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CASO PRÁTICO – MOD1

Eficiência Energética
A. Frota, B. Veiga, J. Carreira, T. Marques
Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia,
Campo Grande, 1700 – Lisboa, Portugal
CASO PRÁTICO – MOD1

Índice
1. Introdução ............................................................................................................................. 4
2. Consumo de Energia Elétrica no Ano de Referência ............................................................ 5
2.1 Consumo mensal de energia elétrica, por classe tarifária, no ano de referência ........... 5
2.2 Distribuição percentual anual dos consumos por classe tarifária .................................. 8
2.3 Evolução mensal da potência tomada em horas de ponta e potência contratada .......... 8
2.4 Evolução mensal da energia reativa consumida fora de vazio ...................................... 9
2.5 Encargos com Energia Elétrica no Ano de Referência ................................................. 9
3. Perfis de Consumo de Energia Elétrica no Ano de Referência ........................................... 10
3.1 Diagrama de carga diário médio anual ........................................................................ 11
3.2 Consumo médio por dia da semana ............................................................................. 12
3.3 Diagrama de carga médio diário por dia da semana.................................................... 12
3.4 Diagrama de carga médio diário por mês .................................................................... 12
4. Custos e Consumo de Gás Natural no Ano de Referência .................................................. 13
4.1 Evolução mensal de consumos e custos de gás natural ............................................... 14
4.2 Consumos e encargos anuais ....................................................................................... 15
4.3 Custos médios por parâmetro faturado........................................................................ 15
5. Perfis de Consumo de Gás Natura no Ano de Referência ................................................... 15
5.1 Perfis de consumo mensais ......................................................................................... 16
6. Energia Primária e Emissões de CO2e ................................................................................ 18
7. Dados de Produção.............................................................................................................. 21
8. Relação entre produção e consumo ..................................................................................... 22
9. Indicadores e Metas SGCIE ................................................................................................ 23
9.1 Metas ........................................................................................................................... 24
9.2 Intensidade energética ................................................................................................. 24
9.3 Intensidade carbónica .................................................................................................. 25
9.4 Consumo específico de energia ................................................................................... 25
9.5 Metas ........................................................................................................................... 26
10. MRCE 1 - ILUMINAÇÂO ................................................................................................. 26
10.1 Plano 1 – Substituição das lâmpadas existentes por umas mais eficientes. ................ 29
10.2 Plano 2 – Plano 1 + Aproveitamento de iluminação natural, adicionando janelas nas 33
10.3 Plano 3 – Plano 2 + Adição de sistema de regulação de fluxo luminoso e de sensores de
presença. .................................................................................................................................. 35
11. MRCE 2 - Ar comprimido .................................................................................................. 38
11.1 Medidas dedicadas á otimização energética do sistema de ar comprimido ................ 41
11.1.2 1ª Medida - Correção de fugas na rede de distribuição ............................................ 41
11.1.3 2ª Medida – Produção de ar comprido à pressão mínima necessária ....................... 42
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11.1.4 3ª Medida – Recuperação do calor dissipado pelo sistema de arrefecimento do


compressor .......................................................................................................................... 43
11.1.5 4ª Medida - Medida para corrigir o diferencial de temperatura entre a temperatura na
sala do compressor e a temperatura do ar exterior .............................................................. 44
12. MRCE 3 – Central a biomassa ............................................................................................ 48
12.1 Cálculos e avaliação dos parâmetros em estudo ......................................................... 49
12.2 Análise comparativa entre as duas opções (A e B) ..................................................... 51
12.3 Avaliação do estudo com base na opção adequada ..................................................... 51
12.4 O valor de consumo (eventual diminuição de produção) que inviabiliza o projeto; ... 52
12.5 O impacto desta medida nos consumos de energia primária da instalação; ................ 53
12.6 O impacto desta medida nos indicadores SGCIE; ....................................................... 53
13. Medição e Verificação do Desempenho Energético ........................................................... 54
13.1 Cálculos relativos a poupança em custos e consumos evitados após aplicação da MRCE
na unidade industrial ............................................................................................................... 55
13.2 Evolução dos consumos mensais reais e expectáveis durante o ano em análise ......... 56
14. Referências .......................................................................................................................... 58
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1. Introdução

No âmbito da Estratégia Nacional para a Energia, foi publicado o Decreto-Lei n.º


71/2008, de 15 de Abril, que regulamenta o Sistema de Gestão dos Consumos Intensivos de
Energia (SGCIE), e que por sua vez foi alterado pela Lei n.º 7/2013, de 22 de janeiro, e pelo
Decreto-Lei n.º 68-A/2015, de 30 de abril. Este Sistema aplica-se às instalações consumidoras
intensivas de energia com consumos superiores a 500 [tep/ano], resultando da revisão do
Regulamento de Gestão dos Consumos de Energia (RGCE), uma das medidas constantes do Plano
Nacional de Acão em Eficiência Energética (PNAEE). O presente decreto-lei define quais as
instalações Consumidoras Intensivas de Energia (CIE), estendendo a sua aplicação a um conjunto
mais abrangente de empresas e instalações com vista ao aumento da sua eficiência energética
tendo em atenção a necessidade de salvaguardar a respetiva base competitiva no quadro da
economia global.
O SGCIE prevê que a instalação CIE realizem, periodicamente, auditorias energéticas que
incidam sobre as condições de utilização de energia e promovam o aumento da eficiência
energética, incluindo a utilização de fontes de energia renováveis. Prevê, ainda, a elaboração e
execução de Planos de Racionalização dos Consumos de Energia (PREn) que contemplem
objetivos mínimos de eficiência energética.
A auditoria energética, consiste num levantamento detalhado de todos os aspetos relacionados
com o uso da energia ou que, de alguma forma, contribuam para a caracterização dos fluxos
energéticos. Tem como objetivo a caracterização energética dos diferentes equipamentos e
sistemas existentes numa instalação consumidora intensiva de energia (incluindo o
estabelecimento de correlações entre consumos de energia e produções e cálculo dos
correspondentes consumos específicos de energia e de indicadores de eficiência energética global
da instalação) e a identificação das medidas com viabilidade técnico-económica possíveis de
implementar, de modo a aumentar a eficiência energética e ou a reduzir a fatura energética
associada às atividades da instalação em questão. Ainda, a auditoria energética deverá incidir
sobre a conceção e o estado das instalações, devendo ser recolhidos os elementos necessários à
elaboração do plano de racionalização do consumo de energia, bem como à subsequente
verificação do cumprimento deste.
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2. Consumo de Energia Elétrica no Ano de Referência


O sistema tarifário e a metodologia de cálculo das tarifas, definidas no Regulamento
Tarifário, devem promover de forma transparente a eficiência na afetação de recursos e a equidade
e justiça das tarifas, sem esquecer a necessidade de manter o equilíbrio económico e financeiro
das empresas reguladas, a qualidade do fornecimento de energia elétrica e a estabilidade da
evolução tarifária.
A garantia da inexistência de subsídios cruzados nas tarifas de venda a clientes finais e nas tarifas
de acesso impõe que as tarifas sejam determinadas de forma aditiva. Para que cada cliente pague
na medida dos custos que causa no sistema.
As tarifas de acesso às redes, aprovadas pela ERSE e pagas por todos os consumidores de energia
elétrica, incluem as tarifas de Uso Global do Sistema, de Uso da Rede de Transporte e de Uso da
Rede de Distribuição. Os clientes que escolherem o seu comercializador mercado livre pagam as
tarifas de acesso às redes e negoceiam livremente os preços de fornecimento de Energia e de
Comercialização com o seu comercializador.
Como previamente estabelecido pela entidade que regula o setor energético (ERSE), de acordo
com a modalidade do consumidor final, os custos inerentes ao usufruto do serviço de eletricidade,
para o cálculo dos termos de potência e do termo fixo foram considerados os dias do período
faturado, conforme nº 3 do Artigo 184º do Regulamento de Relações Comerciais.
Relativamente aos termos de potência contratada pelo cliente final, esta é previamente definida
com o seu comercializador mantendo-se sempre constante durante o período em que o contrato
estiver em vigor, contudo a potência em horas de ponta, esta varia conforme for o nível de
consumo por parte do cliente final assim como os termos de energia reativa sendo que esta é
definida consoante o nível de perturbação introduzida na rede por parte do mesmo, que como é
evidente para o caso em estudo, trata-se de um cliente final com carga industrial.

2.1 Consumo mensal de energia elétrica, por classe tarifária, no ano de referência

Os períodos horários em Portugal Continental e nas Regiões Autónomas são


determinados tendo em consideração as especificidades elétricas de cada região, designadamente
no que respeita à evolução do seu diagrama de carga, sendo estes períodos horários de entrega de
energia elétrica a clientes finais previstos nos Artigos 24.º e 31.º do Regulamento Tarifário
diferenciados em ciclo semanal e ciclo diário. No ciclo diário, os períodos horários são iguais em
todos os dias do ano. No ciclo semanal, os períodos horários diferem entre dias úteis e fim de
semana.

Estando os clientes finais distinguidos consoante a sua modalidade de consumo, para o


atual caso de estudo importa frisar que, para os clientes em média tensão (MT) com ciclo semanal
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e quatro períodos horários, bem como para os clientes em alta tensão (AT) e em média-alta tensão
(MAT) com ciclo semanal, consideram-se os feriados nacionais com períodos tarifários idênticos
ao domingo.
Fazendo análise às faturas relativas ao consumo de energia elétrica no ano de 2014 para todos os
meses desse ano, a distribuição desse consumo conforme a classe tarifária encontra-se apresentada
no gráfico da Error! Reference source not found..

200000
Consumo [kWh]

150000
100000
50000
0

Meses

Ponta Cheia Vazio Super Vazio

Figura 1:Consumo mensal de energia por classe tarifária

Partindo da mesma linha de análise anterior, determinou-se o peso relativo do consumo


que cada classe tarifária representava no “espectro” mensal do consumo de energia elétrica. Os
resultados obtidos encontram-se representados no gráfico da Error! Reference source not
found..

60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%

Ponta Cheia Vazio Super Vazio

Figura 2:Distribuição percentual mensal dos consumos por classe tarifária


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2.2 Distribuição percentual anual dos consumos por classe tarifária

Analisando o consumo de energia elétrica por classe tarifária para o ano de 2014 no seu
todo, obteve-se o peso do consumo anual de energia elétrica em cada uma das classes tarifárias
relativamente ao consumo anual de energia elétrica por parte do cliente final.

13% 15%

20%

51%

Ponta Cheia Vazio Super Vazio

Figura 3:Distribuição percentual anual dos consumos por classe tarifária

2.3 Evolução mensal da potência tomada em horas de ponta e potência contratada

A potência contratada pelo cliente final consta nos termos contratuais de requisição do
serviço de fornecimento de energia elétrica com o seu comercializador, estando todos os seus
níveis de consumo necessariamente limitado por esta potência contratada, entre os quais a
potência em horas de ponta requisitada. Da análise das faturas de energia elétrica, onde constam
os referidos parâmetros, obteve-se a evolução mensal da potência tomada em horas de ponta e
potência contratada, representada no gráfico da Figura 3.

1000

800
Potencia [kW]

600

400

200

PT em Horas de Ponta PT Contratada


Meses
Figura 4:Evolução mensal da potência tomada em horas de ponta e da potência contratada
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2.4 Evolução mensal da energia reativa consumida fora de vazio

Sendo a energia reativa um parâmetro muito relevante quando se trata de um cliente final
de carga industrial, embora essa mesma energia seja inoportuna à própria rede, introduzindo danos
e desvios ao funcionamento regular da mesma, ela é faturada conforme for o grau de desfasamento
introduzidos pela energia reativa, nomeadamente à tensão e corrente da rede.

25000
ENERGIA REATIVA [kvarh]

20000

15000

10000

5000

Cons FV (tg 0.3-0.4) Cons FV (tg 0.4-0.5) Cons FV (tg > 0.5)
meses

Figura 5:Evolução mensal da energia reativa consumida fora do vazio

2.5 Encargos com Energia Elétrica no Ano de Referência

Da mesma análise efetuada anteriormente à fatura de energia elétrica, onde constam os


consumos da unidade industrial taxados consoante um determinado nível de consumo, o custo
unitário médio anual por cada classe tarifária, dada pela expressão (1) e apresentada na Tabela 1:

𝑻𝒂𝒓𝒊𝒇𝒂 = 𝑪𝒐𝒏𝒔𝒖𝒎𝒐 𝒂𝒏𝒖𝒂𝒍 𝒆𝒍𝒆𝒕𝒓𝒊𝒄𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 × 𝑪𝒖𝒔𝒕𝒐𝒔 𝒂𝒏𝒖𝒂𝒊𝒔 𝒄𝒐𝒎 𝒆𝒍𝒆𝒕𝒓𝒊𝒄𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 (1)

Tabela 1:Custo unitários médios anuais por parâmetro faturado

Períodos Tarifários Tarifa [€/kWh]


Ponta 0,1011
Cheia 0,0908
Vazio 0,0683
Super Vazio 0,0630

Sabendo o consumo de energia elétrica mensal por parte do cliente final e as respetivas
tarifas aplicadas a cada período de consumo (classe tarifária), pela análise da faturação mensal
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efetuado pelo comercializador é possível obter os custos, em euros, inerentes ao consumo de


energia elétrica. Esses encargos encontram-se representados no gráfico da Figura 6.

