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Eficiência Energética
A. Frota, B. Veiga, J. Carreira, T. Marques
Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia,
Campo Grande, 1700 – Lisboa, Portugal
CASO PRÁTICO – MOD1
Índice
1. Introdução ............................................................................................................................. 4
2. Consumo de Energia Elétrica no Ano de Referência ............................................................ 5
2.1 Consumo mensal de energia elétrica, por classe tarifária, no ano de referência ........... 5
2.2 Distribuição percentual anual dos consumos por classe tarifária .................................. 8
2.3 Evolução mensal da potência tomada em horas de ponta e potência contratada .......... 8
2.4 Evolução mensal da energia reativa consumida fora de vazio ...................................... 9
2.5 Encargos com Energia Elétrica no Ano de Referência ................................................. 9
3. Perfis de Consumo de Energia Elétrica no Ano de Referência ........................................... 10
3.1 Diagrama de carga diário médio anual ........................................................................ 11
3.2 Consumo médio por dia da semana ............................................................................. 12
3.3 Diagrama de carga médio diário por dia da semana.................................................... 12
3.4 Diagrama de carga médio diário por mês .................................................................... 12
4. Custos e Consumo de Gás Natural no Ano de Referência .................................................. 13
4.1 Evolução mensal de consumos e custos de gás natural ............................................... 14
4.2 Consumos e encargos anuais ....................................................................................... 15
4.3 Custos médios por parâmetro faturado........................................................................ 15
5. Perfis de Consumo de Gás Natura no Ano de Referência ................................................... 15
5.1 Perfis de consumo mensais ......................................................................................... 16
6. Energia Primária e Emissões de CO2e ................................................................................ 18
7. Dados de Produção.............................................................................................................. 21
8. Relação entre produção e consumo ..................................................................................... 22
9. Indicadores e Metas SGCIE ................................................................................................ 23
9.1 Metas ........................................................................................................................... 24
9.2 Intensidade energética ................................................................................................. 24
9.3 Intensidade carbónica .................................................................................................. 25
9.4 Consumo específico de energia ................................................................................... 25
9.5 Metas ........................................................................................................................... 26
10. MRCE 1 - ILUMINAÇÂO ................................................................................................. 26
10.1 Plano 1 – Substituição das lâmpadas existentes por umas mais eficientes. ................ 29
10.2 Plano 2 – Plano 1 + Aproveitamento de iluminação natural, adicionando janelas nas 33
10.3 Plano 3 – Plano 2 + Adição de sistema de regulação de fluxo luminoso e de sensores de
presença. .................................................................................................................................. 35
11. MRCE 2 - Ar comprimido .................................................................................................. 38
11.1 Medidas dedicadas á otimização energética do sistema de ar comprimido ................ 41
11.1.2 1ª Medida - Correção de fugas na rede de distribuição ............................................ 41
11.1.3 2ª Medida – Produção de ar comprido à pressão mínima necessária ....................... 42
CASO PRÁTICO – MOD1
1. Introdução
2.1 Consumo mensal de energia elétrica, por classe tarifária, no ano de referência
e quatro períodos horários, bem como para os clientes em alta tensão (AT) e em média-alta tensão
(MAT) com ciclo semanal, consideram-se os feriados nacionais com períodos tarifários idênticos
ao domingo.
Fazendo análise às faturas relativas ao consumo de energia elétrica no ano de 2014 para todos os
meses desse ano, a distribuição desse consumo conforme a classe tarifária encontra-se apresentada
no gráfico da Error! Reference source not found..
200000
Consumo [kWh]
150000
100000
50000
0
Meses
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Analisando o consumo de energia elétrica por classe tarifária para o ano de 2014 no seu
todo, obteve-se o peso do consumo anual de energia elétrica em cada uma das classes tarifárias
relativamente ao consumo anual de energia elétrica por parte do cliente final.
13% 15%
20%
51%
A potência contratada pelo cliente final consta nos termos contratuais de requisição do
serviço de fornecimento de energia elétrica com o seu comercializador, estando todos os seus
níveis de consumo necessariamente limitado por esta potência contratada, entre os quais a
potência em horas de ponta requisitada. Da análise das faturas de energia elétrica, onde constam
os referidos parâmetros, obteve-se a evolução mensal da potência tomada em horas de ponta e
potência contratada, representada no gráfico da Figura 3.
1000
800
Potencia [kW]
600
400
200
Sendo a energia reativa um parâmetro muito relevante quando se trata de um cliente final
de carga industrial, embora essa mesma energia seja inoportuna à própria rede, introduzindo danos
e desvios ao funcionamento regular da mesma, ela é faturada conforme for o grau de desfasamento
introduzidos pela energia reativa, nomeadamente à tensão e corrente da rede.
25000
ENERGIA REATIVA [kvarh]
20000
15000
10000
5000
Cons FV (tg 0.3-0.4) Cons FV (tg 0.4-0.5) Cons FV (tg > 0.5)
meses
Sabendo o consumo de energia elétrica mensal por parte do cliente final e as respetivas
tarifas aplicadas a cada período de consumo (classe tarifária), pela análise da faturação mensal
CASO PRÁTICO – MOD1
30000
25000
ENCARGOS [€]
20000
15000
10000
5000
0
MESES
20000
ENCARGOS [€]
15000
10000
5000
Ponta Cheia
Meses
Os dados foram devidamente tratados na folha de calculo Microsoft Excel e usou-se a função sum
para obter os valores.
400
consumo [MWh]
300
200
100
0
Meses
A energia não é um produto simples que seja mensurável através de um único parâmetro.
Dentro do consumo de energia existem características que impõem a modulação da energia
consumida no tempo através de uma função. A variação desse consumo ao longo das horas do dia
é denominado por diagrama de carga de energia elétrica. Figura 9 apresenta o consumo diário
médio anual da fábrica em estudo.
450
400
350
Potência [kW]
300
250
200
150
100
50
0
0:00
1:30
3:00
4:30
6:00
7:30
9:00
10:30
12:00
13:30
15:00
16:30
18:00
19:30
21:00
22:30
Horas
Como já era de se prever, no período de vazio (6h:30), em que não há produção e a fábrica
estando parada e começando o horário de funcionamento das 6h:30 as 11h:45 tendo uma quebra
de produção as 12h:00 (hora de pausa).
CASO PRÁTICO – MOD1
Com os valores da leitura do consumo diário feito sempre no mesmo horário, no final do
dia, para que os intervalos entre as medidas sejam de aproximadamente 24 horas. Fez-se a soma
diária para todos os meses e obteve o consumo por dia da semana para todos meses conforme a
grafico2 abaixo.
10000
Consumo [kWh]
8000
6000
4000
2000
0
Dias da semana
Através da Figura 10 pode-se concluir que o consumo máximo ronda por volta dos
8000,00 [kWh] com um mínimo no final de semana em que o consumo é de 4273,50 [kWh], isto
pelo facto de no final de semana a fábrica esta parada e tendo umas máquinas em funcionamento
certamente só para garantir o que o equipamento trabalhe em boas condições.
