio têm fator de depreciação da superfície desprezível ao longo do tempo (basta limpá-
los);

Fator de depreciação devido à sujeira (fds) – o acúmulo de sujeira nas superfícies do recinto
reduz o fluxo luminoso refletido e, consequentemente, reduz o iluminamento. A tabela 12.8 fornece
do fator devido à sujeira, que é determinado do seguinte modo:
a) Seleciona-se o grau de sujeira do recinto usando o critério sugerido pela tabela 12.7.

Muito limpo Limpo Médio Sujo Muito sujo


Acumulação Acumulação
Sujeira gerada Nenhuma Muito pouca Leve
eventual constante
Quase
Alguma (quase Grande porção
Sujeira introduzida Nenhuma Alguma entra nenhuma
não entra) entra
excluída
Renovação ou Menor que a Pior que a Ventiladores ou
Excelente Nenhuma
filtragem média média sopradores
Alta,
Bastante para provavelmente
Adesão de sujeira Nenhuma Pouca Alta
ser visível devida a óleo,
etc.
Escritórios em
Tratamento Semelhante a
Escritórios Escritórios em moinhos:
térmico, sujo, nas
limpos, prédios velhos, fábricas de
Exemplos impressoras, luminárias junto
laboratórios, montagem leve, papéis,
fábrica de à área de
salas limpas inspeção pequena
borracha contaminação
maquinaria

Tabela 12.7 - Indicação do grau de sujeira.


312
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Capítulo 12 – Cálculo de iluminação

b) Conhecidos o grau de sujeira do recinto, conforme item anterior, e o tempo esperado


para a limpeza, entra-se na curva da figura 2.5 e obtém-se o percentual esperado para a sujeira.

Figura 12.4 - Método das cavidades zonais – percentual


devido à sujeira.

Fator devido à queima de lâmpadas (fQL) – Este fator relaciona


as lâmpadas que permanecem acessas no fim de um período de
manutenção para um total de lâmpadas considerado em relação ao
total de queima permitido. Deve-se levar em conta a vida útil das
lâmpadas que é fornecida pelo fabricante.

Fator de depreciação dos lúmens da lâmpada (fDL) – Deve-se


consultar os dados dos fabricantes para se saber qual a percentagem
de queda do fluxo inicial.

Fator de depreciação devido a sujeira da luminária (fDSL) – o


acumulo de sujeira nas luminárias tem como consequência a
diminuição do fluxo luminoso. Para obter este fator, obedece- se a
seguinte sequência:
a) Seleciona-se a categoria de manutenção usando os dados
dos fabricantes ou a tabela 12.9 da IES Lighting Handbook;
b) Seleciona-se o grau de sujeira do recinto de acordo com a
tabela 12.7.
c) Conhecidos a categoria de manutenção, o grau de sujeira do
recinto, o período em que se fará a limpeza, entrando com esses dados
nos gráficos da figura 12.5, ter-se-á o FDSL.

Tabela 12.8 – Método das cavidades zonais –


Fator de depreciação devido à sujeita (FDS).

313
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Capítulo 12 – Cálculo de iluminação

Categoria de Fechamento da luminária


manutenção Parte superior Parte inferior
I 1. Nenhum 1. Nenhum

1. Nenhum 1. Nenhum
2. Difusores tipo louver ou
2. Transparente com 15% ou baffers
II mais de luz através das aberturas
3. translúcido – idem
4. Opaco - idem
1. Transparente com 15% ou 1. Nenhum
menos de luz através das
III aberturas
2. Translúcido - idem 2. Difusores tipo louver ou
baffers
3. Opaco - idem
1. Transparente sem abertura 1. Nenhum
IV 2. Translúcido sem abertura 2. Difusores tipo louver

3. Opaco sem abertura


1. Transparente sem abertura 1. Transparente sem abertura
V 2. Translúcido sem abertura 2. Translúcido sem abertura

3. Opaco sem abertura


1. Nenhum 1. Transparente sem abertura

2. Transparente sem abertura 2. Translúcido sem abertura


VI
3. Translúcido sem abertura 3. Opaco sem abertura

4. Opaco sem abertura

Tabela 12.9 – IES Lighting Handbook.

Figura 12.5 - Método das cavidades zonais – Fator de depreciação devido à sujeira na luminária (FDSL) –
Dados da IES.

314
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Capítulo 12 – Cálculo de iluminação

Fator de perdas de luz (fPL) – este fator agrupa os fatores obtidos nos anteriores, ou seja:

Exemplo de projeto utilizando o método das cavidades zonais

Projetar a iluminação de um escritório com as seguintes características:


- Dimensões: largura = 10m; comprimento=30m; pé-direito=5,30m; altura das mesas=0,8m;
distância da luminária ao teto=1,50m;
- Tipo de luminária escolhida: fluorescente tipo 5 (tabela 2.9); com 2 lâmpadas HO (high
output) de 85W, branca fria;
- Iluminância: 700 lux, mantido durante topo o período de manutenção;
- Temperatura ambiente: 25 °C (limites de temperatura para as luminárias 10 e 45 °C);
- Variação da tensão da rede: 2,5%;
- Reatores: indicados pelo fabricante da lâmpada;
- Depreciação devido ao tempo de uso (da luminária): desprezível;
- Recinto: limpo, (tempo de limpeza ou pintura: 12 meses);
- Fator devido à queima das lâmpadas: 75%;
- Fator de depreciação dos lumens: 80%.

Utilizar o seguinte modelo de folha de cálculo de iluminação pelo método das cavidades
zonais:

a) Dados do projeto
- Identificação do projeto: Iluminância (mantida) = 700 lux (médio);
- Dados da luminária: fabricante, comprimento;
- Dados da lâmpada: fluorescente HO, cor branca fria, fluxo luminoso=6660 lumens, número
de lâmpadas por luminária=2, fluxo luminoso por luminária=13320 lumens;

b) Cálculo do coeficiente de utilização

- Obter as seguintes informações: hT, hR, hC, ρCC, ρCR, ρCT, com base nas seguintes
informações:
- Refletâncias para a cavidade do teto: parede=80% e teto=60%;

RCT =1; na tabela, achar ρCT usando refletância base = 60% e refletância da
parede (ρCP)=80% Æ valor obtido ρCT = 57%;

- Refletâncias para a cavidade do chão: parede=80% e chão=30%;

. RCC =0,56; na tabela 2.8 achar ρCC usando refletância base=30% e refletância da parede

(ρW)=80% Æ valor obtido ρCC = 31%;

- Refletâncias da cavidade do recinto: parede=50%, ρW=50%;

. RCR=2,0

315
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Capítulo 12 – Cálculo de iluminação

- De posse de ρCR =ρW=50%; RCR=2,0; ρCT=57% e do tipo de luminária escolhida (tabela 2.9,
luminária tipo 5) tem-se µ=0,50 (aproximado). Como ρCC é diferente de 20%, há necessidade de
correção para o fator de utilização (tabela 2.10), temos: µ=0,50x1,041=0,52.
c) Cálculo do fator de perdas de luz (FPL):

- Temperatura ambiente: tA=1,0;

- Voltagem de serviço: VS=0,99 (∆V=2,5% causa ∆Φ=1%);

- Fator do reator: fR=1,0;

- Fator de depreciação da superfície da luminária: fSL=1,0;

- Fator de depreciação devido à sujeira (fDS): na tabela 2.11, para escritórios limpos, obtém-
se a indicação do grau de sujeira como sendo limpo; na figura 2.5 para grau de sujeira limpo e tempo
de limpeza igual a 12 meses, acha-se sujeira=12%; na tabela 2.12, luminária tipo direto, sujeira=10%
e RCR=2,0 Æ fDS=0,98;
- Fator de queima das lâmpadas: fQL=0,75;

- Fator de depreciação dos lumens da lâmpada: fDL=0,80;

- Fator de depreciação devido à sujeira na luminária (fDSL): na tabela 2.13, a luminária


escolhida enquadra-se na categoria de manutenção=IV; indo na figura 2.6 e considerando a categoria
IV e ambiente limpo obtém-se fDSL=0,88;
Cálculo do fator de perdas de luz:

fPL=1,0x0,99x1,0x1,0x0,98x0,75x0,80x0,88=0,51

d) Número de luminárias (N):

Nit=(E.(área))/(φ por luminária.μ.f_PL )=700x300/13320x0.52x0.51=60

Realizar a distribuição das luminárias considerando o sistema de iluminação e o espaçamento


máximo permitido segundo a figura 2.3.

316
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Capítulo 12 – Cálculo de iluminação

MÉTODO PONTO POR PONTO

O método ponto por ponto, também chamado de método das intensidades luminosas,
baseia-se na quantidade de luz que incidirá em determinado ponto de área individualmente, para
cada projetor cujo facho atinja o ponto considerado, sendo o iluminamento total a soma dos
iluminamentos proporcionados por cada ponto de produção de luz.

Este método é utilizado quando as dimensões da fonte luminosa são muito pequenas em
relação ao plano que deve ser iluminado.

O iluminamento varia inversamente com o quadrado da distância do ponto iluminado ao


foco luminoso, ou seja, tendo como base a imagem abaixo:

Sabendo que com um metro de distância da fonte luminosa o iluminamento na área S1 será
de 36 lux, a dois metros o iluminamento é reduzido a do iluminamento a 1 metro, ou seja,
lux, já a área a ser iluminada aumenta proporcionalmente à distância, ou seja
, consecutivamente com a área da imagem.

Para se chegar ao valor da iluminância no ponto desejado, deve-se fazer o produto entre o
valor da intensidade luminosa da fonte na direção do ponto a ser iluminado em candelas
(lumens/esterradianto) e o cosseno do ângulo formado entre a vertical à superfície receptora e o
ponto a ser iluminado, dividindo tudo pelo quadrado da distância, sendo melhor exemplificado
abaixo.

317
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Capítulo 12 – Cálculo de iluminação

Iluminamento sobre um plano horizontal

( )
,

( )
, porem , substituindo em :

( ) ( ) ( )
, ou seja:
( )

( )

318
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Capítulo 12 – Cálculo de iluminação

Exemplo 1

Calcule a iluminância da luminária em destaque sobre um balcão de uma loja de acordo com
a imagem. A lâmpada utilizada é halógena OSRAM DECOSTAR 51 TITAN de 50 W com feixe de luz de
10°.

Solução

1º Passo – Calcular o ângulo θ e o da fonte de luz em relação ao plano, conforme a


imagem acima.

319
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Capítulo 12 – Cálculo de iluminação

2º Passo – Encontrar o valor da intensidade luminosa dado em Candela (cd). Neste caso o
valor e encontrado na tabela do próprio fabricante, sendo 2200 Lumens. Em alguns casos este valor é
encontrado na curva de distribuição de luz - CDL, também dado pelo fabricante, sendo exemplificado
em exemplos posteriores.

3º Passo – Calcular o iluminamento proporcionado pelo ponto, aplicando diretamente a


formula.

( )

Exemplo 2

Calcule a iluminância da luminária sobre a mesa de acordo com a imagem.

Considere:
- A luminária a ser utilizada é a PHILIPS TBS 050-M2 para 2 lâmpadas fluorescentes tubulares
ECO MASTER de 32 W com 2.700 lúmens por lâmpada, conforme a imagem abaixo.

320
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Capítulo 12 – Cálculo de iluminação

Solução

1º Passo – Calcular o ângulo θ e o da fonte de luz, conforme a imagem acima.

( )

2º Passo – Fazer a análise de como está disposta a luminária em relação ao plano de trabalho
e com o ângulo θ calculado, encontrar no gráfico da curva de distribuição de luz - CDL a intensidade
luminosa em candela - cd.
Cada luminária possui sua curva de distribuição luminosa (CDL), com suas respectivas
intensidades luminosas, podendo ser na transversal ou na longitudinal, conforme a imagem abaixo:

Como o gráfico é dado em candelas/1000lumens, deve-se multiplicar o valor encontrado


pelo fluxo da lâmpada a ser instalada, dado esse encontrado na tabela do fabricante, no caso,
. Neste exemplo o plano de trabalho está disposto na forma transversal da
luminária sendo encontrado no gráfico o valor de 240cd/1000lumens.

( )

321
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Capítulo 12 – Cálculo de iluminação

3º Passo – Calcular o iluminamento proporcionado pela luminária no ponto, aplicando


diretamente a formula.

( )

Exemplo 3

Calcule o iluminamento em um ponto P na horizontal, iluminado por 4 fontes A, B, C e D,


dispostas de acordo com a imagem abaixo. As fontes são luminárias com lâmpadas de vapor de sódio
de 400w, conforme a tabela do fabricante.

322
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Capítulo 12 – Cálculo de iluminação

DADOS TÉCNICOS
Dados Elétricos Dados fotométricos
DESCRIÇÃO Potência Corrente Tensão Tensão de Eficiência Fluxo Índice de Temperatura Manutenção
DO nominal da Nominal ignição luminosa luminoso reproduç de cor do fluxo
PRODUTO Lâmpada (condições ão de cor luminoso
normais) Ra em 2000h
NAV-E 50 W
50,00 W 0,75 A 86,0 V 1,8/5,0 kVp 77 lm/W 4000 lm ≤ 25 2000 k 0,92
SUPER 4Y
NAV-E 70 W
70,00 W 0,98 A 90,0 V 1,8/5,0 kVp 93 lm/W 6600 lm ≤ 25 2000 k 0,92
SUPER 4Y
NAV-E 100 W 100,00
1,2 A 100 V 3,3/5,0 KVp 104 lm/W 10400 lm ≤ 25 2000 k 0,94
SUPER 4Y W
NAV-E 150 W 150,00
1,8 A 100 V 3,3/5,0 KVp 112 lm/W 17000 lm ≤ 25 2000 k 0,98
SUPER 4Y W
NAV-E 250 W 250,00
2,95 A 100 V 3,3/5,0 KVp 124 lm/W 31600 lm ≤ 25 2000 k 0,98
SUPER 4Y W
NAV-E 400 W 400,00
4,42 A 105 V 3,3/5,0 KVp 138 lm/W 56500 lm ≤ 25 2000 k 0,98
SUPER 4Y W

Solução

1º Passo – Calcular o ângulo θ e o de cada fonte de luz, conforme as imagens retiradas


do cubo acima.

( ) ( )

( ) ( )

323
UFMT - Engenharia Elétrica - Eletrotécnica Predial
Capítulo 12 – Cálculo de iluminação


( ) ( )

2º Passo – Com o ângulo θ calculado, encontrar no gráfico da curva de distribuição de luz -


CDL a intensidade luminosa em candela - cd.

324
UFMT - Engenharia Elétrica - Eletrotécnica Predial
Capítulo 12 – Cálculo de iluminação

Como o gráfico é dado em candelas/1000lumens, deve-se multiplicar o valor encontrado


pelo fluxo da lâmpada a ser instalada, dado esse encontrado na tabela do fabricante, no caso 56500
lumens.

DADOS TÉCNICOS
Dados Elétricos Dados fotométricos
DESCRIÇÃO Potência Corrente Tensão Tensão de Eficiência Fluxo Índice de Temperatura Manutenção
DO nominal da Nominal ignição luminosa luminoso reproduç de cor do fluxo
PRODUTO Lâmpada (condições ão de cor luminoso
normais) Ra em 2000h
NAV-E 50 W
50,00 W 0,75 A 86,0 V 1,8/5,0 kVp 77 lm/W 4000 lm ≤ 25 2000 k 0,92
SUPER 4Y
NAV-E 70 W
70,00 W 0,98 A 90,0 V 1,8/5,0 kVp 93 lm/W 6600 lm ≤ 25 2000 k 0,92
SUPER 4Y
NAV-E 100 W 100,00
1,2 A 100 V 3,3/5,0 KVp 104 lm/W 10400 lm ≤ 25 2000 k 0,94
SUPER 4Y W
NAV-E 150 W 150,00
1,8 A 100 V 3,3/5,0 KVp 112 lm/W 17000 lm ≤ 25 2000 k 0,98
SUPER 4Y W
NAV-E 250 W 250,00
2,95 A 100 V 3,3/5,0 KVp 124 lm/W 31600 lm ≤ 25 2000 k 0,98
SUPER 4Y W
NAV-E 400 W 400,00
4,42 A 105 V 3,3/5,0 KVp 138 lm/W 56500 lm ≤ 25 2000 k 0,98
SUPER 4Y W

( )

( )

( )

( )

3º Passo – Calcular o iluminamento proporcionado por cada ponto individualmente.