30000
25000

ENCARGOS [€]
20000
15000
10000
5000
0

MESES

Figura 6:Evolução dos encargos mensais com energia elétrica

Do mesmo modo da análise anterior os custos mensais associados ao consumo de energia


elétrica por parte do cliente final podem ser desagregados consoante os períodos de consumos,
sabendo de antemão os custos inerentes a cada um, permitindo deste modo detalhar os níveis de
consumo por cada classe tarifaria, de acordo com o gráfico da Figura 7.

20000
ENCARGOS [€]

15000

10000

5000

Ponta Cheia
Meses

Figura 7:Desagregação dos encargos com energia elétrica

3. Perfis de Consumo de Energia Elétrica no Ano de Referência


O consumo de energia é um dos principais indicadores do desenvolvimento económico e do
nível de qualidade de vida de qualquer sociedade. Ele reflete tanto o ritmo de atividade dos setores
industrial, comercial e de serviços, quanto a capacidade da população para adquirir bens e serviços
tecnologicamente mais avançados, como eletrodomésticos e eletroeletrônicos (que exigem acesso
à rede elétrica e pressionam o consumo de energia elétrica).
Esta inter-relação foi o principal motivo para explicar a evolução do consumo de energia
relativamente aos dados de telecontagem. A partir dos dados disponibilizados dos registos de
telecontagem relativo ao consumo de energia ativa em [kWh], obteve-se o gráfico da Figura 8.
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Os dados foram devidamente tratados na folha de calculo Microsoft Excel e usou-se a função sum
para obter os valores.

400

consumo [MWh]
300
200
100
0

Meses

Figura 8:Evolução dos consumos mensais de energia elétrica

Analisando a Figura 8, conclui-se que setembro é o mês em que se verifica um maior


consumo de energia elétrica, sendo dezembro o mês em que se verifica menor consumo devido
ao facto de uma suposta baixa de produção.
Através da soma (dados disponíveis em anexo folha de calculo Microsoft Excel) dos
consumos mensais de energia elétrica, obteve-se um consumo anual de 2952 MWh.

3.1 Diagrama de carga diário médio anual

A energia não é um produto simples que seja mensurável através de um único parâmetro.
Dentro do consumo de energia existem características que impõem a modulação da energia
consumida no tempo através de uma função. A variação desse consumo ao longo das horas do dia
é denominado por diagrama de carga de energia elétrica. Figura 9 apresenta o consumo diário
médio anual da fábrica em estudo.

450
400
350
Potência [kW]

300
250
200
150
100
50
0
0:00
1:30
3:00
4:30
6:00
7:30
9:00
10:30
12:00
13:30
15:00
16:30
18:00
19:30
21:00
22:30

Horas

Figura 9:Diagrama de carga diário médio anual

Como já era de se prever, no período de vazio (6h:30), em que não há produção e a fábrica
estando parada e começando o horário de funcionamento das 6h:30 as 11h:45 tendo uma quebra
de produção as 12h:00 (hora de pausa).
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3.2 Consumo médio por dia da semana

Com os valores da leitura do consumo diário feito sempre no mesmo horário, no final do
dia, para que os intervalos entre as medidas sejam de aproximadamente 24 horas. Fez-se a soma
diária para todos os meses e obteve o consumo por dia da semana para todos meses conforme a
grafico2 abaixo.

10000
Consumo [kWh]

8000
6000
4000
2000
0

Dias da semana

Figura 10:Consumo médio diário por dia da semana

Através da Figura 10 pode-se concluir que o consumo máximo ronda por volta dos
8000,00 [kWh] com um mínimo no final de semana em que o consumo é de 4273,50 [kWh], isto
pelo facto de no final de semana a fábrica esta parada e tendo umas máquinas em funcionamento
certamente só para garantir o que o equipamento trabalhe em boas condições.

3.3 Diagrama de carga médio diário por dia da semana


Estas medidas podem ser mostradas na forma de um gráfico no qual fica evidenciado o
consumo em função do dia da semana Figura 11, onde o consumo máximo se verifica entre quarta
e quinta feira.

600 segunda-feira
Potência [kW]

500
400 terça-feira
300
quarta-feira
200
100 quinta-feira
0
sexta-feira
00:00
02:15
04:30
06:45
09:00
11:15
13:30
15:45
18:00
20:15
22:30

sábado
Horas domingo

Figura 11:Diagrama de carga médio diário por dia da semana

3.4 Diagrama de carga médio diário por mês


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A potência de quarto horário ativo corresponde a energia transferida num determinado


intervalo de tempo correspondente à integral temporal da potência ativa. É esta integração
realizada pelos contadores de energia utilizados na faturação de consumos energéticos de
instalações. Pela a análise do estudo da fabrica em questão pode-se concluir através do diagrama
de carga que durante o período da meia noite até as seis horas e quinze minutos (horário de vaio)
a fábrica esta parada e estando em funcionamento a partir das sete horas e meia até as onze horas
e quarenta e cinco minutos tendo um período de pausa de uma hore e meia como mostra a figura
abaixo.

600
Janeiro
500
Fevereiro
Potência [kW]

400
Março
300
Abril
200 Maio
100 Junho
0 Julho
00:00
01:45
03:30
05:15
07:00
08:45
10:30
12:15
14:00
15:45
17:30
19:15
21:00
22:45

Agosto
Horas Setembro

Figura 12:Diagrama de carga médio diário por mês

4. Custos e Consumo de Gás Natural no Ano de Referência


O período de fornecimento de gás natural é entre o dia 1 e o último dia de cada mês, isto
é, dia 31 ou 30 (até 28 para fevereiro). Os custos apresentam parcelas fixas, que se têm de pagar
independentemente do consumo realizado, e parcelas que dependem do consumo, sendo uma
tarifa por unidade de energia consumida (kWh).
Quanto à primeira parcela, ela apresenta o valor de 4,6557 €/dia de janeiro a junho, apresentando
o valor de 4,9678 €/dia até ao final do ano. A parcela da capacidade utilizada apresenta o valor
de 10.458 kWh/dia para o primeiro trimestre e o valor de 11.425 kWh/dia para os restantes meses.
O custo resultante da capacidade utilizada depende da tarifa aplicada, sendo esta de 0,00200876
€/kWh para os meses de janeiro a julho e de 0,00214388 €/kWh para os restantes meses. O termo
de capacidade de entrada também varia ao longo do ano, ocorrendo a mudança nos mesmos
instantes que na parcela anterior. Assim, o valor de energia é de 10.458 kWh/dia para o primeiro
trimestre e o valor de 11.425 kWh/dia para os restantes meses, variando as tarifas, que apresentam
o valor de 0,00028208 €/kWh para os meses de janeiro a julho e de 0,00049471 €/kWh para os
restantes meses.
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O restante valor a pagar, apresentado na fatura, depende da quantidade de energia consumida em


cada mês, multiplicado pela tarifa em vigor nesse mesmo mês, sendo que essas tarifas diferem
em todos os meses.

4.1 Evolução mensal de consumos e custos de gás natural


Começou-se por estudar a evolução mensal dos consumos de gás natural e respetivos
custos. Uma vez que se tem os valores dos consumos para cada dia de cada mês, calculou-se o
consumo total, incluindo os parâmetros fixos descritos anteriormente, uma vez que também eles
são valores diários. No final, somando todos os consumos e custos para cada dia do mês,
obtiveram-se os gráficos da evolução mensal dos consumos de gás natural e respetivos custos.

10000,00
9000,00
8000,00
7000,00
Custos (€)

6000,00
5000,00
4000,00
3000,00
2000,00
1000,00
0,00

Figura 13:Evolução dos custos mensais

Através da análise dos dados, verifica-se que o consumo ao longo do mês mantém-se
sensivelmente constante, o que se deve ao facto de o primeiro dia do mês poder ser um dia de
semana ou não, consoante o mês em questão, pois o valor obtido para cada dia foi obtido através
do somatório dos valores desse dia para todos os meses do ano. Verifica-se que o dia 31 apresenta
um valor muito menor, devido ao facto de apenas seis meses possuírem 31 dias. O mesmo
acontecimento se verifica na evolução mensal dos custos. Como estes dependem essencialmente
do consumo de energia, para o dia 31, quando ocorre menor consumo, o custo é menor.
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4.2 Consumos e encargos anuais


Através dos dados obtidos, pode analisar-se também parâmetros anuais, tal como o
consumo e os custos ocorridos. Deste modo, o consumo anual de energia relativo ao gás natural
é de 9930.136 MWh e o custo anual é de 91043 €.

200000
Energia (kWh)

150000

100000

50000

Figura 14:Evolução dos consumos mensais

4.3 Custos médios por parâmetro faturado


Os parâmetros faturados, descritos acima, apresentam valores (tarifas) que variam ao
longo do ano, como referido. Para poder fazer uma análise anual dos consumos e dos custos, faz
sentido definir um valor médio para cada um desses parâmetros. Através dos dados apresentados
na faturação, foi possível determinar esses valores médios. O termo tarifário fixo apresenta um
valor igual a 4.811750 €/kWh, a capacidade utilizada tem a tarifa de 0.003583€/kWh, o termo de
capacidade de entrada é 0.000388 €/kWh, o termo de energia é igual a 0.044394 €/kWh e o
desconto de termo de energia é 0.002800 €/kWh.

5. Perfis de Consumo de Gás Natura no Ano de Referência

Estudou-se o consumo médio de gás natural por cada dia da semana, fazendo a média
aritmética dos consumos de gás natural por cada dia da semana. Utilizou-se para esse fim os dados
da telecontagem do gás natural, que apresentam os volumes corrigidos deste consumidos (V, em
m3). Em seguida, usando o poder calorífico inferior do gás natural (PCI=45,1 MJ/kg) e o seu peso
específico (ρ=0,8404 kg/m3), aplicou-se a fórmula (2) para calcular a energia contida no gás
natural:
𝑉𝜌(𝑃𝐶𝐼) 2
𝐸𝑔á𝑠 = [𝑀𝑊ℎ]
3600 [𝑠/ℎ]

Obteve-se assim o gráfico apresentado na Figura 15.


CASO PRÁTICO – MOD1

Figura 15:Consumo médio de gás natural por dia da semana

A Figura 15 mostra que o consumo médio de gás natural é máximo à segunda-feira com
cerca de 7,5 MWh, uma vez que este dia corresponde ao primeiro dia útil, havendo a partir de
terça-feira uma ligeira diminuição até ao final da semana. Ao sábado, observa-se uma grande
diminuição do consumo de gás natural para 2 MWh, pois, ao fim de semana, a fábrica diminui a
sua produção e portanto o consumo. Ao domingo, é atingido o mínimo de consumo de gás natural
com cerca de 0,7 MWh.

5.1 Perfis de consumo mensais

Estudou-se também o perfil do consumo mensal de gás natural, fazendo a soma dos
consumos diários por cada mês, obtendo-se os gráficos das Figura 16 a Figura 18.

Figura 16:Consumos mensais de gás natural para janeiro, fevereiro e março


CASO PRÁTICO – MOD1

Figura 17:Consumos mensais de gás natural para abril, maio e junho

Figura 18 - Perfis de consumos mensais de gás natural para julho, agosto e setembro.
CASO PRÁTICO – MOD1

Figura 19 - Perfis de consumo mensais de gás natural para outubro, novembro e dezembro.

A partir da análise dos gráficos das Figura 16 a Figura 19 conclui-se que os maiores
consumos de gás natural registam-se à segunda-feira, que corresponde ao primeiro dia útil da
semana. Por sua vez, os menores consumos ocorrem precisamente no fim de semana (sábado e
domingo), pois não existe produção, havendo somente determinadas máquinas que necessitam de
estar permanentemente ligadas, com potências mínimas.

6. Energia Primária e Emissões de CO2e

Para se perceber a evolução dos consumos mensais de energia primária ao longo do ano,
utilizou-se os consumos mensais de gás natural e os consumos mensais de energia primária para
produção de eletricidade. Para o caso da eletricidade, teve-se em consideração o fator de
conversão da eletricidade para energia primária (𝐹𝐶𝑒𝑙𝑒,𝑝𝑟𝑖𝑚 = 2,15 × 10−4 𝑡𝑒𝑝/𝑘𝑊ℎ),
utilizando a fórmula (3).
𝐸𝑝𝑟𝑖𝑚,𝑒𝑙𝑒 [𝑡𝑒𝑝] = (𝐹𝐶𝑒𝑙𝑒,𝑝𝑟𝑖𝑚 )𝐸𝑒𝑙𝑒 (3)

Os consumos mensais de energia primária resultante da combustão de gás natural calcularam-se


através da fórmula (4):
𝐸𝑔á𝑠 [𝑀𝐽] (4)
𝐸𝑝𝑟𝑖𝑚,𝑔á𝑠 [𝑡𝑒𝑝] = ( ) (10−3 𝑡/𝑘𝑔)(𝑃𝐶𝐼𝑔á𝑠 [𝑡𝑒𝑝/𝑡])
𝑃𝐶𝐼𝑔á𝑠 [𝑀𝐽/𝑘𝑔]
Onde
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𝑃𝐶𝐼𝑔á𝑠 = 45,1 𝑀𝐽/𝑘𝑔


𝑃𝐶𝐼𝑔á𝑠 = 1,077 𝑡𝑒𝑝/𝑡
Associadas ao consumo de energia primária encontram-se as emissões de dióxido de
carbono para a atmosfera. Deste modo, torna-se importante avaliar as emissões de dióxido de
carbono ao longo do ano, utilizando o fator de emissão (FE) associado ao consumo de eletricidade
(Eele) e de gás natural (Egás) e a fórmula (5):
𝐸𝑚𝑖𝑠𝑠õ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝐶𝑂2𝑒 = (𝐹𝐸) × 𝐸 (5)
Onde
𝐹𝐸𝑒𝑙𝑒 = 0,47 𝑘𝑔𝐶𝑂2𝑒 /𝑘𝑊ℎ
𝐹𝐸𝑔á𝑠 = 64,1 𝑘𝑔𝐶𝑂2𝑒 /𝐺𝐽

Figura 20 - Evolução dos consumos mensais de energia primária e das emissões mensais de CO 2e.

