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UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ POLO ITUMBIARA – UNOPAR

CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS PARA


CONSUMIDORES DO GRUPO A ASSOCIADOS A OPORTUNIDADES
DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E ANÁLISE TARIFÁRIA

EMERSON JOSÉ SILVA

ITUMBIARA
2021
EMERSON JOSÉ SILVA

DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS PARA


CONSUMIDORES DO GRUPO A ASSOCIADOS A OPORTUNIDADES DE
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E ANÁLISE TARIFÁRIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito


parcial para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia
Elétrica.

Orientador: Prof. Abiezer Rdzel Rodrigues Nunes.

ITUMBIARA
2021
SILVA, Emerson José. DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS
PARA CONSUMIDORES DO GRUPO A ASSOCIADOS A OPORTUNIDADES DE
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E ANÁLISE TARIFÁRIA. 40 fls. Trabalho de Conclusão de
Curso Graduação em Engenharia elétrica – Universidade Norte do Paraná Polo Itumbiara,
Itumbiara, 2021.

RESUMO

No cenário atual de aumento da demanda por energia elétrica fomentado pelo desenvolvimento
tecnológico, o Brasil encontrou um empecilho. Ao mesmo tempo em que o consumo écrescente,
o país tem sofrido com o ciclo de chuvas que desde os últimos anos não é suficiente para
abastecer satisfatoriamente os reservatórios das grandes usinas hidrelétricas, o que torna a
geração mais onerosa. Reflexos dessa situação são vistos nas faturas de energia elétrica, cada
vez mais caras ao contar com adicionais do sistema de bandeiras. Em meio a esse contexto, o
presente trabalho tem o objetivo de, a partir de revisão da bibliografia e de um estudo de caso
sobre geração distribuída, investigar a aplicabilidade de geração solar fotovoltaica em clientes
do Grupo A, que contempla os consumidores da maior parte da energia elétrica produzida. Além
disso são investigadas possibilidades de empregar a análise tarifária e melhorias em eficiência
energética como meio de aumentar a viabilidade da geração distribuída. Esse conjunto de ações
é capaz tanto de proporcionar uma oportunidade de economia para o consumidor, quanto um
alívio para o sistema elétrico, já que agora o consumidor passa a alimentar o sistema elétrico e
faz parte da solução para a crise hídrica. Ademais trabalhar a energia solar como um conjunto
de ações, que no caso incluem um diagnóstico energético das instalações do cliente, possibilita
ao integrador solar a possibilidade de ofertar um diferencial em seus projetos. Os resultados
obtidos conferem um saldo positivo ao objeto de estudo deste trabalho, comprovando a
viabilidade da tese aqui explorada.

Palavras-chave: Energia solar fotovoltaica. Eficiência energética. Geração distribuída. Análise


tarifária. Grupo A.
SILVA, Emerson José. SIZING OF PHOTOVOLTAIC SYSTEMS FOR GROUP A
CONSUMERS ASSOCIATED WITH ENERGY EFFICIENCY OPPORTUNITIES AND
BILL ANALYSIS. 40 fls. Trabalho de Conclusão de Curso Graduação em Engenharia elétrica
– Universidade Norte do Paraná Polo Itumbiara, Itumbiara, 2021.

ABSTRACT

In the current scenario of the increase from demand for electricity, fueled by technological
development, Brazil has encountered an obstacle. At the same time that consumption is
growing, the country has suffering with the rainfall cycle that, since the last few years, has not
been enough to supply the reservoirs of large hydroelectric plants, which makes generation
more costly. Reflections of this situation are seen in electricity bills, which are increasingly
more expensive due to the additions of the flag system. In the midst of this context, this work
aims to, from a review of the bibliography and a case study on distributed generation,investigate
the applicability of solar photovoltaic generation in Group A customers, which includes most
consumers. of the electrical energy produced. Furthermore, possibilities of usingtariff analysis
and improvements in energy efficiency are investigated as a means of increasingthe viability of
distributed generation. This set of actions is capable of both providing an opportunity for
savings for the consumer, and a relief for the electrical system, since now the consumer starts
to supply the electrical system and is part of the solution to the water crisis. Furthermore,
working with solar energy as a set of actions, which in this case includes an energydiagnosis of
the client's facilities, enables the solar integrator to offer a differential in their projects. The
results obtained give a positive balance to the object of study of this work, provingthe viability
of the thesis explored here.

Key-words: Photovoltaic solar energy. Energy efficiency. Distributed generation. Bill analysis.
A group.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Modalidades tarifárias.............................................................................................. 15


Figura 2 - Estrutura tarifária ..................................................................................................... 16
Figura 3 - Sistema de Aquecimento Solar ................................................................................ 20
Figura 4 - Potencial fotovoltaico instalado no mundo. ............................................................. 21
Figura 5 - Evolução da potência instalada de geração fotovoltaica no Brasil. ......................... 22
Figura 6 - Da célula ao arranjo. ................................................................................................ 23
Figura 7 - Sistema off grid ........................................................................................................ 24
Figura 8 - Conexão da geração distribuída com a rede ............................................................ 25
Figura 9 - Dados do CRESESB ................................................................................................ 27
Figura 10 - Evolução dos motores elétricos. ............................................................................ 31
Figura 11 - Comparativo entre LED e outras tecnologias. ....................................................... 32
Figura 12 - Média de horas de Sol equivalente por dia na cidade de Itumbiara Go. ................ 36
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Modelo para planilha eletrônica .............................................................................. 18


Tabela 2 - Composição do projeto. ........................................................................................... 36
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica

CICE Comissão Interna de Conservação de Energia

CRESESB Centro de Referência para as Energia Solar e Eólica Sérgio de Brito

GD Geração Distribuída

PROCEL Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica

PRODEM Programa de Desenvolvimento Energético de Estados e Municípios

PROINFA Programa de Incentivo às Fontes Alternativas

SAS Sistemas de Aquecimento Solar

SEP Sistema Elétrico de Potência

SFV Sistemas Fotovoltaicos


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 9
2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 11
3 OBJETIVOS ..................................................................................................................... 12
3.1 GERAL ..................................................................................................................... 12
3.2 ESPECÍFICOS ......................................................................................................... 12
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... 13
4.1 TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA .............................................................. 13
4.1.1 ASPECTOS GERAIS ....................................................................................... 13
4.1.2 ANÁLISE TARIFÁRIA ................................................................................... 16
4.2 ENERGIA SOLAR................................................................................................... 19
4.2.1 ASPECTOS GERAIS ....................................................................................... 19
4.2.2 PROJETOS PARA CONSUMIDORES DO GRUPO A ................................. 26
4.3 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA .................................................................................. 29
5 METODOLOGIA DA PESQUISA .................................................................................. 34
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................... 35
7 CONCLUSÃO .................................................................................................................. 37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 38
9

