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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDONÓPOLIS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS


CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA MECÂNICA

RELATÓRIO DE UM DIMENSIONAMENTO DE
UMA CALDEIRA COM CARVÃO MINERAL

Eduardo Queiroz Pereira


Eduardo Jung Pijack
Fabricio Rocha Melo
Marcos Vinicius Ferreira Santi
Rafael Henrique Wagner

Rondonópolis
2024
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Composição do Carvão Mineral .................................................................. 15
Figura 2 – Dados do ar.................................................................................................. 21
Figura 3 – Tabela com cp da água a 150°C ................................................................... 22
Figura 4 – Carga térmica volumétrica .......................................................................... 25
Figura 5 – Taxas de carregamento ............................................................................... 25
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Tabela de cálculos estequiométrico ............................................................ 16
Tabela 2 – Produto dos Fumos ..................................................................................... 16
Tabela 3 – Composição de fumos base seca ................................................................ 17
Tabela 4 – Fração molar de cada substância nos fumos seco ..................................... 17
Tabela 5 – Composição dos fumos base úmida ........................................................... 17
Tabela 6 – Fração molar de cada substância nos fumos.............................................. 17
Tabela 7 – Poder Calorífico .......................................................................................... 19
Tabela 8 – Dados iniciais .............................................................................................. 20
Tabela 9 – Valores do Balanço Energético ................................................................... 21
Tabela 10 – Valores de Energia dos Pré-Aquecedores ................................................ 22
Tabela 11 – Energias, perdas e eficiências ................................................................... 24
Tabela 12 – Área da grelha ........................................................................................... 26
Tabela 13 – Temperatura adiabática ........................................................................... 27
Tabela 14 – Temperatura real da chama ..................................................................... 27
Tabela 15 – Temperatura de saída dos gases .............................................................. 28
Tabela 16 – Dados tabelados dos diâmetros ............................................................... 29
Tabela 17 – Dados da tabela A-9 .................................................................................. 29
Tabela 18 – Cálculos da fração mássica dos fumos ..................................................... 31
Tabela 19 – Calor específico médio dos gases de combustão. .................................... 31
Tabela 20 – Calores específicos dos gases de combustão ........................................... 32
Tabela 21 - Dimensionamento ..................................................................................... 32
Tabela 22 – Dados da tabela A-9 .................................................................................. 33
Tabela 23 – Dimensionamento do economizador ....................................................... 33
Tabela 24 – Cálculo para rho ........................................................................................ 35
Tabela 25 – Dimensionamento chaminé ..................................................................... 36
Tabela 26 – Perda de carga .......................................................................................... 37
Tabela 27 – Perda de carga .......................................................................................... 37
Tabela 28 – Dados da tabela B.1.2 e B.1.3 ................................................................... 38
Tabela 29 – Resultados do ponto de pinça .................................................................. 38
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

NR Norma Regulamentadora
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 11
2 OBJETIVOS .............................................................................................................. 12
2.1 Objetivo Específico ............................................................................................. 12
2.1.1 Fornalha (gerador de vapor): .......................................................................... 12
2.1.2 Queimadores: ................................................................................................. 12
2.1.3 Superaquecedor:............................................................................................. 12
2.1.4 Chaminé (tiragem natural): ............................................................................ 12
2.2 Cálculos ............................................................................................................... 12
3 ESPECIFICAÇÕES DE PROJETO ................................................................................ 14
4 CÁLCULO ESTEQUIOMÉTRICO ................................................................................ 15
4.1 Dados estequiométricos na base molar ............................................................. 15
4.2 Quantidade de matéria em base seca e base úmida ......................................... 16
4.3 PODER CALORÍFICO ............................................................................................ 18
5 BALANÇO ENERGÉTICO .......................................................................................... 20
6 ENERGIAS, PERDAS E EFICIÊNCIAS ......................................................................... 23
7 FORNALHA .............................................................................................................. 25
7.1 Área da grelha ........................................................................................................ 25
7.2 Temperatura adiabática ......................................................................................... 26
7.3 Temperatura real da chama................................................................................... 27
7.4 Temperatura de saída dos gases............................................................................ 28
8 SUPERAQUECEDOR ................................................................................................ 29
8.1 Dimensionamento, quantidade e disposição dos tubos .................................... 29
8.2 Economizador ........................................................................................................ 32
9 QUEIMADOR........................................................................................................... 34
10 CHAMINÉ ............................................................................................................ 35
11 PONTO DE PINÇA ................................................................................................ 38
12 CONCLUSÃO........................................................................................................ 39
RESUMO
Neste relatório será apresentado o dimensionamento de uma caldeira que utiliza como
combustível o carvão natural/lenha onde será feito o balanço energético da fornalha,
superaquecedor, economizador e também será calculado o ponto de pinça, juntamente com
o dimensionamento da fornalha, dos queimadores, do superaquecedor e da chaminé
seguindo a norma regulamentadora NR 13 que define os requisitos mínimos para garantir a
segurança na operação de caldeiras e vasos de pressão.
11