A Figura 20 mostra que o maior consumo de energia primária ocorre em setembro com
cerca de 75 tep. Associado a este consumo está uma maior quantidade de dióxido de carbono
emitido com aproximadamente 170 toneladas.
Por sua vez, o menor consumo de energia primária ocorre em dezembro, correspondendo a 50 tep
e a ele associado tem-se que as menores emissões registadas são aproximadamente 120 toneladas.

Calcularam-se os consumos anuais de energia primária fazendo a soma dos consumos mensais
anteriormente calculados.
CASO PRÁTICO – MOD1

Determinaram-se as emissões anuais de dióxido de carbono fazendo a soma das emissões


mensais de CO2e anteriormente calculados.
O gráfico da Figura 21 mostra a desagregação dos consumos anuais de energia primária por fonte
de energia.

Figura 21 - Desagregação dos consumos anuais de energia primária por fonte de energia.

A Figura 21 mostra que 81% do consumo anual de energia primária da fábrica tem o
contributo da eletricidade, com cerca de 634,75 tep, o que era esperado, uma vez que a eletricidade
é utilizada para os mais diversos fins, como produção, serviços, etc.
Verifica-se que o consumo anual de energia primária, que corresponde à soma entre o consumo
anual de energia primária devido à eletricidade e o consumo anual de energia primária devido ao
gás natural, é 784,33 tep.

Efetuou-se também a desagregação das emissões anuais de dióxido de carbono por fonte
de energia, resultando no gráfico da Figura 22.
CASO PRÁTICO – MOD1

Figura 22 - Desagregação das emissões anuais de CO2 por fonte de energia.

A partir da Figura 22 observa-se que 78% das emissões de dióxido de carbono é devida à
utilização da eletricidade, com cerca de 1388 toneladas, pois como se concluiu a partir do Figura
21 esta é a forma de energia mais representativa na fábrica. As emissões resultantes da combustão
do gás natural é aproximadamente 402 toneladas, ou seja, cerca de 29% das emissões associadas
à eletricidade.
Verifica-se que as emissões anuais de dióxido de carbono, que corresponde à soma entre as
emissões devido à eletricidade e as emissões devido à combustão do gás natural, é cerca de 1790
toneladas.

7. Dados de Produção

Estudou-se a evolução das quantidades mensais de produtos fabricados, obtendo-se o


gráfico da Figura 23.
CASO PRÁTICO – MOD1

Figura 23 - Evolução das quantidades mensais produzidas.

Fazendo a soma das quantidades mensais produzidas pela fábrica obtiveram-se as


quantidades anuais produzidas, que corresponderam a 335.186 unidades.

8. Relação entre produção e consumo

Estudou-se a relação entre o consumo mensal de energia primária e a produção (em


unidades), estabelecendo uma relação linear entre estes. O gráfico da Figura 24 mostra os
resultados obtidos nesta análise.

Figura 24 - Relação entre o consumo de energia primária e a produção.


CASO PRÁTICO – MOD1

Uma vez que o coeficiente de correlação da regressão linear é maior que 70%, conclui-se
que, estatisticamente, existe uma boa relação linear entre o consumo e a produção.
A análise deste gráfico permite obter informações úteis acerca dos consumos de energia da
fábrica.
Assim, o consumo marginal de energia por unidade produzida corresponde ao declive da reta, ou
seja, 0,0014 tep/unidade.
O consumo independente da produção é uma informação bastante importante na análise da
eficiência energética da fábrica, na medida em que informa o consumo de energia quando a
produção é nula. Este corresponde ao consumo da iluminação geral, da secção administrativa, etc.
Assim, o consumo independente da produção corresponde à ordenada na origem dessa reta, ou
seja, 24,97 tep.

O custo energético por unidade produzida é determinado tendo em consideração os custos


anuais de energia em eletricidade e gás natural, através das faturas energéticas, os consumos
anuais de energia primária e o consumo marginal por unidade produzida. A fórmula (6) permite
assim determinar o custo energético por unidade produzida:
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔é𝑡𝑖𝑐𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎 [€/𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒] = 𝐴 × 𝐵 (6)
Onde:
𝑡𝑒𝑝
𝐴 = 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑚𝑎𝑟𝑔𝑖𝑛𝑎𝑙 [ ]
𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑎𝑛𝑢𝑎𝑖𝑠 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎[€]
𝐵=
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝑠 𝑎𝑛𝑢𝑎𝑖𝑠[𝑡𝑒𝑝]

O consumo marginal obtido foi 0,0014 tep/unidade. Os custos anuais com a eletricidade
e com o gás natural obtidos através das faturas foram 322566,53 € e 113635,28 €, respetivamente,
sendo os custos globais com a energia a soma das duas anteriores, ou seja, 436201,81 €. Os
consumos anuais de energia primária foram 784 tep.
Substituindo estes valores na expressão (6) obtém-se:
𝑡𝑒𝑝 326.484 €
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔é𝑡𝑖𝑐𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎 = (0,0014 [ ]) × ( )
𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 784 tep
= 0,58 €/𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒

Este valor indica que a produção de uma unidade custa à fábrica cerca de 0,58 €.

9. Indicadores e Metas SGCIE

O SGCIE prevê que as instalações consumidoras intensivas de energia realizem,


periodicamente, auditorias energéticas que incidam sobre as condições de utilização de energia e
promovam o aumento da eficiência energética, incluindo a utilização de fontes de energia
CASO PRÁTICO – MOD1

renováveis. Prevê, ainda, a elaboração e execução de Planos de Racionalização dos Consumos de


Energia (PREn) que contemplem objetivos mínimos de eficiência energética. Os PREn, quando
aprovados, constituem Acordos de Racionalização dos Consumos de Energia (ARCE) celebrados
com a DGEG, associando ao seu cumprimento a obtenção de incentivos pelos operadores dessas
instalações.

9.1 Metas
O Plano de Racionalização do Consumo de Energia (PREn) é elaborado com base nos
relatórios das auditorias energéticas obrigatórias, devendo prever a implementação, nos primeiros
três anos, de todas as medidas identificadas com um período de retorno do investimento (PRI)
inferior ou igual a cinco anos, no caso das instalações com consumo de energia igual ou superior
a 1000 tep/ano, ou com um PRI inferior ou igual a três anos no caso das restantes instalações.
O PREn deve ainda estabelecer metas relativas ao Consumo Específico de Energia e às
Intensidades Energética e Carbónica, sempre que aplicável, com base nas medidas previstas no
número anterior (1000 tep/ano), tendo em conta os seguintes indicadores.
Esta fábrica corresponde a uma instalação consumidora intensiva de energia com consumos
inferiores a 1000 tep/ano. Por isso, no âmbito do SGCIE é exigida uma redução em 4% no
consumo específico de energia e na intensidade energética, em 8 anos. Também é exigido, no
mínimo, a manutenção dos valores históricos de intensidade carbónica.

9.2 Intensidade energética

Medida pelo quociente entre o consumo total de energia (considerando apenas 50% da
energia resultante de resíduos endógenos e de outros combustíveis renováveis) e o valor
acrescentado bruto (VAB) das atividades empresariais diretamente ligadas a essas instalações
industriais.

𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 (𝑡𝑒𝑝)(∗)1 (7)


𝐼𝑛𝑡𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔é𝑡𝑖𝑐𝑎 (𝐼𝐸) =
𝑉𝐴𝐵 (€)

𝑉𝐴𝐵 = 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 + 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑡𝑎çõ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜𝑠 + 𝑃𝑟𝑜𝑣𝑒𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑠𝑢𝑝𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑟𝑒𝑠 (8)


+ 𝑇𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜𝑠 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑎 𝑝𝑟ó𝑝𝑟𝑖𝑎 𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑎
− 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑎𝑠 𝑚𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜𝑟𝑖𝑎𝑠 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎𝑠 𝑒 𝑑𝑎𝑠 𝑚𝑎𝑡é𝑟𝑖𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎𝑠
− 𝐹𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑒 𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜𝑠 𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜𝑠
− 𝑂𝑢𝑡𝑟𝑜𝑠 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑒 𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑖𝑠

(*)1 Para efeitos do plano, o consumo total de energia é calculado considerando apenas 50 % da energia resultante de
resultados endógenos e de outros combustíveis renováveis.
CASO PRÁTICO – MOD1

O valor acrescentado bruto foi calculado, considerando as informações disponibilizadas na Tabela


2.
Tabela 2 - Rubricas da fábrica.

Rubrica Global (€)


Vendas 32.596
Prestação de serviços 47.778.220
Proveitos suplementares 33.591
Trabalhos para a própria a empresa 0
Custos das mercadorias vendidas e
das matérias consumidas 2.478.870
Fornecimentos e serviços externos 12.264.833
Outros custos e perdas operacionais 460.571

Desta forma, o valor acrescentado bruto é 32.640.133 € e, como o consumo anual de energia
primária é cerca de 784 tep, tem-se que a intensidade energética é:
784 𝑡𝑒𝑝
𝐼𝐸 = = 2,4 × 10−5 𝑡𝑒𝑝/€
32.640.133 €

9.3 Intensidade carbónica

Medida pelo quociente entre o valor das emissões de gases de efeito de estufa resultantes
da utilização das várias formas de energia no processo produtivo e o respetivo consumo total de
energia.
𝐸𝑚𝑖𝑠𝑠õ𝑒𝑠 𝑔𝑙𝑜𝑏𝑎𝑖𝑠 𝑑𝑒 𝐶𝑂2𝑒 (𝑡𝐶𝑂2𝑒 ) (9)
𝐼𝑛𝑡𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑟𝑏ó𝑛𝑖𝑐𝑎 (𝐼𝐶) =
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 (𝑡𝑒𝑝)

Dado que as emissões globais de CO2 são cerca de 1.789 toneladas, obtém-se uma intensidade
carbónica de 2,3 tCO2e/tep.

9.4 Consumo específico de energia

Este indicador corresponde ao quociente entre o consumo total de energia (considerando


apenas 50% da energia resultante de resíduos endógenos e de outros combustíveis renováveis) e
o volume de produção, ou seja:

𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 (𝑡𝑒𝑝) (10)


𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎(𝐶𝐸𝐸) =
𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 (𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒)

Dado que a produção total de unidades é 335.186, obtém-se que o consumo específico de energia
é 2,3×10-3 tep/unidade.
CASO PRÁTICO – MOD1

9.5 Metas

Como no âmbito do SGCIE é exigida uma redução em 4% no consumo específico de


energia e na intensidade energética, em 8 anos, tem-se que estes indicadores ao fim de 8 anos têm
de apresentar os seguintes valores:
𝐶𝐸𝐸 = 0,96 × (2,3 tep/unidade) = 2,2 tep/unidade
𝐼𝐸 = 0,96 × (2,4 × 10−5 𝑡𝑒𝑝/€) = 2,3 × 10−5 𝑡𝑒𝑝/€

A intensidade carbónica tem que se manter, no mínimo, em 2,3 tCO2e/tep.

10. MRCE 1 - ILUMINAÇÂO

A iluminação é um fator importante numa indústria, sendo um dos fatores essenciais às


condições de trabalho e representando uma parte considerável do consumo energético. Para se
poder analisar qual o consumo energético devido a este fator e quais as condições de
funcionamento, é necessário fazer medições, coletar informação através de funcionários e reunir
dados históricos da empresa. Nesse intuito, para o caso em questão e durante a auditoria, foram
realizadas medições pontuais dos níveis de iluminância do espaço e ainda registada a informação
relativa a quais as lâmpadas usadas, equipamentos associados e horários dos funcionários, uma
vez que o funcionamento das lâmpadas coincide com a presença desses funcionários, pois o
circuito de alimentação é manual, sendo ligado/desligado pelos mesmos. Através da informação
recolhida, verifica-se que a iluminação é feita através das lâmpadas HPI Plus 400W/645 BU E40
1SL/6, que possuem as caraterísticas apresentadas na tabela seguinte, destacando-se a sua
eficiência, a qual permite a estas lâmpadas ter etiqueta A+.