325
UFMT - Engenharia Elétrica - Eletrotécnica Predial
Capítulo 12 – Cálculo de iluminação

( )

( )

( )

( )

4º Passo – Soma-se a iluminância de cada lâmpada para se ter enfim o iluminamento total no
ponto P.

326
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Capítulo 13 – Luminotécnica

CAPÍTULO 13

LUMINOTÉCNICA

327
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Capítulo 13 – Luminotécnica

Luminotécnica

Lâmpadas e luminárias

Lâmpadas: fornecem a energia luminosa;

Luminárias: sustentáculos para as lâmpadas melhoram o rendimento luminoso das


lâmpadas, fornecem-lhe proteção, ligação aos circuitos elétricos, melhoram o aspecto visual e
estético das instalações. As lâmpadas dividem-se basicamente em dois tipos: incandescentes e de
descargas.

Lâmpadas incandescentes
Desde o início do século XIX, vários inventores tentaram criar um dispositivo que gerasse luz
com corrente elétrica, e somente em 1879, Thomas Alva Edisson, construiu a primeira lâmpada
comercializável sendo inserida no mercado em 1907.

A produção de luz ocorre basicamente


pelo efeito de aquecimento do filamento,
(tungstênio, com ponto de fusão de
aproximadamente 3400°C), até sua
incandescência. A sua constituição está
mostrada na figura 13.1.

Os principais componentes da
lâmpada incandescente mostrada na figura
13.1 são:

- Marcação: indica fabricante, tensão,


potência;

- Suportes: com a finalidade de


manter o filamento na sua devida posição (de
fios de molibdênio);
Figura 13.1 - Principais partes de uma lâmpada incandescente.

- Haste central: tem por finalidade suportar o filamento; consta de: cana, suportes,
eletrodos, filamentos, tubo de exaustão, etc.;

- Disco defletor: funciona como defletor de calor (p/ lâmpadas com mais de 300 W);

- Solda: liga especial de chumbo e estanho que recobre a extremidade dos eletrodos
externos.

O bulbo pode ser transparente, translúcido ou opalino. O bulbo opalino é usado para reduzir
a luminância ou o ofuscamento. A cor emitida pela lâmpada é branco-avermelhada, sobressaindo às
328
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Capítulo 13 – Luminotécnica

cores amarela e vermelha, sendo que as cores verde e azul são amortecidas. As lâmpadas feitas com
bulbo temperado podem ser usadas ao tempo, sem a necessidade de luminária protetora.
No interior do bulbo de vidro é feito o vácuo (lâmpadas tipo B), ou usa-se colocar um gás
inerte, em geral o nitrogênio, argônio ou criptônio (lâmpadas do tipo C), para que impeça a
evaporação do filamento, acarretando também o aumento do rendimento da lâmpada, que é na
ordem de 5%, o resto é todo para a produção de calor. Possui vida média para iluminação geral de
1000 horas com eficiência de 20Lm/W.
Os filamentos das lâmpadas são enrolados em duplas ou tripla helicoide para se aumentar a
eficiência luminosa.

A base da lâmpada faz a sua conexão com o circuito elétrico, sendo constituídas de alumínio
ou latão, cujos três tipos principais são: tipo rosca (E); tipo baioneta (B) e tipo pino (T). Os números
escritos adiante das letras referem- se ao diâmetro da base em mm, por exemplo, E-27, E-40, etc.
Apesar de todas as inovações tecnológicas que geraram outros tipos de fontes a Lâmpada
incandescente ainda é bastante utilizada, tanto pela propriedade da produção de luz tanto pela
produção de calor, são produzidas numa variedade de potências (15 a 500 W ou mais), tensões (12,
115, 120, 127, 130 e 220 V) e tipos como: refletora, infravermelha, para uso em geladeira, uso geral,
etc., e formatos: convencional (pérola), vela, balão e outros formatos.

As lâmpadas incandescentes são utilizadas na iluminação geral de residências, lojas e locais


de trabalho que não exijam índices de iluminâncias elevados. Assim, nas lojas são indicadas para
destacar mercadorias (ou iluminação geral); iluminação suplementar em máquinas de produção; em
locais com problemas de vibração ou em estufas de secagem (lâmpadas infravermelhas).

Há outros tipos de lâmpadas incandescentes, quais sejam:

- lâmpadas refletoras: (de facho dirigido) (fig. 13.2a) possuem o bulbo de formatos
especiais revestidas internamente com alumínio em parte de sua superfície, de modo a concentrar e
orientar o facho de luz. As lâmpadas de bulbo prateado (fig. 13.2b e 13.2c) orientam o facho
luminoso no sentido de sua base e devem ser usadas com um refletor adequado (iluminação
indireta);

Figura 13.2 – Lâmpadas refletoras: (a) luz dirigida; (b) luz indireta.

- Lâmpadas infravermelhas: emitem luz na faixa de ondas caloríficas (780 a 1400 nm), sendo
usadas na secagem de tintas, vernizes, no aquecimento de certas estufas e, também, em fisioterapia

329
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Capítulo 13 – Luminotécnica

e criação de animais em climas frios (emitem pequena quantidade de luz, ou seja, onda menor do
que 750 nm);

- Lâmpadas para fins específicos: empregadas em faróis de veículos, em flash fotográfico,


geladeiras, repelentes de insetos, além das coloridas para fins ornamentais.

Lâmpada Halógena
Trata-se de um tipo aperfeiçoado das lâmpadas incandescentes, dentro do qual existem um
filamento de tungstênio e partículas de iodo, flúor, cloro e bromo (daí o nome halógenas), que ao ser
energizada realiza-se em seu interior o “ciclo do iodo”, ou seja, através de uma reação cíclica,
reconduzem o tungstênio volatizado de volta ao filamento, evitando o enegrecimento do bulbo
sendo melhor demonstrado na Figura 1.

Figura 1 - Ciclo do Iodo

Para que o ciclo ocorra, a temperatura do bulbo deve estar acima de 260°C, fazendo com que
a utilização de bulbos para altas temperaturas seja necessária, normalmente se utiliza bulbos de
quartzo, encarecendo a produção e fazendo com que a lâmpada funcione em posições
determinadas. O fato do filamento trabalhar em temperaturas mais elevadas, obtém-se maior
eficiência luminosa, fluxo luminoso de maior temperatura de cor, ausência de depreciação do fluxo
luminoso por enegrecimento do bulbo, redução das dimensões e maior produção percentual de
energia ultravioleta.

Recentemente novos modelos de lâmpadas halógenas refletoras foram introduzidas no


mercado, cujos bulbos são recobertos com uma camada transparente à luz e refletora ao calor, com
330
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Capítulo 13 – Luminotécnica

isso parte do calor que seria irradiado é redirecionado para o filamento, fazendo com que o uso de
energia seja reduzido para operar a lâmpada. Sendo melhor exemplificada na Figura 2.

Figura 2 - Novo modelo de lâmpada Halógena

As lâmpadas halógenas são aplicadas na iluminação de praças de esporte, pátios de


armazenamento de mercadorias e iluminação externa em geral, teatros, estúdios de TV, museus,
monumentos, etc., fabricadas nas potências de 200, 300, 500, 1000 W (1500 e 2000 W).

Figura 13.3 - Lâmpada quartzo-halógena. (Fabricação Philips)

331
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Capítulo 13 – Luminotécnica

Lâmpadas de quartzo-halógenas dicroicas

As lâmpadas dicroicas são de pequenas dimensões, de maior rendimento luminoso que as


incandescentes comuns, possuem filamento de 12V precisamente focalizado no refletor dicroico
multifacetado. Exigem um transformador de 127/220 - 12V, porém atualmente já são disponíveis
para as tensões de 127 ou 220 V. São indicadas para os mesmos locais das lâmpadas incandescentes
projetoras, com excelente reprodução de cores (temperatura de cor de 2950-3050 K), ressaltando o
colorido dos objetos. O refletor dicroico multifacetado possui uma película que reflete a luz e
transmite para a parte de traz da lâmpada de mais de 50% da radiação infravermelha (facho de luz
mais frio). A figura 13.4 mostra as características do refletor dicroico.

Figura 13.4 – (a) características do refletor dicroico; (b) curva de reflexão do espelho dicroico.

As lâmpadas dicroicas da General Eletric são fabricadas com diferentes características, quais
sejam:

- A lâmpada dicroica (MR-16 high performance) é fabricada nas potências de 20, 35, 42, 50 e
75W, todas com temperatura de cor de 3050 K, vida média nominal de 4000 horas (somente três
modelos com vida média de 3000 horas) e abertura média do facho de 7, 9, 12, 13, 14, 20, 25, 27, 32,
40 e 55 graus (não disponíveis em todas as potências);

- A lâmpada dicroica (MR-16 cover glass) é fabricada nas potências de 20, 35, 50 e 75W,
todas com temperatura de cor de 3050 K, vida média nominal de 4000 horas e abertura do facho de
12, 13, 14, 20, 25, 27, 40 e 55 graus (não disponíveis em todas as potências);

- A lâmpada dicroica (MR-11) é fabricada nas potências de 20 e 35W, com vida média
nominal de 3000 horas, temperatura de cor de 3050 K e abertura de facho de 11, 19, 20 e 30 graus
(não disponíveis em todas as potências).

332
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Capítulo 13 – Luminotécnica

Lâmpada infravermelha

São lâmpadas que tem como característica principal a emissão de uma radiação na faixa de
ondas curtas, cujo comprimento de onda varia de 780 a 1400 nm. Entretanto, a lâmpada emite uma
pequena parte da radiação abaixo do 750 nm, produzindo assim, um pequeno fluxo luminoso.

Aplicações das lâmpadas incandescentes

Tipo Aplicações
Lâmpadas incandescentes comuns - Lojas, residências, hotéis e restaurantes.
Lâmpadas halógenas dicroicas - Exposições, galerias de artes e museus.
- Residências, museus, lojas (vitrines), fábricas,
Lâmpadas halógenas tipo palito (HA
estacionamentos, estúdios, ginásios, estádios,
plus line)
construções.
- Escritórios, residências, museus, lojas, hotéis e
Lâmpadas halógenas PAR
restaurantes.
- Indústria gráfica na secagem de tintas, indústrias
automobilísticas (na secagem de tintas a base de laca,
Lâmpada infravermelha
esmalte e verniz), na criação de animais (aquecer o
ambiente).

Tabela 13.1 - Algumas aplicações comuns a diversas lâmpadas incandescentes.

Vida média nominal

A vida média nominal das lâmpadas incandescentes comumente encontradas no comércio


varia numa faixa de 1000 – 5000 horas, cujos principais exemplos são:

- Lâmpadas com bulbo transparente ou leitoso (comuns): 1000 horas;


- Lâmpada com bulbo leitoso (ex. Duramax da GE): 2000 horas;
- Lâmpada especial (ex. Photoflood da GE): 3 – 6 horas;
- Lâmpadas refletoras (ex. refletora R63 e R75 da GE): 2000 horas;
- Lâmpada infravermelha: 5000 horas;
- Lâmpadas dicroicas: 3000 – 4000 horas;
- Lâmpada halógena (ex. Quartzline da GE, HA da Philips, Haloline da OSRAM): 2000 horas.

O catálogo de lâmpadas da linha GE fornece uma indicação dos principais tipos, formatos,
potências, fluxo luminoso, vida média nominal, etc. de lâmpadas incandescentes.

Temperatura de cor (Símbolo: T; unidade: K (Kelvin))

Visualmente, torna-se bastante difícil à avaliação comparativa entre a sensação de


tonalidade de cor de diversas lâmpadas. Para estipular um parâmetro, foi definido o critério
temperatura de cor (Kelvin) para classificar a luz. Assim como um corpo metálico que, em seu
aquecimento, passa desde o vermelho até o branco, quanto mais claro o branco (semelhante à luz
333
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Capítulo 13 – Luminotécnica

diurna ao meio-dia), maior é a temperatura de cor (aproximadamente 6500 K para a luz do dia). A luz
amarelada, como de uma lâmpada incandescente, está em torno de 2700 K. É importante destacar
que a cor da luz em nada interfere na eficiência energética da lâmpada, não sendo válida a impressão
de que quanto mais clara, mais potente é a lâmpada.
Quando se diz que um sistema de iluminação apresente luz “quente” não significa que a luz
apresenta uma maior temperatura de cor, mas sim que a luz apresenta a tonalidade mais amarelada.
Um exemplo deste tipo de iluminação é a aquela utilizada em salas de estar, quartos ou locais onde
se deseja tornar um ambiente mais aconchegante. Da mesma forma, quanto mais alta for a
temperatura de cor, mais “fria” será a luz. Um exemplo deste tipo de iluminação é aquela utilizada
em escritórios, cozinhas ou locais em que se deseja estimular ou realizar alguma atividade. Esta
característica é muito importante de ser observada na escolha de uma lâmpada, pois dependendo do
tipo de ambiente, há uma temperatura de cor mais adequada para cada aplicação. Segue algumas
lâmpadas e suas temperaturas de cor características:

- Lâmpada incandescente infravermelho: < 2000 K;

- Lâmpadas incandescentes e lâmpadas fluorescentes compactas (Dulux – OSRAM W/827):


2700 K;

- Lâmpadas halógenas dicroicas: 2950-3040 K;

- Lâmpadas fluorescentes e fluorescentes compactas (branco frio) – 4100 K;

- Lâmpadas de multivapores metálicos (HQI-E e HQI-T da OSRAM, HPI e HPI-T da Philips):


4200 – 5600 K;

- Lâmpadas fluorescentes luz do dia: 6100 K.

A figura 13.5 associa as principais lâmpadas (fabricante OSRAM) com a temperatura de cor
(K).

334

Figura 13.5 – Tipos de lâmpadas e temperatura de cor (K).


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Capítulo 13 – Luminotécnica

Lâmpadas de descarga

Existem vários tipos de lâmpadas de descarga, a saber: lâmpada fluorescente; lâmpada vapor
metálico; lâmpada mista; lâmpada de vapor de mercúrio; lâmpada de Néon; lâmpada multivapor
metálico; lâmpada de vapor de sódio; lâmpada de indução.
Nessas lâmpadas o fluxo luminoso, basicamente é gerado direta ou indiretamente pela
passagem da corrente elétrica através de um gás, vapores ou mistura de gases, ou seja, uma
descarga (de alta pressão) elétrica entre os eletrodos leva os componentes internos do tubo de
descarga a produzirem luz.
Possui baixo consumo de energia e a luz produzida é extremamente brilhante, possibilitando
a iluminação de grandes áreas, além de serem relativamente pequenas. São utilizadas
principalmente na iluminação interna de grandes lojas, galpões, fábricas, em vitrines e na iluminação
de áreas externas (postes de ruas).

São constituídas por um tubo contendo gases ou vapores, através dos quais se estabelece o
arco elétrico. Os gases comumente utilizados são o hélio ou o criptônio, o xenônio, o neônio, argônio
e os vapores de mercúrio e sódio com alguns aditivos.

A pressão dentro do bulbo, quando acesa a lâmpada, pode variar desde fração de atmosfera
até dezenas de atmosferas, fazendo com que possamos dividir as lâmpadas de acordo com suas
respectivas pressões.

a) Lâmpadas de descarga de baixa pressão:

- Lâmpada fluorescente (linear, circular, compactas, compactas integradas, coloridas,


slimline, luz negra, refletoras, de cátodo quente, para aquários, de cátodo frio, de indução e lâmpada
fluorescente de néon);

- Lâmpada de vapor de sódio de baixa pressão.

b) Lâmpadas de descarga de alta pressão:

- Lâmpadas de luz mista;

- Lâmpadas de vapor de mercúrio;

- Lâmpadas de multivapor metálico;

335
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Capítulo 13 – Luminotécnica

- Lâmpadas de vapor metálico (MHN-TD);

- Lâmpadas de vapor de sódio de alta pressão.