1 INTRODUÇÃO

A operação segura e eficiente de caldeiras que utilizam carvão natural ou lenha como
combustível é essencial para diversas indústrias, garantindo não apenas a produção de vapor
necessária para os processos industriais, mas também a conformidade com normas
regulamentadoras que visam a segurança dos trabalhadores e a preservação do meio
ambiente como a NR 13. Neste contexto, este trabalho propõe-se a realizar um
dimensionamento abrangente, focado no balanço energético da fornalha, superaquecedor e
economizador, além do dimensionamento da própria fornalha, dos queimadores, do
superaquecedor e da chaminé.
O balanço energético desses componentes é fundamental para assegurar a eficiência
energética do sistema de caldeira, otimizando a conversão de energia do combustível em
vapor. O dimensionamento da fornalha, dos queimadores e do superaquecedor influencia
diretamente na capacidade de geração de vapor, enquanto o economizador permite
recuperar parte do calor dos gases de combustão, aumentando a eficiência térmica global do
processo.
Além disso, o adequado dimensionamento da chaminé é crucial para garantir a correta
exaustão dos gases de combustão, evitando problemas como a formação de condensado
ácido e a emissão de poluentes atmosféricos. Considerando a importância desses aspectos
para a segurança operacional, eficiência energética e conformidade com normas
regulamentadoras, este trabalho visa oferecer uma análise abrangente e aplicável na prática,
fornecendo insights valiosos para profissionais e empresas que lidam com sistemas de
caldeiras que utilizam carvão natural ou lenha como combustível.
12

2 OBJETIVOS

Realizar o dimensionamento de uma caldeira e seus componentes criando um sistema


de geração de vapor que seja eficiente e que atendam as especificações determinadas para o
projeto.

2.1 Objetivo Específico


Fazer o Balanço Energético dos seguintes itens:

 Fornalha
 Superaquecedor
 Economizador
 Calcular e verificar o ponto de pinça
Considerando que haverá perdas de calor pelas paredes no valor de 10% ao longo de
toda caldeira (fornalha, superaquecedor e economizador).

2.1.1 Fornalha (gerador de vapor):


 Volume em forma de paralelepípedo
 Disposição dos tubos, diâmetros e espessuras

2.1.2 Queimadores:
 Seleção de queimador (catálogo)
 Para carvão, pode se optar para uso de grelha fixa ou móbil

2.1.3 Superaquecedor:
 Dimensionamento
 Disposição dos tubos, diâmetros e espessuras

2.1.4 Chaminé (tiragem natural):


 Calcular perda de carga em função da tiragem natural
 Diâmetro e altura da chaminé

2.2 Cálculos
Realizar os seguintes cálculos:

 Temperatura adiabática (Tad)


 Calor disponível (qd)
13

 Energia útil, energia perdida, rendimento térmico da caldeira e do sistema


completo
 Coeficiente de transferência de calor por convecção dos gases
(superaquecedor)
 Temperatura dos gases na entrada do superaquecedor
 Temperatura dos gases na entrada do economizador
 Calor por radiação
 Temperatura da água de esfriamento na saída do condensador
 A potência do gerador de vapor em KW ou MW
14

3 ESPECIFICAÇÕES DE PROJETO

Seguir as seguintes especificações de projeto:

 Temperatura ambiente igual a 30 °C.


 Umidade do ar admitido de 15 mg/kg de ar seco.
 Temperatura da água na saída do economizador em torno de 150 °C.
 Temperatura do ar na saída do pré-aquecedor de ar em torno de 80°C.
 Pressão de vapor de 10000 Kpa.
 Temperatura do vapor superaquecido de 550 °C.
 Temperatura dos gases na saída da chaminé de 170 °.
 Temperatura da água de esfriamento na entrada do condensador: 30 °C.
 Produção de vapor superaquecido: 40 T/h. (Toneladas/hora).
15

4 CÁLCULO ESTEQUIOMÉTRICO

A estequiometria é utilizada para que se tenha as proporções ideias entre reagentes


consumidos e formados, foi adotado a seguinte composição química para o carvão mineral,
considerando 1 Kg de material, derivada a partir de um exemplo passado em aula juntamente
com o seu balanço.
Figura 1 – Composição do Carvão Mineral

Fonte: Os autores

4.1 Dados estequiométricos na base molar


Determinado o número de mols é notável a quantidade de mols de oxigênio
necessários, sendo o valor de 77,5 mols referente ao valor estequiométrico.
Para definir o oxigênio teórico basta utilizar a fórmula mostrada abaixo.

𝑂 =𝑂 −𝑂
Para determinar a quantidade de oxigênio de excesso é adotado o valor de 50% de
excesso. Com isso temos a equação:
𝑂 =𝑂 ∗ 0,5
Para determinar a quantidade de oxigênio real utilizamos a fórmula:

𝑂 =𝑂 +𝑂
Para determinar o nitrogênio estequiométrico é utilizado a equação de:
𝑁 = 3,76 ∗ 𝑂 ,

Para o ar estequiométrico (Ar est), usamos a equação:

𝐴𝑟 = 4,76 ∗ 𝑂
Para o volume de ar estequiométrico usamos a equação abaixo, onde 𝑉𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟 é o
volume molar temos:
𝑉 = 𝐴𝑟 ∗ 𝑉𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟
16

Tabela 1 - Tabela de cálculos estequiométrico

O2 estequiométrico 77,5 mol


O2 combustível 2 mol
O2 teórico 75,5 mol
O2 excesso 37,75 mol
O2 real 113,25 mol
O2 fumos 37,75 mol
O2 consumido 79,5 mol
O2 subtraído 41,75 mol
N2 estequiométrico 283,88 mol
N2 combustível 0 mol
N2 real 426,82 mol
N2 fumos 426,82 mol
Ar real 540,07 mol
H20 fumos 16 mol
CO2 fumos 70 mol
Ar estequiométrico 368,9 mol

Fonte: Os autores

4.2 Quantidade de matéria em base seca e base úmida


Para definir a quantidade de mols dos fumos na base seca basta somar todas as
parcelas molares das substâncias, retirando a parcela úmida da água. Como mostrado abaixo

𝑀 =𝑀 +𝑀 +𝑀

Tabela 2 – Produto dos Fumos

CO2 H20 O2 N2 Total


70 16 37,75 426,82 550,57
12,71 2,91 6,857 77,52 %

Fonte: Os autores
17

Para definir a fração molar de cada substância, é dado através da equação:


