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Edison Antonio Cardoso Aranha Neto

METODOLOGIA PROBABILÍSTICA PARA ESTIMAÇÃO DE


PERDAS TÉCNICAS E COMERCIAIS EM ALIMENTADORES
DE SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO

Tese submetida ao Programa de Pós-


Graduação em Engenharia Elétrica da
Universidade Federal de Santa
Catarina para a obtenção do Grau de
Doutor em Engenharia Elétrica
Orientador: Prof. Dr. Jorge Coelho

Florianópolis
2012
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor,
através do Programa de Geração Automática da Biblioteca Universitária
da UFSC.
Este trabalho é dedicado aos meus
pais, pelo apoio absoluto.
AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador, Professor Jorge Coelho, pela amizade e


dedicação na orientação deste trabalho.
Aos membros da banca e ao relator, pelas discussões e valiosas
contribuições ao trabalho.
Aos professores da área de Sistemas de Energia Elétrica, da
Universidade Federal de Santa Catarina, pelo conhecimento transmitido.
A todos os amigos do LabPlan/UFSC – Laboratório de
Planejamento de Sistemas de Energia Elétrica, pelos momentos de
alegria, reflexão e angústia compartilhados.
Aos meus pais, meu irmão e minha irmã, pelo apoio, motivação e
pela compreensão das minhas ausências.
Aos meus avós, pelo amor e carinho.
À minha namorada, pela presença e auxílio nos momentos mais
difíceis na reta final deste trabalho.
Ao CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico, pela bolsa concedida.
RESUMO

O presente trabalho aborda o desenvolvimento e a aplicação de uma


metodologia probabilística para a estimação das perdas técnicas e
comerciais em um alimentador na presença de variações na carga de um
sistema de distribuição de grandes dimensões. Devido a estas variações
de carga, as perdas do alimentador são também caracterizadas como
variáveis aleatórias, às quais estão relacionados momentos estatísticos
tais como média, variância e respectivos intervalos de confiança. Para
tanto, dados da rede, dados de medições periódicas e dados de
faturamento dos clientes conectados ao alimentador são utilizados.
Comparando-se a energia medida no alimentador com o consumo
faturado pela concessionária acrescido das perdas técnicas, faz-se o
respectivo balanço de energias e estimam-se as perdas comerciais.
Como estão envolvidos nos cálculos a média e o desvio padrão, tem-se
um Balanço Probabilístico. Ao longo de um alimentador são instalados
medidores, possibilitando sua divisão em sub-redes, deste modo, as
perdas comerciais de cada circuito são estimadas com maior precisão e
as equipes de fiscalização e inspeção para combate às fraudes poderão
atuar com maior eficiência. Um sistema real foi utilizado como estudo
de caso para o Balanço Probabilístico de Energias.

Palavras-chave: Metodologia Probabilística, Perdas Comerciais, Perdas


Técnicas, Sistemas de Distribuição.
ABSTRACT

This work contemplates the development and application of a


probabilistic methodology for the technical and non-technical losses
estimation in a feeder in the presence of load variations in a large
distribution system. Due to such variations in load, the feeder losses are
also characterized as random variables in which are related statistical
moments, such as mean, and variance. Thus, network data, measurement
data and billing data from customers connected to the feeder are used.
Comparing the measured energy consumption in the feeder with energy
billed by the utility plus the technical losses, the energy balance is made
and the non-technical losses are estimated. As are involved in the
calculation, the mean and standard deviation, it can be considered a
Probabilistic Balance. Along a feeder, meters are installed allowing its
division into sub-networks, therefore, the non-technical losses of each
circuit are estimated with greater precision and the inspection teams for
combating fraud can work with greater efficiency. A real system was
used as a case study for the Probabilistic Energy Balance.

Keywords: Distribution Systems, Non-Technical Losses, Probabilistic


Energy Balance, Technical Losses.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Evolução das perdas no Brasil. .........................................................36


Figura 2 – Evolução das perdas no EUA. ..........................................................36
Figura 3 – Perdas nas principais distribuidoras brasileiras. ...............................38
Figura 4 – Exemplo de curva de carga identificando alguns fatores típicos ......48
Figura 5 – Curvas de relação entre fator de carga e fator de perdas. .................50
Figura 6 – Representação das distribuições de probabilidade da resistência
mecânica e da solicitação externa. .....................................................................56
Figura 7 – Diagrama de blocos da metodologia desenvolvida. ..........................60
Figura 8 – Exemplo de alimentador com três medidores instalados. .................62
Figura 9 – Construção de uma sub-rede, onde em M2 está concentrada toda a
carga a jusante deste ponto ................................................................................63
Figura 10 – Ilustração da redução do número de nós de um alimentador. .........66
Figura 11 – Exemplo de rede radial reduzida e ainda sem ordenação. ..............67
Figura 12 – Exemplo de rede radial reduzida após ordenação. ..........................67
Figura 13 – Curva do faturamento antes da transformação para representar a
sazonalidade diária.............................................................................................86
Figura 14 – Curva do faturamento após a transformação para representar a
sazonalidade diária.............................................................................................86
Figura 15 – Curva de distribuição acumulada (CP95). ......................................88
Figura 16 – Teste de hipótese para 95% (rejeição de igualdade). ......................88
Figura 17 – Curvas L (Load) – Perdas Técnicas e S (Strength) – Perdas Totais
não se cruzam. ...................................................................................................90
Figura 18 – Curvas L (Load) – Perdas Técnicas e S (Strength) – Perdas Totais
se cruzam, criando área de interseção. ...............................................................91
Figura 19 – Fluxograma de validação da metodologia analítica. .......................98
Figura 20 – Representação do Sistema 1 (S1) com 69 nós. ...............................99
Figura 21 – Traçado georreferenciado do Sistema 2 (S2) com 790 nós...........100
Figura 22 – Traçado georreferenciado do Sistema 3 (S3) com 368 nós...........100
Figura 23 – Traçado georreferenciado do alimentador. ...................................108
Figura 24 – Alimentador piloto e localização dos medidores. .........................109
Figura 25 – Medição feita na subestação (Medidor 1). ....................................110
Figura 26 – Medição feita no ponto intermediário do alimentador (Medidor 2).
......................................................................................................................... 110
Figura 27 – Potência Ativa Medida (em W) na SE e no ponto intermediário –
Novembro. ....................................................................................................... 112
Figura 28 – Potência Ativa Medida (em W) na SE e no ponto intermediário –
Dezembro. ....................................................................................................... 113
Figura 29 – Potência Ativa Medida (em W) na SE e no ponto intermediário –
Janeiro.............................................................................................................. 113
Figura 30 – Energia Medida Diária (em kWh) na SE e no ponto intermediário –
Novembro. ....................................................................................................... 114
Figura 31 – Energia Medida Diária (em kWh) na SE e no ponto intermediário –
Dezembro. ....................................................................................................... 114
Figura 32 – Energia Medida Diária (em kWh) na SE e no ponto intermediário –
Janeiro. ............................................................................................................ 114
Figura 33 – Exemplo de relatório de consumo de um consumidor. ................. 115
Figura 34 – Energia Faturada Diária (em kWh) do alimentador – Novembro. 117
Figura 35 – Energia Faturada Diária (em kWh) do alimentador – Dezembro. 117
Figura 36 – Energia Faturada Diária (em kWh) do alimentador – Janeiro. ..... 117
Figura 37 – Curvas de Perda Total e Perda Técnica do alimentador – Novembro.
......................................................................................................................... 123
Figura 38 – Curvas de Perda Total e Perda Técnica do alimentador – Dezembro.
......................................................................................................................... 123
Figura 39 – Curvas de Perda Total e Perda Técnica do alimentador – Janeiro.
......................................................................................................................... 124
Figura 40 – Probabilidade Acumulada de 95% (CP95) das Perdas Comerciais
para o mês de Novembro para o alimentador. ................................................. 126
Figura 41 – Probabilidade Acumulada de 95% (CP95) das Perdas Comerciais
para o mês de Dezembro para o alimentador. .................................................. 126
Figura 42 – Probabilidade Acumulada de 95% (CP95) das Perdas Comerciais
para o mês de Janeiro para o alimentador. ....................................................... 126
Figura 43 – Divisão do alimentador em Sub-redes. ......................................... 127
Figura 44 – Energia Faturada Diária (em kWh) na Sub-rede II – Novembro. . 128
Figura 45 – Energia Faturada Diária (em kWh) na Sub-rede II – Dezembro. . 128
Figura 46 – Energia Faturada Diária (em kWh) na Sub-rede II – Janeiro. ...... 128
Figura 47 – Curvas de Perda Total e Perda Técnica na Sub-rede II – Novembro.
......................................................................................................................... 133
Figura 48 – Curvas de Perda Total e Perda Técnica na Sub-rede II – Dezembro.
......................................................................................................................... 133
Figura 49 – Curvas de Perda Total e Perda Técnica na Sub-rede II – Janeiro. 133
Figura 50 – Probabilidade Acumulada de 95% (CP95) das Perdas Comerciais
para o mês de Novembro para a Sub-rede II.................................................... 135
Figura 51 – Probabilidade Acumulada de 95% (CP95) das Perdas Comerciais
para o mês de Dezembro para a Sub-rede II. ................................................... 135
Figura 52 – Probabilidade Acumulada de 95% (CP95) das Perdas Comerciais
para o mês de Janeiro para a Sub-rede II. ........................................................ 136
Figura 53 – Energia Medida e Energia Faturada Diárias (em kWh) na Sub-rede I
– Novembro. .................................................................................................... 136
Figura 54 – Energia Medida e Energia Faturada Diárias (em kWh) na Sub-rede I
– Dezembro. .................................................................................................... 137
Figura 55 – Energia Medida e Energia Faturada Diárias (em kWh) na Sub-rede I
– Janeiro. ......................................................................................................... 137
Figura 56 – Curvas de Perda Total e Perda Técnica na Sub-rede I – Novembro.
......................................................................................................................... 142
Figura 57 – Curvas de Perda Total e Perda Técnica na Sub-rede I – Dezembro.
......................................................................................................................... 142
Figura 58 – Curvas de Perda Total e Perda Técnica na Sub-rede I – Janeiro. . 142
Figura 59 – Probabilidade Acumulada de 95% (CP95) das Perdas Comerciais
para o mês de Novembro para a Sub-rede I. ....................................................144
Figura 60 – Probabilidade Acumulada de 95% (CP95) das Perdas Comerciais
para o mês de Dezembro para a Sub-rede I......................................................145
Figura 61 – Probabilidade Acumulada de 95% (CP95) das Perdas Comerciais
para o mês de Janeiro para a Sub-rede I...........................................................145
Figura 62 – Curvas de Perda Total e Perda Técnica para o alimentador
modificado. ...................................................................................................... 147
Figura 63 – Probabilidade Acumulada de 95% (CP95) das Perdas Comerciais
para o alimentador modificado. .......................................................................147
Figura 64 – Curvas de Perda Total e Perda Técnica para a Sub-rede II. ..........148
Figura 65 – Probabilidade Acumulada de 95% (CP95) das Perdas Comerciais
para a Sub-rede II............................................................................................. 149
Figura 66 – Curvas de Perda Total e Perda Técnica para a Sub-rede I. ...........150
Figura 67 – Probabilidade Acumulada de 99% (CP99) das Perdas Comerciais
para a Sub-rede I. ............................................................................................. 151
Figura 68 – Alimentador com N nós e N ramos. .............................................169
Figura 69 – Equivalente elétrico. .....................................................................169
Figura 70 – Equivalente elétrico com um alimentador principal e três nós. ....176
Figura 71 – Equivalente elétrico de uma rede com ramais laterais. .................184
Figura 72 – Instalação do RDP na subestação. ................................................193
Figura 73 – Detalhe da fiação do RDP na subestação......................................193
Figura 74 – Instalação de cruzeta em estrutura do alimentador. ......................194
Figura 75 – Instalação de TPs e TCs para medição externa em linha viva. .....194
Figura 76 – Instalação de TPs e TCs para medição externa. ............................195
Figura 77 – Instalação do RDP para medição externa. ....................................195
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Perdas médias por região do Brasil. .................................................37


Tabela 2 – Perdas não técnicas médias por região do Brasil..............................37
Tabela 3 – Perdas médias de algumas concessionárias brasileiras.....................38
Tabela 4 – Ranking de perdas não técnicas das concessionárias brasileiras. .....39
Tabela 5 – Comparação entre MS original e MS Otimizada (MSO). ..............102
Tabela 6 – Comparação dos resultados da diferença da Vbase de acordo com a
precisão utilizada. ............................................................................................ 103
Tabela 7 – Comparação do desvio das perdas ativas estimado e via SMC. .....105
Tabela 8 – Perdas Técnicas Diárias calculadas para o alimentador. ................118
Tabela 9 – Perdas Totais Diárias (em kWh) do alimentador – Novembro.......119
Tabela 10 – Perdas Totais Diárias (em kWh) do alimentador – Dezembro. ....120
Tabela 11 – Perdas Totais Diárias (em kWh) do alimentador – Janeiro. .........121
Tabela 12 – Média e Desvio Padrão das Perdas Totais Diárias (em kWh) do
alimentador. ..................................................................................................... 122
Tabela 13 – Cálculo de β e Φ(β) para o alimentador. ......................................124
Tabela 14 – Perdas Comerciais Diárias (em kWh) estimadas para o alimentador.
......................................................................................................................... 125
Tabela 15 – Intervalo de Confiança de 95% das Perdas Comerciais Diárias (em
kWh) estimadas para o alimentador. ................................................................125
Tabela 16 – Perdas Totais Diárias (em kWh) na Sub-rede II – Novembro. .....129
Tabela 17 – Perdas Totais Diárias (em kWh) na Sub-rede II – Dezembro. .....130
Tabela 18 – Perdas Totais Diárias (em kWh) na Sub-rede II – Janeiro. ..........131
Tabela 19 – Média e Desvio Padrão das Perdas Totais Diárias (em kWh) na
Sub-rede II. ...................................................................................................... 132
Tabela 20 – Perdas Técnicas Diárias calculadas para a Sub-rede II. ...............132
Tabela 21 – Cálculo de β e Φ(β) para a Sub-rede II.........................................134
Tabela 22 – Perdas Comerciais Diárias (em kWh) estimadas para a Sub-rede II.
......................................................................................................................... 134
Tabela 23 – Intervalo de Confiança de 95% das Perdas Comerciais Diárias (em
kWh) estimadas para a Sub-rede II. .................................................................135
Tabela 24 – Perdas Totais Diárias (em kWh) na Sub-rede I – Novembro. ......138
Tabela 25 – Perdas Totais Diárias (em kWh) na Sub-rede I – Dezembro........139
Tabela 26 – Perdas Totais Diárias (em kWh) na Sub-rede I – Janeiro.............140
Tabela 27 – Média e Desvio Padrão das Perdas Totais Diárias (em kWh) na
Sub-rede I. ....................................................................................................... 141
Tabela 28 – Perdas Técnicas Diárias calculadas para a Sub-rede I. .................141
Tabela 29 – Cálculo de β e Φ(β) para a Sub-rede I. .........................................143
Tabela 30 – Perdas Comerciais Diárias (em kWh) estimadas para a Sub-rede I.
......................................................................................................................... 143
Tabela 31 – Intervalo de Confiança de 95% das Perdas Comerciais Diárias (em
kWh) estimadas para a Sub-rede I. ..................................................................144
Tabela 32 – Valores calculados para o alimentador modificado. .....................146
Tabela 33 – Valores calculados para a Sub-rede II. .........................................148
Tabela 34 – Valores calculados para a Sub-rede I. .......................................... 149
Tabela 35 – Resultados do fluxo de potência para cada nó – Janeiro. ............. 158
Tabela 36 – Tipos de fraudes e furtos comuns em instalações de energia elétrica
e seus respectivos enquadramentos legais. ...................................................... 167
Tabela 37 – Tabela de Distribuição de Probabilidade Normal Acumulada. .... 198
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABRADEE - Associação Brasileira de Distribuidores de Energia


Elétrica
ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica
BT - Baixa Tensão
CODI - Comitê de Distribuição (atualmente ABRADEE)
CP - Probabilidade Acumulada (Cumulative Probability)
DNAEE - Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica
DP - Desvio Padrão (σ)
FD - Fator de Demanda
FP - Fator de Potência
IC - Intervalo de Confiança
MA - Matriz de Adjacência (Adjacency Matrix)
MME - Ministério de Minas e Energia
MR - Matriz de Alcance (Reachability Matrix)
MS - Matriz de Sensibilidade (sem perdas)
MSIt - Matriz de Sensibilidade Otimizada com Perdas
MSO - Matriz de Sensibilidade Otimizada (sem inclusão das Perdas)
MSP - Método da Soma das Potências
MT - Média Tensão
PPM - Plano Piloto de Medição
PRODIST - Procedimentos de Distribuição
RDP - Registrador Digital de Perturbação
SE - Subestação
SMC - Simulação Monte Carlo
TC - Transformador de Corrente
TP - Transformador de Potencial
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................ 25
1.1 JUSTIFICATIVA ....................................................................................... 25
1.2 OBJETIVOS ............................................................................................... 25
1.2.1 Objetivo Geral ........................................................................................ 25
1.2.2 Objetivos Específicos ............................................................................. 26
1.3 METODOLOGIA CIENTÍFICA ................................................................ 27
1.4 RELEVÂNCIA DO TRABALHO ............................................................. 27
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................... 28
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................ 31
2.1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 31
2.2 PERDAS ELÉTRICAS............................................................................... 31
2.2.1 Alternativas para a Redução das Perdas Elétricas ............................. 32
2.2.2 Vantagens Técnicas e Econômicas com a Utilização de Capacitores em
Redes de Distribuição ..................................................................................... 32
2.3 SITUAÇÃO DAS PERDAS NO BRASIL ................................................. 33
2.3.1 Classificação das Perdas ........................................................................ 34
2.3.2 Perdas nas Concessionárias Brasileiras ............................................... 35
2.3.3 O Órgão Regulador, o Código Penal Brasileiro e as Perdas Não
Técnicas ........................................................................................................... 40
2.4 FLUXO DE POTÊNCIA EM SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO .............. 41
2.5 CÁLCULO DAS PERDAS ELÉTRICAS .................................................. 42
2.5.1 Metodologia desenvolvida pelo CODI/ABRADEE ............................. 44
2.5.2 Metodologia desenvolvida pela ANEEL............................................... 45
2.6 FATORES TÍPICOS DE SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO ..................... 47
2.7 TIPOLOGIAS DE CARGA ........................................................................ 51
2.8 MODELAGEM DA CARGA ..................................................................... 53
2.9 MODELO DE CONFIABILIDADE ESTRUTURAL ................................ 55
2.10 CONCLUSÃO .......................................................................................... 58
3 METODOLOGIA PROBABILÍSTICA DESENVOLVIDA ........ 59
3.1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 59
3.2 CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE A METODOLOGIA
DESENVOLVIDA ........................................................................................... 59
3.3 MEDIÇÕES PARA LEVANTAMENTO DE DADOS ............................. 62
3.3.1 Alocação dos Medidores e Divisão em Sub-redes................................ 64
3.4 ROTINA PARA REDUÇÃO E ORDENAÇÃO DA REDE ...................... 65
3.5 FLUXO DE POTÊNCIA PARA REDES DE DISTRIBUIÇÕES RADIAIS
– MÉTODO DA SOMA DAS POTÊNCIAS ................................................... 68
3.6 MATRIZ DE SENSIBILIDADE DAS TENSÕES PARA COM A
VARIAÇÃO DA CARGA ............................................................................... 69
3.6.1 Teoria dos Grafos – Cálculo da Matriz de Alcance e sua Relação com
a Matriz de Sensibilidade ............................................................................... 70
3.6.2 Cálculo da Sensibilidade das Tensões para com a Variação das
Cargas Incluindo as Perdas ........................................................................... 72
3.6.3 Matrizes de Sensibilidade das Tensões para com a Variação das
Potências Ativa e Reativa ............................................................................... 75
3.7 SENSIBILIDADE DA QUEDA ANGULAR PARA COM A VARIAÇÃO
DA CARGA ..................................................................................................... 77
3.8 SENSIBILIDADE DAS PERDAS TÉCNICAS PARA COM A
VARIAÇÃO DA CARGA ............................................................................... 78
3.9 MODELO DA VARIAÇÃO DAS PERDAS TÉCNICAS VERSUS
VARIAÇÃO DA CARGA ............................................................................... 80
3.10 SIMULAÇÃO MONTE CARLO ............................................................. 81
3.11 BALANÇO PROBABILÍSTICO DE ENERGIAS................................... 82
3.11.1 Transformação da Potência Medida Diária e respectiva Perda
Técnica em Energia ........................................................................................ 83
3.11.2 Energia Faturada Diária e a Representação da Sazonalidade Diária
.......................................................................................................................... 84
3.11.3 Perdas Totais Diárias .......................................................................... 87
3.11.4 Probabilidade da Ocorrência de Perdas Comerciais ........................ 90
3.11.5 Estimação da Perda Comercial por Alimentador ............................. 92
3.11.6 Estimação da Perda Comercial por Sub-Rede .................................. 93
3.12 SÍNTESE DA METODOLOGIA DESENVOLVIDA.............................. 94
3.13 CONCLUSÃO .......................................................................................... 95
4 VALIDAÇÃO DO CÁLCULO ANALÍTICO DO DESVIO
PADRÃO DAS PERDAS TÉCNICAS .............................................. 97
4.1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 97
4.2 VALIDAÇÃO DA METODOLOGIA ANALÍTICA ................................. 97
4.3 SISTEMAS TESTE .................................................................................... 99
4.4 INFRAESTRUTURA COMPUTACIONAL UTILIZADA ..................... 101
4.5 COMPARAÇÃO DO CÁLCULO DA MATRIZ DE SENSIBILIDADE DA
VERSÃO ORIGINAL (MS) COM A VERSÃO OTIMIZADA (MSO) ........ 101
4.6 INFLUÊNCIA DA INCLUSÃO DAS PERDAS NA OBTENÇÃO DA
MATRIZ DE SENSIBILIDADE .................................................................... 102
4.7 CÁLCULO ANALÍTICO DO DESVIO PADRÃO DAS PERDAS
TÉCNICAS ..................................................................................................... 104
4.8 CONCLUSÃO .......................................................................................... 106
5 BALANÇO PROBABILÍSTICO DE ENERGIAS / ESTUDO DE
CASO.................................................................................................. 107
5.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 107
5.2 PROJETO PILOTO .................................................................................. 107
5.3 BALANÇO PROBABILÍSTICO DE ENERGIAS ................................... 110
5.3.1 Análise dos Dados de Medição ............................................................ 111
5.3.2 Análise do Histórico dos Dados de Faturamento .............................. 115
5.3.3 Cálculo das Perdas Técnicas em Energia........................................... 118
5.3.4 Cálculo das Perdas Totais ................................................................... 118
5.3.5 Cálculo da Probabilidade de Ocorrência de Perdas Comerciais no
Alimentador .................................................................................................. 122
5.3.6 Estimação da Perda Comercial no Alimentador ............................... 124
5.3.7 Divisão do Alimentador em Sub-redes ............................................... 127
5.3.8 Considerações sobre o Alimentador Analisado ................................. 145
5.4 ALIMENTADOR MODIFICADO........................................................... 146
5.5 FONTES PROVÁVEIS DE INCERTEZAS ............................................ 151
5.6 CONCLUSÃO .......................................................................................... 152
6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS
FUTUROS ......................................................................................... 153
6.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 153
6.2 CONCLUSÕES ........................................................................................ 153
6.3 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS .................................... 155
APÊNDICE A – Resultados do Fluxo de Potência - Janeiro......... 157
ANEXO A – Enquadramento Legal dos Principais Tipos de Fraudes
e Furtos .............................................................................................. 167
ANEXO B – Método da Soma das Potências (MSP) ...................... 169
ANEXO C – Sensibilidade das Tensões para com a Variação da
Carga .................................................................................................. 175
ANEXO D – Registrador Digital de Perturbação OSC-1000 ........ 191
ANEXO E – Distribuição de Probabilidade Normal Acumulada . 197
REFERÊNCIAS ................................................................................ 201
25

1 INTRODUÇÃO

1.1 JUSTIFICATIVA

Os sistemas de distribuição são responsáveis por receber a


energia gerada nas usinas por meio de circuitos de transmissão de alta
tensão e entregar aos consumidores finais, que podem ser basicamente
residenciais, comerciais ou industriais. São de grande importância para a
sociedade moderna, e um sistema confiável pode assegurar um
fornecimento contínuo de energia elétrica para seus consumidores. A
prática enfatiza a necessidade de uma boa metodologia de planejamento
para assegurar que os recursos financeiros sejam utilizados para alcançar
o maior ganho de confiabilidade e melhoria dos sistemas de distribuição
(BROWN, 2002).
As perdas elétricas representam uma parcela considerável na
matriz de custos dos sistemas de distribuição e, por esse motivo, sempre
tiveram grande destaque nos estudos de planejamento, principalmente
nos últimos anos devido aos programas de conservação de energia
realizados no Brasil (ARANHA NETO et al., 2007).
Para as concessionárias, devido ao modelo de gestão onde se
enfatiza a produtividade e o lucro, interessa principalmente, melhorar o
desempenho do sistema elétrico, reduzindo-se assim custos. Neste
sentido, o decréscimo nas perdas técnicas do sistema, assim como a
melhoria na eficiência da operação do sistema, são metas desejadas
pelas concessionárias e exigidas pela Agência Nacional de Energia
Elétrica (ANEEL). Desta forma, as perdas técnicas devem ser reduzidas
ao seu nível ótimo, isto é, naquele nível a partir do qual nenhum
investimento adicional se justifica economicamente para reduzi-las
ainda mais.
Assim, este trabalho, visando a estimação das perdas elétricas em
alimentadores de sistemas de distribuição, aborda aspectos referentes
tanto a perdas técnicas quanto a perdas comerciais.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Este trabalho tem como objetivo apresentar o desenvolvimento


uma nova metodologia probabilística para a estimação das perdas
técnicas e comerciais em um alimentador na presença de variações na
26

carga de um sistema de distribuição de energia elétrica de grandes


dimensões. Devido a estas variações de carga, as perdas no alimentador
são também caracterizadas como variáveis aleatórias, às quais estão
relacionados momentos estatísticos tais como média, variância e
respectivos intervalos de confiança.

1.2.2 Objetivos Específicos

Este trabalho tem ainda como objetivos específicos:


• Revisão do estado da arte sobre perdas elétricas, fluxo de
potência para redes de distribuição, cálculo das perdas
elétricas, fatores típicos de sistemas de distribuição,
tipologia e modelagem da carga;
• Análise da situação atual das perdas técnicas e das perdas
não técnicas (comerciais) no Brasil;
• Análise das incertezas relacionadas com as variáveis
aleatórias perdas técnicas e perdas não técnicas;
• Estabelecer novas relações que expressem a
sensibilidade das tensões para com a variação da carga
em redes radiais de energia elétrica levando em
consideração as perdas técnicas na rede e comparar estas
relações com existente na literatura;
• Estabelecer novas relações que expressem a
sensibilidade dos ângulos das tensões para com a
variação da carga em redes radiais de energia elétrica;
• Estabelecer uma nova relação entre a variação das cargas
e a variação das perdas técnicas;
• Analisar estatisticamente dados de medição e
faturamento de uma concessionária com representação
diária;
• Realizar um Balanço Probabilístico de Energias entre os
valores medidos e os valores faturados pela
concessionária;
• Aplicar o algoritmo desenvolvido em alimentadores reais
de grandes dimensões;
• Desenvolver um protótipo de programa computacional
para a estimação das perdas técnicas e comerciais em
alimentadores de sistemas de distribuição.
27

1.3 METODOLOGIA CIENTÍFICA

A metodologia científica aplicada consistiu na pesquisa


bibliográfica a livros, documentos (normas e recomendações) e artigos
técnicos, relacionados principalmente com o tema de perdas elétricas e
análises probabilísticas.
Foram analisados também dados provenientes de medições reais
em um alimentador e dados do faturamento dos clientes conectados.
Assim, nesta tese estão reunidas: modelagem e procedimentos analíticos
e estatísticos, análise de dados de campo e de faturamento e Simulação
Monte Carlo (SMC).
Por fim, a metodologia proposta foi sistematizada em um
protótipo de programa computacional utilizando o ambiente
MATLAB®1 para a estimação das perdas técnicas e perdas comerciais
em alimentadores de sistemas de distribuição.

1.4 RELEVÂNCIA DO TRABALHO

Em redes radiais de distribuição, existe usualmente uma única


fonte que alimenta o circuito, sendo sua solução trivial. Contudo,
problemas decorrem naturalmente desta operação: alimentadores que
frequentemente apresentam quedas de tensão acentuada estão
localizados nos pontos mais distantes da subestação, enquanto
problemas de carregamento ocorrem nos pontos mais próximos da
subestação (SAMBAQUI, 2005). O fluxo de potência é a ferramenta
básica para determinar o perfil de tensão de um alimentador ou rede,
possibilitando detectar problemas relacionados ao carregamento e às
perdas elétricas na rede. Contudo, a cada variação (ou incerteza) nos
valores de demanda, é requerida, a princípio, uma nova solução de fluxo
de potência.
As incertezas nos valores das potências da carga devem ser
consideradas nos sistemas de distribuição, pois sua influência nos
resultados do fluxo de potência pode ser significativa. Por exemplo, se
num determinado cenário de carga é calculada uma tensão em um nó de
0,90 p.u. e o valor correto é de 0,95 p.u., então o erro é significativo,
pois não haveria a necessidade de correção do perfil de tensão
(BRODSKY et al., 1987).

1
MATLAB® é um produto da MathWorks Inc.
28

As perdas técnicas em circuitos de distribuição estão diretamente


relacionadas a estes perfis de tensão e às curvas de carga dos
consumidores, as quais são variáveis aleatórias devido à sazonalidade
e/ou variações bruscas de carga ao longo do ano, resultando em
incertezas na determinação do montante das perdas. Estas incertezas
podem ser determinadas a partir da elaboração de um sistema que
considere a natureza aleatória da curva de carga através de um conjunto
de medições ao longo do alimentador e/ou de dados de consumo de cada
consumidor.
O modelo proposto determina a sensibilidade da variação das
tensões e das perdas técnicas em cada nó sem que seja necessária uma
nova solução do fluxo de potência.
Após a determinação do montante das perdas técnicas reais a
partir de medições periódicas, pode-se segregar as perdas comerciais
(decorrentes de furto ou problemas de medição) das perdas totais do
sistema (perdas técnicas mais perdas comerciais). Como tanto a
demanda e as perdas técnicas quanto as perdas comerciais estão sendo
modeladas como variáveis aleatórias, a separação das perdas comerciais
resultará numa relação entre funções densidade de probabilidade,
envolvendo operações de convolução entre estas funções. Com isso, é
possível acionar, com mais eficiência, as equipes de fiscalização para o
combate às fraudes existentes, baseados em níveis de confiança.

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

O presente trabalho está dividido em 6 capítulos, mantendo uma


sequência lógica e coerente, conforme descrito abaixo.
No Capítulo 1 são apresentados os objetivos gerais e específicos
do trabalho e a motivação que levou à realização do mesmo, além de
ressaltar sua devida relevância.
O Capítulo 2 faz uma revisão do estado da arte da literatura
existente sobre perdas elétricas, alternativas para sua redução e
vantagens na sua minimização, cálculo das perdas técnicas, situação das
perdas no Brasil, fluxo de potência para redes radiais, fatores típicos de
sistemas de distribuição, tipologia e modelagem da carga e por fim a
teoria do modelo de confiabilidade estrutural. Esta revisão bibliográfica
é a base da fundamentação teórica para a metodologia desenvolvida.
No Capítulo 3 é detalhada a metodologia probabilística
desenvolvida, a qual foi colocada em forma de um diagrama de blocos
29

para facilitar seu entendimento, tendo cada um de seus passos


detalhados.
O Capítulo 4 apresenta os sistemas teste que foram utilizados
para avaliação e validação da metodologia analítica com seus
respectivos resultados, detalhados e apresentados em formas de tabelas,
enquanto no Capítulo 5 é apresentado um estudo de caso real, aplicando
toda a metodologia desenvolvida (Balanço Probabilístico de Energias).
Por fim, no Capítulo 6 são apresentadas e discutidas as
conclusões do trabalho e sugestões para desenvolvimentos futuros.
31

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 INTRODUÇÃO

Neste capítulo é efetuada uma revisão do estado da arte sobre os


principais assuntos relacionados com perdas elétricas, vantagens
técnico-econômicas da sua minimização, formas de redução das perdas,
como calculá-las, situação das perdas no Brasil, fatores típicos de
sistemas de distribuição, tipologia e modelagem da carga e teoria sobre
confiabilidade estrutural, que será utilizada de forma análoga para o
cálculo probabilístico das perdas comerciais.

2.2 PERDAS ELÉTRICAS

As perdas associadas ao efeito ôhmico nos condutores elétricos


são inerentes ao fornecimento de energia elétrica nos níveis de
transmissão, subtransmissão e distribuição. Estima-se que as perdas
elétricas nos sistemas de distribuição correspondam a 70% do total de
perdas elétricas nos sistemas elétricos de energia (MENDES et al.,
2005). Essa variável está relacionada com a queda de tensão de forma
não linear, sendo que, quanto maiores as perdas, maior é a queda de
tensão e consequentemente, menor é a eficiência da empresa
concessionária. É importante destacar que as perdas técnicas podem ser
medidas, calculadas e minimizadas, mas nunca eliminadas
completamente (WILLIS, 2004).
Em um sistema de distribuição, as perdas técnicas, assim como o
perfil de tensão dos alimentadores, estão diretamente relacionadas à
curva de carga dos consumidores supridos, que é variável ao longo do
ano. Assim, as perdas elétricas são medidas como um percentual em
relação à carga no sistema, sendo a parcela que representa o maior custo
nos sistemas de distribuição. Observa-se que o aumento das perdas
acarreta aumento nos custos da empresa, pois as melhorias na rede
devem ser feitas de modo que toda a carga seja suprida, caracterizando o
custo como uma variável a ser minimizada.
O nível adequado para as perdas elétricas é variável de acordo
com as características de cada sistema elétrico e do seu mercado
consumidor. Sendo assim, não há valores numéricos fixos para a
redução das perdas elétricas, o importante é garantir um carregamento
adequado com uma queda de tensão dentro das especificações, para
assim obter perdas elétricas coerentes aos sistemas.
32

2.2.1 Alternativas para a Redução das Perdas Elétricas

Existem diversas alternativas técnicas disponíveis para a redução


das perdas elétricas em sistemas de distribuição de energia elétrica. Por
exemplo, a minimização das perdas pode ser atingida através da
reconfiguração do sistema, já que são medidas como um percentual em
relação à carga no sistema.
Também, a compensação de potência reativa nos sistemas de
distribuição, empregada através da instalação de bancos de capacitores
em paralelo, permite reduzir a corrente reativa nos ramais de
distribuição, modificando o perfil de corrente reativa e
consequentemente reduzindo as perdas (GÖNEN, 1986).
Adicionalmente, os níveis de tensão e o carregamento nominal dos
alimentadores e subestações de distribuição podem ser
significativamente melhorados, desde que a alocação dos capacitores
seja efetuada nos nós com maiores problemas de suporte reativo.
Em comparação com outras soluções técnicas, como a instalação
de reguladores de tensão e a troca de bitola dos condutores
(recondutoramento), a instalação de bancos de capacitores se caracteriza
como a alternativa mais econômica para a melhoria do perfil de tensão e
a redução de perdas elétricas em sistemas de distribuição.
A redução da quantidade de transformadores de distribuição
sobrecarregados, a implantação de novos alimentadores e/ou a utilização
de condutores de maior bitola são medidas que, ao serem aplicadas,
colaboram de forma significativa para a redução das perdas técnicas no
sistema de distribuição (CIPOLI et al., 2005).

2.2.2 Vantagens Técnicas e Econômicas com a Utilização de


Capacitores em Redes de Distribuição

De fato, podem ser citadas inúmeras vantagens técnicas e


econômicas para a concessionária de energia elétrica com a alocação
destes equipamentos nas redes de distribuição (ALCÂNTARA, 2005):
• Redução da componente reativa de corrente dos
circuitos;
• Melhoria dos níveis de tensão nos pontos de consumo;
• Melhoria da regulação de tensão através de
chaveamentos apropriados, para o caso da instalação de
bancos de compensação automáticos;
33

• Redução das perdas de potência ativa (I2R) e reativa (I2X)


do sistema de distribuição devido à diminuição da
corrente circulante nos circuitos;
• Aumento do fator de potência das fontes geradoras;
• Redução da demanda reativa nas fontes geradoras e
linhas de distribuição, possibilitando uma maior folga de
carregamento sob demanda pesada (carga máxima) e/ou
atendimento de novos consumidores;
• Com a redução da carga reativa nas fontes geradoras, um
montante adicional de carga ativa pode ser alocado nos
geradores em caso de existência de folga de potência nas
turbinas; e
• Redução dos investimentos em equipamentos por MW
atendido.
Através dos benefícios acima descritos, o sistema de distribuição
é otimizado, fomentando-se a expansão do atendimento a um baixo
custo e permitindo-se incentivo à eficiência, modicidade tarifária e
qualidade de fornecimento de energia.
Neste sentido, otimizar as perdas técnicas representa não só
liberar investimentos na medida que aumenta a disponibilidade de
energia comprada para ser faturada, mas também, melhorar a qualidade
do produto oferecido aos consumidores, o que face ao novo modelo de
consumidores livres pode agregar valor ao produto e contribuir para um
ganho adicional de mercado para a concessionária.

