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RELATÓRIO DE UM DIMENSIONAMENTO DE
UMA CALDEIRA COM CARVÃO MINERAL
Rondonópolis
2024
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Composição do Carvão Mineral .................................................................. 15
Figura 2 – Dados do ar.................................................................................................. 21
Figura 3 – Tabela com cp da água a 150°C ................................................................... 22
Figura 4 – Carga térmica volumétrica .......................................................................... 25
Figura 5 – Taxas de carregamento ............................................................................... 25
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Tabela de cálculos estequiométrico ............................................................ 16
Tabela 2 – Produto dos Fumos ..................................................................................... 16
Tabela 3 – Composição de fumos base seca ................................................................ 17
Tabela 4 – Fração molar de cada substância nos fumos seco ..................................... 17
Tabela 5 – Composição dos fumos base úmida ........................................................... 17
Tabela 6 – Fração molar de cada substância nos fumos.............................................. 17
Tabela 7 – Poder Calorífico .......................................................................................... 19
Tabela 8 – Dados iniciais .............................................................................................. 20
Tabela 9 – Valores do Balanço Energético ................................................................... 21
Tabela 10 – Valores de Energia dos Pré-Aquecedores ................................................ 22
Tabela 11 – Energias, perdas e eficiências ................................................................... 24
Tabela 12 – Área da grelha ........................................................................................... 26
Tabela 13 – Temperatura adiabática ........................................................................... 27
Tabela 14 – Temperatura real da chama ..................................................................... 27
Tabela 15 – Temperatura de saída dos gases .............................................................. 28
Tabela 16 – Dados tabelados dos diâmetros ............................................................... 29
Tabela 17 – Dados da tabela A-9 .................................................................................. 29
Tabela 18 – Cálculos da fração mássica dos fumos ..................................................... 31
Tabela 19 – Calor específico médio dos gases de combustão. .................................... 31
Tabela 20 – Calores específicos dos gases de combustão ........................................... 32
Tabela 21 - Dimensionamento ..................................................................................... 32
Tabela 22 – Dados da tabela A-9 .................................................................................. 33
Tabela 23 – Dimensionamento do economizador ....................................................... 33
Tabela 24 – Cálculo para rho ........................................................................................ 35
Tabela 25 – Dimensionamento chaminé ..................................................................... 36
Tabela 26 – Perda de carga .......................................................................................... 37
Tabela 27 – Perda de carga .......................................................................................... 37
Tabela 28 – Dados da tabela B.1.2 e B.1.3 ................................................................... 38
Tabela 29 – Resultados do ponto de pinça .................................................................. 38
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
NR Norma Regulamentadora
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 11
2 OBJETIVOS .............................................................................................................. 12
2.1 Objetivo Específico ............................................................................................. 12
2.1.1 Fornalha (gerador de vapor): .......................................................................... 12
2.1.2 Queimadores: ................................................................................................. 12
2.1.3 Superaquecedor:............................................................................................. 12
2.1.4 Chaminé (tiragem natural): ............................................................................ 12
2.2 Cálculos ............................................................................................................... 12
3 ESPECIFICAÇÕES DE PROJETO ................................................................................ 14
4 CÁLCULO ESTEQUIOMÉTRICO ................................................................................ 15
4.1 Dados estequiométricos na base molar ............................................................. 15
4.2 Quantidade de matéria em base seca e base úmida ......................................... 16
4.3 PODER CALORÍFICO ............................................................................................ 18
5 BALANÇO ENERGÉTICO .......................................................................................... 20
6 ENERGIAS, PERDAS E EFICIÊNCIAS ......................................................................... 23
7 FORNALHA .............................................................................................................. 25
7.1 Área da grelha ........................................................................................................ 25
7.2 Temperatura adiabática ......................................................................................... 26
7.3 Temperatura real da chama................................................................................... 27
7.4 Temperatura de saída dos gases............................................................................ 28
8 SUPERAQUECEDOR ................................................................................................ 29
8.1 Dimensionamento, quantidade e disposição dos tubos .................................... 29
8.2 Economizador ........................................................................................................ 32
9 QUEIMADOR........................................................................................................... 34
10 CHAMINÉ ............................................................................................................ 35
11 PONTO DE PINÇA ................................................................................................ 38
12 CONCLUSÃO........................................................................................................ 39
RESUMO
Neste relatório será apresentado o dimensionamento de uma caldeira que utiliza como
combustível o carvão natural/lenha onde será feito o balanço energético da fornalha,
superaquecedor, economizador e também será calculado o ponto de pinça, juntamente com
o dimensionamento da fornalha, dos queimadores, do superaquecedor e da chaminé
seguindo a norma regulamentadora NR 13 que define os requisitos mínimos para garantir a
segurança na operação de caldeiras e vasos de pressão.