𝑀𝑛
%𝑀 =
𝑀𝑡
Definindo a quantidade de matéria em base seca, como mostrado na tabela abaixo
Tabela 3 – Composição de fumos base seca

CO2 O2 N2 TOTAL
70 37,75 426,82 534,57 mol

Fonte: Os autores

Sendo:

 Mn= Número de mol da substância analisada


 Mt= número de mol total da base seca
Assim as frações correspondentes a cada substância são:
Tabela 4 – Fração molar de cada substância nos fumos seco

fração %
CO2 0,130946368 13,09
O2 0,070617506 7,06
N2 0,798436126 79,84
Fonte: Os autores

Para o cálculo dos fumos na base úmida usa-se os mesmos princípios adicionando a
parcela de água.
Tabela 5 – Composição dos fumos base úmida

CO2 O2 N2 H20 TOTAL


70 37,75 426,82 16 550,57
Fonte: Os autores

Tabela 6 – Fração molar de cada substância nos fumos

FRAÇÃO %
CO2 0,127140963 12,71
O2 0,068565305 6,86
N2 0,77523294 77,52
H2O 0,029060792 2,91
Fonte: Os autores
18

4.3 PODER CALORÍFICO


A principal característica de qualquer combustível é gerar calor. Esta propriedade é
chamada de Poder Calorífico e é definida como sendo a quantidade de calor desprendida pela
combustão estequiométrica do combustível. O Poder calorífico é definido em unidades de
energia por unidade de massa. No caso de combustíveis líquidos e gasosos, ele pode ser
expresso em unidades de energia por unidades de volume. Porém, neste caso, deve-se
fornecer a referência de densidade e/ou as condições de temperatura e pressão.
Segundo Bazzo, podemos definir o poder calorífico superior da seguinte forma:
𝑂
𝑃𝐶𝑆 = 33900 ∗ 𝐶 + 141800 ∗ 𝐻 − + 9200 ∗ 𝑆
8
Onde:

 PCS - Poder calorífico Superior (kJ/kg)


 C - Teor de Carbono (kgcarbono/kgcomb)
 H - Teor de Hidrogênio (kgcarbono/kgcomb)
 O - Teor de Oxigênio (kgcarbono/kgcomb)
 S - Teor de Enxofre (kgcarbono/kgcomb)

Ainda segundo Bazzo, podemos definir poder calorifico inferior levando em


consideração a umidade, pela seguinte equação.
9𝐻
𝑃𝐶𝐼 = 𝑃𝐶𝑆 − 2440 ∗ ( )
𝑊

Onde:

 PCI - Poder Calorífico Inferior (kJ/kg)


 W - Teor de umidade (kgcarbono/kgcomb)
 H - Teor de Hidrogênio (kgcarbono/kgcomb)
Podemos também definir o poder calorifico inferior por outra equação, a qual o define
como poder calorifico inferior real.

𝑃𝐶𝐼 = 𝑃𝐶𝐼(1 − 𝑊) − 2400 ∗ 𝑊


19

Onde:

 PCI - Poder Calorífico Inferior (kJ/kg)


 W - Teor de umidade (kgcarbono/kgcomb )

Dessa forma encontrando os valores abaixo:

Tabela 7 – Poder Calorífico

PCI tabelado 7152 kcal


PCS 37054,9 kJ/kg
PCI 27685,3 kJ/kg
PCI r 23172,51 kJ/kg

Fonte: Os autores
20

5 BALANÇO ENERGÉTICO

Para calcular o balanço de energia precisamos encontrar a diferença entre a


quantidade de energia que entra e sai do equipamento. A fim de iniciar o cálculo do balanço
energético, foi preciso retirar as entalpias das tabelas termodinâmicas para 10000 kPa, e com
os dados iniciais fornecidos podemos encontrar as entalpias necessárias.

Tabela 8 – Dados iniciais

T amb 30 °C
h amb 125,77 kJ/kg
Ts,eco 150 °C
hl 632,18 kJ/kg
T sat 311,06 °C
hv 2724,67 kJ/kg
T vps 550 °C
h 3500,92 kJ/kg
Fonte: Çengel, Transferência de Calor e Massa 4°ed

A energia liberada pelo economizador (𝑄̇ ) é dada pela função da troca térmica da
água de alimentação descrita na seguinte equação:

𝑄̇ = 𝑚̇ . (ℎ − ℎ )

Onde 𝑚̇ é a produção de vapor superaquecido (ton/h), ℎ a entalpia do líquido


saturado (kJ/kg) e ℎ é a entalpia de líquido saturado na temperatura ambiente (kJ/kg).
Para um melhor rendimento na produção de vapor e economia de combustível, os gases de
combustão saem do equipamento e aquecem essa água que retorna para a caldeira no estado
de vapor.
A transferência de calor entre o vapor de água saturado e os gases da câmara de
combustão é dada pela seguinte equação que calcula a energia liberada pelo superaquecedor
(𝑄̇ ):

𝑄̇ = 𝑚̇ . (ℎ − ℎ )

O h é a entalpia de vapor superaquecido (kJ/kg) e o ℎ a entalpia de vapor saturado


(kJ/kg).