2.3 SITUAÇÃO DAS PERDAS NO BRASIL

O mercado de distribuição de energia elétrica brasileiro é


atendido por 63 concessionárias (e diversas permissionárias), estatais ou
privadas, de serviços públicos que abrangem todo o país. As
concessionárias estatais estão sob controle dos governos federal,
estaduais e municipais. Em várias concessionárias privadas verifica-se a
presença, em seus grupos de controle, de diversas empresas nacionais,
norte-americanas, espanholas e portuguesas. São atendidos cerca de 47
milhões de unidades consumidoras, das quais 85% são consumidores
residenciais, em mais de 99% dos municípios brasileiros (ANEEL,
2011b).
O Órgão Regulador Brasileiro – ANEEL (Agência Nacional de
Energia Elétrica) preocupado com os altos índices das perdas elétricas
34

no Brasil iniciou um processo de regulamentação das perdas em 2007


(ANEEL, 2011a). Tal regulamentação faz parte dos Procedimentos de
Distribuição (PRODIST) que teve sua primeira versão aprovada em
2008 e uma revisão em 2009. O cálculo das perdas técnicas é tratado no
Módulo 7 do PRODIST – Cálculo de Perdas na Distribuição.
Os Procedimentos de Distribuição (ANEEL, 2011c) são normas
que disciplinam o relacionamento entre as distribuidoras de energia
elétrica e demais agentes (unidades consumidoras e centrais geradores)
conectados aos sistemas de distribuição, que incluem redes e linhas em
tensão inferior a 230 kV. Tratam, também, do relacionamento entre as
distribuidoras e a ANEEL, no que diz respeito ao intercâmbio de
informações.

2.3.1 Classificação das Perdas

De acordo com ANEEL (2011a), pode-se classificar as perdas


elétricas quanto a sua origem em:
• Perdas Técnicas: associada à geração e ao transporte de
energia elétrica pelas redes de transmissão e distribuição
envolvidas;
• Perdas Não Técnicas ou Comerciais: associadas a
fraudes, furtos e erros de leitura e medição, e são
diretamente ligadas à gestão comercial.
A Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica,
ABRADEE (1986), por sua vez, faz a seguinte distinção entre fraude e
furto:
• Fraude: alteração no funcionamento dos equipamentos
de medição, visando redução no registro de demanda
e/ou consumo, induzindo ou mantendo a concessionária
em erro.
Exemplos de fraude: troca nas ligações da medição que
fazem o disco girar para trás; seccionamento ou abertura
da alimentação do potencial dos medidores (ou abertura
dos terminais de prova); bloqueio do disco do medidor;
manuseio do registrador; troca de engrenagens do
registrador do medidor; bobina de potencial violada; fios
dos secundários dos TCs descascados, formando ponte
por contato entre os condutores, reduzindo a corrente de
circulação pelo medidor; lâmina da chave de aferição
aberta; alargamento dos polos da chave de aferição,
35

interrompendo o contato elétrico; verniz isolante nos


polos da chave de aferição.
• Furto: é a subtração de energia elétrica das redes da
concessionária sem medição e com prejuízo desta.
Exemplos de furto: ligação clandestina; desvio de
energia.

2.3.2 Perdas nas Concessionárias Brasileiras

Como as redes de distribuição são o elo final da interconexão


entre os sistemas de potência e os consumidores, as empresas
concessionárias de energia elétrica têm sido incentivadas a melhorar
continuamente a qualidade do serviço prestado aos seus clientes; seja
pelo rigor das metas de continuidade definidas pelo órgão regulador,
seja pela busca da excelência no atendimento aos seus consumidores
frente a outras distribuidoras.
Nos últimos anos, as perdas totais nos sistemas elétricos das
concessionárias brasileiras vêm crescendo. Pesquisas realizadas
indicaram que as perdas técnicas têm-se mantido praticamente no
mesmo patamar, enquanto as perdas comerciais vêm aumentando,
especialmente após o racionamento ocorrido no ano de 2001 (CIPOLI et
al., 2005).
A título de exemplo pode-se citar o ano de 2002 quando as perdas
de energia no Brasil foram de aproximadamente 63 TWh, o que
significou 18% de toda a energia produzida no país. Para se ter uma
noção melhor deste montante de perdas, a ITAIPU Binacional, a maior
hidroelétrica do mundo, gerou neste mesmo ano 82,91 TWh
(MOREIRA, 2004).
De acordo com o Balanço Energético Nacional de 2010 – BEN
2010 (BASTOS e SOUZA, 2010; MME, 2010) o total de perdas de
energia elétrica no Brasil, incluídas as perdas da geração, dos sistemas
de transmissão e distribuição, no ano de 2009 foi superior ao ano de
2008, sendo da ordem de 80 GWh o que corresponde a 19% do total da
energia elétrica consumida contra 18% do ano anterior. Dados do BEN
2011 (MME, 2011) indicam que no ano de 2010 as perdas subiram para
88 GWh (19,35% da energia consumida).
Do montante total de perdas, estima-se que por volta de 65% a
70% das perdas ocorram no sistema de distribuição e os demais se
dividam entre os segmentos de geração e transmissão (MOREIRA,
2004; MENDES et al., 2005).
36

A Figura 1 ilustra a evolução das perdas no Brasil desde a década


de 80 (SPERANDIO, 2006), onde as Perdas de Energia estão retratadas
no eixo esquerdo em porcentagem e a Energia Gerada no eixo direito em
TWh.

Figura 1 – Evolução das perdas no Brasil.

Fonte: Sperandio (2006)

Como se pode notar na figura acima, as perdas no Brasil


evoluíram com o crescimento da energia gerada, porém, tal
comportamento não é uma regra, como se verifica na Figura 2, onde as
perdas nos EUA não acompanham a energia gerada.

Figura 2 – Evolução das perdas no EUA.

Fonte: Sperandio (2006)


37

As perdas no EUA são reduzidas devido a diversos fatores, como


a elevação do nível de tensão da distribuição, troca dos transformadores
comuns para núcleo amorfo, baixas taxas de perdas comerciais, etc.
(ARANHA NETO et al., 2007). Outro fator importante é a utilização de
equipamentos mais eficientes, oriundos de uma regulação mais restrita.
A Tabela 1 separa por região o índice médio de perdas no Brasil
(FROTA, 2004). Verifica-se um índice elevado nas perdas,
principalmente na região Norte, no sistema isolado. Tal índice é devido
a diversos fatores, como região de economia pouco desenvolvida, baixa
concentração de carga, o que gera uma falta de investimento associada a
altos índices de furto, fraude e inadimplência (perdas não técnicas).

Tabela 1 – Perdas médias por região do Brasil.


Sistemas Perdas
Norte Isolado 33,8%
Norte Interligado 16,0%
Nordeste 18,8%
Sudeste/Centro-Oeste 16,7%
Sul 11,3%
Brasil 16,3%
Fonte: Frota (2004)

Já a Tabela 2 quantifica por região do Brasil somente as perdas


não técnicas (VIEIRALVEZ, 2005).

Tabela 2 – Perdas não técnicas médias por região do Brasil.


Sistemas Perdas
Norte Isolado 19,7%
Norte/Nordeste 13,9%
Sul/Sudeste/Centro-Oeste 13,4%
Brasil 13,6%
Fonte: Vieiralvez (2005)

Na Figura 3, pode-se observar as perdas técnicas e comerciais das


25 principais distribuidoras brasileiras no ano de 2005 (SPERANDIO,
2006). Estima-se um valor médio de 8,11% de perdas técnicas e 8,75%
de perdas comerciais, totalizando 16,86% de perdas elétricas.
38

Figura 3 – Perdas nas principais distribuidoras brasileiras.

Fonte: Sperandio (2006)

Na Tabela 3, têm-se as perdas médias técnicas e não técnicas de


algumas concessionárias brasileiras dadas em energia perdida [GWh]
(VIEIRALVEZ, 2005).

Tabela 3 – Perdas médias de algumas concessionárias brasileiras.


Empresa Perda na Perda Técnica Perda Não-Técnica
Distribuição [GWh] [GWh]
[GWh]
CELG 690 394 296
CELPE 1.020 509 511
CEMAT 682 357 325
CEMIG 1.718 1.336 382
CESP 368 263 105
COELBA 1.390 628 762
COPEL 663 652 11
CPFL 866 777 89
Eletropaulo 3.760 2.202 1.558
ESCELSA 440 348 92
Light 3.485 972 2.513
Fonte: Vieiralvez (2005)

Para se ter uma noção do problema, segundo informação da


ABRADEE, o total de energia desviada no Brasil daria para abastecer o
estado de Santa Catarina, cujo consumo é um pouco maior que 1,2 mil
GWh (CALILI, 2005).
39

De acordo com Costa (2011b), o prejuízo causado pelas perdas


não técnicas de energia elétrica atingiu em 2010 o patamar de R$ 8,1
bilhões no ano. O cálculo, feito pela Agência Nacional de Energia
Elétrica (ANEEL), levou em conta 61 das 63 distribuidoras que
passaram pelo segundo ciclo de revisões tarifárias entre 2007 e 2010. O
montante inclui, além do custo da energia, os impostos que deixaram de
ser arrecadados aos cofres públicos.
Levando em conta a energia perdida, são mais de 27 mil GWh, o
que representa aproximadamente 8% do consumo do mercado cativo
brasileiro. Esse total seria suficiente para, por exemplo, abastecer por
um ano todos os 991 municípios atendidos pela Cemig e pela Cemar em
Minas Gerais e no Maranhão, respectivamente (COSTA, 2011b).
Segundo Araújo (2010), em 2009 as perdas comerciais registraram um
prejuízo de R$ 7,8 bilhões para o país, totalizando cerca de 24 mil GWh.
Na Tabela 4, pode-se visualizar um ranking de perdas não
técnicas das concessionárias brasileiras para o ano de 2010 (COSTA,
2011b). A CELPA, que atende o Pará, ocupa o topo, com 24,4% de
perdas não técnicas na rede. Em segundo lugar aparece a Light,
responsável por parte do Rio de Janeiro, com 24,2%. As companhias são
seguidas por CERON (22%), CEMAR (17,8%) e Ampla (17,1%). Na
Eletropaulo, que atua em parte do estado de São Paulo (incluindo a
capital), as perdas são de 10,8%, o que dá à empresa o 11º lugar na lista.

Tabela 4 – Ranking de perdas não técnicas das concessionárias brasileiras.


Posição Distribuidora Perdas Não Técnicas (%)
1º CELPA 24,4%
2º LIGHT 24,2%
3º CERON 22,0%
4º CEMAR 17,8%
5º AMPLA 17,1%
6º CEAL 17,0%
7º AMAZONAS ENERGIA 16,8%
8º ELETROACRE 15,9%
9º CEPISA 15,8%
10º ENERGISA PARAÍBA 11,2%
11º ELETROPAULO 10,8%
12º CEEE 10,5%
13º BANDEIRANTES 10,1%
14º ESCELSA 10,0%
15º BOA VISTA 10,0%
Fonte: Costa (2011b)
40

No primeiro semestre de 2011, somente a Eletrobras contabilizou


R$ 591,6 milhões de prejuízo por causa de perdas em suas
concessionárias de distribuição (COSTA, 2011a). Das suas cinco
empresas, que atuam no Amazonas, Alagoas, Piauí, Rondônia e
Roraima, apenas a distribuidora do Piauí apresentou saldo positivo (R$
4,7 milhões).
Como comparação, a nível mundial, pesquisas realizadas estimam
que 10% da energia gerada na América Central é furtada, e na Ásia esse
percentual está na faixa dos 20%, chegando a 45% na Índia. Mesmo em
países como Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Austrália e Nova
Zelândia, o furto de energia elétrica acontece (SILVEIRA et al., 2006).
Com o objetivo de melhorar as receitas, é essencial para as
empresas medirem a energia consumida corretamente, além de trabalhar
para que os furtos de energia e a inadimplência sejam também reduzidos
(CALILI, 2005). Todas estas medidas têm como objetivo aumentar o
ciclo de faturamento das empresas distribuidoras de energia elétrica.
Alguns trabalhos tentam identificar a origem das perdas
comerciais e os motivos que levam as pessoas a praticarem a fraude e o
furto, como é o caso de Bastos et al. (2010a; b) onde é proposto um
método para diagnóstico das perdas comerciais que quantifica as suas
parcelas regionalmente e conforme os aspectos de origem interna ou
externa à empresa, utilizado redes Bayesianas.
Em Cruz e Ramos (2010) é avaliado o impacto de variáveis
socioeconômicas sobre as Perdas Comerciais. Foi desenvolvido um
modelo para analisar a influência das perdas comerciais entre
distribuidoras de energia elétrica do Brasil e um outro para analisá-las
entre países. O modelo para o Brasil encontrou uma correlação positiva
entre o índice de perdas totais e a violência, e uma correlação negativa
entre o nível de organização da empresa, a renda per capita e o
percentual de clientes rurais. Por sua vez, o modelo interpaíses
encontrou uma correlação negativa com o percentual de habitantes
rurais e com a eficiência do país.

2.3.3 O Órgão Regulador, o Código Penal Brasileiro e as Perdas Não


Técnicas

Visando combater as perdas não técnicas derivadas de furto ou


fraude no equipamento de medição, a agência reguladora brasileira
(ANEEL), na Resolução 414/2010 trata da matéria – denominando-a de
“Procedimento Irregular” (ANEEL, 2010).
41

Um dos objetivos da ANEEL é garantir que haja punição efetiva


para quem fizer o "gato" (fraude e/ou furto) (ARANHA NETO et al.,
2008). O consumidor deve entender que, com a redução de fraudes e
furtos, ele será beneficiado com uma melhor qualidade de serviços,
redução do número de interrupções de energia provocada pelo manuseio
da rede elétrica por pessoas não qualificadas e, principalmente, o
trabalho de reeducação no sentido de conscientizar a população de que o
ato de fraudar a leitura constitui um crime passível de ação penal.
A Tabela 36, no Anexo A, apresenta alguns casos práticos de
furto de energia e seus respectivos enquadramentos legais, onde a pena
pode variar de reclusão de 2 a 8 anos e multa para o Art. 155 do Código
Penal Brasileiro ou de reclusão de 1 a 5 anos e multa para o Art. 171 do
Código Penal Brasileiro.

2.4 FLUXO DE POTÊNCIA EM SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO

Para se efetuar estudos financeiros e de qualidade de energia para


uma concessionária, é necessária uma análise sobre o desempenho dos
sistemas de distribuição, através do uso de ferramentas que possibilitem
cálculos de carregamento e de queda de tensão, para cada uma das fases.
O fluxo de potência (também chamado de fluxo de carga) é a ferramenta
básica para determinar o perfil de tensão de um alimentador ou rede,
pois fornece como resultado os estados de tensão e corrente em regime
permanente para um sistema de energia, dadas as condições de geração e
carregamento, permitindo a análise de suas perdas elétricas e
adicionalmente possibilitando detectar problemas relacionados com a
queda de tensão. Trata-se de uma das ferramentas numéricas mais
importantes na análise desses sistemas, sendo utilizada tanto no estágio
de projeto quanto na operação, planejamento e controle (ISSICABA et
al., 2008).
As redes de distribuição, na sua grande maioria, são radiais, e a
relação resistência/reatância (R/X) é muito alta. Isto faz com que a
matriz jacobiana dos métodos convencionais de fluxo de potência, como
Newton-Raphson e Desacoplado Rápido, seja mal condiciona, tornando-
os ineficientes em solucionar tais fluxos (ARANHA NETO, 2006).
Existem alguns métodos que se utilizam de modificações no método de
Newton-Raphson para contornar esses problemas (FAN e CHENG,
1997; GARCIA et al., 2000).
Atualmente, os dois métodos mais utilizados para a análise de
redes de distribuição radiais são o Método de Soma das Correntes
42

(SHIRMOHAMMADI et al., 1988) e o Método de Soma das Potências


(BROADWATER et al., 1988; BARAN e WU, 1989a; b; CESPEDES,
1990), ambos empregando os princípios de execução de varreduras.
Os métodos supracitados possuem um princípio fundamental
simples, podendo ser dividido em duas partes. Primeiramente, por meio
dos valores de tensão obtidos até então pelo método (para o caso da
primeira iteração, pode ser utilizada uma solução aproximada ou estado
plano de tensões), calculam-se os fluxos de potência injetados pela rede
em cada nó, com uma varredura dos nós finais em direção ao nó da
subestação. Em seguida, utilizam-se desses fluxos de potência para o
cálculo da queda de tensão nas linhas, a partir da subestação e em
direção aos nós finais da rede de distribuição, e assumindo o nó da
subestação como barra de referência angular com tensão constante.
Esses dois procedimentos são repetidos até a convergência das tensões
nos demais nós.
A variação do fator de potência da carga ou a variação da própria
carga instalada (P e Q) leva a uma incerteza no valor da magnitude da
tensão obtida através do fluxo de potência. As incertezas na carga
devem ser consideradas nos sistemas de distribuição, pois sua influência
nos resultados do fluxo de potência pode ser significativa.
Sabe-se que para cada variação (ou incerteza) nos valores de
demanda é requerida uma nova solução do fluxo de potência, seja a rede
radial ou não. Dessa forma, pode-se obter uma metodologia baseada na
representação probabilística do fluxo de potência de sistemas de
distribuição (SAMBAQUI, 2005) a partir de uma descrição
probabilística dos dados de demanda em cada nó, com particular
interesse na determinação das perdas elétricas nos nós da rede, em
relação à variação das cargas.
No capítulo seguinte é detalhado o Método da Soma das
Potências (MSP), o qual é utilizado no decorrer deste trabalho.

2.5 CÁLCULO DAS PERDAS ELÉTRICAS

Com relação às metodologias para determinação das perdas nos


sistemas de transmissão e distribuição, verifica-se uma grande variação
nos processos adotados. Nos sistemas de transmissão, as perdas são
estimadas ou por estudos de fluxo de potência ou através do balanço
energético do segmento. Nos sistemas de distribuição, a grande maioria
das empresas distribuidoras utiliza para a estimativa das perdas,
procedimentos como gerência de redes, fluxo de potência, processos
43

estatísticos, modelos geométricos, entre outros (OLIVEIRA et al.,


2006).
De acordo com ABRADEE (1996) e Oliveira et al. (2006), a
opção entre um processo mais elaborado e uma metodologia
simplificada, depende tanto dos dados disponíveis como do objetivo
proposto. Os métodos mais elaborados (gerência de redes e fluxo de
potência, por exemplo) apresentam resultados que devem se aproximar
da realidade, podendo inclusive ser utilizados para análises individuais e
localizadas, mas isso necessita de uma extensa base de dados e cadastro
permanentemente atualizado. Já as metodologias simplificadas
(processos estatísticos, modelos geométricos, etc.) requerem um volume
reduzido de dados e permitem a estimativa das perdas de forma rápida;
no entanto tendem a apresentar resultados satisfatórios apenas quando
aplicadas a grandes sistemas e de forma global.
Em Kersting (2007), são desenvolvidos diversos modelos
simplificados de cargas e respectivos modos de cálculo de perdas por
meio de modelagem de carga distribuída e áreas geométricas
(retangular, triangular, trapezoidal) com densidades constantes de carga.
Tais técnicas são úteis para cálculos rápidos, obtendo-se valores
estimados. Em Kagan et al. (2005), as perdas são calculadas por meio
do cálculo do fluxo de potência nos trechos, representados pelo modelo
de linha curta. Em Cruz et al. (2006) é desenvolvido um sistema
computacional que, por meio de medições realizadas, é feito o
levantamento da curva de carga semanal para os diversos tipos de
consumidores (residenciais, comerciais e industriais, com suas
respectivas subcategorias) e através de vários fluxos de potência
(método de Newton) é calculada a curva de perdas e níveis de tensão
dos alimentadores. Técnicas de análises de incerteza no cálculo das
perdas são introduzidas em Moreira et al. (2004), através de um
software que realiza 500 iterações com valores randômicos de uma dada
faixa de valores para diversas variáveis como fator de carga, fator de
potência, fator de utilização médio dos transformadores, entre outros. É
utilizado também no cálculo das perdas as curvas de carga do banco de
dados da concessionária.
A metodologia adotada pela Eletropaulo (MÉFFE et al., 2006a) e
diversas outras concessionárias brasileiras, consiste em calcular as
perdas técnicas por segmento no sistema de distribuição (medidor de
energia, ramal de ligação da rede secundária, transformador de
distribuição, rede primária e subestação de distribuição) dentro de uma
política de cálculo periódico mensal com a utilização do software Pertec
(CED/USP) (MÉFFE et al., 2006a; MÉFFE et al., 2006b; MÉFFE et al.,
44

2010). Tal metodologia utiliza os dados de topologia da rede


provenientes do sistema de geoprocessamento (GIS), os dados de
consumo provenientes do faturamento e as curvas de carga típicas
obtidas por campanha de medição. A partir dos dados de medições (nos
transformadores das subestações e na saída dos circuitos primários de
distribuição da Eletropaulo) são feitas correções nas curvas de cargas
estimadas dos consumos faturados. Desta forma é possível distribuir, ao
longo da rede elétrica, as perdas técnicas provocadas pelos
consumidores que fraudam ou furtam energia. Como resultado tem-se o
diagnóstico das perdas técnicas de modo rápido e preciso, estratificado
por segmento.
Em qualquer sistema, fazendo-se a diferença entre a perda total e
a perda técnica (calculada/estimada), obtêm-se uma estimativa das
perdas não técnicas (ABRADEE, 1996; MÉFFE et al., 2006a; MÉFFE
et al., 2006b; OLIVEIRA et al., 2006; BASTOS et al., 2008b; a) e,
consequentemente, podem-se dirigir ações para minimizar essas perdas
comerciais gerando um aumento na rentabilidade.
Donadel et al. (2010) propõem uma metodologia para melhorar o
cálculo das perdas técnicas utilizando estimativas das perdas não
técnicas. O ajuste proposto consiste em utilizar os dados históricos de
clandestinos para estimar o número de consumidores que devem ser
acrescentados à base de dados elétricos, a fim de considerar o impacto
deste tipo de furto no cálculo das perdas de energia elétrica.
A seguir são descritas as metodologias que foram desenvolvidas
pelo CODI (ABRADEE, 1996) e pela ANEEL (2007).

2.5.1 Metodologia desenvolvida pelo CODI/ABRADEE

Em 1990, o CCON – Comitê Coordenador de Operação


Norte/Nordeste, através do Subcomitê de Estudos e Planejamento –
SCED, criou a Subcomissão para Determinação das Perdas em Redes de
Distribuição – SCDP, que tinha como objetivo elaborar uma
metodologia que permitisse estimar as perdas técnicas que ocorrem num
sistema de distribuição, trabalho concluído em 1992. Posteriormente, em
1993, o CCON instituiu a Comissão para Determinação e
Acompanhamento das Perdas – CDP, destinada a elaborar uma
sistemática para identificação, determinação e acompanhamento das
perdas técnicas e comerciais nos sistemas de transmissão e distribuição,
e elaborar propostas de ações para a sua redução, além de um plano de
gerenciamento para avaliação dos resultados, demonstrando claramente
o crescimento da importância dada às perdas.
45

Em 1996, o CODI – Comitê de Distribuição (atualmente


ABRADEE) lançou o Documento Técnico 19-34 (ABRADEE, 1996),
que consiste em um método para determinação, análise e otimização das
perdas técnicas em sistemas de distribuição. Este documento analisa e
revê as formas tradicionais de cálculo do fator de perdas, conhecendo-se
o fator de carga. Apresenta metodologia para o custeio das perdas
técnicas a ser aplicada nas diversas etapas que constituem um plano de
ação, com vistas à sua otimização, e apresenta o modelo para cálculo
dos custos unitários das perdas técnicas em função dos fatores de carga e
dos níveis de tensão, baseados nos custos marginais.
O Documento Técnico 19-34 apresenta ainda um algoritmo
simples que permite estimar os níveis ótimos de perdas técnicas de uma
empresa, e um método para cálculo expedito das perdas técnicas que
ocorrem nos diversos componentes de um sistema de distribuição, a
partir de um banco de dados simplificado. No Anexo H do Documento
Técnico 19-34, consta a metodologia simplificada para avaliação de
perdas em redes de distribuição que é feita por segmentos de rede e está
fortemente ligada ao cálculo do Fator de Carga e Fator de Perdas.

2.5.2 Metodologia desenvolvida pela ANEEL

As perdas de energia influem na quantidade de energia contratada


pela distribuidora. Estes custos, assim como os encargos setoriais e
outros, são reconhecidos como custos “não gerenciáveis” e assim
repassados diretamente às tarifas dos consumidores finais, processo
conhecido como pass throw, pois os montantes e variações fogem ao
controle da distribuidora (ANDREY et al., 2007). Consequentemente,
tendo em vista a modicidade tarifária, é desejável que o órgão regulador
estabeleça um valor de repasse das perdas de energia para as tarifas de
forma transparente e que incentive a eficiência, uma vez que deve ser
considerada a responsabilidade da distribuidora na gestão de suas
perdas.
No primeiro ciclo de revisão tarifária das distribuidoras de
energia brasileiras, ocorrido entre 2003 e 2007, foram considerados os
valores declarados pelas distribuidoras para as suas perdas técnicas.
Entretanto, segundo Andrey et al. (2007), foi diagnosticado que muitas
distribuidoras não possuem uma metodologia consistente para cálculo de
suas perdas e os valores declarados de perdas técnicas foram, em geral,
acima de valores aceitáveis do ponto de vista técnico. Assim, verificou-
se a necessidade de uma metodologia consistente para a apuração das
perdas técnicas e, consequentemente, das perdas não técnicas, que fosse
46

aplicada a todas as distribuidoras, permitindo a comparação dos valores


apurados.
Em junho de 2007, a ANEEL divulgou a NT-035/SRD (ANEEL,
2007), nota técnica que definiu uma metodologia de avaliação das
perdas técnicas por nível decrescente de tensão baseada no balanço de
energia, recalculando no sentido ascendente visando desconsiderar
perdas irregulares. Em termos de metodologia, as perdas são
normalmente apuradas por nível de tensão, mas há grande incerteza com
respeito a muitas das variáveis de maior influência nos cálculos, bem
como há aspectos que não têm sido observados, como por exemplo, a
curva de carga dos consumidores para uso na determinação das perdas
em ramais e redes secundárias (BASTOS et al., 2008b). A Nota Técnica
035 foi incorporada no Módulo 7 do PRODIST – Cálculo de Perdas na
Distribuição (ANEEL, 2011a).
A metodologia desenvolvida pela ANEEL utiliza na avaliação
indireta das perdas, conceitos e dados do balanço energético, de cálculos
que utilizam modelos matemáticos adequados e estimativa de
parâmetros de equipamentos, com base em dados históricos e técnicas
reconhecidas (ARANHA NETO et al., 2007). De forma geral, o
procedimento de cálculo das perdas técnicas para cada segmento, seja de
rede ou de transformação, pressupõe o cálculo das perdas de potência
(demanda) e a posterior obtenção das perdas de energia.
Deste modo, calcula sempre a energia injetada em um
determinado nível de tensão e utiliza este valor para o cálculo do Fator
de Carga e do Fator de Perdas; calculadas todas as denominadas “perdas
a fio” nos diversos segmentos do sistema até os ramais e medidores, é
fechado o balanço sobrando as “perdas irregulares” ou comerciais.
Tendo em vista o objetivo de uma empresa distribuidora ótima, aquela
sem perdas irregulares, a metodologia recalcula as perdas técnicas em
todos os segmentos, agora em sentido crescente, encontrando as
chamadas “perdas regulares de energia”, ou seja, reduzindo as perdas a
fio anteriormente determinadas, na proporção do quadrado da relação
entre a energia regular e a energia a fio (BASTOS et al., 2008b).
Segundo Bastos et al. (2008b), as metodologias utilizadas pelo
CODI e pela ANEEL, por usarem dados típicos da rede, bitolas de cabos
padronizadas, fator de potência médio, fator de perdas e outros
parâmetros semelhantes, são eficazes no cálculo da perda total de uma
empresa, mas podem conduzir a erros significativos quando se deseja
estudar a área de uma regional ou apenas de uma subestação, mesmo
para a perda técnica total melhor seria não usar valores médios para
diversos parâmetros, mas proceder uma análise de sensibilidade ou a
47

simulação com valores extremos, o que resultaria numa faixa ou em


valores limites dentro dos quais estariam as perdas, o que seria algo
mais consistente.

2.6 FATORES TÍPICOS DE SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO

Esta seção apresenta algumas definições e terminologias


utilizadas no planejamento da distribuição através dos fatores típicos
como Fator de Carga, Demanda Máxima, Fator de Diversidade entre
outros. Estes fatores serão utilizados na análise das medições de carga
em campo e/ou na extração de informações dos dados de faturamento de
energia (Consumo Mensal de Energia).
De acordo com Bayliss (1999) e Kersting (2007), têm-se os
seguintes fatores típicos em sistemas de distribuição:

Demanda ou Demanda Média: a demanda é a carga nos terminais


receptores tomada em valor médio num determinado intervalo de tempo.
A carga pode ser expressa como potência ativa (kW) ou potência reativa
(kvar). O período no qual é tomado o valor médio é designado por
intervalo da demanda e deve-se sempre ser especificado.

Energia Total (kWh)


Demanda Média= (1)
Período Total (horas)

Demanda Máxima: a demanda máxima é o maior valor de todas


as demandas que ocorreram durante um período específico de tempo. A
demanda máxima pode ser expressa em kW, kvar, etc. Quando se fala
em demanda máxima é imprescindível que se especifique o período
durante o qual a demanda, com intervalo de demanda pré-fixado, foi
observada, ou seja, deve-se dizer: demanda máxima diária, mensal ou
anual, conforme o período de observação tenha sido o dia, o mês ou o
ano, respectivamente. A carga geralmente se altera em um período de 24
horas ocorrendo picos. Por exemplo, a carga aumenta de manhã quando
as pessoas acordam e tomam seu café da manhã e vão para o trabalho.
A Figura 4 apresenta um exemplo de curva de carga identificando
alguns fatores típicos como: Demanda Máxima (Dmáx), Demanda
Mínima (Dmín), Pico de Demanda, Demanda Média (Dméd) e Período
de análise.
48

Figura 4 – Exemplo de curva de carga identificando alguns fatores típicos

Fator de Demanda: o fator de demanda é a relação entre a


demanda máxima do sistema e a carga total do sistema. A carga total
conectada do sistema é definida como a soma das potências nominais
contínuas dos aparelhos consumidores de energia elétrica conectados ao
sistema. Tanto a demanda máxima quanto a carga total conectada devem
estar na mesma unidade, fazendo com que o fator de demanda seja
adimensional. É normalmente menor do que 1.

Demanda Máxima do Sistema


Fator de Demanda = (2)
Carga Total Conectada

Fator de Utilização: o fator de utilização é a relação entre a


demanda máxima de um sistema e a capacidade calculada do mesmo.
Este fator é adimensional e é calculado definindo-se a demanda máxima
e a capacidade com as mesmas unidades. O fator de utilização indica o
grau da capacidade do sistema sendo utilizada durante o período de
ponta de carga com respeito a sua capacidade. Como o fator de
demanda, é também normalmente menor do que 1.

Demanda Máxima do Sistema


Fator deUtilização= (3)
Capacidade do Sistema

Fator de Carga: o fator de carga é a relação entre a carga média


durante um período designado de tempo e a carga de ponta ocorrida
durante este período. A demanda média e a demanda de ponta devem ser
expressas na mesma unidade, fazendo com que o fator de carga seja
adimensional. O fator de carga indica o grau em que a carga de ponta é
mantida durante este período. Deve ser sempre menor do que 1.
49

Dem. Média em um Período Designado de Tempo


Fator de Carga = (4)
Pico de Demanda Ocorrido neste Período

Fator de Diversidade: o fator de diversidade é a relação entre a


soma das demandas máximas individuais, de varias subdivisões do
sistema, com a demanda máxima do sistema inteiro. Os picos de carga
normalmente não ocorrem ao mesmo tempo, então a soma dos picos
individuais de carga será maior do que a carga de pico do sistema. O
fator de diversidade normalmente é maior que a unidade e será igual à
unidade somente se todas as demandas máximas individuais ocorrerem
simultaneamente.

Fator de Diversidade=
∑ Demanda Max. Individual (5)
Demanda Max.Sistema

Fator de Coincidência: o fator de coincidência é o inverso do


fator de diversidade. É dependente do tipo de carga conectada ao
sistema.

Diversidade de Carga: a diversidade da carga é a diferença entre a


soma dos picos de duas ou mais cargas individuais e o pico da carga
combinada. Como o fator de diversidade é a diferença entre duas
quantidades de unidades similares, é expresso na unidade das duas
demandas sendo comparadas.

Diversidade da Carga= ∑ Demanda Max. Ind. - Demanda Max.Sist. (6)

Fator de Perda: o fator de perda é a relação da perda ativa média


com o pico de perda da carga durante um período de tempo
especificado. Como as perdas são proporcionais ao quadrado da
corrente, tem-se:

2
Média (Carga) Perda Média
Fator de Perda= 2
ou (7)
Máxima (Carga) Perda Ponta

O fator de perda não pode ser determinado diretamente do fator


de carga, pois o fator de perda é determinado através das perdas em
50

função do tempo, no qual são proporcionais ao quadrado da carga. Uma


relação pode ser calculada como mostrado na Figura 5.

Figura 5 – Curvas de relação entre fator de carga e fator de perdas.

Logo, uma relação entre o fator de carga e o fator de perdas pode


ser calculada, fornecendo resultados razoáveis:

2
Fator de Perda= c.(Fator de Carga)+(1-c).(Fator de Carga) (8)

onde:
c ≈ 0,3 para sistemas de transmissão, e
c ≈ 0,15 para sistemas de distribuição

A expressão (8) é utilizada no setor elétrico brasileiro


(ABRADEE, 1996; ANEEL, 2007), porém observa-se que o valor da
constante c é altamente dependente do carregamento da rede, variáveis
de rede, etc. Segundo Gönen (2008), para áreas rurais deve-se utilizar
um valor de c igual a 0,16.

Duração da Carga: duração da carga é a relação entre as


demandas e sua duração em um período específico de tempo.

Horas Equivalentes de Perdas: as horas equivalentes de perda são


o número de horas que a carga de ponta produzirá a mesma perda total
51

que é produzida pela carga atual durante um período específico de


tempo.

( Demanda Total Real ) 2

Horas Eq.de Perdas = (9)


( Demanda Ponta )2

As horas equivalentes de perdas são também chamadas de tempo


de perda de ponta equivalente. Uma forma alternativa de cálculo é:

Tempo de Perda de Ponta Eq. = Fator de Perda x horas no período (10)

2.7 TIPOLOGIAS DE CARGA

Os perfis típicos de demanda são obtidos com base em estudos de


caracterização de carga, onde são utilizados métodos de análise para
identificar os perfis típicos, ou tipologias, a partir de uma amostra de
medições de curvas de carga da rede de distribuição (PESSANHA et al.,
2006). As tipologias das curvas de carga são definidas para cada classe
de consumo, normalmente diferenciadas em residencial, comercial e
industrial.
A construção das tipologias de carga, seja para nível de tensão,
classe de consumo ou tipo de rede, é sempre iniciada pela coleta de uma
mostra de medições de carga da rede. De posse dos dados obtidos por
medição, é possível caracterizar a tipologia da curva de carga através de
técnicas de análise de agrupamentos (cluster analysis), que reúnem as
curvas semelhantes em grupos (clusters). De acordo com Pessanha et al.
(2006) as técnicas de agrupamento mais utilizadas são: o K-Means,
Ward e FCM.
O agrupamento das cargas pela variação no tempo do
comportamento do consumo é uma importante tarefa para a previsão de
demanda, análise de sistemas de potências, entre outros (LI et al., 2007).
No Brasil, o DNAEE (Departamento Nacional de Águas e
Energia), antecessor da ANEEL, foi o primeiro a desenvolver um
sistema destinado à construção de tipologias de curvas de carga, ainda
na década de oitenta, destinado à aplicação tarifária (PESSANHA et al.,
2004). O SNACC (Sistema para Análise de Curvas de Carga) obtém os
clusters combinando em sequência, dois métodos estatísticos para
análise de agrupamento, sendo que o método de nuvens dinâmicas
52

identifica os clusters iniciais, os quais são em seguida agrupados pelo


método de classificação ascendente hierárquico. Apesar da maneira
sofisticada de formar os clusters, não disponibiliza a visualização dos
agrupamentos.
Um sistema que disponibiliza várias saídas gráficas na obtenção
da caracterização da carga, o ANATIPO, foi desenvolvido para
aplicação particular nos estudos tarifários (PESSANHA et al., 2006).
Este sistema permite a leitura de medições provenientes de medidores de
diferentes fabricantes e disponibiliza, graficamente, as curvas
características dos dias úteis, sábados e domingos. Após a coleta de
medições é feita automaticamente uma inspeção para identificar as três
curvas diárias características: a curva típica do dia útil, do sábado e do
domingo.
Uma aplicação de curvas de carga típicas semanais, obtidas pelo
agrupamento aritmético, para cálculo de perdas e níveis de tensão em
alimentadores é apresentado em Cruz et al. (2006). Assim como em
Pessanha et al. (2006), a tipologia das curvas de carga (ativa e reativa)
semanais é obtida através de medições sistemáticas de unidades
consumidoras. Neste caso, o período de medição foi de duas semanas,
com intervalo horário de 5 minutos segundo as classes: residencial
(subclasses: A, B, C, D e E), comercial e industrial. Um perfil de
demanda semanal é obtido através da superposição, em cada intervalo
horário medido, dos valores medidos nas duas semanas com a média
obtida e com a demanda média pelo número de consumidores atendidos.
Um perfil de demanda típico de uma classe ou subclasse de
consumidores é obtido através da média aritmética dos vários perfis
semanais, obtido para cada tipo de consumidor.
Uma prática que tem se tornado comum entre as concessionárias
de energia é a utilização das curvas de carga típicas obtidas no processo
de revisão tarifária (MÉFFE et al., 2006b). Assim, todos os
consumidores BT (baixa tensão) são representados por curvas
estratificadas por consumo mensal de energia e todos os consumidores
MT (média tensão) são representados por curvas estratificadas por
demanda ativa máxima. Em ambos os casos, cada categoria de consumo,
formada pela combinação de uma classe de consumo com uma faixa de
consumo (por exemplo, consumidor residencial entre 200 e 300 kWh) é
composta por um conjunto de curvas típicas, cada uma com uma
representatividade ou participação de mercado dentro da categoria.
53

2.8 MODELAGEM DA CARGA

O consumo de energia das cargas conectadas a um sistema


elétrico de potência varia de acordo com as grandezas elétricas de
serviço. Modelos estáticos de carga visam sintetizar a agregação dos
componentes elétricos das cargas. Esses modelos são geralmente
constituídos por potências ativa e reativa de consumo em função da
magnitude e frequência da tensão de fornecimento. Em análises de
regime permanente, desvios perante a frequência fundamental podem
ser desconsiderados, enquanto cargas são geralmente representadas
pelos modelos listados a seguir.