600 segunda-feira
Potência [kW]
500
400 terça-feira
300
quarta-feira
200
100 quinta-feira
0
sexta-feira
00:00
02:15
04:30
06:45
09:00
11:15
13:30
15:45
18:00
20:15
22:30
sábado
Horas domingo
600
Janeiro
500
Fevereiro
Potência [kW]
400
Março
300
Abril
200 Maio
100 Junho
0 Julho
00:00
01:45
03:30
05:15
07:00
08:45
10:30
12:15
14:00
15:45
17:30
19:15
21:00
22:45
Agosto
Horas Setembro
10000,00
9000,00
8000,00
7000,00
Custos (€)
6000,00
5000,00
4000,00
3000,00
2000,00
1000,00
0,00
Através da análise dos dados, verifica-se que o consumo ao longo do mês mantém-se
sensivelmente constante, o que se deve ao facto de o primeiro dia do mês poder ser um dia de
semana ou não, consoante o mês em questão, pois o valor obtido para cada dia foi obtido através
do somatório dos valores desse dia para todos os meses do ano. Verifica-se que o dia 31 apresenta
um valor muito menor, devido ao facto de apenas seis meses possuírem 31 dias. O mesmo
acontecimento se verifica na evolução mensal dos custos. Como estes dependem essencialmente
do consumo de energia, para o dia 31, quando ocorre menor consumo, o custo é menor.
CASO PRÁTICO – MOD1
200000
Energia (kWh)
150000
100000
50000
Estudou-se o consumo médio de gás natural por cada dia da semana, fazendo a média
aritmética dos consumos de gás natural por cada dia da semana. Utilizou-se para esse fim os dados
da telecontagem do gás natural, que apresentam os volumes corrigidos deste consumidos (V, em
m3). Em seguida, usando o poder calorífico inferior do gás natural (PCI=45,1 MJ/kg) e o seu peso
específico (ρ=0,8404 kg/m3), aplicou-se a fórmula (2) para calcular a energia contida no gás
natural:
𝑉𝜌(𝑃𝐶𝐼) 2
𝐸𝑔á𝑠 = [𝑀𝑊ℎ]
3600 [𝑠/ℎ]
A Figura 15 mostra que o consumo médio de gás natural é máximo à segunda-feira com
cerca de 7,5 MWh, uma vez que este dia corresponde ao primeiro dia útil, havendo a partir de
terça-feira uma ligeira diminuição até ao final da semana. Ao sábado, observa-se uma grande
diminuição do consumo de gás natural para 2 MWh, pois, ao fim de semana, a fábrica diminui a
sua produção e portanto o consumo. Ao domingo, é atingido o mínimo de consumo de gás natural
com cerca de 0,7 MWh.
Estudou-se também o perfil do consumo mensal de gás natural, fazendo a soma dos
consumos diários por cada mês, obtendo-se os gráficos das Figura 16 a Figura 18.
Figura 18 - Perfis de consumos mensais de gás natural para julho, agosto e setembro.
CASO PRÁTICO – MOD1
Figura 19 - Perfis de consumo mensais de gás natural para outubro, novembro e dezembro.
A partir da análise dos gráficos das Figura 16 a Figura 19 conclui-se que os maiores
consumos de gás natural registam-se à segunda-feira, que corresponde ao primeiro dia útil da
semana. Por sua vez, os menores consumos ocorrem precisamente no fim de semana (sábado e
domingo), pois não existe produção, havendo somente determinadas máquinas que necessitam de
estar permanentemente ligadas, com potências mínimas.
Para se perceber a evolução dos consumos mensais de energia primária ao longo do ano,
utilizou-se os consumos mensais de gás natural e os consumos mensais de energia primária para
produção de eletricidade. Para o caso da eletricidade, teve-se em consideração o fator de
conversão da eletricidade para energia primária (𝐹𝐶𝑒𝑙𝑒,𝑝𝑟𝑖𝑚 = 2,15 × 10−4 𝑡𝑒𝑝/𝑘𝑊ℎ),
utilizando a fórmula (3).
𝐸𝑝𝑟𝑖𝑚,𝑒𝑙𝑒 [𝑡𝑒𝑝] = (𝐹𝐶𝑒𝑙𝑒,𝑝𝑟𝑖𝑚 )𝐸𝑒𝑙𝑒 (3)
Figura 20 - Evolução dos consumos mensais de energia primária e das emissões mensais de CO 2e.
A Figura 20 mostra que o maior consumo de energia primária ocorre em setembro com
cerca de 75 tep. Associado a este consumo está uma maior quantidade de dióxido de carbono
emitido com aproximadamente 170 toneladas.
Por sua vez, o menor consumo de energia primária ocorre em dezembro, correspondendo a 50 tep
e a ele associado tem-se que as menores emissões registadas são aproximadamente 120 toneladas.
Calcularam-se os consumos anuais de energia primária fazendo a soma dos consumos mensais
anteriormente calculados.
CASO PRÁTICO – MOD1
Figura 21 - Desagregação dos consumos anuais de energia primária por fonte de energia.
A Figura 21 mostra que 81% do consumo anual de energia primária da fábrica tem o
contributo da eletricidade, com cerca de 634,75 tep, o que era esperado, uma vez que a eletricidade
é utilizada para os mais diversos fins, como produção, serviços, etc.
Verifica-se que o consumo anual de energia primária, que corresponde à soma entre o consumo
anual de energia primária devido à eletricidade e o consumo anual de energia primária devido ao
gás natural, é 784,33 tep.
Efetuou-se também a desagregação das emissões anuais de dióxido de carbono por fonte
de energia, resultando no gráfico da Figura 22.
CASO PRÁTICO – MOD1
A partir da Figura 22 observa-se que 78% das emissões de dióxido de carbono é devida à
utilização da eletricidade, com cerca de 1388 toneladas, pois como se concluiu a partir do Figura
21 esta é a forma de energia mais representativa na fábrica. As emissões resultantes da combustão
do gás natural é aproximadamente 402 toneladas, ou seja, cerca de 29% das emissões associadas
à eletricidade.
Verifica-se que as emissões anuais de dióxido de carbono, que corresponde à soma entre as
emissões devido à eletricidade e as emissões devido à combustão do gás natural, é cerca de 1790
toneladas.
7. Dados de Produção
Uma vez que o coeficiente de correlação da regressão linear é maior que 70%, conclui-se
que, estatisticamente, existe uma boa relação linear entre o consumo e a produção.
A análise deste gráfico permite obter informações úteis acerca dos consumos de energia da
fábrica.
Assim, o consumo marginal de energia por unidade produzida corresponde ao declive da reta, ou
seja, 0,0014 tep/unidade.
O consumo independente da produção é uma informação bastante importante na análise da
eficiência energética da fábrica, na medida em que informa o consumo de energia quando a
produção é nula. Este corresponde ao consumo da iluminação geral, da secção administrativa, etc.