1 INTRODUÇÃO

No ano de 2001 a população brasileira sofreu com a crise energética, que é lembrada até
o presente como a crise do apagão, nessa ocasião o governo impôs para as concessionárias uma
meta de redução do consumo de energia elétrica. Para quem viveu esse período o apagão é
lembrado pelo desligamento da eletricidade de bairros e cidades por períodos de tempo
determinados com o intuito de cumprir a referida meta.
Não obstante à crise vivida no início do século, devido a ascensão econômica do Brasil
ocorrida desde os últimos anos, o país passa por um contexto de aumento do consumo de
eletricidade, o que trás a ameaça de uma nova crise energética.
Para suprir o aumento do consumo, as usinas termelétricas estão operando com maior
frequência, a fim de complementar a matriz energética nacional. O uso da geração termelétrica,
que é cara por demandar combustíveis fósseis, carrega com si uma solução apenas pontual e
acompanhada de um impacto econômico negativo, o qual se reflete no acréscimo do preço das
tarifas durante a seca.
Na estiagem a geração em termelétricas atinge o seu ápice, devido ao baixo nível de
água nas hidrelétricas, que representam a maior parcela da matriz energética brasileira. A partir
da aplicação do sistema de bandeiras os custos de geração mais onerosos são repassados ao
consumidor final
Esse contexto se mostra positivo para a inserção de novas formas de geração de energia,
como a solar fotovoltaica. Todos os dias nosso planeta recebe energia do sol, uma fonte limpa,
abundante e gratuita, que apesar de pouco aproveitada tem se popularizado. A utilização de
fontes renováveis de geração de energia, no entanto deve ser apenas parte da solução, pois de
nada adianta aumentar a oferta de um recurso se ele não é aproveitado com inteligência. É
importante que a exploração de novas fontes de energia esteja acompanhada de medidas que
promovam a eficiência energética.
Além das vantagens que podem ser obtidas com geração solar distribuída e medidas de
eficiência energética, um trabalho completo acerca de um cliente pertencente ao Grupo A de
fornecimento de energia elétrica pode compreender também a análise tarifária da instalação.
Dessa forma a análise dos contratos de fornecimento de energia pode ser uma estratégia para a
redução de custos operacionais.
O que fundamenta o desenvolvimento da pesquisa não é o tema, e sim uma pergunta
que precisa ser respondida que consiste no problema da pesquisa. A pergunta que este trabalho
10

busca responder é: como elaborar um projeto de geração fotovoltaica distribuída para um


consumidor do Grupo A utilizando a eficiência energética e análise tarifária para alavancar o
projeto?
O objetivo deste projeto consiste em realizar um estudo de caso com o propósito de
elaborar um projeto de geração de energia solar conectada à rede para consumidores do Grupo
A partindo de um caso real. Ao mesmo tempo são buscadas alternativas que visam a eficiência
energética e o correto enquadramento tarifário da instalação, medidas que além de permitirem
a redução dos custos operacionais, podem juntamente com a geração fotovoltaica fazer parte de
um projeto maior que seja ainda mais viável do que se propor uma das medidas citadas de forma
isolada.
Existe um caráter inovador no trabalho, que consiste em aplicar geração distribuída ao
Grupo A, em sua maioria indústrias. Algo ainda pouco comum, atualmente a energia solar está
mais difundida nas residências e no comércio, consumidores normalmente pertencentes ao
Grupo B de fornecimento, o que se justifica pelos valores mais altos das tarifas praticadas, no
entanto a importância desse tipo de projeto aplicado à indústria está no montante de insumo que
esse setor utiliza, logo, em seu grande potencial de economia.
Apesar deste trabalho utilizar um caso real para o dimensionamento de geração
distribuída, não são divulgados aqui nem o nome nem quaisquer dados que permitam a
identificação da indústria que disponibilizou seus dados de consumo de energia elétrica.
Para atingir seu objetivo, o trabalho foi dividido em etapas, que vão desde uma revisão
bibliográfica dos temas aqui abordados, levantamento e análise de dados reais, além da
construção de textos acadêmicos, sendo um desses o texto final do trabalho de conclusão de
curso que será avaliado por uma banca.
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2 JUSTIFICATIVA

Atualmente é recorrente se falar em diversificação da matriz energética nacional que é


prioritariamente hidrelétrica. Ao mesmo tempo existe uma busca por novas tecnologias que
sejam mais eficientes, ou seja, que realizam um mesmo trabalho consumindo menos energia.
Esse contexto foi o motivador da escolha do tema deste trabalho, que consiste em projetar um
sistema de geração fotovoltaica distribuída para um consumidor do Grupo A, aliado a análise
tarifária e ao estudo de possíveis medidas que visem a eficiência energética.
Neste projeto a análise tarifária e as possibilidades de eficiência energética são sugestões
de meios para viabilizar ainda mais os sistemas de geração solar distribuída para consumidores
do Grupo A.
Frente a toda demanda por energia elétrica do país, o setor industrial é o responsável por
consumir uma parte relevante desse montante. Ao mesmo tempo o Brasil é considerado um
ótimo local para a instalação de empreendimentos de geração solar fotovoltaica, devido aos
altos valores de irradiação solar que atingem o país todos os dias. Essas informações dão uma
ideia da relevância do tema abordado nesta pesquisa, uma vez que aqui se propõe a implantação
de geração distribuída e medidas de eficiência energética, que além de serem financeiramente
atrativas vão de encontro a um consumo racional e eficaz.
Além dos benefícios já citados, academicamente este trabalho é relevante tanto com
relação a produção de mais uma fonte de pesquisa sobre o tema, que inclusive não é vasto, dado
que ainda não é tão comum a geração distribuída em consumidores do Grupo A como acontece
para o Grupo B. Outro ponto relevante é a possibilidade de inserção do estudante no mercado
de trabalho através da possibilidade de transformar este projeto em uma profissão no futuro.
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3 OBJETIVOS

Considerando o que fora exposto, são estabelecidos, a seguir, os objetivos deste projeto,
os quais nortearão todas as ações a serem desenvolvidas.

3.1 GERAL

Fazer um estudo da bibliografia já existente sobre como proceder para o projeto de


sistemas de geração fotovoltaica distribuída para consumidores pertencentes ao Grupo A. Além
disso, apresentar oportunidades de ganhos com eficiência energética e até mesmo recontratação
tarifária como meios de agregar benefícios financeiros à geração solar, por conseguinte torna-
la ainda mais praticável.