Modelo de Carga de Potência Constante: Modelo estático de


carga onde a potência não varia com mudanças na magnitude da tensão.
Esta característica é típica de consumidores industriais. Também pode
ser chamado de modelo de carga MVA constante. Como os dispositivos
MVA constantes, tais como motores e dispositivos eletrônicos, não
mantêm essa característica abaixo de certa tensão (tipicamente 80 a
90%), muitos modelos de carga fornecem a mudança de MVA constante
(e outros modelos estáticos) para impedância constante, ou desconectam
a carga abaixo de uma tensão especificada.
Exemplos:
• lâmpadas fluorescentes com reatores eletrônicos;
• aparelhos com fontes chaveadas;
• acionamentos operando a plena carga ou em sobrecarga;
• dispositivos eletrônicos;
• motores de indução operando próximos ou à plena carga;
• motores síncronos operando sob um fator de potência
unitário.
Este modelo foi adotado para o desenvolvimento da metodologia,
tanto para o fluxo de potência, como para a formulação das matrizes de
sensibilidade.

Modelo de Carga de Impedância Constante: Modelo estático


de carga onde a potência varia diretamente com o quadrado da
magnitude de tensão. Esta característica é típica de consumidores
residenciais ou pequenos consumidores comerciais. Também pode ser
chamado de modelo de carga de admitância constante.
54

Exemplos:
• lâmpadas incandescentes;
• lâmpadas fluorescentes com reatores convencionais e de
baixas perdas;
• lâmpadas de descarga;
• acionamentos operando abaixo da carga nominal (regime
estável, baixo torque);
• chuveiro;
• ferro de passar;
• secador de cabelo;
• capacitores para correção do fator de potência;
• motores levemente carregados;
• aquecedores;
• motores de indução e síncronos no instante da partida;
• resistências;
• reatores.

Modelo de Carga de Corrente Constante: Modelo estático de


carga onde a potência varia diretamente com a magnitude da tensão.
Exemplos:
• lâmpada fluorescente compacta;
• acionamentos de velocidade variável;
• um sistema que contém motores próximos à plena carga
e motores levemente carregados tende a absorver
aproximadamente corrente constante, pois uma redução
eventual da tensão causa a redução de corrente nos
motores com baixas cargas e um aumento de corrente
nos motores mais carregados.
Este modelo de carga é aproximadamente equivalente a 50% de
carga de potência constante e 50% de carga de impedância constante. A
maioria dos prédios comerciais se aproxima bastante deste modelo, pois
suas cargas consistem de iluminação, ar condicionado e motores em
iguais proporções.

Modelo de Carga Polinomial: Modelo estático de carga que


representa a relação da potência com a magnitude de tensão como uma
equação polinomial. Os parâmetros desse modelo são os coeficientes (a,
b e c, ou pcte, icte, e zcte) e o fator de potência da carga. Esse modelo é
algumas vezes referido como modelo "ZIP", uma vez que consiste da
soma dos termos de impedância constante (Z), corrente constante (I), e
55

potência constante (P). A seguir têm-se as equações para potência ativa


e para potência reativa:

 V V 
2

P = P0  pcte + icte . + zcte .    (11)
 V0  V0  

 V V  
2

Q = Q0  pcte + icte . + zcte .    (12)


 V0  V0  

onde os valores de P0 e Q0 são calculados a partir da potência instalada


juntamente com os valores de fator de demanda e fator de potência
(SPERANDIO et al., 2007).

2.9 MODELO DE CONFIABILIDADE ESTRUTURAL

A confiabilidade estrutural é muito empregada na Engenharia


Mecânica como conceito básico para a operação segura do sistema de
estruturas, garantindo que sua capacidade ou resistência seja superior à
demanda dele exigida (CORDOVÉS, 2008). É também conhecida na
literatura como Stress-Strength Model ou Load-Strength Interference
(SHOOMAN, 1968; ANDERS, 1990; O'CONNOR, 1991; RAO, 1992;
BLISCHKE e MURTHY, 2000; PINHEIRO e HO, 2001; BARRINGER
e BENNETT, 2008).
Segundo Cordovés (2008), o estudo de confiabilidade estrutural
está relacionado ao cálculo e a previsão da probabilidade de violação de
um “estado limite”. A probabilidade de ocorrência da violação do
“estado limite” representa a avaliação numérica da chance da mesma
ocorrer, ou seja, da ocorrência da falha.
Como exemplo, cita-se um sistema de transmissão. Durante sua
vida útil, a linha estará sujeita a uma variedade de eventos climáticos
como tempestades, variação de temperatura, neve, entre outros. Quando
uma linha é sujeita a um desses eventos, ela responde na forma de um
estresse (stress). Essa resposta é chamada de efeito da carga (load
effect), que depende não só do evento climático, mas também da atual
configuração da linha.
Segundo Anders (1990), no processo tradicional de projeto, o
dimensionamento dos componentes é alcançado pelo uso de fatores ou
56

margens de segurança e adotando suposições conservativas, isto é,


encontrando a “pior” (mínima) resistência mecânica (Strength) que
continuará adequada à “pior” (máxima) carga (Load).
A confiabilidade da linha, de um subsistema ou de algum
componente, é o complemento da sua probabilidade de falha (Pf), que é
a probabilidade de que a carga (Load) exceda a resistência mecânica
(Strength). Para uma linha, o conceito de falha significa que esse
sistema perdeu a habilidade de transportar energia.
O problema citado pode, então, ser definido como um problema
da carga versus a resistência (Load vs. Strength). O objetivo da análise
de confiabilidade é assegurar que a probabilidade P(S<L) seja menor
que um valor pré-determinado.
Considerando que S (Strength – resistência mecânica) e L (Load –
solicitação externa) são variáveis aleatórias, pode-se então caracterizar
as mesmas por funções densidade de probabilidade, representadas pelos
símbolos fS(.) e fL(.), respectivamente. Tais funções podem ser
visualizadas na Figura 6.

Figura 6 – Representação das distribuições de probabilidade da resistência


mecânica e da solicitação externa.

Fonte: adaptado de Cordovés (2008)

Para qualquer elemento estrutural existe a possibilidade do


mesmo apresentar falha, o que ocorre quando a solicitação externa
ultrapassa a capacidade de resistência do mesmo (L>S).
De acordo com Barringer e Bennett (2008), a sobreposição das
duas curvas na Figura 6 não é literalmente a área calculada, é a
57

probabilidade conjunta de ocorrer um problema (em torno de ½ da área


literal). A probabilidade conjunta é descrita por uma integral dupla de
confiabilidade. A falha ocorre onde as curvas se sobrepõem.
Assumindo que as distribuições de probabilidade de S e L estão
disponíveis, e que FS(s) ou fS(s) e FL(l) ou fL(l) são conhecidas, a
probabilidade de falha Pf pode ser formulada pela seguinte equação
(ANDERS, 1990):

Pf = P( S < L ) = ∑ P( S < L | L = l )P( L = l ) (13)


todos l ' s

Que pode ser expressa em termos da função densidade de


probabilidade conjunta:

∞ l
Pf = ∫ ∫
0 0
f S ,L ( s,l )dsdl (14)

Considerando um ponto l e um intervalo dl na função fL, a


probabilidade que a carga esteja no intervalo dl é igual a fLdl. A falha
ocorre quando a resistência do componente é menor do que l, dado que l
< L ≤ l+dl. Assumindo que L e S são estatisticamente independentes,
tem-se a seguinte probabilidade de falha:

P( s < l | l < L ≤ l + dl ). f L dl =FS ( l ). f L dl (15)

Integrando sobre todos os l’s, obtém-se:


Pf = ∫
0
FS ( l ) f L ( l )dl (16)

A equação anterior é a convolução de FS e fL em relação a l


(ANDERS, 1990), onde FS é a função de distribuição acumulada de S e
fL a função densidade de probabilidade de L.
Como demonstrado na Figura 6, a sobreposição das curvas fS(s) e
fL(l) representa uma medida qualitativa da probabilidade de falha Pf. A
medida da confiabilidade é, então, função da posição relativa entre fS(s)
e fL(l) e também do grau de dispersão entre as curvas.
A probabilidade de sucesso (confiabilidade) é o complemento da
probabilidade de falha, dada por (ANDERS, 1990; RAO, 1992):
58

µ
PS =
Φ( M ) =
1 − Pf (17)
σM

onde Φ(z) é a função de probabilidade acumulada de uma distribuição


normal padrão.
Observa-se na equação anterior que a confiabilidade é uma
função da relação µ M / σ M , conhecida como indicador de confiabilidade
ou indicador de segurança (β).
A seguir são apresentadas as expressões para Φ(z) e β.

z 1

2
−u / 2
Φ( z ) = e du (18)
−∞

e
µM µS − µL
β
= = (19)
σM σS +σL
2 2

Anders (1990) ainda define o fator central de segurança ( µ S / µ L )


que mede a posição relativa entre fS(s) e fL(l), e a margem de segurança
( µ M ) que é a diferença µ S − µ L . Observa-se que esta diferença pode
também representar um balanço (probabilístico) de energia, conforme
será modelado nesta tese.

2.10 CONCLUSÃO

Neste capítulo foi apresentada uma revisão da literatura que serve


como fundamentação para a metodologia proposta no capítulo seguinte.
Foram detalhadas as formas de minimização das perdas e vantagens
obtidas com sua redução, a situação das perdas técnicas e comerciais no
Brasil, passando pelas concessionárias brasileiras e visão do órgão
regulador. Ainda, fluxo de potência para redes radias, formas de cálculo
das perdas elétricas, fatores típicos de sistemas de distribuição, tipologia
e modelagem da carga e teoria sobre o modelo de confiabilidade
estrutural que será utilizado de forma análoga para o cálculo da
probabilidade de ocorrência de perdas comerciais no alimentador.
59

3 METODOLOGIA PROBABILÍSTICA DESENVOLVIDA

3.1 INTRODUÇÃO

Este capítulo detalha a metodologia probabilística desenvolvida


neste trabalho para o cálculo das perdas técnicas e detecção de prováveis
perdas comerciais em alimentadores de grande porte de um sistema de
distribuição. São analisados todos os passos desenvolvidos e a
metodologia é ilustrada por um diagrama de blocos para facilitar o seu
entendimento, incluindo os seguintes aspectos principais:
• Sensibilidade das tensões para com a variação da carga;
• Sensibilidade dos ângulos para com a variação da carga;
• Sensibilidade das perdas para com a variação da carga;
• Modelo analítico da variação das Perdas Técnicas versus
variação da carga; e
• Balanço Probabilístico de Energias envolvendo o cálculo
das Perdas Totais e Perdas Comerciais.

3.2 CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE A METODOLOGIA


DESENVOLVIDA

Lembrando que a modelagem sobre determinação de perdas


elétricas proposta pela ANEEL (2007) baseia-se na avaliação indireta
das perdas e em dados do balanço energético, assim como em modelos e
estimativa de parâmetros de equipamentos, com base em dados
históricos, apresenta-se nesta tese o desenvolvimento e a comprovação
de um novo modelo analítico da variação das perdas técnicas versus
variação da carga. Este modelo permite estimar adequadamente a
sensibilidade das tensões e seus respectivos ângulos para com a variação
da carga incluindo as perdas elétricas, assim como incluirá também uma
nova formulação analítica da sensibilidade das perdas para com a
variação da carga. Deste modo, através de estimativas das variações
temporais das cargas (sazonalidade, crescimento vegetativo e outros),
pode-se estimar também a variação nas perdas técnicas, que será
utilizada no Balanço Probabilístico de Energias para o cálculo das
perdas comerciais, conforme delineado a seguir e representado
esquematicamente no fluxograma da Figura 7.
60

Figura 7 – Diagrama de blocos da metodologia desenvolvida.


Arquivo completo com FD e FP provenientes dos Dados provenientes
os dados de rede dados de medição do faturamente

Dados de Dados de Dados de


Rede Medição Consumo

Fluxo de Potência calculado Energia


pelo Método do Somatório Fluxo de Potência
(MSP) Potências Faturada
de Potências (MSP) à Diária
determinação das Perdas
Técnicas

Cálculo da Matriz de
Sensibilidade (MSO) sem dV/dP
perdas à passo inicial dV/dQ Transformação da curva
para a atualização (passo inicial) da Energia Faturada
Representação
para representar a
variabilidade
variabilidade da curva
de carga medida

dV/dP
Atualização da MS
dV/dQ Transformação
para incluir as perdas Transformação da
(processo iterativo MW à MWh
(processo iterativo) - Potência em Energia
- atualização das
MSIt
perdas)

Energia
Faturada
Cálculo das Diária
derivadas dos dθ/dP
ângulos dθ/dQ

Cálculo das Matrizes dLP/dP


de Sensibilidade das dLP/dQ Energia Comparação:
Perdas em relação à dLQ/dP Medida Energia Medida –
carga dLQ/dQ Diária Energia Faturada

Cálculo do desvio σ_perdas_ativ


padrão das perdas σ_perdas_reat
(estimado)

μPtec μPtot

Perdas Comparação: Perdas


Técnicas Perdas Totais – Totais
(µ, σ) Perdas Técnicas (µ, σ)

Perdas
Comerciais
(µ, σ)
61

Observa-se na Figura 7 que os quatro últimos blocos deste


fluxograma representam as variáveis aleatórias das Perdas Técnicas,
Perdas Totais e Perdas Comerciais, através de um modelo de Balanço de
Energias Probabilístico.
Do ponto de vista metodológico, propõe-se efetuar inicialmente o
levantamento do consumo (kWh) de cada cliente de um alimentador
piloto de distribuição. Todo consumidor é agregado ao seu
transformador de ligação com a rede de média tensão (MT). A partir dos
dados de medição, obtém-se o carregamento em kW de cada
transformador tipo MT/BT da rede, de modo a se poder executar um
fluxo de potência completo (ou um algoritmo equivalente, conforme
proposto nesta tese). O fator de potência (FP) concentrado desses
transformadores pode ser obtido via base de dados de medição
individualizada para os consumidores industriais, e para os demais
consumidores (ou no caso da indisponibilidade das medições
individualizadas) utiliza-se o fator de potência obtido por meio de
medições na média tensão.
De posse da demanda de cada transformador (kW), calculam-se
os momentos estatísticos (média e desvio padrão) dessas demandas em
um período de análise, para formação de uma base de dados
probabilística de cada ponto de carga. Esses momentos são utilizados
em Simulações Monte Carlo (SMC) com a finalidade de se determinar a
função densidade de probabilidade (e a respectiva função densidade
acumulada) das perdas técnicas nesse período. O cálculo efetivo das
perdas técnicas é realizado por meio de algoritmos específicos
desenvolvidos para a análise em regime permanente de redes radiais,
conforme itens apresentados na sequência.
Em função do elevado tempo de processamento necessário para a
execução das SMC, foi desenvolvida uma nova formulação analítica
para a sensibilidade das perdas técnicas para com a variação do
consumo. Utiliza-se dessa sensibilidade para estimar o resultado de
variações de soluções de fluxo de potência perante variações no
consumo, sem contudo, executar estes fluxos de potência. As SMC
foram utilizadas somente para comprovar a viabilidade e a adequação da
formulação analítica desenvolvida. Técnicas de redução e ordenação de
rede (detalhadas posteriormente) também são empregadas com a
finalidade de se obter economia de tempo e processamento
computacional, com o objetivo de viabilizar esta formulação para
grandes redes de distribuição.
Comparando-se a energia distribuída (medida) pela
concessionária com o consumo adicionado das perdas técnicas, faz-se o
62

respectivo balanço de energias e estimam-se as perdas comerciais de


cada circuito. Ademais, a densidade das perdas técnicas em cada circuito
de distribuição se constitui em uma informação de elevada relevância
para a gestão de possíveis perdas comerciais. Na disponibilidade de
informações quanto aos transformadores de MT/BT, assim como da rede
de BT, demais estratégias podem ser desenvolvidas visando uma melhor
aproximação das perdas técnicas de cada circuito.
A seguir são detalhadas cada uma das etapas da metodologia
desenvolvida e nos capítulos seguintes são apresentados os resultados
dessas etapas.

3.3 MEDIÇÕES PARA LEVANTAMENTO DE DADOS

A metodologia desenvolvida inicia-se na definição de um


alimentador de um plano piloto de medições (PPM) para a monitoração
periódica de curvas de carga. Uma vez definido o alimentador que se
deseja estudar, são escolhidos pontos estratégicos para a instalação dos
medidores. Em cada um desses registradores, medem-se grandezas
elétricas como potência ativa, potência reativa, tensão e corrente em
cada fase. Na Figura 8, apresenta-se um alimentador real com três
medidores instalados, onde SE representa a subestação.

Figura 8 – Exemplo de alimentador com três medidores instalados.


63

Deste plano de medição, podem-se calcular os fatores


característicos do alimentador tais como fatores de demanda (FD) e de
potência (FP) e os momentos estatísticos da carga durante o período de
medição.
De posse dos resultados do fluxo de potência com valores médios
e da tensão eficaz média em cada ponto de medição, assim como do
consumo médio de cada cliente obtido por meio de dados provenientes
do histórico de faturamento e consumo de cada consumidor, pode-se
dividir esse alimentador em sub-redes radiais. Cada sub-rede tem como
ponto inicial (fonte) um dos medidores, sendo o medidor a jusante deste,
modelado como uma carga quando conveniente. Por sua vez, essa carga
é valorada pelo fluxo de potência médio (ativo e reativo) obtido via
medição, conforme ilustrado na Figura 9.

Figura 9 – Construção de uma sub-rede, onde em M2 está concentrada toda a


carga a jusante deste ponto

De uma forma geral, seja M o número de medidores instalados


em um circuito de distribuição, em termos de análise em regime
permanente, pode-se dividir este circuito em M sub-redes. Tais sub-
redes são o objeto de estudos de fluxo de carga para o cálculo de perdas
técnicas assim como avaliação de perdas comerciais.
64

3.3.1 Alocação dos Medidores e Divisão em Sub-redes

A informação sobre a localização dos medidores é importante


para o desenvolvimento da metodologia, uma vez que de acordo com a
quantidade e localização dos mesmos, se terá informações mais ou
menos precisas sobre o estado de variação das cargas. Para ilustrar a
modelagem baseada nos medidores consideram-se dois ou três
medidores como descrito a seguir.

1ª Proposta – Três Medidores: Medidores no início, meio e final do


alimentador

Com essa configuração, tem-se o alimentador dividido em duas


sub-redes. Têm-se informações do fluxo de potência que sai da SE
(subestação), e também do fluxo passando pelo meio do alimentador.
Tem-se também a informação de como está a tensão no meio e no final
do alimentador. Essa configuração permite validar os resultados obtidos
com o fluxo de potência ajustando as tensões medidas e as calculadas,
assim como também validar as representações probabilísticas propostas
nesta tese.

2ª Proposta – Três Medidores: Medidores no início, 1/3 e 2/3 do


alimentador

Essa configuração possibilita a divisão em três sub-redes, o que


acarreta numa melhor aproximação do modelo (sendo usado juntamente
com as medições), facilitando assim a identificação da sub-rede com
perdas comerciais mais elevadas, o que faria com que o trabalho das
equipes no combate à fraude seja mais eficaz.

3ª Proposta – Dois ou Três Medidores: Dois ou três alimentadores


distintos com um medidor no início

Assumindo-se a medição de grandezas elétricas unicamente na


saída da subestação, não seria possível a divisão do mesmo em sub-
redes, seria possível apenas a seguinte análise por alimentador:
• Estimar as perdas ativas mensais totais de um
alimentador subtraindo-se a potência ativa média de
saída da subestação com os dados de consumo de
potência de cada consumidor;
65

• Com os dados de consumo, calcular as perdas técnicas da


rede via fluxo de carga. As demais perdas seriam
consideradas perdas comerciais acrescidas de erros
inerentes ao processo de modelagem.

4ª Proposta – Dois Medidores: Medidores no início e meio do


alimentador

Considerando a medição das grandezas elétricas na saída da


subestação e em uma posição intermediária, seria possível dividir o
alimentador em duas sub-redes, sendo uma proposta intermediária entre
a 2ª e a 3ª.
Através destas medições obter-se-ão os valores de média e desvio
padrão das cargas e assim, calculadas a respectiva média e desvio
padrão das perdas técnicas (µ,σ), de acordo com a coluna da esquerda do
fluxograma da Figura 7.

3.4 ROTINA PARA REDUÇÃO E ORDENAÇÃO DA REDE

Com a finalidade de se aplicar a metodologia em grandes redes


elétricas de distribuição e, sabendo que as matrizes de sensibilidade das
tensões para com a variação da carga (SAMBAQUI, 2005) envolvem a
resolução de quase uma centena de equações (vide Anexo C), foram
implementados algoritmos para redução do número de pontos elétricos
(nós) a serem considerados. Rotinas similares de redução e ordenação da
rede já foram aplicadas com sucesso em outros trabalhos (ARANHA
NETO, 2006; SPERANDIO, 2008; ARANHA NETO et al., 2011) e
consistem em agrupar os pontos em que não há carga, que servem
somente para denotar espacialmente o traçado do alimentador ou que
consiste em algum equipamento sem influência para esta análise, como
chaves seccionadoras, chaves fusíveis, entre outros. Bancos de
capacitores, reguladores de tensão e mudança de bitola na rede são
mantidas, pois estão diretamente relacionadas com o perfil de tensão do
alimentador e podem ser considerados “pontos notáveis” da rede. As
extensões dos trechos agrupadas são somadas para se manter os valores
reais de resistência e reatância do trecho. A Figura 10 ilustra a redução
de um nó do alimentador, onde antes se tinha os trechos DE1-PARA1 e
DE2-PARA2 (DE3) agora se tem os trechos DE1-PARA2 (DE3).
66

Figura 10 – Ilustração da redução do número de nós de um alimentador.

Após a redução é feita uma reordenação dos pontos com o


objetivo de otimizar a execução de métodos de varredura (retrocesso e
avanço – backward and forward) – como o método da Soma das
Potências – MSP (BROADWATER et al., 1988; BARAN e WU, 1989a;
b; CESPEDES, 1990), para que todos os nós recebam uma numeração
de 1 a n, onde n é o número de nós restantes, baseada na teoria de
grafos. Na Figura 11, tem-se um exemplo de rede radial reduzida ainda
sem ordenação, onde o nó inicial (de) e o nó final (para) de cada
trecho/ramo não estão ordenados sequencialmente, e a numeração
utilizada é superior ao número de nós (n = 8).
67

Figura 11 – Exemplo de rede radial reduzida e ainda sem ordenação.

Os nós devem ser ordenados partindo-se da subestação (ponto 0)


até os nós finais (1, 2, ..., n). Para a ordenação, divide-se a rede radial
em camadas de acordo com sua proximidade para com a subestação
(SHIRMOHAMMADI et al., 1988), como mostrado na Figura 11. No
exemplo, o nó 60 pertence à primeira camada, o nó 15 pertence à
segunda camada, os nós 66 e 99 pertencem à quinta camada, e os nós 04
e 38 pertencem à sexta camada. A ordenação final é definida por uma
lista contendo os nós da primeira camada, seguidos dos nós da segunda
camada, e assim por diante. A Figura 12 apresenta a rede após a
ordenação. Na sequência é apresentado o pseudocódigo da rotina de
ordenação para o caso presente.

Figura 12 – Exemplo de rede radial reduzida após ordenação.

7
1 2 3

8
4

5
68

No exemplo, ordem = [60, 15, 79, 21, 66, 99, 04, 38]. Uma vez
obtido o vetor ordem, a renumeração se faz de acordo com a posição de
cada nó no vetor ordem. Por exemplo, o nó 60 será renumerado como nó
1, o nó 15 como nó 2, e assim por diante.

Pseudocódigo:
1. Inicializar variáveis: lista  [60], ordem  [60];
2. Listar nós a jusante dos nós membros de lista e
armazenar em lista_jusante;
3. Construir ordenação por ordem = [ordem, lista_jusante];
4. lista  lista_jusante;
5. Caso todos os nós tenham sido visitados, finalizar o
processo. Caso contrário, voltar ao passo 2;
6. Renumerar os elementos do vetor ordem de acordo com
suas posições no mesmo vetor.

Com essas rotinas de redução e ordenação da rede, obtém-se um


alto ganho em processamento e tempo computacional sem com isso
alterar os resultados, viabilizando a aplicação da metodologia proposta
em redes elétricas de grande porte.

3.5 FLUXO DE POTÊNCIA PARA REDES DE DISTRIBUIÇÕES


RADIAIS – MÉTODO DA SOMA DAS POTÊNCIAS

Em função dos problemas de condicionamento das matrizes


jacobianas nos métodos tradicionais de fluxo de potência (conforme
citados na revisão bibliográfica – Capítulo 2), existem, basicamente,
dois métodos que são normalmente utilizados para a análise de redes de
distribuição radiais: o Método da Soma das Correntes e o Método da
Soma das Potências, ambos empregando o princípio de execução de
varredura.
O Método de Soma das Potências (MSP) para o cálculo do fluxo
de carga em redes radiais de distribuição foi desenvolvido na mesma
época por mais de um pesquisador (BROADWATER et al., 1988;
BARAN e WU, 1989a; b; CESPEDES, 1990), com pequenas variações
entre as formulações, mas sendo chamadas indistintamente de Método
da Soma das Potências, na literatura técnica brasileira (ISSICABA,
2008).
O MSP é um dos métodos de varredura mais utilizados na análise
estática de redes radiais, bem como é a base de generalizações para a
69

representação de redes fracamente malhadas, capacitores automáticos,


geração distribuída e redes desbalanceadas (ISSICABA et al., 2008).
Sua solução se baseia em um equivalente elétrico e na eliminação
dos ângulos de fase de tensão nas equações a serem solucionadas, o que
permite obter a solução exata trabalhando somente com as magnitudes
de tensão através de expressões algébricas compactas, de fácil
programação e tendo boas características de convergência
(SAMBAQUI, 2005), por isto foi selecionado para o desenvolvimento
das equações que expressarão a variação das perdas técnicas em função
da variação da carga. Este modelo também assume que uma rede de
distribuição radial trifásica balanceada pode ser representada por seu
diagrama equivalente de linha monofásica.
A formulação completa do Método da Soma das Potências é
apresentada no Anexo B.

3.6 MATRIZ DE SENSIBILIDADE DAS TENSÕES PARA COM A


VARIAÇÃO DA CARGA

Esta seção apresenta, em linhas gerais, a metodologia da análise


da sensibilidade (referente ao bloco ∂V / ∂P, ∂V / ∂Q (passo inicial) do
fluxograma da Figura 7, ou seja, Matriz de Sensibilidade – MS sem
perdas).
O objetivo é calcular a sensibilidade da variação das tensões em
cada nó de sistemas de distribuição quando ocorre uma variação na sua
demanda, sem que seja necessária uma nova solução do fluxo de
potência.
Nesta abordagem, matrizes de sensibilidade são obtidas com o
fim de aproximar o efeito de novas injeções de potência sobre o perfil
(magnitude) de tensão de um alimentador, ainda sem a inclusão das
perdas elétricas.
A análise da sensibilidade das tensões para com a variação da
carga é baseada no Método da Soma das Potências e foi desenvolvida
por Sambaqui (2005) e encontra-se detalhada no Anexo C. A fim de
melhorar a precisão dos resultados e reduzir o tempo computacional,
algumas modificações/otimizações foram introduzidas, como a
utilização da teoria dos grafos (CHRISTOFIDES, 1975) e inclusão das
perdas no cálculo da sensibilidade, descritas a seguir.
70

3.6.1 Teoria dos Grafos – Cálculo da Matriz de Alcance e sua


Relação com a Matriz de Sensibilidade

A rede elétrica (o alimentador, no caso) pode ser representada por


meio de um grafo (conjunto de pontos ou vértices e de linhas ligando
todos ou alguns desses pontos) onde cada vértice representa um nó, e
cada linha representa os trechos entre os nós. Um exemplo de grafo
pode ser visualizado na Figura 11 e na Figura 12, utilizadas para
exemplificar o algoritmo de ordenação da rede.
Uma forma conveniente de se representar um grafo é através de
matrizes (CHRISTOFIDES, 1975), sendo a principal delas a Matriz de
Adjacência (Adjacency Matrix). A Matriz de Adjacência é uma matriz n
x n (onde n é o número de vértices) com as linhas e colunas rotuladas
pelos vértices do grafo, com 1 ou 0 na posição (i, j) de acordo com i e j
serem adjacentes ou não (i é adjacente a j se i esta conectado a j). Para
um grafo sem laços (loops), a Matriz de Adjacência deve sempre ter 0s
(zeros) na sua diagonal principal e como neste caso o grafo é
direcionado (sempre partindo da SE para o final do alimentador) a
matriz terá elementos não nulos somente acima da diagonal principal (aij
com j>i). Utilizando a Figura 12 como exemplo de grafo, obtém-se a
seguinte Matriz de Adjacência (MA):

1 2 3 4 5 6 7 8

0
1 1 0 0 0 0 0 0

2 0 0 1 0 0 0 0 0
 
3 0 0 0 1 0 0 0 0
 
4 0 0 0 0 1 1 0 0
MA =   (20)
5 0 0 0 0 0 0 0 0
 
6 0
 0 0 0 0 0 1 1
7 0 0 0 0 0 0 0 0
 
8 0 0 0 0 0 0 0 0

Com a Matriz de Adjacência, pode-se encontrar a Matriz de


Alcance (Reachability Matrix) que é uma matriz binária onde todas as
possíveis relações entre elementos são representadas (SALOMON e
MONTEVECHI, 1997). Para o caso de um alimentador, os elementos
nas linhas acima da diagonal representam os elementos a jusante,
71

enquanto os elementos nas colunas à direita da diagonal representam os


elementos a montante do alimentador (SPERANDIO et al., 2007). Uma
forma de se construir a Matriz de Alcance (MR) dada a Matriz de
Adjacência (MA) é dada pela Equação (21), onde n é o número de
vértices:

n −1

MR
= ∑ MA i
+I (21)
i =1

Utilizando-se do mesmo exemplo da Figura 12, constrói-se a


Matriz de Alcance a seguir:

1 2 3 4 5 6 7 8
1 1 1 1 1 1 1 1 1

2 0 1 1 1 1 1 1 1
 
3 0 0 1 1 1 1 1 1
 
4 0 0 0 1 1 1 1 1
MR =   (22)
5 0 0 0 0 1 0 0 0
 
6 0
 0 0 0 0 1 1 1
7 0 0 0 0 0 0 1 0
 
8 0 0 0 0 0 0 0 1

Com a Matriz de Alcance calcula-se fácil e rapidamente a relação


∂Paci / ∂Pj (derivada da potência acumulada para com a variação da
potência ativa), que no caso da Matriz de Sensibilidade sem perdas, será
a própria Matriz de Alcance, onde:

∂Paci
= MR (23)
∂Pj

Através da expressão acima evitam-se inúmeros cálculos para a


determinação de cada variação de cada Paci em relação a cada nó de
carga Pj, obtendo-se assim uma enorme economia em tempo e
processamento computacional, como demonstrado no capítulo seguinte.
72

3.6.2 Cálculo da Sensibilidade das Tensões para com a Variação das


Cargas Incluindo as Perdas

Como demonstrado no Anexo B, no cálculo do fluxo de potência


pelo Método da Soma das Potências, tem-se as seguintes equações para
o cálculo da tensão:

(B − Ai )
1
Vi
= 2 (24)
i

onde:

2
Ai = Paci Ri + Qaci X i − 0,5Vi −1 (25)
e
 Ai2 − ( Paci2 + Qaci2 ) ⋅ ( Ri2 + X i2 ) 
1
Bi = 2
(26)

onde Paci e Qaci são as demandas ativa e reativa acumuladas no nó i, Ri


e Xi são a resistência e a reatância indutiva, respectivamente, do i-ésimo
ramo e Vi-1 é a magnitude do fasor tensão do extremo transmissor do
ramo i e Vi é a magnitude do fasor tensão do extremo receptor do ramo i.
De acordo com Sambaqui (2005) e Knolseisen e Coelho (2004a),
pode-se definir a variação da tensão em função da variação das
potências ativa e reativa, utilizando-se de derivadas parciais, como
mostra a equação a seguir:

∂V ∂V
∆Vi= ∆Pi + ∆Qi (27)
∂P ∂Q

Tem-se então que:

∂Vi ∂ ( Bi − Ai )  ∂Bi ∂Ai 


1/ 2
1
= = . −  (28)
2. ( Bi − Ai )
1/ 2
∂Pj ∂Pj  ∂Pj ∂Pj 

∂Vi 1  ∂Bi ∂Ai 


= . −  (29)
∂Pj 2.Vi  ∂Pj ∂Pj 
73

onde:

2
∂Ai ∂Paci ∂Qaci 1 ∂Vi −1
= Ri . + Xi . − . (30)
∂Pj ∂Pj ∂Pj 2 ∂Pj

Lembrando que quando i=1, Vi-1=V0 que é a tensão do nó 0, ou


seja, tensão da SE, que é constante portanto suas derivadas em relação
às potências são nulas.

1  ∂Ai )
2 2 2
∂Bi ∂( Paci + Qaci
= .
∂Pj 2.Bi  ∂Pj
2 2
− Ri + X i . ( ∂Pj
)  (31)

2
∂Ai ∂Ai
Como Dx ( u n ) = n.u n −1 .Dx u então = 2.Ai . . Substituindo
∂Pj ∂Pj
na equação (31) tem-se:

1   ∂Paci Qaci 
2 2
∂Bi ∂A
=
∂Pj 2.Bi  ∂Pj
2 2
.  2.Ai . i − Ri + X i . 

(
P
+
∂Pj
)  (32)
 j 

Analogamente, calculam-se as derivadas da tensão em relação à


potência reativa:

∂Vi 1  ∂Bi ∂A 
= . − i  (33)
∂Q j 2.Vi  ∂Q j ∂Q j 

onde:

2
∂Ai ∂Paci ∂Qaci 1 ∂Vi −1
= Ri . + Xi . − . (34)
∂Q j ∂Q j ∂Q j 2 ∂Q j

1   ∂Paci2 Qaci 
2
∂Bi ∂A 2 2
= .  2.Ai . i − ( Ri + X i ).  +  (35)
∂Q j 2.Bi  ∂Q j  ∂Q j ∂Q j 
74

Ressalta-se que o cálculo da sensibilidade das tensões para com a


variação da carga sem perdas por meio das expressões acima (Matriz de
Sensibilidade Otimizada sem perdas – MSO) serve como passo inicial
para o cálculo iterativo de uma nova Matriz de Sensibilidade Otimizada
com a inclusão das perdas (MSIt).
Assim, o próximo passo é estabelecer a precisão desejada para a
atualização das perdas da MSIt. Conforme mostrado no capítulo
seguinte, a precisão influencia consideravelmente no tempo
computacional que o algoritmo levará para sua execução.
O processo iterativo consiste em n iterações backward
(retrocesso), percorrendo o alimentador do final para o início, com a
finalidade de atualizar ∂Paci / ∂Pj e ∂Qaci / ∂Q j , que na MSO eram
matrizes binárias iguais à Matriz de Alcance e ∂Qaci / ∂Pj e ∂Paci / ∂Q j
que anteriormente eram matrizes nulas.
Tem-se ainda que:

Paci =
Pi + Paci + 1 + LPaci + 1 (36)
e
Qaci =+
Qi Qaci + 1 + LQaci + 1 (37)

Derivando estas expressões em relação à potência ativa:

∂Paci ∂ ( P + Paci + 1 + LPaci + 1 ) ∂Pi ∂Paci + 1 ∂LPaci + 1 (38)


= i = + +
∂Pj ∂Pj ∂Pj ∂Pj ∂Pj
e

∂Qaci ∂ ( Q + Qaci + 1 + LQaci + 1 ) ∂Qi ∂Qaci + 1 ∂LQaci + 1 (39)


= i = + +
∂Pj ∂Pj ∂Pj ∂Pj ∂Pj

onde as perdas elétricas são dadas pelas expressões:

2 2
Ri .( Paci + Qaci )
LPaci = 2
(40)
Vi
75

2 2
X i .( Paci + Qaci )
LQaci = 2
(41)
Vi

então suas derivadas em função da potência ativa são:

 ∂Paci ∂Qaci  
 Paci . + Qaci .  .Vi 
∂LPaci + 1  2   ∂Pj ∂Pj  
= Ri .  3   (42)
∂Pj  Vi   ∂V 
 −( Paci + Qaci ). i 
2 2

 ∂Pj 

 ∂Paci ∂Qaci  
 Paci . + Qaci .  .Vi 
∂LQaci + 1  2   ∂Pj ∂Pj  
= X i . 3   (43)
∂Pj  Vi   ∂V 
 −( Paci + Qaci ). i 
2 2

 ∂Pj 

Analogamente podem-se calcular as derivadas das potências


ativas e reativas acumuladas em relação à potência reativa.
O processo continua até que haja a convergência de ∂Vi / ∂Pj e
∂Vi / ∂Q j para a precisão definida.