Tabela 3: Características de lâmpadas usadas

Potência Nominal (W) 395.0


Eficiência Luminosa (lm/W) 82.0
Regulável Não
Etiqueta Eficiência Energética A+
Vida útil até 10% falhas (h) 7500

Recorrendo à Tabela 3, verifica-se que as lâmpadas em uso apresentam uma eficiência


elevada (A+). No entanto, a sua vida útil é reduzida e o seu funcionamento não é regulável, o que
representa desvantagens. Na verdade, as lâmpadas em uso não apresentam caraterísticas muito
negativas, mas não são as adequadas para o uso industrial. Nas instalações em questão existem
48 lâmpadas deste tipo, dispersas homogeneamente pelo espaço, como demonstrado na figura 2.
CASO PRÁTICO – MOD1

Outro parâmetro que se pode obter é o diagrama de carga da iluminação, que traduz o
perfil do consumo energético por estas ao longo de um dia típico, obtendo-se a partir das medições
efetuadas durante a auditoria. As medições foram realizadas em intervalos de 15 minutos, ao
longo de sete dias, pelo que, para se obter o diagrama apresentado, foi necessário processar os
dados, fazendo a média de potência usada em cada hora, para o conjunto dos dias. O diagrama de
carga está representado na Figura 25. O período monitorizado é representativo de um regime de
funcionamento médio, tendo tal sido confirmado pelo responsável da unidade industrial.

20000

15000

10000
Potência (W)

5000

0
00:00:00
01:30:00
03:00:00
04:30:00
06:00:00
07:30:00
09:00:00
10:30:00
12:00:00
13:30:00
15:00:00
16:30:00
18:00:00
19:30:00
21:00:00
22:30:00
Figura 25:Diagrama de carga da iluminação

Através da sua análise, evidenciam-se os períodos de pausa, informados pelo responsável


das instalações, referentes ao período de troca de turno (5:00-6:00) e descanso (16:30-17:00). No
entanto, na hora de almoço, referente ao intervalo 13h-14h30, não se verifica redução da potência
utilizada como se esperaria, uma vez que todos os funcionários se encontram fora das instalações,
o que, provavelmente, se deve ao fato de ficarem luzes em funcionamento por esquecimento das
pessoas, pois elas são quem controlam o funcionamento das luzes.
CASO PRÁTICO – MOD1

Outro aspeto a medir foi o nível de iluminância em cada uma das zonas de trabalho, para
a qual se obteve os valores representados na imagem seguinte, em unidades lux. Recorrendo à
informação fornecida, sabe-se que o nível de iluminância mínima para períodos de trabalho é de
200 lux e de 100 lux para processos de limpeza. Analisando a figura, verifica-se que não são
cumpridos esses requisitos mínimos, pelo que
uma das melhorias passará obrigatoriamente
pela implementação de sistemas de iluminação
novos. Os valores marcados com asterisco
representam o valor de iluminância nas áreas
em que existe recurso de luz natural, mas que
não é aproveitado, devido à presença de
aberturas para o exterior. A posição das
lâmpadas no espaço da unidade é marcada
pelos pontos negros, verificando a sua
disposição regular.

Figura 26: Esquema de instalações e iluminância

Os resultados apresentados foram obtidos para o dia 17 de maio, em condições de céu


limpo, o que influencia a radiação que incide na unidade industrial.
Como referido, para a iluminância, verifica-se que os requisitos não são cumpridos, à exceção da
zona que apresenta o valor de 284 lux. No entanto, analisando a ficha técnica da lâmpada usada
nas instalações, verifica-se que ela apresenta um fluxo luminoso de cerca de 32500 lm (lúmen), o
que seria suficiente para garantir a iluminância requisitada, o que se comprova recorrendo a um
processamento dos dados, como o seguinte.
𝑙𝑢𝑚𝑒𝑛
𝐼𝑙𝑢𝑚𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑚𝑖𝑛𝑖𝑚𝑎 = 200 𝑙𝑢𝑥 = 200 (11)
𝑚2
𝑙𝑚 812000 𝑙𝑚
𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑚𝑖𝑛𝑖𝑚𝑜 = 200 2
∗ 4060 𝑚2 = 812000 𝑙𝑚 = = 16916.7 (12)
𝑚 48 𝑙𝑎𝑚𝑝𝑎𝑑𝑎

Uma vez que o fluxo luminoso mínimo necessário são 16916.7 lúmen por lâmpada,
comprova-se que as lâmpadas instaladas seriam suficientes. Tal não se verifica, pelo que se pode
concluir que estas estarão no final da sua vida útil ou estão seriamente sujas, impedindo que a luz
passe para o espaço. Uma vez que as lâmpadas existentes não possuem sistema de regulação de
fluxo luminoso, contabilizam-se as horas para limpeza dos equipamentos como horas de trabalho,
até que se implemente esse sistema de regulação.
Estando descrita a situação da unidade industrial, conclui-se que é necessário implementar
algumas melhorias, não só para cumprir os requisitos exigidos, como para promover a eficiência
CASO PRÁTICO – MOD1

energética da unidade. As medidas de racionalização dos consumos energéticos (MRCE)


passaram pela substituição dos equipamentos por outros mais eficientes, melhoramento de
sistemas, adicionando a função de regulação do fluxo luminoso e aproveitamento do recurso luz
natural, utilizando uma iluminação hibrida (luz natural + lâmpadas) sempre que possível. Para
poder saber quais as medidas a implementar, foram analisados os parâmetros essenciais, tais como
investimento inicial da sua implementação, poupança que fornecerá, o seu impacto nos
indicadores de SGCIE, entre outros, de modo a se poder decidir se a medida é implementada ou
não. Deste modo, as medidas foram agrupadas em planos, visto como cenários, apresentando-se
de seguida a sua descrição:
 Plano 1 – Substituição das lâmpadas existentes por umas mais eficientes,
 Plano 2 – Plano 1 + Aproveitamento de iluminação natural, adicionando janelas nas
várias paredes da unidade industrial,
 Plano 3 – Plano 2 + Adição de sistema de regulação de fluxo luminoso e de sensores de
presença.

10.1 Plano 1 – Substituição das lâmpadas existentes por umas mais eficientes.

O plano 1 passa pela substituição direta das lâmpadas existentes por umas mais eficientes,
que apresentam caraterísticas mais apropriadas a uma utilização em unidades industriais. Após a
pesquisa das várias opções, a lâmpada escolhida foi a NAV-T 250 W E40, que possui as
caraterísticas apresentadas na figura seguinte, assim como uma imagem da própria lâmpada. Além
disso, a ficha técnica da lâmpada encontra-se em anexo, para maior detalhe na análise.

Figura 27:Lâmpada mais eficiente - NAV-T 250 W E40

Através da informação fornecida pela ficha técnica da lâmpada, conclui-se que, para além de
elevada eficiência luminosa (112 lm/W), estas lâmpadas apresentam um fluxo luminoso capaz de
suportar as exigências impostas pelas condições de trabalho, como se comprova de seguida.
𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑙𝑢𝑚𝑖𝑛𝑜𝑠𝑜 28000 𝑙𝑢𝑥
𝐼𝑙𝑢𝑚𝑖𝑛â𝑛𝑐𝑖𝑎 = = = 6.9 = 331.04 𝑙𝑢𝑥 (13)
Á𝑟𝑒𝑎 4060 𝑙𝑎𝑚𝑝𝑎𝑑𝑎
CASO PRÁTICO – MOD1

Uma vez que o nível mínimo de iluminância requisitado é de 200 lux e se conseguem
cerca de 331 lux com estas novas lâmpadas, elas cumprem o requisito de iluminância. No entanto,
o custo da sua implementação ou o tempo de retorno do valor pode ser demasiado.
Fazendo uma média dos valores apresentados pelos vários fabricantes, concluiu-se que o preço
médio para cada unidade é de 13.5 € [3]. A informação relativa ao preço varia pouco, sendo que
parte dessa informação é relativa a uma versão melhorada destas lâmpadas, que apresenta maior
fluxo luminoso, as que não foram usadas porque, como apresentado, o fluxo luminoso destas já é
suficiente. Uma vez que as instalações apresentam 48 lâmpadas, o custo de investimento é de
648€.
Recorrendo à informação coletada na auditoria, conclui-se que as lâmpadas estão em
funcionamento 21 horas por dia, durante cinco dias por semana, mais as 11 horas do sábado, o
que representa um funcionamento de 116 horas por semana. Através da informação apresentada
na ficha técnica das lâmpadas, estima-se que elas funcionem, em média, 20000 horas, pelo que se
pode concluir o tempo de funcionamento esperado.

20000
𝐷𝑢𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑎𝑠 𝑙𝑎𝑚𝑝𝑎𝑑𝑎𝑠 = = 172.4 𝑠𝑒𝑚𝑎𝑛𝑎𝑠 = 3 𝑎𝑛𝑜𝑠 + 216 𝑑𝑖𝑎𝑠 (14)
116

Do pós-processamento dos dados, pode ter-se a perceção que este tempo de vida é
reduzido, mas, na verdade, representa um tempo útil bastante significativo, uma vez que as
lâmpadas estão em funcionamento a maior parte do tempo (116 horas/semana). Além disso, o seu
funcionamento decresce muito pouco ao longo do seu tempo de vida, verificando-se uma
manutenção do fluxo luminoso elevada, sendo 0.89 para as 20000 horas, o que significa que até
ao seu final de vida, elas garantem os requisitos de iluminação (0.89 * 331 = 295 lux).
Analisando os dados obtidos durante a auditoria e através do processamento efetuado, verificou-
se que o consumo semanal era de 2438.374 kWh, pelo que se pretende obter um valor menor
recorrendo às novas lâmpadas. Como não existe medições para elas, o consumo terá de ser
estimado com base na informação da sua ficha técnica, da qual se extrai que estas consomem
275kWh por cada 1000 horas de funcionamento, o que corresponde a uma potência de 275W.
Deste modo, a energia consumida é a seguinte:

𝐸 = 𝑃 ∗ ∆𝑡 = 275 ∗ 0.25 = 68.75𝑊ℎ/𝑙𝑎𝑚𝑝𝑎𝑑𝑎 = 3300𝑊ℎ (15)

Para obter o consumo semanal, basta somar o consumo ao longo de cada hora, para o qual
já se incorpora a redução devido aos períodos de pausa e de não funcionamento, obtendo-se um
consumo total semanal de 1547.7kWh, o que corresponde a uma poupança de 890.67kWh em
relação ao plano base (o existente).
CASO PRÁTICO – MOD1

Uma vez conhecida a energia poupada, é relevante analisar o que ela representa em
poupanças a nível de energia primária (tep), emissões de gases de efeito de estufa (kgCO2e),
potência e monetário. Para tal, apresenta-se a tabela seguinte, que contempla todos os valores
referidos.
Tabela 4:Poupança associada ao plano 1

Uma vez que todas as variáveis apresentadas acarretam um custo, as poupanças


monetárias incorporam várias parcelas. Através da informação relativa aos períodos de tarifa
analisados no módulo anterior, obtém-se que as poupanças totais são iguais a 4381.45€ por ano,
valor obtido a partir da extrapolação das poupanças semanais para as horas de um ano,
incorporando o efeito da pausa de quatro semanas de férias ao longo desse ano (8089 horas por
ano).

Para se poder avaliar o que estas poupanças representam no consumo total da instalação,
é necessário avaliar as alterações nos indicadores mais relevantes do SGCIE. No entanto, a
iluminação representa apenas uma pequena parte desse consumo, pelo que o efeito será reduzido
no global. Assim como esses indicadores, também outras variáveis económicas, como o valor
atual liquido (VAL) e o tempo de recuperação do investimento, foram avaliadas, de modo a
fundamentar uma decisão final. Na figura seguinte estão representados esses valores.

Tabela 5:- Variáveis económicas do plano 1


CASO PRÁTICO – MOD1

O primeiro aspeto a evidenciar diz respeito ao primeiro valor, do qual se conclui que esta
poupança tem um peso de 0.03% no consumo total, pelo que o consumo especifico se mantém no
mesmo valor. Para o cálculo do Cash-Flow e do período de retorno do investimento, foi necessário
recorrer às equações seguintes.
𝐶𝑎𝑠ℎ_𝐹𝑙𝑜𝑤 = 𝑃𝑟𝑜𝑣𝑒𝑖𝑡𝑜𝑠 − 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 (16)
𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
𝑃𝑅𝐼 = (17)
𝑃𝑟𝑜𝑣𝑒𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑎𝑛𝑢𝑎𝑖𝑠 − 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑎𝑛𝑢𝑎𝑖𝑠

Uma vez que o investimento apresenta um valor muito baixo e a poupança apresenta um
valor bastante significativo, era esperado um valor de retorno muito baixo, tal como o obtido, com
um intervalo de tempo de apenas 153 dias (0.148×365). Considerando uma taxa de atualização
de 2.5%, foi possível atualizar o valor que se evitaria num prazo de 3 anos, de modo a avaliar a

viabilidade da media. Para este processo, considerou-se que, a partir do segundo ano de
instalação, as lâmpadas têm um custo de manutenção de 100€/ano. Os parâmetros chave
encontram-se na Tabela 6 , obtidos a partir das respetivas expressões.

