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ITUMBIARA
2021
EMERSON JOSÉ SILVA
ITUMBIARA
2021
SILVA, Emerson José. DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS
PARA CONSUMIDORES DO GRUPO A ASSOCIADOS A OPORTUNIDADES DE
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E ANÁLISE TARIFÁRIA. 40 fls. Trabalho de Conclusão de
Curso Graduação em Engenharia elétrica – Universidade Norte do Paraná Polo Itumbiara,
Itumbiara, 2021.
RESUMO
No cenário atual de aumento da demanda por energia elétrica fomentado pelo desenvolvimento
tecnológico, o Brasil encontrou um empecilho. Ao mesmo tempo em que o consumo écrescente,
o país tem sofrido com o ciclo de chuvas que desde os últimos anos não é suficiente para
abastecer satisfatoriamente os reservatórios das grandes usinas hidrelétricas, o que torna a
geração mais onerosa. Reflexos dessa situação são vistos nas faturas de energia elétrica, cada
vez mais caras ao contar com adicionais do sistema de bandeiras. Em meio a esse contexto, o
presente trabalho tem o objetivo de, a partir de revisão da bibliografia e de um estudo de caso
sobre geração distribuída, investigar a aplicabilidade de geração solar fotovoltaica em clientes
do Grupo A, que contempla os consumidores da maior parte da energia elétrica produzida. Além
disso são investigadas possibilidades de empregar a análise tarifária e melhorias em eficiência
energética como meio de aumentar a viabilidade da geração distribuída. Esse conjunto de ações
é capaz tanto de proporcionar uma oportunidade de economia para o consumidor, quanto um
alívio para o sistema elétrico, já que agora o consumidor passa a alimentar o sistema elétrico e
faz parte da solução para a crise hídrica. Ademais trabalhar a energia solar como um conjunto
de ações, que no caso incluem um diagnóstico energético das instalações do cliente, possibilita
ao integrador solar a possibilidade de ofertar um diferencial em seus projetos. Os resultados
obtidos conferem um saldo positivo ao objeto de estudo deste trabalho, comprovando a
viabilidade da tese aqui explorada.
ABSTRACT
In the current scenario of the increase from demand for electricity, fueled by technological
development, Brazil has encountered an obstacle. At the same time that consumption is
growing, the country has suffering with the rainfall cycle that, since the last few years, has not
been enough to supply the reservoirs of large hydroelectric plants, which makes generation
more costly. Reflections of this situation are seen in electricity bills, which are increasingly
more expensive due to the additions of the flag system. In the midst of this context, this work
aims to, from a review of the bibliography and a case study on distributed generation,investigate
the applicability of solar photovoltaic generation in Group A customers, which includes most
consumers. of the electrical energy produced. Furthermore, possibilities of usingtariff analysis
and improvements in energy efficiency are investigated as a means of increasingthe viability of
distributed generation. This set of actions is capable of both providing an opportunity for
savings for the consumer, and a relief for the electrical system, since now the consumer starts
to supply the electrical system and is part of the solution to the water crisis. Furthermore,
working with solar energy as a set of actions, which in this case includes an energydiagnosis of
the client's facilities, enables the solar integrator to offer a differential in their projects. The
results obtained give a positive balance to the object of study of this work, provingthe viability
of the thesis explored here.
Key-words: Photovoltaic solar energy. Energy efficiency. Distributed generation. Bill analysis.
A group.
LISTA DE FIGURAS
GD Geração Distribuída
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 9
2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 11
3 OBJETIVOS ..................................................................................................................... 12
3.1 GERAL ..................................................................................................................... 12
3.2 ESPECÍFICOS ......................................................................................................... 12
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... 13
4.1 TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA .............................................................. 13
4.1.1 ASPECTOS GERAIS ....................................................................................... 13
4.1.2 ANÁLISE TARIFÁRIA ................................................................................... 16
4.2 ENERGIA SOLAR................................................................................................... 19
4.2.1 ASPECTOS GERAIS ....................................................................................... 19
4.2.2 PROJETOS PARA CONSUMIDORES DO GRUPO A ................................. 26
4.3 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA .................................................................................. 29
5 METODOLOGIA DA PESQUISA .................................................................................. 34
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................... 35
7 CONCLUSÃO .................................................................................................................. 37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 38
9
1 INTRODUÇÃO
No ano de 2001 a população brasileira sofreu com a crise energética, que é lembrada até
o presente como a crise do apagão, nessa ocasião o governo impôs para as concessionárias uma
meta de redução do consumo de energia elétrica. Para quem viveu esse período o apagão é
lembrado pelo desligamento da eletricidade de bairros e cidades por períodos de tempo
determinados com o intuito de cumprir a referida meta.