3.6.3 Matrizes de Sensibilidade das Tensões para com a Variação


das Potências Ativa e Reativa

As equações de sensibilidade apresentadas no item anterior são as


derivadas da tensão em relação às potências ativa e reativa acumuladas
de cada nó e permitem a formação de matrizes de sensibilidade para
identificar os nós mais sensíveis à variação da demanda. As matrizes de
sensibilidade para a variação da potência ativa MSP e da potência reativa
MSQ são representadas como:
76

 ∂V1 ∂V1

∂V1 
 ∂P ∂P2 ∂Pn 
 1 
 ∂V2 
 ∂P   
MS P =  
1
(44)
 ∂Vn −1 
  
∂Pn

 
 ∂Vn ∂Vn ∂Vn 
  
 ∂P1 ∂Pn −1 ∂Pn 

 ∂V1 ∂V1

∂V1 
 ∂Q ∂Q2 ∂Qn 
 1 
 ∂V2 
 ∂Q   
MS Q =  
1
(45)
 ∂Vn −1 
  
∂Qn

 
 ∂Vn ∂Vn ∂Vn 
  
 ∂Q1 ∂Qn −1 ∂Qn 

Observa-se que as linhas da matriz verificam a influência das


cargas em relação a cada tensão, enquanto as colunas da matriz
verificam a influência da variação de uma carga em todas as tensões.
Assim, a sensibilidade total de V de cada nó i em relação a uma variação
de carga no nó j, Pj e Qj, será:

∂Vi ∂Vi
Vi
∆= ∆Pj + ∆Q
= j
MS P ⋅ ∆Pj + MS Q ⋅ ∆Q j (46)
∂Pj ∂Q j
77

 ∂V1 
∂V1   ∂V1 
∂V1
 ∆V1   ∂P ∂Pn  ∆P1   ∂Q1
 ∂Qn   ∆Q1 
  1   
=       ⋅   +     ⋅   (47)
   ∂V     ∂V   
 ∆Vn   n
∂Vn  ∆Pn 
  n
∂Vn  ∆Qn 

 
 ∂P1 ∂Pn   ∂Q1 ∂Qn 

A equação (46) pode ser utilizada para representar a incerteza na


tensão em relação a um acréscimo ou decréscimo de carga, com fator de
carga constante, por exemplo, no balanceamento de redes e em estudos
de corte de carga (SAMBAQUI, 2005). Ou ainda, considerando a
variação de potência ativa constante, pode ser utilizada para analisar a
sensibilidade da tensão no nó, quando se alocam bancos de capacitores
neste, dada uma injeção de potência reativa no sistema (KNOLSEISEN
et al., 2007). Neste trabalho estas equações são utilizadas na
determinação da relação entre a variação da carga e a variação das
perdas técnicas, para posterior aplicação no Balanço Probabilístico de
Energias.

3.7 SENSIBILIDADE DA QUEDA ANGULAR PARA COM A


VARIAÇÃO DA CARGA

De acordo com a Equação (102) do Anexo B, a diferença angular


(βi ) é calculada pela seguinte fórmula:

 Paci .X i − Qaci .Ri 


β i = tg 
−1
 2
(48)
 Paci .Ri + Qaci .X i + Vi 

−1 1  u  = v.Dx u − u.Dx v tem-se:


Como Dx u( tg u ) = Dx u e Dx  
1+u
2
v v
2
78

 X . ∂Paci . Pac .X − Qac .R + V 2 


 i ∂P ( i i i i i )

 j

∂β i 1
=   ∂Paci ∂V  (49)
∂Pj 1 + ( tg β )  − ( Paci .X i − Qaci .Ri ) .  Ri . + 2.Vi . i 
2

  ∂Pj ∂Pj 
 
 ( Paci .Ri + Qaci .X i + Vi )2 2

e
 − R . ∂Qaci . Pac .X − Qac .R + V 2 
 i ∂Q ( i i i i i )

 j

∂β i 1
=   ∂Qaci ∂V  (50)
∂Q j 1 + ( tg β )  − ( Paci .X i − Qaci .Ri ) .  X i . + 2.Vi . i 
2

  ∂Q j ∂Q j 
 
( Paci .Ri + Qaci .X i + Vi 2 )
2

 

As equações da sensibilidade da queda angular para com a


variação da potência juntamente com as equações da derivada da tensão
para com a variação da potência, são utilizadas no cálculo da
sensibilidade das perdas para com a variação da carga.

3.8 SENSIBILIDADE DAS PERDAS TÉCNICAS PARA COM A


VARIAÇÃO DA CARGA

Com a finalidade de determinar uma nova relação que denote a


sensibilidade das perdas técnicas totais do alimentador para com a
variação da carga, observa-se que a perda técnica total LS é dada por:

2
E i − 1 − Ei
∑ ∑ * 2
LS =LP + j.LQ = zi = y i E i − 1 − Ei (51)
zi

onde zi é a impedância entre os nós i-1 e i e yi é a admitância entre os


nós i-1 e i.
Separando-se a expressão acima em suas partes real e imaginária,
dado que y= i gi + j.bi :
79

∑g
2
=LP i
E i − 1 − Ei (52)

∑b
2
=LQ i
Ei − 1 − Ei (53)

onde gi é a condutância entre os nós i-1 e i e bi é a susceptância entre os


nós i-1 e i.
Agora, observa-se que o quadrado do módulo da queda de tensão
nas linhas é dado por:

2
= Vi −1 + Vi − 2Vi −1 .Vi .cos β i
2 2
E i − 1 − Ei (54)

Derivando-se a expressão acima com relação à Pm e Qm tem-se


que:

 ∂Vi − 1 ∂Vi  
 V
i
+ Vi − 1  cos β 
i
 
2
∂ Ei − 1 − Ei ∂Vi − 1 ∂Vi ∂Pm ∂Pm
= 2Vi − 1 + 2Vi −2  (55)
∂Pm ∂Pm ∂Pm  ∂β i 
 −V
i −1
.Vi .sen β i . 
 ∂Pm 

 ∂Vi − 1 ∂Vi  
 V i
+ Vi − 1  cos β i
 
2
∂ Ei − 1 − Ei ∂Vi − 1 ∂Vi ∂Qm ∂Qm
= 2Vi − 1 + 2Vi −2  (56)
∂Qm ∂Qm ∂Qm  ∂β i 
 −V i −1
.Vi .sen β i . 
 ∂Qm 

Por conseguinte, uma vez obtidas as sensibilidades das tensões e


ângulos, calculam-se as sensibilidades das perdas técnicas para com a
variação da carga como segue.

2
∂LP ∂ E i − 1 − Ei
= ∑ gi (57)
∂Pm ∂Pm

2
∂LP ∂ E i − 1 − Ei
= ∑ gi (58)
∂Qm ∂Qm
80

2
∂LQ ∂ E i − 1 − Ei
= ∑ gi (59)
∂Pm ∂Pm

2
∂LQ ∂ E i − 1 − Ei
∂Qm
= ∑ gi
∂Qm
(60)

Verifica-se que a variação das perdas nas equações acima se


refere às perdas técnicas totais do alimentador, ou seja, o primeiro
elemento do vetor se refere à sensibilidade das perdas técnicas totais
para com a variação na primeira carga, o segundo elemento do vetor se
refere à sensibilidade das perdas técnicas totais para com a variação na
segunda carga e assim por diante.

3.9 MODELO DA VARIAÇÃO DAS PERDAS TÉCNICAS VERSUS


VARIAÇÃO DA CARGA

Dado o cálculo do fluxo de potência realizado para um


determinado perfil médio de carga, observa-se que a variação das perdas
técnicas ativas para com a alteração no carregamento pode ser estimada
por:

 ∂LP ∂LP 
∆LP ≈ ∑  ∂P ∆Pm +
∂Qm
∆Qm  (61)
m  m 

Similarmente, a variância das perdas técnicas ativas pode ser


estimada por:

   ∂LP ∂LP  
2

σ LP = E {( ∆LP ) } ≈ E   ∑ 
2 2
∆Pm + ∆Qm    (62)
  m  ∂Pm ∂Qm  

Ainda, supondo-se constante o fator de potência FPm (durante o


período de análise) em cada nó m da rede, tem-se que:
81

   ∂LP ∂LP  
2

σ LP ≈ E   ∑  ∆Pm + κ m
2
∆Pm   
 ∂Pm ∂Pm 63)
  m  

na qual:

2
1 − FPm
κm = 2
(64)
FPm

Dessa forma, para um incremento único ∆Pm ≡ ∆P ,


∀m = 1, , n , obtém-se que:

   ∂LP ∂LP 
2

2
σ LP ≈ E   ∑  + κm . ( ∆P ) 
2
 
  m  ∂Pm ∂Pm  
(65)
2
  ∂LP ∂LP 
 ∑  ∂P + κ m ∂P   .E {( ∆P ) }
2
=
m  m m 

2
  ∂LP ∂LP 
σ LP ≈  ∑  + κm .σ P
2 2
 
 m  ∂Pm ∂Pm 
2
(66)
  ∂LP  2
= ∑  . ( 1 + κ m )   .σ P
 m  ∂Pm 

A expressão acima relaciona a variância das perdas técnicas


ativas de um alimentador para com a variância das cargas. Relações
análogas podem ser obtidas para as perdas técnicas reativas.

3.10 SIMULAÇÃO MONTE CARLO

De acordo com Billinton e Li (1994) a Simulação Monte Carlo


(SMC) consiste basicamente no sorteio de valores pseudoaleatórios
obtidos através de determinada função de densidade de probabilidade.
Assim, a SMC possibilita, através do sorteio de um grande número de
estados de carga, a representação da variação da demanda em cada nó,
82

onde cada estado sorteado representa um possível valor de carga a ser


atendido. Admitindo que estas variáveis aleatórias de entrada (demandas
em cada nó) são independentes entre si, deve-se efetuar um sorteio para
cada potência de nó; já admitindo que as variáveis aleatórias de entrada
são totalmente correlacionadas, efetua-se um só sorteio para todos os
nós.
Neste trabalho, a SMC foi utilizada para a comparação e
validação do resultado do cálculo da variância (e respectivo desvio
padrão) pelo método analítico. Foram realizadas simulações com 1.000,
5.000 e 10.000 amostras. Nos sorteios as cargas são modeladas por uma
distribuição Normal com média e desvio padrão calculados pelos dados
de entrada (COELHO et al., 2002; COELHO et al., 2003;
KNOLSEISEN e COELHO, 2004a; b). Resultados dessas comparações
são apresentados no capítulo seguinte.

3.11 BALANÇO PROBABILÍSTICO DE ENERGIAS

Os valores medidos no alimentador são comparados com valores


efetivamente faturados pela concessionária neste alimentador. A
comparação destes valores de medição com os valores de faturamento
dos clientes caracteriza o denominado Balanço de Energia (ou de
Potência), resultando nas Perdas Totais do Alimentador. Como ambos
os valores possuem média e desvio padrão (µ,σ), o resultado também
possui média e desvio padrão, caracterizando esse Balanço de
Energia/Potência, como um Balanço Probabilístico.
A partir da determinação da média (µ) e desvio padrão (σ) das
Perdas Técnicas na presença de incertezas (variações) nas cargas de
alimentadores de Sistemas de Distribuição, obtidas pelas equações do
fluxo de potência e do modelo analítico, respectivamente, pode-se
também estimar as Perdas Comerciais a partir do balanço do valor
médio destas Perdas Técnicas mais uma variação correspondente a um
determinado intervalo de confiança com as Perdas Totais e sua variação
calculadas anteriormente, caracterizando uma estimativa probabilística,
com respectivos valores de média e desvio padrão (µ,σ).
Com essa diferença estimam-se as prováveis Perdas Comerciais
do alimentador (µ,σ) relacionadas a uma determinada probabilidade de
ocorrência, conforme fluxograma da citada Figura 7.
Dado que o balanço de energias é mais usual e prático que o
balanço de potência, uma vez que os dados de faturamento se referem à
energia mensal faturada e pode-se transformar a potência medida no
83

alimentador e os resultados do fluxo de potência em energia e comparar


ambos em kWh ao invés de kW, adota-se na metodologia a comparação
por balanço de energias, conforme etapas detalhadas a seguir.

3.11.1 Transformação da Potência Medida Diária e respectiva Perda


Técnica em Energia

A partir de medições realizadas no alimentador é possível


calcular o fator de demanda (FD) e o fator de potência (FP) em cada um
dos intervalos de medições. Multiplicando-se esses valores calculados
pela potência instalada (Sn) de cada nó do alimentador (neste caso, um
transformador), obtém-se uma matriz com n linhas, onde n é o número
de nós do sistema de distribuição, e m colunas (número de medições
diárias) para cada dia de análise, conforme a matriz representada abaixo.

 S1 .FD1 .FP1 S1 .FD2 .FP2  S1 .FDm .FPm 


 S .FD .FP S 2 .FD2 .FP2  S 2 .FDm .FPm 
 2 1 1 
medições _ diárias =       (67)
 
     
 S n .FD1 .FP1 S n .FD2 .FP2  S n .FDm .FPm 

onde:
Sn é a potência instalada do nó n dada em kVA,
FDi é o fator de demanda do ponto de medição i (i = 1, 2, ..., m), e
FPi é o fator de potência do ponto de medição i (i = 1, 2, ..., m).

Ao invés de se executar uma análise de fluxo de potência para


cada um dos m pontos diários, executa-se apenas uma análise de fluxo
de potência com valores médios e, em seguida, aplica-se a metodologia
baseada nas matrizes de sensibilidade, as quais determinam o valor do
desvio padrão das perdas técnicas sem a necessidade da execução de
novas análises de fluxos de potência.
A partir dos dados de potência (média horária) e das perdas
técnicas (em potência), é feita a conversão para energia (kW para kWh).
A Energia Medida Diária será a soma dos 24 valores das médias
horárias de potência, conforme a seguinte equação:
84

24

Energia Medida Diária = ∑ Média da Potência Horária (68)


1

Sabe-se que a variância de uma variável multiplicada por uma


constante é igual à multiplicação do quadrado desta constante pela
variância da variável, ou seja:

2
Var( k .x ) = k .Var( x ) (69)

Desta forma,

σ ( k .x ) = k .σ ( x ) (70)

Concluindo, a perda técnica em energia é a perda técnica média


multiplicada por 24 horas, o mesmo valendo para o desvio padrão da
mesma, assim:

Perda Técnica
= em Energia Perda Técnicamédia × 24 (71)
e
Var ( Perda Técnica
= em Energia ) Var ( Perda =
Técnicamédia × 24 )
2
(72)
= 24 × Var ( Perda Técnicamédia )

Então,

σ ( Perda Técnica em Energia=


) 24 × σ ( Perda Técnicamédia ) (73)

3.11.2 Energia Faturada Diária e a Representação da Sazonalidade


Diária

Inicialmente, deve-se destacar que sempre existem diferentes


datas de medição do consumo, o que pode acarretar em diferenças
significativas na hora de considerar um período (por exemplo, um mês)
para análise. Para minimizar essas incertezas, a partir dos dados de
consumo mensal e da data da medição realizada para cada consumidor é
feita uma média diária, obtendo-se para cada consumidor, um vetor com
o consumo médio diário para o período de análise.
85

A Energia Faturada média diária é calculada conforme os


seguintes passos para cada transformador:
• Primeiramente, identifica-se o dia em que a medição foi
realizada para o consumidor;
• Em seguida, encontra-se o período de medição (dia de
leitura menos dias faturados – o dia de leitura não é
contabilizado para esse mês, somente para o mês
seguinte);
• Calcula-se o valor de energia consumida por dia (total
faturado no mês dividido pelos dias faturados);
• Encontra-se o menor e maior dia do período total da
análise;
• Monta-se uma planilha onde as linhas representam os
dias e as colunas representam os consumidores;
• Por fim, tem-se uma coluna com a soma de todas as
colunas representando o valor consumido por dia para o
transformador;
• O processo é feito para todos os transformadores do
alimentador em análise.
Estabelecido o consumo médio diário de cada consumidor, é
construída uma matriz para cada transformador, agrupando-se os
consumidores conectados ao mesmo transformador de distribuição e
obtendo-se, desta forma, um valor diário de energia para cada
transformador para o período total. No caso de detecção de alguma
inconsistência de dados, a partir desses valores pode-se calcular a média
e o desvio padrão por período de análise e também verificar os meses
com características semelhantes de consumo, analisando-se assim, a
sazonalidade e o perfil de utilização do alimentador. Sabendo-se em que
ponto da rede elétrica o transformador está conectado, pode-se obter o
valor de consumo do alimentador em cada sub-rede.
Utilizando-se da média de consumo diária pode-se fazer uma
comparação mais precisa com os dados de medição, atenuando assim o
problema das diferenças entre as datas de leituras dos consumidores.
Para melhor representar a sazonalidade dos dias da semana é feita
uma transformação na curva de faturamento para representar a
variabilidade da curva de carga do alimentador, porém mantendo a
mesma média, conforme pode ser visualizado na Figura 13 – curva
calculada, e na Figura 14 – curva transformada.
Essa transformação é feita por meio de uma normalização em
relação aos dados de Energia Medida, conforme equação a seguir.
86

EnDiaria
EnFatDiaria
= _ transf × ∑ EnFatDiaria (74)
∑ EnDiaria
onde,
EnFatDiaria_transf é a Energia Faturada Diária após a transformação
para representar a sazonalidade diária;
EnDiaria é a Energia Medida Diária e;
EnFatDiaria é a Energia Faturada Diária antes da transformação.

Figura 13 – Curva do faturamento antes da transformação para representar a


sazonalidade diária.

Figura 14 – Curva do faturamento após a transformação para representar a


sazonalidade diária.
87

Foi verificado que no banco de dados de faturamento de algumas


concessionárias, existem duas informações sobre a energia consumida
para cada unidade consumidora, a real e a faturada, uma vez que existe
um valor de faturamento mínimo estabelecido pela ANEEL no artigo 98
da Resolução 414/2010 (ANEEL, 2010) para cada perfil de unidade
consumidora residencial. Para as unidades monofásicas e bifásicas com
dois condutores, o valor em moeda corrente será o equivalente a 30
kWh, mesmo que não haja consumo (observar que a utilização do valor
de faturamento representa uma fonte de incerteza, pois mesmo com o
consumo zero, haveria um valor de faturamento). Para as unidades
bifásicas com três condutores a cobrança de faturamento mínimo será
equivalente a 50 kWh, e para as unidades trifásicas o valor
corresponderá a 100 kWh. Deverá ser utilizado então o valor real de
consumo, já que não será feita uma análise financeira neste trabalho.

3.11.3 Perdas Totais Diárias

Com os valores medidos de potência, transformados em energia,


pode-se juntamente com os dados de Energia Faturada, calcular as
Perdas Totais do alimentador. Esse cálculo é feito diariamente para o
período em análise, que normalmente é de um mês. A perda total diária
é dada então pelo balanço (diferença) entre a energia medida e a energia
faturada.

Perda Total Diária Energia Med . Diária − Energia Fat . Diária


= (75)

Com isso, tem-se n valores de perdas, referentes a cada dia em


análise. A partir desses n valores, podem-se calcular a média e o desvio
padrão das Perdas Totais para o período analisado.
Algumas análises podem ser feitas para se efetuar o balanço entre
as energias medida e faturada caso não seja possível o cálculo do desvio
padrão dos dados provenientes do faturamento. Assim, estima-se apenas
o valor da média de consumo, e utiliza-se de uma função distribuição
acumulada para os valores de medição, conforme apresentado na Figura
15. Com a curva de distribuição acumulada (CP – Cumulative
Probability), obtém-se o valor com probabilidade de 95% (CP95), que
representa o valor que não é superado em 95% dos casos. Assim, se a
energia faturada for menor do que o valor CP95 da energia medida há
uma confiança de 95% de não existir perdas (técnicas mais comerciais),
isto é, aceita-se a igualdade no balanço de energias. Pode-se também
88

utilizar a curva de distribuição acumulada para calcular o valor em que


as Perdas Comerciais não excedem em 95% das vezes, como
demonstrado no Capítulo 5 (Estudo de Caso).

Figura 15 – Curva de distribuição acumulada (CP95).

95

Outra forma de se realizar a comparação do balanço de energias é


por meio dos testes de hipótese, que são processos que habilitam a
decisão para a aceitação ou rejeição das hipóteses formuladas, ou para se
determinar se a amostra observada difere significativamente dos
resultados esperados (SPIEGEL, 1978). Deste modo, se a energia
faturada (Zcalculado em valores devidamente transformados) estiver entre
os dois limites (Zcrítico1 e Zcrítico2) há uma confiança de 95% de não haver
perdas totais, conforme ilustrado na Figura 16.

Figura 16 – Teste de hipótese para 95% (rejeição de igualdade).

Teste de Hipótese para 95%

Pode-se fazer uso, também, dos Intervalos de Confiança (IC). Em


termos práticos, o IC interpreta facilmente as várias representações
89

anteriores. Em vez de se estimar o parâmetro por um único valor, é dado


um intervalo de estimativas prováveis. As estimativas são determinadas
pelo coeficiente de confiança (por exemplo, 1,96 para 95% ou 2,58 para
99% (SPIEGEL, 1978). Quanto maior for a probabilidade do intervalo
conter o parâmetro sob análise, maior será o intervalo. Do mesmo modo,
quanto maior for a incerteza, ou seja, o desvio padrão, maior será o
intervalo de confiança.
Para o cálculo do intervalo de confiança, caso o desvio padrão
dos dados de consumo não for conhecido, utilizam-se as médias da
Energia Medida e da Energia Faturada e o desvio padrão da Energia
Medida. Desta forma, podem-se encontrar as Perdas Totais com um
intervalo de confiança de 95%.

Perda Totais com IC95 = ( Energia Med . - Energia Fat .) ± 1,96.σ En (76)

onde,
σ En é o desvio padrão da Energia Medida.

No caso onde ambas as médias e desvios padrões forem


conhecidos, como é o caso do cálculo da Perda Comercial, onde se
conhece a média e desvio padrão da Perda Total e da Perda Técnica,
tem-se a seguinte equação:

Perda Com. com IC95 = ( Perda Tot . - Perda Téc.) ± 1,96. σ P + σ P


2 2

Tot Tec (77)

onde,
σ P é o desvio padrão da Perda Total;
Tot

σ P é o desvio padrão da Perda Técnica.


Tec

Como demonstrado acima, estas expressões são aplicadas no


cálculo probabilístico das Perdas Comerciais, denotando um aspecto
probabilístico ao Balanço de Energia usualmente utilizado pelas
empresas de energia elétrica. Por meio do Intervalo de Confiança (IC),
determina-se um limite inferior e um limite superior de acordo com o
nível de confiança desejado.
90

3.11.4 Probabilidade da Ocorrência de Perdas Comerciais

Sabendo-se que as Perdas Comerciais podem ser obtidas pelo


Balanço entre as Perdas Totais e as Perdas Técnicas e que ambos os
valores possuem média e desvio padrão (µ,σ) que foram estimados
adequadamente e, supondo-se que estas variáveis aleatórias seguem uma
distribuição Normal, pode-se efetuar a subtração destas duas curvas
normais por meio do processo de convolução dessas curvas (ANDERS,
1990).
Fazendo-se, então, uma analogia com o modelo de convolução do
Load-Strength Interference (modelo de Confiabilidade Estrutural)
(SHOOMAN, 1968; ANDERS, 1990; CORDOVÉS, 2008), conforme
apresentado no Capítulo 2, têm-se dois casos, como mostrado na Figura
17 e na Figura 18. Nos gráficos, L (Load) seriam as Perdas Técnicas e S
(Strength) as Perdas Totais.
Na primeira situação, mostrada na Figura 17, as duas curvas não
têm nenhuma área em comum, indicando que existem grandes
diferenças no balanço de energias das perdas e que é altamente provável
a ocorrência de Perdas Comerciais. Na segunda situação, mostrada na
Figura 18, as duas curvas se cruzam, formando uma área de interseção.

Figura 17 – Curvas L (Load) – Perdas Técnicas e S (Strength) – Perdas Totais


não se cruzam.
91

Figura 18 – Curvas L (Load) – Perdas Técnicas e S (Strength) – Perdas Totais


se cruzam, criando área de interseção.

Quanto maior for esta área de interseção, mais semelhantes são as


duas curvas e menor é a diferença no balanço de energias, indicando que
é pouco provável a ocorrência de Perdas Comerciais. Estas situações
estão representadas nas equações que seguem.

PTec = PTot → PCom =0 (78)


PTec < PTot → PCom > 0 (79)
PTec > PTot → caso não possível fisicamente (80)

onde:
PTec é a Perda Técnica;
PTot é a Perda Total;
PCom é a Perda Comercial (ou Não Técnica).

Por meio das expressões de convolução das duas curvas,


previamente apresentadas no Capítulo 2, pode-se calcular a área de
interseção entre as elas, conforme:


Pf = ∫
0
FS ( l ) f L ( l )dl (81)

onde FS é a função de distribuição acumulada de S (Perdas Totais) e fL é


a função densidade de probabilidade de L (Perdas Técnicas).
92

A probabilidade de ocorrência de Perda Comercial (PS) é então


calculada pela seguinte expressão:

Φ( β P ) =
PS = 1 − Pf (82)
Com

onde Φ(z) é a função de probabilidade acumulada de uma distribuição


normal padrão e β é o indicador de confiabilidade ou indicador de
segurança, dados por:

z 1

2
−u / 2
Φ( z ) = e du (83)
−∞

e
µS − µL
β= (84)
σS +σL
2 2

Lembrando que analogamente L (Load) seriam as Perdas


Técnicas e S (Strength) as Perdas Totais, então µL e σL representam a
média e o desvio padrão das perdas técnicas e µS e σS representam a
média e o desvio padrão das perdas totais. Assim, calcula-se o indicador
de segurança de ocorrência de Perdas Comerciais ( β P ) conforme:
Com

µP − µP
βP = Tot Tec

(85)
σP +σP
Com 2 2

Tot Tec

3.11.5 Estimação da Perda Comercial por Alimentador

Através da comparação entre os valores medidos na subestação,


com os valores faturados de todos os consumidores pertencentes a este
alimentador, pode-se estimar a Perda Total para o alimentador com uma
certa probabilidade associada. Através do Balanço Probabilístico das
Perdas, subtraindo do valor das Perdas Totais o valor das Perdas
Técnicas, tem-se então as Perdas Comerciais para o a alimentador.
Como ambos os valores de Perdas Totais e Perdas Técnicas possuem
média e desvio padrão (µ,σ), as Perdas Comerciais também são
calculadas com média e desvio padrão (µ,σ). Neste sentido, pode-se
93

também calcular o Intervalo de Confiança desejado, conforme equação


(77), para um nível de confiança de 95%. Assim,

Perda Com. Perda Total Diária − Perda Técnica Diária


= (86)
e
Perda Com. Diária com IC95 = ( Perda Tot . - Perda Téc.) (87)

± 1,96. σ P + σ P
2 2

Tot Tec

3.11.6 Estimação da Perda Comercial por Sub-Rede

Como explanado no item 3.3.1, quando se tem mais de um


medidor instalado no alimentador, pode-se separar o alimentador em n
sub-redes, onde n é o número de medidores instalados. Deste modo,
cada sub-rede funcionará como se fosse um alimentador independente.
Aplicando-se a metodologia desenvolvida em cada uma dessas sub-
redes, encontram-se as estimativas de perda comercial para cada uma
delas. Este procedimento tem uma grande vantagem do ponto de vista
prático, pois facilitará o trabalho das equipes de inspeção que terão uma
região reduzida do alimentador para fazerem suas buscas de detecção de
fraudes no consumo de energia elétrica.
De uma forma geral, determinam-se por trecho (sub-rede) as
variáveis Energia Medida, Energia Faturada e Perdas Técnicas. Tem-
se, então, o seguinte Balanço de Energias:

Energia Med . na=


1a sub ⋅ rede Energia Med . na SE −
(88)
∑ Energia Med . nos demais medidores
Energia=
Med . na 2a sub ⋅ rede Energia Med . no 2o medidor −

∑ Energia Med . nos demais medidores à jusante (89)

e assim segue para os n medidores (n sub-redes).


Para a variável Energia Faturada, verificam-se nos dados de rede
juntamente com os dados de consumidores, quais consumidores
(transformadores) pertencem a cada sub-rede sob análise, somando seus
respectivos consumos, conforme calculado anteriormente para cada
transformador, e representado na equação a seguir.
94


Energia Fat . na sub ⋅ rede =Consumo dos trafos
(90)
pertencentes à sub ⋅ rede

O cálculo da Perda Técnica para a sub-rede é feito por meio do


fluxo de potência calculando-se somente as perdas técnicas referentes
àquele trecho.
Assim, de posse desses valores, calcula-se a Perda Comercial na
sub-rede:

Perda Total
= na sub ⋅ rede Energia Medida na sub ⋅ rede −
(91)
Energia Faturada sub ⋅ rede

Perda Comercial =
na sub ⋅ rede Perda Total na sub ⋅ rede −
(92)
Perda Técnica na sub ⋅ rede

Pode-se também, calcular a probabilidade de ocorrência de perdas


comerciais na sub-rede em estudo, da mesma forma como é calculada
para o alimentador.

3.12 SÍNTESE DA METODOLOGIA DESENVOLVIDA

De uma maneira resumida, a metodologia desenvolvida consiste


em:
1. Obtêm-se os dados diários de medição de carregamento;
2. Calculam-se as estatísticas de potência (µ,σ);
3. Através da média desses pontos executa-se o fluxo de
potência, e calculam-se a Matriz de Sensibilidade das
Tensões e das Perdas Técnicas;
4. Com o conjunto de dados por período selecionado
(diário, mensal, anual) determina-se o desvio padrão das
perdas técnicas.
5. Faz-se a leitura dos dados de consumo (faturamento em
kWh);
6. Faz-se a transformação dos dados de consumo para
representação da sazonalidade diária conforme dados de
medição;
95

7. Calcula-se o valor médio da energia consumida e seu


respectivo desvio padrão;
8. Realiza-se o Balando Probabilístico de Energias (cálculo
da Perda Total);
9. Com os valores de Perdas Totais e Perdas Técnicas,
calculam-se as prováveis Perdas Comerciais e
probabilidade de sua ocorrência;
10. Caso haja mais de um medidor instalado, pode-se
segregar o alimentador em sub-redes e fazer o cálculo
das Perdas Comerciais para cada uma dessas sub-redes.

3.13 CONCLUSÃO

Neste capítulo foi apresentado o cálculo do Balanço


Probabilístico de Energias e detalhada a modelagem probabilística da
variação das perdas técnicas em relação à variação da carga
desenvolvida neste trabalho, que por sua vez é composta de diversos
passos, como: redução e ordenação da rede, fluxo de potência, cálculo
da matriz de sensibilidade sem e com perdas (MSO e MSIt,
respectivamente), cálculo das derivadas dos ângulos, cálculo da
sensibilidade das perdas em relação à carga e por fim o cálculo do
desvio padrão das perdas técnicas, conforme sintetizado no fluxograma
da Figura 7. No capítulo a seguir, a metodologia analítica para cálculo
do desvio padrão das perdas técnicas é aplicada em três sistemas teste de
pequeno, médio e grande porte para validação, verificação da sua
consistência e obtenção dos tempos computacionais.
97

4 VALIDAÇÃO DO CÁLCULO ANALÍTICO DO DESVIO


PADRÃO DAS PERDAS TÉCNICAS

4.1 INTRODUÇÃO

Neste capítulo são apresentados os sistemas que foram utilizados


para a verificação e validação da metodologia analítica desenvolvida,
com a representação das perdas na Matriz de Sensibilidade. Deste modo,
são apresentados os resultados obtidos com a otimização da MS original
(sendo essa nova Matriz de Sensibilidade Otimizada, denominada neste
trabalho de MSO) e influência da inclusão das perdas elétricas na MSO,
sendo esta última denominada de MSIt. Os resultados estão expostos em
formas de tabelas a fim de facilitar a visualização e entendimento.

4.2 VALIDAÇÃO DA METODOLOGIA ANALÍTICA

O processo de validação da metodologia analítica para o cálculo


do desvio padrão das perdas técnicas foi realizado conforme sintetizado
no fluxograma da Figura 19.
A comparação consiste em após a leitura dos dados de rede e
execução do fluxo de potência pelo Método da Soma das Potências
(MSP), calcular o desvio padrão das perdas técnicas por meio da
Simulação Monte Carlo (SMC) e também pela formulação analítica,
com a utilização das Matrizes de Sensibilidade Otimizada com perdas
(MSIt).
98

Figura 19 – Fluxograma de validação da metodologia analítica.

Dados de Arquivo completo com os


Rede dados de rede

Fluxo de Potência Fluxo de Potência calculado pelo Método


(MSP) do Somatório de Potências (MSP) à
determinação das Perdas Técnicas

dV/dP
dV/dQ Cálculo da Matriz de Sensibilidade (MSO) sem
(passo inicial) perdas à passo inicial para a atualização

dV/dP
Simulação Monte dV/dQ
Simulação Carlo (SMC) para Atualização da MS para incluir as perdas
(processo iterativo
Monte Carlo validação do (processo iterativo) - MSIt
- atualização das
resultado perdas)

dθ/dP
Cálculo das derivadas dos ângulos
dθ/dQ

dLP/dP
dLP/dQ Cálculo das Sensibilidade das Perdas em
dLQ/dP relação à Variação da carga
dLQ/dQ

σ_perdas_ativ σ_perdas_ativ Cálculo do desvio padrão das perdas


σ_perdas_reat σ_perdas_reat técnicas
(SMC) (estimado)

LEGENDA:

Comparação
[%] VALIDAÇÃO
99

4.3 SISTEMAS TESTE

Para a verificação e validação da metodologia analítica


desenvolvida, três sistemas de pequeno, médio e grande porte foram
utilizados. O primeiro sistema teste (S1) consiste em um sistema
amplamente conhecido da literatura internacional, descrito por Baran e
Wu (1989c), constituído de 69 nós, conforme mostrado na Figura 20
(ISSICABA, 2008).

Figura 20 – Representação do Sistema 1 (S1) com 69 nós.

Fonte: retirado de Issicaba (2008)

O segundo sistema utilizado (S2) é um sistema real de 790 nós de


uma concessionária da região centro-oeste do Brasil. Seu traçado
georreferenciado pode ser visualizado na Figura 21. Nesse sistema não
foi utilizada a rotina de redução de pontos notáveis propositalmente,
para assim simular um sistema com uma grande quantidade de nós
(sistema de grande porte).
100

Figura 21 – Traçado georreferenciado do Sistema 2 (S2) com 790 nós.

Como Sistema 3 (S3), foi utilizado um sistema real de uma


concessionária do sul do Brasil (ARANHA NETO et al., 2009). Este
alimentador era inicialmente composto por 605 nós e após executada a
rotina de redução de pontos e ordenação da rede, o mesmo foi reduzido
para 368 nós, sem com isso acarretar em perda de informação, havendo,
entretanto, um grande ganho computacional. Na Figura 22, tem-se o
traçado georreferenciado do mesmo.

Figura 22 – Traçado georreferenciado do Sistema 3 (S3) com 368 nós.


101

4.4 INFRAESTRUTURA COMPUTACIONAL UTILIZADA

Para fins de referência e comparações futuras de tempo e


processamento computacional, destaca-se que o computador utilizado
em todas as simulações foi um AMD Athlon™ 64 3000+ (clock de 2,00
GHz) com 1GB de memória RAM, sistema operacional Windows XP
SP3, executando o aplicativo MATLAB® versão R2008a.

4.5 COMPARAÇÃO DO CÁLCULO DA MATRIZ DE


SENSIBILIDADE DA VERSÃO ORIGINAL (MS) COM A VERSÃO
OTIMIZADA (MSO)

A seguir é apresentada uma tabela comparativa dos resultados


obtidos (Tabela 5), tanto para forma original da Matriz de Sensibilidade
(SAMBAQUI, 2005) quanto para sua forma modificada nesta proposta.
Conforme exposto no Capítulo 3, as otimizações realizadas consistem na
utilização da teoria de grafos para agilizar a execução do algoritmo
através da obtenção da Matriz de Adjacência (MA) e da Matriz de
Alcance (MR) e também de algumas simplificações algébricas e
computacionais.
Observa-se na Tabela 5 que há um enorme ganho computacional
com a aplicação destas técnicas e simplificações. Ressalta-se que a
potência do sistema, Psist, foi aumentada consideravelmente em
algumas simulações através do Fator de Demanda (FD), passando do FD
original de 0,4 até 1,5 (menos para o Sistema 2, que como se pode
observar na referida tabela, com FD igual a 1 já apresenta um grande
problema de perfil de tensão), e mesmo assim a versão otimizada obteve
resultados de igual precisão. Na Tabela 5, LPsist representa as perdas
ativas do sistema, %Perdas indica as perdas em relação à potência ativa
total e Vmin é a menor tensão do alimentador.
Deste modo, constata-se pela Tabela 5 que com as otimizações
realizadas no cálculo da Matriz de Sensibilidade, obteve-se uma redução
em tempo computacional de mais de 99%, viabilizando assim a
utilização da mesma na metodologia desenvolvida para sistemas de
grande porte, como se observa pelo Sistema 2 (790 nós). Neste sistema,
inicialmente o tempo de execução era maior do que 1 hora (3.904
segundos) e com a MSO se tem um tempo menor do que 2 segundos,
mesmo para grandes percentuais de perdas elétricas (24,5%), quando FD
é igual à 1.
102

Tabela 5 – Comparação entre MS original e MS Otimizada (MSO).