Assim, o consumo independente da produção corresponde à ordenada na origem dessa reta, ou
seja, 24,97 tep.
O consumo marginal obtido foi 0,0014 tep/unidade. Os custos anuais com a eletricidade
e com o gás natural obtidos através das faturas foram 322566,53 € e 113635,28 €, respetivamente,
sendo os custos globais com a energia a soma das duas anteriores, ou seja, 436201,81 €. Os
consumos anuais de energia primária foram 784 tep.
Substituindo estes valores na expressão (6) obtém-se:
𝑡𝑒𝑝 326.484 €
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔é𝑡𝑖𝑐𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎 = (0,0014 [ ]) × ( )
𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 784 tep
= 0,58 €/𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
Este valor indica que a produção de uma unidade custa à fábrica cerca de 0,58 €.
9.1 Metas
O Plano de Racionalização do Consumo de Energia (PREn) é elaborado com base nos
relatórios das auditorias energéticas obrigatórias, devendo prever a implementação, nos primeiros
três anos, de todas as medidas identificadas com um período de retorno do investimento (PRI)
inferior ou igual a cinco anos, no caso das instalações com consumo de energia igual ou superior
a 1000 tep/ano, ou com um PRI inferior ou igual a três anos no caso das restantes instalações.
O PREn deve ainda estabelecer metas relativas ao Consumo Específico de Energia e às
Intensidades Energética e Carbónica, sempre que aplicável, com base nas medidas previstas no
número anterior (1000 tep/ano), tendo em conta os seguintes indicadores.
Esta fábrica corresponde a uma instalação consumidora intensiva de energia com consumos
inferiores a 1000 tep/ano. Por isso, no âmbito do SGCIE é exigida uma redução em 4% no
consumo específico de energia e na intensidade energética, em 8 anos. Também é exigido, no
mínimo, a manutenção dos valores históricos de intensidade carbónica.
Medida pelo quociente entre o consumo total de energia (considerando apenas 50% da
energia resultante de resíduos endógenos e de outros combustíveis renováveis) e o valor
acrescentado bruto (VAB) das atividades empresariais diretamente ligadas a essas instalações
industriais.
(*)1 Para efeitos do plano, o consumo total de energia é calculado considerando apenas 50 % da energia resultante de
resultados endógenos e de outros combustíveis renováveis.
CASO PRÁTICO – MOD1
Desta forma, o valor acrescentado bruto é 32.640.133 € e, como o consumo anual de energia
primária é cerca de 784 tep, tem-se que a intensidade energética é:
784 𝑡𝑒𝑝
𝐼𝐸 = = 2,4 × 10−5 𝑡𝑒𝑝/€
32.640.133 €
Medida pelo quociente entre o valor das emissões de gases de efeito de estufa resultantes
da utilização das várias formas de energia no processo produtivo e o respetivo consumo total de
energia.
𝐸𝑚𝑖𝑠𝑠õ𝑒𝑠 𝑔𝑙𝑜𝑏𝑎𝑖𝑠 𝑑𝑒 𝐶𝑂2𝑒 (𝑡𝐶𝑂2𝑒 ) (9)
𝐼𝑛𝑡𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑟𝑏ó𝑛𝑖𝑐𝑎 (𝐼𝐶) =
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 (𝑡𝑒𝑝)
Dado que as emissões globais de CO2 são cerca de 1.789 toneladas, obtém-se uma intensidade
carbónica de 2,3 tCO2e/tep.
Dado que a produção total de unidades é 335.186, obtém-se que o consumo específico de energia
é 2,3×10-3 tep/unidade.
CASO PRÁTICO – MOD1
9.5 Metas
Outro parâmetro que se pode obter é o diagrama de carga da iluminação, que traduz o
perfil do consumo energético por estas ao longo de um dia típico, obtendo-se a partir das medições
efetuadas durante a auditoria. As medições foram realizadas em intervalos de 15 minutos, ao
longo de sete dias, pelo que, para se obter o diagrama apresentado, foi necessário processar os
dados, fazendo a média de potência usada em cada hora, para o conjunto dos dias. O diagrama de
carga está representado na Figura 25. O período monitorizado é representativo de um regime de
funcionamento médio, tendo tal sido confirmado pelo responsável da unidade industrial.
20000
15000
10000
Potência (W)
5000
0
00:00:00
01:30:00
03:00:00
04:30:00
06:00:00
07:30:00
09:00:00
10:30:00
12:00:00
13:30:00
15:00:00
16:30:00
18:00:00
19:30:00
21:00:00
22:30:00
Figura 25:Diagrama de carga da iluminação
Outro aspeto a medir foi o nível de iluminância em cada uma das zonas de trabalho, para
a qual se obteve os valores representados na imagem seguinte, em unidades lux. Recorrendo à
informação fornecida, sabe-se que o nível de iluminância mínima para períodos de trabalho é de
200 lux e de 100 lux para processos de limpeza. Analisando a figura, verifica-se que não são
cumpridos esses requisitos mínimos, pelo que
uma das melhorias passará obrigatoriamente
pela implementação de sistemas de iluminação
novos. Os valores marcados com asterisco
representam o valor de iluminância nas áreas
em que existe recurso de luz natural, mas que
não é aproveitado, devido à presença de
aberturas para o exterior. A posição das
lâmpadas no espaço da unidade é marcada
pelos pontos negros, verificando a sua
disposição regular.
Uma vez que o fluxo luminoso mínimo necessário são 16916.7 lúmen por lâmpada,
comprova-se que as lâmpadas instaladas seriam suficientes. Tal não se verifica, pelo que se pode
concluir que estas estarão no final da sua vida útil ou estão seriamente sujas, impedindo que a luz
passe para o espaço. Uma vez que as lâmpadas existentes não possuem sistema de regulação de
fluxo luminoso, contabilizam-se as horas para limpeza dos equipamentos como horas de trabalho,
até que se implemente esse sistema de regulação.
Estando descrita a situação da unidade industrial, conclui-se que é necessário implementar
algumas melhorias, não só para cumprir os requisitos exigidos, como para promover a eficiência
CASO PRÁTICO – MOD1
10.1 Plano 1 – Substituição das lâmpadas existentes por umas mais eficientes.
O plano 1 passa pela substituição direta das lâmpadas existentes por umas mais eficientes,
que apresentam caraterísticas mais apropriadas a uma utilização em unidades industriais. Após a
pesquisa das várias opções, a lâmpada escolhida foi a NAV-T 250 W E40, que possui as
caraterísticas apresentadas na figura seguinte, assim como uma imagem da própria lâmpada. Além
disso, a ficha técnica da lâmpada encontra-se em anexo, para maior detalhe na análise.
Através da informação fornecida pela ficha técnica da lâmpada, conclui-se que, para além de
elevada eficiência luminosa (112 lm/W), estas lâmpadas apresentam um fluxo luminoso capaz de
suportar as exigências impostas pelas condições de trabalho, como se comprova de seguida.
𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑙𝑢𝑚𝑖𝑛𝑜𝑠𝑜 28000 𝑙𝑢𝑥
𝐼𝑙𝑢𝑚𝑖𝑛â𝑛𝑐𝑖𝑎 = = = 6.9 = 331.04 𝑙𝑢𝑥 (13)
Á𝑟𝑒𝑎 4060 𝑙𝑎𝑚𝑝𝑎𝑑𝑎
CASO PRÁTICO – MOD1
Uma vez que o nível mínimo de iluminância requisitado é de 200 lux e se conseguem
cerca de 331 lux com estas novas lâmpadas, elas cumprem o requisito de iluminância. No entanto,
o custo da sua implementação ou o tempo de retorno do valor pode ser demasiado.
Fazendo uma média dos valores apresentados pelos vários fabricantes, concluiu-se que o preço
médio para cada unidade é de 13.5 € [3]. A informação relativa ao preço varia pouco, sendo que
parte dessa informação é relativa a uma versão melhorada destas lâmpadas, que apresenta maior
fluxo luminoso, as que não foram usadas porque, como apresentado, o fluxo luminoso destas já é
suficiente. Uma vez que as instalações apresentam 48 lâmpadas, o custo de investimento é de
648€.
Recorrendo à informação coletada na auditoria, conclui-se que as lâmpadas estão em
funcionamento 21 horas por dia, durante cinco dias por semana, mais as 11 horas do sábado, o
que representa um funcionamento de 116 horas por semana. Através da informação apresentada
na ficha técnica das lâmpadas, estima-se que elas funcionem, em média, 20000 horas, pelo que se
pode concluir o tempo de funcionamento esperado.
20000
𝐷𝑢𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑎𝑠 𝑙𝑎𝑚𝑝𝑎𝑑𝑎𝑠 = = 172.4 𝑠𝑒𝑚𝑎𝑛𝑎𝑠 = 3 𝑎𝑛𝑜𝑠 + 216 𝑑𝑖𝑎𝑠 (14)
116
Do pós-processamento dos dados, pode ter-se a perceção que este tempo de vida é
reduzido, mas, na verdade, representa um tempo útil bastante significativo, uma vez que as
lâmpadas estão em funcionamento a maior parte do tempo (116 horas/semana). Além disso, o seu
funcionamento decresce muito pouco ao longo do seu tempo de vida, verificando-se uma
manutenção do fluxo luminoso elevada, sendo 0.89 para as 20000 horas, o que significa que até
ao seu final de vida, elas garantem os requisitos de iluminação (0.89 * 331 = 295 lux).
Analisando os dados obtidos durante a auditoria e através do processamento efetuado, verificou-
se que o consumo semanal era de 2438.374 kWh, pelo que se pretende obter um valor menor
recorrendo às novas lâmpadas. Como não existe medições para elas, o consumo terá de ser
estimado com base na informação da sua ficha técnica, da qual se extrai que estas consomem
275kWh por cada 1000 horas de funcionamento, o que corresponde a uma potência de 275W.
Deste modo, a energia consumida é a seguinte:
Para obter o consumo semanal, basta somar o consumo ao longo de cada hora, para o qual
já se incorpora a redução devido aos períodos de pausa e de não funcionamento, obtendo-se um
consumo total semanal de 1547.7kWh, o que corresponde a uma poupança de 890.67kWh em
relação ao plano base (o existente).
CASO PRÁTICO – MOD1
Uma vez conhecida a energia poupada, é relevante analisar o que ela representa em
poupanças a nível de energia primária (tep), emissões de gases de efeito de estufa (kgCO2e),
potência e monetário. Para tal, apresenta-se a tabela seguinte, que contempla todos os valores
referidos.
Tabela 4:Poupança associada ao plano 1
Para se poder avaliar o que estas poupanças representam no consumo total da instalação,
é necessário avaliar as alterações nos indicadores mais relevantes do SGCIE. No entanto, a
iluminação representa apenas uma pequena parte desse consumo, pelo que o efeito será reduzido
no global. Assim como esses indicadores, também outras variáveis económicas, como o valor
atual liquido (VAL) e o tempo de recuperação do investimento, foram avaliadas, de modo a
fundamentar uma decisão final. Na figura seguinte estão representados esses valores.
O primeiro aspeto a evidenciar diz respeito ao primeiro valor, do qual se conclui que esta
poupança tem um peso de 0.03% no consumo total, pelo que o consumo especifico se mantém no
mesmo valor. Para o cálculo do Cash-Flow e do período de retorno do investimento, foi necessário
recorrer às equações seguintes.
𝐶𝑎𝑠ℎ_𝐹𝑙𝑜𝑤 = 𝑃𝑟𝑜𝑣𝑒𝑖𝑡𝑜𝑠 − 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 (16)
𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
𝑃𝑅𝐼 = (17)
𝑃𝑟𝑜𝑣𝑒𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑎𝑛𝑢𝑎𝑖𝑠 − 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑎𝑛𝑢𝑎𝑖𝑠
Uma vez que o investimento apresenta um valor muito baixo e a poupança apresenta um
valor bastante significativo, era esperado um valor de retorno muito baixo, tal como o obtido, com
um intervalo de tempo de apenas 153 dias (0.148×365). Considerando uma taxa de atualização
de 2.5%, foi possível atualizar o valor que se evitaria num prazo de 3 anos, de modo a avaliar a
viabilidade da media. Para este processo, considerou-se que, a partir do segundo ano de
instalação, as lâmpadas têm um custo de manutenção de 100€/ano. Os parâmetros chave
encontram-se na Tabela 6 , obtidos a partir das respetivas expressões.
1
𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜 = (18)
(1 + 𝑖)𝑛
𝐶𝑎𝑠ℎ𝐹𝑙𝑜𝑤 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜 = 𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜 ∗ 𝐶𝑎𝑠ℎ𝐹𝑙𝑜𝑤 (19)
Pode, através da análise destes dados, concluir-se que em apenas um ano se consegue
recuperar os capitais investidos e gerar excedente financeiro. No entanto, estudou-se para o
período de três anos porque é próximo do tempo de vida útil das lâmpadas.
Outro parâmetro estudado foi taxa interna de rentabilidade (TIR), que representa a taxa de
atualização à qual se obtém um valor de valor atual liquido nulo. Recorrendo à ferramenta do
Excel para tal, obtém-se o valor de 654%. Este valor é de tal magnitude porque existe uma grande
diferença entre o investimento e os custos evitados, no sentido positivo, logo seria necessária uma
CASO PRÁTICO – MOD1
taxa muito elevada para que o valor atual liquido fosse nulo, isto é, não se gerasse nenhum valor
com a medida implementada.
É de fácil conclusão que as medidas do plano devem ser implementadas, pois, para além de
permitir cumprir os requisitos legais, permite poupanças significativas. Esta poupança poderá ser
importante para a implementação de mais medidas, criando um ciclo de eficiência energética.