Com a equação seguinte podemos encontrar a energia liberada pela fornalha (𝑄̇ )
que corresponde ao calor absorvido pela queima do combustível.
21

𝑄̇ = 𝑚̇ . (ℎ − ℎ )

Depois de calculados temos os valores de balanço energético na seguinte tabela:


Tabela 9 – Valores do Balanço Energético

Q eco 5626,778 kW
Q super 8625 kW
Q cc 2324,9 kW
Fonte: Os autores

Em seguida vamos calcular o balanço energético do pré-aquecedor de ar pegando


dados da tabela A-15 do Çengel para uma temperatura de 80°C. O pré-aquecedor de ar tem
a função de aquecer o ar que vai alimentar a fornalha aumentando a temperatura das chamas
que melhora a transferência de calor por radiação, a eficiência do equipamento e a economia
de combustível.
Figura 2 – Dados do ar

Fonte: Çengel, Transferência de Calor e Massa 4°ed

Para calcular a energia do pré-aquecimento de ar da combustão (𝑄̇ ) usamos a


seguinte equação:

𝑄̇ =𝑚 , . 𝑐𝑝 (𝑇 − 𝑇 )
O𝑚 , é a massa do ar estequiométrico (kg/kgcomb) que foi calculada previamente
junto com os cálculos de estequiometria, 𝑐𝑝 que é o calor especifico do ar (kJ/kg.°C), o 𝑇 é
a temperatura do ar (°C) e a 𝑇 que é a temperatura ambiente (°C).
Em seguida se calcula a massa da água de alimentação () que é responsável por regular
o abastecimento de água e manter ela no nível desejado, desempenhando um maior
rendimento e menor gasto com manutenções.
𝑃𝐶𝐼
𝑚á =
𝑐𝑝á . (𝑇 − 𝑇 )+ℎ

Na formula usada para calcular a água de alimentação o 𝑃𝐶𝐼 é o poder calorífico


inferior na base úmida (kJ/kg), 𝑐𝑝á é o poder calorífico da água, T é a temperatura da água
de alimentação na saída do economizador (°C) e ℎ a entalpia de vapor saturado a 311,06 °C.
22

Figura 3 – Tabela com cp da água a 150°C

Fonte: Çengel, Transferência de Calor e Massa 4°ed

Com os valores do calor específico da água de saída do economizador (𝑐𝑝á )ea


massa da água (𝑚á ) é possível calcular a energia de pré-aquecimento da água de
alimentação () usando a equação:

𝑄̇á = 𝑚á . 𝑐𝑝á (𝑇á −𝑇 )

Depois de todos os cálculos realizados temos os valores da energia dos pré-


aquecedores:
Tabela 10 – Valores de Energia dos Pré-Aquecedores

Q ar 807,66 kJ/kg combustível


Q água 3590,39 kJ/kg combustível

Fonte: Os autores
23

6 ENERGIAS, PERDAS E EFICIÊNCIAS

É importante calcular as perdas para ver se uma máquina está funcionando bem e se
a energia que ela usa está sendo transformada em trabalho como deveria. Também dá para
ver se tem algum problema no design que está fazendo a máquina gastar mais energia do que
deveria.
Para calcular a energia disponível (𝐸 ), usamos a seguinte equação:

𝐸 = 𝑃𝐶𝐼 + 𝑄 + 𝑄á

𝑃𝐶𝐼 corresponde ao poder calorífico inferior na base úmida (Kj/kg), 𝑄 é a energia


do pré-aquecimento de ar (Kj/𝑘𝑔 ), 𝑄á é a energia do pré-aquecimento da água de
alimentação (Kj/𝑘𝑔 ).

Com os valores da energia liberada pelo economizador 𝑄̇ (Kw), energia liberada


pelo superaquecedor 𝑄̇ (Kw) e a energia liberada pela fornalha 𝑄̇ (kW), podemos
encontrar a energia útil 𝐸ú :

𝐸ú = 𝑄̇ + 𝑄̇ + 𝑄̇

De acordo com as recomendações do projeto, devem haver perdas de calor pelas


paredes no valor de 10%. Portanto, o valor das perdas (q) é descoberto a seguir:

𝑞 = 0,10 . 𝐸
A energia perdida na chaminé (𝑞 ), aplicamos a fórmula:
𝑞 =𝐹 á , . 𝑐𝑝 . (𝑇 - 𝑇 )

𝐹 á , corresponde a fração mássica total (Kj/𝑘𝑔 ), 𝑐𝑝 é o calor específico


dos gases de exaustão (Kj/Kg°C) e a temperatura dos gases de exaustão 𝑇 (°C).

Para obter a energia útil absorvida pela água (𝑞 ), usamos a seguinte equação:
𝑞 = 𝐸 – ( 𝑞 – q)
O rendimento de produção de vapor (µ ) é:

µ =

Equação a seguir tem-se o fluxo de massa de combustível:

𝑚̇ = ú
. µ

A potência do gerador de vapor (𝑃 ), pode ser encontrada na equação abaixo:


24

𝑃 = 𝑞 . 𝑚̇
Por fim, para se obter a eficiência térmica do sistema (ƞ ), aplica-se a equação
abaixo:

ƞ = 100. ú

Com todas as equações mostradas acima, temos os seguintes valores:


Tabela 11 – Energias, perdas e eficiências

Ed 2750,55 kJ/kg
Eútil 16576,68 Kw
q 2757,05 kJ/kg
q2 1997,368 kJ/kg
q1 22816,13 kJ/kg
mcomb 0,8644 kg comb/s
ƞpv 82,75 %
Pot 19722,86 kW
ƞtémico 60,12 %

Fonte: Os autores
25

7 FORNALHA

A fornalha desempenha o papel crucial de queimar o combustível, gerando calor e


transformando água em vapor. Seu projeto e dimensionamento seguem as considerações de
Bazzo. Especificamente, dado que o combustível utilizado é carvão, as grelhas são essenciais
para criar e manter as chamas durante todo o processo.