3.2 ESPECÍFICOS

• Estudar os tipos de consumidores de energia elétrica existentes e os possíveis


enquadramentos tarifários;
• Apresentar uma metodologia para a análise tarifária de consumidores do Grupo A;
• Realizar um estudo sobre como proceder para a elaboração de um projeto de
geração solar distribuída para consumidores pertencentes ao Grupo A, tradicionalmente
composto por indústrias;
• Realizar um estudo sobre eficiência energética em sistemas motrizes e de
iluminação industriais;
• Dimensionar um projeto de geração fotovoltaica distribuída para um consumidor
do Grupo A;
• Apresentar uma metodologia para a busca de possibilidades de ganhos com
eficiência energética em consumidores do Grupo A.
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4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1 TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA

4.1.1 ASPECTOS GERAIS

Como este trabalho tem como população de estudo os consumidores de energia elétrica
do Grupo A, o que fora mencionado em outras etapas do texto, é necessário entender como
funciona o enquadramento tarifário no Brasil.
Um questionamento que para alguns pode ter uma resposta óbvia para outros que
venham a ser leigos com relação ao Sistema Elétrico de Potência (SEP) pode não ser simplório,
que se trata da necessidade das tarifas de energia elétrica e o que as mesmas contemplam.
Segundo Vasconcelos (2016) as tarifas asseguram aos prestadores de serviços receita
suficiente para cobrir seus custos operacionais, além de remunerar investimentos necessários
para garantir um atendimento de qualidade. O repasse nas tarifas, no entanto é orientado por
um órgão regulador. Para se definir as tarifas, de forma que a distribuidora consiga fornecer
energia elétrica com qualidade, são considerados três custos: a energia gerada, o transporte até
as unidades consumidoras (transmissão e distribuição) e os encargos setoriais (PIS/COFINS,
ICMS e CIP).
Com relação à classificação dos consumidores, no Brasil os mesmos são divididos em
dois grupos tarifários, de acordo com o nível de tensão em que são atendidos, Grupo A e Grupo
B (PROCEL, 2011). Cada um desses possui suas particularidades e são ainda divididos em
subgrupos.
No Grupo A, os consumidores são atendidos em média e alta tensão, acima de 2300V.
Em sua maioria indústrias e grandes estabelecimentos comerciais. Dentro deste grupo existem
6 subgrupos, são eles:
• Subgrupo A1 para o nível de tensão de 230 kV ou mais;
• Subgrupo A2 para o nível de tensão de 88 a 138 kV;
• Subgrupo A3 para o nível de tensão de 69 kV;
• Subgrupo A3a para o nível de tensão de 30 a 44 kV;
• Subgrupo A4 para o nível de tensão de 2,3 a 25 kV;
• Subgrupo AS para sistema subterrâneo.
Os consumidores enquadrados nesta categoria estão na modalidade horária azul ou
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horária verde. Outra opção para as unidades consumidoras do Grupo A, cuja potência instalada
do transformador seja igual ou inferior a 112,5 kVA é optar pelo faturamento com aplicação de
tarifa do Grupo B correspondente à respectiva classe (CEMIRIM, 2020). No passado esses
clientes podiam optar também pela modalidade Convencional, que foi extinta em 2018
(SOARES, 2018).
Ainda em relação ao Grupo A, as tarifas praticadas pelas concessionárias variam ao
longo do ano sob influência do ciclo das chuvas, que divide o ano em dois períodos, seco e
úmido. O período seco corresponde a sete ciclos de faturamento consecutivos, referente aos
meses de maio a novembro e o período úmido contempla cinco ciclos de faturamento
consecutivos, referente aos meses de dezembro de um ano e abril do ano seguinte.
No Grupo B, os consumidores são atendidos com tensões abaixo de 2300V. Por exemplo
as residências, lojas, grande parte dos edifícios comercias e imóveis rurais. Esse Grupo é
subdividido em 4 subgrupos:
• Subgrupo B1 – Residencial e residencial baixa renda;
• Subgrupo B2 – Rural e cooperativa de eletrificação rural;
• Subgrupo B3 – Demais classes;
• Subgrupo B4 – Iluminação pública.
As modalidades tarifárias possíveis para este grupo são a convencional monômia e a
horária branca.
Além da diferenciação por grupos e subgrupos, também existe a diferença de valores
cobrados pela energia elétrica de acordo com o horário em que é consumida, a saber:
• Horário de ponta: período diário de 3h consecutivas, com exceção feita aos
sábados, domingos e feriados nacionais;
• Horário intermediário: período de horas conjugadas ao horário de ponta,
aplicado exclusivamente às unidades consumidoras que optem pela Tarifa Branca. Pode variar
de 1h à 1h30 antes e depois do horário de ponta; e
• Horário fora de ponta: período diário composto pelas horas consecutivas e
complementares ao horário de ponta e intermediário.
Existe também o horário especial (conhecido como período reservado), aplicado às
unidades consumidoras da subclasse rural irrigante ou aquicultura.
Para o Grupo A, aplicam-se os horários de ponta e fora ponta. E na Tarifa Branca
aplicada ao Grupo B, aplicam-se os três postos tarifários: ponta, intermediário e fora ponta
(ANEEL, 2020).
Com relação aos consumidores do Grupo A, é importante ressaltar que os mesmos são
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cobrados tanto pelo consumo quanto por sua demanda, que são conceitos diferentes. Segundo
PROCEL (2011) o consumo se refere a quantidade de potência elétrica que é consumida em
um intervalo de tempo enquanto a demanda é a média das potências elétricas ativas ou reativa
solicitadas do sistema elétrico durante um intervalo de tempo especificado. Toda unidade
consumidora paga para ter uma determinada demanda disponível pela concessionária, a qual é
definida em projeto. Ao ultrapassar a demanda contratada, o consumidor é “multado”, tendo
que pagar uma tarifa mais elevada pela parcela que excede o valor contratado.
Quanto às modalidades tarifárias, os consumidores do Grupo A podem contratar a tarifa
horosazonal azul ou a tarifa horosazonal verde, cujas características podem ser observadas na
Figura 1 a seguir.

Figura 1 - Modalidades tarifárias.

Fonte: CERTAJA (2020).

O que diferencia as tarifas verde e azul é a cobrança sobre a demanda, de modo que para
o primeiro caso existe apenas um valor a ser cobrado pela demanda, enquanto na tarifa azul o
cliente tem dois valores de demanda faturados a depender do horário. Além disso a tarifa azul
está disponível para todos os consumidores do Grupo A, enquanto a tarifa verde só pode ser
contratada pelos subgrupos A3a, A4 e AS.
A Figura 2, a seguir, ilustra de forma resumida toda a estrutura tarifária do SEP
brasileiro.
16

Figura 2 - Estrutura tarifária.

Fonte: ENERGÊS (2020).

No caso de grandes consumidores, além das possibilidades apresentadas, esses podem


também optar pelo mercado livre onde as tarifas praticadas costumam ser mais competitivas.
Segundo ENGIE (2021), nessa modalidade os consumidores, comercializadores e as empresas
geradoras podem negociar livremente o fornecimento de energia elétrica, desde que seja
respeitada a regulamentação do setor. Os consumidores não optantes dessa modalidade são
chamados de consumidores cativos, justamente por não terem a opção de escolher seu
fornecedor.