Uma regra que permite validar o plano é o fato de TIR ser superior à taxa de atualização em vigor.
A iluminação natural parte do aproveitamento da radiação solar, usando esta para iluminar
os espaços. Para que tal aconteça, é necessário a construção de elementos envidraçados, tal como
claraboias, permitindo a entrada da radiação. Intuitivamente, com o uso desta radiação, as
necessidades luminosas a partir das lâmpadas diminuem e, consequentemente, o consumo da
instalação.
Para o caso em estudo, verifica-se que não existem sistemas para coletar essa radiação, pelo que,
inicialmente, seria necessário proceder a construções e alterações do edifício. Por outro lado, a
radiação apenas existe durante uma fração do dia, tendo-se assumido que existe iluminação
natural em apenas 6 horas por dia.
De acordo com informações relativas ao procedimento nas alterações do edifício, assumiu-se um
valor médio de 70.000 € de investimento.
Assumindo que não se usa qualquer lâmpada nas seis horas diárias em que existe iluminação
natural, isto é, a potência consumida toma o valor zero das 10h até as 16h, verifica-se um consumo
semanal 1138.5kWh, o que, comparando com o plano 1, representa uma poupança de 409.2kWh.
Tal como no plano anterior, existem reduções nos vários parâmetros significativos, traduzidos
pela tabela seguinte.
A implementação deste plano representa a redução da fatura energética em 2012.96€ anuais, face
ao plano 1, sabendo que cada uma das parcelas acima representa um custo evitado. Este valor,
assim como feito anteriormente, foi extrapolado a partir da poupança semanal, para as 8089 horas
anuais.
CASO PRÁTICO – MOD1
Sabendo que provoca reduções na fatura energética, só falta avaliar se o custo da sua
implementação é recuperado e em que período de tempo. Uma vez que o investimento apresenta
um valo0r elevado e que a poupança representa uma pequena fração deste, será de esperar um
tempo de retorno elevado, assim como o fluxo de caixa nos primeiros anos. Nesse intuito, assim
como antes, foram avaliados os parâmetros que permitem a decisão sobre a viabilidade da medida.
O Cash-Flow apresentado nesta tabela é respetivo ao primeiro ano.
Tal como verificado na figura, o tempo de retorno do investimento é muito elevado, cerca
de 35 anos, o que se deve ao alto investimento necessário e aos custos evitados, que são diminutos
face à grandeza do investimento. Devido à dimensão dos consumos da instalação, o consumo
especifico permanece no mesmo valor, o que se esperaria uma vez que a influencia dos consumos
evitados dizem respeito a apenas 0.0139% do consumo total.
Apesar de se estimar que esta medida não é viável, procedeu-se aos cálculos dos parâmetros que
o justificam. Assim, recorrendo às expressões respetivas (5 a 9), obtiveram-se os respetivos
parâmetros.
CASO PRÁTICO – MOD1
Apesar de esta medida levar a reduções na fatura energética, seriam necessários muitos
anos para que se recuperasse o valor do investimento, que é muito elevado. Na verdade, as
construções efetuadas não durariam tanto quanto fosse necessário para recuperar esse
investimento, pelo que esta medida deve ser aplicada caso não se consiga um valor de
investimento mais baixo, isto é, outra empresa que faça as construções por menos dinheiro ou
outra solução para aproveitar a radiação. Relembre-se que esta medida foi avaliada face ao plano
1 e que, caso comparada ao plano base, apresentaria um menor tempo de retorno. Contudo, a
garantia de níveis de iluminância são a prioridade e isso só se consegue com o plano 1.
Ao contrário do primeiro plano, o valor do TIR é agora de -44%. Tal deve-se ao fato de, no ano
de implementação, se gastar muito e não se recuperar ao longo dos anos. A taxa teria de ser de tal
modo negativa que o somatório seria nulo.
𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜 17000
𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑙𝑢𝑚𝑖𝑛𝑜𝑠𝑜 = 𝑃 ∗ 𝜂 → 𝑃 = = = 151.78 𝑊 (21)
𝜂 112
Assim, verifica-se que uma potência de 152 W é suficiente para suprir as necessidades de
iluminação requisitadas. Junto a esta redução na potência utilizada, vem o fato de se poder
aproveitar a radiação solar para iluminação. Como referido no plano 2, considerou-se que existe
radiação durante 6 horas por dia, mas, na verdade, pode considerar-se que existem mais duas
horas em que existe apenas uma fração dessa radiação, que diz respeito ao nascer e ao pôr do sol.
Para esses períodos, assumiu-se que, em vez de utilizar os 152 W obtidos acima, basta utilizar
100 W, pois se aproveita a radiação existente para iluminar o restante.
Como o consumo de energia semanal era de 1138.5kWh após a implementação do plano 2, o
resultado da implementação de sistemas de regulação de fluxo luminoso tem de comparar-se com
esse valor. Desse modo, tem-se que a potencia diária consumida é de 100W durante duas horas
do dia, assumido das 9h às 10h e das 16h às 17h, 0W durante as 6 horas de radiação, respetivo ao
período das 10h às 16h e o restante dia com um consumo de 152W. Calculando o respetivo
consumo energético, obtém-se um valor semanal de 551.52kWh, pelo que existe uma poupança
diária de 586.98kWh. Na verdade, esta é a maior redução no consumo verificada, o que traduz a
importância da utilização de um regulador do fluxo luminoso. Esse aspeto deve-se, para além da
redução da potência utilizada durante as duas horas por dia em que existe uma pequena radiação,
à regulação do fluxo luminoso para 82W, a utilizar durante os períodos de limpeza. Esses períodos
vinham a ser desprezados até este ponto, pois era necessário que as lâmpadas estivessem ligadas.
Contudo, após a instalação do regulador, pode reduzir-se o fluxo luminoso, uma vez que os
requisitos de iluminação desta etapa são apenas de 100lux, obtendo-se então os 82W a utilizar
nesses períodos.
𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑙𝑢𝑚𝑖𝑛𝑜𝑠𝑜 = 100 × 4060 = 8458.3 𝑙𝑚/𝑙â𝑚𝑝𝑎𝑑𝑎
𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜 8458.3
𝑃= = = 75.52 𝑊 (22)
𝜂 112
Na verdade, apenas cerca de 76W seria suficiente, mas, para garantir a inexistência de
falhas, assumiu-se o valor de 80W, uma vez que, devido a trabalhos realizados na área, as
luminárias acabam por ficar sujas. Uma vez que o consumo energético se reduz em 586.98kWh,
isso traduz reduções na fatura energética, num total de 2887.5€ por ano. Para esta implementação,
estimou-se que o investimento total seria de cerca de 10.000€. Este valor visa não só representar
o custo de aquisição, mas também a sua instalação e qualquer construção que seja necessária.
Os valores mencionados encontram-se representados na figura seguinte, para se ter uma
visualização mais geral do efeito.