11
1 INTRODUÇÃO
A operação segura e eficiente de caldeiras que utilizam carvão natural ou lenha como
combustível é essencial para diversas indústrias, garantindo não apenas a produção de vapor
necessária para os processos industriais, mas também a conformidade com normas
regulamentadoras que visam a segurança dos trabalhadores e a preservação do meio
ambiente como a NR 13. Neste contexto, este trabalho propõe-se a realizar um
dimensionamento abrangente, focado no balanço energético da fornalha, superaquecedor e
economizador, além do dimensionamento da própria fornalha, dos queimadores, do
superaquecedor e da chaminé.
O balanço energético desses componentes é fundamental para assegurar a eficiência
energética do sistema de caldeira, otimizando a conversão de energia do combustível em
vapor. O dimensionamento da fornalha, dos queimadores e do superaquecedor influencia
diretamente na capacidade de geração de vapor, enquanto o economizador permite
recuperar parte do calor dos gases de combustão, aumentando a eficiência térmica global do
processo.
Além disso, o adequado dimensionamento da chaminé é crucial para garantir a correta
exaustão dos gases de combustão, evitando problemas como a formação de condensado
ácido e a emissão de poluentes atmosféricos. Considerando a importância desses aspectos
para a segurança operacional, eficiência energética e conformidade com normas
regulamentadoras, este trabalho visa oferecer uma análise abrangente e aplicável na prática,
fornecendo insights valiosos para profissionais e empresas que lidam com sistemas de
caldeiras que utilizam carvão natural ou lenha como combustível.
12
2 OBJETIVOS
Fornalha
Superaquecedor
Economizador
Calcular e verificar o ponto de pinça
Considerando que haverá perdas de calor pelas paredes no valor de 10% ao longo de
toda caldeira (fornalha, superaquecedor e economizador).
2.1.2 Queimadores:
Seleção de queimador (catálogo)
Para carvão, pode se optar para uso de grelha fixa ou móbil
2.1.3 Superaquecedor:
Dimensionamento
Disposição dos tubos, diâmetros e espessuras
2.2 Cálculos
Realizar os seguintes cálculos:
3 ESPECIFICAÇÕES DE PROJETO
4 CÁLCULO ESTEQUIOMÉTRICO
Fonte: Os autores
𝑂 =𝑂 −𝑂
Para determinar a quantidade de oxigênio de excesso é adotado o valor de 50% de
excesso. Com isso temos a equação:
𝑂 =𝑂 ∗ 0,5
Para determinar a quantidade de oxigênio real utilizamos a fórmula:
𝑂 =𝑂 +𝑂
Para determinar o nitrogênio estequiométrico é utilizado a equação de:
𝑁 = 3,76 ∗ 𝑂 ,
𝐴𝑟 = 4,76 ∗ 𝑂
Para o volume de ar estequiométrico usamos a equação abaixo, onde 𝑉𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟 é o
volume molar temos:
𝑉 = 𝐴𝑟 ∗ 𝑉𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟
16
Fonte: Os autores
𝑀 =𝑀 +𝑀 +𝑀
Fonte: Os autores
17
CO2 O2 N2 TOTAL
70 37,75 426,82 534,57 mol
Fonte: Os autores
Sendo:
fração %
CO2 0,130946368 13,09
O2 0,070617506 7,06
N2 0,798436126 79,84
Fonte: Os autores
Para o cálculo dos fumos na base úmida usa-se os mesmos princípios adicionando a
parcela de água.
Tabela 5 – Composição dos fumos base úmida
FRAÇÃO %
CO2 0,127140963 12,71
O2 0,068565305 6,86
N2 0,77523294 77,52
H2O 0,029060792 2,91
Fonte: Os autores
18
Onde:
Onde:
Fonte: Os autores
20
5 BALANÇO ENERGÉTICO
T amb 30 °C
h amb 125,77 kJ/kg
Ts,eco 150 °C
hl 632,18 kJ/kg
T sat 311,06 °C
hv 2724,67 kJ/kg
T vps 550 °C
h 3500,92 kJ/kg
Fonte: Çengel, Transferência de Calor e Massa 4°ed
A energia liberada pelo economizador (𝑄̇ ) é dada pela função da troca térmica da
água de alimentação descrita na seguinte equação:
𝑄̇ = 𝑚̇ . (ℎ − ℎ )
𝑄̇ = 𝑚̇ . (ℎ − ℎ )
Com a equação seguinte podemos encontrar a energia liberada pela fornalha (𝑄̇ )
que corresponde ao calor absorvido pela queima do combustível.