4.1.2 ANÁLISE TARIFÁRIA

O objetivo central deste projeto é dimensionar um projeto de geração solar fotovoltaica


para um cliente do Grupo A, no entanto algumas possibilidades podem ser exploradas a fim de
viabilizar ainda mais a geração solar. Uma dessas possibilidades é a análise tarifária da
instalação, que oportuniza a redução de custos operacionais seja pela recontratação de tarifa ou
de demanda e até mesmo através da correção do fator de potência.
Ao tratar o consumo energético consciente juntamente à geração fotovoltaica, o
comerciante além de oportunizar ainda mais o seu projeto, tem a chance de aumentar seu escopo
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de trabalho perante aos clientes.


Segundo (PROCEL, 2011) a análise da fatura de energia elétrica é o alicerce para a
avaliação de projetos de eficiência energética, que também é um tema contemplado por este
trabalho. A análise abrange a correção do fator de potência, o enquadramento tarifário e a
determinação do valor da demanda contratual.
Sobre o fator de potência de uma instalação, implica-se que a energia ativa é
responsável pela produção de trabalho útil, enquanto a energia reativa é responsável pela
formação de campos elétricos e magnéticos necessários para o funcionamento de alguns
equipamentos (CESAR, 2018).
De acordo com a Resolução 456 da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) as
instalações não podem ter um fator de potência inferior a 0,92 (capacitivo ou indutivo). A
energia reativa capacitiva é medida entre 00:00 e 06:00 enquanto a energia reativa indutiva é
contabilizada no restante do dia.
Para saber se um consumidor está pagando multa devido ao baixo fator de potência,
basta observar em sua fatura se o mesmo está sendo cobrado por UFER, termo que corresponde
a energia reativa excedente. Não existe cobrança para a demanda reativa excedente.
A potência reativa consumida pelos acessantes do grupo A com estrutura tarifária tanto
verde, quanto azul é calculada considerando os horários de ponta e fora de ponta, a Equação (1)
mostra como realizar tais cálculos.

𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑈𝐹𝐸𝑅 = (𝑡𝑎𝑡𝑖𝑓𝑎 𝑈𝐹𝐸𝑅 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎 ∗ 𝑈𝐹𝐸𝑅 𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎) (1)


+ (𝑡𝑎𝑡𝑖𝑓𝑎 𝑈𝐹𝐸𝑅 𝑓𝑜𝑟𝑎 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎 ∗ 𝑈𝐹𝐸𝑅 𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 𝑓𝑜𝑟𝑎 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎)

Outra possibilidade de economia com relação à tarifação se trata da recontratação da


demanda. Quando o consumidor contrata uma demanda menor do que a exigida para suas
necessidades o mesmo irá arcar com uma multa referente ao valor que ultrapassa o acordado
com a concessionária.
Por outro lado, contratando uma demanda acima do maior valor de sua curva de carga,
o cliente estará pagando por uma demanda que ele não irá utilizar, em outras palavras, o cliente
estará perdendo em ambos os casos.
Para uma contratação de demanda assertiva, o que se sugere em (VASCONCELOS,
2016) é que se tenha em mãos um histórico de 36 faturas de energia elétrica. Com esses dados
é possível construir com as demandas mensais medidas uma curva de carga.
A próxima etapa versa sobre identificar o maior valor medido no período, para então
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calcular a demanda contratada ideal, a partir da Equação (2).

𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎
𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑡𝑎𝑑𝑎 = (2)
1,05

O valor 1,05 foi utilizado porque a tolerância de ultrapassagem de demanda é de 5%.


Assim a demanda contratada será 5% menor do que a maior demanda registrada em 3 anos (36
meses), o que deixa a unidade consumidora com um valor de demanda contratada nem muito
acima e nem demasiado abaixo da dinâmica de suas cargas. O ideal é pagar o mínimo possível
na parcela da conta referente a demanda.
No caso de uma unidade consumidora que em determinado período teve 310 kW como
a maior demanda registrada, por exemplo, a sugestão é que a demanda contratada não seja
superior a 295,24 kW.
Segundo a Resolução 456 da ANEEL, o contrato com a concessionária pode ser revisado
anualmente o que permite que o consumidor possa ajustar seu contrato às suas necessidades,
que por sinal mudam com o passar do tempo.
Outra possibilidade de economia em tarifação para integrantes do Grupo A, se trata do
enquadramento tarifário, que contempla escolher de forma precisa entre as tarifas verde ou azul.
Para a análise entre as duas modalidades é recomendável a utilização de uma planilha eletrônica
como a mostrada na Tabela 1.

Tabela 1 - Modelo para planilha eletrônica.


DADOS MENSAIS
MODALIDADE Valor da Tarifa Quantidade
Demanda/Consumo Período Custo ($) Custo
TARIFÁRIA (R$) consumida
* Ponta X = 0,00
* Fora Ponta X = 0,00
Demanda:
* Ultrap.Ponta X = 0,00
* Ultrap.F.Ponta X = 0,00
AZUL 0,00
* Ponta-P.Seco X = 0,00
* Ponta- P.Úmido X = 0,00
Consumo-R$ KWh:
* F.Ponta- P.Seco X = 0,00
* F.Ponta-P.Úmido X = 0,00
* Fora Ponta X = 0,00
Demanda:
* Ultrap.F.Ponta X = 0,00
* Ponta-P.Seco X = 0,00
VERDE 0,00
* Ponta- P.Úmido X = 0,00
Consumo-R$ KWh:
* F.Ponta- P.Seco X = 0,00
* F.Ponta-P.Úmido X = 0,00

Fonte: Autor.

Lançando na tabela os valores das tarifas praticadas e acordo com a concessionária local,
basta que tendo em mãos uma fatura de energia elétrica sejam imputados mês a mês, pelo
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período de tempo desejado, o consumo de energia elétrica e a demanda registrada. Ao observar


o custo calculado para cada modalidade ficará nítida a melhor escolha. É recomendável
observar um período de ao menos 12 meses, já que o perfil de consumo pode variar muito ao
longo do ano, em decorrência principalmente das alterações climáticas de uma estação para
outra.