CASO PRÁTICO – MOD1
Após avaliar quais os custos evitados através desta medida, deve avaliar-se a sua
viabilidade. Assim como nos casos anteriores, a influência da medida nos consumos totais da
instalação é muito reduzida, cerca de 0.02%, pois esse apresenta um valor muito elevado. Como
se verifica pouca diferença no consumo total, tem-se, por consequência, uma variação muito
reduzida no consumo especifico.
Uma vez que a medida se baseia num sistema de controlo, espera-se que esta precise de
ser controlado e mantida em boas condições, pelo que se estimou um gasto de 200€/ano para a
sua manutenção. Como se espera que, no mínimo, esse sistema de regulação dure 5 anos, estudou-
se os custos associados nesse período, concluindo-se que se consegue recuperar o investimento e
ainda gerar um excedente financeiro. Como os custos evitados por ano e os custos de
implementação anuais são da mesma ordem, obteve-se um valor de TIR de 8%, o que já se
encontra mais perto das taxas em consideração. Na verdade, esta taxa é baseada numa estimativa,
por isso não se trata de um valor exato a ter em conta. Como a regra basilar da TIR refere que o
plano deve ser aprovado quando essa é maior do que a taxa de atualização verificada, então este
plano deve ser implementado.
Os planos apresentados traduzem medidas que levam a reduções de consumo e custos, mas, o
mais essencial, leva a redução de consumo de matéria prima e de emissões de gases de efeito de
estufa pelo que devem ser implementadas. Apesar dos planos 1 e 3 se apresentarem como
extremamente viáveis, devem investigar-se maneiras de aproveitar a radiação solar para
iluminação do espaço, de modo a que o investimento não seja tão elevado.
Este trabalho tem como principal objetivo o estudo do ar comprimido, cujo a instalação
dispõe de um compressor de ar 100 kW, a qual o diagrama de carga foi monitorizado durante um
processo de auditoria energética. Parte dos resultados obtidos nesta avaliação são apresentados na
Figura 28 abaixo (período de integração de dados de 1 segundo).
CASO PRÁTICO – MOD1
O consumo anual do compressor obteve-se através dos registos do contador de energia que se
encontram no ficheiro em anexo Daily Comsumption (Air Compressor).xls, realizando a soma
dos consumos diários dos 365 dias do ano. Obteve-se assim um consumo de 555,636 MWh.
Através do fator de conversão de eletricidade para energia primária obtém-se:
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠𝑜𝑟 = (2,15 × 10−5 𝑡𝑒𝑝/𝑘𝑊ℎ) × (555.636 𝑘𝑊ℎ) = 119 𝑡𝑒𝑝
Sendo que o consumo anual de energia elétrica desta fábrica obtido foi 635 tep e o consumo total
de energia primária foi 784 tep, os pesos relativos dos consumos do compressor relativamente à
energia elétrica e energia primária são:
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠𝑜𝑟 119 𝑡𝑒𝑝
𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 = = = 19%
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑒𝑙𝑒𝑡𝑟𝑖𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 635 𝑡𝑒𝑝
Onde
Nhoras,período corresponde ao número de horas do período considerado
Nhc,período e Nhv,período, o número de horas de cheia e de vazio do período considerado,
respetivamente
Eperíodo corresponde aos consumos totais no período considerado
Pc=92,5 kW e Pv=30 kW, as potências médias de cheia e de vazio, respetivamente
𝑁ℎ𝑐 (23)
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎(%) = × 100
𝑁ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠,𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
𝑁ℎ𝑣 (24)
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑒𝑚 𝑣𝑎𝑧𝑖𝑜(%) = × 100
𝑁ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠,𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
𝐸ℎ𝑐,𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑑𝑜 (25)
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎(%) = × 100
𝐸𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
𝐸ℎ𝑣,𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 (26)
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑒𝑚 𝑣𝑎𝑧𝑖𝑜(%) = × 100
𝐸𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
Uma vez que não só aos fins de semana se verifica fugas, como existem 104 sábados e domingos,
tem-se que o consumo médio diário devido a fugas é:
𝐹𝑢𝑔𝑎𝑠𝑓𝑑𝑠 36.901 𝑘𝑊ℎ
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑜 𝑒𝑚 𝑓𝑢𝑔𝑎𝑠 = = = 355 𝑘𝑊ℎ/𝑑𝑖𝑎
104 104
O detetor de fugas permite reduzir 90% das fugas totais, o que corresponde a um consumo de
energia elétrica evitado de 116.557 kWh.
Assim, o potencial de poupança em custos evitados, em euros, com a implementação desta medida
é:
€
(𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑒𝑣𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠𝐸𝐸 ) = (𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝑠 𝑒𝑣𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠𝐸𝐸 ) (𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝐸𝐸 [ ])
𝑘𝑊ℎ
= (116.557 kWh)(0,084 €/𝑘𝑊ℎ) = 9.831 €
Onde
CASO PRÁTICO – MOD1
Substituindo os valores, obtém-se que os consumos de energia primária evitados são 25 tep.
As emissões de CO2 evitadas devido à poupança em energia elétrica calcula-se pela fórmula (28):
𝐸𝑚𝑖𝑠𝑠õ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝐶𝑂2𝑒 𝑒𝑣𝑖𝑡𝑎𝑑𝑎𝑠 = (𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝑠 𝑒𝑣𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠𝐸𝐸 )(𝐹𝐸𝑒𝑙𝑒 ) (28)
Onde
𝐹𝐸𝑒𝑙𝑒 = 4,7 × 10−3 𝑡𝐶𝑂2𝑒 /𝑘𝑊ℎ
Substituindo os valores obtém-se que as emissões de CO2e evitadas são cerca de 55 tCO2e.
O recuperador de calor tem uma eficiência de cerca η=50%, pelo que a energia térmica
aproveitada por este para aquecimento é:
𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑡é𝑟𝑚𝑖𝑐𝑎 𝑎𝑝𝑟𝑜𝑣𝑒𝑖𝑡𝑎𝑑𝑎 = 𝜂𝑟𝑒𝑐𝑢𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟 𝐸𝑑𝑖𝑠𝑠 = 0,50 × (473.040 𝑘𝑊ℎ)
= 236.520 𝑘𝑊ℎ
Assumindo que a caldeira a gás natural tem um rendimento de η=90%, tem-se que a poupança
anual de gás natural é:
𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑡é𝑟𝑚𝑖𝑐𝑎 𝑎𝑝𝑟𝑜𝑣𝑒𝑖𝑡𝑎𝑑𝑎 236.520 𝑘𝑊ℎ
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝑠 𝑒𝑣𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠𝐺𝑁 = = = 262.800 𝑘𝑊ℎ
ηcaldeira 0,9
Onde
𝐹𝐶𝐺𝑁,𝑝𝑟𝑖𝑚 = 8,597 × 10−5 𝑡𝑒𝑝/𝑘𝑊ℎ
Substituindo os valores, obtém-se que os consumos de energia primária evitados são 23 tep.