Metais mais comuns utilizados na construção dos eletrodos são: níquel, tungstênio e o nióbio
que podem ser recobertos com substancias de elevado poder emissor de elétrons, sendo geralmente
de óxidos de bário ou estrôncio. Os eletrodos em algumas lâmpadas são mantidos em baixa
temperatura e em outras são aquecidos até a incandescência.

Nas lâmpadas de baixa pressão, em que os bulbos funcionam em reduzidas temperaturas,


estes são normalmente construídos de vidro, em lâmpadas de alta pressão, cujas funcionam em alta
temperatura, exigem bulbos de quartzo e casos especiais, de cerâmica translúcida.

Quando se desejam altas temperaturas e pressões internas no bulbo de arco, é comum a


utilização de dois bulbos concêntricos entre nos quais existe vácuo ou gás a baixa pressão, que
funciona como isolante térmico entre ambos. Nesse caso, o bulbo interno trabalhará em
temperatura bastante superior ao externo.

As lâmpadas de descarga necessitam em sua grande maioria de acessórios para o seu


funcionamento. Os principais acessórios são: reatores eletromagnéticos ou eletrônicos, reatores para
lâmpadas fluorescentes (LF) compactas, transformadores para luminosos de néon, reator para
lâmpadas de descarga de alta pressão, ignitores e starters.
Entre as lâmpadas de descargas destacam-se: a lâmpada fluorescente, lâmpada mista,
lâmpada vapor de mercúrio, lâmpada vapor de sódio de alta pressão e vapor metálico.

reator

As lâmpadas de descarga necessitam, no momento de sua partida, uma diferença de


potencial entre seus eletrodos acima de um valor crítico e após a partida, o valor de tensão pode ser
reduzido. A maior necessidade de um valor elevado de tensão é o fato do eletrodo estar em
temperatura ambiente, ou seja, lâmpadas de cátodo frio e outras que não possuem preaquecimento
exigem, sempre, tensões elevadas para a partida e para o funcionamento em regime permanente.

Com isso, reatores são utilizados, elevando a tensão, produzindo pulsos de tensão para a
partida e também adaptam as características elétricas da lâmpada aos valores nominais da fonte de
alimentação.

336
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Capítulo 13 – Luminotécnica

Figura 3 - Esquema de ligação de reatores e lâmpadas de descarga.

Fonte: (Moreira, 1999)

O reator também conhecido como ignitor produz um ou mais pulsos de alta tensão sobre a
tensão aplicada, para que a descarga elétrica da lâmpada se inicie. Iniciada a descarga o ignitor se
desliga automaticamente. Existem 3 tipos básicos de construção para ignitores:

 O modelo mais corrente em nosso meio para lâmpadas de vapor de sódio de alta pressão,
podendo ser utilizado para lâmpadas de iodeto metálico de alguns fabricantes e o ignitor de 3
pontos, que utiliza o próprio reator como transformador amplificador dos pulsos produzidos pelo
ignitor. Seu esquema é demonstrado na Figura 4.
Figura 4 - Ignitor de 3 pontos; C: capacitor; R: resistor; D: Sidac, B: reator; L: Lâmpada.

337
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Capítulo 13 – Luminotécnica

A tensão de pulso depende do reator utilizado e da posição da sua derivação, sendo


normalizado pela ABNT em 2 a 9% das espiras do lado da lâmpada.

 Sendo o ignitor mais complexo e caro, o ignitor com bobina de pulso em série com a
lâmpada, possui bobina um interna e sua tensão de pulso independe do reator utilizado, podendo
chegara 50kv na reignição instantânea de lâmpadas de iodeto metálico de elevadas potencias. Seu
esquema é demonstrado na Figura 5.
Figura 5 - Ignitor com bobina de pulso interna. C; Capacitor; R: reator; D: Sidac; B: Reator.

Fonte: (Moreira, 1999)

 Sendo utilizados unicamente em algumas lâmpadas de iodeto metálico e a vapor de sódio de


baixa pressão, o reator com ignitor em paralelo, tendo seu esquema demonstrado na, gera pulsos de
tensão menores, comparados aos outros, sendo de duas a quatro vezes a tensão de pico da rede.
Figura 6 - Ignitor em paralelo. C: Capacitor; R: Resistor; D: Sidac; L: Lâmpada; B: Reator.

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Capítulo 13 – Luminotécnica

Fonte: (Moreira, 1999)

As características elétricas da descarga em um gás diferem fundamentalmente das de uma


resistência ôhmica. A intensidade da corrente no caso acima, diminui com o decréscimo da tensão
aplicada, já a descarga, na maioria dos gases a corrente tende a decrescer quando a tensão fica
superior à necessária para conservar a descarga. Nisso existe necessidade de colocarmos em serie
com o tubo de arco uma impedância limitadora, podendo ser um circuito predominante resistivo,
indutivo, capacitivo ou um circuito eletrônico.

Lâmpadas fluorescentes

São constituídas por um bulbo cilíndrico de vidro, revestido internamente por um material
fluorescente (cristais de fósforo),
tendo em suas extremidades
eletrodos metálicos de tungstênio,
enrolados helicoidalmente e
recobertos por determinados óxidos
que aumentam o seu poder
emissor, através dos quais circulam
a corrente elétrica. No interior é
colocado vapor de mercúrio ou
argônio a baixa pressão. A descarga
elétrica produzida no gás produz
Figura 13.6 - Lâmpada fluorescente. radiação ultravioleta, que em
presença do material fluorescente
das paredes produz luz visível (fig. 13.6).
Para o funcionamento da lâmpada fluorescente é indispensável o uso de equipamentos
auxiliares: o starter (disparador) e o reator. O disparador é utilizado na partida da lâmpada (iniciar a
descarga através do gás), o qual emprega o princípio do bimetal, consistindo de dois metais
diferentes e com coeficientes de dilatação diferentes.

(a) (b)

Figura 73.7 – Starter (disparador); (a) esquema e símbolo; (b) dispositivo real.

339
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Capítulo 13 – Luminotécnica

Funcionamento da lâmpada fluorescente (LF): a lâmpada e seus elementos auxiliares são


ligados conforme mostrado na fig. 13.8. Nesta figura tem-se:

Figura 13.8 – Ligação da LF e dispositivos auxiliares.

a) 1° Instante:

- Através LF não circula corrente (de um eletrodo ao outro por meio do gás no interior da
lâmpada) e a tensão aplicada ao circuito aparece sobre o disparador (trata-se de uma espécie de mini
lâmpada néon);

- A tensão aplicada ao disparador faz ocorrer uma descarga de efeito corona


(incandescência) aquecendo o elemento bimetálico;

b) 2° Instante:

- O aquecimento do elemento bimetálico fecha o circuito;

- Uma tensão menor permanece sobre o disparador;

- Uma corrente elétrica circula então através dos eletrodos da lâmpada aquecendo-os;

c) 3° Instante:

- Os elementos bimetálicos do disparador resfriam-se, abrindo seus contatos;

- A abertura abrupta dos contatos faz aparecer uma sobretensão nos terminais (eletrodos)
da lâmpada iniciando-se a descarga pelo interior do bulbo;

- Sob a tensão nos terminais da lâmpada, os elétrons, em seu deslocamento de um filamento


ao oposto, chocam-se com os átomos do vapor de mercúrio contido na lâmpada. Os choques
determinam a liberação de energia de comprimento de onda das radiações ultravioleta, que em
contato com a camada de fósforo, transforma-se em luz visível.

340
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Capítulo 13 – Luminotécnica

-A tensão que permanece nos terminais da lâmpada (< Valimentação) é insuficiente para gerar
uma nova descarga através do disparador, ficando praticamente desligado do circuito.

A figura 13.9 mostra a situação final da lâmpada em operação. O reator colocado em série
com a lâmpada tem as seguintes funções:

- Provocar a sobretensão
em função da interrupção
abrupta da corrente elétrica e
iniciar a descarga através do gás;

- Reduzir a intensidade da
corrente elétrica durante o
regime permanente da lâmpada.
Em contrapartida absorve uma
potência ativa (8,5 – 12W: perdas
no enrolamento e núcleo de
ferro) e, também, uma potência
Figura 13.9 – Lâmpada fluorescente em funcionamento: setas indicam o caminho da reativa, sendo que o fator de
corrente elétrica. potência permanece em torno de
0,5 para as condições mostradas na figura 13.8. Em instalações que possuam uma grande quantidade
de lâmpadas fluorescentes faz-se necessário à correção do fator de potência através do uso de
capacitores em paralelo. Na etapa de dimensionamento dos circuitos terminais de iluminação, a
perda do reator deve ser incluída.

Entre os diversos fabricantes existentes, pode-se encontrar lâmpadas fluorescentes nas


seguintes potências: 11, 13, 14, 15, 16, 18, 20, 28, 30, 32, 36, 40, 54, 58 e 110W (tipo tubular) e, de
22, 32 e 55 (tipo circular).

A vida nominal é de 7500 horas para as fluorescentes convencionais, de 12000 horas para as
lâmpadas fluorescentes universais (tipo Duramax da GE) e, de 16000 horas para as lâmpadas
especiais e de alta eficiência (tipo Lumilux T5 da Osram).

Existem três tipos de reatores:

a) Os reatores comuns ou convencionais (simples ou duplos), que necessitam de disparador,


sendo construídos com núcleo de ferro;

b) Os reatores de partida rápida (simples ou duplos), que não necessitam de disparador,


também são construídos com núcleo de ferro;

c) E, atualmente, os reatores eletrônicos, de pequenas perdas e constituídos de


componentes eletrônicos (transistores, diodos, etc.).

341
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Capítulo 13 – Luminotécnica

A tabela abaixo permite realizar a comparação entre os diferentes tipos de reatores, para
lâmpadas de 40 W.

Potência
Consumo fp
da Tensão Corrente THDi
+ Perdas Tipo
lâmpada (V) (A) (cos ϕ) (%)
(W)
(W)
36/40 127 0,85 36/40 + 12 0,48 Convencional ?
40 127 0,91 40 + 12 0,40 Partida rápida ?
2x40 127 0,75 80 + 14,5 0,95 Partida rápida ?
1x40 127-220 0,340-0,22 43,0 >0,99i Eletrônico < 10
2x40 127-220 0,605-0,35 76,0 >0,99i Eletrônico < 10
2x40 220 0,37 82,0 0,97c Eletrônico < 25
2x40 220 0,34 71,0 0,97c Eletrônico < 20

Tabela 13.1 – Reator convencional, partida rápida e eletrônico (Intral).

Em função da composição das substâncias fluorescentes que recobrem a superfície interna


do bulbo, obtém-se uma grande variedade de cores. A tabela 13.2 resume algumas destas
informações.

Cor da luz Temperatura de cor Observações


Branca universal 4000 K Boa reprodução cromática
Branco frio 4100 K Alto rendimento luminoso
Branco pálido 3050 K Alto rendimento luminoso
Satisfaz as maiores exigências em
Branco frio de luxo 3900 K
reprodução de cores
Satisfaz as maiores exigências em
Branco pálido de luxo 3000 K
reprodução de cores
Luz similar a das lâmpadas
Interna 2600 K
incandescentes
Contêm alta percentagem da cor
Natural 3700 K roxa, dando aspecto natural a
carnes, hortaliças, flores, etc.
Alto rendimento luminoso e se
Luz do dia 6100 K
parece com a luz natural diurna
Luz como a luz natural do sol.
Excelente reprodução de cores,
Luz do dia de luxo 5000 K
sendo apropriadas para as artes
gráficas e análises de cores.

Tabela 13.2 – Denominação da cor de luz e correspondente temperatura de cor.

Lâmpadas fluorescentes PL

Trata-se de uma lâmpada fluorescente, que possui o disparador incorporado à base da


lâmpada, porém necessita de um reator em série. A tabela 13.3 fornece os valores das potências
fabricadas e o fluxo luminoso correspondente.

342
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Capítulo 13 – Luminotécnica

Fluxo Luminoso Fluxo luminoso


Potência (W) Potência (W)
(lm) (lm)
5 250 32 2400
7 400 36 2800*/2900
9 600 42 3200
11 900 55 4800
18 1000*/1800 57 4300
24 1700*/1800 70 5200
26 1800 80 6000

Tabela 13.3 – Lâmpadas PLs: potência versus fluxo luminoso.

Possuem durabilidade de 8000 a 13000 horas, sendo fabricadas em diversas temperaturas de


cor. A figura 13.10 mostra o formato de algumas delas.

Figura 13.10 – Lâmpadas fluorescentes PL (simples, dupla e tripla); dados Osram..

A tabela 13.4 apresenta algumas equivalências de potências entre as lâmpadas PLs e as


lâmpadas incandescentes.

Potência
Incandescente (W)
PL (W)
127V 220V
9 25 40
11 40 60
13 60 75
20 75 100
25 100 125

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Capítulo 13 – Luminotécnica

Tabela 13.4 – Equivalência (fluxo luminoso) entre lâmpadas PLs e incandescentes.

Estão disponíveis também as lâmpadas microcompactas eletrônicas, as quais podem


substituir diretamente qualquer lâmpada fluorescente, pois são fabricadas com base E-27. O reator
eletrônico já vem incorporado no corpo da lâmpada (entre o bulbo e a base). A figura 13.11 ilustra
alguns modelos, enquanto que a tabela 13.5 fornece a potência e o fluxo luminoso.

Figura 13.11 – Lâmpadas fluorescente mini compactas (base E-27) (fabricação Osram).

Fluxo Luminoso Fluxo luminoso


Potência (W) Potência (W)
(lm) (lm)
5 220 14 750
8 400 15 900
11 570/600 20 1200
13 760/800 23 1400

Tabela 13.5 – Lâmpadas PLs minicompactas: potência versus fluxo luminoso.

Aplicações das lâmpadas fluorescentes:

LF lineares: Bibliotecas, indústrias, hospitais, lojas, escolas, oficinas, supermercados, bancos,


garagens, escritórios, residências, etc.

LF compactas (integradas): Sala de estar, segurança externa, hotéis, escritórios, lojas,


shoppings, etc.

LF compactas (não integradas): luminárias embutidas, luminárias de mesa, arandelas,


iluminação de segurança, abajures, etc.

LF coloridas: Feiras, exposições, showroom, vitrines, áreas de lazer e diversões, discotecas,


boates, danceterias, restaurantes, etc.

LF luz negra: Laboratórios, fundições, armadilhas luminosas de insetos, outdoors,


mineralogia, indústria têxtil, indústria de laticínios, cozinha industrial, filatelia, uso militar e perícia
técnica.

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Capítulo 13 – Luminotécnica

LF de indução: Locais elevados (altos) e onde existe a dificuldade de acesso para a


substituição das lâmpadas.

Lâmpada vapor de sódio de baixa pressão

São lâmpadas de possuem um tubo de descarga contendo sódio a baixa pressão (alguns
N/m²) que se evapora a 98 °C e uma mistura de gases inertes (neônio e argônio). Estes gases são
usados para assegurar uma tensão de arranque (descarga) suficientemente baixa. A máxima
eficiência luminosa consegue-se para a potência a qual a temperatura do ponto frio é de 260 °C, cuja
pressão do vapor saturado de sódio é de cerca de 0,4 N/m². A figura 13.14 mostra a construção de
uma lâmpada de vapor de sódio de baixa pressão (LVSBP).

Figura 13.12 – Lâmpada de vapor de sódio de baixa pressão: tubo de descarga em U.

O tubo de descarga é dobrado em U e colocado numa ampola de vidro evacuada. A parede


interna do tubo de descarga é protegida contra o ataque do sódio por meio de uma camada de vidro
ao boro. A parede interna da ampola é recoberta por uma fina cama de óxido de índio (In2O3), a qual
transmite a quase totalidade da radiação visível produzida no comprimento de onda de 589 nm e
reflete a radiação infravermelha produzida no tubo de descarga.
A figura 13.13 mostra o circuito básico para se efetuar o início da descarga na lâmpada.