Não obstante à crise vivida no início do século, devido a ascensão econômica do Brasil
ocorrida desde os últimos anos, o país passa por um contexto de aumento do consumo de
eletricidade, o que trás a ameaça de uma nova crise energética.
Para suprir o aumento do consumo, as usinas termelétricas estão operando com maior
frequência, a fim de complementar a matriz energética nacional. O uso da geração termelétrica,
que é cara por demandar combustíveis fósseis, carrega com si uma solução apenas pontual e
acompanhada de um impacto econômico negativo, o qual se reflete no acréscimo do preço das
tarifas durante a seca.
Na estiagem a geração em termelétricas atinge o seu ápice, devido ao baixo nível de
água nas hidrelétricas, que representam a maior parcela da matriz energética brasileira. A partir
da aplicação do sistema de bandeiras os custos de geração mais onerosos são repassados ao
consumidor final
Esse contexto se mostra positivo para a inserção de novas formas de geração de energia,
como a solar fotovoltaica. Todos os dias nosso planeta recebe energia do sol, uma fonte limpa,
abundante e gratuita, que apesar de pouco aproveitada tem se popularizado. A utilização de
fontes renováveis de geração de energia, no entanto deve ser apenas parte da solução, pois de
nada adianta aumentar a oferta de um recurso se ele não é aproveitado com inteligência. É
importante que a exploração de novas fontes de energia esteja acompanhada de medidas que
promovam a eficiência energética.
Além das vantagens que podem ser obtidas com geração solar distribuída e medidas de
eficiência energética, um trabalho completo acerca de um cliente pertencente ao Grupo A de
fornecimento de energia elétrica pode compreender também a análise tarifária da instalação.
Dessa forma a análise dos contratos de fornecimento de energia pode ser uma estratégia para a
redução de custos operacionais.
O que fundamenta o desenvolvimento da pesquisa não é o tema, e sim uma pergunta
que precisa ser respondida que consiste no problema da pesquisa. A pergunta que este trabalho
10
2 JUSTIFICATIVA
3 OBJETIVOS
Considerando o que fora exposto, são estabelecidos, a seguir, os objetivos deste projeto,
os quais nortearão todas as ações a serem desenvolvidas.
3.1 GERAL
3.2 ESPECÍFICOS
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Como este trabalho tem como população de estudo os consumidores de energia elétrica
do Grupo A, o que fora mencionado em outras etapas do texto, é necessário entender como
funciona o enquadramento tarifário no Brasil.
Um questionamento que para alguns pode ter uma resposta óbvia para outros que
venham a ser leigos com relação ao Sistema Elétrico de Potência (SEP) pode não ser simplório,
que se trata da necessidade das tarifas de energia elétrica e o que as mesmas contemplam.
Segundo Vasconcelos (2016) as tarifas asseguram aos prestadores de serviços receita
suficiente para cobrir seus custos operacionais, além de remunerar investimentos necessários
para garantir um atendimento de qualidade. O repasse nas tarifas, no entanto é orientado por
um órgão regulador. Para se definir as tarifas, de forma que a distribuidora consiga fornecer
energia elétrica com qualidade, são considerados três custos: a energia gerada, o transporte até
as unidades consumidoras (transmissão e distribuição) e os encargos setoriais (PIS/COFINS,
ICMS e CIP).
Com relação à classificação dos consumidores, no Brasil os mesmos são divididos em
dois grupos tarifários, de acordo com o nível de tensão em que são atendidos, Grupo A e Grupo
B (PROCEL, 2011). Cada um desses possui suas particularidades e são ainda divididos em
subgrupos.