S MS FD Psist LPsist %Perdas Vmin Tempo
[kW] [kW] [p.u.] [s]
S1 Orig. 0,4 1,521e+3 32,528 2,139% 0,965 10,098
S1 MSO 0,4 1,521e+3 32,528 2,139% 0,965 0,069
S1 Orig. 1 3,802e+3 225,305 5,926% 0,909 10,383
S1 MSO 1 3,802e+3 225,305 5,926% 0,909 0,067
S1 Orig. 1,5 5,703e+3 561,820 9,851% 0,855 10,257
S1 MSO 1,5 5,703e+3 561,820 9,851% 0,855 0,070
S2 Orig. 0,4 4,232e+3 278,334 6,577% 0,867 3.916,01
S2 MSO 0,4 4,232e+3 278,334 6,577% 0,867 1,423
S2 Orig. 1 1,058e+4 2,59e+3 24,468% 0,559 3.904,63
S2 MSO 1 1,058e+4 2,59e+3 24,468% 0,559 1,727
S3 Orig. 0,4 1,971e+3 31,129 1,579% 0,973 704,225
S3 MSO 0,4 1,971e+3 31,129 1,579% 0,973 0,352
S3 Orig. 1 4,928e+3 209,187 4,245% 0,930 706,895
S3 MSO 1 4,928e+3 209,187 4,245% 0,930 0,343
S3 Orig. 1,5 7,392e+3 503,938 6,817% 0,890 701,769
S3 MSO 1,5 7,392e+3 503,938 6,817% 0,890 0,376

4.6 INFLUÊNCIA DA INCLUSÃO DAS PERDAS NA OBTENÇÃO


DA MATRIZ DE SENSIBILIDADE

Outra análise realizada foi a verificação da influência da inclusão


das perdas elétricas na obtenção da Matriz de Sensibilidade Otimizada
(MSO). Essas perdas haviam sido desconsideradas em Sambaqui (2005)
e neste trabalho fazem parte do problema a ser resolvido, sendo
efetivamente uma contribuição, pois permitirão determinar o desvio
padrão da Perda Técnica com a variação da carga, sem a necessidade da
execução de novos fluxos de potência.
A comparação consiste em, a partir de um incremento da potência
(ΔP) em todas as cargas, verificar as diferenças máximas e mínimas das
tensões (Dif. Min e Dif. Max em [V] e Dif. Max %), comparando o
resultado obtido com as Matrizes de Sensibilidade Otimizada sem e com
perdas (MSO e MSIt, respectivamente) e executando-se um novo fluxo
de potência com essa nova carga (P+ΔP).
Na Tabela 6, verifica-se a melhoria do resultado com a inclusão
das perdas no cálculo da Matriz de Sensibilidade, quando se aumenta a
precisão do cálculo iterativo. O maior erro (diferença máxima em
relação à tensão de base do alimentador – Dif. Max % da Vbase) foi de
103

apenas 0,55%, para o maior incremento de potência (ΔP=50%), quando


efetivamente os valores da queda de tensão e a intensidade das perdas
são maiores. Nos cálculos do Sistema 2, foi utilizado o Fator de
Demanda (FD) original de 0,4, uma vez que esse sistema já estava em
sobrecarga com seu FD original, como verificado na Tabela 5.

Tabela 6 – Comparação dos resultados da diferença da Vbase de acordo com a


precisão utilizada.
S MS ΔP Prec. Dif. Min Dif. Max Dif. Max% Tempo
[V] [V] da Vbase [s]
S1 MSO 15% --- 0,0046 11,5053 0,0909% 0,0835
S1 MSIt 15% 1e-4 3,9788e-4 11,5053 0,0909% 0,1487
S1 MSIt 15% 1e-6 3,8170e-4 1,9694 0,0156% 2,4532
S1 MSIt 15% 1e-8 3,8170e-4 1,9627 0,0155% 3,2895
S1 MSO 50% --- 0,0184 55,1084 0,4353% 0,0856
S1 MSIt 50% 1e-4 0,0046 55,1084 0,4353% 0,1883
S1 MSIt 50% 1e-6 0,0045 23,3221 0,1842% 2,7207
S1 MSIt 50% 1e-8 0,0045 23,2998 0,1840% 3,1830
S2 MSO 15% --- 0,3932 15,2654 0,1106% 1,7697
S2 MSIt 15% 1e-4 0,0339 15,2654 0,1106% 13,817
S2 MSIt 15% 1e-6 0,0325 3,0325 0,0220% 1167,3
S2 MSIt 15% 1e-8 0,0325 3,0325 0,0220% 1180,3
S2 MSO 50% --- 1,5813 76,5865 0,5550% 2,1607
S2 MSIt 50% 1e-4 0,3837 76,5865 0,5550% 13,453
S2 MSIt 50% 1e-6 0,3789 35,8102 0,2595% 1177,9
S2 MSIt 50% 1e-8 0,3789 35,8102 0,2595% 1193.3
S3 MSO 15% --- 3,1999 8,4118 0,0610% 0,3432
S3 MSIt 15% 1e-4 0,3196 8,4118 0,0610% 3,2959
S3 MSIt 15% 1e-6 0,3102 1,1198 0,0081% 245,04
S3 MSIt 15% 1e-8 0,3102 1,1198 0,0081% 247,03
S3 MSO 50% --- 13,2042 37,0928 0,2688% 0,3443
S3 MSIt 50% 1e-4 3,6033 37,0928 0,2688% 3,2511
S3 MSIt 50% 1e-6 3,5719 12,7862 0,0927% 242,70
S3 MSIt 50% 1e-8 3,5719 12,7862 0,0927% 249,55

Como era esperado, constata-se pela Tabela 6 o aumento da


precisão do resultado obtido com o aumento da precisão utilizada para o
cálculo do incremento das perdas na matriz de sensibilidade. Entretanto,
com o aumento da precisão há também um aumento no tempo
computacional, e por essa razão, deve-se encontrar um ponto de
equilíbrio entre tempo computacional e precisão dos resultados.
104

4.7 CÁLCULO ANALÍTICO DO DESVIO PADRÃO DAS PERDAS


TÉCNICAS

Na Tabela 7 são mostrados os tempos computacionais obtidos no


cálculo do desvio padrão das perdas técnicas e o módulo da diferença
entre o valor estimado pelo método analítico proposto – Equação (66), e
o valor obtido via Simulação Monte Carlo (SMC), sendo este último o
valor de referência adotado.
Deste modo, tem-se um desenvolvimento analítico para o cálculo
do desvio padrão das perdas técnicas, o qual será utilizado no Balanço
Probabilístico de Energias para o cálculo da Perda Comercial e seu
respectivo desvio padrão (σ).
Foram realizadas dez SMC sequenciais com 1.000 sorteios para
verificar os maiores e menores índices obtidos. Foram realizadas
também seis simulações adicionais, três com o número de sorteios da
SMC sendo 5.000 e três com o número de sorteios igual a 10.000 para
análise de convergência dos sorteios.
Ressalta-se que os valores indicados na coluna Tempo, são para o
cálculo do desvio padrão pelas derivadas, cálculo do desvio padrão pela
SMC e comparação entre os dois, lembrando que o tempo para o cálculo
do desvio padrão pelo método das derivadas é sempre o mesmo, o
tempo varia somente conforme a quantidade de sorteios realizados pela
Simulação Monte Carlo. Para se obter somente o tempo levado pela
SMC, deve-se subtrair do tempo total: 0,035, 2,83 e 0,65 minutos para o
Sistema 1, Sistema 2 e Sistema 3, respectivamente.
Como se observa pela Tabela 7 (valores em destaque), obteve-se
os seguintes valores de erros (diferenças percentuais) entre o modelo
analítico proposto e o método de SMC:
1. um valor mínimo de 0,82% e valor máximo de 5,99%
com média de 3,79% para o Sistema 1;
2. um valor mínimo de 1,70% e valor máximo de 12,55%,
sendo a média de 8,74% para o Sistema 2;
3. e um valor mínimo de 0,83% e um valor máximo de
6,91% com média de 4,12% para o Sistema 3.
Constata-se também que os valores obtidos pela Simulação
Monte Carlo utilizando 5.000 e 10.000 amostras estão dentro das médias
obtidas com 1.000 amostras, justificando-se assim a aplicação deste
número de sorteios.
105

Tabela 7 – Comparação do desvio das perdas ativas estimado e via SMC.


Sistema 1 Sistema 2 Sistema 3

Nº SMC |Diferença| Tempo |Diferença| Tempo |Diferença| Tempo


[%] [min] [%] [min] [%] [min]

SMC com 1.000 amostras


SMC_01 4,3357 0,0647 8,7460 3,8345 4,3774 0,9493
SMC_02 4,9747 0,0660 9,7160 3,8211 0,8267 0,9631
SMC_03 5,9909 0,0567 5,1773 3,8016 4,3780 0,9505
SMC_04 2,1306 0,0577 11,1520 3,8159 2,5428 0,9341
SMC_05 4,0207 0,0594 10,7668 3,8170 4,4071 0,9366
SMC_06 5,7849 0,0577 7,8223 3,8259 5,2917 0,9500
SMC_07 3,3040 0,0588 1,6970 3,8063 4,7279 0,9412
SMC_08 2,8404 0,0600 9,6315 3,8220 6,9097 0,9466
SMC_09 0,8180 0,0580 12,5481 3,8065 2,3669 0,9381
SMC_10 3,7181 0,0573 10,1823 3,8184 5,3572 0,9447
Média 3,7918 0,0596 8,7439 3,8170 4,1185 0,9454
SMC com 5.000 amostras
SMC_11 3,6816 0,1388 9,3569 8,3120 3,8043 2,4314
SMC_12 4,7766 0,1430 9,2208 8,3133 3,5094 2,1091
SMC_13 3,5661 0,1425 8,9521 8,3930 5,4903 2,1287
Média 4,0081 0,14143 9,1766 8,33943 4,268 2,22307
SMC com 10.000 amostras
SMC_14 3,9805 0,2435 6,9466 13,8441 2,5776 3,5997
SMC_15 3,8730 0,2436 8,5069 13,9340 4,7346 3,9893
SMC_16 4,4346 0,2442 6,6417 13,9319 1,7639 3,5973
Média 4,09603 0,24377 7,36507 13,9033 3,02537 3,72877
106

4.8 CONCLUSÃO

Neste capítulo foram apresentados os dados dos sistemas teste e


os resultados obtidos na validação do cálculo analítico do desvio padrão
das perdas técnicas desenvolvido utilizando-se a Matriz de Sensibilidade
Otimizada com a inclusão das perdas (MSIt). Como verificado pelos
resultados, os algoritmos se demonstraram viáveis, com bons tempos de
execução, boa precisão e grande possibilidade de aplicação prática,
conforme apresentado a seguir.
107

5 BALANÇO PROBABILÍSTICO DE ENERGIAS / ESTUDO DE


CASO

5.1 INTRODUÇÃO

Neste capítulo é apresentado um estudo de caso aplicando a


metodologia desenvolvida em um alimentador real, onde é realizado o
Balanço Probabilístico de Energias. Os resultados são detalhados e
apresentados passo a passo, seguindo a mesma sequência do capítulo de
metodologia (Capítulo 3).

5.2 PROJETO PILOTO

O Sistema 1 (S1) e o Sistema 2 (S2), apresentados no capítulo


anterior, foram utilizados apenas para teste e validação da primeira parte
da metodologia probabilística: comparação da versão original com
versão otimizada da Matriz de Sensibilidade (MSO), comparação entre
Matriz de Sensibilidade sem e com perdas (MSO e MSIt,
respectivamente) e comparação do cálculo do desvio padrão das perdas
técnicas estimado pelo modelo analítico com o cálculo do desvio padrão
das perdas técnicas calculado por meio de Simulação Monte Carlo.
O Sistema 3 (S3), que como citado anteriormente, consiste em
um alimentador real do sul do Brasil (ARANHA NETO et al., 2009), foi
utilizado como projeto piloto para teste e validação da metodologia
probabilística desenvolvida, tanto para cálculo da MSIt e desvio padrão
das perdas técnicas, como para cálculo das Perdas Comerciais por meio
do método desenvolvido de Balanço Probabilístico de Energias.
Este alimentador possui características de carga mistas:
comercial, residencial, pequenas indústrias e uma pequena região rural.
O alimentador atende principalmente o centro da cidade, tem
aproximadamente 10 km de extensão, é radial com capilaridade média e
possui interligação para remanejamento de carga. Está conectado um
total de 4.129 consumidores, com uma carga instalada de cerca de 11
MVA. Este alimentador era inicialmente composto por 605 nós e após
executada a rotina de redução de pontos e ordenação da rede, o mesmo
foi reduzido para 368 nós 2.

2
Como explanado no Capítulo 3, a redução e ordenação dos pontos não acarreta
em perda de informação, havendo, entretanto, um grande ganho computacional.
108

Na Figura 23 tem-se o traçado georreferenciado do alimentador


sobre uma imagem de satélite de sua localização (utilizado software
Google Earth 3).

Figura 23 – Traçado georreferenciado do alimentador.

Fonte: imagem retirada do Google Earth

Neste alimentador foram instalados, por três meses, dois


medidores, sendo um na subestação (SE), situada no canto inferior
esquerdo da Figura 23 e Figura 24, e outro em ponto intermediário do
alimentador, conforme Figura 24. Cada um dos registradores mediu
tensão, corrente, potência ativa e potência reativa do alimentador.
Os dois medidores utilizados foram fabricados pela empresa Ecil
Informática, modelo OSC-1000. A principal função do OSC-1000 é
gerar registros oscilográficos que são armazenados no formato padrão
IEEE COMTRADE (IEEE, 1999). No Anexo D são apresentados mais
detalhes sobre o medidor e sobre a sua instalação no alimentador.
Por meio destas medições, foram obtidos os valores da média e
do desvio padrão (µ,σ) do carregamento do alimentador. Por meio do
fluxo de potência médio e da tensão eficaz média em cada ponto de
medição, podem-se calcular as perdas técnicas médias e por meio da

3
Google Earth é um produto da Google Inc.
109

metodologia desenvolvida, determinam-se também as respectivas


variações das perdas elétricas. Como possui dois medidores instalados,
foi possível dividir esse alimentador em duas sub-redes radiais. Cada
sub-rede tem como ponto inicial (fonte) um dos medidores, sendo que o
medidor a jusante é modelado como uma carga, concentrando todas as
demais cargas a jusante, quando conveniente. Por sua vez, essa carga é
valorada pelo fluxo de potência médio (ativo e reativo) obtido via
sistema de medição. Desse alimentador tem-se também um histórico de
três anos de energia faturada (consumida), o que possibilita estimar a
variação diária e sazonal da carga, incluindo os valores médios e
respectivos desvios padrões.

Figura 24 – Alimentador piloto e localização dos medidores.

A seguir, na Figura 25 e na Figura 26, são mostrados exemplos de


medições no alimentador. A Figura 25 se refere à medição na SE e a
Figura 26 à medição no ponto intermediário do alimentador.
110

Figura 25 – Medição feita na subestação (Medidor 1).

Figura 26 – Medição feita no ponto intermediário do alimentador (Medidor 2).

5.3 BALANÇO PROBABILÍSTICO DE ENERGIAS

A seguir é apresentado um resumo dos passos para o cálculo do


Balanço Probabilístico de Energias, conforme fluxograma já
apresentado na Figura 7 (Capítulo 3):
1. Primeiramente, de posse das medições (feitas a cada 10
minutos, totalizando 144 medições por dia), foram
calculadas a Potência Horária, a Potência Média Diária e
a Potência Média Mensal;
111

2. Dadas as potências, foram calculadas, com a utilização


do fluxo de potência (MSP), as Perdas Técnicas e com a
utilização da metodologia analítica, estimado o desvio
padrão dessas perdas;
3. A soma das Potências Horárias do dia resulta na Energia
Medida Diária;
4. Com o histórico de faturamento de cada consumidor foi
calculada a Energia Faturada Diária;
5. Foi feita uma transformação na curva da Energia
Faturada Diária para que a mesma representasse a
variação da curva de carga medida;
6. A subtração da Energia Medida Diária do mês de análise
(µ,σ) pela Energia Faturada Diária do mesmo mês (µ,σ)
resulta nas Perdas Totais, também com média e desvio
padrão (µ,σ);
7. As Perdas Totais (µ,σ) menos as Perdas Técnicas (µ,σ)
resultam nas Perdas Comerciais (µ,σ) e respectivo
Intervalo de Confiança (IC);
8. Com a segregação do alimentador em duas sub-redes,
foram calculadas as Perdas Comerciais para cada uma
dessas sub-redes;
9. Foram calculadas também a probabilidade de ocorrência
das Perdas Comerciais no alimentador e em cada uma
das sub-redes.
Na sequência são detalhados e apresentados os resultados para
cada uma das etapas.

5.3.1 Análise dos Dados de Medição

As medições no alimentador foram realizadas na sua subestação,


e em mais um ponto intermediário, como apresentado anteriormente,
sendo feitas medições de 10 em 10 minutos para cada dia, totalizando
144 pontos de medições diários. Com esses valores é possível o cálculo
do Fator de Demanda (FDi) e Fator de Potência (FPi) para cada um dos
intervalos de medições, e multiplicando-se esses valores calculados pela
potência instalada de cada nó (Sn), obtém-se uma matriz com 368 linhas,
que representam o número de nós do sistema e 144 colunas (número de
medições) para cada dia de análise, conforme matriz representada em
(93). O período de medição foi de novembro de um ano até janeiro do
outro ano, totalizando três meses (92 dias).
112

S 1
.FD1 .FP1 S 1 .FD2 .FP2  S 1 .FD144 .FP144 
S .FD1 .FP1 S 2 .FD2 .FP2  S 2 .FD144 .FP144 
 2

medições _ diárias =       (93)
    

 
 S
368
.FD1 .FP1 S 368 .FD2 .FP2  S .FD .FP
368 144 144 

onde
Sn é a potência instalada da nó n, sendo que n = 1, 2, ..., 368, dada em
kVA;
FDi e FPi são, respectivamente, o Fator de Demanda e o Fator de
Potência do ponto de medição i, sendo que i = 1, 2, ..., 144.

Na Figura 27, Figura 28 e Figura 29, podem-se visualizar as


Potências Medidas, discretizadas em horas, para cada um dos três
meses, nos dois medidores (SE e ponto intermediário). Para o mês de
novembro (Figura 27) tem-se um total de 720 horas (30 dias) e para os
meses de dezembro e janeiro (Figura 28 e Figura 29) um total de 744
horas (31 dias) cada.

Figura 27 – Potência Ativa Medida (em W) na SE e no ponto intermediário –


Novembro.
113

Figura 28 – Potência Ativa Medida (em W) na SE e no ponto intermediário –


Dezembro.

Figura 29 – Potência Ativa Medida (em W) na SE e no ponto intermediário –


Janeiro.

A partir dos dados de potência (média horária) é feita a conversão


para energia (kW para kWh). A Energia Medida Diária é a soma dos 24
114

valores das médias horárias de potência. Na Figura 30, Figura 31 e


Figura 32, observam-se as Energias Medidas Diárias para os três meses
de análise, para os dois medidores.

Figura 30 – Energia Medida Diária (em kWh) na SE e no ponto intermediário –


Novembro.

Figura 31 – Energia Medida Diária (em kWh) na SE e no ponto intermediário –


Dezembro.

Figura 32 – Energia Medida Diária (em kWh) na SE e no ponto intermediário –


Janeiro.
115

5.3.2 Análise do Histórico dos Dados de Faturamento

Analisou-se um histórico de três anos (36 meses) dos dados de


faturamento dos consumidores do alimentador piloto. Os dados de
consumo no alimentador foram obtidos dos relatórios de faturamento de
cada consumidor fornecidos pela concessionária, conforme mostrado na
Figura 33. Ressalta-se que os valores faturados (em R$) não são objeto
da metodologia, mas sim o valor da energia consumida (em kWh).

Figura 33 – Exemplo de relatório de consumo de um consumidor.


116

A partir da obtenção dos dados de consumo de aproximadamente


4.200 consumidores supridos por este alimentador, gerou-se um arquivo
de dados de consumo para cada transformador conectado na rede
elétrica com seus respectivos consumidores. Este arquivo possui 8
colunas (referentes aos 8 parâmetros extraídos da base de dados):
• Coluna 1: Unidade consumidora (código do
consumidor);
• Coluna 2: Classe de consumo (classe de consumo em que
se enquadra o consumidor);
• Coluna 3: Dados técnicos (tipo de ligação elétrica do
consumidor: monofásico, bifásico ou trifásico);
• Coluna 4: Fases ligadas (fases às quais o consumidor está
conectado à rede elétrica);
• Coluna 5: Data de referência (mês de referência);
• Coluna 6: Dias (total de dias de faturamento);
• Coluna 7: Faturado (consumo no mês de referência);
• Coluna 8: Data leitura (data em que ocorreu a leitura do
medidor).
A partir deste histórico, conforme explicitado no Capítulo 3, foi
calculado o consumo médio diário de cada consumidor, e construída
uma matriz para cada transformador, agrupando os consumidores
conectados ao mesmo transformador de distribuição e obtendo, desta
forma, um valor diário de energia para cada transformador para o
período total. Destaca-se que utilizando a média de consumo diária por
consumidor atenua-se o problema das diferenças entre as datas de
leituras.
Na Figura 34, Figura 35 e Figura 36 têm-se os valores de Energia
Faturada Diária para o alimentador nos três meses de análise.
117

Figura 34 – Energia Faturada Diária (em kWh) do alimentador – Novembro.

Figura 35 – Energia Faturada Diária (em kWh) do alimentador – Dezembro.

Figura 36 – Energia Faturada Diária (em kWh) do alimentador – Janeiro.


118

5.3.3 Cálculo das Perdas Técnicas em Energia

Por meio da execução do fluxo de potência, com o valor médio


diário para o mês de análise, calcula-se o valor da média da Perda
Técnica (µ, em kW) e utilizando-se da metodologia analítica
desenvolvida, encontra-se o desvio padrão dessas perdas (σ), sem a
necessidade da execução de novos fluxos de potência. Com os dados de
potência, calculam-se os valores das perdas técnicas em energia (kWh),
conforme Capítulo 3. Na Tabela 8, encontram-se os valores da Perda
Técnica para o alimentador para os três meses de análise em potência e
convertidos para energia.

Tabela 8 – Perdas Técnicas Diárias calculadas para o alimentador.


Perdas Em Potência [kW] Em Energia [kWh]
Técnicas
Diárias Média DP Média DP

Novembro 38,246 16,469 917,897 395,265


Dezembro 46,207 21,119 1.108,978 506,854

Janeiro 40,840 20,822 980,162 499,737

5.3.4 Cálculo das Perdas Totais

Fazendo-se o balanço (diferença) entre os valores de Energia


Medida e Energia Faturada, encontram-se os valores de Perda Total. Na
Tabela 9, Tabela 10 e Tabela 11 têm-se os valores calculados para as
Perdas Totais Diárias para os meses de Novembro, Dezembro e Janeiro
para o alimentador.
119

Tabela 9 – Perdas Totais Diárias (em kWh) do alimentador – Novembro.


Energia Energia Perda
Medida Faturada Total
Diária Diária Diária
1 46.254,50 40.247,43 6.007,07
2 37.899,83 32.977,79 4.922,05
3 54.742,67 47.633,24 7.109,42
4 58.542,50 50.939,59 7.602,91
5 61.044,00 53.116,22 7.927,78
6 58.382,00 50.799,94 7.582,06
7 58.896,50 51.247,62 7.648,88
8 50.297,50 43.765,37 6.532,13
9 40.233,33 35.008,24 5.225,10
10 59.014,67 51.350,44 7.664,23
11 58.778,67 51.145,09 7.633,58
12 56.483,83 49.148,29 7.335,55
13 55.571,67 48.354,58 7.217,08
14 57.763,83 50.262,05 7.501,78
15 43.875,83 38.177,68 5.698,15
16 37.578,50 32.698,19 4.880,31
17 54.874,00 47.747,52 7.126,48
18 56.521,67 49.181,21 7.340,46
19 55.518,00 48.307,88 7.210,12
20 55.104,67 47.948,23 7.156,44
21 55.354,33 48.165,47 7.188,86
22 46.201,83 40.201,61 6.000,23
23 38.038,83 33.098,74 4.940,10
24 56.011,00 48.736,86 7.274,14
25 58.655,00 51.037,48 7.617,52
26 59.966,17 52.178,37 7.787,80
27 61.523,50 53.533,45 7.990,05
28 62.985,17 54.805,29 8.179,88
29 50.457,50 43.904,59 6.552,91
30 41.130,33 35.788,74 5.341,59
Mensal 1.587.701,83 1.381.507,21 206.194,63
120

Tabela 10 – Perdas Totais Diárias (em kWh) do alimentador – Dezembro.


Energia Energia Perda
Medida Faturada Total
Diária Diária Diária
1 63.476,33 53.528,65 9.947,68
2 62.530,67 52.731,19 9.799,48
3 58.158,50 49.044,20 9.114,30
4 57.470,00 48.463,60 9.006,40
5 58.815,67 49.598,38 9.217,28
6 50.343,00 42.453,51 7.889,49
7 40.789,50 34.397,18 6.392,32
8 66.119,67 55.757,74 10.361,93
9 72.305,17 60.973,88 11.331,29
10 68.033,67 57.371,79 10.661,88
11 65.161,17 54.949,45 10.211,72
12 62.098,50 52.366,75 9.731,75
13 51.389,83 43.336,29 8.053,55
14 42.687,83 35.998,02 6.689,81
15 60.666,50 51.159,16 9.507,34
16 61.541,00 51.896,62 9.644,38
17 61.579,17 51.928,80 9.650,36
18 62.711,67 52.883,82 9.827,84
19 65.060,00 54.864,14 10.195,86
20 56.734,67 47.843,51 8.891,16
21 47.586,17 40.128,71 7.457,45
22 71.109,50 59.965,59 11.143,91
23 73.086,17 61.632,49 11.453,68
24 57.994,33 48.905,77 9.088,57
25 43.906,33 37.025,56 6.880,77
26 55.085,00 46.452,37 8.632,63
27 48.018,83 40.493,57 7.525,26
28 39.619,00 33.410,12 6.208,88
29 61.197,33 51.606,81 9.590,53
30 55.461,50 46.769,86 8.691,64
31 50.538,67 42.618,51 7.920,16
Mensal 1.791.275,33 1.510.556,04 280.719,29
121

Tabela 11 – Perdas Totais Diárias (em kWh) do alimentador – Janeiro.


Energia Energia Perda
Medida Faturada Total
Diária Diária Diária
1 36.559,50 34.932,70 1.626,80
2 49.738,33 47.525,11 2.213,22
3 42.813,17 40.908,09 1.905,07
4 44.664,67 42.677,21 1.987,46
5 49.704,50 47.492,78 2.211,72
6 53.935,33 51.535,35 2.399,98
7 59.173,17 56.540,12 2.633,05
8 61.920,17 59.164,88 2.755,28
9 56.610,00 54.091,00 2.519,00
10 44.390,00 42.414,76 1.975,24
11 37.618,67 35.944,74 1.673,93
12 60.125,50 57.450,07 2.675,43
13 59.905,17 57.239,55 2.665,62
14 66.082,17 63.141,69 2.940,48
15 63.520,50 60.694,01 2.826,49
16 60.683,33 57.983,09 2.700,25
17 46.439,50 44.373,07 2.066,43
18 38.622,67 36.904,06 1.718,61
19 59.279,17 56.641,40 2.637,77
20 54.984,00 52.537,36 2.446,64
21 55.381,50 52.917,17 2.464,33
22 56.531,50 54.016,00 2.515,50
23 58.618,17 56.009,81 2.608,35
24 44.617,67 42.632,30 1.985,37
25 37.491,00 35.822,75 1.668,25
26 63.161,67 60.351,14 2.810,53
27 64.252,50 61.393,43 2.859,07
28 64.991,83 62.099,87 2.891,96
29 64.597,00 61.722,60 2.874,40
30 68.039,17 65.011,60 3.027,56
31 55.498,00 53.028,49 2.469,51
Mensal 1.679.949,50 1.605.196,19 74.753,31
122

Na Tabela 12 é possível visualizar os valores de média e desvio


padrão das Perdas Totais Diárias do alimentador para o período de
análise.

Tabela 12 – Média e Desvio Padrão das Perdas Totais Diárias (em kWh) do
alimentador.
Perdas Em Energia [kWh]
Totais
Diárias Média DP

Novembro 6.873,154 991,748


Dezembro 9.055,461 1.394,132

Janeiro 2.411,397 415,029

5.3.5 Cálculo da Probabilidade de Ocorrência de Perdas Comerciais


no Alimentador

Conforme equação (82) do Capítulo 3, a probabilidade de


ocorrência de Perda Comercial (PS) é calculada pela seguinte fórmula:

PS = Φ( β ) (94)

onde Φ(z) é a função de probabilidade acumulada de uma distribuição


normal padrão e β é o indicador de confiabilidade ou indicador de
segurança, dados por:

z 1

2
−u / 2
Φ( z ) = e du (95)
−∞

e
µS − µL
β= (96)
σS +σL
2 2

Aplicando o modelo de confiabilidade estrutural (Load-Strength


Interference), L (Load) representa as Perdas Técnicas e S (Strength) as
Perdas Totais, então µL e σL representam a média e o desvio padrão das
Perdas Técnicas e µS e σS representam a média e o desvio padrão das
Perdas Totais. O valor de Φ(z) pode ser calculado por meio de softwares
matemáticos (como MATLAB® ou Microsoft Excel, por exemplo), ou
123

encontrado por meio de tabelas estatísticas, como a Tabela 37 e a Tabela


38 do Anexo E.
Na Figura 37, Figura 38 e Figura 39, podem-se visualizar as
curvas de Perda Total e Perda Técnica para os três meses de estudo.
Constata-se que na Figura 37 e na Figura 38 as curvas não se cruzam,
estando bem distantes, indicando uma grande probabilidade de Perda
Comercial. Já na Figura 39 as curvas se cruzam, porém com uma
pequena área de interseção entre elas, indicando também uma alta
probabilidade de Perda Comercial, porém levemente menor que as
anteriores.

Figura 37 – Curvas de Perda Total e Perda Técnica do alimentador – Novembro.

Figura 38 – Curvas de Perda Total e Perda Técnica do alimentador – Dezembro.


124

Figura 39 – Curvas de Perda Total e Perda Técnica do alimentador – Janeiro.

Na Tabela 13 estão calculados os valores do indicador de


confiabilidade (β) e da função de probabilidade acumulada de uma
distribuição normal padrão, Φ(β), para o alimentador para os meses de
Novembro, Dezembro e Janeiro. Verifica-se uma probabilidade de
ocorrência de Perda Comercial de praticamente 100% para os meses de
Novembro e Dezembro e de 98,62% para o mês de Janeiro.

Tabela 13 – Cálculo de β e Φ(β) para o alimentador.


β Φ(β)

Novembro 5,5781 0,999999988


Dezembro 5,3569 0,999999958

Janeiro 2,2032 0,986211122

5.3.6 Estimação da Perda Comercial no Alimentador

Na Tabela 14, podem-se visualizar os valores estimados de


Perdas Comerciais Diárias para o alimentador, para os três meses de
análise. Ressalta-se que a Perda Comercial é a diferença entre a Perda
Total e a Perda Técnica e como ambas possuem média e desvio padrão,
a Perda Comercial também é modelada como uma variável aleatória
com sua respectiva média e desvio padrão.
125

Tabela 14 – Perdas Comerciais Diárias (em kWh) estimadas para o alimentador.


Perdas Em Energia [kWh]
Comerciais
Diárias Média DP

Novembro 5.955,257 1.067,614


Dezembro 7.946,482 1.483,410

Janeiro 1.431,235 649,604

Deste modo, pode-se também calcular o Intervalo de Confiança


das Perdas Comerciais para o alimentador. Na Tabela 15, observam-se
os limites inferiores e superiores para um Intervalo de Confiança de
95% (IC95) para os meses de Novembro, Dezembro e Janeiro.

Tabela 15 – Intervalo de Confiança de 95% das Perdas Comerciais Diárias (em


kWh) estimadas para o alimentador.
Perdas IC95 [kWh]
Comerciais
Diárias Limite Inferior Limite Superior

Novembro 3.862,73 8.047,78


Dezembro 5.039,00 10.853,97
Janeiro 158,01 2.704,46

Outra análise possível é a partir do gráfico de distribuição


acumulada (CP) para as Perdas Comerciais. Na Figura 40, Figura 41 e
Figura 42 é possível visualizar a Probabilidade Acumulada de 95%
(CP95), representando o valor que não é excedido em 95% dos casos,
para os meses de Novembro, Dezembro e Janeiro para o alimentador. Os
respectivos valores de CP95 para os três meses são de 7.711,5 kWh,
10.386,7 kWh e 2.499,8 kWh.
126

Figura 40 – Probabilidade Acumulada de 95% (CP95) das Perdas Comerciais


para o mês de Novembro para o alimentador.

Figura 41 – Probabilidade Acumulada de 95% (CP95) das Perdas Comerciais


para o mês de Dezembro para o alimentador.

Figura 42 – Probabilidade Acumulada de 95% (CP95) das Perdas Comerciais


para o mês de Janeiro para o alimentador.
127

5.3.7 Divisão do Alimentador em Sub-redes

Como foram instalados dois medidores no alimentador piloto, o


mesmo pode ser dividido em duas sub-redes, conforme Figura 43, onde
o trecho da subestação ao medidor central foi chamado de Sub-rede I e o
trecho do medidor central ao final do alimentador foi chamado de Sub-
rede II.

Figura 43 – Divisão do alimentador em Sub-redes.

Sub-rede II

Sub-rede I

Na sequência são apresentados os resultados para cada uma das


sub-redes, aplicando o mesmo procedimento feito para o alimentador.
Para facilitar os cálculos e o entendimento da aplicação da metodologia,
são apresentados primeiramente os resultados da Sub-rede II e
posteriormente os resultados da Sub-rede I.

Sub-rede II

A Sub-rede II tem início no medidor instalado ao longo do


alimentador. Suas medições foram mostradas na Figura 27, Figura 28
Figura 29 e a conversão para Energia Medida mostrada na Figura 30,
Figura 31 e Figura 32 (seção Análise dos Dados de Medição).
128

Com a informação de quais clientes estão conectados nos


transformadores que pertencem à Sub-rede II, pode-se calcular a Energia
Faturada Diária para esse trecho do alimentador. Na Figura 44, Figura
45 e Figura 46 têm-se os valores de Energia Faturada Diária na Sub-rede
II para os três meses de análise.

Figura 44 – Energia Faturada Diária (em kWh) na Sub-rede II – Novembro.

Figura 45 – Energia Faturada Diária (em kWh) na Sub-rede II – Dezembro.

Figura 46 – Energia Faturada Diária (em kWh) na Sub-rede II – Janeiro.


129

Efetuando a diferença entre a Energia Medida e a Energia


Faturada, encontram-se as Perdas Totais, conforme Tabela 16
(Novembro), Tabela 17 (Dezembro) e Tabela 18 (Janeiro).

Tabela 16 – Perdas Totais Diárias (em kWh) na Sub-rede II – Novembro.


Energia Energia Perda
Medida Faturada Total
Diária Diária Diária
1 38.654,83 33.478,56 5.176,28
2 32.598,83 28.233,52 4.365,32
3 46.278,00 40.080,91 6.197,09
4 49.152,17 42.570,19 6.581,97
5 51.316,17 44.444,41 6.871,76
6 49.321,33 42.716,71 6.604,63
7 49.515,17 42.884,58 6.630,58
8 42.932,00 37.182,97 5.749,03
9 34.837,67 30.172,55 4.665,12
10 49.913,33 43.229,43 6.683,90
11 49.887,00 43.206,62 6.680,38
12 47.909,50 41.493,93 6.415,57
13 47.138,17 40.825,89 6.312,28
14 48.512,17 42.015,89 6.496,27
15 36.652,00 31.743,92 4.908,08
16 32.507,83 28.154,70 4.353,13
17 46.365,83 40.156,98 6.208,86
18 47.671,00 41.287,37 6.383,63
19 46.737,50 40.478,87 6.258,63
20 46.507,67 40.279,82 6.227,85
21 46.820,50 40.550,76 6.269,74
22 38.952,33 33.736,22 5.216,11
23 32.990,33 28.572,59 4.417,74
24 47.388,17 41.042,41 6.345,76
25 49.578,50 42.939,43 6.639,07
26 50.734,33 43.940,49 6.793,84
27 52.060,83 45.089,36 6.971,47
28 53.467,67 46.307,80 7.159,86
29 42.581,50 36.879,40 5.702,10
30 35.289,67 30.564,02 4.725,65
Mensal 1.344.272,00 1.164.260,31 180.011,69
130

Tabela 17 – Perdas Totais Diárias (em kWh) na Sub-rede II – Dezembro.