7.1 Área da grelha

Para iniciar os cálculos da área da grelha, define-se a carga térmica volumétrica (𝑞 )


para queima de carvão mineral em grelhas móveis. Segundo a figura abaixo o valor é de 400
kW/m³.
Figura 4 – Carga térmica volumétrica

Fonte: Bazzo

Em seguida, seleciona-se a taxa de carregamento (𝑚 ). Conforme a figura abaixo


usamos 250kg/m²h.
Figura 5 – Taxas de carregamento

Fonte: Bazzo
26

Com os valores do consumo de combustível (𝑚̇ ), poder calorífico inferior na base


úmida (𝑃𝐶𝐼 ) e a carga térmica volumétrica (𝑞 ). A fórmula a seguir, encontramos o volume
mínimo da câmara de combustão (𝑉 ) é:
𝑚̇ . 𝑃𝐶𝐼
𝑉 =
𝑞
A área da grelha (𝐴 ) é calculada por:
̇
𝐴 =

 𝑚 É a taxa de carregamento (kW/m³).


Com a equação abaixo, tem-se a altura da câmara de combustão (𝐻 )

𝐻 =

Para o dimensionamento da base, é selecionado um formato retangular, onde b é o


comprimento em metros. Em seguida, por meio da equação a seguir:
𝐴 =𝐻 .b

As medidas da grelha estão representadas abaixo:


Tabela 12 – Área da grelha

Vcc 50,07 m³
Ag 12,44 m²
Hfornalha 4,02 m
a 2,2631 m
b 5,5 m
Área da parede 22,12 m²
Fonte: Os autores

7.2 Temperatura adiabática

A temperatura adiabática representa o ponto máximo de temperatura alcançável


após uma combustão completa. Esse estado é atingido quando não há troca de energia com
o ambiente, seja por adição ou perda de energia no sistema. Para calcular a temperatura
adiabática (𝑇 ), utilizamos 𝑇 ( temperatura ambiente em °C), 𝐸 ( energia disponível em
Kj/𝑘𝑔 ), 𝑚 ( massa real dos gases de exaustão em kg/𝑘𝑔 ), 𝑐𝑝 ( calor específico
27

médio dos gases de exaustão em Kj/kg°C), 𝑚 ( massa das cinzas em kg/𝑘𝑔 ) e por fim
𝑐𝑝 ( calor específico médio das cinzas em Kj/kg°C).

𝑇 =𝑇 + . ( . )

Na tabela a seguir irá mostrar os dados referentes à temperatura adiabática.


Tabela 13 – Temperatura adiabática

Tamb 303 K
Ed 27570,55 kJ/kg comb
mgc 16,025 kg/kg comb
cpgc 1,00712 kJ/kg K
mcz 0,2 kg/kg comb
cpcz 1,26 kJ/kg K
Tad 1985,03 K
Tad 1712,03 °C

Fonte: Os autores

7.3 Temperatura real da chama

Com a equação a seguir, é possível encontrar a temperatura da chama ( 𝑇 ),


referente ao material em combustão.

𝑇 =𝑇 + . ( . )

O valor da temperatura da chama é apresentado abaixo:


Tabela 14 – Temperatura real da chama

Tamb 303 K
PCIr 23172,5 kJ/kg comb
mgc 16,025 kg/kg comb
cpgc 1,007 kJ/kg K
mcz 0,2 kg/kg comb
cpcz 1,26 kJ/kg K
Tchama 1716,71 K
Tchama 1443,714 °C

Fonte: Os autores
28

7.4 Temperatura de saída dos gases

A temperatura de saída dos gases da fornalha (𝑇 , ), calculada pela fórmula a seguir:


̇ ̇
̇
𝑇, =𝑇 +
. ( . )

Na tabela a seguir, há todos os dados utilizados para calcular a temperatura real de


saída dos gases.
Tabela 15 – Temperatura de saída dos gases

Tamb 303 K
Ed 27570,56 kJ/kg comb
0 kg/kg comb
2757,05 kJ/kg K
mcomb 0,8644 kg comb/s
mgc 16,025 kg/kg comb
cpgc 1,007 kJ/kg K
mcz 0,2 kg/kg comb
cpcz 1,26 kJ/kg K
Ts,cc 1790,44 K
Ts,cc 1517,44 °C
Fonte: Os autores

É crucial destacar que a temperatura dos gases na saída da fornalha é idêntica à


temperatura na entrada tanto do superaquecedor quanto do pré-aquecedor de ar.
29

8 SUPERAQUECEDOR

O superaquecedor tem a função de elevar a temperatura do vapor produzido na


caldeira para torna-lo seco. Quando o fluxo de água alcança o superaquecedor, ocorre sua
vaporização. Se a água contiver algum sal dissolvido, pode ocorrer incrustação no
equipamento.
O superaquecedor é composto por feixes tubulares projetados para aumentar
temperatura do vapor proveniente da caldeira. Sua posição em relação à câmara de
combustão varia de acordo com a temperatura do vapor, de modo a otimizar a utilização do
calor disponível nos gases.