Figura 13.13 – Circuito básico para partida da lâmpada.

A lâmpada de vapor de sódio de baixa pressão caracteriza-se por uma radiação


monocromática (99% da radiação é emitida entre 589 e 589,6 nm), alta eficiência (180 – 200 lm/W) e
durabilidade (18000 H). A utilização é recomendada em locais onde a reprodução de cores não é
importante, tais como: pátios de manobra, portos e estradas.

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Capítulo 13 – Luminotécnica

Lâmpada de descarga de alta pressão

Trata-se de um tipo de lâmpada de


combina a eficiência luminosa das lâmpadas
de descarga com as propriedades de cor das
fontes de luz com filamento de tungstênio, e
adicionalmente, dispensam o uso de
equipamentos auxiliares, tais como,
reatores e ignitores. Possui um tubo de arco
de quartzo e paredes espessas para suportar
as fortes pressões e temperaturas. O tubo é
cheio de vapor de mercúrio e pequena
quantidade de argônio sob pressão de 100 a
110 atmosferas. O tubo de vapor de
mercúrio é colocado em série com um
filamento incandescente de tungstênio que,
além de produzir fluxo luminoso, funciona
como elemento de estabilização da lâmpada
(limita a corrente de funcionamento do tubo
de arco; substitui o reator). O fluxo
Luminoso produzido é composto de
radiações azuladas provindas do tubo de
arco, de radiações amareladas do filamento
Figura 13.14 – Lâmpada mista. incandescente e de radiações vermelhas da
eventual camada de pó fluorescente interna
do bulbo. O bulbo é feito de vidro duro (boro – silicato ou nonax), no formato ovoide, no qual é
injetada uma mistura gasosa de argônio e nitrogênio, que mantém a temperatura constante.

Sua eficiência luminosa é de 25 a 35 lm/W, metade das de vapor de mercúrio, e uma


durabilidade em torno de 6000 Horas. São exemplos as lâmpadas HWL da Osram:

Tipo
Base Tensão (V) Potência (W)
(elipsoidal)
HWL 160 E27 220 160
HWL 250 E27 220 250
HWL 250 E40 220 250
HWL 500 E40 220 500

Tabela 13.6 - Lâmpadas mista (HWL Osram).

As principais aplicações são: em vias públicas, jardins, praças, estacionamentos e comércio


em geral.

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Capítulo 13 – Luminotécnica

Lâmpada de Vapor de mercúrio (colocar a outra imagem do arquivo separar teoria e guia)

Possui características semelhantes à lâmpada de luz mista: consta de um tubo de descarga


feito de quartzo, para suportar elevadas temperaturas, sendo constituído por uma espiral de
tungstênio recoberta com material emissor de elétrons e em cada extremidade possui dois
eletrodos, um denominado principal e outro auxiliar (ou de partida), ligado em série com um resistor
externo ao tubo de arco. Necessitam de um reator que vai atuar como limitador da corrente na
lâmpada.

O tubo de descarga
contém gás inerte (argônio), que
facilita a formação da descarga
inicial, e gotas de mercúrio, que
serão vaporizadas durante o
período de aquecimento da
lâmpada.
O acendimento da
lâmpada inicia-se com um arco
elétrico entre o eletrodo auxiliar e
o principal, provocando o
aquecimento dos óxidos
emissores, a ionização do gás e a
Figura 13.15 - Lâmpada de vapor de mercúrio. formação de vapor de mercúrio;
posteriormente a descarga de forma entre os eletrodos principais, pois, após a ionização do meio, a
impedância entre o eletrodo principal e o auxiliar é reduzida, e o fato do eletrodo auxiliar possuir
uma resistência em série, a descarga ocorre quase que por inteira entre os condutores principais,
tornando assim os auxiliares quase inativos a partir deste momento.
Com o aumento da temperatura, a pressão interna dos vapores também aumenta,
consequentemente o fluxo luminoso produzido e somente após alguns minutos a lâmpada se
estabiliza em sua condição normal de operação.
Para a operação eficiente da lâmpada, a mesma requer a manutenção de uma alta
temperatura no tubo de descarga, o qual é, por essa razão, colocado em outro bulbo de vidro, o que
reduz as perdas de calor para o exterior. Entre os dois bulbos, coloca-se nitrogênio a pressão de meia
atmosfera. Se a lâmpada é apagada, o novo acendimento demora de 3 a 10 minutos, dependendo
das condições externas e da potência da lâmpada.
Para correção da cor azulada do bulbo interno, praticamente todas as lâmpadas de vapor de
mercúrio possuem uma camada de fósforo depositada no bulbo externo. Tal camada transforma as
radiações ultravioletas em luz vermelha, que melhorará a composição espectral final do fluxo
luminoso. Tais lâmpadas são denominadas de lâmpadas de vapor de mercúrio de cor corrigida.
As lâmpadas de vapor de mercúrio necessitam de um reator para a sua estabilização e
também para proporcionar a tensão elétrica necessária à sua partida.
Exemplos de lâmpadas de vapor de mercúrio da Osram:

Tipo Potência Temperatura Duração


Base Lumens
(elipsoidal) (W) (K) (Hs)
HQL 80 E27 80 3800 4100 24000
HQL 125 E27 125 6300 4000 24000
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Capítulo 13 – Luminotécnica

HQL 250 E40 250 13000 3900 24000


HQL 400 E40 400 22000 3800 24000

Tabela 13.7 - Modelos de lâmpadas de vapor de mercúrio da Osram.

Os modelos HPL-N são aproximadamente equivalentes as anteriores, porém fabricados pela


Philips. Os modelos HSI-TD 70, 100, 150 e 250, tubular duplo contato, são fabricados pela Sylvania.
Os reatores modelos RVMxxxA26 (com correção do fator de potência) e RVMxxxB26 (sem
correção do fator de potência), fabricados pela Philips, são utilizados pelas lâmpadas de vapor de
mercúrio (xxx refere-se à potência da lâmpada). Os principais esquemas para ligação das LVM estão
mostrados na figura 13.16.

Figura 13.16 – Esquema para ligação de reatores e lâmpadas de vapor de mercúrio.

As principais aplicações da lâmpada vapor de mercúrio são: em iluminação de vias públicas,


praças e jardins, fábricas, parques e estacionamentos.

Reator

O desempenho correto da lâmpada depende fundamentalmente do equipamento auxiliar,


que deve fornecer as características elétricas normais à lâmpada, sendo então utilizados reatores de
características indutivas, fazendo assim com que a correção do fator de potência seja necessária,
utilizando-se de um capacitor em paralelo com o circuito, demonstrado na Figura 8.

Figura 8 - Esquema elétrico da correção do fator de potência de um reator utilizado em


lâmpadas de vapor de mercúrio.

Fonte: (Moreira, 1999)

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Capítulo 13 – Luminotécnica

Lâmpada de vapor de sódio de alta pressão

O tubo de descarga é feito


de óxido de alumínio sintetizado,
material cerâmico com ponto de
fusão de 2050 °C, translúcido
(transmitância de 90%),
quimicamente à prova de vapor de
sódio em elevadas temperaturas.
O interior do tubo contém eletrodos
de nióbio e o meio interno,
constante de xenônio, mercúrio e
sódio metálico. O tubo de descarga
está localizado dentro do bulbo
Figura 13.17 - Lâmpada de vapor de sódio de alta pressão. externo, de vidro duro. O vácuo
existente entre os dois bulbos visa diminuir a perda de calor para o exterior, aumentando a pressão
do tubo de arco e a eficiência luminosa da lâmpada. Nas lâmpadas ovoides existe uma camada na
parte interna do bulbo externo para a correção da cor.
A vida média dessas lâmpadas é da ordem de 24000 H, sendo sua eficiência bastante elevada
(aprox. 130 lm/W) para as lâmpadas de maior potência, muito superior a qualquer outro tipo de
fonte de luz policromática para uso generalizado.
As lâmpadas vapor de sódio necessitam de um reator para limitar a intensidade da corrente
no tubo de arco e que forneça a tensão de ignição (juntamente com um ignitor) da ordem de 2 a 5
kV.

Figura 13.18 - Modelo de lâmpadas de vapor de sódio de alta pressão (Fabricação Osram).
Tempe-
ratura Bulbo
Tipo Potênci Lumens IRC Vida útil Base
(K) Fig.19
a

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Capítulo 13 – Luminotécnica

A Philips fabrica os modelos SON, SON-H (intercambiável; usa os mesmos reatores das
lâmpadas VM de potência equivalente) e SON-T. Os modelos SON e SON-T usam reator e ignitor.
A GE Brasil fabrica as lâmpadas de VSAP com os modelos: Lucalox difusa (c/ pintura, ovoide),
Lucalox clara (s/ pintura, ovoide) e Lucalox clara (s/ pintura, tubular). O modelo E-Z lux difusa
(ovoide) é intercambiável (p/ reator de VM) e equivalente a SON-H ovoide (c/ camada difusa) e a
Vialox NAV-E (elipsoidal leitosa).
Os principais esquemas de ligação de reatores e ignitores para as lâmpadas de vapor de sódio
estão mostrados na figura 13.19 (esquemas 11, 13 e 14), além do esquema 1 da figura 13.16 para
lâmpadas intercambiáveis.

Figura 13.19 – Esquemas para ligação do reator e ignitor para LVSAP.

As principias aplicações para as lâmpadas de vapor de sódio de AP são: iluminação pública,


aeroportos, áreas industriais, pátios de carga e de manobra, praças, galpões, parques,
estacionamento, áreas esportivas e iluminação de destaque.

Lâmpada de iodeto metálico (multivapor ou vapor metálico)

350
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Capítulo 13 – Luminotécnica

São lâmpadas semelhantes as lâmpadas de vapor de mercúrio, nas quais se introduzem, além
do argônio e mercúrio, outros elementos, de forma que o arco elétrico se realize numa atmosfera
mista de vários gases e vapores (figura 13.20). Portanto, dentro do tubo de descarga, de quartzo,
existe uma combinação de aditivos de haleto metálico – como iodeto de índio, tálio e sódio – na
descarga de mercúrio. Possuem maiores eficiências (aprox. 95 lm/W) e melhor composição espectral
que as lâmpadas tradicionais de vapor de mercúrio. A luz produzida pela lâmpada é extremamente
branca (4000 – 6000 K), com IRC de até 90%. Seu tempo de aquecimento é de 5 a 10 minutos e uma
nova partida a quente pode demorar até 30 minutos em lâmpadas de maiores potências. Com isso
deve-se ter a preocupação nos ambientes nelas instaladas, na ocorrência de oscilações ou faltas de
energia.
Existem basicamente três diferentes tecnologias de fabricação:

- Tecnologia das três cores: utilização de vapores de índio, sódio e tálio, responsáveis pela
cor azul, vermelho e verde do espectro irradiado. Trata-se de lâmpadas de menor vida e eficiência
luminosa, mas com maior constância do fluxo luminoso;
- Tecnologia do sódio e escândio: com a presença de lítio e tálio. Possuem maior eficiência
luminosa, boa estabilidade de cor e vida mais elevada;
- Tecnologia das terras raras: com a utilização do tálio, disprósio e hólmio. São modelos que
possuem boa eficiência luminosa e estabilidade de cor, além de um elevado índice de reprodução de
cores.
Os modelos de baixa potência (até 150W) são indicados para iluminação interna de shopping
centers, vitrinas, hotéis e jardins. As de maior potência são indicadas para iluminar avenidas,
fachadas, monumentos, ginásios, estádios, grandes aéreas abertas, estacionamentos e aeroportos.
De um modo geral tem-se as seguintes aplicações:
- Lâmpada de multivapor metálico (ovoide): iluminação interna comercial e industrial,
iluminação pública, crescimento de plantas, iluminação em hangares, parques de exposições, postos
de gasolina, etc.;
- Lâmpada de multivapor metálico (tubular): iluminação esportiva, grandes estádios,
iluminação de monumentos, em horticultura, em outdoor, em hangares, parques de exposições,
industrias, televisionamento em cores ou filmagens de cinema.

Figura 13.20 – Modelos de lâmpadas de multivapor metálico.

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Capítulo 13 – Luminotécnica

Para o seu funcionamento requerem um reator e um ignitor, que influenciam bastante no


seu desempenho. Os esquemas 1 e 2 da figura 13.16, e os esquemas 11, 13 e 14 da figura 13.19 são
utilizados para ligação do reator e ignitor a lâmpada de vapor metálico, além de outras possibilidades
de ligação. A figura 13.20 mostra os modelos fabricados pela Osram do Brasil.

Figura 13.20 – Modelos de lâmpada de vapor metálico e multivapor metálico (Fabricação Osram).

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Capítulo 13 – Luminotécnica

A Philips fabrica os modelos HPI/BU (ovoide), HPI/T e HPI/T2000U (400 e 1000W). Também,
fabrica os modelos MHN-TD (vapor metálico) e MHW-TD (multivapor metálico) (sofito=formato
tubular e pequeno). Estes últimos possuem um tubo de descarga em quartzo e um bulbo externo
também de quartzo (c/ vida média de 6000 H). O tubo de descarga é preenchido com mercúrio de
alta pressão e uma mistura de vapores (argônio e neônio) com a adição de sódio e tálio para
correção de cor e estabilização do arco. Essas lâmpadas são equivalentes as lâmpadas halógenas
palito (HA-300W e 500W) com as seguintes vantagens: - as lâmpadas MHN-TD apresentam um ganho
de fluxo luminoso de 7,8% e 18,4% e a MHW-TD, de 13,7% e 28,3%; - possuem vida útil três vezes
maior com economia de 70% de energia; - redução do calor gerado no ambiente.
NOTA: essas lâmpadas devem ser utilizadas apenas em luminárias fechadas, pois emitem
uma quantidade considerável de radiação ultravioleta (UV).

Reator

Modelos de potencias menores (150W) possuem starters/ignitores internos na lâmpada,


sendo mais indicados para iluminação interna de vitrines, hotéis e jardins. Nos modelos com maior
potência, o ignitor é uma peça independente. Abaixo são demonstrados esquemas elétricos típicos
de ignitores mais utilizados. Na figura é demonstrado um circuito idêntico utilizado pelas lâmpadas
de vapor de sódio de mesma potência, já na figura demonstra um circuito que utiliza reatores e
ignitores específicos.

Figura 9 - Esquema elétrico típico de reator das lâmpadas de iodeto metálico, idêntico ao
utilizados nas lâmpadas de vapor de sódio.

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Capítulo 13 – Luminotécnica

Figura 10 - Esquema elétrico típico de reator das lâmpadas de iodeto metálico que utiliza
reatores e ignitores específicos.

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Capítulo 13 – Luminotécnica

LÂMPADA DE LUZ MISTA

Recebe esse nome por ser uma combinação da lâmpada incandescente com uma lâmpada a
vapor de mercúrio puro, é composta por de um tubo de arco de vapor de mercúrio em série com um
filamento incandescente de tungstênio que, além de produzir fluxo luminoso, funciona como
elemento de estabilização da lâmpada. Demonstrada na Figura 11.

Figura 11 – Lâmpada de Luz Mista

Fonte: (Moreira, 1999)

Ao partir a lâmpada, o efeito joule do filamento auxilia o sistema do tubo de descarga e a


partir desse ponto o funcionamento é parecido com o de uma lâmpada mercúrio. Ela não necessita
de reator, facilitando a instalação, porém não existem lâmpadas de tensão 127 Volts, pois tensões
menores não seriam suficientes para a ionização do tubo de arco. A luz emitida é agradável, pois
além dos espectros do filamento e do mercúrio se complementarem, o bulbo recebe pintura
corretora. Sua eficiência luminosa é de 25 a 35 lm/w, sendo menor que as de vapor de mercúrio
(aproximadamente a metade) devido à baixa eficiência do filamento. Lâmpadas de 160W só
funcionam na posição vertical de mais ou menos 30°, já as demais funcionam normalmente em
qualquer posição. Em comparação com as lâmpadas incandescentes a lâmpada mista é mais
eficiente, mas mesmo assim está entrando em desuso pelo fato de sua eficiência ser muito baixa.