Energia Energia Perda
Medida Faturada Total
Diária Diária Diária
1 57.583,67 47.939,74 9.643,93
2 53.242,17 44.325,34 8.916,83
3 49.292,33 41.037,01 8.255,32
4 48.609,50 40.468,54 8.140,96
5 49.769,17 41.433,99 8.335,18
6 42.869,67 35.689,99 7.179,67
7 35.337,50 29.419,29 5.918,21
8 55.725,33 46.392,63 9.332,70
9 61.278,17 51.015,50 10.262,67
10 57.516,00 47.883,41 9.632,59
11 55.117,00 45.886,18 9.230,82
12 52.415,50 43.637,12 8.778,38
13 43.996,67 36.628,25 7.368,42
14 37.662,67 31.355,04 6.307,62
15 51.941,33 43.242,37 8.698,97
16 52.608,00 43.797,38 8.810,62
17 52.607,00 43.796,55 8.810,45
18 53.446,83 44.495,73 8.951,10
19 55.543,50 46.241,25 9.302,25
20 48.750,50 40.585,92 8.164,58
21 41.364,00 34.436,49 6.927,51
22 61.008,83 50.791,27 10.217,56
23 62.846,00 52.320,75 10.525,25
24 49.824,50 41.480,05 8.344,45
25 38.454,67 32.014,40 6.440,26
26 46.619,00 38.811,40 7.807,60
27 40.942,50 34.085,58 6.856,92
28 34.113,67 28.400,42 5.713,25
29 52.107,83 43.380,98 8.726,85
30 46.919,17 39.061,30 7.857,87
31 42.561,17 35.433,16 7.128,01
Mensal 1.532.073,83 1.275.487,04 256.586,79
131

Tabela 18 – Perdas Totais Diárias (em kWh) na Sub-rede II – Janeiro.


Energia Energia Perda
Medida Faturada Total
Diária Diária Diária
1 31.224,50 29.800,79 1.423,71
2 41.984,00 40.069,71 1.914,29
3 35.969,17 34.329,12 1.640,04
4 39.919,50 38.099,34 1.820,16
5 41.678,33 39.777,98 1.900,36
6 45.616,33 43.536,42 2.079,91
7 49.886,50 47.611,88 2.274,62
8 52.394,67 50.005,69 2.388,98
9 47.885,83 45.702,44 2.183,39
10 37.290,17 35.589,89 1.700,28
11 32.339,67 30.865,11 1.474,55
12 50.857,83 48.538,93 2.318,90
13 50.617,00 48.309,08 2.307,92
14 55.788,17 53.244,46 2.543,71
15 53.574,83 51.132,05 2.442,79
16 51.028,83 48.702,13 2.326,70
17 39.089,33 37.307,02 1.782,31
18 33.065,83 31.558,17 1.507,66
19 50.132,17 47.846,35 2.285,82
20 46.210,83 44.103,81 2.107,02
21 46.681,17 44.552,70 2.128,47
22 47.485,83 45.320,68 2.165,16
23 49.342,83 47.093,01 2.249,83
24 37.686,83 35.968,47 1.718,36
25 32.140,00 30.674,55 1.465,45
26 53.485,17 51.046,47 2.438,70
27 54.721,50 52.226,43 2.495,07
28 55.658,33 53.120,55 2.537,79
29 54.535,50 52.048,91 2.486,59
30 57.637,50 55.009,47 2.628,03
31 47.850,83 45.669,04 2.181,80
Mensal 1.423.779,00 1.358.860,64 64.918,36
132

Na Tabela 19, podem ser visualizadas a média e o desvio padrão


(µ,σ) das Perdas Totais, para os três meses de estudo.

Tabela 19 – Média e Desvio Padrão das Perdas Totais Diárias (em kWh) na
Sub-rede II.
Perdas Em Energia [kWh]
Totais
Diárias Média DP

Novembro 6.000,390 838,813


Dezembro 8.276,993 1.252,374
Janeiro 2.094,141 355,117

Fazendo-se uso da ferramenta de fluxo de potência com a rede


modificada para contemplar somente a parte a jusante do medidor
central juntamente com seus dados de medição, calcula-se a Perda
Técnica média para cada mês de análise. Os resultados em potência
(kW) e em energia (kWh) podem ser observados na Tabela 20.

Tabela 20 – Perdas Técnicas Diárias calculadas para a Sub-rede II.


Perdas Em Potência [kW] Em Energia [kWh]
Técnicas
Diárias Média DP Média DP

Novembro 8,715 3,872 209,157 92,919


Dezembro 10,699 5,111 256,773 122,662
Janeiro 9,320 4,962 223,683 119,096

Nos gráficos da Figura 47, Figura 48 e Figura 49, as curvas de


Perda Total e Perda Técnica podem ser visualizadas, respectivamente
para os meses de Novembro, Dezembro e Janeiro. Visivelmente
verifica-se que em nenhum dos meses as curvas se cruzaram, indicando
fortemente a presença de Perdas Comerciais.
133

Figura 47 – Curvas de Perda Total e Perda Técnica na Sub-rede II – Novembro.

Figura 48 – Curvas de Perda Total e Perda Técnica na Sub-rede II – Dezembro.

Figura 49 – Curvas de Perda Total e Perda Técnica na Sub-rede II – Janeiro.


134

Do mesmo modo que foi feito para o alimentador, são calculados


os parâmetros β (indicador de confiabilidade) e os respectivos valores da
função de probabilidade acumulada Φ(β), indicando a probabilidade de
ocorrência de Perdas Comerciais. Os valores estão apresentados na
Tabela 21. Todos os meses possuem uma probabilidade de praticamente
100% de ocorrência de Perdas Comerciais.

Tabela 21 – Cálculo de β e Φ(β) para a Sub-rede II.


β Φ(β)

Novembro 6,8621 0,9999999999966


Dezembro 6,3735 0,9999999999076

Janeiro 4,9938 0,9999997039896

Na Tabela 22, encontram-se as médias e desvios padrões (µ,σ)


das Perdas Comerciais estimadas para os meses de Novembro,
Dezembro e Janeiro na Sub-rede II. Comparando-se estes valores com
os valores obtidos para o alimentador, verifica-se que praticamente a
totalidade das Perdas Comerciais do alimentador se encontram na Sub-
rede II.

Tabela 22 – Perdas Comerciais Diárias (em kWh) estimadas para a Sub-rede II.
Perdas Em Energia [kWh]
Comerciais
Diárias Média DP

Novembro 5.791,232 843,944


Dezembro 8.020,220 1.258,366
Janeiro 1.870,457 374,556

Na Tabela 23, pode-se observar o Intervalo de Confiança de 95%


(IC95) para as Perdas Comerciais na Sub-rede II para os três meses de
análise.
Observam-se na Figura 50, Figura 51 e Figura 52 as
Probabilidades Acumuladas de 95% (CP95) para os meses de
Novembro, Dezembro e Janeiro para a Sub-rede II. Tem-se uma
probabilidade acumulada de 7.179,5 kWh para Novembro, 10.090,2
kWh para Dezembro e 2.486,6 kWh para Janeiro.
135

Tabela 23 – Intervalo de Confiança de 95% das Perdas Comerciais Diárias (em


kWh) estimadas para a Sub-rede II.
Perdas IC95 [kWh]
Comerciais
Diárias Limite Inferior Limite Superior

Novembro 4.137,10 7.445,36


Dezembro 5.553,82 10.486,62
Janeiro 1.136,33 2.604,59

Figura 50 – Probabilidade Acumulada de 95% (CP95) das Perdas Comerciais


para o mês de Novembro para a Sub-rede II.

Figura 51 – Probabilidade Acumulada de 95% (CP95) das Perdas Comerciais


para o mês de Dezembro para a Sub-rede II.
136

Figura 52 – Probabilidade Acumulada de 95% (CP95) das Perdas Comerciais


para o mês de Janeiro para a Sub-rede II.

Na sequência, é realizado o mesmo procedimento para a Sub-


rede I.

Sub-rede I

A Sub-rede I, conforme apresentada na Figura 43, tem início na


subestação do alimentador e fim no medidor central. Seus dados de
Energia Medida e Energia Faturada são a diferença entre os valores
considerados para o alimentador como um todo e a Sub-rede II. Esses
valores, para os três meses de análise, estão representados nos gráficos
da Figura 53 (Novembro), Figura 54 (Dezembro) e Figura 55 (Janeiro).

Figura 53 – Energia Medida e Energia Faturada Diárias (em kWh) na Sub-rede I


– Novembro.
137

Figura 54 – Energia Medida e Energia Faturada Diárias (em kWh) na Sub-rede I


– Dezembro.

Figura 55 – Energia Medida e Energia Faturada Diárias (em kWh) na Sub-rede I


– Janeiro.

Pela diferença entre a Energia Medida e a Energia Faturada têm-


se os valores de Perda Total, como pode ser visualizado na Tabela 24
para o mês de Novembro, na Tabela 25 para o mês de Dezembro e na
Tabela 26 para o mês de Janeiro.
138

Tabela 24 – Perdas Totais Diárias (em kWh) na Sub-rede I – Novembro.


Energia Energia Perda
Medida Faturada Total
Diária Diária Diária
1 7.599,67 6.768,88 830,79
2 5.301,00 4.744,27 556,73
3 8.464,67 7.552,34 912,33
4 9.390,33 8.369,40 1.020,93
5 9.727,83 8.671,81 1.056,02
6 9.060,67 8.083,23 977,43
7 9.381,33 8.363,04 1.018,30
8 7.365,50 6.582,40 783,10
9 5.395,67 4.835,69 559,98
10 9.101,33 8.121,01 980,32
11 8.891,67 7.938,47 953,20
12 8.574,33 7.654,35 919,98
13 8.433,50 7.528,69 904,81
14 9.251,67 8.246,16 1.005,51
15 7.223,83 6.433,76 790,07
16 5.070,67 4.543,48 527,19
17 8.508,17 7.590,54 917,62
18 8.850,67 7.893,84 956,83
19 8.780,50 7.829,01 951,49
20 8.597,00 7.668,41 928,59
21 8.533,83 7.614,71 919,12
22 7.249,50 6.465,39 784,11
23 5.048,50 4.526,14 522,36
24 8.622,83 7.694,45 928,38
25 9.076,50 8.098,05 978,45
26 9.231,83 8.237,88 993,96
27 9.462,67 8.444,09 1.018,57
28 9.517,50 8.497,49 1.020,01
29 7.876,00 7.025,19 850,81
30 5.840,67 5.224,72 615,95
Mensal 243.429,83 217.246,89 26.182,94
139

Tabela 25 – Perdas Totais Diárias (em kWh) na Sub-rede I – Dezembro.


Energia Energia Perda
Medida Faturada Total
Diária Diária Diária
1 5.892,67 5.588,92 303,75
2 9.288,50 8.405,85 882,65
3 8.866,17 8.007,19 858,97
4 8.860,50 7.995,07 865,43
5 9.046,50 8.164,40 882,10
6 7.473,33 6.763,52 709,82
7 5.452,00 4.977,89 474,11
8 10.394,33 9.365,10 1.029,23
9 11.027,00 9.958,38 1.068,62
10 10.517,67 9.488,38 1.029,29
11 10.044,17 9.063,27 980,90
12 9.683,00 8.729,63 953,37
13 7.393,17 6.708,04 685,13
14 5.025,17 4.642,98 382,19
15 8.725,17 7.916,80 808,37
16 8.933,00 8.099,24 833,76
17 8.972,17 8.132,25 839,91
18 9.264,83 8.388,09 876,74
19 9.516,50 8.622,88 893,62
20 7.984,17 7.257,58 726,58
21 6.222,17 5.692,22 529,95
22 10.100,67 9.174,32 926,35
23 10.240,17 9.311,73 928,44
24 8.169,83 7.425,71 744,12
25 5.451,67 5.011,16 440,51
26 8.466,00 7.640,97 825,03
27 7.076,33 6.407,99 668,34
28 5.505,33 5.009,70 495,64
29 9.089,50 8.225,83 863,67
30 8.542,33 7.708,57 833,76
31 7.977,50 7.185,35 792,15
Mensal 259.201,50 235.069,00 24.132,50
140

Tabela 26 – Perdas Totais Diárias (em kWh) na Sub-rede I – Janeiro.


Energia Energia Perda
Medida Faturada Total
Diária Diária Diária
1 5.335,00 5.131,91 203,09
2 7.754,33 7.455,40 298,93
3 6.844,00 6.578,97 265,03
4 4.745,17 4.577,87 167,30
5 8.026,17 7.714,81 311,36
6 8.319,00 7.998,93 320,07
7 9.286,67 8.928,23 358,43
8 9.525,50 9.159,19 366,31
9 8.724,17 8.388,57 335,60
10 7.099,83 6.824,87 274,96
11 5.279,00 5.079,62 199,38
12 9.267,67 8.911,15 356,52
13 9.288,17 8.930,47 357,70
14 10.294,00 9.897,23 396,77
15 9.945,67 9.561,96 383,71
16 9.654,50 9.280,95 373,55
17 7.350,17 7.066,04 284,12
18 5.556,83 5.345,89 210,94
19 9.147,00 8.795,05 351,95
20 8.773,17 8.433,54 339,62
21 8.700,33 8.364,47 335,86
22 9.045,67 8.695,32 350,35
23 9.275,33 8.916,81 358,53
24 6.930,83 6.663,83 267,01
25 5.351,00 5.148,20 202,80
26 9.676,50 9.304,67 371,83
27 9.531,00 9.167,01 363,99
28 9.333,50 8.979,32 354,18
29 10.061,50 9.673,70 387,80
30 10.401,67 10.002,13 399,53
31 7.647,17 7.359,45 287,72
Mensal 256.170,50 246.335,56 9.834,94
141

A média e o desvio padrão (µ,σ) das Perdas Totais na Sub-rede I


para os meses de Novembro, Dezembro e Janeiro estão destacadas na
Tabela 27, abaixo.

Tabela 27 – Média e Desvio Padrão das Perdas Totais Diárias (em kWh) na
Sub-rede I.
Perdas Em Energia [kWh]
Totais
Diárias Média DP

Novembro 872,765 158,266


Dezembro 778,468 193,881

Janeiro 317,256 64,220

Constata-se que no mês de Janeiro as Perdas Totais são bem


menores, contudo a Energia Medida se manteve praticamente no mesmo
patamar do mês de Novembro e Dezembro, isto é, a Energia Faturada
cresceu neste período.
Para o cálculo da Perda Técnica, foi utilizada a ferramenta de
fluxo de potência, considerando somente o trecho da rede da subestação
até o medidor central, sendo que este foi modelado como uma carga
utilizando os valores da sua própria medição. Na Tabela 28, podem ser
visualizados os valores da média e desvio padrão das Perdas Técnicas
em potência (kW) e em energia (kWh) para os três meses de análise.

Tabela 28 – Perdas Técnicas Diárias calculadas para a Sub-rede I.


Perdas Em Potência [kW] Em Energia [kWh]
Técnicas
Diárias Média DP Média DP

Novembro 29,039 12,101 696,930 290,432


Dezembro 35,036 15,518 840,866 372,438

Janeiro 30,991 15,329 743,792 367,902

Na Figura 56, Figura 57 e Figura 58, observam-se os gráficos das


curvas de Perdas Totais e Perdas Técnicas para a Sub-rede I.
Diferentemente das situações anteriores, para a Sub-rede I, nos três
meses de análise as curvas se cruzam e possuem uma grande área em
comum, indicando uma probabilidade menor de ocorrência de Perdas
Comerciais.
142

Figura 56 – Curvas de Perda Total e Perda Técnica na Sub-rede I – Novembro.

Figura 57 – Curvas de Perda Total e Perda Técnica na Sub-rede I – Dezembro.

Figura 58 – Curvas de Perda Total e Perda Técnica na Sub-rede I – Janeiro.


143

Na Tabela 29 estão apresentados os valores de β e Φ(β) para a


Sub-rede I. Como observado nos gráficos, verifica-se uma probabilidade
menor de ocorrência de Perdas Comerciais, sendo de 70,25% para o mês
de Novembro, 44,09% para o mês de Dezembro e somente 12,67% para
o mês de Janeiro, denotando forte variação sazonal. No entanto, o
indicativo de 70% de probabilidade de ocorrência de fraudes em
Novembro já denota a necessidade de fiscalização antifraudes neste
trecho.

Tabela 29 – Cálculo de β e Φ(β) para a Sub-rede I.


β Φ(β)

Novembro 0,5316 0,70250


Dezembro -0,1486 0,44093

Janeiro -1,1421 0,12671

As Perdas Comerciais estimadas para a Sub-rede I podem ser


visualizadas na Tabela 30. O aparecimento de valores negativos decorre
de valores muito baixos para as Perdas Comerciais. Observar que se for
levar em consideração três desvios padrões (3σ = 99,7%) os valores
máximos de Dezembro e Janeiro para o lado positivo são,
respectivamente, 1.197,244 kWh e 693,859 kWh.

Tabela 30 – Perdas Comerciais Diárias (em kWh) estimadas para a Sub-rede I.


Perdas Em Energia [kWh]
Comerciais
Diárias Média DP

Novembro 175,834 330,755


Dezembro -62,399 419,881

Janeiro -426,536 373,465

Calculando o Intervalo de Confiança de 95% para os dados de


Perda Comercial na Sub-rede I (Tabela 31) verifica-se que mesmo a
média possuindo um valor negativo (o que é possível matematicamente,
mas não fisicamente) existem valores positivos no IC. Na prática, então,
ter-se-iam valores variando de 0 kWh (inexistência total de Perdas
Comerciais) ao limite positivo do Intervalo de Confiança (limite
superior).
144

Tabela 31 – Intervalo de Confiança de 95% das Perdas Comerciais Diárias (em


kWh) estimadas para a Sub-rede I.
Perdas IC95 [kWh]
Comerciais
Diárias Limite Inferior Limite Superior

Novembro -472,45 (0) 824,11


Dezembro -885,37 (0) 760,57
Janeiro -1.158,53 (0) 305,46

Na Figura 59, Figura 60 e Figura 61, observam-se as distribuições


acumuladas para os meses de Novembro, Dezembro e Janeiro para a
Sub-rede I. A probabilidade acumulada de 95% (CP95) para o mês de
Novembro é de 719,9 kWh, para Dezembro é de 628,3 kWh e para
Janeiro é de 187,8 kWh, os quais são valores de pouca ou nenhuma
significância, quando comparados aos valores já estimados de perdas
comerciais na Sub-rede II.

Figura 59 – Probabilidade Acumulada de 95% (CP95) das Perdas Comerciais


para o mês de Novembro para a Sub-rede I.
145

Figura 60 – Probabilidade Acumulada de 95% (CP95) das Perdas Comerciais


para o mês de Dezembro para a Sub-rede I.

Figura 61 – Probabilidade Acumulada de 95% (CP95) das Perdas Comerciais


para o mês de Janeiro para a Sub-rede I.

5.3.8 Considerações sobre o Alimentador Analisado

Pelos resultados obtidos, verifica-se uma forte presença de Perdas


Comerciais no alimentador, mais especificamente na Sub-rede II (trecho
a jusante do medidor central – até o final do alimentador). O mês que
apresentou o valor mais elevado de Perdas Comerciais foi Dezembro.
Por outro lado, o mês com menores Perdas Comerciais foi Janeiro, mas
diferentemente do mês de Dezembro (que teve a maior Energia
Medida), não foi o mês que apresentou a menor Energia Medida, mas
sim o mês que apresentou a maior Energia Faturada, demonstrando que
houve um menor desvio de energia por parte dos clientes no período.
No Apêndice A estão apresentados os resultados do fluxo de
potência para o mês de Janeiro. Pela Tabela 35 é possível verificar que
as perdas técnicas são muito mais elevadas na Sub-rede I do que na Sub-
146

rede II, sendo de 30,99 kW e 9,32 kW, respectivamente (totalizando


40,84 kW para o alimentador). Isso se deve principalmente ao tipo de
cabo utilizado no tronco do alimentador, especialmente próximo à
subestação. Se por exemplo, o cabo do tronco do alimentador, somente
no trecho da Sub-rede I, fosse substituído para um cabo de maior bitola,
como o tipo 336,4 CA (atualmente é do tipo 4/0 CA), haveria uma
redução de 28% na perda técnica do alimentador, reduzindo de 40,84
kW para 29,37 kW.

5.4 ALIMENTADOR MODIFICADO

Para fins didáticos, considera-se um aumento de 10% (Δ) na


Energia Faturada para o mês de Novembro. Assim, têm-se os seguintes
resultados:

Alimentador

Na Tabela 32, encontram-se os novos valores calculados para o


alimentador, com o aumento da Energia Faturada de 10%, representando
uma provável campanha da concessionária de medidas preventivas
antifurto/fraude.

Tabela 32 – Valores calculados para o alimentador modificado.


Em kWh
Novembro (EnFat+Δ)
Média DP
Energia Medida Diária 52.923,39 7.636,48
Energia Faturada Diária 50.655,26 7.309,20
Perdas Totais Diárias 2.268,13 327,28
Perdas Técnicas Diárias 917,90 395,27

A partir desses valores, pode-se calcular β, que no caso terá um


valor de 2,6312, resultando em um Φ(β) de 0,9957, ou seja, a
probabilidade de ocorrência de Perda Comercial no alimentador é de
99,57% (contra os 100% originais). A Figura 62 ilustra as curvas de
Perda Total e Perda Técnica para o alimentador.
147

Figura 62 – Curvas de Perda Total e Perda Técnica para o alimentador


modificado.

Fazendo o cálculo do IC95 para o alimentador, encontra-se um


limite inferior de 344,42 kWh e um limite superior de 2.356,05 kWh
para as Perdas Comerciais.
O CP95 para o alimentador modificado pode ser visualizado na
Figura 63. Obteve-se um valor de 2.194,4 kWh.

Figura 63 – Probabilidade Acumulada de 95% (CP95) das Perdas Comerciais


para o alimentador modificado.

Sub-rede II

Na Tabela 33 encontram-se os novos valores calculados para a


Sub-rede II, após a possível “campanha” da concessionária.
148

Tabela 33 – Valores calculados para a Sub-rede II.


Em kWh
Novembro (EnFat+Δ)
Média DP
Energia Medida Diária 44.809,07 6.264,00
Energia Faturada Diária 42.689,54 5.967,71
Perdas Totais Diárias 2.119,52 296,29
Perdas Técnicas Diárias 209,16 92,92

O cálculo de β, retorna um valor de 6,1521, mantendo a


probabilidade de ocorrência de Perda Comercial na Sub-rede II em
100%. As curvas de Perda Total e Perda Técnica estão apresentadas na
Figura 64.

Figura 64 – Curvas de Perda Total e Perda Técnica para a Sub-rede II.

O cálculo do Intervalo de Confiança de 95% para a Sub-rede II


retorna um limite inferior e limite superior de 1.301,74 kWh e 2.518,99
kWh, respectivamente.
Na Figura 65, observa-se o gráfico da probabilidade acumulada
de 95% (CP95) para a Sub-rede II, cujo valor calculado foi de 2.421,2
kWh.
149

Figura 65 – Probabilidade Acumulada de 95% (CP95) das Perdas Comerciais


para a Sub-rede II.

Sub-rede I

Na Tabela 34, encontram-se os novos valores calculados para a


Sub-rede I, sob as mesmas condições de aumento de faturamento, após
campanha antifurto/fraude da concessionária.

Tabela 34 – Valores calculados para a Sub-rede I.


Em kWh
Novembro (EnFat+Δ)
Média DP
Energia Medida Diária 8.114,33 1.406,80
Energia Faturada Diária 7.965,72 1.373,54
Perdas Totais Diárias 148,61 33,96
Perdas Técnicas Diárias 696,93 290,43

Neste contexto, para a Sub-rede I, tem-se um valor de β de


-1,8752, que corresponde a um Φ(β) de 0,0304, ou seja, a probabilidade
de ocorrência de Perda Comercial na Sub-rede I é de apenas 3,04%
(originalmente a probabilidade era de 70,25%). O gráfico da Figura 66
apresenta as curvas de Perda Total e Perda Técnica para a Sub-rede I.
150

Figura 66 – Curvas de Perda Total e Perda Técnica para a Sub-rede I.

Para a Sub-rede I com os dados de faturamento modificados, o


limite inferior do IC95 retorna um valor negativo (-1.121,45 kWh), o
mesmo que se passou com a Sub-rede I com os dados reais para os
meses de Dezembro e Janeiro. Na prática, considera-se, então, como
limite inferior 0 kWh. O limite superior do IC95 calculado foi de 24,80
kWh, corroborando com os resultados de que a probabilidade de
ocorrência de Perdas Comerciais nesse trecho da rede é praticamente
nula.
Como os valores de Perda Comercial estão muito próximos de 0
kWh para a Sub-rede I (alta probabilidade de inexistência de Perda
Comercial), o valor retornado para o CP95 foi negativo. Nesse caso,
pode-se calcular a probabilidade acumulada de 99% (CP99), que no
caso foi de 133,0 kWh, representando o valor que não é excedido em
99% das vezes. O gráfico da distribuição acumulada CP99 para a Sub-
rede I pode ser visualizado na Figura 67.
Os resultados para o alimentador modificado (aumento de 10%
nos dados de Energia Faturada) demonstram uma probabilidade de
ocorrência de Perdas Comerciais no alimentador de 99,57%. Porém,
dividindo o alimentador nas suas duas sub-redes, verifica-se a
inexistência de Perdas Comerciais na Sub-rede I (3,04%) e 100% de
probabilidade de existirem Perdas Comerciais na Sub-rede II,
determinando assim, a região (ou sub-rede) onde está concentrada a
Perda Comercial.
151

Figura 67 – Probabilidade Acumulada de 99% (CP99) das Perdas Comerciais


para a Sub-rede I.

5.5 FONTES PROVÁVEIS DE INCERTEZAS

No Balanço Probabilístico de Energias efetuado neste trabalho,


foram adequadamente modeladas as variações da carga ao longo do
período em análise, assim como seu reflexo na variação das Perdas
Técnicas. Contudo, podem existir incertezas (erros) significativas tanto
durante a apuração dos dados e no processo de medição não coincidente
no tempo em todos os consumidores, quanto no processo de
faturamento. Outras fontes possíveis de erro: contabilização ou não do
montante de energia consumida pela iluminação pública (pois se esta
não for medida ou estimada, estará contabilizada/embutida no montante
de perdas comerciais), mudança de domicílio de consumidores, erros
nos dados de rede (principalmente dos transformadores), erros de
cadastro, etc.
No estudo de caso foram identificados alguns problemas pontuais
relacionados aos dados de rede e de faturamento. Destaca-se que, como
a metodologia se baseia no balanço entre energia faturada e energia
medida, necessita-se da exata posição, carregamento e respectivo valor
de faturamento de todas as unidades consumidoras (consumidores e
respectivos transformadores aos quais estão conectados). Os problemas
detectados em relação aos dados fornecidos/obtidos junto ao banco de
dados da concessionária foram os seguintes:
152

Dados de Faturamento:
• Foram detectados 5 transformadores que constavam nos
dados de faturamento (portanto, são transformadores
com carga e clientes alocados), mas que não estavam
conectados nos dados de rede – dados georreferenciados
(problema de conectividade de transformadores).
Dados de Rede:
• Foram detectados transformadores sem nenhuma carga
alocada (problema de conectividade de consumidores ao
seu respectivo transformador, ou seja, cargas não ligadas
na rede).
• Foram encontrados cabos sem bitolas específicas
(desconhecidas).
As prováveis causas dos problemas encontrados são dados de
rede e dados de faturamento desatualizados.

5.6 CONCLUSÃO

Neste capítulo foi apresentado um estudo de caso real, de um


alimentador piloto de uma concessionária da região sul do Brasil, onde a
metodologia do Balanço Probabilístico de Energias desenvolvida foi
aplicada para um período de três meses (análise com discretização
mensal). A divisão da rede em sub-redes demonstrou que, como era
esperado, um número maior de medidores no alimentador consegue
apontar os locais onde se concentram as Perdas Comerciais com maior
precisão. Assim, a partir de um sistema mais supervisionado de medição
e de faturamento da rede (por exemplo, colocando-se 3 ou 4 medidores
no alimentador) consegue-se estimar o montante de Perdas Comerciais e
sua provável localização, sem contudo efetuar medições exaustivas em
todo o alimentador.
153

6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS


FUTUROS

6.1 INTRODUÇÃO

Neste capítulo são apresentadas e discutidas as conclusões


referentes à metodologia probabilística desenvolvida e também são
apontadas sugestões para a realização de trabalhos futuros, sejam
continuações deste trabalho ou desenvolvimentos paralelos a este.

6.2 CONCLUSÕES

Sabendo que as perdas elétricas representam uma parcela


considerável na matriz de custos dos sistemas de distribuição, é
necessário que as empresas conheçam suas parcelas de perdas técnicas e
comerciais e saibam exatamente onde e porque elas ocorrem.
O cálculo das perdas tornou-se essencial para o controle do
sistema elétrico de distribuição. O PRODIST estabelece que o cálculo
das perdas elétricas deixe de ser apenas um item do processo de revisão
tarifária periódica, passando a ter caráter obrigatório, propiciando
modicidade tarifária e a consequente eficientização do sistema elétrico.
Neste sentindo, este trabalho apresentou o desenvolvimento de
uma metodologia probabilística de determinação e segregação das
perdas técnicas e comerciais em sistemas de distribuição. Um dos
objetivos foi a determinação das perdas técnicas na presença de
variações nas cargas, devido às incertezas inerentes ao processo em
alimentadores de sistemas de distribuição de grande porte. A partir da
estimativa do valor médio das perdas técnicas realizada utilizando
valores medidos em campo, é feita a comparação destes valores de
medição com os valores de faturamento dos clientes (Balanço
Probabilístico de Energias). Com essa diferença estimam-se com boa
precisão as prováveis perdas comerciais do alimentador.
Verificou-se que o cálculo analítico do desvio padrão das perdas
técnicas encontrou boas estimativas do resultado real esperado e,
conforme demonstrado no Capítulo 4, obteve-se excelentes tempos
computacionais, compatíveis com a obtenção de solução em
alimentadores reais de grande porte, possibilitando então, determinar
quais alimentadores são passíveis de terem perdas comerciais (Balanço
Probabilístico de Energias – Capítulo 5). Assim, as equipes de
154

fiscalização podem ser acionadas com mais eficiência no combate à


fraude e ao furto.
Com o cálculo das sensibilidades das perdas para com a variação
das cargas, consegue-se também identificar os trechos do alimentador
onde ocorrem restrições de corrente (ampacidade) devido a cabos mal
dimensionados, ou próximos dos seus limites, o que podem acarretar em
maiores perdas técnicas para o sistema.
A metodologia proposta resultou no desenvolvimento de um
protótipo de sistema computacional em MATLAB®, o qual permite
estimar adequadamente a sensibilidade das tensões com a variação da
carga em sistemas de distribuição, assim como a sensibilidade das
perdas para com a variação da carga. Deste modo, através das
estimativas das variações temporais das cargas (ativa e reativa), do
reduzido uso de execuções de fluxo de potência e de um conjunto de
dados históricos de faturamento e de medição, pode-se estimar
indiretamente a variação nas perdas elétricas totais, técnicas e
comerciais com boa precisão. Fazendo uma analogia ao modelo de
confiabilidade estrutural (Load-Strength Interference ou Stress-Strength
Model), pode-se calcular a probabilidade de ocorrência de perdas
comerciais no alimentador e/ou em alguma das sub-redes.
De acordo com a metodologia desenvolvida, quanto maior for o
número de sub-redes (proporcional ao número de medidores instalados),
menor serão as áreas de inspeção, facilitando assim, o trabalho das
equipes de busca, caso seja detectado um elevado índice de perdas
comerciais naquele alimentador.
Os resultados numéricos obtidos a partir da análise dos dados de
medição e de faturamento de três meses com a determinação
probabilística das perdas comerciais, em um alimentador radial de média
capilaridade da região Sul do Brasil, comprovaram o bom desempenho e
robustez da metodologia.
Com a metodologia desenvolvida, a partir de um conjunto de
dados de medição e de faturamento, pode-se identificar as áreas
potenciais com maiores perdas técnicas e/ou perdas comerciais.
Finalmente, ressalta-se a necessidade da investigação das causas
das perdas comerciais, pois somente pelo conhecimento da parcela de
cada uma delas no total das perdas elétricas é que se pode adotar
medidas mais adequadas, buscando sempre os melhores resultados
associados a menores custos.
155

6.3 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Como sugestão para trabalhos futuros, verifica-se a necessidade


de aplicação da metodologia desenvolvida em outros alimentadores,
uma vez que pela impossibilidade de obtenção de dados reais de
medição e faturamento, os testes ficaram restritos a apenas um
alimentador.
Além da análise de outros alimentadores, seria interessante que o
período de medição fosse de pelo menos um ano (doze meses) para se
ter uma melhor representatividade da sazonalidade da carga, decorrente
dos diversos períodos e estações do ano.
Para alimentadores de grande porte, ou até mesmo alimentadores
de médio porte, como foi o caso do alimentador estudado, a utilização
de um número maior de medidores reduziria o tamanho de cada sub-
rede, tornando mais rápida a busca aos possíveis fraudadores. Esta etapa
de aumento do número de medidores na rede vai ao encontro do
conceito de Smart Grids (Redes Inteligentes) de uma forma mais
econômica, pois não é necessário fazer medições em toda a extensão das
redes.
Outras técnicas de fluxo de potência, como fluxo de potência
trifásico e fluxo de potência nebuloso (fuzzy) também poderiam ser
utilizados na metodologia.
Todo o desenvolvimento das Matrizes de Sensibilidade foi
baseado no modelo de carga de potência constante. Uma melhoria à
metodologia seria a formulação dessas mesmas derivadas em relação ao
modelo de carga polinomial (modelo ZIP).
Ainda na metodologia desenvolvida foi utilizada a função
densidade de probabilidade Normal para representar os dados medidos,
de consumo e de perdas. Poder-se-á também verificar a aderência destes
dados a outras funções de densidade de probabilidade, como por
exemplo, aderência às funções Log-normal, Qui-quadrado, Gama, etc.
No lugar da convolução para o cálculo das perdas comerciais, poderia
ser empregada alguma outra técnica, como o método dos cumulantes
(momentos).
Aliada à metodologia desenvolvida, poderia se utilizar técnicas de
mineração de dados (data mining) que, por exemplo, permitiriam
analisar o comportamento dos consumidores nos últimos meses/anos,
possibilitando a identificação de padrões de comportamento da rede e de
consumidores, de maneira a apoiar a gestão da distribuição e também no
apoio à fiscalização, indicando possíveis fraudadores de uma
determinada região e/ou classe de consumo.
156

Neste sentindo, a aplicação de Segmentação ou Clustering do


conjunto de consumidores permitiria agregar consumidores/clientes com
comportamento similares. Em particular, a aplicação de Redes Neurais
Artificiais do tipo Mapas Auto Organizáveis (SOM) facilitaria este tipo
de agrupamento, pois permite uma agregação em classes e subclasses de
forma automática.
Por fim, recomenda-se a implementação da metodologia
desenvolvida, em uma nova interface mais amigável com o usuário
final, em linguagem de programação visual, como Delphi, C++ Builder,
ou outra, ao invés de uma linguagem científica como o MATLAB®.
157

APÊNDICE A – Resultados do Fluxo de Potência - Janeiro

Neste apêndice são apresentados os resultados para o fluxo de


potência para o mês de Janeiro para o alimentador, para a Sub-rede I
(trecho da SE até medidor intermediário) e para a Sub-rede II (trecho a
jusante do medidor intermediário). Ressalta-se que os cálculos são
mensais, no entanto, são calculadas as médias diárias.

• Alimentador:

Cálculo Mensal / Média Diária:


Número de Nós: 368
Demanda Ativa (MW): 2,257997
Demanda Reativa (Mvar): 1,009438
Perda Ativa (kW): 40,840074
Perda Reativa (kvar): 55,259409
Perda Ativa (%): 1,808686
Desvio da Demanda Ativa (kW): 388,627220
Desvio da Perda Ativa Estimado (kW): 20,822359

• Sub-rede I:

Cálculo Mensal / Média Diária:


Número de Nós: 48
Demanda Ativa (MW): 2,267503
Demanda Reativa (Mvar): 1,013687
Perda Ativa (kW): 30,991334
Perda Reativa (kvar): 43,048347
Perda Ativa (%): 1,366760
Desvio da Demanda Ativa (kW): 390,263364
Desvio da Perda Ativa Estimado (kW): 15,329238

• Sub-rede II:

Cálculo Mensal / Média Diária:


Número de Nós: 320
Demanda Ativa (MW): 1,916496
Demanda Reativa (Mvar): 0,799761
Perda Ativa (kW): 9,320138
Perda Reativa (kvar): 10,514288
Perda Ativa (%): 0,486311
Desvio da Demanda Ativa (kW): 324,992704
Desvio da Perda Ativa Estimado (kW): 4,962345
158

Na Tabela 35 são apresentados para cada nó do alimentador


(totalizando 368 nós) os tipos de cabo, as extensões, resistências e
reatâncias do trecho, a potência instalada, e a corrente e a perda técnica
calculadas para o mês de Janeiro.

Tabela 35 – Resultados do fluxo de potência para cada nó – Janeiro.