CASO PRÁTICO – MOD1
As emissões de CO2e evitadas devido à poupança em gás natural calcula-se pela fórmula (30):
𝐸𝑚𝑖𝑠𝑠õ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝐶𝑂2𝑒 𝑒𝑣𝑖𝑡𝑎𝑑𝑎𝑠 = (𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝑠 𝑒𝑣𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠𝑔á𝑠 )(𝐹𝐸𝑔á𝑠 ) (30)
Onde
𝐹𝐸𝑔á𝑠 = 2,308 × 10−4 𝑡𝐶𝑂2𝑒 /𝑘𝑊ℎ
Substituindo-se os valores, obteve-se que as emissões de CO2e evitadas são cerca de 61 tCO2e.
A Tabela 2 apresenta o sumário dos potenciais de poupança em energia primária, custos evitados
e emissões de CO2e evitadas com a implementação de cada uma destas medidas propostas para
otimizar energeticamente o sistema de ar comprimido.
CASO PRÁTICO – MOD1
Tabela 14:Sumário das poupanças em energia primária, custos evitados e emissões de CO2 evitadas com a
implementação de cada uma das medidas dedicadas à otimização energética do sistema de ar comprimido
A partir dos resultados da Error! Reference source not found. obtiveram-se, para o
conjunto das quatro medidas propostas, as poupanças globais por vetor energético, em energia
primária, custos evitados e emissões de CO2e evitadas. Estes resultados encontram-se resumidos
na Tabela 15 .
Tabela 15:Poupanças globais por vetor energético, em energia primária, custos evitados e emissões de CO2
evitadas, com a implementação das medidas de otimização energética do sistema de ar comprimido .
Tabela 16:Valores de referência dos consumos globais da instalação e dos indicadores SGCIE.
Tabela 17:Valores dos consumos globais da instalação e dos indicadores SGCIE após aplicação das medidas.
Determinou-se valor atualizado líquido (VAL) através da fórmula (31), tendo em conta uma taxa
de atualização de 2,5%:
𝑛
𝐶𝐹𝑡 (31)
𝑉𝐴𝐿 = ∑
(1 + 𝑖)𝑡
𝑡=0
Onde
𝐶𝐹𝑡 = 𝑃𝑟𝑜𝑣𝑒𝑖𝑡𝑜𝑠𝑡 − 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠𝑡
A Tabela 19 apresenta todos os valores que foram necessários para determinar a curva de
cash-flow acumulado e atualizado no horizonte do projeto.
Tabela 19:Custos, proveitos, cash-flow, cash-flow atualizado e cash-flow atualizado e acumulado para os diversos
anos dentro do horizonte do projeto.
O estudo incide sobre uma unidade industrial que fornece para exterior, a custo zero,
resíduos de biomassa provenientes do processo. De acordo com o apurado na auditoria energética,
a produção desta matéria residual energeticamente valorizável ter-se-á situado, no ano de
referência, nas 1.330 t. O Poder Calorífico Inferior deste resíduo foi avaliado em 15,7 MJ/kg.
Tendo em consideração o potencial energético associado a esta fonte de energia e a sua natureza
endógena, sem custos e renovável, pretende-se realizar uma avaliação técnico-financeira
simplificada do seu aproveitamento através da implementação de uma central térmica a
termofluido.
Na Tabela 20 estão presente as principais diferenças entre as soluções preconizadas, a nível
técnico e financeiro.
Tabela 20: Dados técnicos e financeiros (relativo a central em causa)
CASO PRÁTICO – MOD1
Opção A Opção B
Consumo efetivo de gás natural [kWh] 968.345,5 1.452.518,25
Eficiência sistema [%] 80,3 80
Energia Útil Consumida [kWh] 1.205.909,7 1.815.647,8
Energia Útil Consumida [MJ] 4.341.274,968 6.536.332,125
Quantidade de Biomassa consumida [t] 276,50 416,33
Tabela 21:Consumos de gás natural de referência com base nas faturas disponibilizadas (ano de referência)
Para efeitos de cálculos de consumo efetivo de gás natural, a energia útil consumida e a
quantidade de biomassa consumida utilizaram-se as seguintes equações:
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑑𝑒 𝑔á𝑠 𝑛𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑙 = 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑔á𝑠 𝑛𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑙 × %𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑔𝑎𝑠 (32)
Tabela 21 e tendo em conta que a opção (A) é responsável por 50% do consumo de gás natural
de referencia da instalação para utilização da energia térmica disponibilizada pela central a
termofluido em sistemas, enquanto que a opção (B) é responsável por 75% da mesma, foi possível
determina o consumo efetivo de gás natural para cada uma das opções recorrendo as equações
(8), (9) e (10) acima indicada e obteve-se os seguintes valores presentes na Tabela 22.
Partindo dos valores de investimento inicial para cada opção de acordo com a Tabela 20, foi
Opção A Opção B
Consumo efetivo de gás natural [kWh] 968.345,5 1.452.518,25
Eficiência sistema [%] 80,3 80
Energia Útil Consumida [kWh] 1.205.909,7 1.815.647,8
Energia Útil Consumida [MJ] 4.341.274,968 6.536.332,125
Quantidade de Biomassa consumida [t] 276,50 416,33
possível efetuar uma análise financeira tendo em conta os seguintes indicadores de viabilidades
(VAL, TIR, PRI, PRI atualizado) para cada um dos cenários em estudo:
𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜_𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙[€]
𝑃𝑅𝐼 = (35)
€ €
𝑃𝑟𝑜𝑣𝑒𝑖𝑡𝑜𝑠_𝐴𝑛𝑢𝑎𝑖𝑠[ ] − 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠_𝐴𝑛𝑢𝑎𝑖𝑠[ ]
𝑎𝑛𝑜 𝑎𝑛𝑜
𝑛
𝐶𝐹𝑡
𝑉𝐴𝐿 = ∑ (36)
(1 + 𝑖)𝑡
𝑡=0
Em que:
VAL - Valor Atual Líquido
CFt - Cash-flow no ano “t”
n - Período de vida do projeto
i - Taxa de atualização
A TIR foi calculada através de folhas de cálculo (função “IRR” no Microsoft Excel)
considerando uma taxa de atualização de 5% ao ano, o custo do gás natural de 0,04 €/kWh e um
período do projeto de 20 anos em ambos os casos em estudo, estando todos os cálculos para o
efeito devidamente detalhado no ficheiro Excel_MOD2_MRCE3, conseguindo-se obter os
seguintes cenários de evolução para os cash-flows de cada uma das opções em estudo Figura 30.
CASO PRÁTICO – MOD1
300000
200000
Cash-Flow acumulado e
atualizado (€) 100000
0
-100000 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
MRCE - A
-200000
-300000 MRCE - B
-400000
-500000
-600000
Periodo do Projeto (Anos)
Desta feita, foi necessário recorrer á função Microsoft Excel – “Análise de Hipóteses”, sendo o
valor para o qual o custo do kWh inviabiliza o projeto é de 0,029 €/kWh.