No Grupo A, os consumidores são atendidos em média e alta tensão, acima de 2300V.
Em sua maioria indústrias e grandes estabelecimentos comerciais. Dentro deste grupo existem
6 subgrupos, são eles:
• Subgrupo A1 para o nível de tensão de 230 kV ou mais;
• Subgrupo A2 para o nível de tensão de 88 a 138 kV;
• Subgrupo A3 para o nível de tensão de 69 kV;
• Subgrupo A3a para o nível de tensão de 30 a 44 kV;
• Subgrupo A4 para o nível de tensão de 2,3 a 25 kV;
• Subgrupo AS para sistema subterrâneo.
Os consumidores enquadrados nesta categoria estão na modalidade horária azul ou
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horária verde. Outra opção para as unidades consumidoras do Grupo A, cuja potência instalada
do transformador seja igual ou inferior a 112,5 kVA é optar pelo faturamento com aplicação de
tarifa do Grupo B correspondente à respectiva classe (CEMIRIM, 2020). No passado esses
clientes podiam optar também pela modalidade Convencional, que foi extinta em 2018
(SOARES, 2018).
Ainda em relação ao Grupo A, as tarifas praticadas pelas concessionárias variam ao
longo do ano sob influência do ciclo das chuvas, que divide o ano em dois períodos, seco e
úmido. O período seco corresponde a sete ciclos de faturamento consecutivos, referente aos
meses de maio a novembro e o período úmido contempla cinco ciclos de faturamento
consecutivos, referente aos meses de dezembro de um ano e abril do ano seguinte.
No Grupo B, os consumidores são atendidos com tensões abaixo de 2300V. Por exemplo
as residências, lojas, grande parte dos edifícios comercias e imóveis rurais. Esse Grupo é
subdividido em 4 subgrupos:
• Subgrupo B1 – Residencial e residencial baixa renda;
• Subgrupo B2 – Rural e cooperativa de eletrificação rural;
• Subgrupo B3 – Demais classes;
• Subgrupo B4 – Iluminação pública.
As modalidades tarifárias possíveis para este grupo são a convencional monômia e a
horária branca.
Além da diferenciação por grupos e subgrupos, também existe a diferença de valores
cobrados pela energia elétrica de acordo com o horário em que é consumida, a saber:
• Horário de ponta: período diário de 3h consecutivas, com exceção feita aos
sábados, domingos e feriados nacionais;
• Horário intermediário: período de horas conjugadas ao horário de ponta,
aplicado exclusivamente às unidades consumidoras que optem pela Tarifa Branca. Pode variar
de 1h à 1h30 antes e depois do horário de ponta; e
• Horário fora de ponta: período diário composto pelas horas consecutivas e
complementares ao horário de ponta e intermediário.
Existe também o horário especial (conhecido como período reservado), aplicado às
unidades consumidoras da subclasse rural irrigante ou aquicultura.
Para o Grupo A, aplicam-se os horários de ponta e fora ponta. E na Tarifa Branca
aplicada ao Grupo B, aplicam-se os três postos tarifários: ponta, intermediário e fora ponta
(ANEEL, 2020).
Com relação aos consumidores do Grupo A, é importante ressaltar que os mesmos são
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cobrados tanto pelo consumo quanto por sua demanda, que são conceitos diferentes. Segundo
PROCEL (2011) o consumo se refere a quantidade de potência elétrica que é consumida em
um intervalo de tempo enquanto a demanda é a média das potências elétricas ativas ou reativa
solicitadas do sistema elétrico durante um intervalo de tempo especificado. Toda unidade
consumidora paga para ter uma determinada demanda disponível pela concessionária, a qual é
definida em projeto. Ao ultrapassar a demanda contratada, o consumidor é “multado”, tendo
que pagar uma tarifa mais elevada pela parcela que excede o valor contratado.
Quanto às modalidades tarifárias, os consumidores do Grupo A podem contratar a tarifa
horosazonal azul ou a tarifa horosazonal verde, cujas características podem ser observadas na
Figura 1 a seguir.