Tabela 6- Parâmetros económicos do plano 1:

1
𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜 = (18)
(1 + 𝑖)𝑛
𝐶𝑎𝑠ℎ𝐹𝑙𝑜𝑤 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜 = 𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜 ∗ 𝐶𝑎𝑠ℎ𝐹𝑙𝑜𝑤 (19)

𝑉𝐴𝐿 = ∑ 𝐶𝑎𝑠ℎ𝐹𝑙𝑜𝑤 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜 (20)

Pode, através da análise destes dados, concluir-se que em apenas um ano se consegue
recuperar os capitais investidos e gerar excedente financeiro. No entanto, estudou-se para o
período de três anos porque é próximo do tempo de vida útil das lâmpadas.
Outro parâmetro estudado foi taxa interna de rentabilidade (TIR), que representa a taxa de
atualização à qual se obtém um valor de valor atual liquido nulo. Recorrendo à ferramenta do
Excel para tal, obtém-se o valor de 654%. Este valor é de tal magnitude porque existe uma grande
diferença entre o investimento e os custos evitados, no sentido positivo, logo seria necessária uma
CASO PRÁTICO – MOD1

taxa muito elevada para que o valor atual liquido fosse nulo, isto é, não se gerasse nenhum valor
com a medida implementada.
É de fácil conclusão que as medidas do plano devem ser implementadas, pois, para além de
permitir cumprir os requisitos legais, permite poupanças significativas. Esta poupança poderá ser
importante para a implementação de mais medidas, criando um ciclo de eficiência energética.
Uma regra que permite validar o plano é o fato de TIR ser superior à taxa de atualização em vigor.

10.2 Plano 2 – Plano 1 + Aproveitamento de iluminação natural, adicionando


janelas nas

A iluminação natural parte do aproveitamento da radiação solar, usando esta para iluminar
os espaços. Para que tal aconteça, é necessário a construção de elementos envidraçados, tal como
claraboias, permitindo a entrada da radiação. Intuitivamente, com o uso desta radiação, as
necessidades luminosas a partir das lâmpadas diminuem e, consequentemente, o consumo da
instalação.
Para o caso em estudo, verifica-se que não existem sistemas para coletar essa radiação, pelo que,
inicialmente, seria necessário proceder a construções e alterações do edifício. Por outro lado, a
radiação apenas existe durante uma fração do dia, tendo-se assumido que existe iluminação
natural em apenas 6 horas por dia.
De acordo com informações relativas ao procedimento nas alterações do edifício, assumiu-se um
valor médio de 70.000 € de investimento.
Assumindo que não se usa qualquer lâmpada nas seis horas diárias em que existe iluminação
natural, isto é, a potência consumida toma o valor zero das 10h até as 16h, verifica-se um consumo
semanal 1138.5kWh, o que, comparando com o plano 1, representa uma poupança de 409.2kWh.
Tal como no plano anterior, existem reduções nos vários parâmetros significativos, traduzidos
pela tabela seguinte.

Tabela 7:Consumos associados ao plano 2

A implementação deste plano representa a redução da fatura energética em 2012.96€ anuais, face
ao plano 1, sabendo que cada uma das parcelas acima representa um custo evitado. Este valor,
assim como feito anteriormente, foi extrapolado a partir da poupança semanal, para as 8089 horas
anuais.
CASO PRÁTICO – MOD1

Tabela 8:Parâmetros económicos relativos ao plano 2.

Sabendo que provoca reduções na fatura energética, só falta avaliar se o custo da sua
implementação é recuperado e em que período de tempo. Uma vez que o investimento apresenta
um valo0r elevado e que a poupança representa uma pequena fração deste, será de esperar um
tempo de retorno elevado, assim como o fluxo de caixa nos primeiros anos. Nesse intuito, assim
como antes, foram avaliados os parâmetros que permitem a decisão sobre a viabilidade da medida.
O Cash-Flow apresentado nesta tabela é respetivo ao primeiro ano.

Tal como verificado na figura, o tempo de retorno do investimento é muito elevado, cerca
de 35 anos, o que se deve ao alto investimento necessário e aos custos evitados, que são diminutos
face à grandeza do investimento. Devido à dimensão dos consumos da instalação, o consumo
especifico permanece no mesmo valor, o que se esperaria uma vez que a influencia dos consumos
evitados dizem respeito a apenas 0.0139% do consumo total.
Apesar de se estimar que esta medida não é viável, procedeu-se aos cálculos dos parâmetros que
o justificam. Assim, recorrendo às expressões respetivas (5 a 9), obtiveram-se os respetivos
parâmetros.
CASO PRÁTICO – MOD1

Tabela 9:Parâmetros económicos para o plano 2.

Apesar de esta medida levar a reduções na fatura energética, seriam necessários muitos
anos para que se recuperasse o valor do investimento, que é muito elevado. Na verdade, as
construções efetuadas não durariam tanto quanto fosse necessário para recuperar esse
investimento, pelo que esta medida deve ser aplicada caso não se consiga um valor de
investimento mais baixo, isto é, outra empresa que faça as construções por menos dinheiro ou
outra solução para aproveitar a radiação. Relembre-se que esta medida foi avaliada face ao plano
1 e que, caso comparada ao plano base, apresentaria um menor tempo de retorno. Contudo, a
garantia de níveis de iluminância são a prioridade e isso só se consegue com o plano 1.
Ao contrário do primeiro plano, o valor do TIR é agora de -44%. Tal deve-se ao fato de, no ano
de implementação, se gastar muito e não se recuperar ao longo dos anos. A taxa teria de ser de tal
modo negativa que o somatório seria nulo.

10.3 Plano 3 – Plano 2 + Adição de sistema de regulação de fluxo luminoso e de


sensores de presença.

A iluminação natural, como visto, permite reduzir o número de horas de funcionamento


das lâmpadas na instalação, pelo que, para além das 6 horas diárias em que essa iluminação é
suficiente, existe um período do dia em que não o é, mas está próximo, tal como o período do
inicio de manha e fim de tarde. Por outro lado, como definido inicialmente, foi comprovado que
o fluxo luminoso necessário para as operações processuais era de cerca de 17000 lm, e que as
lâmpadas a implementar apresentam a capacidade de fornecer 28000 lm. Tendo em conta estes
aspetos, torna-se evidente a utilidade de reguladores da intensidade luminosa, de modo a permitir
o uso da iluminação natural no período de luz menos intensa e reduzir a intensidade luminosa
para os níveis exigidos pelas entidades responsáveis.
De acordo com as informações disponibilizadas, assumiu-se, como um valor médio, que existem
duas horas por dia em que existe iluminação natural, mas não a suficiente para assegurar a
iluminação do espaço só por si mesma. Para a obtenção da potência a utilizar, de modo a assegurar
um fluxo luminoso de 17000 lumens, recorreu-se à seguinte equação:
CASO PRÁTICO – MOD1

𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜 17000
𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑙𝑢𝑚𝑖𝑛𝑜𝑠𝑜 = 𝑃 ∗ 𝜂 → 𝑃 = = = 151.78 𝑊 (21)
𝜂 112

Assim, verifica-se que uma potência de 152 W é suficiente para suprir as necessidades de
iluminação requisitadas. Junto a esta redução na potência utilizada, vem o fato de se poder
aproveitar a radiação solar para iluminação. Como referido no plano 2, considerou-se que existe
radiação durante 6 horas por dia, mas, na verdade, pode considerar-se que existem mais duas
horas em que existe apenas uma fração dessa radiação, que diz respeito ao nascer e ao pôr do sol.
Para esses períodos, assumiu-se que, em vez de utilizar os 152 W obtidos acima, basta utilizar
100 W, pois se aproveita a radiação existente para iluminar o restante.
Como o consumo de energia semanal era de 1138.5kWh após a implementação do plano 2, o
resultado da implementação de sistemas de regulação de fluxo luminoso tem de comparar-se com
esse valor. Desse modo, tem-se que a potencia diária consumida é de 100W durante duas horas
do dia, assumido das 9h às 10h e das 16h às 17h, 0W durante as 6 horas de radiação, respetivo ao
período das 10h às 16h e o restante dia com um consumo de 152W. Calculando o respetivo
consumo energético, obtém-se um valor semanal de 551.52kWh, pelo que existe uma poupança
diária de 586.98kWh. Na verdade, esta é a maior redução no consumo verificada, o que traduz a
importância da utilização de um regulador do fluxo luminoso. Esse aspeto deve-se, para além da
redução da potência utilizada durante as duas horas por dia em que existe uma pequena radiação,
à regulação do fluxo luminoso para 82W, a utilizar durante os períodos de limpeza. Esses períodos
vinham a ser desprezados até este ponto, pois era necessário que as lâmpadas estivessem ligadas.
Contudo, após a instalação do regulador, pode reduzir-se o fluxo luminoso, uma vez que os
requisitos de iluminação desta etapa são apenas de 100lux, obtendo-se então os 82W a utilizar
nesses períodos.
𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑙𝑢𝑚𝑖𝑛𝑜𝑠𝑜 = 100 × 4060 = 8458.3 𝑙𝑚/𝑙â𝑚𝑝𝑎𝑑𝑎
𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜 8458.3
𝑃= = = 75.52 𝑊 (22)
𝜂 112

Na verdade, apenas cerca de 76W seria suficiente, mas, para garantir a inexistência de
falhas, assumiu-se o valor de 80W, uma vez que, devido a trabalhos realizados na área, as
luminárias acabam por ficar sujas. Uma vez que o consumo energético se reduz em 586.98kWh,
isso traduz reduções na fatura energética, num total de 2887.5€ por ano. Para esta implementação,
estimou-se que o investimento total seria de cerca de 10.000€. Este valor visa não só representar
o custo de aquisição, mas também a sua instalação e qualquer construção que seja necessária.
Os valores mencionados encontram-se representados na figura seguinte, para se ter uma
visualização mais geral do efeito.
CASO PRÁTICO – MOD1

Tabela 10:Consumos e custos evitados no plano 3.

Após avaliar quais os custos evitados através desta medida, deve avaliar-se a sua
viabilidade. Assim como nos casos anteriores, a influência da medida nos consumos totais da
instalação é muito reduzida, cerca de 0.02%, pois esse apresenta um valor muito elevado. Como
se verifica pouca diferença no consumo total, tem-se, por consequência, uma variação muito
reduzida no consumo especifico.

Tabela 11:Parâmetros económicos relativos ao plano 2.

Quanto ao Cash-Flow, esse apresenta um valor negativo, pois no primeiro ano, os


investimentos são maiores que os custos evitados. Outro aspeto importante é o tempo de retorno
da medida, a que apresenta apenas um período de 3.46 anos, isto é, cerca de três anos e meio.
Esse período de tempo é reduzido uma vez que se espera que estes reguladores funcionem em
pelo menos o dobro desse tempo, pelo que, até agora, parece uma medida bastante viável. Porém,
para fundamentar essa decisão, calcularam-se os valores de Cash-Flow, Cash-Flow Atualizado e
Valor Atual Liquido, que se apresentam na Tabela 12, em seguida.
CASO PRÁTICO – MOD1

Tabela 12:Parâmetros económicos do plano 3.

Uma vez que a medida se baseia num sistema de controlo, espera-se que esta precise de
ser controlado e mantida em boas condições, pelo que se estimou um gasto de 200€/ano para a
sua manutenção. Como se espera que, no mínimo, esse sistema de regulação dure 5 anos, estudou-
se os custos associados nesse período, concluindo-se que se consegue recuperar o investimento e
ainda gerar um excedente financeiro. Como os custos evitados por ano e os custos de
implementação anuais são da mesma ordem, obteve-se um valor de TIR de 8%, o que já se
encontra mais perto das taxas em consideração. Na verdade, esta taxa é baseada numa estimativa,
por isso não se trata de um valor exato a ter em conta. Como a regra basilar da TIR refere que o
plano deve ser aprovado quando essa é maior do que a taxa de atualização verificada, então este
plano deve ser implementado.
Os planos apresentados traduzem medidas que levam a reduções de consumo e custos, mas, o
mais essencial, leva a redução de consumo de matéria prima e de emissões de gases de efeito de
estufa pelo que devem ser implementadas. Apesar dos planos 1 e 3 se apresentarem como
extremamente viáveis, devem investigar-se maneiras de aproveitar a radiação solar para
iluminação do espaço, de modo a que o investimento não seja tão elevado.