4.2 ENERGIA SOLAR

4.2.1 ASPECTOS GERAIS

O Sol é uma estrela que está localizada a milhões de quilômetros da Terra, estima-se
que sua idade esteja na casa dos bilhões de anos. Todos os dias ele entrega ao nosso planeta
aproximadamente 1400W/m² (UFRGS, 2008). Se comparada com a linha do tempo do ser
humano a disponibilidade de energia oriunda do Sol pode ser considerada inesgotável. A luz
recebida do astro pode ser convertida em formas de energia aproveitadas pelo homem, tais como
térmica e elétrica.
Com relação a conversão da energia solar em térmica, CRESESB (2014) diz que a
utilização dessa forma de energia depende não só de saber captá-la, mas também armazená-la,
para essa função são largamente utilizados os Sistemas de Aquecimento Solar (SAS), onde
coletores recebem o calor do sol e transferem esse calor para um fluido que circula pelo sistema,
geralmente água ou ar. Sua aplicabilidade compreende desde o simples aquecimento de água
para banho, até o fornecimento de água aquecida para limpeza de hospitais e de ar quente para
a secagem de grãos. A Figura 3 ilustra o funcionamento de um SAS.
20

Figura 3 - Sistema de Aquecimento Solar.

Fonte: BRASSOLAR (2020).

Como a energia térmica não é um dos objetos de estudo deste trabalho, será dada mais
ênfase ao aproveitamento da energia solar para a conversão em eletricidade, através dos
Sistemas Fotovoltaicos (SFV).
Desde o século passado, a tecnologia embarcada nos SFV tem se desenvolvido muito
motivada por questões como a exploração espacial, as crises do petróleo que assombram o
mundo desde a década de setenta e pela busca por recursos energéticos renováveis que
promovam a sustentabilidade.
Associados a esse paradigma, novas legislações, acordos entre países e a construção de
sistemas mais eficientes têm levado a uma popularização dos SFV em todo o mundo, o que se
reflete em um crescimento exponencial da potência instalada em geração fotovoltaica, o que
faz com que essa fonte geradora paulatinamente ocupe um lugar de destaque na matriz
energética mundial. A Figura 4, a seguir, além de ilustrar esse cenário mostra a China como o
21

país com a maior potência instalada no mundo.

Figura 4 - Potencial fotovoltaico instalado no mundo.

Fonte: IRENA (2019)

IRENA (2017) estima que em 2030 a capacidade instalada global em energia solar
fotovoltaica atinja a marca de 1760 GW. Na matriz energética nacional, mesmo que ainda pouco
expressiva, a geração solar fotovoltaica também segue a tendência de popularização no Brasil.
Esse crescimento é motivado há alguns anos por uma série de políticas públicas. Em
1994 foi criado o Programa de Desenvolvimento Energético de Estados e Municípios
(PRODEM), com o objetivo de promover a eletrificação rural, com os SFV sendo a principal
fonte. Em 2002, com o objetivo de aumentar a participação das fontes alternativas na matriz
nacional foi criado o Programa de Incentivo a Fontes Alternativas (PROINFA) (CRESESB,
2014).
Um marco na popularização da energia solar no Brasil foi a Resolução 482/2012 da
ANEEL, a qual foi atualizada para a Resolução 687/2015. Esse documento tornou possível, no
ano de 2012, que o consumidor conectasse um sistema de geração, seja solar ou de qualquer
outra fonte à rede elétrica das concessionárias, através do sistema de compensação, onde é
possível injetar corrente elétrica na rede para gerar créditos, válidos por 60 meses (ANEEL,
2017), que podem ser utilizados para abater no consumo, o qual não deixa de existir, durante as
noites por exemplo.
Antes do marco regulatório, apesar de já existirem sistemas de geração fotovoltaica no
país, esses operavam de forma isolada do SEP, com o intuito de possibilitar, por exemplo, que
a energia elétrica fosse levada a regiões onde a rede de distribuição das concessionárias não
chega.
A Figura 5 mostra o rápido crescimento da potência instalada em empreendimentos de
22

geração solar fotovoltaica no Brasil a partir da criação da Resolução 482/2012.

Figura 5 - Evolução da potência instalada de geração fotovoltaica no Brasil.

Fonte: ABSOLAR (2021).

Visto o contexto global e local acerca dos SFV, é interessante para a compreensão deste
trabalho conhecer minimamente a tecnologia envolvida em tais sistemas.
O princípio da geração de corrente elétrica a partir do sol recebe o nome de efeito
fotovoltaico, observado pela primeira vez por Alexandre Edmond Becquerel no século XIX.
Quando materiais semicondutores são expostos à luz um elétron da banda de valência salta para
a banda de condução. Ao se dispor de cadeias de átomos semicondutores, surge uma corrente
elétrica contínua (PORTAL SOLAR, 2017).
O elemento fundamental de qualquer SFV é a célula fotovoltaica. Através da união de
algumas células é que se constrói um módulo, popularmente chamado de “placa”. Por sua vez
os módulos são dispostos em arranjos (strings), ligados em série ou paralelo, de modo a
conceber uma tensão e uma corrente elétrica específica. A Figura 6 ilustra a montagem de
arranjos através de suas partes fundamentais.
23

Figura 6 - Da célula ao arranjo.

Fonte: Moraes (2020).

O principal semicondutor empregado na fabricação dos módulos é o silício, isso


acontece devido a maior disponibilidade desse elemento na natureza se comparado a seus pares.
Segundo CRESESB (2014) as principais tecnologias empregadas na construção de células
solares, e que correspondem por mais de 85% do mercado, são o silício monocristalino e o
silício policristalino, sendo o primeiro considerado um produto “premium”.
O que diferencia essas duas tecnologias é que no silício monocristalino um único cristal
de silício é utilizado para a produção das células, o que lhes conferem maior eficiência. No caso
do policristalino vários cristais diferentes são fundidos para a produção das células. Apesar de
menos eficientes são os módulos obtidos de silício policristalino que dominam o mercado,
devido ao seu preço ser mais praticável (ELYSIA, 2019).
Dependendo da forma com que o SFV é conectado às cargas, eles podem ser
classificados como isolados (off grid) ou conectados à rede (on grid), além disso podem
funcionar exclusivamente com a fonte solar ou em conjunto com outras fontes de energia,
quando passam a ser chamados de sistemas híbridos.
Os sistemas isolados não são conectados à rede elétrica convencional, seu uso é mais
comum em locais afastados dos centros urbanos, onde a rede de distribuição não tem alcance e
a sua expansão é inviável (CRESESB, 2014). Como a energia solar é intermitente por depender
de fatores climáticos que alteram a disponibilidade da luz solar, na prática a maioria dos
sistemas isolados possuem bancos de baterias recarregáveis como recurso de redundância para
suprir a carga na ausência de radiação solar.
Em um sistema off grid os módulos fotovoltaicos suprem um banco de baterias, que por
sua vez alimentam as cargas após a tensão ser convertida de contínua para alternada. Nesse tipo
de instalação um inversor de frequência opera em conjunto com um controlador de carga para
24

coordenar a dinâmica da corrente elétrica entre gerador, banco de baterias e cargas. A Figura 7
exemplifica um sistema isolado.

Figura 7 - Sistema off grid.

Fonte: ECO (2021).