O que diferencia as tarifas verde e azul é a cobrança sobre a demanda, de modo que para
o primeiro caso existe apenas um valor a ser cobrado pela demanda, enquanto na tarifa azul o
cliente tem dois valores de demanda faturados a depender do horário. Além disso a tarifa azul
está disponível para todos os consumidores do Grupo A, enquanto a tarifa verde só pode ser
contratada pelos subgrupos A3a, A4 e AS.
A Figura 2, a seguir, ilustra de forma resumida toda a estrutura tarifária do SEP
brasileiro.
16
𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎
𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑡𝑎𝑑𝑎 = (2)
1,05
Fonte: Autor.
Lançando na tabela os valores das tarifas praticadas e acordo com a concessionária local,
basta que tendo em mãos uma fatura de energia elétrica sejam imputados mês a mês, pelo
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O Sol é uma estrela que está localizada a milhões de quilômetros da Terra, estima-se
que sua idade esteja na casa dos bilhões de anos. Todos os dias ele entrega ao nosso planeta
aproximadamente 1400W/m² (UFRGS, 2008). Se comparada com a linha do tempo do ser
humano a disponibilidade de energia oriunda do Sol pode ser considerada inesgotável. A luz
recebida do astro pode ser convertida em formas de energia aproveitadas pelo homem, tais como
térmica e elétrica.
Com relação a conversão da energia solar em térmica, CRESESB (2014) diz que a
utilização dessa forma de energia depende não só de saber captá-la, mas também armazená-la,
para essa função são largamente utilizados os Sistemas de Aquecimento Solar (SAS), onde
coletores recebem o calor do sol e transferem esse calor para um fluido que circula pelo sistema,
geralmente água ou ar. Sua aplicabilidade compreende desde o simples aquecimento de água
para banho, até o fornecimento de água aquecida para limpeza de hospitais e de ar quente para
a secagem de grãos. A Figura 3 ilustra o funcionamento de um SAS.
20
Como a energia térmica não é um dos objetos de estudo deste trabalho, será dada mais
ênfase ao aproveitamento da energia solar para a conversão em eletricidade, através dos
Sistemas Fotovoltaicos (SFV).
Desde o século passado, a tecnologia embarcada nos SFV tem se desenvolvido muito
motivada por questões como a exploração espacial, as crises do petróleo que assombram o
mundo desde a década de setenta e pela busca por recursos energéticos renováveis que
promovam a sustentabilidade.
Associados a esse paradigma, novas legislações, acordos entre países e a construção de
sistemas mais eficientes têm levado a uma popularização dos SFV em todo o mundo, o que se
reflete em um crescimento exponencial da potência instalada em geração fotovoltaica, o que
faz com que essa fonte geradora paulatinamente ocupe um lugar de destaque na matriz
energética mundial. A Figura 4, a seguir, além de ilustrar esse cenário mostra a China como o
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IRENA (2017) estima que em 2030 a capacidade instalada global em energia solar
fotovoltaica atinja a marca de 1760 GW. Na matriz energética nacional, mesmo que ainda pouco
expressiva, a geração solar fotovoltaica também segue a tendência de popularização no Brasil.
Esse crescimento é motivado há alguns anos por uma série de políticas públicas. Em
1994 foi criado o Programa de Desenvolvimento Energético de Estados e Municípios
(PRODEM), com o objetivo de promover a eletrificação rural, com os SFV sendo a principal
fonte. Em 2002, com o objetivo de aumentar a participação das fontes alternativas na matriz
nacional foi criado o Programa de Incentivo a Fontes Alternativas (PROINFA) (CRESESB,
2014).
Um marco na popularização da energia solar no Brasil foi a Resolução 482/2012 da
ANEEL, a qual foi atualizada para a Resolução 687/2015. Esse documento tornou possível, no
ano de 2012, que o consumidor conectasse um sistema de geração, seja solar ou de qualquer
outra fonte à rede elétrica das concessionárias, através do sistema de compensação, onde é
possível injetar corrente elétrica na rede para gerar créditos, válidos por 60 meses (ANEEL,
2017), que podem ser utilizados para abater no consumo, o qual não deixa de existir, durante as
noites por exemplo.