11. MRCE 2 - Ar comprimido

Este trabalho tem como principal objetivo o estudo do ar comprimido, cujo a instalação
dispõe de um compressor de ar 100 kW, a qual o diagrama de carga foi monitorizado durante um
processo de auditoria energética. Parte dos resultados obtidos nesta avaliação são apresentados na
Figura 28 abaixo (período de integração de dados de 1 segundo).
CASO PRÁTICO – MOD1

Figura 28: Diagrama de Carga do compressor

O consumo anual do compressor obteve-se através dos registos do contador de energia que se
encontram no ficheiro em anexo Daily Comsumption (Air Compressor).xls, realizando a soma
dos consumos diários dos 365 dias do ano. Obteve-se assim um consumo de 555,636 MWh.
Através do fator de conversão de eletricidade para energia primária obtém-se:
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠𝑜𝑟 = (2,15 × 10−5 𝑡𝑒𝑝/𝑘𝑊ℎ) × (555.636 𝑘𝑊ℎ) = 119 𝑡𝑒𝑝

Sendo que o consumo anual de energia elétrica desta fábrica obtido foi 635 tep e o consumo total
de energia primária foi 784 tep, os pesos relativos dos consumos do compressor relativamente à
energia elétrica e energia primária são:
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠𝑜𝑟 119 𝑡𝑒𝑝
𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 = = = 19%
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑒𝑙𝑒𝑡𝑟𝑖𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 635 𝑡𝑒𝑝

𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠𝑜𝑟 119 𝑡𝑒𝑝


𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 = = = 15%
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑝𝑟𝑖𝑚á𝑟𝑖𝑎 784 𝑡𝑒𝑝

Calcularam-se os consumos do compressor em vazio e em carga para os seguintes períodos: ano,


dias úteis e fim de semana. Para isso, recorreu-se ao ficheiro em anexo, fazendo a soma dos
consumos para o período considerado.
Calculou-se também o número total de horas para cada um dos períodos considerados. Tendo em
conta que existem 365 dias num ano e que, dentro destes, 261 são dias úteis e 104 são sábados e
domingos, obtém-se que o número total de horas nos dias úteis é 6264 h e que o número total de
horas nos fins de semana é 2496 h.
Em seguida, realizou-se um sistema de duas equações (1), de modo a determinar o número de
horas de funcionamento em carga e em vazio para cada um dos períodos considerados:
𝑁ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠,𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 = 𝑁ℎ𝑐,𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 + 𝑁ℎ𝑣,𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 (1)
{
𝐸𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 = 𝐸ℎ𝑐,𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 + 𝐸ℎ𝑣,𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 = 𝑃𝑐 × 𝑁ℎ𝑐,𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 + 𝑃𝑣 × 𝑁ℎ𝑣,𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
CASO PRÁTICO – MOD1

Onde
Nhoras,período corresponde ao número de horas do período considerado
Nhc,período e Nhv,período, o número de horas de cheia e de vazio do período considerado,
respetivamente
Eperíodo corresponde aos consumos totais no período considerado
Pc=92,5 kW e Pv=30 kW, as potências médias de cheia e de vazio, respetivamente

𝑁ℎ𝑐 (23)
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎(%) = × 100
𝑁ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠,𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜

𝑁ℎ𝑣 (24)
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑒𝑚 𝑣𝑎𝑧𝑖𝑜(%) = × 100
𝑁ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠,𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
𝐸ℎ𝑐,𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑑𝑜 (25)
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎(%) = × 100
𝐸𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
𝐸ℎ𝑣,𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 (26)
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑒𝑚 𝑣𝑎𝑧𝑖𝑜(%) = × 100
𝐸𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜

Os resultados dos cálculos efetuados encontram-se registados na Tabela 1.

Tabela 13:Resultados dos cálculos efetuados

Período Global (ano) Dias úteis Fim de semana


Total de horas de
funcionamento em carga (h) 4.681 4.091 590
Total de horas de
funcionamento em vazio (h) 4.079 2.173 1.906
Total de horas de
funcionamento em carga
(%) 53% 65% 24%
Total de horas de
funcionamento em vazio
(%) 47% 35% 76%
Total de consumos em carga
(kWh) 432.993 378.380 54.613
Total de consumos em vazio
(kWh) 122.370 65.202 57.168
Total de consumos em carga
(%) 78% 85% 49%
Total de consumos em vazio
(%) 22% 15% 51%
Total de consumos (kWh) 555.363 443.582 111.781
CASO PRÁTICO – MOD1

11.1 Medidas dedicadas á otimização energética do sistema de ar comprimido

11.1.2 1ª Medida - Correção de fugas na rede de distribuição

Através dos resultados presentes na Tabela 1 verifica-se que ao fim de semana o


compressor encontra-se a trabalhar também em regime de carga, o que se deve a eventuais fugas
existentes na rede de distribuição. Uma medida a tomar pela empresa será investir 3500 € num
detetor de fugas, que reduz cerca de 90% das fugas totais.
O consumo de energia do compressor que se deveria verificar aos fins de semana é obtido por:
𝐸′𝑓𝑑𝑠 = 𝑁ℎ,𝑓𝑑𝑠 𝑃𝑣 = (590,416 ℎ + 1905,584 ℎ)(30 kW) = 74.880 𝑘𝑊ℎ

O consumo de energia do compressor que efetivamente se verifica aos fins de semana é:


𝐸𝑓𝑑𝑠 = 𝐸ℎ𝑐,𝑓𝑑𝑠 + 𝐸ℎ𝑣,𝑓𝑑𝑠 = 54.613 + 57.168 = 111.781 kWh

As fugas existentes aos fins de semana são:



𝐹𝑢𝑔𝑎𝑠𝑓𝑑𝑠 = 𝐸𝑓𝑑𝑠 − 𝐸𝑓𝑑𝑠 = 111.781 − 74.880 = 36.901 𝑘𝑊ℎ

Uma vez que não só aos fins de semana se verifica fugas, como existem 104 sábados e domingos,
tem-se que o consumo médio diário devido a fugas é:
𝐹𝑢𝑔𝑎𝑠𝑓𝑑𝑠 36.901 𝑘𝑊ℎ
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑜 𝑒𝑚 𝑓𝑢𝑔𝑎𝑠 = = = 355 𝑘𝑊ℎ/𝑑𝑖𝑎
104 104

Portanto, o consumo anual em fugas é dado por:


𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 𝑒𝑚 𝑓𝑢𝑔𝑎𝑠 = (355 𝑘𝑊ℎ/𝑑𝑖𝑎)(365 𝑑𝑖𝑎𝑠) = 129.508 𝑘𝑊ℎ

O detetor de fugas permite reduzir 90% das fugas totais, o que corresponde a um consumo de
energia elétrica evitado de 116.557 kWh.
Assim, o potencial de poupança em custos evitados, em euros, com a implementação desta medida
é:

(𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑒𝑣𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠𝐸𝐸 ) = (𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝑠 𝑒𝑣𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠𝐸𝐸 ) (𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝐸𝐸 [ ])
𝑘𝑊ℎ
= (116.557 kWh)(0,084 €/𝑘𝑊ℎ) = 9.831 €

Os consumos de energia primária evitados calcularam-se recorrendo à fórmula (27):


𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝑠 𝑒𝑣𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠𝐸𝑝𝑟𝑖𝑚 = (𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝑠 𝑒𝑣𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠𝐸𝐸 )(𝐹𝐶𝑒𝑙𝑒,𝑝𝑟𝑖𝑚 ) (27)

Onde
CASO PRÁTICO – MOD1

𝐹𝐶𝑒𝑙𝑒,𝑝𝑟𝑖𝑚 = 2,15 × 10−4 𝑡𝑒𝑝/𝑘𝑊ℎ

Substituindo os valores, obtém-se que os consumos de energia primária evitados são 25 tep.

As emissões de CO2 evitadas devido à poupança em energia elétrica calcula-se pela fórmula (28):
𝐸𝑚𝑖𝑠𝑠õ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝐶𝑂2𝑒 𝑒𝑣𝑖𝑡𝑎𝑑𝑎𝑠 = (𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝑠 𝑒𝑣𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠𝐸𝐸 )(𝐹𝐸𝑒𝑙𝑒 ) (28)
Onde
𝐹𝐸𝑒𝑙𝑒 = 4,7 × 10−3 𝑡𝐶𝑂2𝑒 /𝑘𝑊ℎ

Substituindo os valores obtém-se que as emissões de CO2e evitadas são cerca de 55 tCO2e.

11.1.3 2ª Medida – Produção de ar comprido à pressão mínima necessária

O compressor da instalação produz ar comprimido a 9 bar. A pressão registada no ponto


da rede da distribuição a que se associa uma maior perda de carga foi de 8,5 bar, o que significa
que a maior perda de pressão é de 0,5 bar. Contudo, o equipamento que requer maior pressão de
serviço utiliza ar comprimido a 6 bar.
Assim, uma medida a tomar será produzir ar comprimido à pressão mínima necessária. A redução
de pressão na rede permite uma poupança suplementar que resulta da menor quantidade de ar que
se perde em fugas. Com base nas informações apuradas durante a auditoria energética, a produção
de ar comprimido a 7 bar é suficiente para manter as condições de funcionamento de todos os
equipamentos que requerem ar comprido. Assim, face à situação inicial, existe uma redução de 2
bar.
Sabe-se que a redução de 1 bar resulta numa poupança de 6 a 8% de energia elétrica consumida
pelo compressor. Uma vez que esta medida, tal como a primeira, também envolve poupanças de
energia elétrica, neste caso, a poupança em energia elétrica verificada tem como consumo de
referência o novo consumo após a implementação da 1ª medida, ou seja, 438.806 kWh. O
consumo de energia elétrica evitado é:
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝑠 𝑒𝑣𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠𝐸𝐸 = (0,07 𝑏𝑎𝑟 −1 ) × (2 𝑏𝑎𝑟) × (438.806 𝑘𝑊ℎ) = 61.433 𝑘𝑊ℎ

O potencial de poupança em custos evitados é:


𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑒𝑣𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠𝐸𝐸 = (61.433 𝑘𝑊ℎ)(0,084 €/𝑘𝑊ℎ) = 5.182 €

Os consumos de energia primária evitados são:


𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝑠 𝑒𝑣𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠𝐸𝑝𝑟𝑖𝑚 = (61.433 𝑘𝑊ℎ)(2,15 × 10−4 𝑡𝑒𝑝/𝑘𝑊ℎ) = 13 𝑡𝑒𝑝
CASO PRÁTICO – MOD1

Através da fórmula (28) obtém-se que as emissões de CO2e evitadas são:


𝐸𝑚𝑖𝑠𝑠õ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝐶𝑂2𝑒 𝑒𝑣𝑖𝑡𝑎𝑑𝑎𝑠 = (61.433 𝑘𝑊ℎ)(4,7 × 10−3 𝑡𝐶𝑂2𝑒 /𝑘𝑊ℎ) = 29 𝑡𝐶𝑂2𝑒

11.1.4 3ª Medida – Recuperação do calor dissipado pelo sistema de arrefecimento do


compressor

A potência térmica média dissipada pelo sistema de arrefecimento do compressor foi


avaliada em 54 kW. Ora, esta energia pode ser aproveitada através de um recuperador de calor
para aquecimento útil de ar ou água, quando existe procura. Implementando esta medida com um
investimento inicial de 25000 €, existe uma poupança no consumo de gás natural para o mesmo
fim.
Tendo em conta que o compressor funciona 365 dias por ano (8760 horas) tem-se que a energia
dissipada pelo compressor é:
𝐸𝑑𝑖𝑠𝑠 = (54 𝑘𝑊)(8760 ℎ) = 473.040 𝑘𝑊ℎ

O recuperador de calor tem uma eficiência de cerca η=50%, pelo que a energia térmica
aproveitada por este para aquecimento é:
𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑡é𝑟𝑚𝑖𝑐𝑎 𝑎𝑝𝑟𝑜𝑣𝑒𝑖𝑡𝑎𝑑𝑎 = 𝜂𝑟𝑒𝑐𝑢𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟 𝐸𝑑𝑖𝑠𝑠 = 0,50 × (473.040 𝑘𝑊ℎ)
= 236.520 𝑘𝑊ℎ

Assumindo que a caldeira a gás natural tem um rendimento de η=90%, tem-se que a poupança
anual de gás natural é:
𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑡é𝑟𝑚𝑖𝑐𝑎 𝑎𝑝𝑟𝑜𝑣𝑒𝑖𝑡𝑎𝑑𝑎 236.520 𝑘𝑊ℎ
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝑠 𝑒𝑣𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠𝐺𝑁 = = = 262.800 𝑘𝑊ℎ
ηcaldeira 0,9

O potencial de poupança em custos evitados é:


𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑒𝑣𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠𝐺𝑁 = (𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝑠 𝑒𝑣𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠𝐺𝑁 )(𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝐺𝑁 )
113.635,28 €
= (262.800 𝑘𝑊ℎ) ( ) = 11.701 €
1.739.967 𝑘𝑊ℎ

Os consumos de energia primária evitados calcularam-se recorrendo à fórmula (29):


𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝑠 𝑒𝑣𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠𝐸𝑝𝑟𝑖𝑚 = (𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝑠 𝑒𝑣𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠𝐺𝑁 )(𝐹𝐶𝐺𝑁,𝑝𝑟𝑖𝑚 ) (29)

Onde
𝐹𝐶𝐺𝑁,𝑝𝑟𝑖𝑚 = 8,597 × 10−5 𝑡𝑒𝑝/𝑘𝑊ℎ

Substituindo os valores, obtém-se que os consumos de energia primária evitados são 23 tep.
CASO PRÁTICO – MOD1

As emissões de CO2e evitadas devido à poupança em gás natural calcula-se pela fórmula (30):
𝐸𝑚𝑖𝑠𝑠õ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝐶𝑂2𝑒 𝑒𝑣𝑖𝑡𝑎𝑑𝑎𝑠 = (𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝑠 𝑒𝑣𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠𝑔á𝑠 )(𝐹𝐸𝑔á𝑠 ) (30)
Onde
𝐹𝐸𝑔á𝑠 = 2,308 × 10−4 𝑡𝐶𝑂2𝑒 /𝑘𝑊ℎ

Substituindo-se os valores, obteve-se que as emissões de CO2e evitadas são cerca de 61 tCO2e.