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Capítulo 13 – Luminotécnica

LÂMPADAS INFRAVERMELHAS

São lâmpadas especialmente projetadas para obtenção de energia radiante infravermelha,


sendo utilizadas nos ramos de medicina, agricultura, tecnologia de alimentos, indústria de secagem e
aquecimento. Para a obtenção de maior porcentagem de radiação infravermelha, o filamento
trabalha em temperaturas na ordem de 2500K, possuindo uma vida média de 5000 horas.

A radiação pode ser curta, de 780 a 1400nm, média de 1400 a 3000nm e longa de 3000nm a
1mm. Os comprimentos de onda gerados acima de 5000nm são absorvidos pelo vidro do bulbo,
portanto a energia está próxima do espectro visível. Radiações infravermelhas de menor
comprimento de onda não aquecem o ar, incidindo diretamente nas superfícies a serem tratadas, já
as radiações caloríficas geradas por outros radiadores abertos são absorvidas pelo ar, aquecendo o
ambiente, fazendo com que essa seja a grande vantagem dessa lâmpada, ela aquele o objeto
refletido sem aquecer o ambiente. Modelos de uso médico e doméstico o bulbo de vidro vermelho é
tratado internamente de modo a diminuir a luminância e orientar o fluxo radiante na direção
desejada, já modelos para aquecimento e secagem industrial os bulbos são espelhados claros ou sob
forma tubular em tubos de quartzo.

Figura 12 - Lâmpada Infravermelha

Fonte: (http://www.santaapolonia.com.br/, 2015)

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Capítulo 13 – Luminotécnica

LUZ NEGRA

São lâmpadas que emitem radiações ultravioletas de maior comprimento de onda (320 a
400nm). A obtenção do UV dessas lâmpadas é feita através de uma lâmpada fluorescente sem
proteção do componente fósforo que a faz emitir luz visível e como são geradas pela descarga
elétrica no vapor de mercúrio em alta pressão (especialmente a linha espectral de 365nm), as
lâmpadas de luz negra são semelhantes às de vapor de mercúrio sem correção de cor, diferindo
somente no vidro utilizado na confecção da ampola externa.

Ao passar elétrons pelo vapor de mercúrio inerte na lâmpada, ocorre a emissão de radiação
no comprimento de onda do ultravioleta, essa radiação fica presa na borda da lâmpada pelo
revestimento interno de fósforo. O fósforo excitado com a energia recebida reemite a energia em
comprimentos de onda do visível (branco). Sendo eletricamente idênticas às lâmpadas de vapor de
mercúrio, as lâmpadas de luz negra utilizam o mesmo equipamento auxiliar.

Figura 13 - Luz negra

Fonte: (http://www.vimatlux.com.br, 2015)

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Capítulo 14 – Projetos de Instalações de Telecomunicações

CAPÍTULO 14

PROJETOS DE INSTALAÇÕES DE
TELECOMUNICAÇÕES

358
UFMT - Engenharia Elétrica - Eletrotécnica Predial
Capítulo 14 – Projetos de Instalações de Telecomunicações

Projeto de Instalações Telefônicas

Para a elaboração de um projeto de Instalações Telefônicas, existem algumas normas


orientativas, entretanto, não são obrigatórias. Utilizaremos as normas extintas citadas abaixo, que
continuam sendo a base de consulta dos projetistas:
- NBR 13300:1995 – Redes telefônicas internas em prédios: Terminologia. (EXTINTA);
- NBR 13301:1995 – Redes telefônicas internas em prédios: Simbologia. (EXTINTA);
- NBR 13726:1996 – Redes telefônicas internas em prédios- Tubulação de entrada
telefônica – Projeto. (EXTINTA);
- NBR 13727:1996 – Redes telefônicas em prédios – Plantas/partes componentes de
projeto de tubulação telefônica. (EXTINTA);
- NBR 13822:1997 – Redes telefônicas em edificações com até cinco pontos telefônicos –
Projeto. (EXTINTA).
Ainda, outras normas (ainda vigentes) a serem consultadas em projetos de cabeamento
estruturado, de uma forma mais elaborada, são:
NBR 14306:1999 - Proteção elétrica e compatibilidade eletromagnética em redes internas
de telecomunicações em edificações – Projeto;
NBR 14565:2013 - cabeamento estruturado para edifícios comerciais e data centers.

O projeto de instalações telefônicas, se inicia basicamente realizando a alocação dos pontos


de tomada de telefonia, alocação do quadro de distribuição de telecomunicação, o levantamento da
prumada da instalação, e identificação dos condutores.
É importante salientar a necessidade de o projetista conhecer as terminologias e simbologia
utilizadas no projeto, para tanto, faz-se necessário se debruçar sobre as normas NBR 13300 e NBR
13301.
Abaixo, segue um glossário com os termos mais utilizados na elaboração do projeto de
telecomunicações:
- Cabo de Entrada: Cabo de telecomunicações que interliga a rede da concessionária ao PTR
(Ponto de Terminação da Rede) da edificação;
- Cabo Primário: Cabo que interliga o distribuidor geral de telecomunicações (DGT) aos
armários de telecomunicações (AT);
- Cabo Secundário: Cabo que interliga os DIUs (Distribuidor Individual de Usuário) ou ATs;
- Caixa de Distribuição Geral de Telecomunicações (CDGT): Caixa principal do prédio, que
recebe os cabos de entrada, e onde estão localizados todos os dispositivos de supervisão e/ou
proteção das concessionárias;
- Caixa de Distribuição Primária (CDP): Caixa de distribuição que é normalmente alocada 1
por pavimento, recebe os cabos de telecomunicações do CDGT e organiza a divisão dos cabos entre
os apartamentos ou unidades existentes em cada pavimento da edificação (mesmo que Caixa
Intermediária);
- Caixa de Distribuição Secundária (CDS): Mesmo que DIU;
- Caixa de Entrada (CE): Caixa subterrânea situada em frente ao edifício, destinada a permitir
a instalação dos cabos e fios de telecomunicações que ligam a rede das concessionárias com a rede
da edificação;
- Caixa de Passagem (CP): Caixa destinada à passagem de cabos e fios de telecomunicações,
para limitar o comprimento das tubulações e reduzir as curvas;

359
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Capítulo 14 – Projetos de Instalações de Telecomunicações

- Caixa de Saída (CS): Caixa metálica ou não, embutida ou aparente, localizada no teto, na
parede ou no piso, com a função de abrigar as tomadas de telecomunicações;
- Distribuidor Individual do Usuário (DIU): Caixa localizada dentro de cada apartamento, ou
cada unidade dentro da edificação, com a função de receber a rede advinda do CDGT ou CDPs e fazer
a interligação com as CSs. O dimensionamento da DIU leva em consideração o tipo das unidades
inseridas dentro da edificação;
- Poço de Elevação (ou Shaft): Tipo especial de prumada, de seção retangular, que possibilita
a passagem e distribuição de cabos;
- Rede Interna: Conjunto de meios físicos (tubulações, caixas, poço de elevação, ferragens,
cabos e fios, etc.), destinadas à operação do serviço de telecomunicações da edificação;
- Tubulação de Entrada: Parte da tubulação, utilizada a facilitar a instalação dos cabos até a
CDGT;

Materiais utilizados em projetos de tubulação de telecomunicações

- Caixa subterrânea: A base e tampa das caixas subterrâneas podem ser retangulares ou
circulares. Para edifícios de grande porte utiliza-se caixas do tipo circular. A base e a tampa circulares
devem ser fabricadas em ferro fundido cinzento do tipo 30FF (ABNT).
- Caixa de derivação: As caixas de derivação são utilizadas no sistema de distribuição da rede
de telecomunicação interna no piso e destinadas para junção e derivação de dutos retangulares. O
tamanho da caixa de derivação varia conforme a necessidade;
- Caixas de Saída: São destinadas à passagem, emenda ou terminação de cabos e fios de
telecomunicações. As CSs são numeradas de 0 a 9 com base em suas dimensões, apresentadas na
tabela 14.1.

Dimensões padronizadas para caixas internas


Dimensões internas (cm)
Caixas
Altura Largura Profundidade
Nº 0 10 5 5
Nº 1 10 10 5
Nº 2 20 20 12
Nº 3 40 40 12
Nº 4 60 60 12
Nº 5 80 80 12
Nº 6 100 100 12
Nº 7 120 120 12
Nº 8 150 150 15
Nº 9 200 200 20

Tabela 14.1 – Tabela de dimensões padronizadas para caixas de saída.

As caixas nº 0 e 1 são localizadas na parede e/ou piso e são destinados à instalação dos PTs
ou para passagem de fios e/ou cabos. As CSs instaladas na parede devem ser fabricadas em chapa
metálica e apropriada para o tipo da instalação (embutida ou aparente). As CSs instaladas no piso são
confeccionadas em chapa metálica ou em material termoplástico, com tampa móvel ou removível.

360
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Capítulo 14 – Projetos de Instalações de Telecomunicações

Figura 14.1 – Caixas de Saída nº 0 e nº 1.

As caixas internas de nº 2 a 9 são fabricadas em chapa metálica, providas de portas com


dobradiças, fechadura, fundo de madeira com 2 cm de espessura, podendo ser instaladas embutidas
ou aparentes na parede.

Figura 14.2 – Caixas de Saída nº 2 a nº 9.

- Duto retangular liso (DRL-70 ou DRL-140): utilizado para passagem de fios e cabos de
telecomunicações.
- Duto retangular modulado (DRM-70 ou DRM-140): são utilizados para passagem de fios e
cabos de telecomunicações providos de luvas de φ 50 mm (2"). Os DRMs são fabricados em chapa de
aço, latão, alumínio ou PVC.
Alguns acessórios são utilizados na instalação das malhas de piso com dutos retangulares:
- Caixa de Derivação;
- Junção Niveladora (JUN-70 ou JUN-140): destinadas a juntar, topo a topo, dutos DRL e
DRM.

Figura 14.3 – Junção Niveladora.

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Capítulo 14 – Projetos de Instalações de Telecomunicações

- Suporte nivelador (SUN-70 ou SUN-140): destinado a permitir o nivelamento de dutos DRL


e DRM.
- Curva vertical 90° (CVE-70 ou CVE-140): destinadas a permitir a passagem do DRL do piso
para a parede.
- Desvio simples (DVS-70 ou DVS-140): destinado a permitir a mudança de dutos de um
plano para outro.
- Desvio duplo (DVD-70 ou DVD-140): destinado a permitir a mudança dos dutos de um
plano para outro e seu retorno ao plano anterior.
- Tampão final (TAF-70 ou TAF-140): utilizado na vedação do final dos dutos.
- Luva de arremate (LVA-70 ou LVA-140): utilizada no acabamento de entrada dos dutos na
caixa de distribuição.
- Adaptador duto-eletroduto (ADE-70 ou ADE-140): destinado a permitir a adaptação de
dutos retangulares e dutos circulares.
- Adaptador caixa de derivação / Adaptador duto-eletroduto (ACE-70 ou ACE-140):
destinado a permitir a conexão entre a caixa de derivação e o adaptador duto-eletroduto.
- Conjunto para tomada de piso cilíndrica: destinado a permitir a instalação de dois pontos
de telecomunicações.
- Conjunto para tomada de pisos retangulares: destinado a permitir a instalação de até três
pontos de telecomunicação em conjunto com tomadas do sistema elétrico.

Tubulação de Telecomunicações em Edifícios Residenciais


As tubulações de telecomunicações em edifícios residenciais estão divididas em três partes:
tubulação de entrada; tubulação primária de 1º e 2º níveis; tubulação secundária.
Em edifícios de grande porte, quando há mais de 288 pontos de telecomunicação (PTs),
deve-se substituir a tubulação de prumada por poço de elevação, interligados através de abertura na
laje. O projetista pode definir a utilização de poço de elevação, ainda que o número de PTs seja
inferior a 288.
Os projetos de tubulação de telecomunicações têm por finalidade dimensionar e localizar o
trajeto, das tubulações dentro do edifício em todas as etapas. Entretanto, o engenheiro eletricista ou
projetista responsável pela elaboração do projeto de telecomunicações deve se preocupar apenas
em fazer a previsão dos pontos, sendo de responsabilidade do engenheiro de estruturas garantir a
implantação destes locais.
Determina-se o número de PTs, em função do tipo da unidade do edifício e do tamanho. Se
for uma unidade residencial, levará em conta a área do apartamento e a quantidade de cômodos. A
tabela 14.2 apresenta um quadro de Previsão de Pontos de Telecomunicações (lembrando que esta
tabela é apenas orientativa).

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Capítulo 14 – Projetos de Instalações de Telecomunicações

Previsão de Pontos de Telecomunicações


Nº DE PONTOS
TIPO BASE DE CÁLCULO
TELEFONIA CATV
Populares 1 1
Apartamentos Até 2 quartos 2 1
e Residências Até 3 quartos 2 1
4 quartos ou mais 3 2
Até 50 m² 2 1
Lojas De 50 m² até 500 m² 3 a 12* 1 + 1 para cada 200
Acima de 500 m² > 12** m²
1 + 1 para cada 200
Escritórios Cada 10 m² 1

Notas:
* Começar em 3 e adicionar um ponto a cada 50 m²
** Começar em 12 e adicionar 1 ponto a cada 100 m²

Tabela 14.2 – Tabela de previsão de pontos telefônicos para diversos ambientes.

Na elaboração do projeto de tubulação, deve iniciar o procedimento, dimensionando a


tubulação secundária, em seguida a tubulação primária e finalizando com o dimensionamento da
tubulação de entrada. Será apresentado as etapas básicas para a elaboração de projetos de
tubulação de telecomunicações em edifícios residenciais.

Projeto da tubulação secundária

O primeiro passo consiste em determinar a quantidade e os locais obrigatórios de instalação


de caixas de saída em cada tabela, conforme apresentado na tabela 14.2. Posteriormente deve-se
determinar a localização do DIU. O dimensionamento do DIU se dará conforme a tabela 14.3.

DIMENSIONAMENTO DO DISTRIBUIDOR INDIVIDUAL DO USUÁRIO (DIU)


DIMENSIONAMENTO
TIPO BASE DE CÁLCULO φ tubo primário de
Caixa (dimens.)* Localização**
interligação (mm)
Populares Nº 2 Sala 32
Até 2 quartos Nº 2 Área de Serviço 32
Apartamentos e
Residências Até 3 quartos Nº 3 Área de Serviço 32

4 quartos ou mais Nº 4 Área de Serviço 2 x 32


Até 50 m² Nº 3 *** 32
Lojas De 50 m² até 500 m² AT *** ****
Acima de 500 m² AT *** ****
Escritórios Cada 10 m² Nº 3, Nº 4 ou AT *** 32, 32 ou ***
Notas:
* A dimensão dos DIUs sugerida na tabela é mínima, podendo, a critério do
Projetista/Proprietário, ser aumentada, principalmente quando for necessária a
instalação de equipamentos ativos, tais como PABX, HUBS, Amplificadores e outros
dentro do mesmo.

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Capítulo 14 – Projetos de Instalações de Telecomunicações

** A localização da DIU é apenas sugestiva, ficando a critério do projetista ou proprietário definir o melhor local,
considerando ou não outros fatores.

*** A localização dos DIUs nas edificações comerciais e industriais ficará a critério do Projetista/Proprietário
conforme layout destas áreas.

Tabela 14.3 – Tabela do dimensionamento do Distribuidor Individual do Usuário (DIU).

Do DIU, sai uma tubulação primária de encontro até a CDP, que geralmente fica no hall do
pavimento.
A tabela nos indica que, para o projeto modelo, devemos prever 3 pontos telefônicos, ou
seja, três números de telefone fornecidos pela concessionária de telefonia. No entanto, como o
apartamento é residencial e “unifamiliar”, iremos considerar apenas um ponto telefônico. O passo a
seguir será a alocação das caixas de saída (pontos de tomada). A tabela 14.4 abaixo apresenta as
simbologias mais utilizadas, baseada na NBR 13301:95.

Tabela X.4 – Principais símbolos utilizados em projetos de instalações de telecomunicações.