Extensão Resistência Reatância Potência Corrente Perdas Téc.
Tipo do
Nó do Trecho do Trecho do Trecho Instalada Calculada Calculadas
Cabo
(m) (Ω) (Ω) (kVA) (A) (W)
1 4/0 CA 1.145,471 0,34020 0,48568 0,00 183,581 11.465,624
2 4/0 CA 139,460 0,04142 0,05913 75,00 183,581 1.395,927
3 4/0 CA 233,760 0,06943 0,09911 30,00 182,381 2.309,327
4 4/0 CA 182,565 0,05422 0,07741 0,00 181,900 1.794,072
5 4/0 CA 4,295 0,00128 0,00182 0,00 180,456 41,539
6 4 CA 89,083 0,13398 0,04329 0,00 1,444 0,279
7 4/0 CA 55,420 0,01646 0,02350 0,00 180,456 535,998
8 4 CA 35,690 0,05368 0,01735 45,00 0,722 0,028
9 6 CU 32,833 0,04866 0,01668 45,00 0,722 0,025
10 4/0 CA 31,700 0,00942 0,01344 45,00 179,252 302,515
11 6 CU 26,941 0,03993 0,01369 75,00 1,204 0,058
12 4 CA 36,538 0,05495 0,01776 0,00 0,000 0,000
13 4/0 CA 52,126 0,01548 0,02210 0,00 178,529 493,431
14 4/0 CA 11,874 0,00353 0,00503 0,00 0,000 0,000
15 4/0 CA 11,026 0,00327 0,00468 0,00 0,000 0,000
16 4/0 CA 218,730 0,06496 0,09274 0,00 178,529 2.070,537
17 4/0 CA 57,119 0,01696 0,02422 0,00 177,323 533,413
18 4 CA 30,285 0,04555 0,01472 75,00 1,206 0,066
19 4/0 CA 34,503 0,01025 0,01463 0,00 176,840 320,459
20 4 CA 28,201 0,04241 0,01371 30,00 0,483 0,010
21 4/0 CA 130,360 0,03872 0,05527 45,00 176,840 1.210,772
22 4/0 CA 66,724 0,01982 0,02829 0,00 176,116 614,659
23 4/0 CA 3,462 0,00103 0,00147 0,00 173,700 31,027
24 6 CU 35,584 0,05274 0,01808 150,00 2,416 0,308
25 4/0 CA 191,487 0,05687 0,08119 0,00 171,887 1.680,290
26 4 CA 58,046 0,08730 0,02821 0,00 1,812 0,287
27 4 CA 11,462 0,01724 0,00557 0,00 0,000 0,000
28 4/0 CA 34,807 0,01034 0,01476 0,00 168,259 292,669
29 4 CA 169,226 0,25452 0,08224 0,00 3,629 3,351
30 4 CA 13,458 0,02024 0,00654 112,50 1,812 0,066
31 4/0 CA 29,360 0,00872 0,01245 112,50 167,049 243,332
32 4 CA 13,337 0,02006 0,00648 75,00 1,210 0,029
33 4 CA 34,380 0,05171 0,01671 75,00 1,210 0,076
34 4 CA 31,102 0,04678 0,01512 150,00 2,419 0,274
35 4/0 CA 78,032 0,02318 0,03309 0,00 165,234 632,749
36 4 CA 33,591 0,05052 0,01633 0,00 0,000 0,000
37 4/0 CA 2,333 0,00069 0,00099 0,00 0,000 0,000
38 4/0 CA 173,939 0,05166 0,07375 0,00 162,813 1.369,408
39 4/0 CA 29,829 0,00886 0,01265 75,00 2,421 0,052
40 4/0 CA 102,017 0,03030 0,04326 45,00 162,813 803,173
159

41 4/0 CA 23,354 0,00694 0,00990 0,00 1,210 0,010


42 4/0 CA 222,282 0,06602 0,09425 0,00 162,086 1.734,412
43 4 CA 21,046 0,03165 0,01023 75,00 1,210 0,046
44 4/0 CA 6,914 0,00205 0,00293 0,00 0,000 0,000
45 4/0 CA 14,764 0,00439 0,00626 0,00 1,214 0,006
46 4/0 CA 108,261 0,03215 0,04590 0,00 160,873 832,133
47 4 CA 27,352 0,04114 0,01329 75,00 1,214 0,061
>> Localização do Medidor Intermediário <<
48 4/0 CA 36,430 0,01082 0,01545 112,50 155,287 260,903
49 4/0 CA 62,746 0,01864 0,02660 0,00 5,586 0,581
50 4 CA 35,181 0,05291 0,01710 0,00 0,000 0,000
51 4/0 CA 153,355 0,04555 0,06502 0,00 153,465 1.072,680
52 4/0 CA 69,303 0,02058 0,02938 45,00 3,764 0,292
53 6 CU 17,044 0,02526 0,00866 112,50 1,822 0,084
54 4/0 CA 36,853 0,01095 0,01563 45,00 147,509 238,160
55 4 CA 50,193 0,07549 0,02439 0,00 5,956 2,678
56 4/0 CA 34,756 0,01032 0,01474 0,00 3,036 0,095
57 4/0 CA 80,762 0,02399 0,03424 0,00 146,779 516,765
58 4 CA 96,834 0,14564 0,04706 0,00 2,310 0,777
59 4 CA 10,204 0,01535 0,00496 225,00 3,647 0,204
60 6 CU 52,676 0,07807 0,02676 0,00 1,214 0,115
61 6 CU 18,587 0,02755 0,00944 112,50 1,822 0,091
62 4/0 CA 7,178 0,00213 0,00304 0,00 146,779 45,931
63 4 CA 127,489 0,19174 0,06196 30,00 0,486 0,045
64 4 CA 16,834 0,02532 0,00818 112,50 1,823 0,084
65 6 CU 22,003 0,03261 0,01118 75,00 1,214 0,048
66 4/0 CA 27,598 0,00820 0,01170 0,00 135,710 150,957
67 4 CA 40,712 0,06123 0,01979 0,00 1,216 0,091
68 4 CA 21,293 0,03203 0,01035 0,00 9,853 3,109
69 4 CA 43,304 0,06513 0,02105 0,00 0,000 0,000
70 4 CA 58,560 0,08807 0,02846 0,00 135,710 1.622,079
71 4 CA 32,984 0,04961 0,01603 45,00 1,216 0,073
72 4 CA 27,799 0,04181 0,01351 0,00 8,637 3,119
73 4 CA 57,135 0,08593 0,02777 0,00 1,216 0,127
74 4/0 CA 106,002 0,03148 0,04494 45,00 129,622 528,962
75 2 CA 105,912 0,10040 0,04957 0,00 6,088 3,721
76 4 CA 208,789 0,31402 0,10147 30,00 0,486 0,074
77 4 CA 23,072 0,03470 0,01121 0,00 8,637 2,589
78 4 CA 11,690 0,01758 0,00568 75,00 1,216 0,026
79 4/0 CA 278,368 0,08268 0,11803 112,50 128,891 1.373,475
80 2 CA 149,059 0,14131 0,06976 0,00 2,435 0,838
81 2 CA 15,106 0,01432 0,00707 225,00 3,653 0,191
82 4 CA 56,540 0,08504 0,02748 0,00 0,000 0,000
83 4 CA 36,465 0,05484 0,01772 112,50 7,421 3,020
84 6 CU 21,623 0,03205 0,01098 75,00 1,216 0,047
85 4/0 CA 112,842 0,03351 0,04785 0,00 127,062 541,076
86 2 CA 30,430 0,02885 0,01424 0,00 1,948 0,109
87 2 CA 9,415 0,00893 0,00441 0,00 0,000 0,000
88 2 CA 101,765 0,09647 0,04763 30,00 0,487 0,023
89 4 CA 147,439 0,22175 0,07166 112,50 5,596 6,945
160

90 4/0 CA 75,852 0,02253 0,03216 0,00 116,691 306,757


91 6 CU 5,368 0,00796 0,00273 0,00 3,660 0,107
92 4 CA 20,422 0,03071 0,00993 0,00 6,711 1,383
93 2 CA 86,825 0,08231 0,04063 75,00 1,218 0,122
94 4 CA 33,992 0,05112 0,01652 45,00 0,731 0,027
95 2 CA 34,653 0,03285 0,01622 0,00 0,000 0,000
96 4 CA 287,997 0,43315 0,13997 75,00 3,772 6,161
97 4/0 CA 26,117 0,00776 0,01107 0,00 0,732 0,004
98 4/0 CA 28,152 0,00836 0,01194 0,00 0,000 0,000
99 4/0 CA 38,876 0,01155 0,01648 112,50 115,958 155,252
100 4 CA 46,877 0,07050 0,02278 0,00 3,660 0,945
101 4 CA 4,446 0,00669 0,00216 0,00 0,000 0,000
102 6 CU 8,387 0,01243 0,00426 0,00 0,000 0,000
103 6 CU 56,368 0,08354 0,02863 75,00 6,711 3,762
104 2 CA 37,941 0,03597 0,01776 0,00 0,000 0,000
105 4 CA 31,940 0,04804 0,01552 0,00 2,555 0,314
106 6 CU 66,229 0,09815 0,03364 45,00 0,732 0,053
107 4/0 CA 33,207 0,00986 0,01408 0,00 114,127 128,460
108 4 CA 20,000 0,03008 0,00972 112,50 1,830 0,101
109 2 CA 28,535 0,02705 0,01335 112,50 1,830 0,091
110 6 CU 15,876 0,02353 0,00807 0,00 5,491 0,709
111 4 CA 85,857 0,12913 0,04173 45,00 0,730 0,069
112 4 CA 25,222 0,03793 0,01226 112,50 1,825 0,126
113 6 CU 27,152 0,04024 0,01379 0,00 0,000 0,000
114 4/0 CA 92,033 0,02733 0,03902 75,00 112,296 344,690
115 4/0 CA 51,583 0,01532 0,02187 112,50 1,831 0,051
116 2 CA 92,377 0,08757 0,04323 225,00 3,661 1,173
117 4 CU 41,266 0,00050 0,02022 112,50 1,830 0,002
118 4/0 CA 85,889 0,02551 0,03642 0,00 111,075 314,720
119 4/0 CA 122,184 0,03629 0,05181 112,50 59,818 129,849
120 4/0 CA 35,710 0,01061 0,01514 0,00 5,253 0,293
121 4/0 CA 15,772 0,00468 0,00669 0,00 46,004 9,914
122 4/0 CA 32,102 0,00953 0,01361 0,00 57,985 32,057
123 4 CA 39,855 0,05994 0,01937 0,00 5,253 1,654
124 4/0 CA 6,179 0,00184 0,00262 75,00 42,950 3,385
125 2 CA 51,081 0,04842 0,02391 0,00 0,000 0,000
126 2 CA 48,064 0,04556 0,02249 0,00 3,054 0,425
127 4/0 CA 115,880 0,03442 0,04913 0,00 57,985 115,719
128 4 CA 60,318 0,09072 0,02931 45,00 2,565 0,597
129 4 CA 12,074 0,01816 0,00587 0,00 0,733 0,010
130 4 CA 49,939 0,07511 0,02427 75,00 1,955 0,287
131 4 CA 92,937 0,13978 0,04517 0,00 41,728 243,386
132 2 CA 46,708 0,04428 0,02186 0,00 3,054 0,413
133 4/0 CA 186,399 0,05536 0,07903 75,00 56,152 174,555
134 2 CA 20,896 0,01981 0,00978 0,00 1,833 0,067
135 2 CA 8,667 0,00822 0,00406 0,00 0,000 0,000
136 4 CA 118,198 0,17777 0,05744 0,00 1,832 0,597
137 2 CA 65,488 0,06208 0,03065 45,00 0,733 0,033
138 4 CA 22,844 0,03436 0,01110 0,00 0,733 0,018
139 4/0 CU 34,543 0,00050 0,00050 0,00 41,728 0,871
161

140 2 CA 20,401 0,01934 0,00955 75,00 1,222 0,029


141 4 CA 30,829 0,04637 0,01498 112,50 1,832 0,156
142 4/0 CA 218,586 0,06492 0,09268 75,00 54,930 195,880
143 2 CA 54,461 0,05163 0,02549 0,00 1,833 0,174
144 4 CA 30,497 0,04587 0,01482 112,50 1,832 0,154
145 4 CA 41,155 0,06190 0,02000 0,00 0,000 0,000
146 2 CA 23,865 0,02262 0,01117 0,00 0,733 0,012
147 4/0 CU 19,743 0,00050 0,00050 0,00 36,717 0,674
148 6 CU 27,005 0,04002 0,01372 0,00 0,733 0,022
149 6 CU 14,871 0,02204 0,00755 0,00 4,278 0,403
150 4/0 CA 35,451 0,01053 0,01503 0,00 53,706 30,369
151 2 CA 27,264 0,02585 0,01276 112,50 1,833 0,087
152 2 CA 104,861 0,09941 0,04907 45,00 0,733 0,053
153 4 CA 12,127 0,01824 0,00589 0,00 3,056 0,170
154 4 CA 28,911 0,04348 0,01405 0,00 0,733 0,023
155 4/0 CU 10,351 0,00050 0,00050 112,50 32,928 0,542
156 2 CA 126,710 0,12012 0,05930 45,00 0,733 0,065
157 6 CU 100,512 0,14896 0,05106 112,50 4,278 2,726
158 4/0 CA 65,216 0,01937 0,02765 0,00 0,000 0,000
159 4/0 CA 41,295 0,01226 0,01751 0,00 0,000 0,000
160 4/0 CA 147,381 0,04377 0,06249 0,00 53,706 126,256
161 4 CA 102,098 0,15355 0,04962 112,50 3,056 1,434
162 2 CA 96,876 0,09184 0,04534 45,00 0,733 0,049
163 4/0 CU 115,861 0,00050 0,00050 0,00 31,095 0,483
164 6 CU 32,641 0,04837 0,01658 0,00 2,444 0,289
165 4/0 CA 2,766 0,00082 0,00117 0,00 1,224 0,001
166 4/0 CA 32,632 0,00969 0,01384 0,00 3,181 0,098
167 4/0 CA 19,630 0,00583 0,00832 0,00 49,302 14,171
168 4 CA 32,831 0,04938 0,01596 0,00 1,222 0,074
169 4 CA 47,084 0,07081 0,02288 0,00 26,206 48,634
170 4 CA 124,824 0,18773 0,06066 0,00 1,222 0,280
171 4/0 CU 23,309 0,00050 0,00050 112,50 3,666 0,007
172 6 CU 76,362 0,11317 0,03879 0,00 1,222 0,169
173 6 CU 15,471 0,02293 0,00786 75,00 1,222 0,034
174 4 CA 194,979 0,29325 0,09476 75,00 1,224 0,439
175 4 CA 35,001 0,05264 0,01701 75,00 3,181 0,533
176 4/0 CA 127,830 0,03797 0,05420 0,00 48,568 89,553
177 2 CA 22,029 0,02088 0,01031 45,00 0,734 0,011
178 2 CA 10,339 0,00980 0,00484 0,00 0,000 0,000
179 4 CA 37,570 0,05651 0,01826 0,00 0,000 0,000
180 4 CA 15,956 0,02400 0,00775 75,00 1,222 0,036
181 4 CA 43,987 0,06616 0,02138 0,00 26,206 45,435
182 4/0 CA 30,142 0,00895 0,01278 0,00 1,222 0,013
183 4/0 CU 139,786 0,00050 0,00050 112,50 1,833 0,002
184 6 CU 26,468 0,03923 0,01345 75,00 1,222 0,059
185 4 CA 38,178 0,05742 0,01855 0,00 0,000 0,000
186 4 CA 69,878 0,10510 0,03396 0,00 1,958 0,403
187 4/0 CA 24,882 0,00739 0,01055 0,00 0,000 0,000
188 4 CA 57,380 0,08630 0,02789 75,00 44,284 169,241
189 4 CA 5,835 0,00878 0,00284 0,00 4,283 0,161
162

190 4 CA 26,808 0,04032 0,01303 75,00 10,392 4,354


191 4 CA 24,764 0,03725 0,01204 0,00 13,980 7,280
192 2 CA 27,854 0,02641 0,01304 112,50 1,834 0,089
193 4/0 CA 18,106 0,00538 0,00768 75,00 1,222 0,008
194 4/0 CU 30,766 0,00050 0,00050 0,00 0,000 0,000
195 4 CA 30,861 0,04642 0,01500 45,00 0,734 0,025
196 4 CA 27,877 0,04193 0,01355 75,00 1,224 0,063
197 4 CA 73,630 0,11074 0,03578 0,00 43,060 205,330
198 4/0 CA 29,003 0,00861 0,01230 0,00 4,283 0,158
199 4 CA 32,952 0,04956 0,01601 0,00 9,170 4,167
200 4 CA 102,102 0,15356 0,04962 0,00 13,980 30,014
201 4 CA 32,084 0,04825 0,01559 0,00 43,060 89,472
202 4/0 CA 133,408 0,03962 0,05656 75,00 4,283 0,727
203 4 CA 60,098 0,09039 0,02921 0,00 5,502 2,736
204 4 CA 17,112 0,02574 0,00832 225,00 3,668 0,346
205 4 CA 51,735 0,07781 0,02514 45,00 2,568 0,513
206 4 CA 21,679 0,03261 0,01054 700,00 11,413 4,247
207 4 CA 30,235 0,04547 0,01469 0,00 0,000 0,000
208 4/0 CA 204,244 0,06066 0,08660 45,00 41,223 103,082
209 4 CA 38,279 0,05757 0,01860 112,50 1,837 0,194
210 4/0 CA 85,175 0,02530 0,03611 0,00 3,060 0,237
211 4 CA 40,182 0,06043 0,01953 0,00 3,057 0,565
212 4 CA 14,825 0,02230 0,00720 150,00 2,445 0,133
213 4 CA 25,583 0,03848 0,01243 0,00 1,834 0,129
214 4/0 CA 189,451 0,05627 0,08033 45,00 40,488 92,236
215 4/0 CA 87,721 0,02605 0,03719 112,50 1,836 0,088
216 2 CA 23,824 0,02259 0,01115 0,00 0,000 0,000
217 2 CA 79,780 0,07563 0,03734 0,00 1,224 0,113
218 4 CA 13,304 0,02001 0,00647 0,00 0,000 0,000
219 4 CA 53,253 0,08009 0,02588 112,50 1,834 0,269
220 4 CA 20,987 0,03156 0,01020 0,00 1,223 0,047
221 4 CA 14,798 0,02226 0,00719 112,50 1,834 0,075
222 4/0 CA 120,430 0,03577 0,05106 0,00 39,752 56,522
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226 2 CA 19,255 0,01825 0,00901 75,00 1,223 0,027
227 2 CA 16,966 0,01608 0,00794 0,00 0,000 0,000
228 4/0 CA 11,488 0,00341 0,00487 0,00 25,896 2,288
229 4/0 CA 15,729 0,00467 0,00667 0,00 0,000 0,000
230 4/0 CA 16,568 0,00492 0,00702 0,00 13,856 0,945
231 4/0 CA 84,765 0,02518 0,03594 75,00 25,896 16,883
232 4/0 CA 129,917 0,03859 0,05508 45,00 13,856 7,408
233 4/0 CA 128,942 0,03830 0,05467 0,00 24,670 23,308
234 4/0 CA 199,329 0,05920 0,08452 45,00 13,121 10,192
235 4/0 CA 4,653 0,00138 0,00197 0,00 0,000 0,000
236 1/0 CA 28,430 0,01692 0,01282 0,00 0,000 0,000
237 1/0 CA 45,438 0,02704 0,02049 75,00 24,670 16,455
238 4/0 CA 276,144 0,08201 0,11709 75,00 12,385 12,581
239 1/0 CA 180,967 0,10768 0,08162 0,00 23,445 59,183
163

240 4/0 CA 251,344 0,07465 0,10657 45,00 11,159 9,296


241 1/0 CA 12,410 0,00738 0,00560 45,00 18,907 2,640
242 6 CU 23,388 0,03466 0,01188 0,00 4,538 0,714
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244 4/0 CA 120,367 0,03575 0,05104 0,00 10,424 3,884
245 1/0 CA 127,532 0,07588 0,05752 0,00 18,171 25,054
246 6 CU 190,498 0,28232 0,09677 0,00 4,538 5,814
247 4/0 CA 54,643 0,01623 0,02317 0,00 8,584 1,196
248 2 CA 66,408 0,06295 0,03108 0,00 1,839 0,213
249 1/0 CA 327,905 0,19510 0,14789 30,00 16,944 56,017
250 4 CA 176,912 0,26608 0,08598 0,00 1,226 0,400
251 6 CU 27,719 0,04108 0,01408 45,00 3,802 0,594
252 2 CA 188,137 0,17835 0,08805 45,00 0,736 0,097
253 4 CA 27,069 0,04071 0,01316 0,00 0,000 0,000
254 4 CA 7,013 0,01055 0,00341 0,00 0,736 0,006
255 4/0 CA 67,330 0,02000 0,02855 0,00 7,849 1,232
256 2 CA 23,992 0,02274 0,01123 112,50 1,839 0,077
257 1/0 CA 83,734 0,04982 0,03776 0,00 16,454 13,488
258 4 CA 10,500 0,01579 0,00510 0,00 0,000 0,000
259 4 CA 11,476 0,01726 0,00558 0,00 0,000 0,000
260 4 CA 125,777 0,18917 0,06113 0,00 1,226 0,285
261 6 CU 63,551 0,09418 0,03228 0,00 3,066 0,885
262 4 CA 86,696 0,13039 0,04213 0,00 0,736 0,071
263 4/0 CA 173,071 0,05140 0,07338 45,00 7,849 3,166
264 1/0 CA 28,565 0,01700 0,01288 0,00 5,890 0,590
265 4/0 CA 9,370 0,00278 0,00397 0,00 0,000 0,000
266 4/0 CA 32,706 0,00971 0,01387 0,00 10,563 1,084
267 2 CA 20,429 0,01937 0,00956 75,00 1,226 0,029
268 6 CU 19,615 0,02907 0,00996 0,00 2,576 0,193
269 2 CA 31,583 0,02994 0,01478 0,00 0,491 0,007
270 4 CA 13,973 0,02102 0,00679 0,00 0,000 0,000
271 4 CA 13,322 0,02004 0,00647 0,00 0,000 0,000
272 4 CA 18,442 0,02774 0,00896 45,00 0,736 0,015
273 4/0 CA 315,680 0,09376 0,13385 30,00 7,113 4,744
274 2 CA 173,134 0,16413 0,08103 45,00 5,890 5,695
275 4/0 CA 153,463 0,04558 0,06507 45,00 10,563 5,086
276 6 CU 15,340 0,02273 0,00779 0,00 0,000 0,000
277 6 CU 11,102 0,01645 0,00564 0,00 0,000 0,000
278 6 CU 152,625 0,22619 0,07753 0,00 2,576 1,501
279 2 CA 128,967 0,12226 0,06036 30,00 0,491 0,029
280 4 CA 35,662 0,05364 0,01733 0,00 0,000 0,000
281 4/0 CA 6,039 0,00179 0,00256 0,00 6,622 0,079
282 2 CA 149,334 0,14157 0,06989 0,00 5,154 3,761
283 4/0 CA 150,642 0,04474 0,06387 0,00 9,827 4,321
284 6 CU 77,266 0,11451 0,03925 112,50 1,840 0,388
285 6 CU 14,840 0,02199 0,00754 0,00 0,000 0,000
286 6 CU 144,228 0,21375 0,07327 45,00 0,736 0,116
287 2 CA 43,269 0,04102 0,02025 0,00 0,000 0,000
288 4/0 CA 27,212 0,00808 0,01154 0,00 4,415 0,158
289 4 CA 15,253 0,02294 0,00741 0,00 0,000 0,000
164

290 4 CA 24,298 0,03654 0,01181 0,00 2,208 0,178


291 2 CA 394,738 0,37421 0,18474 0,00 2,454 2,254
292 2 CA 17,680 0,01676 0,00827 0,00 0,000 0,000
293 2 CA 23,500 0,02228 0,01100 0,00 2,700 0,162
294 4/0 CA 184,959 0,05493 0,07842 45,00 9,091 4,540
295 4/0 CA 40,462 0,01202 0,01716 0,00 0,736 0,007
296 6 CU 32,416 0,04804 0,01647 0,00 0,000 0,000
297 6 CU 27,482 0,04073 0,01396 0,00 0,000 0,000
298 4/0 CA 349,772 0,10388 0,14830 45,00 0,736 0,056
299 4 CA 30,320 0,04560 0,01474 225,00 3,679 0,617
300 4 CA 81,090 0,12196 0,03941 0,00 2,208 0,594
301 2 CA 29,504 0,02797 0,01381 30,00 1,963 0,108
302 2 CA 14,352 0,01361 0,00672 0,00 0,000 0,000
303 2 CA 22,050 0,02090 0,01032 0,00 0,491 0,005
304 2 CA 57,396 0,05441 0,02686 45,00 2,700 0,397
305 4/0 CA 36,595 0,01087 0,01552 0,00 8,355 0,759
306 4/0 CA 211,556 0,06283 0,08970 45,00 0,736 0,034
307 4/0 CA 173,460 0,05152 0,07355 0,00 0,000 0,000
308 4 CA 25,350 0,03813 0,01232 0,00 0,736 0,021
309 4 CA 12,743 0,01916 0,00619 0,00 0,000 0,000
310 4 CA 90,969 0,13682 0,04421 45,00 1,472 0,296
311 2 CA 180,097 0,17073 0,08429 0,00 1,473 0,370
312 2 CA 401,985 0,38108 0,18813 30,00 0,491 0,092
313 2 CA 89,416 0,08477 0,04185 0,00 1,963 0,327
314 6 CU 261,735 0,38789 0,13296 0,00 8,355 27,076
315 4/0 CA 33,023 0,00981 0,01400 0,00 0,000 0,000
316 2 CA 281,027 0,26641 0,13152 45,00 0,736 0,144
317 4 CA 359,977 0,54140 0,17495 45,00 0,736 0,293
318 2 CA 92,362 0,08756 0,04323 75,00 1,227 0,132
319 2 CA 35,635 0,03378 0,01668 0,00 0,245 0,002
320 2 CA 31,992 0,03033 0,01497 0,00 0,000 0,000
321 2 CA 21,199 0,02010 0,00992 0,00 0,000 0,000
322 2 CA 19,057 0,01807 0,00892 0,00 0,000 0,000
323 2 CA 185,965 0,17629 0,08703 45,00 1,963 0,680
324 4/0 CA 246,611 0,07324 0,10456 30,00 8,355 5,113
325 4 CA 33,321 0,05012 0,01619 0,00 0,000 0,000
326 2 CA 31,136 0,02952 0,01457 0,00 0,000 0,000
327 2 CA 317,792 0,30127 0,14873 0,00 0,245 0,018
328 2 CA 267,247 0,25335 0,12507 75,00 1,227 0,382
329 4/0 CA 939,324 0,27898 0,39827 30,00 7,864 17,252
330 2 CA 12,550 0,01190 0,00587 0,00 0,000 0,000
331 2 CA 310,580 0,29443 0,14535 15,00 0,245 0,018
332 2 CA 7,424 0,00704 0,00347 0,00 0,000 0,000
333 2 CA 36,921 0,03500 0,01728 0,00 0,000 0,000
334 4/0 CA 271,108 0,08052 0,11495 0,00 7,373 4,377
335 4/0 CA 500,005 0,14850 0,21200 15,00 5,899 5,168
336 4 CA 16,956 0,02550 0,00824 0,00 0,246 0,002
337 4 CA 20,178 0,03035 0,00981 0,00 1,228 0,046
338 4/0 CA 42,447 0,01261 0,01800 0,00 5,654 0,403
339 2 CA 108,472 0,10283 0,05076 15,00 0,246 0,006
165

340 4/0 CA 304,231 0,09036 0,12899 45,00 1,228 0,136


341 6 CU 796,827 1,18090 0,40479 30,00 5,654 37,746
342 2 CA 31,879 0,03022 0,01492 0,00 0,000 0,000
343 4/0 CA 30,943 0,00919 0,01312 0,00 0,491 0,002
344 6 CU 20,577 0,03049 0,01045 0,00 5,162 0,813
345 2 CA 382,614 0,36272 0,17906 30,00 0,491 0,088
346 6 CU 9,468 0,01403 0,00481 0,00 0,000 0,000
347 6 CU 90,086 0,13351 0,04576 0,00 2,212 0,653
348 6 CU 30,316 0,04493 0,01540 0,00 2,950 0,391
349 2 CA 52,003 0,04930 0,02434 0,00 0,000 0,000
350 4 CA 646,378 0,97215 0,31414 0,00 2,212 4,757
351 6 CU 659,351 0,97716 0,33495 45,00 2,950 8,504
352 4 CA 12,988 0,01953 0,00631 0,00 1,475 0,042
353 4 CA 7,648 0,01150 0,00372 0,00 0,000 0,000
354 4 CA 240,761 0,36210 0,11701 45,00 0,737 0,197
355 6 CU 641,099 0,95011 0,32568 0,00 2,213 4,651
356 1/0 CA 651,302 0,38752 0,29374 0,00 1,475 0,843
357 4 CA 49,473 0,07441 0,02404 0,00 0,000 0,000
358 6 CU 71,030 0,10527 0,03608 30,00 1,721 0,312
359 4 CAA 920,871 1,47063 0,48069 30,00 0,492 0,356
360 1/0 CA 55,345 0,03293 0,02496 30,00 0,983 0,032
361 4 CA 1.342,553 2,01920 0,65248 15,00 0,492 0,488
362 6 CU 251,171 0,37224 0,12759 0,00 1,229 0,562
363 1/0 CA 39,969 0,02378 0,01803 0,00 0,492 0,006
364 4 CA 507,587 0,76341 0,24669 15,00 0,246 0,046
365 6 CU 899,427 1,33295 0,45691 0,00 0,000 0,000
366 4 CAA 146,076 0,23328 0,07625 45,00 1,229 0,353
367 4 CA 374,755 0,56363 0,18213 30,00 0,492 0,136
368 4 CAA 739,216 1,18053 0,38587 30,00 0,492 0,285
167

ANEXO A – Enquadramento Legal dos Principais Tipos de Fraudes


e Furtos

Este anexo apresenta o enquadramento legal dos principais tipos


de fraudes e furtos de acordo com o Código Penal Brasileiro
(PAULINO, 2006).
A Tabela 36 mostra alguns casos práticos de furto de energia e
seus respectivos enquadramentos legais, onde a pena pode variar de
reclusão de 2 a 8 anos e multa para o Art. 155 do C.P. (Código Penal
Brasileiro) ou de reclusão de 1 a 5 anos e multa para o Art. 171 do C.P.

Tabela 36 – Tipos de fraudes e furtos comuns em instalações de energia elétrica


e seus respectivos enquadramentos legais.
Tipo de Fraude Enquadramento Legal
Alteração do fundo de escala interno do Art. 155, § 4º, inciso I do C.P. – Furto
circuito eletrônico do medidor, fazendo com Qualificado.
que o mesmo registre valores inferiores ao
consumido.
Manipulação dos ponteiros do medidor, Art. 171 – Estelionato do C.P.
fazendo com que o mesmo registre valores
inferiores ao consumido.
Desvio da corrente em uma ou duas das fases, Art. 155, § 4º, inciso II do C.P.
fazendo com que a corrente dessas fases não
passe pelo medidor.
Fraude na transferência de titularidade. Art. 171 - Estelionato do C.P., sendo
que em alguns casos incide ainda a
falsidade ideológica e documental.
Falsificação do código de barras da conta. Art. 171 - Estelionato do C.P.
Ligação direta, antes do medidor. Art. 155, § 3º do C.P. - Furto Simples.
Violação do lacre do medidor e da caixa Art. 630 (Código Civil) - “Se o
protetora. depósito se entregou fechado, colado,
selado, ou lacrado, nesse mesmo
estado se manterá.”.
Alteração mecânica no tamanho das Art. 155, § 4º, inciso I do C.P. - Furto
engrenagens do medidor, provocando a Qualificado.
redução do registro visualizada através dos
ponteiros.
Alteração do registro do medidor, provocada Art. 155, § 4º, inciso I do C.P. - Furto
por ímã ou qualquer dispositivo que, por Qualificado.
indução magnética, dificulte o giro dos
ponteiros.
Fonte: Paulino (2006)
169

ANEXO B – Método da Soma das Potências (MSP)

Este anexo apresenta o desenvolvimento do fluxo de potência


para redes radiais (sistemas de distribuição) pelo Método da Soma das
Potências – MSP (BROADWATER et al., 1988; BARAN e WU, 1989a;
b; CESPEDES, 1990; SAMBAQUI, 2005).
A Figura 68 apresenta um sistema de distribuição que consiste
somente de um alimentador radial principal, com os respectivos
elementos a serem considerados na obtenção das equações
fundamentais.

Figura 68 – Alimentador com N nós e N ramos.


E(0) E(1) E(2) E(i-1) E(i) E(N-1) E(N)
I(1) I(2) I(i) I(N)
(1) (2) (i) (N)
R(1)+jX(1) R(2)+jX(2) R(i)+jX(i) R(N)+jX(N)
0 1 2 i-1 i N-1 N

P(1) P(2) P(i-1) P(i) P(N-1) P(N)


Q(1) Q(2) Q(i-1) Q(i) Q(N-1) Q(N)

A Figura 69 mostra o equivalente elétrico da Figura 68 onde: E0 é


o módulo de tensão na subestação e E1 é o módulo da tensão no nó
equivalente.

Figura 69 – Equivalente elétrico.


E(0) E(1)
I(1)
(1)

0 R(1) + j X(1) 1
Pac(1) + j Qac(1)

Cálculo das Potências Acumuladas

Segundo a Figura 69, para as potências ativa e reativa totais


acumuladas, têm-se as seguintes equações:

N N

Pac
= 1 ∑ P + ∑ LPac
i i
(97)
=i 1=i 2

N N

Qac
= 1 ∑ Q + ∑ LQac
i i
(98)
=i 1=i 2
170

onde, N é o número total de nós, Pac1 e Qac1 são as demandas ativa e


reativa totais acumuladas no nó 1, Qi e Pi são as demandas ativa e
reativa no nó i, LPaci e LQaci são as perdas de potência ativa e reativa
no ramo i.
Observa-se nas equações (97) e (98) que o total da carga que se
alimenta desde o nó 1 até o final é a carga no nó 1, mais as cargas de
todos os outros nós, mais as perdas de todos os ramos exceto o ramo 1.
As equações (97) e (98) podem ser generalizadas, para o cálculo das
potências acumuladas em cada nó, então, utilizam-se as relações (99) e
(100), quando i < N:

N N

Pac
= i ∑ P + ∑ LPac
j j (99)
j= i j = i +1

N N

Qaci
= ∑ Qj + ∑ LQac j (100)
j= i j = i +1

onde Paci e Qaci são as demandas ativa e reativa acumuladas no nó i.


Quando i = N, tem-se:

Paci = Pi (101)

Qaci = Qi (102)

Lembra-se que, quando i = N, trata-se de um nó final de linha, e


não existem perdas que podem ser acrescentadas, em termos de potência
de um ramo vizinho.

Cálculo das Perdas Ativas e Reativas

As perdas para cada ramo, tanto ativa como reativa, são


calculadas com as seguintes equações:

2 2
Ri .( Paci + Qaci )
LPaci = 2
(103)
Vi
171

2 2
X i .( Paci + Qaci )
LQaci = 2
(104)
Vi

onde Ri e Xi são a resistência e a reatância indutiva, respectivamente, do


i-ésimo ramo e Vi é o módulo de tensão no nó i.

Cálculo das Tensões

As tensões em cada nó são calculadas através da seguinte relação:

4 2
Vi + Ai .Vi + Bi =
0 (105)

onde:

2
Ai = 2.( Paci .Ri + Qaci .X i ) − Vi −1 (106)
e
2 2 2 2
Bi =
( Paci + Qaci ).( Ri + X i ) (107)

cuja solução encontra-se em:

2
A Ai (108)
Vi = − +  i  − Bi
2 2

onde V(i-1) é a magnitude do fasor tensão do extremo transmissor do


ramo i e V(i) é a magnitude do fasor tensão do extremo receptor do ramo
i. Lembrar que somente são reais os valores positivos da solução de
(108) (CESPEDES, 1990).
A equação (108) pode ser reescrita da seguinte forma
(SAMBAQUI, 2005):

(B − Ai )
1
Vi
= 2 (109)
i

onde:

2
Ai = Paci .Ri + Qaci .X i − 0,5.Vi −1 (110)
172

e
 Ai2 − ( Paci2 + Qaci2 ) ⋅ ( Ri2 + X i2 ) 
1
Bi = 2
(111)

Cálculo dos Ângulos das Tensões

Os ângulos das tensões podem ser calculadas conforme a seguinte


equação:

Paci .X i − Qaci .Ri


tg β i = 2
(112)
Paci .Ri + Qaci .X i + Vi

onde βi é a diferença angular entre os fasores Vi-1 e Vi.

Cálculo da Corrente

As correntes em cada ramo são calculadas com a equação:

2 2
Paci + Qaci
Ii = (113)
Vi

onde Ii é a corrente no ramo i.

Cálculo das Perdas Ativa e Reativa

Após a convergência do processo iterativo efetua-se o cálculo das


perdas elétricas ativa e reativa totais do sistema utilizando as equações
(114) e (115):

SLPac = ∑ LPac i
(114)
i =1

SLQac = ∑ LQaci (115)


i =1

onde SLPac e SLQac são as perdas ativa e reativa totais do sistema.


173

Cálculo dos Potências Ativa e Reativa Totais do Sistema

Obtêm-se por fim, as potências ativa e reativa totais do sistema:

Psist
= Pac1 + LPac1 (116)

Qsist
= Qac1 + LQac1 (117)

onde Psist e Qsist são as potências ativa e reativa totais do sistema.