11.1.5 4ª Medida - Medida para corrigir o diferencial de temperatura entre a


temperatura na sala do compressor e a temperatura do ar exterior

Durante a auditoria energética verificou-se que o diferencial médio entre a temperatura


na sala do compressor e a temperatura do ar exterior foi de 5ºC.
Sabe-se que o aumento de temperatura de 5 a 6 ⁰C aponta para um agravamento do consumo
elétrico do compressor na ordem dos 2%.
Uma medida a implementar pela empresa será investir 2500 € num ventilador, que permite que a
sala do compressor se mantenha com uma temperatura aproximadamente igual à temperatura do
ar exterior.
Uma vez que esta medida envolve poupanças em energia elétrica, tem-se que o consumo de
referência é o novo consumo após a implementação da 1ª e 2ª medidas, ou seja, 377.373 kWh.
Assim, com a implementação desta medida verifica-se uma poupança anual de energia elétrica
de:
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝑠 𝑒𝑣𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠𝐸𝐸 = 0,02(𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠𝑜𝑟 ) = 0,02 × (377.373 𝑘𝑊ℎ)
= 7.547 𝑘𝑊ℎ

O potencial de poupança em custos evitados é:


𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑒𝑣𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠𝐸𝐸 = (7.547 𝑘𝑊ℎ)(0,084 €/𝑘𝑊ℎ) = 637 €

Os consumos de energia primária evitados são:


𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝑠 𝑒𝑣𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠𝐸𝑝𝑟𝑖𝑚 = (7.547 𝑘𝑊ℎ)(2,15 × 10−4 𝑡𝑒𝑝/𝑘𝑊ℎ) = 2 𝑡𝑒𝑝

Através da fórmula (28) obtém-se que as emissões de CO2e evitadas são:


𝐸𝑚𝑖𝑠𝑠õ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝐶𝑂2𝑒 𝑒𝑣𝑖𝑡𝑎𝑑𝑎𝑠 = (7.547 𝑘𝑊ℎ)(4,7 × 10−3 𝑡𝐶𝑂2𝑒 /𝑘𝑊ℎ) = 4 𝑡𝐶𝑂2𝑒

A Tabela 2 apresenta o sumário dos potenciais de poupança em energia primária, custos evitados
e emissões de CO2e evitadas com a implementação de cada uma destas medidas propostas para
otimizar energeticamente o sistema de ar comprimido.
CASO PRÁTICO – MOD1

Tabela 14:Sumário das poupanças em energia primária, custos evitados e emissões de CO2 evitadas com a
implementação de cada uma das medidas dedicadas à otimização energética do sistema de ar comprimido

Medidas Vetor Poupança Poupanças em Custos Emissões de


energético em energia evitados (€) CO2e
em causa energia primária (tep) evitadas
(kWh) (tCO2e)
1ª medida Eletricidade 116.557 25 9.831 55
2ª medida Eletricidade 61.433 13 5.182 29
3ª medida Gás natural 262.800 23 11.701 61
4ª medida Eletricidade 7.547 2 637 4

A partir dos resultados da Error! Reference source not found. obtiveram-se, para o
conjunto das quatro medidas propostas, as poupanças globais por vetor energético, em energia
primária, custos evitados e emissões de CO2e evitadas. Estes resultados encontram-se resumidos
na Tabela 15 .

Tabela 15:Poupanças globais por vetor energético, em energia primária, custos evitados e emissões de CO2
evitadas, com a implementação das medidas de otimização energética do sistema de ar comprimido .

Poupança em energia elétrica (kWh) 185.538


Poupança em gás natural (kWh) 262.800
Poupanças em energia primária (tep) 62
Custos evitados (€) 27.350
Emissões de CO2 evitadas (tCO2e) 148

Em seguida, calculou-se o impacto do conjunto das medidas acima propostas nos


consumos globais da instalação e indicadores SGCIE. Para isso tomou-se os valores de referência
destes, presentes na Tabela 16

Tabela 16:Valores de referência dos consumos globais da instalação e dos indicadores SGCIE.

Consumo específico de 2,3×10-3 tep/unidade


energia
Intensidade energética 2,4×10-5 tep/€
Intensidade carbónica 2,3 tCO2e/tep
Valor acrescentado bruto 32.640.133 €
Produção 335.186 unidades
Consumo total de energia 784 tep
primária
Consumo total de energia 2.952.323 kWh
elétrica
Consumo total de gás natural 1.739.967 kWh
Emissões globais de CO2 1.789 tCO2e
CASO PRÁTICO – MOD1

Tabela 17:Valores dos consumos globais da instalação e dos indicadores SGCIE após aplicação das medidas.

Valores após aplicação das medidas Impacto da aplicação das medidas


(%)
Consumo total de energia elétrica 2.766.785 -6,28
(kWh)
Consumo total de gás natural 1.477.167 -15,10
(kWh)
Consumo total de energia 722 -7,97
primária (tep)
Emissões globais de CO2e (tCO2e) 1.641 -8,26
Consumo específico de energia 2,2×10-3 -7,97
(tep/unidade)
Intensidade energética (tep/€) 2,2×10-5 -7,97
Intensidade carbónica (tCO2e/tep) 2,3 -0,32

A determinação da curva de cash-flow e acumulado no horizonte do projeto é


fundamental na análise do projeto. O horizonte do projeto corresponde ao período de vida útil dos
equipamentos em que a empresa precisa de investir para implementar as medidas acima
mencionadas. Todos os equipamentos têm um período de vida útil de aproximadamente 10 anos,
com os investimentos e custos com a sua manutenção presentes na Tabela 18.

Tabela 18:: Investimentos e custos da empresa com os novos equipamentos.

Investimento no detetor de fugas 3.500 €


Investimento no recuperador de calor 25.000 €
Investimento no ventilador 2.500 €
Custo com a manutenção do recuperador de 2.500 €/ano
calor

Determinou-se valor atualizado líquido (VAL) através da fórmula (31), tendo em conta uma taxa
de atualização de 2,5%:
𝑛
𝐶𝐹𝑡 (31)
𝑉𝐴𝐿 = ∑
(1 + 𝑖)𝑡
𝑡=0
Onde
𝐶𝐹𝑡 = 𝑃𝑟𝑜𝑣𝑒𝑖𝑡𝑜𝑠𝑡 − 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠𝑡

Os proveitos correspondem aos custos evitados anualmente e os custos correspondem


inicialmente aos investimentos nos equipamentos e nos anos seguintes aos custos com a
manutenção do recuperador de calor.
CASO PRÁTICO – MOD1

A Tabela 19 apresenta todos os valores que foram necessários para determinar a curva de
cash-flow acumulado e atualizado no horizonte do projeto.

Tabela 19:Custos, proveitos, cash-flow, cash-flow atualizado e cash-flow atualizado e acumulado para os diversos
anos dentro do horizonte do projeto.

Período Custos Proveitos Cash-flow Cash-flow Cash-flow atualizado e


(€/ano) (€/ano) (€) atualizado (€) acumulado (€)
0 31.000 0 -31.000 -31.000 -31.000
1 2.500 27.350 24.850 24.244 -6.756

2 2.500 27.350 24.850 23.652 16.896

3 2.500 27.350 24.850 23.076 39.972

4 2.500 27.350 24.850 22.513 62.485

5 2.500 27.350 24.850 21.964 84.448

6 2.500 27.350 24.850 21.428 105.876

7 2.500 27.350 24.850 20.905 126.782

8 2.500 27.350 24.850 20.395 147.177

9 2.500 35.718 24.850 19.898 167.075

10 2.500 35.718 24.850 19.413 186.488

O valor atual líquido corresponde a 186.488 €.

Figura 29:Curva de cash-flow atualizado e acumulado ao longo do período do projeto.


CASO PRÁTICO – MOD1

O período de retorno do investimento simples é dado por:


𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 31.000 €
𝑃𝑅𝐼 = = = 1,2 𝑎𝑛𝑜𝑠
𝑃𝑟𝑜𝑣𝑒𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑎𝑛𝑢𝑎𝑖𝑠 − 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑎𝑛𝑢𝑎𝑖𝑠 27.350 €/𝑎𝑛𝑜 − 2500 €/𝑎𝑛𝑜

O período de retorno do investimento atualizado corresponde ao período em que o cash-


flow atualizado e acumulado é nulo, obtendo-se a partir da curva da Figura 29 cerca de 1 ano.
A taxa interna de rentabilidade calculou-se através da função IRR do Excel colocando o vetor dos
cash-flows, obtendo-se 1%.

12. MRCE 3 – Central a biomassa

O estudo incide sobre uma unidade industrial que fornece para exterior, a custo zero,
resíduos de biomassa provenientes do processo. De acordo com o apurado na auditoria energética,
a produção desta matéria residual energeticamente valorizável ter-se-á situado, no ano de
referência, nas 1.330 t. O Poder Calorífico Inferior deste resíduo foi avaliado em 15,7 MJ/kg.
Tendo em consideração o potencial energético associado a esta fonte de energia e a sua natureza
endógena, sem custos e renovável, pretende-se realizar uma avaliação técnico-financeira
simplificada do seu aproveitamento através da implementação de uma central térmica a
termofluido.
Na Tabela 20 estão presente as principais diferenças entre as soluções preconizadas, a nível
técnico e financeiro.
Tabela 20: Dados técnicos e financeiros (relativo a central em causa)
CASO PRÁTICO – MOD1

12.1 Cálculos e avaliação dos parâmetros em estudo

Com base nos dados disponibilizados relativamente as faturas referentes ao Modulo 1


(ano de referência), fez-se o somatório e obteve o seguinte resultado apresentado na
Tabela 21.
Importa salientar que o consumo anual de gás natural considerados no presente estudo, foram
retirados diretamente da fatura (base PCS) disponibilizada no MOD 1.

Opção A Opção B
Consumo efetivo de gás natural [kWh] 968.345,5 1.452.518,25
Eficiência sistema [%] 80,3 80
Energia Útil Consumida [kWh] 1.205.909,7 1.815.647,8
Energia Útil Consumida [MJ] 4.341.274,968 6.536.332,125
Quantidade de Biomassa consumida [t] 276,50 416,33
Tabela 21:Consumos de gás natural de referência com base nas faturas disponibilizadas (ano de referência)

Para efeitos de cálculos de consumo efetivo de gás natural, a energia útil consumida e a
quantidade de biomassa consumida utilizaram-se as seguintes equações:
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑑𝑒 𝑔á𝑠 𝑛𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑙 = 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑔á𝑠 𝑛𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑙 × %𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑔𝑎𝑠 (32)

Tabela 22: Quantidade consumo de biomassa das opções presentes em estudo

𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑑𝑒 𝑔á𝑠 𝑛𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑙


𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 ú𝑡𝑖𝑙 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎 = (33)
𝐸𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎
𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 ú𝑡𝑖𝑙 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎 [𝑘𝑊ℎ] 3600[ 𝑘𝐽] 1𝑘𝑔
𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑏𝑖𝑜𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎 = × × (34)
𝑘𝐽 1[𝑘𝑊ℎ] 1000 𝑡
𝑃𝐶𝐼[ ]
𝑘𝑔

Com base nos dados apresentados na Tabela 20 e


CASO PRÁTICO – MOD1

Tabela 21 e tendo em conta que a opção (A) é responsável por 50% do consumo de gás natural
de referencia da instalação para utilização da energia térmica disponibilizada pela central a
termofluido em sistemas, enquanto que a opção (B) é responsável por 75% da mesma, foi possível
determina o consumo efetivo de gás natural para cada uma das opções recorrendo as equações
(8), (9) e (10) acima indicada e obteve-se os seguintes valores presentes na Tabela 22.

Partindo dos valores de investimento inicial para cada opção de acordo com a Tabela 20, foi

Opção A Opção B
Consumo efetivo de gás natural [kWh] 968.345,5 1.452.518,25
Eficiência sistema [%] 80,3 80
Energia Útil Consumida [kWh] 1.205.909,7 1.815.647,8
Energia Útil Consumida [MJ] 4.341.274,968 6.536.332,125
Quantidade de Biomassa consumida [t] 276,50 416,33
possível efetuar uma análise financeira tendo em conta os seguintes indicadores de viabilidades
(VAL, TIR, PRI, PRI atualizado) para cada um dos cenários em estudo:
𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜_𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙[€]
𝑃𝑅𝐼 = (35)
€ €
𝑃𝑟𝑜𝑣𝑒𝑖𝑡𝑜𝑠_𝐴𝑛𝑢𝑎𝑖𝑠[ ] − 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠_𝐴𝑛𝑢𝑎𝑖𝑠[ ]
𝑎𝑛𝑜 𝑎𝑛𝑜
𝑛
𝐶𝐹𝑡
𝑉𝐴𝐿 = ∑ (36)
(1 + 𝑖)𝑡
𝑡=0

Em que:
VAL - Valor Atual Líquido
CFt - Cash-flow no ano “t”
n - Período de vida do projeto
i - Taxa de atualização

A TIR foi calculada através de folhas de cálculo (função “IRR” no Microsoft Excel)
considerando uma taxa de atualização de 5% ao ano, o custo do gás natural de 0,04 €/kWh e um
período do projeto de 20 anos em ambos os casos em estudo, estando todos os cálculos para o
efeito devidamente detalhado no ficheiro Excel_MOD2_MRCE3, conseguindo-se obter os
seguintes cenários de evolução para os cash-flows de cada uma das opções em estudo Figura 30.
CASO PRÁTICO – MOD1

300000
200000
Cash-Flow acumulado e
atualizado (€) 100000
0
-100000 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
MRCE - A
-200000
-300000 MRCE - B
-400000
-500000
-600000
Periodo do Projeto (Anos)

Figura 30: Evolução do cash-flow acumulado e atualizado ao longo do período.