Os sistemas conectados à rede elétrica, por sua vez funcionam interligados a rede de
distribuição, por isso possuem concepção e dinâmica diferentes dos conjuntos off grid.
Nesse tipo de conexão, que foi regulamentada através da Resolução Normativa
482/2012, os módulos fornecem potência para a rede quando a geração é maior do que o
consumo, gerando créditos ao consumidor. Quando a geração é menor do que o consumo, a
rede de distribuição alimenta as cargas e os créditos anteriormente contabilizados, são abatidos
(ANEEL, 2018).
A medição da potência fornecida e consumida é feita por um medidor bidirecional. No
fechamento da fatura, caso o saldo seja positivo, ele é acumulado e abatido no consumo de
outro mês ou até mesmo de outra unidade consumidora previamente cadastrada, desde que
esteja na mesma área de concessão e seja do mesmo titular, modalidade denominada
autoconsumo remoto (ANEEL, 2018).
Os sistemas on grid ficaram conhecidos como Geração Distribuída (GD), porém esse
25

termo não se refere apenas aos SFV, mas a qualquer tipo de geração descentralizada,
independendo da fonte utilizada.
Um detalhe acerca dos sistemas conectados à rede é que os mesmos não podem operar
ilhados, ou seja, caso falte energia da rede de distribuição o sistema deverá desacoplar-se,
atendendo aos critérios de segurança estabelecidos no PRODIST Módulo 3 Seção 3.7 item 4.3
Rev. 724/2016. O responsável por conectar, desconectar e sincronizar o gerador com rede é o
inversor de frequência.
A Figura 8, a seguir representa de forma simplificada um sistema on grid.
Figura 8 - Conexão da geração distribuída com a rede.

Fonte: Leveros (2020).

Outro aspecto abordado pela Resolução 687/2015 é a classificação da GD conectada à


rede de acordo com a potência instalada do empreendimento. A Normativa define a
microgeração distribuída como uma central geradora de potência instalada menor ou igual a
75kW e minigeração distribuída como uma central geradora com potência instalada superior a
75kW e menor ou igual a 3MW para fontes hídricas ou menor ou igual a 5MW para as demais
fontes (ANEEL, 2017).
26

4.2.2 PROJETOS PARA CONSUMIDORES DO GRUPO A

Um dos objetivos deste trabalho consiste em realizar um estudo sobre como proceder
em projetos de SFV conectados à rede para clientes do Grupo A.
Projetos de SFV para clientes cativos de baixa tensão são bastante simplórios se
comparados a consumidores atendidos em média e alta tensão. Precisando o projetista apenas
conhecer a latitude e a longitude do local que abrigará o sistema, a média anual de consumo da
unidade consumidora e o módulo a ser utilizado. A Equação (3) a seguir pode ser utilizada para
o dimensionamento do projeto.

𝑃𝑓𝑣 = (𝐸𝑚ê𝑠/30)/(𝐻𝑆𝑃 ∗ 𝑇𝐷) (3)

Onde:
𝑃𝑓𝑣 = potência do sistema fotovoltaico (kWp);
𝐸𝑚ê𝑠 = consumo médio de energia elétrica no período de um ano;
𝐻𝑆𝑃 = horas de sol pleno;
𝑇𝐷 = taxa de desempenho do sistema (geralmente arbitrado entre 75 e 85%).
Para obtenção das horas de sol pleno basta que o projetista obtenha através de quaisquer
aplicativos de mapas a latitude e a longitude do local onde serão instalados os módulos.
Em seguida essas informações devem ser lançadas no endereço eletrônico
http://www.cresesb.cepel.br/index.php?section=sundata, que pertence ao Centro de Referência
para as Energia Solar e Eólica Sérgio de Brito (CRESESB). O próprio site retornará com
informações de irradiação solar diária mensal, conforme pode ser visto na Figura 9 para um
exemplo randômico do município de Itumbiara, Goiás.
27

Figura 9 - Dados do CRESESB.

Fonte: CRESESB (2021).

Quando tratamos de clientes do Grupo A, parte-se da premissa de que os consumidores


pertencentes a esse grupo pagam tanto pela energia consumida quanto pela demanda contratada,
diferentemente dos acessantes que integram o Grupo B. Além disso o valor das tarifaspraticadas
é diferente ao longo das 24 horas do dia. Os clientes optantes pelo mercado livre, porsua vez não
podem participar do sistema de compensação, o que não os impede de instalar SFV,entretanto as
regras aplicáveis são diferentes.
Os clientes atendidos em média e alta tensão sempre pagarão a demanda contratada
independente da energia que consumirem e gerarem. A demanda contratual também é um
limitador do SFV, pois ela corresponde ao máximo valor de potência instalada do sistema.
Segundo a Resolução 687/2015 a potência instalada é o menor valor entre a potência nominal
do inversor e a potência dos módulos (ANEEL, 2017).
Ainda sobre a demanda Kikumoto (2019) diz que:
Caso a potência AC do projeto ultrapasse a demanda contratada, o consumidor deve
solicitar o aumento dessa demanda junto à concessionária de energia. Essa solicitação
de aumento deve ocorrer antes da instalação do SFV. Em alguns casos, o aumento da
demanda é negado pela concessionária por razões técnicas.
A compensação da energia injetada deve ocorrer primeiramente no posto tarifário em
que ocorreu a geração. A geração dos sistemas fotovoltaicos ocorre durante o dia, no horário
fora de ponta. A compensação no horário de ponta será realizada com o excedente da
28

compensação fora de ponta de acordo com o fator de correção dado pelas tarifas de energia no
horário de ponta e fora de ponta. A Equação (4) deve ser utilizada para calcular o fator de
correção.

TE Ponta
𝐹𝐶 = (4)
TE Fora Ponta

Onde:
TE Ponta = tarifa de energia cobrada no período de ponta;
TE Fora Ponta = tarifa de energia cobrada no período fora de ponta;
𝐹𝐶 = fator de correção.
Portanto a relação não é de 1:1, o valor gerado fora de ponta corresponde a outro menor
no período de ponta.
Segundo Ayrão (2019) o SFV mais viável para consumidores do Grupo A é aquele
dimensionado para compensação total da energia sem a necessidade de aumento da demanda.
Por conseguinte, esse será o caso abordado neste trabalho acadêmico.
Inicialmente são necessárias as seguintes informações:
• Tipo tarifário;
• Tarifa TE na Ponta;
• Tarifa TE Fora de Ponta;
• Demanda Contratada;
• Consumo Médio na Ponta;
• Consumo Médio Fora de Ponta.
A geração necessária será igual ao consumo médio mensal do período mínimo de 12
meses, sem deixar de levar em consideração o fator de correção. A Equação (5) deve ser
utilizada para o cálculo da geração necessária em kWh/mês.