175

ANEXO C – Sensibilidade das Tensões para com a Variação da


Carga

Neste anexo apresenta-se o desenvolvimento da sensibilidade das


tensões para com a variação da carga, conforme elaborado por
Sambaqui (2005).
De acordo com a equação (108) – Anexo B, a tensão em cada nó
da rede pode ser expressa como uma função das potências ativa e reativa
(P e Q) correspondentes, já que os valores da rede são fixos, assim como
seus parâmetros R e X. Estas potências podem ser modeladas como
variáveis aleatórias, p e q de modo a representarem as variações que
acontecem devido à temperatura, à incerteza no processo de previsão de
demanda, etc. Deste modo, a tensão resultante também será modelada
como uma variável aleatória v, a qual é função das variáveis aleatórias:

v = f ( p,q ) (118)

com,

E [ v ] = f ( E [ p ] ,E [ q ] ) (119)

Os valores médios são representados por E [ . ] , e cada desvio de


tensão i pode ser representado por ∆Vi = Vi − E [ v ] . Através da
definição de derivadas parciais, quando escritas para pequenos
incrementos ou através da expansão de Taylor em relação ao ponto
médio, obtém-se:

∂V ∂V
∆Vi = Vi − E [ v ] = ∆Pi + ∆Qi (120)
∂P ∂Q

A finalidade é analisar a influência da variação da carga no


módulo da tensão em cada nó, sendo usual supor que as variáveis p e q
sejam dependentes, estando relacionadas através do fator de potência.
Assim, para análise da representação da variação da carga em sistemas
radiais serão obtidas equações para análise da sensibilidade da tensão
para sistemas radiais considerando não somente a carga própria de cada
nó, mas também as cargas a jusante de cada nó, para sistemas de
distribuição com ramais laterais.
176

Análise da Variação da Tensão para Sistemas Radiais em Relação à


Carga Própria e demais Cargas a Jusante

Para a análise da variação da tensão (sensibilidade) em todos os


nós da rede, dada uma variação de carga em um determinado nó, deve
ser observado que os termos que contêm as derivadas da tensão em
relação ao ponto mais a jusante devem ser convenientemente calculados.
Alguns autores colocam que estas derivadas não são conhecidas a
priori, e que só é possível calculá-las através de um processo de
simulação, aplicando o que se denominou de fluxo de potência
incremental, pois seu cálculo analítico seria “em princípio, uma tarefa
bastante laboriosa”. Esta afirmação se deve, principalmente, ao fato de
muitos autores calcularem o módulo da tensão através de uma equação
biquadrada, o que realmente dificultaria sua derivação.
Contudo, podem ser utilizadas as facilidades da representação
através das expressões compactas (109) a (111) para obter expressões de
sensibilidade, lembrando que os termos P e Q são função também das
cargas a jusante, isto é, P1 = f ( P1 , P2 ,..., Pn ) e Q1 = f ( Q1 ,Q2 ,...,Qn ) .
Assim, para o equivalente elétrico representado na Figura 70 podem ser
calculadas as equações de sensibilidade da tensão conforme segue.

Figura 70 – Equivalente elétrico com um alimentador principal e três nós.

Cálculo das Derivadas para o Primeiro Ponto de Carga

Conforme a Equação (109), a equação obtida para o cálculo da


tensão no nó 1 é dada por:

(B − A1 )
1
V1
= 2 (121)
1

onde,

2
A1 = Pac1 .R1 + Qac1 .X 1 − 0,5.V0 (122)
177

( )( )
1
B1 =  A1 − Pac1 + Qac1 ⋅ R1 + X 1  (123)
2 2 2 2 2 2

Pac1 = P1 + P2 + P3 (124)

Qac1 = Q1 + Q2 + Q3 (125)

Considerando que a Equação (120) representa o reflexo das


variações ∆P e ∆Q na tensão, podem ser calculadas as derivadas da
magnitude da tensão V1 em relação à variação de carga nos nós 1, 2 e 3.
Então, para uma variação de carga no nó 1, a derivada da tensão em
função da potência ativa P1 é dada por:

∂V1 1
∂P1
'
=V1 P 1 =
2.V1
'
( '
⋅ B1 P 1 − A1 P 1 ) (126)

onde,

2
∂A1 ' ∂V
= A1 P=
1
R1 − 0,5 0 (127)
∂P1 ∂P1

∂B1 ' 1  2 1 2 
= B1 P= ⋅  R1 .X 1 .Qac1 − X 1 .Pac1 − R1 .V0 + ∆ 1 P 1  (128)
 
1
∂P1 B1 2

4 2
1 ∂V0 1 ∂V0
∆=
1P1
− ( R .Pac
1 1
+ X 1 .Qac1 ) (129)
8 ∂P1 2 ∂P1

E a derivada em relação à potência reativa Q1 é dada por:

∂V1 1
∂Q1
'
=V1Q 1 =
2V1
'
( '
⋅ B1Q 1 − A1Q 1 ) (130)

onde,
178

2
∂A1 ' ∂V
= A1Q=
1
X 1 − 0,5 0 (131)
∂Q1 ∂Q1

∂B1 ' 1  2 1 2 
= B1Q= ⋅  R1 .X 1 .Pac1 − R1 .Qac1 − X 1 .V0 + ∆ 1Q 1  (132)
 
1
∂Q1 B1 2

4 2
1 ∂V0 1 ∂V0
∆ 1Q
= 1
− ( R Pac
1 1
+ X 1Qac1 ) (133)
8 ∂Q1 2 ∂Q1

Equações análogas podem ser obtidas considerando a variação de


carga no nó 2. Assim, a derivada da tensão no ponto 1 em relação a
potência ativa P2 é dada por:

∂V1 1
∂P2
'

2V1
'
( '
=V1 P 2 = ⋅ B1 P 2 − A1 P 2 ) (134)

onde,

2
∂A1 ' ∂V
= A1 P=
2
R1 − 0,5 0 (135)
∂P2 ∂P2

∂B1 ' 1  2 1 2 
= B1 P= ⋅  R1 .X 1 .Qac1 − X 1 .Pac1 − R1 .V0 + ∆ 1 P 2  (136)
 
2
∂P2 B1 2

4 2
1 ∂V0 1 ∂V0
∆ 1=
P2
− ( R .Pac
1 1
+ X 1 .Qac1 ) (137)
8 ∂P2 2 ∂P2

E a derivada em relação à potência reativa Q2 é dada por:

∂V1 1
∂Q2
'

2V1
'
( '
=V1Q 2 = ⋅ B1Q 2 − A1Q 2 ) (138)

onde,
179

2
∂A1 ' ∂V
= A1Q=
2
X 1 − 0,5 0 (139)
∂Q2 ∂Q2

∂B1 ' 1  2 1 2 
= B1Q= ⋅  R1 .X 1 .Pac1 − R1 .Qac1 − X 1 .V0 + ∆ 1Q 2  (140)
 
2
∂Q2 B1 2

4 2
1 ∂V0 1 ∂V0
∆ 1Q
= 2
− ( R .Pac
1 1
+ X 1 .Qac1 ) (141)
8 ∂Q2 2 ∂Q2

Da mesma forma podem ser obtidas equações para a sensibilidade


da tensão considerando uma variação de carga no nó 3. A derivada desta
tensão em função da potência ativa P3 é:

∂V1 1
∂P3
'
=V1 P 3 =
2V1
'
( '
⋅ B1 P 3 − A1 P 3 ) (142)

onde,

2
∂A1 ' ∂V
= A1 P=
3
R1 − 0,5 0 (143)
∂P3 ∂P3

∂B1 ' 1  2 1 2 
= B1 P= ⋅  R1 .X 1 .Qac1 − X 1 .Pac1 − R1 .V0 + ∆ 1 P 3  (144)
B1  
3
∂P3 2

4 2
1 ∂V0 1 ∂V0
∆ 1=
P3
− ( R .Pac
1 1
+ X 1 .Qac1 ) (145)
8 ∂P3 2 ∂P3

E a derivada em relação à potência reativa Q3 é dada por:

∂V1 1
∂Q3
'

2V1
'
( '
=V1Q 3 = ⋅ B1Q 3 − A1Q 3 ) (146)

onde,
180

2
∂A1 ' ∂V
= A1Q=
3
X 1 − 0,5 0 (147)
∂Q3 ∂Q3

∂B1 ' 1  2 1 2 
= B1Q= ⋅  R1 .X 1 .Pac1 − R1 .Qac1 − X 1 .V0 + ∆ 1Q 3  (148)
 
3
∂Q3 B1 2

4 2
1 ∂V0 1 ∂V0
∆ 1Q
= 3
− ( R .Pac
1 1
+ X 1 .Qac1 ) (149)
8 ∂Q3 2 ∂Q3

Novamente, recordando que V0 é a tensão especificada e


constante na subestação, suas derivadas em relação a quaisquer
potências são nulas.

Cálculo das Derivadas para os Demais Pontos de Carga

Generalizando o conjunto de expressões para os demais nós de


carga, obtém-se:

(B − Ai )
1
Vi
= 2 (150)
i

onde,

2
Ai = Paci .Ri + Qaci .X i − 0,5.Vi −1 (151)

 Ai2 − ( Paci2 + Qaci2 ) ⋅ ( Ri2 + X i2 ) 


1
Bi = 2
(152)

Paci = ∑P i
(153)
i

Qaci = ∑Q i
(154)
i

Assim, as derivadas parciais de V em relação às potências ativa P


e reativa Q em cada nó do sistema são dadas como:
181

∂Vi 1
∂Pj
'
= ViPj =
2Vi
( '
⋅ BiPj − AiPj
'
) ∀i, j ∈ n (155)

∂Vi 1
∂Q j
= ViQj =
'

2Vi
( '
⋅ BiQj − AiQj
'
) ∀i, j ∈ n (156)

Se j ≥ i

2
∂Ai ' ∂V
= AiPj= Ri − 0,5 i −1 (157)
∂Pj ∂Pj

∂Bi ' 1  2 1 2 
= BiPj= ⋅  Ri .Qaci .X i − X i .Paci − Ri .Vi −1 + ∆ iPj  (158)
∂Pj Bi  2 

4 2
1 ∂Vi −1 1 ∂Vi −1
=
∆ iPj − ( R .Pac
i i
+ X i .Qaci ) (159)
8 ∂Pj 2 ∂Pj

2
∂Ai ' ∂V
= AiQj
= X i − 0,5 i −1 (160)
∂Q j ∂Q j

∂Bi ' 1  2 1 2 
= Biqj= ⋅  Ri .Paci .X i − Ri .Qaci − X i .Vi −1 + ∆ iQj  (161)
∂Q j Bi  2 

4 2
1 ∂Vi −1 1 ∂Vi −1
=
∆ iQj − ( R .Pac
i i
+ X i .Qaci ) (162)
8 ∂Q j 2 ∂Q j

Senão, se j < i,

∂Ai ' ∂V 2
= AiPj = −0,5 i −1 (163)
∂Pj ∂Pj
182

∂Bi ' 1
= BiPj= ⋅ ∆ iPj (164)
∂Pj Bi

4 2
1 ∂Vi −1 1 ∂Vi −1
=
∆ iPj − ( Ri .Paci + X i .Qaci ) (165)
8 ∂Pj 2 ∂Pj

2
∂Ai ' ∂Vi −1
= AiQj = −0,5 (166)
∂Q j ∂Q j

∂Bi ' 1
= BiPj= ⋅ ∆ iQj (167)
∂Q j Bi

4 2
1 ∂Vi −1 1 ∂Vi −1
=
∆ iQj − ( R .Pac
i i
+ X i .Qaci ) (168)
8 ∂Q j 2 ∂Q j

Nas derivadas acima, pode-se verificar que as derivadas da tensão


V obtidas em relação ao mesmo ponto de carga são iguais quando
consideradas as cargas a jusante ou somente a carga própria do ponto.
Como será analisado a seguir, o reflexo da variação da tensão do
nó 1, devido a uma variação da potência ativa no nó imediatamente a
jusante (sem a necessidade de outras aproximações ou simulações), será:

∂ [ B − A1 ]
1
' '
∂V1 ∂V1 2
1 B − A1 P 1
≡ = 1 = ⋅ 1P1 (169)
∂P2 ∂P1 ∂P1 2 V1

A expressão acima informa que as derivadas de V1 em relação à


P1 e em relação à P2 são equivalentes, onde a relação entre estas
derivadas (obtidas através de simulação) variam entre 0,998 e 1,001.
Resultados análogos podem ser obtidos para Q1 e Q2.

Análise da Representação da Variação da Carga em Relação aos


Termos Quadráticos

Considerando que u é uma função derivável e α é uma constante,


então:
183

y =u , (α ≠ 0 ) ⇒ y' =
α α −1
α ⋅u ⋅ u' (170)

Com a finalidade de analisar os termos quadráticos da tensão Vi ,


manipula-se adequadamente a equação (109) aplicando a definição da
derivada apresentada acima para a derivação de V12 . Assim:

2
∂Vi −1 ∂Vi −1
= 2Vi −1 (171)
∂Pj ∂Pj

1 ∂ [ B1 − A1 ]
2 2
∂V1 ∂V1 ∂V
≡ = ⋅ = 2 ⋅ V1 ⋅ 1 (172)
∂P2 ∂P1 2 ∂P1 ∂P1

Deste modo, a variação dos termos quadráticos fica em função


apenas da variação do próprio termo. Para a derivação de V14 ,
novamente manipula-se adequadamente a equação (126):

( )
2
 ∂Vi −1 
2
∂Vi −1 ∂ Vi −1
4 2
2 ∂Vi − 1 3 ∂Vi − 1
= = 2.V= i −1
2
2.Vi −1  2.Vi −=
1  4.Vi −1 (173)
∂Pj ∂Pj ∂Pj  ∂Pj  ∂Pj

Aplicando esta expressão para o ponto de carga 2 em relação aos


nós 2 e 3, tem-se a seguinte igualdade:

1 ∂ [ B2 − A2 ]
4 4 2
∂V2 ∂V2 3 ∂V (
≡ = ⋅ =4 ⋅ V2 ⋅ 2
∂P3 ∂P2 2 ∂P2 ∂P2 174)

Análise da Variação da Carga para Sistemas Radias com Ramais


Laterais

Dada a rede de distribuição com ramais laterais apresentada na


Figura 71:
184

Figura 71 – Equivalente elétrico de uma rede com ramais laterais.


6

P6, Q6
0 1 2 3
I1 I2 I3
(1) (2) (3)
SE
R1+jX1 R2+jX2 R3+jX3

P1, Q1 P2, Q2 P3, Q3


4

P4, Q4
5

P5, Q5

Considerando que a maioria dos sistemas radiais de distribuição


apresentam ramais laterais, equações para a análise da sensibilidade da
tensão devem ser obtidas, lembrando que os termos P e Q de cada nó
são função também das cargas a jusante desta (conforme análise
anterior) e observando qual é o nó a montante desta, tendo em vista que
as equações são sempre função desta tensão.
De modo semelhante ao apresentado anteriormente,

2
∂Vi −1 ∂Vi −1
= 2.Vi −1 (175)
∂Pj ∂Pj

( )
2
 ∂Vi −1 
2
∂Vi −1 ∂ Vi −1
4 2
2 ∂Vi − 1 3 ∂Vi − 1
= = 2.V= i −1
2
2.Vi −1  2.Vi −=
1  4.Vi −1 (176)
∂Pj ∂Pj ∂Pj  ∂Pj  ∂Pj

Dessa forma, sendo V0 a tensão especificada e constante na SE


(nó 0), e portanto suas derivadas em relação às potências são nulas, e
considerando que y (170) corresponde ao nó inicial do ramo ao qual o
nó em estudo está conectado, a representação da variação da carga para
sistemas radiais pode ser convenientemente escrita conforme
apresentado abaixo.
Para o primeiro nó do sistema (nó 1) as equações obtidas são:
185

∂Ai '
= A=
iPj
Ri (177)
∂Pj

∂Ai '
= A=iQj
Xi (178)
∂Q j

∂Bi ' 1  2 1 2 
BiPj =
= ⋅  Ri .X i .Qaci − X i .Paci − Ri .Vi −1  (179)
∂Pj Bi  2 

∂Bi ' 1  2 1 2 
Biqj =
= ⋅  Ri .X i .Paci − Ri .Qaci − X i .Vi −1  (180)
∂Q j Bi  2 

∂Vi 1
∂Pj
'
=ViPj =
2Vi
'
( '
⋅ BiPj − AiPj ) (181)

∂Vi 1
∂Q j
'
=ViQj =
2Vi
'
( '
⋅ BiQj − AiQj ) (182)

Para os demais nós do sistema, desde que seja o último nó do


ramal principal ou dos ramais laterais, as equações obtidas são:

Se j = i

∂Ai '
∂Vy
= AiPj = Ri − Vy ⋅ (183)
∂Pj ∂Pj

∂Ai '
∂Vy
= AiQj = X i − Vy ⋅ (184)
∂Q j ∂Q j

∂Bi ' 1  2 1 2 
= BiPj= ⋅  Ri .X i .Qaci − X i .Paci − Ri .Vy + ∆ iPj  (185)
∂Pj Bi  2 
186

1 ∂Vy ∂Vy
− ( Ri .Paci + X i .Qaci ) Vy
3
=
∆ iPj Vy (186)
2 ∂Pj ∂Pj

∂Bi ' 1  2 1 2 
= Biqj= ⋅  Ri .X i .Paci − Ri .Qaci − X i .Vy + ∆ iQj  (187)
∂Q j Bi  2 

1 ∂Vy ∂Vy
− ( Ri .Paci + X i .Qaci ) Vy
3
=
∆ iQj Vy (188)
2 ∂Q j ∂Q j

∂Vi 1
∂Pj
'
=ViPj =
2Vi
'
( '
⋅ BiPj − AiPj ) (189)

∂Vi 1
∂Q j
'
=ViQj =
2Vi
'
( '
⋅ BiQj − AiQj ) (190)

Se j ≠ i

∂Ai '
∂Vy
=AiPj =−Vy ⋅ (191)
∂Pj ∂Pj

∂Ai '
∂Vy
=AiQj =−Vy ⋅ (192)
∂Q j ∂Q j

∂Bi 1  1 3 ∂Vy ∂Vy 


− ( Ri .Paci + X i .Qaci ) Vy
'
BiPj =
= ⋅  Vy  (193)
∂Pj Bi  2 ∂Pj ∂Pj 

∂Bi 1  1 3 ∂Vy ∂Vy 


− ( Ri .Paci + X i .Qaci ) Vy
'
Biqj =
= ⋅  Vy  (194)
∂Q j Bi  2 ∂Q j ∂Q j 

∂Vi 1
∂Pj
'
=ViPj =
2Vi
'
( '
⋅ BiPj − AiPj ) (195)
187

∂Vi 1
∂Q j
'
=ViQj =
2Vi
'
( '
⋅ BiQj − AiQj ) (196)

E para os demais nós as equações obtidas são:

Se j = i

∂Ai '
∂Vy
= AiPj = Ri − Vy ⋅ (197)
∂Pj ∂Pj

∂Ai '
∂Vy
= AiQj = X i − Vy ⋅ (198)
∂Q j ∂Q j

∂Bi ' 1  2 1 2 
= BiPj= ⋅  Ri .X i .Qaci − X i .Paci − Ri .Vy + ∆ iPj  (199)
∂Pj Bi  2 

1 ∂Vy ∂Vy
− ( Ri .Paci + X i .Qaci ) Vy
3
=
∆ iPj Vy (200)
2 ∂Pj ∂Pj

∂Bi ' 1  2 1 2 
= Biqj= ⋅  Ri .X i .Paci − Ri .Qaci − X i .Vy + ∆ iQj  (201)
∂Q j Bi  2 

1 ∂Vy ∂Vy
− ( Ri .Paci + X i .Qaci ) Vy
3
=
∆ iQj Vy (202)
2 ∂Q j ∂Q j

∂Vi 1
∂Pj
'
=ViPj =
2Vi
'
( '
⋅ BiPj − AiPj ) (203)

∂Vi 1
∂Q j
'
=ViQj =
2Vi
'
( '
⋅ BiQj − AiQj ) (204)

Se j ≠ i e j = nó a jusante
188

∂Ai '
∂Vy
= AiPj = Ri − Vy ⋅ (205)
∂Pj ∂Pj

∂Ai '
∂Vy
= AiQj = X i − Vy ⋅ (206)
∂Q j ∂Q j

∂Bi ' 1  2 1 2 
= BiPj= ⋅  Ri .X i .Qaci − X i .Paci − Ri .Vy + ∆ iPj  (207)
∂Pj Bi  2 

1 ∂Vy ∂Vy
− ( Ri .Paci + X i .Qaci ) Vy
3
=
∆ iPj Vy (208)
2 ∂Pj ∂Pj

∂Bi ' 1  2 1 2 
= Biqj= ⋅  Ri .X i .Paci − Ri .Qaci − X i .Vy + ∆ iQj  (209)
∂Q j Bi  2 

1 ∂Vy ∂Vy
− ( Ri .Paci + X i .Qaci ) Vy
3
=
∆ iQj Vy (210)
2 ∂Q j ∂Q j

∂Vi 1
∂Pj
'
=ViPj =
2Vi
'
( '
⋅ BiPj − AiPj ) (211)

∂Vi 1
∂Q j
'
=ViQj =
2Vi
'
( '
⋅ BiQj − AiQj ) (212)

Se j ≠ i e j ≠ nó a jusante

∂Ai '
∂Vy
=AiPj =−Vy ⋅ (213)
∂Pj ∂Pj

∂Ai '
∂Vy
=AiQj =−Vy ⋅ (214)
∂Q j ∂Q j
189

∂Bi 1  1 3 ∂Vy ∂Vy 


− ( Ri .Paci + X i .Qaci ) Vy
'
BiPj =
= ⋅  Vy  (215)
∂Pj Bi  2 ∂Pj ∂Pj 

∂Bi 1  1 3 ∂Vy ∂Vy 


− ( Ri .Paci + X i .Qaci ) Vy
'
Biqj =
= ⋅  Vy  (216)
∂Q j Bi  2 ∂Q j ∂Q j 

∂Vi 1
∂Pj
'
=ViPj =
2Vi
(' '
⋅ BiPj − AiPj ) (217)

∂Vi 1
∂Q j
'
=ViQj =
2Vi
(' '
⋅ BiQj − AiQj ) (218)
191

ANEXO D – Registrador Digital de Perturbação OSC-1000

Neste anexo são apresentados detalhes sobre o equipamento


utilizado para as medições no alimentador piloto e detalhes sobre sua
instalação na subestação e no ponto intermediário.
Os dois medidores utilizados para medições do alimentador piloto
foram da empresa Ecil Informática, modelo OSC-1000 com cartão de 8
entradas analógicas de tensão ou corrente, com taxa de aquisição de
5.760 Hz. Esse medidor é um equipamento digital microprocessado,
desenvolvido para realizar as funções de um Registrador Digital de
Perturbação (RDP). A principal função do OSC-1000 é gerar registros
oscilográficos que são armazenados no formato padrão IEEE
COMTRADE (IEEE, 1999).
A arquitetura do RDP é distribuída, sendo composta por um
módulo de processamento de registros (MR) que se conecta a um
conjunto de cartões de aquisição de sinais analógicos (CA). A
comunicação entre o MR e os cartões de aquisição de dados é feita por
links de fibra ótica, o que garante total isolação elétrica entre cartões e
elevado grau de imunidade a ruídos elétricos e interferências
eletromagnéticas. Suas entradas analógicas possuem transformadores de
instrumentação que permitem medir corrente ou tensão, bastando
especificar via software qual grandeza deve ser monitorada.
Basicamente, três tipos de registros são manipulados pelo OSC-
1000:
• Registros de Curta Duração: são registros compostos por dados
oscilográficos adquiridos com resolução de até 5.760 Hz, com
duração normalmente menor que 10 segundos. Os dados
permitem a visualização das formas de ondas de corrente e
tensão e também dos sinais digitais armazenados pelo
equipamento. Este tipo de registro está basicamente ligado à
análise de faltas no sistema elétrico e do desempenho dos
sistemas de proteção.
• Registros de Longa Duração: são registros compostos por
valores fasoriais (amplitude e ângulo) dos sinais CA 4
(senoidais) e valores instantâneos dos sinais CC 5 com resolução
de até 60 amostras/s. Os fasores são calculados a cada meio
ciclo (com base em janelas de um ciclo deslizante) compondo
registros com taxa de amostragem baixa (por exemplo, 60
4
CA – Corrente Alternada
5
CC – Corrente Contínua
192

amostras/s), visando ter maior duração (tipicamente de até 20


minutos). Além disso, podem ser incluídos dados sobre a
frequência instantânea de algumas tensões de referência. Estes
conjuntos de dados permitem a análise de fenômenos ligados à
estabilidade dos sistemas, tais como oscilações de potência ou
de tensão.
• Registros Históricos: são registros compostos por valores RMS 6
médios de tensão e corrente observados em intervalos
relativamente longos (resolução de até 1 amostra/min.) que são
medidos continuamente. Além destes valores, podem também
ser registradas a frequência e a potência média, calculadas pelo
OSC- 1000. Estes registros geram dados complementares sobre
a operação do sistema e permitem a avaliação dos sistemas de
regulação de tensão, bem como o levantamento de curvas de
carga dos circuitos sob monitoração.

Instalação no Alimentador Piloto

Foram instalados dois medidores no alimentador piloto, sendo um


na subestação (SE) e outro em um ponto intermediário do alimentador.
Cada um dos registradores mediu tensão, corrente, potência ativa e
potência reativa do alimentador por um período de três meses.
Na SE, o medidor foi instalado dentro da cabine de monitoração
da subestação. A instalação efetuada foi do tipo estrela aterrada
(medição com três elementos). O segundo medidor foi instalado em uma
parte intermediária da rede principal, em painel abrigado, utilizando 2
TPs 7 e 2 TCs 8. A instalação foi feita em dois elementos (medição fase-
fase), com o secundário do TP aterrado.
Na Figura 72 à Figura 77, observam-se mais detalhes sobre a
instalação dos equipamentos.

6
RMS – Valor eficaz, que é o valor quadrático médio desse sinal elétrico (em
inglês é chamado de Root Mean Square, ou RMS)
7
TP – Transformador de Potencial
8
TC – Transformador de Corrente
193

Figura 72 – Instalação do RDP na subestação.

Figura 73 – Detalhe da fiação do RDP na subestação.


194

Figura 74 – Instalação de cruzeta em estrutura do alimentador.

Figura 75 – Instalação de TPs e TCs para medição externa em linha viva.


195

Figura 76 – Instalação de TPs e TCs para medição externa.

Figura 77 – Instalação do RDP para medição externa.


197

ANEXO E – Distribuição de Probabilidade Normal Acumulada

Na Tabela 37 e Tabela 38 têm-se os valores para a distribuição de


probabilidade normal acumulada dada pela equação:

z 1

2
−u / 2
Φ( z ) = e du (219)
−∞

198

Tabela 37 – Tabela de Distribuição de Probabilidade Normal Acumulada.


z 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
-3,9 0,000048 0,000046 0,000044 0,000042 0,000041 0,000039 0,000037 0,000036 0,000034 0,000033
-3,8 0,000072 0,000069 0,000067 0,000064 0,000062 0,000059 0,000057 0,000054 0,000052 0,000050
-3,7 0,000108 0,000104 0,000100 0,000096 0,000092 0,000088 0,000085 0,000082 0,000078 0,000075
-3,6 0,000159 0,000153 0,000147 0,000142 0,000136 0,000131 0,000126 0,000121 0,000117 0,000112

-3,5 0,000233 0,000224 0,000216 0,000208 0,000200 0,000193 0,000185 0,000178 0,000172 0,000165
-3,4 0,000337 0,000325 0,000313 0,000302 0,000291 0,000280 0,000270 0,000260 0,000251 0,000242
-3,3 0,000483 0,000466 0,000450 0,000434 0,000419 0,000404 0,000390 0,000376 0,000362 0,000349
-3,2 0,000687 0,000664 0,000641 0,000619 0,000598 0,000577 0,000557 0,000538 0,000519 0,000501
-3,1 0,000968 0,000935 0,000904 0,000874 0,000845 0,000816 0,000789 0,000762 0,000736 0,000711
-3 0,001350 0,001306 0,001264 0,001223 0,001183 0,001144 0,001107 0,001070 0,001035 0,001001

-2,9 0,001866 0,001807 0,001750 0,001695 0,001641 0,001589 0,001538 0,001489 0,001441 0,001395
-2,8 0,002555 0,002477 0,002401 0,002327 0,002256 0,002186 0,002118 0,002052 0,001988 0,001926
-2,7 0,003467 0,003364 0,003264 0,003167 0,003072 0,002980 0,002890 0,002803 0,002718 0,002635
-2,6 0,004661 0,004527 0,004396 0,004269 0,004145 0,004025 0,003907 0,003793 0,003681 0,003573
-2,5 0,006210 0,006037 0,005868 0,005703 0,005543 0,005386 0,005234 0,005085 0,004940 0,004799

-2,4 0,008198 0,007976 0,007760 0,007549 0,007344 0,007143 0,006947 0,006756 0,006569 0,006387
-2,3 0,010724 0,010444 0,010170 0,009903 0,009642 0,009387 0,009137 0,008894 0,008656 0,008424
-2,2 0,013903 0,013553 0,013209 0,012874 0,012545 0,012224 0,011911 0,011604 0,011304 0,011011
-2,1 0,017864 0,017429 0,017003 0,016586 0,016177 0,015778 0,015386 0,015003 0,014629 0,014262
-2 0,022750 0,022216 0,021692 0,021178 0,020675 0,020182 0,019699 0,019226 0,018763 0,018309

-1,9 0,028717 0,028067 0,027429 0,026803 0,026190 0,025588 0,024998 0,024419 0,023852 0,023295
-1,8 0,035930 0,035148 0,034380 0,033625 0,032884 0,032157 0,031443 0,030742 0,030054 0,029379
-1,7 0,044565 0,043633 0,042716 0,041815 0,040930 0,040059 0,039204 0,038364 0,037538 0,036727
-1,6 0,054799 0,053699 0,052616 0,051551 0,050503 0,049471 0,048457 0,047460 0,046479 0,045514
-1,5 0,066807 0,065522 0,064255 0,063008 0,061780 0,060571 0,059380 0,058208 0,057053 0,055917

-1,4 0,080757 0,079270 0,077804 0,076359 0,074934 0,073529 0,072145 0,070781 0,069437 0,068112
-1,3 0,096800 0,095098 0,093418 0,091759 0,090123 0,088508 0,086915 0,085343 0,083793 0,082264
-1,2 0,115070 0,113139 0,111232 0,109349 0,107488 0,105650 0,103835 0,102042 0,100273 0,098525
-1,1 0,135666 0,133500 0,131357 0,129238 0,127143 0,125072 0,123024 0,121000 0,119000 0,117023
-1 0,158655 0,156248 0,153864 0,151505 0,149170 0,146859 0,144572 0,142310 0,140071 0,137857

-0,9 0,184060 0,181411 0,178786 0,176186 0,173609 0,171056 0,168528 0,166023 0,163543 0,161087
-0,8 0,211855 0,208970 0,206108 0,203269 0,200454 0,197663 0,194895 0,192150 0,189430 0,186733
-0,7 0,241964 0,238852 0,235762 0,232695 0,229650 0,226627 0,223627 0,220650 0,217695 0,214764
-0,6 0,274253 0,270931 0,267629 0,264347 0,261086 0,257846 0,254627 0,251429 0,248252 0,245097
-0,5 0,308538 0,305026 0,301532 0,298056 0,294599 0,291160 0,287740 0,284339 0,280957 0,277595

-0,4 0,344578 0,340903 0,337243 0,333598 0,329969 0,326355 0,322758 0,319178 0,315614 0,312067
-0,3 0,382089 0,378280 0,374484 0,370700 0,366928 0,363169 0,359424 0,355691 0,351973 0,348268
-0,2 0,420740 0,416834 0,412936 0,409046 0,405165 0,401294 0,397432 0,393580 0,389739 0,385908
-0,1 0,460172 0,456205 0,452242 0,448283 0,444330 0,440382 0,436441 0,432505 0,428576 0,424655
0 0,500000 0,496011 0,492022 0,488034 0,484047 0,480061 0,476078 0,472097 0,468119 0,464144
199

Tabela 37 – Tabela de Distribuição de Probabilidade Normal Acumulada (cont).


z 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
0 0,500000 0,503989 0,507978 0,511966 0,515953 0,519939 0,523922 0,527903 0,531881 0,535856
0,1 0,539828 0,543795 0,547758 0,551717 0,555670 0,559618 0,563559 0,567495 0,571424 0,575345
0,2 0,579260 0,583166 0,587064 0,590954 0,594835 0,598706 0,602568 0,606420 0,610261 0,614092
0,3 0,617911 0,621720 0,625516 0,629300 0,633072 0,636831 0,640576 0,644309 0,648027 0,651732
0,4 0,655422 0,659097 0,662757 0,666402 0,670031 0,673645 0,677242 0,680822 0,684386 0,687933

0,5 0,691462 0,694974 0,698468 0,701944 0,705401 0,708840 0,712260 0,715661 0,719043 0,722405
0,6 0,725747 0,729069 0,732371 0,735653 0,738914 0,742154 0,745373 0,748571 0,751748 0,754903
0,7 0,758036 0,761148 0,764238 0,767305 0,770350 0,773373 0,776373 0,779350 0,782305 0,785236
0,8 0,788145 0,791030 0,793892 0,796731 0,799546 0,802337 0,805105 0,807850 0,810570 0,813267
0,9 0,815940 0,818589 0,821214 0,823814 0,826391 0,828944 0,831472 0,833977 0,836457 0,838913

1 0,841345 0,843752 0,846136 0,848495 0,850830 0,853141 0,855428 0,857690 0,859929 0,862143
1,1 0,864334 0,866500 0,868643 0,870762 0,872857 0,874928 0,876976 0,879000 0,881000 0,882977
1,2 0,884930 0,886861 0,888768 0,890651 0,892512 0,894350 0,896165 0,897958 0,899727 0,901475
1,3 0,903200 0,904902 0,906582 0,908241 0,909877 0,911492 0,913085 0,914657 0,916207 0,917736
1,4 0,919243 0,920730 0,922196 0,923641 0,925066 0,926471 0,927855 0,929219 0,930563 0,931888

1,5 0,933193 0,934478 0,935745 0,936992 0,938220 0,939429 0,940620 0,941792 0,942947 0,944083
1,6 0,945201 0,946301 0,947384 0,948449 0,949497 0,950529 0,951543 0,952540 0,953521 0,954486
1,7 0,955435 0,956367 0,957284 0,958185 0,959070 0,959941 0,960796 0,961636 0,962462 0,963273
1,8 0,964070 0,964852 0,965620 0,966375 0,967116 0,967843 0,968557 0,969258 0,969946 0,970621
1,9 0,971283 0,971933 0,972571 0,973197 0,973810 0,974412 0,975002 0,975581 0,976148 0,976705

2 0,977250 0,977784 0,978308 0,978822 0,979325 0,979818 0,980301 0,980774 0,981237 0,981691
2,1 0,982136 0,982571 0,982997 0,983414 0,983823 0,984222 0,984614 0,984997 0,985371 0,985738
2,2 0,986097 0,986447 0,986791 0,987126 0,987455 0,987776 0,988089 0,988396 0,988696 0,988989
2,3 0,989276 0,989556 0,989830 0,990097 0,990358 0,990613 0,990863 0,991106 0,991344 0,991576
2,4 0,991802 0,992024 0,992240 0,992451 0,992656 0,992857 0,993053 0,993244 0,993431 0,993613

2,5 0,993790 0,993963 0,994132 0,994297 0,994457 0,994614 0,994766 0,994915 0,995060 0,995201
2,6 0,995339 0,995473 0,995604 0,995731 0,995855 0,995975 0,996093 0,996207 0,996319 0,996427
2,7 0,996533 0,996636 0,996736 0,996833 0,996928 0,997020 0,997110 0,997197 0,997282 0,997365
2,8 0,997445 0,997523 0,997599 0,997673 0,997744 0,997814 0,997882 0,997948 0,998012 0,998074
2,9 0,998134 0,998193 0,998250 0,998305 0,998359 0,998411 0,998462 0,998511 0,998559 0,998605

3 0,998650 0,998694 0,998736 0,998777 0,998817 0,998856 0,998893 0,998930 0,998965 0,998999
3,1 0,999032 0,999065 0,999096 0,999126 0,999155 0,999184 0,999211 0,999238 0,999264 0,999289
3,2 0,999313 0,999336 0,999359 0,999381 0,999402 0,999423 0,999443 0,999462 0,999481 0,999499
3,3 0,999517 0,999534 0,999550 0,999566 0,999581 0,999596 0,999610 0,999624 0,999638 0,999651
3,4 0,999663 0,999675 0,999687 0,999698 0,999709 0,999720 0,999730 0,999740 0,999749 0,999758

3,5 0,999767 0,999776 0,999784 0,999792 0,999800 0,999807 0,999815 0,999822 0,999828 0,999835
3,6 0,999841 0,999847 0,999853 0,999858 0,999864 0,999869 0,999874 0,999879 0,999883 0,999888
3,7 0,999892 0,999896 0,999900 0,999904 0,999908 0,999912 0,999915 0,999918 0,999922 0,999925
3,8 0,999928 0,999931 0,999933 0,999936 0,999938 0,999941 0,999943 0,999946 0,999948 0,999950
3,9 0,999952 0,999954 0,999956 0,999958 0,999959 0,999961 0,999963 0,999964 0,999966 0,999967
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