8.1 Dimensionamento, quantidade e disposição dos tubos


Para realizar o dimensionamento dos tubos, com primeiro passo é determinar um
diâmetro de tubo de aço carbono, para isso foi utilizado a NBR 5590. Baseando na pressão de
ensaio temos os seguintes dados advindos da NBR 5590.
Tabela 16 – Dados tabelados dos diâmetros

Diamametro externo 60,3 mm


Espessura 4,5 mm
Diametro interno 51,3 mm
Grau A 11300 kPa

Fonte: NBR 5590

Tendo selecionado o diâmetro do tubo é calculado a temperatura média através da


temperatura de vapor saturado e a temperatura de saturação para a pressão de 10.000 kPa.
Como mostrado na equação abaixo.
,
𝑇𝑚 = , 𝑇𝑚 = , 𝑇𝑚 = 430,5°𝐶

Como a tabela A-9 de propriedades da água saturada do livro Çengel, Transferência


de calor e massa 4º Ed, tem valor máximo de temperatura 374,14°C foi adotado os valores
referentes a essa temperatura, dessa forma temos:
Tabela 17 – Dados da tabela A-9

Viscosidade dinâmica para 374,14°C 4,131*10^-5 kg/m.s


Condutividade termica para 360 °C 0,178 W/m.K
Densidade para 374,14°C 317 kg/m³

Fonte: Çengel, Transferência de Calor e Massa 4°ed


30

Com isso, juntamente com o calor especifico do gás adotado para a temperatura de
vapor a 360°C no valor de 25.800j/kg.K é possível determinar o valor do número de Prandtl
através da formula indicada abaixo:
𝜇 ∗ 𝑐𝑝 á
𝑃𝑟
𝑘

Dando seguimento, é calculado a vazão da massa de vapor superaquecido:


𝑚̇𝑚
𝑚̇𝑉 =
𝜌
Calculada a vazão é calculado o valor do numero de Reynolds onde será avaliado o
regime do escoamento encontrando um regime turbulento.
𝜌∗𝑉∗𝐷
𝑅𝑒 = = 8,14 ∗ 10
𝜇
Depois de encontrar os valores de Prandtl e Reynolds é calculado o valor de Nusselt:
, ,
𝑁𝑢 = 0,023 ∗ 𝑅𝑒 ∗ 𝑃𝑟 = 16.168,29
Determinado o valor de Nusselt encontramos o coeficiente de transferência de calor
por convecção como mostrado abaixo:
𝑁𝑢 ∗ 𝑘
ℎ= = 56.100,51 𝑊/𝑚². 𝐶
𝐷
Com isso foi possível determinar a área de superfície:
𝑄
𝐴𝑠 =
∆𝑡 ∗ ℎ
Por fim determinamos o comprimento do tubo igual a 90 centímetros para melhor
adequação ao nosso projeto e com isso foi encontrado o valor de 3 tubos.
𝐴𝑠
𝑁𝑡 = ≈ 3 𝑡𝑢𝑏𝑜𝑠
𝜋∗𝐷∗𝐿
É indicado o posicionamento em uma linha horizontal com todos o tubos em paralelo
com espaçamento de 2 diâmetros de tubo.
Para o cálculo da temperatura de saída do superaquecedor foi utilizado a seguinte
equação:
𝑄𝑎
𝑇𝑠 = 𝑇𝑒 −
𝑚̇𝑣 á ∗ 𝑐𝑝 á
31

Onde:

 Te= Temperatura de saída dos gases °C


 Qa= Taxa de energia do pré-aquecimento da água
 𝑚̇𝑣 á = massa de gás de combustão
 𝑐𝑝 á = calor especifico dos gases de combustão.

Para determinar o valor do calor especifico médio é necessário realizar o cálculo da


fração mássica dos fumos:

𝐹 á =𝐹 ∗𝑀
Dessa forma se tem:
Tabela 18 – Cálculos da fração mássica dos fumos

Elemento Massa molar Fração molar Fração mássica


CO2 0,044 Kg/mol 70 (mol/g)/kgcom 3,08 kg/kg comb
H2O 0,018 Kg/mol 16 (mol/g)/kgcom 0,288 kg/kg comb
O2 0,032 Kg/mol 37,75 (mol/g)/kgcom 1,208 kg/kg comb
N2 0,028 Kg/mol 426,82 (mol/g)/kgcom
11,95096 kg/kg comb

Total 0,122 Kg/mol 550,57 (mol/g)/kgcom


16,52696 kg/kg comb

Fonte: os autores

Para encontrar o calor especifico é necessário determinar o cp de cada elemento,


assim realizando interpolações na tabela apresentada abaixo:
Tabela 19 – Calor específico médio dos gases de combustão.

Fonte: Bazzo
32

Juntamente com o calor especifico faz-se necessário determinar a porcentagem de


substância mássica, pela equação abaixo:
%𝑆𝑢𝑏𝑠 á = 100 ∗ 𝐹 á /𝐹 á ,

Com isso é realizado a multiplicação da %𝑆𝑢𝑏𝑠 á pelo calor especifico e sua soma
determinará o calor especifico médio dos gases:
Tabela 20 – Calores específicos dos gases de combustão

Elementos Cp % Substância massica cp* fração m


CO2 0,9098 kj/kg C 0,1863 0,169496
H2O 1,96 kj/kg C 0,01742 0,034143
O2 0,8765 kj/kg C 0,07309 0,064063
N2 1,02245 kj/kg C 0,72311 0,739344
Calores especificos médios dos gases de combustão 1,007046

Fonte: Os autores

Determinado o calor especifico é possível encontrar a temperatura de saída do


superaquecedor com a equação já apresentada acima, assim temos:

Tabela 21 - Dimensionamento

Material AÇO CARBONO


Espessura inicial 4,5 mm
Diâmetro interno 51,3 mm
Diâmetro externo 60,3 mm
Condutividade térmica 0,178 W/m.K
Viscosidade 0,00004313 kg/m.s
Densidade 374,14 °C(p) 317 kg/m³
Prandtl (Pr) 6,25142
Área de Superfície (As) 0,2678 m²
Número de tubos 3
T saída superaquecedor 1294,98 °C

Fonte: Os autores

8.2 Economizador
Para o cálculo do economizador foram utilizados os mesmos passos da seção 8.1 de
dimensionamento do superaquecedor, adotando apenas as temperaturas e propriedades da
seção.
33