Geração = Consumo Médio Fora da Ponta + (FC x Consumo Médio na Ponta) (5)

O próximo passo é calcular a potência em corrente contínua que o sistema deve fornecer
para atender o consumo total. Para esse cálculo são considerados de 15 a 25% de perdas para o
sistema. O resultado é a Equação (6) abaixo, cuja unidade é kWp.
29

Geração necessária
Potência CC do sistema FV = ( ) / (Irradiância x (1 – Perdas) (6)
30

Para saber quantos módulos o sistema demandará, basta dividir a


Potência CC do sistema FV pela potência em kWp do módulo utilizado.
O último passo é definir qual a potência total na saída dos inversores em corrente
alternada, considerando que normalmente esses dispositivos são projetados para suportar uma
sobrecarga de até 25% acima de seu valor nominal. No entanto, antes de qualquer projeto deve-
se verificar os manuais dos equipamentos utilizados. A Equação (7) fornece a potência do
sistema em corrente alternada em kW.

Potência CC do sistema FV
Potência CA do sistema FV = (7)
1,25

Para saber quantos inversores serão necessários, basta dividir a


Potência CA do sistema FV pela potência nominal dos dispositivos utilizados no projeto.

4.3 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Outra oportunidade de viabilizar ainda mais um projeto de geração fotovoltaica para um


consumidor do Grupo A, e de fornecer ao cliente um serviço a mais, além da análise tarifária,
é incorporar ao escopo um estudo sobre a eficiência energética das instalações. De nada adianta
aumentar a disponibilidade do recurso energia elétrica, se esse acréscimo não vier acompanhado
de boas práticas de consumo.
O setor industrial, foco deste trabalho, é o destino de grande parte de toda energia
consumida no Brasil (EPE,2020). Estimativas do Programa Nacional de Conservação de
Energia Elétrica (PROCEL) indicam que cerca de 10% da energia gerada no país é
desperdiçada pelos consumidores (DUARTE, 2016). Essas informações juntas dão uma
noção do impacto que podem ter os ganhos em eficiência no setor industrial.
Eficiência energética, ao contrário de uma ideia errônea que pode pairar quando se trata
desse tema, não se trata de simplesmente desligar equipamentos para poupar recursos, nem abrir
mão e praticidades do dia a dia. Um consumo eficiente, no entanto, é um gasto inteligente, em
outras palavras é garantir o mesmo padrão de conforto aos usuários de uma instalação,
utilizando menos recursos para tal.
30

Apesar deste trabalho ser direcionado a questões que envolvam a energia elétrica, vale
a ressalva de que a maioria das oportunidades de economia de energia não estão ligados à
eletricidade, mas sim combustíveis de fornos e caldeiras. Ainda assim, segundo CNI (2009), o
potencial de economia de recursos com energia elétrica é de aproximadamente R$ 6,8
bilhões/ano.
Segundo CELESC (2013), o princípio de um projeto de eficiência se dá com o
diagnóstico energético da instalação e dos equipamentos elétricos. Que se trata de um
levantamento completo das instalações e envolve medidas como:
• Visitas para conhecer a instalação e realizar medições;
• Dividir o consumo por áreas;
• Analisar o histórico de consumo;
• Conhecer a cultura da empresa com relação a investimentos;
• Identificar fatores sazonais que influenciam os hábitos de consumo;
• Determinar um plano de ação para as medidas propostas.
Ademais, CNI (2009) ressalta ótimas oportunidades com relação ao ganho de eficiência
em sistemas motrizes e de iluminação. Como esses conjuntos contemplam equipamentos
genéricos, encontrados em praticamente todo o parque industrial, o trabalho do integrador solar
de identificar o potencial de economia se torna mais simples, logo o mesmo não precisa se
aprofundar em especificidades muito além de sua área de conhecimento. Portanto os esforços
em eficiência energética neste projeto estão concentrados em motores elétricos e iluminação.
WEG (2017) diz que a idade média das instalações industriais é de 17 anos. Com relação
aos sistemas motrizes, pode-se reparar na Figura 10 o quanto 17 anos representam com relação
ao ganho em eficiência dos motores elétricos.
31

Figura 10 - Evolução dos motores elétricos.

Fonte: Revimaq (2015).

No contexto de busca por economia de energia elétrica com equipamentos mais


eficientes, neste caso com motores elétricos, a intenção é propor um plano de troca para os
motores em utilização através da estocagem de motores reserva de alto rendimento, que irão
substituir gradualmente as máquinas utilizadas. Uma boa relação entre motores reserva e em
operação, é ter uma máquina reserva para cada dez em operação.
A fim de melhorar as condições dos sistemas motrizes, algumas alternativas para
encontrar boas opções de máquinas elétricas a serem substituídas por modelos mais eficientes
são:
• Localizar os motores de maior potência na instalação, os quais garantirão um
retorno mais rápido do investimento;
• Medir as correntes em cada fase das máquinas analisadas a fim de encontrar
grandes desequilíbrios que viabilizem a sua troca. Aproveitar as mesmas medições para
localizar motores sobredimensionados com carga abaixo de 60% da nominal (LIMA e
MARTINEZ, 2011);
Outra possibilidade de ganhos em eficiência explorado aqui é a modernização de
sistemas de iluminação, a ideia é substituir todos os sistemas existentes pela tecnologia LED.
A Figura 11 ilustra o quanto a iluminação LED é mais eficiente com relação às demais
tecnologias.
32

Figura 11 - Comparativo entre LED e outras tecnologias.

Fonte: EcoSoli (2019)

Além da potência do LED ser menor para proporcionar a mesma luminosidade que
outras tecnologias mais tradicionais, sua durabilidade é maior, dessa forma, a modernização de
sistemas de iluminação é uma possibilidade de ganho em eficiência com retorno rápido do
capital investido.
AALOK (2019) enumera além do que já fora citado, 11 vantagens da tecnologia LED,
que são:
• Baixo custo de manutenção;
• Não emite calor, o que proporciona redução no uso de ar-condicionado e lhe
proporciona maior eficiência (converte mais de 80% da energia em luz);
• Não emite raios IV e UV;
• Elevado Índice de Reprodução de Cor, até 90, o que aumenta ainda mais a
variedade de aplicações desse tipo de lâmpada;
• Acendimento imediato.
No caso de surgir alguma dúvida quanto ao nível do iluminamento dos ambientes, deve ser
consultada a norma NHO11 da Fundacentro, referência da Norma Regulamentadora 17
(ergonomia) para os níveis mínimos de iluminação.
Caso o consumidor do Grupo A onde o projeto de geração solar fotovoltaica tenha
interesse no case de eficiência energética proposto, é interessante que o projeto não tenha um
fim após a execução das melhorias. O ideal é que ao final do projeto uma comissão seja formada
33

por usuários da instalação para realizar a gestão do uso da energia elétrica fomentando hábitos
de consumo sustentável que reforcem a atuação das melhorias instaladas, para que o
investimento não seja perdido como um efeito do uso irracional de recursos (CELESC, 2013).
Normalmente essa comissão recebe o nome de Comissão Interna de Conservação de Energia
(CICE).
34