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Capítulo 14 – Projetos de Instalações de Telecomunicações

Para elaboração do projeto de telefonia, é interessante prever caixas de saída em quartos,


salas, copa e cozinha, alocando pontos de tomada alto na cozinha, preferencialmente. As caixas de
saída alocadas na planta, devem ser interligadas sequencialmente até o QD ou QDG, através da
tubulação interna. Em nosso projeto, dentro da residência, utilizaremos eletroduto flexível corrugado
de seção de 25 mm (1”) na saída do DIU para as caixas de saída, e de 32 mm na entrada do DIU; isso
por que as constantes elétricas e térmicas dos fios e cabos são desprezíveis, além disso, não haverá
esforços mecânicos, e esses eletrodutos atendem bem a nossa demanda. A rede secundária de
telefonia será constituída de cabos tipo CCI-50-1P de um par, sendo um para cada unidade. É
importante discutir a alocação dos pontos em harmonia com a utilização do usuário, previamente
discutida com o arquiteto responsável. Posteriormente, cabe ao projetista fazer a previsão do
lançamento dos eletrodutos, separados para instalações telefônicas e para os pontos de televisão.

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Capítulo 14 – Projetos de Instalações de Telecomunicações

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Capítulo 14 – Projetos de Instalações de Telecomunicações

Prumada de Telecomunicações

Figura 14.5 – Prumada do Projeto de Instalações de Telecomunicações.

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Capítulo 14 – Projetos de Instalações de Telecomunicações

A prumada das instalações telefônicas tem o objetivo de deixar claro ao projetista, a previsão
de espaço físico para alocação dos elementos construtivos presentes na instalação do sistema de
telecomunicações. Nela consta informações essenciais para a compreensão, como apresentada na
figura 14.6.

Figura 14.6 – Ilustração da prumada de instalações de telecomunicações de um prédio.

Na figura 14.6 pode ser visualizada de forma mais simples, uma prumada de instalações
telefônicas. A Caixa de Entrada, alocada na calçada em frente da Edificação, recebe todos os cabos e
fios proveniente das concessionárias de serviços de telecomunicações; esses cabos chegam até o
Centro de Distribuição Geral de Telecomunicações (CDGT) através das tubulações (traço vermelho);
em seguida os cabos vão sendo distribuídos aos Centros de Distribuição Primária (CDPs), localizado
em cada pavimento, e que distribui os cabos e fios de cada unidade, até os Distribuidores Individuais
de Usuário (DIUs).
As linhas de chamadas conectadas às tubulações, representadas na figura 14.5, contém
informações relevantes, conforme apresentado na figura 14.7, abaixo:

Figura 14.7 – Descrição da linha de chamada ligada às tubulações da prumada.

A figura 14.7 apresenta apenas um modelo, de uma apresentação mais objetiva de


informações relevantes para a execução do projeto de instalações telefônicas, como quantidade de
cabos que vai dentro de cada tubulação, tipo de cabos, identificação dos cabos, diâmetro interno da
tubulação e comprimento da tubulação. Informações adicionais podem ser acrescentadas, de acordo
com a necessidade do projetista, para facilitar a execução do projeto.

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Capítulo 14 – Projetos de Instalações de Telecomunicações

A figura 14.8 abaixo apresenta a explicação do balão informativo a respeito dos fios e cabos,
e do agrupamento existente em cada prumada.

Figura 14.8 – Descrição do balão de informações da prumada.

Projeto da Tubulação Primária

O primeiro ponto a ser observado, é o número de prumadas necessários para a melhor


implementação do sistema de telecomunicações no edifício, levando em consideração alguns
aspectos, como: Existência de obstáculos intransponíveis no trajeto da tubulação vertical;
concepções arquitetônicas que estabeleçam blocos separados sobre a mesma base; edifícios que
contenham várias entradas e ambientes de circulação independentes.
Após determinarmos o número de prumadas que a edificação terá, é necessário prever
quantos pontos de telecomunicações cada andar terá (quantos números de telefone, CATV, etc.),
que é atendido pela mesma prumada; feito isto, calcula-se quantos pontos serão atendidos por cada
prumada. Caso o número de PTs atendidos por uma mesma prumada for igual ou inferior a 288, esta
prumada pode ser constituída de tubulação convencional. Caso o número de PTs for superior a 288,
ou se o projetista assim decidir, a prumada deverá ser constituída de um poço de elevação.
Para o projeto da tubulação primária, utilizando tubulação convencional, deve-se
primeiramente localizar o CDGT da edificação. Os CDGTs são alocados, normalmente, no Térreo da
edificação, preferencialmente na mesma direção da prumada (caso não seja possível, observar os
comprimentos máximos das tubulações), em áreas comuns, internas e cobertas do edifício, e de
preferência a um nível superior ao da rua. As CDGTs não devem ser alocados em áreas que dificultam
o acesso a mesma, em salões de festa, em locais sujeitos a umidade, etc.
Após alocar o CDGT, o próximo passo é alocar as CDPs, como regra geral, instala-se um CDPs
em cada andar da edificação, sendo que do CDP, saíra os cabos e fios de telecomunicações para cada
DIU.
É importante salientar que a instalação de equipamentos ativos das redes de
telecomunicações quando de sua necessidade, deve ser feita preferencialmente em ATs localizados
dentro do poço de elevação devido à profundidade requerida para a instalação desses
equipamentos, ou em salas e armários exclusivos ou nas salas de equipamentos (SEQ) ou de
telecomunicações (SET). Quando a tubulação primária é constituída de caixas (nº 2 a nº 9),
recomenda-se a instalação de caixas ou armários adicionais, devidamente localizados para a
instalação desses equipamentos ativos.
O próximo passo consiste em determinar o trajeto da tubulação primária, interligando todas
as CDPs à CDGT. Devem ser projetadas caixas de passagem, se necessárias. Determinado o trajeto da
tubulação primária, deve-se calcular o número de pontos de telecomunicações atendidos
especificamente por cada caixa de distribuição. Posteriormente, calcula-se o número de pontos de
telecomunicações acumulados em cada caixa de distribuição, ou em cada caixa de passagem, se
previstas, em cada trecho da tubulação primária e na CDGT. Em seguida, deve ser feito o
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Capítulo 14 – Projetos de Instalações de Telecomunicações

dimensionamento dos dutos pertencentes à tubulação primária, em função do número de pontos de


telecomunicações acumulados em cada trecho, conforme os valores indicados na tabela 14.5 a
seguir:

Dimensionamento das tubulações internas


primárias em edificações.
Diâmetro do
Nº de
Nº de PTs acumulados eletroduto
eletrodutos
(mm)
Até 6 pontos 32 1
De 7 a 14 pontos 40 2 x φ 32
De 15 a 30 pontos 40
De 31 a 58 pontos 50
De 59 a 99 pontos 60 2
De 100 a 144 pontos 75
De 145 a 216 pontos 100
De 217 a 288 pontos 100 3
Acima de 288 pontos Poço de elevação com ATs

Tabela 14.5 – Tabela de dimensionamento das tubulações primárias.

Dimensionamento das Caixas de Distribuição Primária

Determinado o diâmetro dos dutos pertencentes à tubulação primária, deve ser feito o
dimensionamento das CDPs, das caixas de passagem (se previstas), e da CDGT. Esse
dimensionamento é feito em função do número de pontos acumulados em cada caixa e de acordo
com a Tabela 14.6 abaixo:

Dimensionamento de Caixas de Distribuição Primárias (CDPs) interna em


edificações
Nº de PTs Caixa de Distribuição Geral Caixa de Distribuição
Caixas de Passagem
acumulados na de Telecomunicações (CDGT) Primária (CDP)
caixa Nº Dimensões (cm) Nº Dimensões (cm) Nº Dimensões (cm)
Até 14 4 60 x 60 x 12 3 40 x 40 x 12 2 20 x 20 x 12
15 a 58 5 80 x 80 x 12 4 60 x 60 x 12 3 40 x 40 x 12
59 a 99 6 100 x 100 x 12 5 80 x 80 x 12 3 40 x 40 x 12
100 a 144 7 120 x 120 x 12 6 100 x 100 x 12 4 60 x 60 x 12
145 a 216 8 150 x 150 x 15 7 120 x 120 x 12 4 60 x 60 x 12
217 a 288 9 200 x 200 x 15 8 150 x 150 x 15 5 80 x 80 x 12
Sala de entrada de
Acima de 288 Poço de elevação
telecomunicações

Tabela 14.6 – Tabela de dimensionamento das caixas de distribuição, com base no nº de PTs acumulados em cada caixa.

A CDGT pode ser interligada diretamente aos DIUs (atendimentos a apartamentos localizados
próximos a ela), quando estes tiverem localizados no mesmo pavimento. Próximo às CDGTs, CDPs e
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Capítulo 14 – Projetos de Instalações de Telecomunicações

ATs deve ser prevista uma tomada de corrente de 127 Vca. Caso o número de PTs acumulados na
CDGT for superior a 288, terá que ser projetada uma sala especial com função de sala de entrada de
telecomunicações (SET).

Projeto da tubulação de entrada

O primeiro passo para a elaboração do projeto de tubulação de entrada é definir se o cabo


de entrada do edifício será aéreo ou subterrâneo. Para tanto, leva-se em consideração alguns
critérios. A entrada deve ser subterrânea, quando: a rede da concessionária de telecomunicações for
subterrânea no local; ou se a edificação possuir mais de 50 pontos de voz. A entrada deve ser aérea,
quando: a rede da concessionária de telecomunicações for aérea no local e o número de pontos de
voz da edificação for igual ou inferior a 50. Entretanto, cabe ao projetista, definir se irá construir a
tubulação de entrada subterrânea, ainda que a edificação não tenha mais de 50 pontos de voz.
Cabe ao projetista colher todos os dados referentes à rede no local da edificação, das
operadoras de telecomunicações. As seguintes informações devem ser solicitadas: Se a rede externa
no local é aérea ou subterrânea; de que lado da rua passam os cabos de telecomunicações; se há
previsão de alteração da rede local (passagem de aérea para subterrânea, mudança de lado na rua,
etc.); a melhor posição para construção da caixa de entrada do edifício, se prevista.

Entrada subterrânea

Para o projeto de entrada subterrânea, os seguintes passos devem ser seguidos:


- Dimensionar a caixa subterrânea de entrada, em função dos parâmetros determinados pela
tabela 14.7:

Dimensionamento da caixa subterrânea de entrada em edificações


Tipo de Dimensões (cm)
PTs da edificação
Caixa Comprimento Largura Profundidade
Até 14 R0 40 40 50
De 15 a 58 R1 60 35 50
De 59 a 288 R2 107 52 50
De 289 a 1000 R3 120 120 130
Acima de 1000 I 210 130 190

Tabela 14.7 – Tabela de dimensionamento da caixa subterrânea de entrada de telecomunicações de uma edificação.

A seguir, apresentamos alguns modelos de caixas subterrâneas de entrada, tais como seus
principais aspectos construtivos.

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Capítulo 14 – Projetos de Instalações de Telecomunicações

Figura 14.9 – Detalhes da caixa subterrânea Tipo R1.

Figura 14.10 – Detalhes da caixa subterrânea Tipo R2.

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Capítulo 14 – Projetos de Instalações de Telecomunicações

Figura 14.11 – Detalhes da caixa subterrânea Tipo R3.

Figura 14.12 – Detalhes da caixa subterrânea Tipo R4.


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Capítulo 14 – Projetos de Instalações de Telecomunicações

- Locar a caixa subterrânea de entrada no passeio, obedecendo aos afastamentos indicados


na tabela 14.8 e ilustrados pela figura 14.13. A caixa subterrânea de entrada não pode ser
posicionada em locais transitáveis por veículos.

Localização da caixa subterrânea de entrada


Largura do passeio (L) onde será Distância (d) entre a parede externa da caixa
construída a caixa subterrânea (m) subterrânea e o alinhamento predial (m)
L < 2,00 0,45
2,00 < L < 3,00 0,7
3,00 < L < 3,75 1,1
3,75 < L < 4,50 1,35
4,50 < L < 6,00 1,8
6,00 < L 2,1

Tabela 14.8 – Tabela de localização da caixa subterrânea de entrada.

Figura 14.13 – Ilustração da locação da caixa subterrânea de entrada, conforme a Tabela 14.8.

- Determinar o trajeto da tubulação de entrada, desde a caixa de entrada do edifício até à


CDGT ou SET, projetando as caixas de passagem, se necessárias, para limitar o comprimento do lance
e/ou o número de curvas. Os cumprimentos máximos admitidos para a tubulação subterrânea de
entrada são determinados em função da quantidade de curvas existentes, conforme tabela 14.9.

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Capítulo 14 – Projetos de Instalações de Telecomunicações

Comprimentos máximos das tubulações


subterrâneas de entrada
Comprimentos
Trechos
máximos horizontais
Retilíneos 40 m
Com uma curva 30 m
Com duas curvas 25 m

Tabela 14.9 – Tabela de determinação dos comprimentos máximos das tubulações subterrâneas de entrada.

Em cada trecho da tubulação podem ser utilizadas, no máximo, duas curvas (nunca
superiores a 90°), sendo que a distância mínima entre as mesmas deve ser de 2 metros.
Após a determinação do trajeto da tubulação subterrânea de entrada, deve-se dimensiona-la
aplicando a tabela 14.10.

Dimensionamento das tubulações de entrada aéreas e


subterrâneas em edificações
Entrada aérea Entrada Subterrânea
PTs em edificações
φ Nº de dutos φ Nº de dutos
Até 14 50 1 50 1
14 a 58 60 1 60 1
59 a 144 75 1 75 2
145 a 288 - - 100 2
289 a 500 - - 100 3
501 a 1000 - - 100 4
Acima de 1000 - - 100 5

Tabela 14.10 – Tabela de dimensionamento das tubulações de entrada de PTs em edificação.

- Quando a CDGT ou a SET for projetada no nível inferior ao da caixa subterrânea de entrada,
deverá ser prevista uma caixa de passagem para evitar o escoamento de água para o CDGT.

Entrada aérea

A entrada aérea pode ser projetada de três modos: diretamente pela fachada; pela fachada,
passando por poste de acesso; pelo poste de acesso, com descida de eletroduto.
A entrada projetada diretamente na fachada é utilizada em prédios construídos a uma
distância inferior a 5 m do alinhamento predial, mas nunca em nível inferior ao da rua. Os seguintes
passos devem ser seguidos na elaboração deste tipo de projeto:
- Locar a posição exata em que a tubulação de entrada deve ser instalada na fachada do
edifício, em função dos parâmetros constados na tabela 14.11:

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Capítulo 14 – Projetos de Instalações de Telecomunicações

Alturas mínimas para a entrada aérea


Altura mínima da Altura mínima do
Situações típicas de
ferragem em relação eletroduto da entrada
entradas aéreas
ao passeio em relação ao passeio
Posteação do mesmo
3,50 m 3,00 m
lado do edifício
Posteação do outro
5,40 m 3,00 m
lado da rua
Edifício em nível
Utilizar poste de acesso
inferior ao da rua
Tabela 14.11 – Tabela de altura mínima para a entrada aérea dos cabos de PTs.

- A entrada deve ser localizada de forma que o cabo de telecomunicação de entrada não
cruze com linhas de energia elétrica e que mantenha os afastamentos mínimos com estas linhas,
conforme apresentado na tabela 14.12.

Afastamentos mínimos da rede de


energia elétrica
Tensão da rede de Afastamento mínimo
energia elétrica (m)
Até 600 V 0,6
De 601 V a 7500 V 1,2
De 7501 V a 50000 V 1,8

Tabela 14.12 – Tabela de afastamento mínimo dos cabos de telecomunicações dos cabos de energia elétrica

- O cabo de entrada não deve atravessar terrenos de terceiros. O eletroduto e o isolador de


porcelana devem ser posicionados de modo que não possam ser alcançados pelos ocupantes do
edifício.