Antes do marco regulatório, apesar de já existirem sistemas de geração fotovoltaica no
país, esses operavam de forma isolada do SEP, com o intuito de possibilitar, por exemplo, que
a energia elétrica fosse levada a regiões onde a rede de distribuição das concessionárias não
chega.
A Figura 5 mostra o rápido crescimento da potência instalada em empreendimentos de
22
Visto o contexto global e local acerca dos SFV, é interessante para a compreensão deste
trabalho conhecer minimamente a tecnologia envolvida em tais sistemas.
O princípio da geração de corrente elétrica a partir do sol recebe o nome de efeito
fotovoltaico, observado pela primeira vez por Alexandre Edmond Becquerel no século XIX.
Quando materiais semicondutores são expostos à luz um elétron da banda de valência salta para
a banda de condução. Ao se dispor de cadeias de átomos semicondutores, surge uma corrente
elétrica contínua (PORTAL SOLAR, 2017).
O elemento fundamental de qualquer SFV é a célula fotovoltaica. Através da união de
algumas células é que se constrói um módulo, popularmente chamado de “placa”. Por sua vez
os módulos são dispostos em arranjos (strings), ligados em série ou paralelo, de modo a
conceber uma tensão e uma corrente elétrica específica. A Figura 6 ilustra a montagem de
arranjos através de suas partes fundamentais.
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coordenar a dinâmica da corrente elétrica entre gerador, banco de baterias e cargas. A Figura 7
exemplifica um sistema isolado.
Os sistemas conectados à rede elétrica, por sua vez funcionam interligados a rede de
distribuição, por isso possuem concepção e dinâmica diferentes dos conjuntos off grid.
Nesse tipo de conexão, que foi regulamentada através da Resolução Normativa
482/2012, os módulos fornecem potência para a rede quando a geração é maior do que o
consumo, gerando créditos ao consumidor. Quando a geração é menor do que o consumo, a
rede de distribuição alimenta as cargas e os créditos anteriormente contabilizados, são abatidos
(ANEEL, 2018).
A medição da potência fornecida e consumida é feita por um medidor bidirecional. No
fechamento da fatura, caso o saldo seja positivo, ele é acumulado e abatido no consumo de
outro mês ou até mesmo de outra unidade consumidora previamente cadastrada, desde que
esteja na mesma área de concessão e seja do mesmo titular, modalidade denominada
autoconsumo remoto (ANEEL, 2018).
Os sistemas on grid ficaram conhecidos como Geração Distribuída (GD), porém esse
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termo não se refere apenas aos SFV, mas a qualquer tipo de geração descentralizada,
independendo da fonte utilizada.
Um detalhe acerca dos sistemas conectados à rede é que os mesmos não podem operar
ilhados, ou seja, caso falte energia da rede de distribuição o sistema deverá desacoplar-se,
atendendo aos critérios de segurança estabelecidos no PRODIST Módulo 3 Seção 3.7 item 4.3
Rev. 724/2016. O responsável por conectar, desconectar e sincronizar o gerador com rede é o
inversor de frequência.
A Figura 8, a seguir representa de forma simplificada um sistema on grid.
Figura 8 - Conexão da geração distribuída com a rede.
Um dos objetivos deste trabalho consiste em realizar um estudo sobre como proceder
em projetos de SFV conectados à rede para clientes do Grupo A.
Projetos de SFV para clientes cativos de baixa tensão são bastante simplórios se
comparados a consumidores atendidos em média e alta tensão. Precisando o projetista apenas
conhecer a latitude e a longitude do local que abrigará o sistema, a média anual de consumo da
unidade consumidora e o módulo a ser utilizado. A Equação (3) a seguir pode ser utilizada para
o dimensionamento do projeto.
Onde:
𝑃𝑓𝑣 = potência do sistema fotovoltaico (kWp);
𝐸𝑚ê𝑠 = consumo médio de energia elétrica no período de um ano;
𝐻𝑆𝑃 = horas de sol pleno;
𝑇𝐷 = taxa de desempenho do sistema (geralmente arbitrado entre 75 e 85%).