12.2 Análise comparativa entre as duas opções (A e B)

De acordo com os indicadores calculados no ponto anterior e pela análise da Figura 30 ,


pode-se afirmar que a opção A apresenta um PRI (Período de Retorno Investimento) menor face
à opção B, devendo-se ao facto de que a primeira possui um menor investimento inicial, sendo
esta diferença de período de retorno pouco significativo. Contudo depara-se que no final do
período do projeto (20 anos), a opção B é aquela que apresenta um maior VAL (Valor Atual
Líquido), sendo a TIR (Taxa Interna de Rentabilidade) igual para ambas.
No que toca ao consumo de matéria residual produzida anual que se situa nas 1330 toneladas por
ano, verifica-se que é a opção B aquela que garante um maior consumo de biomassa, dentro do
limite produzido, apesar de que a opção A ser aquela que consome menos gás natural em todo o
processo de acordo com a Tabela 22.

12.3 Avaliação do estudo com base na opção adequada

Para a solução considerada a mais adequada e tendo em conta os resultados do MOD1, e


partindo do pressuposto fundamento nos indicadores de viabilidade financeira apresentada nos
pontos anteriores, escolheu-se como a melhor a opção B, sendo desta feita todas as análises
efetuadas futuramente neste trabalho dirigidas somente a esta opção.
Efetuando uma análise à evolução da curva do cash-flow da opção B, e tendo em conta que o
preço atual do mercado considerado para o gás natural situa-se nos 0,04 €/kWh, sendo a biomassa
uma fonte de energia endógena e gratuito, para o caso em estudo, o custo do kWh do gás natural
que torna o projeto inviável será alcançado quando a curva de evolução do cash-flow no período
determinado para o projeto tocar o eixo das abcissas, isto é, quando o VAL for nulo Figura 31.
CASO PRÁTICO – MOD1

Figura 31: Curva de custo do kWh substituído que inviabiliza o projeto

Desta feita, foi necessário recorrer á função Microsoft Excel – “Análise de Hipóteses”, sendo o
valor para o qual o custo do kWh inviabiliza o projeto é de 0,029 €/kWh.

12.4 O valor de consumo (eventual diminuição de produção) que inviabiliza o


projeto;

Usando da mesma ferramenta que no ponto anterior, função Microsoft Excel – “Análise de
Hipóteses”, o valor de consumo do gás natural para o qual o projeto torna-se inválido é dado
também quando a curva de evolução do cash-flow tocar o eixo das abcissas correspondente ao
período total de vigência do projeto, ou seja, quando o VAL da opção em estudo for nulo Figura
32.

Figura 32:Curva de consumo (eventual diminuição produção) que inviabiliza o projeto


CASO PRÁTICO – MOD1

Sendo deste modo o valor obtido para o consumo que inviabiliza este projeto situar-se nos
1.054.688,5 kWh/ano.

12.5 O impacto desta medida nos consumos de energia primária da instalação;

Sabendo que a energia primária total anual consumida pela unidade industrial é derivada da
eletricidade e do gás natural, sendo esse valor na ordem dos 784,33 tep/ano, de acordo com
estudos prévios realizados no MOD 1.
Uma vez que a aplicação desta medida visa a substituição do gás natural pela biomassa,
considerando.se uma fonte de energia endógena e gratuita, deste modo o impacto recairá somente
na parcela do gás natural no total da energia primária anualmente consumida, situando-se esse
valor na ordem dos 149,58 tep/ano. Utilizando o fator de conversão da biomassa para energia
primária, obtida através do Despacho 17313_2008, no valor de 0,277 tep/t e sabendo o consumo
de biomassa anual pela opção em estudo, de 416,33 t, foi possível determinar a “parcela de
Biomassa em termos de energia primária”, 115,32 tep/ano, que desta feita irá amortizar a parcela
do gás natural no total anual de energia primária consumida pela instalação.
Com isso registando-se uma diminuição do consumo do gás natural pela instalação, através
da redução da sua parcela no total de energia primária anual consumida, verificou-se uma
diminuição dessa energia primária anual consumida pela unidade industrial para 669 tep/ano,
tendo em conta que a energia primária considerada para o caso de estudo deriva-se de eletricidade
e gás natural.

12.6 O impacto desta medida nos indicadores SGCIE;

Considerando que a unidade industrial está enquadrada, segundo normas SGCIE, nos níveis
de consumo superior a 500 tep e inferior a 1000 tep, tendo por isso que cumprir as seguintes metas
relativamente aos três indicadores SGCIE, já determinados no MOD1, nomeadamente
Intensidade Energética (IE) e Consumo Específico de Energia (CEE) uma redução mínima de
4%, e Intensidade Carbónica (IC) no mínimo a manutenção dos níveis históricos de emissão
registado, após aplicação da MRCE no caso em estudo.
Essas metas, a que cada indicador deverá no mínimo cumprir após aplicação da MRCE,
apresentam os seguintes valores:
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 (𝑡𝑒𝑝)(∗)2
 𝐼𝑛𝑡𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔é𝑡𝑖𝑐𝑎 (𝐼𝐸) = 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐴𝑐𝑟𝑒𝑠𝑐𝑒𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜 𝐵𝑢𝑡𝑜 (€)
(37)

𝑰𝒏𝒕𝒆𝒏𝒔𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝑬𝒏𝒆𝒓𝒈é𝒕𝒊𝒄𝒂 (𝑰𝑬) = 𝟐, 𝟑 × 𝟏𝟎−𝟓 [tep/€]

(*)2 Para efeitos do plano, o consumo total de energia é calculado considerando apenas 50 % da energia resultante de
resultados endógenos e de outros combustíveis renováveis.
CASO PRÁTICO – MOD1

𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 (𝑡𝑒𝑝)(∗)


 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑜 𝑑𝑒 𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎(𝐶𝐸𝐸) = 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜
(38)

𝐶𝒐𝒏𝒔𝒖𝒎𝒐 𝒆𝒔𝒑𝒆𝒄í𝒇𝒊𝒄𝒐 𝒅𝒆 𝑬𝒏𝒆𝒓𝒈𝒊𝒂(𝑪𝑬𝑬) = 𝟐, 𝟐 × 𝟏𝟎−𝟓 [tep/unidade]


𝐸𝑚𝑖𝑠𝑠õ𝑒𝑠 𝐺𝐸𝐸 (𝑘𝑔𝐶𝑂 )
 𝐼𝑛𝑡𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑟𝑏ó𝑛𝑖𝑐𝑎 (𝐼𝐶) = 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎
2
(𝑡𝑒𝑝)
(39)

𝑰𝒏𝒕𝒆𝒏𝒔𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝑪𝒂𝒓𝒃ó𝒏𝒊𝒄𝒂 (𝑰𝑪) = 𝟐, 𝟑 [tCO2e/tep]

Uma vez que o consumo anual de energia primária pela instalação registou uma
diminuição através da aplicação da MRCE (substituição do gás natural pela biomassa gerada a
partir de resíduos sólidos provenientes do próprio processo, para a implementação de uma central
a termofluido), assim como das emissões anuais de gases de efeito de estufa (GEE) pois a
biomassa considerada no presente estudo de acordo com o Despacho 17313_2008 possui zero
emissão de CO2e para atmosfera , situando-se esses valores nos 669 tep/ano e 1479,53 tCO2e,
respetivamente, e sendo a quantidade de unidades produzidas anualmente de 335.186 unidades,
usando as expressões acima indicadas para cada parâmetro obteve-se os seguintes resultados:
 𝐼𝑛𝑡𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔é𝑡𝑖𝑐𝑎 (𝐼𝐸) = 1,025 × 10−5 [tep/€]
 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑜 𝑑𝑒 𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎(𝐶𝐸𝐸) = 9,98 × 10−4 [tep/unidade]
 𝐼𝑛𝑡𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑟𝑏ó𝑛𝑖𝑐𝑎 (𝐼𝐶) = 2,21 [tCO2e/tep]

13. Medição e Verificação do Desempenho Energético

O caso de estudo assenta-se na medição e verificação após a implementação de


determinadas Medidas de Racionalização dos Consumos Energético (MRCE), a instalação
apresentou os dados de consumo e produção (*)3 atuais na Tabela 23 abaixo. Tendo em conta que
no ano em causa não se registaram quaisquer alterações relativas a “fatores estático” (números de
linha de produção, área em uso, tipo de produto produzido, implementação de novos sistemas
auxiliares, etc..), que possam ter influenciado as condições de uso e consumo de energia da
instalação (não sendo necessários quaisquer ajustes não periódicos aos consumos de referencia).
Relativamente ao referido acima e com base nos resultados obtidos no MOD 1, e na informação
agora apresentada, o abjeto do estudo começa na quantificação (caso se verifique) a poupança de
energia primária (em custos e consumos evitados) registada no ano após a implementação das
MRCE, de acordo com a Opção C do Protocolo Internacional de Medição e Verificação do
Desempenho Energético. O estudo em causa será feito com a máxima clareza incluindo a decisão
adotada para estabelecer o custo do tep evitado.

3
(*) dados de produção relativos à série apresentada no MOD I que apresentou uma
correlação estatisticamente válida com os consumos de energia primária da instalação
CASO PRÁTICO – MOD1

Tabela 23:Dados de produção e consumo de energia primária

13.1 Cálculos relativos a poupança em custos e consumos evitados após aplicação


da MRCE na unidade industrial

De modo a apurar-se quanto é que se poupou em termos de custos (€) e consumos (tep)
anuais associados à energia pela unidade industrial e tendo os dados relativos à produção da
mesma após aplicação das MRCE, diferente do que tinha sido registada antes da MRCE, baseou-
se nos dados relativos ao consumo marginal (0,0014) e ao consumo de energia independente da
produção (24,97) – MOD 1, para determinar o consumo expectável de energia primária (tep) por
meio da expressão (1) e representado na Tabela 24.
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝐸𝑥𝑝𝑒𝑐𝑡.
= (𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑚𝑎𝑟𝑔𝑖𝑛𝑎𝑙 × 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜) + 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑖𝑛𝑑𝑒𝑝. 𝑝𝑟𝑜𝑑 (1)

Tabela 24:Consumo Real e Consumo Expetável da unidade industrial após MRCE

Mês Unidades produzidas Consumo (tep) Consumo expectável (tep)


Janeiro 37 679 70 77,72
Fevereiro 28 759 61 65,23
Março 28 196 59,5 64,44
Abril 34 020 71 72,60
Maio 27 736 56,2 63,80
Junho 37 173 75 77,01
Julho 35 322 66,7 74,42
Agosto 32 871 66,3 70,99
Setembro 39 155 77,1 79,79
Outubro 35 933 75,5 75,27
Novembro 33 542 74,1 71,93
CASO PRÁTICO – MOD1

Dezembro 23 121 52,7 57,34


Total 393 507 805,1 850,53

Uma vez obtida o consumo esse consumo expectável, foi possível determinar qual era a
poupança em termos de consumo de energia (tep) da unidade industrial após MRCE, pela
diferença entre o consumo expectável e consumo real, sendo o total anual de consumo evitado
de 45,43 tep.
Por sua vez para traduzir essa poupança em termos de consumo de energia (tep) para custos (€),
sabendo o consumo anual de energia primária (tep) e o custo anual de energia (€), dados que
constam da Tabela 25.

Tabela 25:Dados relativos aos consumos e custos anuais de energia da unidade industrial
Fontes Consumo anual [tep] Custo anual energia [€] Custo [€/tep]
Eletricidade 634,75 252286,84 397,45859
Gás Natural 149,58 77467,64 517,9010563
Total 784,33 329754,48 420,4282381

Tendo o custo por unidade de energia consumida anualmente (€/tep) e o consumo evitado de
energia (tep), através da implementação da MRCE, pôde-se finalmente apurar qual foi o custo
anual evitado com o consumo de energia (€), pela expressão:
Custo anual evitado [€] = custo por unidade de energia consumida [€/tep] ×
consumo evitado de energia[tep]
Deste modo o resultado obtido foi de,
𝑪𝒖𝒔𝒕𝒐 𝒂𝒏𝒖𝒂𝒍 𝒆𝒗𝒊𝒕𝒂𝒅𝒐 = €𝟏𝟗𝟎𝟖𝟎, 𝟔

13.2 Evolução dos consumos mensais reais e expectáveis durante o ano em


análise

90
80
70
Consumo (tep)

60
50
40
Consumo Real
30
20
10
0

Produção (Unidades)
CASO PRÁTICO – MOD1

Figura 33: Evolução mensal dos consumos reais e expectáveis da unidade industrial após MRCE

A representação do modo como se dá a evolução mensal dos consumos reais e dos consumos
expetáveis no ano em análise é dado pelo seguinte gráfico:
CASO PRÁTICO – MOD1

14. Referências

[1] Lâmpada em uso nas instalações:


http://download.p4c.philips.com/lfb/f/fp-928410600027/fp-928410600027_pss_pt_pt_001.pdf

[2] Lâmpada proposta para melhoria de eficiência energética:


http://www.osram.pt/osram_pt/produtos/lampadas/lampadas-de-descarga-de-alta-
intensidade/lampadas-de-vapor-de-sodio-de-alta-pressao-para-luminarias-de-embutir/vialox-
nav-t/index.jsp

[3] Preço da lâmpada proposta:


https://www.getalamp.pt/osram-nav-t-250w-super-e40-flh1.html

[4] European Commission, Reference Document Best Available Techniques for Energy
Efficiency, February 2009.

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