- Após definida a posição do eletroduto, determinar o trajeto da tubulação de entrada, desde


o ponto determinado na fachada até à caixa de distribuição geral de telecomunicações (CDGT),
projetando caixas de passagem, se necessárias, para limitar o comprimento do lance e do número de
curvas.
- O diâmetro nominal do duto de entrada não deve ser inferior a 50 mm.

A entrada aérea pela fachada, passando por poste de acesso, é utilizada em prédios
construídos a uma distância igual ou superior a 5 metros do alinhamento predial, em prédios
construídos em nível inferior ao da rua, quando o cabo de entrada atravessar terrenos de terceiros,
se instalado sem o poste de acesso.
A entrada aérea pelo poste de acesso, com descida de eletroduto subterrâneo desde o poste
até a caixa de distribuição geral, é utilizada em edifícios construídos a uma distância igual ou superior
a 5m do alinhamento predial, em edifícios construídos em nível inferior ao da rua, nos casos onde
não se obtêm os afastamentos exigidos pelas tabelas 14.11 e 14.12, ou se o construtor assim o
decidir por razões estéticas.
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Capítulo 15 – Dimensionamento de Condutos Elétricos

CAPÍTULO 15

DIMENSIONAMENTO DE CONDUTOS
ELÉTRICOS

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Capítulo 15 – Dimensionamento de Condutos Elétricos

DIMENSIONAMENTO DE CONDUTOS ELÉTRICOS

Condutos são componente de uma instalação que propicia um meio envoltório, ou invólucro,
para a instalação dos condutores elétricos, são tubos de metal ou de PVC cujas funções gerais são:

a) Proteção dos condutores contra ações mecânicas e contra corrosão.

b) Proteção do meio contra perigos de incêndio, resultantes do superaquecimento dos condutores


ou de arcos.

Pode dividir-se em:


 Eletrodutos;
 Dutos;
 Calhas e canaletas (condutos fechados ou abertos);
 Bandejas ou leitos de cabos (condutos abertos);
 Molduras, rodapés e alizares.

ELETRODUTOS
São tubos destinados à colocação e proteção de condutores elétricos. Os eletrodutos têm
por finalidade:
 Proteger os condutores contra ações mecânicas e contra corrosão;
 Proteger o meio ambiente contra perigos de incêndio, provenientes do
superaquecimento ou da formação de arcos por curto-circuito;
 Constituir um envoltório metálico aterrado para os condutores (eletrodutos
metálicos), o que evita perigos de choque elétrico;
 Funcionar como condutor de proteção, proporcionando um percurso para a terra
(eletrodutos metálicos).

 Classificação
Os eletrodutos podem ser classificados como:
• Metálicos rígidos
• PVC rígidos
• Metálicos flexíveis
• PVC flexíveis

Eletrodutos flexíveis:

Classificados como:

 Leve (cor amarela) => embutido nas paredes;

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Capítulo 15 – Dimensionamento de Condutos Elétricos

 Médio (cor cinza) = > este e os demais são embutidos em pisos, lajes ou enterrados
em áreas externas à edificação, onde há maiores esforços mecânicos;

 Pesado (cor preta);

 Reforçado (cores azul ou laranja);

 Há também eletrodutos de metal, flexíveis.

Esses tipos de eletrodutos são os mais encontrados e usado na maior parte das
instalações. Geralmente produzido em PVC, é indicado o uso em paredes, pois devido à sua
flexibilidade é possível de ser curvado, acompanhando facilmente a estrutura da construção.

Eletrodutos rígido:

 Aço galvanizados (material metálico)

PVC Rígido

Esse modelo de eletroduto são mais usuais em pisos, lajes e superfícies concretadas, devido ao
seu material e construção física, possuem mais resistência a colisões externas e também utilizado em
caso de dutos subterrâneos, onde os eletrodutos estão em contato direto com a terra ou envolto em
concreto. São indicados tanto para instalações elétricas residenciais, como para industriais. Devido a
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Capítulo 15 – Dimensionamento de Condutos Elétricos

sua construção, seu material deixa-o de difícil manuseio, pois não permite ser dobrado como outros
tipos de eletrodutos (flexíveis).

 Materiais
Divide-se em:
 PVC;
 Plástico com fibra de vidro;
 Polipropileno;
 Polietileno de alta densidade.

 Proteção contra a corrosão


Pode ser constituída por:
 Cobertura de esmalte a quente;
 Galvanização ou banho de zinco a quente;
 Cobertura externa de composto asfáltico ou plástico;
 Proteção interna e/ou externa adicional de tinta epóxica.
 Modalidades de instalação

 Modalidades de instalação
Os eletrodutos podem ser instalados em:
 Em lajes e alvenaria: (rígidos metálicos ou plásticos);
 Enterrados no solo: (rígidos não metálicos e de aço galvanizado);
 Enterrados (embutidos em lastro de concreto): eletrodutos rígidos não-metálicos,
metálicos galvanizados ou revestidos em epóxi;
 Aparentes (fixados por braçadeiras a tetos, paredes ou elementos estruturais):
eletrodutos rígidos metálicos ou de PVC rígido;
 Aparentes (em prateleiras ou suportes tipo mão francesa): rígidos metálicos ou de
PVC;
 Aparentes (em atmosfera onde contiver gases ou vapores agressivos): PVC rígidos ou
metálicos com pintura epóxica;
 Ligação de ramais de motores e equipamentos sujeitos a vibrações (eletrodutos
flexíveis metálicos).

DUTOS
Os dutos são tubos destinados à condução de cabos, em geral, quando estes devam ficar
enterrados. Podem ser de cerâmica vitrificada, amianto-cimento, PVC rígido ou de outros materiais
resistentes e impermeáveis.
Os dutos metálicos devem ser
aterrados e deve ser mantida a
continuidade do mesmo em todas as
emendas.

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Capítulo 15 – Dimensionamento de Condutos Elétricos

MOLDURAS, RODAPÉS E ALIZARES


Nas molduras só devem ser instalados condutores isolados ou cabos unipolares.
As ranhuras das molduras, rodapés e similares devem possuir dimensões tais que os cabos ou
condutores possam alojar-se facilmente.
Só é permitido passar em uma ranhura, condutores ou cabos de um mesmo circuito.
As molduras não devem ser embutidas na alvenaria nem cobertas por papéis de parede,
tecidos ou qualquer outro material, devendo sempre permanecer aparentes.
Nas molduras só devem ser instalados condutores isolados ou cabos unipolares.
As ranhuras das molduras, rodapés e similares devem possuir dimensões tais que os cabos ou
condutores possam alojar-se facilmente.
Só é permitido passar em uma ranhura, condutores ou cabos de um mesmo circuito.
As molduras não devem ser embutidas na alvenaria nem cobertas por papéis de parede,
tecidos ou qualquer outro material, devendo sempre permanecer aparentes.

BANDEJAS, LEITOS, PRATELEIRAS, SUPORTES HORIZONTAIS E FIXAÇÃO DIRETA DOS CABOS


EM PAREDES OU TETOS

As bandejas, leito de cabos ou prateleiras são condutos rígidos sobre os quais são colocados
os cabos, de modo que possam ser facilmente alcançados. Em geral são de chapa de aço ou de
alumínio, podendo eventualmente ser de amianto-cimento reforçado ou mesmo constituídas por
uma prateleira de concreto armado.

A norma estabelece que:

- Nas linhas elétricas em que os condutos forem bandejas, leitos, prateleiras ou suporte
horizontais, e nas linhas em que os cabos forem diretamente fixados em paredes ou tetos, só devem
ser utilizados cabos unipolares ou cabos multipolares;

- Para a fixação direta dos cabos em paredes ou tetos, podem ser usados argolas,
abraçadeiras ou outros meios;

NOTA: Não se recomenda o uso de materiais magnéticos quando estes estiverem sujeitos à
indução significativa de corrente.

- Os meios de fixação, as bandejas, leitos, prateleiras ou suportes devem ser escolhidos e


dispostos de maneira a não danificar os cabos nem comprometer seu desempenho. Eles devem
possuir propriedades que lhes permitam suportar sem danos as influências externas a que forem
submetidos.

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Capítulo 15 – Dimensionamento de Condutos Elétricos

Figura 7.8 - Leito para cabos, bandeja e curva para bandeja.

- Nos percursos verticais deve ser assegurado que o esforço de tração imposto pelo peso dos
cabos não resulte em deformação ou ruptura dos condutores. Esse esforço de tração também não
deve recair sobre as conexões.

- Nas bandejas, leitos e prateleiras, os cabos devem ser dispostos, preferencialmente, em


uma única camada. Admite-se, no entanto, a disposição em várias camadas, desde que o volume de
material combustível representado pelos cabos (isolações, capas e coberturas) não ultrapasse:
a) 3,5 dm³ por metro linear, para cabos de categoria BF da ABNT NBR 6812;
b) 7 dm³ por metro linear, para cabos de categoria AF ou AF/R da ABNT NBR 6812.

NOTA: A limitação do volume de material combustível destina-se a minimizar ou mesmo


evitar que os cabos contribuam para a propagação de incêndio.

Canaletas

As canaletas podem ser com ou sem ventilação:


- De concreto ou alvenaria com reboco impermeável;
- De chapa dobrada ou liga de alumínio fundido, colocadas em lajes ou alvenaria.

Podem ter tampa ou cobertura em:


- Placas de concreto pré-moldado (canaletas de concreto ou alvenaria, fechada);
- Placas de ferro fundido, ou chapas de aço doce (pintadas com tinta antiferrugem);
- Grades para ventilação.

Os cabos colocados em canaletas devem ter isolamento que não fique comprometido por
eventual umidade ou água (infiltrada). Não devem ser colocadas em locais onde, pelo piso, possa
escorrer líquido agressivo (processo industrial).
Nas canaletas, podem ser colocados cabos ou eletrodutos contendo cabos. Para prevenir o
contato com líquido podem-se prever prateleiras no interior da canaleta e mecanismos para a
drenagem das mesmas.
Nas canaletas instaladas no solo podem ser utilizados cabos unipolares ou cabos
multipolares. Sob o ponto de vista das influências externas AD (presença de água, tabela 7.11), as
canaletas instaladas no solo são classificadas como AD4;

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Capítulo 15 – Dimensionamento de Condutos Elétricos

Nas canaletas encaixadas no piso podem ser utilizados condutores isolados, cabos unipolares
ou cabos multipolares. Os condutores isolados só podem ser utilizados se contidos em eletrodutos.

CANALETAS (ELETROCALHAS) E PERFILADOS

Nas canaletas (eletrocalhas) instaladas sobre paredes, em tetos ou suspensas e nos


perfilados, podem ser instalados condutores isolados, cabos unipolares e cabos multipolares. Os
condutores isolados só podem ser utilizados em canaletas ou perfilados de paredes não-perfuradas e
com tampas que só possam ser removidas com auxílio de ferramenta.
As eletrocalhas, como o próprio nome sugere, são calhas para passar
cabos ou fios de eletricidade, dados (internet), voz e imagem. Isto é, as
eletrocalhas servem para fazer toda distribuição elétrica de um galpão, shopping
ou empresa. Qualquer tipo de cabo, pode ser sustentado por essas bandejas
metálicas, muitas vezes permeando toda construção. Elas podem ficar expostas
no teto, o que é mais comum, sobre o forro, ou sob um piso elevado.

Figura 7.8 - a) Eletrocalha lisa s/ virola; b) Eletrocalha lisa c/ virola; c) Tampa de encaixe; d) Perfilado liso; e) Perfilado perfurado; f) Tampa
de encaixe para perfilado.

NOTA: Admite-se o uso de condutores isolados em canaletas ou perfilados sem tampa ou


com tampa desmontável sem auxílio de ferramenta, ou em canaletas ou perfilados com paredes
perfuradas, com ou sem tampa, desde que estes condutos:
a) sejam instalados em locais só acessíveis a pessoas advertidas (BA4) ou qualificadas (BA5),
conforme tabela 7.12, ou;
b) sejam instalados a uma altura mínima de 2,50 m do piso.

As eletrocalhas instaladas sobre paredes, em tetos ou suspensas e os perfilados devem ser


escolhidos e dispostos de modo a não danificar os cabos nem comprometer seu desempenho. Eles
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Capítulo 15 – Dimensionamento de Condutos Elétricos

devem possuir

Tabela 7.12 - Competência das pessoas. (ABNT NBR 5410:2004. Tabela 18)

Tabela 7.11 - Presença de água. (ABNT NBR 5410:2004. Tabela 4)

propriedades que lhes permitam suportar sem danos as influências externas a que forem
submetidos.

Espaço de construção de poços para passagem de cabos

São os espaços entre tetos e assoalhos, exceto os tetos falsos desmontáveis e as paredes
constituídas por elementos ocos (lajotas, blocos de concreto), mas que não são projetados para, por
justaposição, formar condutos para a passagem de instalações elétricas.

Podem ser utilizados cabos isolados em eletrodutos ou cabos uni ou multipolares nos
espaços de construção ou poços (shafts) sob qualquer forma normalizada de instalação desde que:
- Possam ser enfiados ou retirados sem intervenção nos elementos de construção do prédio;
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Capítulo 15 – Dimensionamento de Condutos Elétricos

- Os eletrodutos utilizados sejam estanques e não propaguem a chama;


- Os cabos instalados diretamente, isto é, sem eletrodutos, nos espaços de construção ou
poços, atendam às prescrições da ABNT NBR 5410:2004 referentes às instalações abertas.
Instalação sobre isoladores

Nas linhas com condutores fixados sobre isoladores podem ser utilizados condutores nus,
condutores isolados, condutores isolados em feixe, cabos unipolares, cabos multipolares e barras.
Essa maneira de instalar não é admitida em locais de habitação (residenciais).
As linhas sobre isoladores devem obedecer às prescrições a respeito da colocação fora de
alcance. Partes simultaneamente acessíveis que apresentem potenciais diferentes devem se situar
fora da zona de alcance normal.

NOTA: Considera-se que duas partes são simultaneamente acessíveis quando o afastamento
entre elas não ultrapassa 2,50 m.

- Em edificações de uso comercial ou assemelhado, as linhas com condutores nus são


admitidas como linhas de contatos alimentando lâmpadas ou equipamentos móveis, desde que
alimentadas em SELV (Os circuitos SELV não têm qualquer ponto aterrado nem massas aterradas; a
tensão nominal do sistema SELV não pode exceder o limite superior da faixa I: 50 V em corrente
alternada ou 120 V em corrente contínua sem ondulação).

- O uso de condutores nus sobre isoladores em estabelecimentos industriais ou


assemelhados deve ser limitado aos locais de serviço elétrico ou a utilizações específicas (por
exemplo, alimentação de pontes rolantes);

- Na instalação de condutores nus ou barras sobre isoladores, devem ser considerados:


a) os esforços a que eles podem ser submetidos em serviço normal;
b) os esforços eletrodinâmicos a que eles podem ser submetidos em condições de curto-
circuito;
c) a dilatação devida a variações de temperatura, que podem acarretar a flambagem dos
condutores ou a destruição dos isoladores; pode ser necessário prever juntas de dilatação. Além
disso, deve-se tomar precauções contra vibrações excessivas dos condutores, utilizando suportes
suficientemente próximos.

Quando forem usados cabos nus sobre isoladores, devem ser obedecidas as seguintes
prescrições:
a) os cabos nus devem ser instalados a pelo menos 10 cm das paredes, tetos ou outros
elementos condutores;
b) se os condutores tiverem que atravessar paredes ou solos, isto deve ser feito por meio de
buchas de passagem ou de dutos de material isolante;
c) a distância mínima entre cabos nus de polaridade diferente deve atender aos valores da
tabela a seguir.

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Capítulo 15 – Dimensionamento de Condutos Elétricos

Afastamento mínimo entre


Vão cabos nus de polaridades
diferentes
(m) (m)
≤ 0,15
Entre 4 e 6 0,2
Entre 6 e 18 0,25
> 15 0,35

Linhas aéreas externas

- Nas linhas aéreas externas podem ser utilizados condutores nus ou providos de cobertura
resistente às intempéries, condutores isolados com isolação resistente às intempéries, ou cabos
multiplexados resistentes às intempéries montados sobre postes ou estruturas;

- Quando uma linha aérea alimentar local que apresente riscos de explosão (BE3), ela deve
ser convertida em linha enterrada a uma distância mínima de 20 m do local de risco;

- Os condutores nus devem ser instalados de forma que seu ponto mais baixo observe as
seguintes alturas mínimas em relação ao solo:
a) 5,50 m, onde houver tráfego de veículos pesados;
b) 4,50 m, onde houver tráfego de veículos leves;
c) 3,50 m, onde houver passagem exclusiva de pedestres.