Tabela 22 – Dados da tabela A-9

T1 30 °C
T2 150 °C
Tm 90 °C
Viscosidade dinâmica para 90°C 3,15*10^-4 kg/m.s
Condutividade termica para 90 °C 0,675 W/m.K
Densidade para 90°C 965,3 kg/m³

Fonte: Çengel, Transferência de Calor e Massa 4°ed

Seguindo a mesma linha de raciocínio apresentada na seção 8.1 temos:

Tabela 23 – Dimensionamento do economizador

Material AÇO CARBONO


Espessura inicial 4,5 mm
Diâmetro interno 51,3 mm
Diâmetro externo 60,3 mm
Condutividade térmica 0,675 W/m.K
Viscosidade 0,0000315 kg/m.s
Densidade 90 °C(p) 965,3 kg/m³
Prandtl (Pr) 12,04
Área de Superfície (As) 0,8321 m²
Número de tubos 6
T saída economizador 946,345 °C

Fonte: Os autores
34

9 QUEIMADOR

Por meio da combustão, o queimador converte a energia química em calor. Além


disso, ele regula tanto a temperatura quanto a pressão de saída para garantir uma queima
eficiente e reduzir o consumo de combustível. O queimador também mantém a turbulência
na mistura de ar e combustível, promovendo a recirculação dos gases de exaustão para
aquecer essa mistura.
O combustível repousa sobre a grelha, que sustenta a combustão e facilita a ignição.
A transferência de calor ocorre por radiação da superfície e convecção dos gases quentes,
eliminando a necessidade de pulverização do combustível sólido ou limpeza dos gases de
combustão. Além disso, proporciona uma resposta rápida às variações na taxa de queima. No
entanto, ocupa espaço na fornalha e requer manutenção regular da grelha.
O sistema opera com um leito de carvão fino, geralmente entre 15 e 50mm,
controlado por uma guilhotina com até 10 centímetros de profundidade. O ar primário é
introduzido por baixo das barras da grelha, enquanto o ar secundário é fornecido por cima do
leito, facilitando a queima dos voláteis e do monóxido de carbono. A remoção das cinzas e
dos resíduos é realizada por baixo da grelha.
Para o nosso projeto foi determinado o uso de grelhas fixas com remoção das cinzas
a seco através de uma rosca helicoidal, a caldeira se baseia na seleção do queimador em um
modelo real encontrado Caldeira Flamotubular ICAVI (ICFC/ICFB) essa que opera com uma
demanda de ate 50 toneladas por hora com pressões de ate 30 bar, seu queimador pode ser
utilizado para vários tipos de combustível sendo o carvão mineral um deles. Sendo apenas um
modelo a ser seguido, visto que essa mesma empresa entrega caldeiras com uma produção
de até 200 toneladas por hora
35

10 CHAMINÉ

Para o dimensionamento da chaminé foi determinado o modelo de aço com


revestimento interno esse que apresenta uma queda média entre 2 a 3 °C, onde adotamos o
valor de 3°C. Selecionando também tubos de aço soldados novos com rugosidade absoluta de
0,075 mm.
A principio foi determinado um valor arbitrário para a altura da chaminé de 12 metros.
Dessa forma com a temperatura de saída da chaminé determinada em 170°C é possível
encontra o valor da temperatura na base da chaminé:
𝑇 = 𝑇 + (𝐻 é ∗ 3)
Como nossa chaminé irá trabalhar com uma extração natural a faixa de velocidade na
chaminé se encontrar entre 4 – 8 m/s, onde o valor adotado para o projeto foi de 8 m/s.
Também será necessário o cálculo da massa específica do gás de combustão mais
adiante, essa se deve pelo valor da fração molar dos fumos pela densidade média dos gases
de combustão onde utilizamos o valor máximo encontrado em tabelas .p
Tabela 24 – Cálculo para rho

fração rho
CO2 0,8524 0,1083
H2O 0,3489 0,01013
O2 0,6197 0,04249
N2 0,5425 0,420564
rho medio 0,581484

Fonte: Os autores

Determinamos o fluxo de gases na chaminé :

𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜 é = 𝑚̇𝑔𝑐 ∗ 𝑚

 𝑚̇𝑔𝑐 =Vazão dos gases de combustão


 𝑚 =Consumo de combustível
Determinado o valor da densidade especifica do ar para a temperatura de trabalho da
chaminé ,sendo ρ= 0,4235 kg/m³, é possível determinar o diâmetro da chaminé da seguinte
forma:
36

4 ∗ 𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜 é
𝐷 é =
𝜋∗𝜌 ∗𝑉 é

Tabela 25 – Dimensionamento chaminé

Altura da chaminé 12 m
Temperatura de saída 170 ºC
Temperatura na base 206 ºC
Velocidade na chamine 8 m/s
Consumo de combustivel 0,8644 kg/s
Gravidade 9,80665 m/s²
Massa especiffica do gas 0,5815 kg/m³
Vazão real dos gases 16,025 kg/kgcomb
Fluxo de gases na chamine 13,85201
Densidadeespecifica do ar ρ 0,4235 kg/m³
Diametro da chaminé 2,281601 m

Fonte: os autores

Para o cálculo da perda de carga primeiramente foi calculado o valor de Reynolds com
o diâmetro determinado acima, onde foi observado regime turbulento.
Após isso foi calculado o valor de λ (lambda), como mostrado abaixo:
0,221
λ = 0,0032 +
𝑅𝑒 ,
Determinado o valor de λ partimos par ao valor de ξ (zeta):
𝐻 é
ξ =λ∗
𝐷 é

Com isso foi possível calcular a perda △P:

𝑉 é
△P=ξ∗𝜌 é ∗
2
Foi definido o coeficiente de perda de 1,25 e determinando o valor dos acessórios,
que somando se encontra a perda de carga localizada, somando a perda de carga localizada
com △ P calculado acima, temos as perdas totais.
37

Tabela 26 – Perda de carga

diametro da chaminé 2281,6372 mm


Rugosidade relativa 3,2871E-0,5
Viscosidade dinamica dos gases de
exaustão 0,00003 kg/m.s
Reynolds 257672,9
Altura da chaminé 12 m
λ 0,014733709
ξ 0,07749019
Delta_P 1,4421 Pa
Coeficiente de perdas 1,25
Redução gradual 0,15 Pa
Saida de canalização 1 Pa
Perdas localizadas 1,15 Pa
Perdas somadas 2,5921 Pa
Perdas totais 3,8421 Pa

Fonte: os autores

Ainda calculando a perda de carga devido à altura, foi adotado o valor de 1,1644 kg/m³
de densidade para o ar a 30°C, com isso realizando uma diferença de densidades podemos
calcular a perda de carga global .
△P =△ ρ ∗ 𝐻 é ∗𝑔

Multiplicando pelo coeficiente de segurança adotado com 1,3, encontramos as


perdas totais .
Tabela 27 – Perda de carga

massa especifica ar 30ºC 1,1644 kg/m³


Diferença de densidade 0,5825
Perda de carga global 68,58 a
Coeficiente de segurança 1,3
Perdas totais 89,154 Pa

Fonte: os autores

Assim somando as perdas de carga temos 93,005 Pa de perda na chaminé.


38

11 PONTO DE PINÇA

O ponto de pinça é uma medida importante em sistemas de caldeiras. Refere-se à


diferença de temperatura entre os gases de exaustão e a água no início de sua vaporização, à
temperatura de vaporização (Tv) correspondente à pressão de trabalho da caldeira.
Esse conceito é crucial para garantir a eficiência e a segurança das caldeiras. Uma
diferença de temperatura excessiva pode indicar problemas no funcionamento da caldeira,
como um possível superaquecimento da água ou uma eficiência inadequada na transferência
de calor dos gases de exaustão para a água.
Controlar o ponto de pinça ajuda a otimizar o desempenho da caldeira, garantindo
que a água seja vaporizada de maneira eficiente e segura, sem causar danos aos componentes
da caldeira ou comprometer a segurança operacional.
Para determinar o ponto de pinça foi necessário determinar alguns dados vindos das
tabelas termodinâmicas.
Tabela 28 – Dados da tabela B.1.2 e B.1.3

Entalpia de vapor 550ºC 3500,92 kj/kcal


Entalpia de vapor 311,06ºC 2724,67 kj/kcal
Entalpia de liquido sat 1407,53 kj/kcal

Fonte: fundamentos da termodinâmica

Utilizando o calor especifico dos gases médios, massa dos gases de combustão e a
temperatura de saída dos gases é possível determinar a temperatura do gás no ponto de pinça
(Tpg)
𝑚̇ ∗ (ℎ𝑣 − ℎ𝑙)
𝑇 =
𝑚 á ∗ 𝑐𝑝 á

Para o ponto de pinça basta subtrair a temperatura de saturação da pressão de 10.000


kPa da temperatura do gás no ponto de pinça.

𝑇 ç =𝑇 −𝑇
Tabela 29 – Resultados do ponto de pinça

Cp médio dos gases 1,0071 kj/kg.C


Massa dos gases 16,025
Treal 1517,44 ºC
Temperatura do gás ponto de pinça(Tpg) 906,79 ºC
Ponto de pinça (Tpinça) 595,73 ºC
39

12 CONCLUSÃO

De acordo com a literatura, a faixa de operação ideal de uma caldeira situa-se entre
75% e 85%. O rendimento da produção, alcançando apenas 82,12%, indica que há margem
para redução no consumo de combustível na geração de vapor, resultando em custos mais
baixos. Isso sugere que a transferência de calor para a água, o excesso de ar e a combustão
estejam dentro de parâmetros adequados.
A análise do trabalho revela a aplicação abrangente dos conhecimentos conceituais
sobre o funcionamento e o dimensionamento de caldeiras. Ademais, fica evidente que o
cálculo para dimensionar uma caldeira é uma tarefa complexa, como observado em todas as
etapas do projeto.
Assim, podemos concluir que dimensionar uma máquina que faz vapor, algo que um
engenheiro mecânico costuma fazer, requer muito conhecimento sobre calor e exige muita
atenção por causa das altas temperaturas e pressões envolvidas.
40

REFERÊNCIAS
ÇENGEL, Yunus A.; GHAJAR, Afshin J. Transferência de calor e massa: uma abordagem prática.
Grupo A, 2009. E-book. ISBN 9788580551280.
BAZZO, Edson. Geração de vapor. 2 ed. rev. e ampl. Florianópolis: UFSC, 1995. 216 p. (Didática).

BORGNAKKE, Claus; SONNTAG, Richard E. Fundamentos da termodinâmica. [Digite o Local da


Editora]: Editora Blucher, 2018. E-book. ISBN 9788521207931.
https://indd.adobe.com/view/publication/8f60eb75-2975-4c7c-a685-
454c6703b7d9/lds5/publication-web-resources/pdf/Cat_logo_PORTUGUES__2024.pdf
ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, “NBR 5590 – Tubos de aço-carbono
com ou sem solda longitudinal, pretos ou galvanizados — Requisitos”, Outubro 2015.
NR - NORMAS REGULAMENTADORES, “NR 13 – Caldeiras e Vasos de pressão”, Dezembro
1994.
https://rwengenharia.eng.br/o-que-e-uma-caldeira/

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