Para obtenção das horas de sol pleno basta que o projetista obtenha através de quaisquer
aplicativos de mapas a latitude e a longitude do local onde serão instalados os módulos.
Em seguida essas informações devem ser lançadas no endereço eletrônico
http://www.cresesb.cepel.br/index.php?section=sundata, que pertence ao Centro de Referência
para as Energia Solar e Eólica Sérgio de Brito (CRESESB). O próprio site retornará com
informações de irradiação solar diária mensal, conforme pode ser visto na Figura 9 para um
exemplo randômico do município de Itumbiara, Goiás.
27
compensação fora de ponta de acordo com o fator de correção dado pelas tarifas de energia no
horário de ponta e fora de ponta. A Equação (4) deve ser utilizada para calcular o fator de
correção.
TE Ponta
𝐹𝐶 = (4)
TE Fora Ponta
Onde:
TE Ponta = tarifa de energia cobrada no período de ponta;
TE Fora Ponta = tarifa de energia cobrada no período fora de ponta;
𝐹𝐶 = fator de correção.
Portanto a relação não é de 1:1, o valor gerado fora de ponta corresponde a outro menor
no período de ponta.
Segundo Ayrão (2019) o SFV mais viável para consumidores do Grupo A é aquele
dimensionado para compensação total da energia sem a necessidade de aumento da demanda.
Por conseguinte, esse será o caso abordado neste trabalho acadêmico.
Inicialmente são necessárias as seguintes informações:
• Tipo tarifário;
• Tarifa TE na Ponta;
• Tarifa TE Fora de Ponta;
• Demanda Contratada;
• Consumo Médio na Ponta;
• Consumo Médio Fora de Ponta.
A geração necessária será igual ao consumo médio mensal do período mínimo de 12
meses, sem deixar de levar em consideração o fator de correção. A Equação (5) deve ser
utilizada para o cálculo da geração necessária em kWh/mês.
Geração = Consumo Médio Fora da Ponta + (FC x Consumo Médio na Ponta) (5)
O próximo passo é calcular a potência em corrente contínua que o sistema deve fornecer
para atender o consumo total. Para esse cálculo são considerados de 15 a 25% de perdas para o
sistema. O resultado é a Equação (6) abaixo, cuja unidade é kWp.
29
Geração necessária
Potência CC do sistema FV = ( ) / (Irradiância x (1 – Perdas) (6)
30
Potência CC do sistema FV
Potência CA do sistema FV = (7)
1,25
Apesar deste trabalho ser direcionado a questões que envolvam a energia elétrica, vale
a ressalva de que a maioria das oportunidades de economia de energia não estão ligados à
eletricidade, mas sim combustíveis de fornos e caldeiras. Ainda assim, segundo CNI (2009), o
potencial de economia de recursos com energia elétrica é de aproximadamente R$ 6,8
bilhões/ano.
Segundo CELESC (2013), o princípio de um projeto de eficiência se dá com o
diagnóstico energético da instalação e dos equipamentos elétricos. Que se trata de um
levantamento completo das instalações e envolve medidas como:
• Visitas para conhecer a instalação e realizar medições;
• Dividir o consumo por áreas;
• Analisar o histórico de consumo;
• Conhecer a cultura da empresa com relação a investimentos;
• Identificar fatores sazonais que influenciam os hábitos de consumo;
• Determinar um plano de ação para as medidas propostas.
Ademais, CNI (2009) ressalta ótimas oportunidades com relação ao ganho de eficiência
em sistemas motrizes e de iluminação. Como esses conjuntos contemplam equipamentos
genéricos, encontrados em praticamente todo o parque industrial, o trabalho do integrador solar
de identificar o potencial de economia se torna mais simples, logo o mesmo não precisa se
aprofundar em especificidades muito além de sua área de conhecimento. Portanto os esforços
em eficiência energética neste projeto estão concentrados em motores elétricos e iluminação.
WEG (2017) diz que a idade média das instalações industriais é de 17 anos. Com relação
aos sistemas motrizes, pode-se reparar na Figura 10 o quanto 17 anos representam com relação
ao ganho em eficiência dos motores elétricos.