Usando da mesma ferramenta que no ponto anterior, função Microsoft Excel – “Análise de
Hipóteses”, o valor de consumo do gás natural para o qual o projeto torna-se inválido é dado
também quando a curva de evolução do cash-flow tocar o eixo das abcissas correspondente ao
período total de vigência do projeto, ou seja, quando o VAL da opção em estudo for nulo Figura
32.
Sendo deste modo o valor obtido para o consumo que inviabiliza este projeto situar-se nos
1.054.688,5 kWh/ano.
Sabendo que a energia primária total anual consumida pela unidade industrial é derivada da
eletricidade e do gás natural, sendo esse valor na ordem dos 784,33 tep/ano, de acordo com
estudos prévios realizados no MOD 1.
Uma vez que a aplicação desta medida visa a substituição do gás natural pela biomassa,
considerando.se uma fonte de energia endógena e gratuita, deste modo o impacto recairá somente
na parcela do gás natural no total da energia primária anualmente consumida, situando-se esse
valor na ordem dos 149,58 tep/ano. Utilizando o fator de conversão da biomassa para energia
primária, obtida através do Despacho 17313_2008, no valor de 0,277 tep/t e sabendo o consumo
de biomassa anual pela opção em estudo, de 416,33 t, foi possível determinar a “parcela de
Biomassa em termos de energia primária”, 115,32 tep/ano, que desta feita irá amortizar a parcela
do gás natural no total anual de energia primária consumida pela instalação.
Com isso registando-se uma diminuição do consumo do gás natural pela instalação, através
da redução da sua parcela no total de energia primária anual consumida, verificou-se uma
diminuição dessa energia primária anual consumida pela unidade industrial para 669 tep/ano,
tendo em conta que a energia primária considerada para o caso de estudo deriva-se de eletricidade
e gás natural.
Considerando que a unidade industrial está enquadrada, segundo normas SGCIE, nos níveis
de consumo superior a 500 tep e inferior a 1000 tep, tendo por isso que cumprir as seguintes metas
relativamente aos três indicadores SGCIE, já determinados no MOD1, nomeadamente
Intensidade Energética (IE) e Consumo Específico de Energia (CEE) uma redução mínima de
4%, e Intensidade Carbónica (IC) no mínimo a manutenção dos níveis históricos de emissão
registado, após aplicação da MRCE no caso em estudo.
Essas metas, a que cada indicador deverá no mínimo cumprir após aplicação da MRCE,
apresentam os seguintes valores:
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 (𝑡𝑒𝑝)(∗)2
𝐼𝑛𝑡𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔é𝑡𝑖𝑐𝑎 (𝐼𝐸) = 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐴𝑐𝑟𝑒𝑠𝑐𝑒𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜 𝐵𝑢𝑡𝑜 (€)
(37)
(*)2 Para efeitos do plano, o consumo total de energia é calculado considerando apenas 50 % da energia resultante de
resultados endógenos e de outros combustíveis renováveis.
CASO PRÁTICO – MOD1
Uma vez que o consumo anual de energia primária pela instalação registou uma
diminuição através da aplicação da MRCE (substituição do gás natural pela biomassa gerada a
partir de resíduos sólidos provenientes do próprio processo, para a implementação de uma central
a termofluido), assim como das emissões anuais de gases de efeito de estufa (GEE) pois a
biomassa considerada no presente estudo de acordo com o Despacho 17313_2008 possui zero
emissão de CO2e para atmosfera , situando-se esses valores nos 669 tep/ano e 1479,53 tCO2e,
respetivamente, e sendo a quantidade de unidades produzidas anualmente de 335.186 unidades,
usando as expressões acima indicadas para cada parâmetro obteve-se os seguintes resultados:
𝐼𝑛𝑡𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔é𝑡𝑖𝑐𝑎 (𝐼𝐸) = 1,025 × 10−5 [tep/€]
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑜 𝑑𝑒 𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎(𝐶𝐸𝐸) = 9,98 × 10−4 [tep/unidade]
𝐼𝑛𝑡𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑟𝑏ó𝑛𝑖𝑐𝑎 (𝐼𝐶) = 2,21 [tCO2e/tep]
3
(*) dados de produção relativos à série apresentada no MOD I que apresentou uma
correlação estatisticamente válida com os consumos de energia primária da instalação
CASO PRÁTICO – MOD1
De modo a apurar-se quanto é que se poupou em termos de custos (€) e consumos (tep)
anuais associados à energia pela unidade industrial e tendo os dados relativos à produção da
mesma após aplicação das MRCE, diferente do que tinha sido registada antes da MRCE, baseou-
se nos dados relativos ao consumo marginal (0,0014) e ao consumo de energia independente da
produção (24,97) – MOD 1, para determinar o consumo expectável de energia primária (tep) por
meio da expressão (1) e representado na Tabela 24.
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝐸𝑥𝑝𝑒𝑐𝑡.
= (𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑚𝑎𝑟𝑔𝑖𝑛𝑎𝑙 × 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜) + 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑖𝑛𝑑𝑒𝑝. 𝑝𝑟𝑜𝑑 (1)
Uma vez obtida o consumo esse consumo expectável, foi possível determinar qual era a
poupança em termos de consumo de energia (tep) da unidade industrial após MRCE, pela
diferença entre o consumo expectável e consumo real, sendo o total anual de consumo evitado
de 45,43 tep.
Por sua vez para traduzir essa poupança em termos de consumo de energia (tep) para custos (€),
sabendo o consumo anual de energia primária (tep) e o custo anual de energia (€), dados que
constam da Tabela 25.
Tabela 25:Dados relativos aos consumos e custos anuais de energia da unidade industrial
Fontes Consumo anual [tep] Custo anual energia [€] Custo [€/tep]
Eletricidade 634,75 252286,84 397,45859
Gás Natural 149,58 77467,64 517,9010563
Total 784,33 329754,48 420,4282381
Tendo o custo por unidade de energia consumida anualmente (€/tep) e o consumo evitado de
energia (tep), através da implementação da MRCE, pôde-se finalmente apurar qual foi o custo
anual evitado com o consumo de energia (€), pela expressão:
Custo anual evitado [€] = custo por unidade de energia consumida [€/tep] ×
consumo evitado de energia[tep]
Deste modo o resultado obtido foi de,
𝑪𝒖𝒔𝒕𝒐 𝒂𝒏𝒖𝒂𝒍 𝒆𝒗𝒊𝒕𝒂𝒅𝒐 = €𝟏𝟗𝟎𝟖𝟎, 𝟔
90
80
70
Consumo (tep)
60
50
40
Consumo Real
30
20
10
0
Produção (Unidades)
CASO PRÁTICO – MOD1
Figura 33: Evolução mensal dos consumos reais e expectáveis da unidade industrial após MRCE
A representação do modo como se dá a evolução mensal dos consumos reais e dos consumos
expetáveis no ano em análise é dado pelo seguinte gráfico:
CASO PRÁTICO – MOD1
14. Referências
[4] European Commission, Reference Document Best Available Techniques for Energy
Efficiency, February 2009.