5 METODOLOGIA DA PESQUISA

Uma vez que o presente trabalho se trata de um texto acadêmico, o mesmo seguirá o
método científico, o qual estabelece padrões e técnicas necessários para direcionar a pesquisa
para a produção de conhecimentos válidos, inibindo a subjetividade.
Quanto às técnicas de pesquisa, o presente projeto fará uso de duas técnicas, que são:

• Revisão bibliográfica, já que partirá da literatura existente para validar a tese


central do trabalho;
• Estudo de caso, uma vez que focará em contextos da vida real a partir da
coleta e análise de dados para dimensionar um sistema fotovoltaico.
No âmbito da tipologia, esta pesquisa se classifica como exploratória, posto que um
problema será investigado através da coleta de dados reais e de referências bibliográficas já
existentes com o fim de desenvolver um projeto de geração solar distribuída acompanhado de
possibilidades de eficiência energética e reenquadramento tarifário em instalações de
consumidores pertencentes ao Grupo A.
Outros aspectos a serem definidos em uma pesquisa são o universo e a amostra. O
universo compreende o conjunto de elementos que possuem as características do objeto
estudado, enquanto a amostra é uma parte desse universo selecionada. Assim a população
estudada serão os clientes do Grupo A, já a amostra se tratará de um consumidor específico
cujos dados orientam este trabalho.
35

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES

O objetivo central deste trabalho era realizar o projeto de um sistema de geração


fotovoltaica distribuída para um consumidor pertencente ao Grupo A. Além disso, apresentar
oportunidades de ganhos com eficiência energética e até mesmo recontratação tarifária como
meios de agregar benefícios financeiros à geração solar.
O cliente para o qual o projeto foi elaborado, pertence ao grupo A, subgrupo A4, com
nível de tensão de 13,8 kV, optante pela tarifa verde e tem uma demanda contratada de 100 kW.
Ao analisar a possibilidade de se instalar a geração no solo ou no telhado, optou-se pelo solo,
uma vez que o cliente dispõe de área disponível para a instalação e o rendimento do sistema
nessas condições ser maior.
Ao instalar um SFV no solo é possível orientar os módulos para o norte geográfico com
ângulo igual à latitude local, condições ideais que proporcionam o máximo rendimento para
módulos instalados no hemisfério sul. Portanto os módulos estariam instalados com orientação
para o norte geográfico e angulação de 18° a fim de garantir o melhor aproveitamento das
condições do local de instalação.
De acordo com os dados levantados é proposto um sistema de 119,31 kWp de potência
instalada. Quando a geração for maior que o consumo, o cliente pagará um custo mínimo de
disponibilidade da rede elétrica de 100 kW referente ao valor da demanda contratada. Quando
a geração for menor que o consumo, o cliente pagará a diferença entre o que foi gerado e o que
foi consumido, caso não tenha créditos de energia. Mesmo não tendo utilizado a energia elétrica
da concessionária, a mesma disponibilizou toda infraestrutura para abastecer o consumidor,
razão a qual existe esse custo mínimo.
Para o dimensionamento do sistema fotovoltaico conectado à rede elétrica, foi
considerada a irradiação solar diária média da região de Itumbiara, Goiás, conforme Figura 12.
36

Figura 12 - Média de horas de Sol equivalente por dia na cidade de Itumbiara Go.

Fonte: Autor.

Com base nas informações fornecidas e dados obtidos por meio de cálculos, o sistema
proposto para o local é composto dos seguintes equipamentos mostrados na Tabela 2:

Tabela 2 - Composição do projeto.


Produtos Quantidade
Módulos Fotovoltaicos Monocristalinos com potência de 410Wp
291
cada, com certificação “A” no Inmetro. Marca RISEN.
Inversor “On-Grid” Trifásico 380/220V com potência de 50.000 W.
2
Marca Renovigi, modelo B&B Power/Moso.
Suporte solo – fixação galvanizado a fogo vertical. 372
Quadro de proteção elétrico com Disjuntores e DPS. 2
Estimativa de área ocupada pelos módulos, em m². 794
Fonte: Autor.

Os equipamentos relacionados na Tabela 2 possuem garantia. 12 anos contra defeito de


fabricação e 25 anos de garantia linear de produção de 80% para os módulos.12 anos contra
defeitos de fabricação para os inversores. 10 anos contra defeitos de fabricação para as
estruturas.
O valor do investimento a ser pago pelo sistema instalado é de R$ 526.431,20. A
economia anual proporcionada pelo sistema é de R$ 101.527,80, o que confere ao projeto um
retorno do investimento em 5,2 anos. Interessante reparar a segurança do projeto quanto à
garantia do retorno do investimento, dado que o projeto se paga em um período de tempo
inferior às garantias individuais dos equipamentos.
Com a análise dos dados de projeto percebe-se como é viável a instalação de sistemas
fotovoltaicos para clientes pertencentes ao Grupo A. Essa viabilidade pode ser ainda maior
quando se associa o projeto de SFV as metodologias de eficiência energética e análise tarifária
apresentadas.
37

7 CONCLUSÃO

O objetivo deste trabalho de conclusão de curso foi fazer uma revisão bibliográfica sobre
como proceder na elaboração de projetos de geração fotovoltaica distribuída para clientes do
Grupo A. Além de buscar, também na bibliografia existente, formas de utilizar a análise tarifária
e projetos de eficiência energética no referido tipo de consumidor para alavancar a viabilidade
do SFV.
Tão logo é possível afirmar que o objetivo fora atingido. Além das propostas serem
concretizadas, foi visto que a geração distribuída, por si só é vantajosa para clientes do Grupo
A, assim como que melhorias em sistemas motrizes e de iluminação e a análise tarifária desses
consumidores têm grande potencial tanto para viabilizar ainda mais a implantação da geração
fotovoltaica quanto para aumentar o escopo de serviços entregues pelo integrador de energia
solar.
É relevante observar sobre a geração distribuída, que a mesma tem um grande potencial
para a economia de recursos, já que ela aproxima a geração do consumidor, por isso reduz as
perdas em linhas de transmissão e distribuição. O consumidor que instala módulos solares
também conta com alguns benefícios. Além de contribuir com a sustentabilidade, fica menos
vulnerável às altas tarifas adotadas pelas concessionárias de energia elétrica, que contam nos
últimos anos com o agravante do sistema de bandeiras, que deixa as contas mais caras nos
períodos de estiagem, quando as termelétricas complementam a matriz energética nacional.
Não obstante, a partir dos estudos realizados durante a elaboração deste trabalho de
conclusão de curso surgiram curiosidades, destarte é válido registrar como uma sugestão para
trabalhos futuros a investigação sobre projetos de GD para consumidores do mercado livre.
38

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