- Os condutores nus devem ficar fora do alcance de janelas, sacadas, escadas, saídas de
incêndio, terraços ou locais análogos. Para que esta prescrição seja satisfeita, os condutores devem
atender a uma das condições seguintes:
a) estar a uma distância horizontal igual ou superior a 1,20 m;
b) estar acima do nível superior das janelas;
c) estar a uma distância vertical igual ou superior a 3,50 m acima do piso de sacadas, terraços
ou varandas;
d) estar a uma distância vertical igual ou superior a 0,50 m abaixo do piso de sacadas,
terraços ou varandas.

Instalações Enterradas

- Em linhas enterradas (cabos diretamente enterrados ou contidos em eletrodutos


enterrados), só são admitidos cabos unipolares ou multipolares. Adicionalmente, em linhas com
cabos diretamente enterrados desprovidos de proteção mecânica adicional só são admitidos cabos
armados;

NOTA: Admite-se o uso de condutores isolados em eletroduto enterrado se, no trecho


enterrado, não houver nenhuma caixa de passagem e/ou derivação enterrada e for garantida a
estanqueidade do eletroduto.

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Capítulo 15 – Dimensionamento de Condutos Elétricos

- Os cabos devem ser protegidos contra as deteriorações causadas por movimentação de


terra, contato com corpos rígidos, choque de ferramentas em caso de escavações, bem como contra
umidade e ações químicas causadas pelos elementos do solo;

- Como prevenção contra os efeitos de movimentação de terra, os cabos devem ser


instalados, em terreno normal, pelo menos a 0,70 m da superfície do solo. Essa profundidade deve
ser aumentada para 1 m na travessia de vias acessíveis a veículos, incluindo uma faixa adicional de
0,50 m de largura de um lado e de outro dessas vias. Essas profundidades podem ser reduzidas em
terreno rochoso ou quando os cabos estiverem protegidos, por exemplo, por eletrodutos que
suportem sem danos as influências externas presentes;

- Deve ser observado um afastamento mínimo de 0,20 m entre duas linhas elétricas
enterradas que venham a se cruzar;

- Deve ser observado um afastamento mínimo de 0,20 m entre uma linha elétrica enterrada
e qualquer linha não elétrica (tubulação de água, de gás, de hidrocarbonetos, de ar comprimido ou
de vapor) cujo percurso se avizinhe ou cruze com o da linha elétrica. Esse afastamento, medido entre
os pontos mais próximos das duas linhas, pode ser reduzido se as linhas elétricas e as não elétricas
forem separadas por meios que proporcionem uma segurança equivalente;

- As linhas elétricas enterradas devem ser sinalizadas, ao longo de toda a sua extensão, por
um elemento de advertência (por exemplo, fita colorida) não sujeito a deterioração, situado, no
mínimo, a 0,10 m acima da linha;

A transição de linha área para subterrânea, ou vice-versa, deve ser feita através de
eletrodutos rígidos, que devem se estender desde abaixo do nível do solo até a uma altura de 2,40
m.

Condutores

Os condutores devem formar trechos contínuos entre as caixas de derivação, as emendas e


derivações devem ser colocadas dentro das caixas. Condutores emendados ou cuja isolação tenha
sido danificada e recomposta com fita isolante ou outro material não devem ser enfiados em
eletrodutos.
Os condutores só devem ser enfiados depois de completada a rede de eletrodutos e
concluídos todos os serviços de construção que os possam danificar. A enfiação só deve ser iniciada
após a tubulação estar perfeitamente limpa e seca.

Para facilitar a enfiação dos eletrodutos podem ser usados:

- Guias de puxamento que, entretanto, só devem ser introduzidos no momento da enfiação


dos condutores e não durante a execução das tubulações;

- Talco, parafina ou outros lubrificantes que não prejudiquem a isolação dos condutores.

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Capítulo 15 – Dimensionamento de Condutos Elétricos

Quando vários condutores forem reunidos em paralelo, deve ser reunido em tantos grupos
quantos forem os condutores em paralelo, cada grupo contendo um condutor de cada fase da
polaridade. Os condutores de cada grupo devem estar instalados nas proximidades imediatas uns
dos outros.

CAIXA DE PASSAGEM
Os eletrodutos oferecem proteção mecânica e comportam os cabos elétricos e as caixas de
passagem vão ser os pontos para inspeção e onde vão ser acomodadas as emendas e conexões dos
cabos elétricos. As caixas devem ser colocadas em lugares facilmente acessíveis e serem providas de
tampas. Se contiverem interruptores, tomados de corrente e congêneres devem ser fechadas pelos
espelhos que completam a instalação desses dispositivos. As caixas de saída para alimentação de
equipamentos podem ser fechadas pelas placas destinadas à fixação desses equipamentos.

Caixa de passagem – PAREDE Caixa de passagem – PISO Caixa de passagem – PAREDE

(Cortesia) (Cortesia) (Cortesia)

Para instalações em concreto deve-se usar caixas octogonais de fundo móvel, de preferência.
Os eletrodutos devem ser colocados de modo a não sofrerem deformação nem ficarem sujeitos a
esforços. As caixas deverão ser protegidas contra a introdução de concreto.
Nas juntas de dilatação, a tubulação deverá ser seccionada, garantindo-se a estanqueidade e
continuidade elétrica (eletrodutos metálicos), por meio de duas caixas de passagem, uma de cada
lado da junta, ligada por eletroduto flexível ou outro dispositivo elástico.
Segundo a norma, quanto a utilização de caixa de passagem, deve seguir da seguinte forma:
“Os trechos contínuos de tubulação, sem interposição de caixas ou equipamentos, não devem
exceder 15 metros de comprimento para linhas internas às edificações e 30 metros para as linhas
em áreas externas às edificações, se os trechos forem retilíneos.”
Existem casos onde o uso da caixa de passagem são obrigatórios, e é especificado no item
6.2.11.1.9 da norma, que diz:

 Em todos os pontos da tubulação onde houver entrada ou saída de condutores, exceto nos
pontos de transição de uma linha aberta para a linha em eletrodutos, os quais, nestes casos,
devem ser rematados com buchas.
 Em todos os pontos de emenda ou de derivação de condutores.
 Sempre que for necessário segmentar a tubulação.

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Capítulo 15 – Dimensionamento de Condutos Elétricos

ELETRODUTOS APARENTES:

São empregadas instalações elétricas aparentes nos seguintes casos:


- Por razões estruturais;
- Em indústrias ou instalações comerciais onde há manutenção frequente;
- Em instalações onde há modificações constantes.
Nestes casos utilizam-se caixas de passagens especiais, conhecidas como “petroletes” ou
“conduletes”, fabricadas em alumínio fundido ou PVC rígido. Essas caixas, especificadas por letras, já
possuem roscas internas nas seguintes bitolas: ½”, ¾”, 1”, 1 ¼”, 1 ½” e 2” ou em milímetros, dentro
das quais ficarão instalados as tomadas e interruptores, e a partir delas sairão os eletrodutos para a
adaptação de luminárias.

DIMESIONAMENTO:

O dimensionamento consiste em determinar o tamanho nominal do eletroduto em cada trecho da


instalação;

O tamanho nominal (DN) é um valor próximo do diâmetro externo do eletroduto;

Dimensões dos eletrodutos: pelas normas brasileiras, padronizadas em mm, embora o mais usual é
especificá-las por polegadas;

A quantidade de condutores que pode ser instalada em um eletroduto é limitada, para não dificultar
a passagem (entrada e retirada) dos mesmos em caso de manutenção ou modificação dos circuitos,
como também para possibilitar a adequada dissipação do calor;

A utilização de eletrodutos deve seguir os seguintes critérios:


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Capítulo 15 – Dimensionamento de Condutos Elétricos

Dentro de eletrodutos só devem ser instalados condutores isolados, cabos unipolares ou cabos
multipolares, admitindo-se a utilização de condutor nu em eletroduto isolante exclusivo, quando tal
condutor destinar-se a aterramento.

Em instalações internas onde não haja trânsito de veículos pesados, os eletrodutos de PVC devem ser
enterrados a uma profundidade não inferior a 0,25 m.

Em instalações externas sujeitas a tráfego de veículos leves, os eletrodutos de PVC devem ser
enterrados a uma profundidade não inferior a 0,45 m. Para profundidades inferiores, é necessário
envelopar o eletroduto em concreto.

Eletrodutos (item 6.2.11.1 da NBR 5410)

É vedado o uso, como eletroduto, de produtos que não sejam expressamente apresentados e
comercializados como tal.

Proibido o uso de “mangueiras”;

Só são admitidos eletrodutos não-propagantes de chama;

Só são admitidos em instalação embutida os eletrodutos que suportem os esforços de deformação


característicos da técnica construtiva utilizada;

Nos eletrodutos só devem ser instalados condutores isolados, cabos unipolares ou cabos
multipolares.

As dimensões internas dos eletrodutos e de suas conexões devem permitir que, após montagem da
linha, os condutores possam ser instalados e retirados com facilidade.

a) A taxa de ocupação do eletroduto, dada pelo quociente entre a soma das áreas das seções
transversais dos condutores previstos, calculadas com base no diâmetro externo, e a área útil da
seção transversal do eletroduto, não deve ser superior a:

53% no caso de um condutor;

31% no caso de dois condutores;

40% no caso de três ou mais condutores;

b) Os trechos contínuos de tubulação, sem


interposição de caixas ou equipamentos, não devem exceder 15 m de comprimento para linhas
internas às edificações e 30 m para as linhas em áreas externas às edificações, se os trechos forem
retilíneos. Se os trechos incluírem curvas, o limite de 15 m e o de 30 m devem ser reduzidos em 3 m
para cada curva de 90°.

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NOTA

Quando não for possível evitar a passagem da linha por locais que impeçam, por algum motivo, a
colocação de caixa intermediária, o comprimento do trecho contínuo pode ser aumentado, desde
que seja utilizado um eletroduto de tamanho nominal imediatamente superior para cada 6 m, ou
fração, de aumento da distância máxima calculada segundo os critérios da alínea b) (15m e 30m).

Assim, um aumento, por exemplo, de 9 m implica um eletroduto com tamanho dois degraus acima
do inicialmente definido, com base na taxa de ocupação máxima indicada na alínea a).

A norma que rege a instalação de eletrodutos, estão contidas na NBR 5410, onde são descritas nos
itens:

No item 6.2.11.1.14 da NBR 5410 prescreve que os eletrodutos só devem ser cortados
perpendicularmente a seu eixo. Deve ser retirada toda rebarba suscetível de danificar a isolação dos
condutores.

No item 6.2.11.1.17 da NBR 5410 prescreve que a enfiação dos condutores só deve ser iniciada
depois que a montagem dos eletrodutos for concluída, não restar nenhum serviço de construção
suscetível de danificá-los e a linha for submetida a uma limpeza completa.

No item 6.2.11.1.18 da NBR 5410 prescreve que para facilitar a enfiação dos condutores, podem ser
utilizados:

a) guias de puxamento; e/ou

b) talco, parafina ou outros lubrificantes que não prejudiquem a isolação dos condutores.

PARA O DIMENSIONAMENTO DOS ELETRODUTOS, PODEMOS OBEDECER A SEGUINTE


ORDEM:
1) Calcular a seção dos condutores que irão passar dentro do eletroduto.

2) Calcular a área total de cada condutor, levando em conta a camada de isolação de cada condutor.

3) Fazer a somatórias das sessões obtidas no item acima.

4) Escolha do eletroduto, levando em conta cada valor disponível nos eletrodutos.

EXEMPLO PRÁTICO:
Dimensionar eletroduto para o trecho 1:

Trecho 1

Circuito 1: Chuveiro elétrico

Por seção ampacidade: 6,0 mm²

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Circuito 2: Ar-condicionado

Por seção mínima: 2,5 mm²

Circuito 4: TUG

Por seção mínima: 2,5 mm²

Circuito 7: TUG

Por seção mínima: 2,5 mm²

1) Calcular a seção dos condutores que irão passar dentro do eletroduto.

Cálculos executados em aulas anteriores.

Trecho 1:

1x(3x6,0 mm²)
3x(3x2,5 mm²)

2) Calcular a área total de cada condutor

Área interna de eletroduto:

392
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 Di2
SIE =
4
Onde:

Sec: seção externa de um condutor em (mm²);

De: diâmetro externo (considerando a isolação) em (mm).

Área total (St) ocupada por um conjunto de condutores:

St =  S  EC

A seguir, tabelas com alguns condutores isolados e seu diâmetro externo, o valor que será usado nos
cálculos futuros:

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Calcular a área total de cada condutor, levando em conta a camada de isolação de cada
condutor.

Trecho 1:

Logo, usando a formula anterior:

 De2
SEC =
4
 3,4² SEC2,5 = 9,07 mm²
SEC2,5 =
4

 4,8²
SEC6 = SEC6 = 18,09 mm²
4

3) Fazer a somatórias das sessões obtidas no item acima.

Trecho 1

Seção: 9x2,5 mm² e 3x6,0 mm²;


395
St =  S  EC
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Capítulo 15 – Dimensionamento de Condutos Elétricos

St = (9  9,07  3  18,09)

St = 135,98 mm²

4) Escolha do eletroduto:

St = 135,98 mm²
Verificar a área disponível em cada tipo de eletroduto, no corrugado segue,

 Di2
SIE =
4

 15²
SIE 20 = SIE 20 = 176,71 mm² SIE 20/40% = 70,68 mm²
4

 19,4²
SIE 25 = SIE 25 = 295,59 mm² SIE 25/40% = 118,23 mm²
4

 25,6²
SIE 32 = SIE 32 = 514,71 mm² SIE 32/40% = 205,88 mm²
4

Para o trecho 1 o eletroduto é de ø 32 mm.

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Ex. 1: Qual deverá ser o diâmetro do eletroduto para conter sete cabos unipolares de cobre de
1,5 mm2 de seção nominal, com isolação de PVC (usar cabo pirastic antiflam 450/750 V da
Pirelli)?
Ex. 2: Num eletroduto deve passar cabos unipolares de (sintenax antiflam), sendo 4 de seção
4 mm2 e 4 de seção nominal de 6 mm2. Qual deverá ser o diâmetro do eletroduto?

DIAGRAMA UNIFILAR
Diagrama unifilar são desenhos esquemáticos dos quadros de distribuição utilizados
para compreensão do projeto de uma instalação elétrica. Os desenhos são executados a
partir das informações contidas nos quadros de distribuição de cargas e, de certa forma,
constituem a representação destes quadros em forma de desenho.
Os Diagramas são ditos unifilares quando temos apenas uma linha para
representação da saída dos condutores de cada circuito, estando representada sobre esta a
fiação correspondente, bem como as respectivas proteções.
Ainda em representações tem-se diagramas multifilares, onde cada condutor de cada
circuito é representado por uma linha exclusiva, sendo uma representação integral das
conexões elétricas existentes no interior de cada quadro da instalação.
Um diagrama unifilar deve representar com o máximo de exatidão a instalação
existente no local, assim como todos as avarias existentes, para facilitar futuras
manutenções ou adequação.
No quadro há a necessidade de deixar circuitos reservas, e na (NBR 5410, item
6.5.4.7) estabelece a quantidade de espaço reserva para disjuntores:

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REFERÊNCIAS:

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Capítulo 15 – Dimensionamento de Condutos Elétricos

 https://www.foxlux.com.br/blog/dicas/como-dimensionar-eletrodutos/ (foto
espaço)
 http://infraestruturaurbana17.pini.com.br/solucoes-tecnicas/45/solucoes-tecnicas-
linhas-eletricas-subterraneas-332722-1.aspx

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