31
Além da potência do LED ser menor para proporcionar a mesma luminosidade que
outras tecnologias mais tradicionais, sua durabilidade é maior, dessa forma, a modernização de
sistemas de iluminação é uma possibilidade de ganho em eficiência com retorno rápido do
capital investido.
AALOK (2019) enumera além do que já fora citado, 11 vantagens da tecnologia LED,
que são:
• Baixo custo de manutenção;
• Não emite calor, o que proporciona redução no uso de ar-condicionado e lhe
proporciona maior eficiência (converte mais de 80% da energia em luz);
• Não emite raios IV e UV;
• Elevado Índice de Reprodução de Cor, até 90, o que aumenta ainda mais a
variedade de aplicações desse tipo de lâmpada;
• Acendimento imediato.
No caso de surgir alguma dúvida quanto ao nível do iluminamento dos ambientes, deve ser
consultada a norma NHO11 da Fundacentro, referência da Norma Regulamentadora 17
(ergonomia) para os níveis mínimos de iluminação.
Caso o consumidor do Grupo A onde o projeto de geração solar fotovoltaica tenha
interesse no case de eficiência energética proposto, é interessante que o projeto não tenha um
fim após a execução das melhorias. O ideal é que ao final do projeto uma comissão seja formada
33
por usuários da instalação para realizar a gestão do uso da energia elétrica fomentando hábitos
de consumo sustentável que reforcem a atuação das melhorias instaladas, para que o
investimento não seja perdido como um efeito do uso irracional de recursos (CELESC, 2013).
Normalmente essa comissão recebe o nome de Comissão Interna de Conservação de Energia
(CICE).
34
5 METODOLOGIA DA PESQUISA
Uma vez que o presente trabalho se trata de um texto acadêmico, o mesmo seguirá o
método científico, o qual estabelece padrões e técnicas necessários para direcionar a pesquisa
para a produção de conhecimentos válidos, inibindo a subjetividade.
Quanto às técnicas de pesquisa, o presente projeto fará uso de duas técnicas, que são:
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Figura 12 - Média de horas de Sol equivalente por dia na cidade de Itumbiara Go.
Fonte: Autor.
Com base nas informações fornecidas e dados obtidos por meio de cálculos, o sistema
proposto para o local é composto dos seguintes equipamentos mostrados na Tabela 2:
7 CONCLUSÃO
O objetivo deste trabalho de conclusão de curso foi fazer uma revisão bibliográfica sobre
como proceder na elaboração de projetos de geração fotovoltaica distribuída para clientes do
Grupo A. Além de buscar, também na bibliografia existente, formas de utilizar a análise tarifária
e projetos de eficiência energética no referido tipo de consumidor para alavancar a viabilidade
do SFV.
Tão logo é possível afirmar que o objetivo fora atingido. Além das propostas serem
concretizadas, foi visto que a geração distribuída, por si só é vantajosa para clientes do Grupo
A, assim como que melhorias em sistemas motrizes e de iluminação e a análise tarifária desses
consumidores têm grande potencial tanto para viabilizar ainda mais a implantação da geração
fotovoltaica quanto para aumentar o escopo de serviços entregues pelo integrador de energia
solar.
É relevante observar sobre a geração distribuída, que a mesma tem um grande potencial
para a economia de recursos, já que ela aproxima a geração do consumidor, por isso reduz as
perdas em linhas de transmissão e distribuição. O consumidor que instala módulos solares
também conta com alguns benefícios. Além de contribuir com a sustentabilidade, fica menos
vulnerável às altas tarifas adotadas pelas concessionárias de energia elétrica, que contam nos
últimos anos com o agravante do sistema de bandeiras, que deixa as contas mais caras nos
períodos de estiagem, quando as termelétricas complementam a matriz energética nacional.
Não obstante, a partir dos estudos realizados durante a elaboração deste trabalho de
conclusão de curso surgiram curiosidades, destarte é válido registrar como uma sugestão para
trabalhos futuros a investigação sobre projetos de GD para consumidores do mercado livre.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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39
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