21
𝑄̇ = 𝑚̇ . (ℎ − ℎ )
Q eco 5626,778 kW
Q super 8625 kW
Q cc 2324,9 kW
Fonte: Os autores
𝑄̇ =𝑚 , . 𝑐𝑝 (𝑇 − 𝑇 )
O𝑚 , é a massa do ar estequiométrico (kg/kgcomb) que foi calculada previamente
junto com os cálculos de estequiometria, 𝑐𝑝 que é o calor especifico do ar (kJ/kg.°C), o 𝑇 é
a temperatura do ar (°C) e a 𝑇 que é a temperatura ambiente (°C).
Em seguida se calcula a massa da água de alimentação () que é responsável por regular
o abastecimento de água e manter ela no nível desejado, desempenhando um maior
rendimento e menor gasto com manutenções.
𝑃𝐶𝐼
𝑚á =
𝑐𝑝á . (𝑇 − 𝑇 )+ℎ
Fonte: Os autores
23
É importante calcular as perdas para ver se uma máquina está funcionando bem e se
a energia que ela usa está sendo transformada em trabalho como deveria. Também dá para
ver se tem algum problema no design que está fazendo a máquina gastar mais energia do que
deveria.
Para calcular a energia disponível (𝐸 ), usamos a seguinte equação:
𝐸 = 𝑃𝐶𝐼 + 𝑄 + 𝑄á
𝐸ú = 𝑄̇ + 𝑄̇ + 𝑄̇
𝑞 = 0,10 . 𝐸
A energia perdida na chaminé (𝑞 ), aplicamos a fórmula:
𝑞 =𝐹 á , . 𝑐𝑝 . (𝑇 - 𝑇 )
Para obter a energia útil absorvida pela água (𝑞 ), usamos a seguinte equação:
𝑞 = 𝐸 – ( 𝑞 – q)
O rendimento de produção de vapor (µ ) é:
µ =
𝑚̇ = ú
. µ
𝑃 = 𝑞 . 𝑚̇
Por fim, para se obter a eficiência térmica do sistema (ƞ ), aplica-se a equação
abaixo:
ƞ = 100. ú
Ed 2750,55 kJ/kg
Eútil 16576,68 Kw
q 2757,05 kJ/kg
q2 1997,368 kJ/kg
q1 22816,13 kJ/kg
mcomb 0,8644 kg comb/s
ƞpv 82,75 %
Pot 19722,86 kW
ƞtémico 60,12 %
Fonte: Os autores
25
7 FORNALHA
Fonte: Bazzo
Fonte: Bazzo
26
𝐻 =
Vcc 50,07 m³
Ag 12,44 m²
Hfornalha 4,02 m
a 2,2631 m
b 5,5 m
Área da parede 22,12 m²
Fonte: Os autores
médio dos gases de exaustão em Kj/kg°C), 𝑚 ( massa das cinzas em kg/𝑘𝑔 ) e por fim
𝑐𝑝 ( calor específico médio das cinzas em Kj/kg°C).
𝑇 =𝑇 + . ( . )
Tamb 303 K
Ed 27570,55 kJ/kg comb
mgc 16,025 kg/kg comb
cpgc 1,00712 kJ/kg K
mcz 0,2 kg/kg comb
cpcz 1,26 kJ/kg K
Tad 1985,03 K
Tad 1712,03 °C
Fonte: Os autores
𝑇 =𝑇 + . ( . )
Tamb 303 K
PCIr 23172,5 kJ/kg comb
mgc 16,025 kg/kg comb
cpgc 1,007 kJ/kg K
mcz 0,2 kg/kg comb
cpcz 1,26 kJ/kg K
Tchama 1716,71 K
Tchama 1443,714 °C
Fonte: Os autores
28
Tamb 303 K
Ed 27570,56 kJ/kg comb
0 kg/kg comb
2757,05 kJ/kg K
mcomb 0,8644 kg comb/s
mgc 16,025 kg/kg comb
cpgc 1,007 kJ/kg K
mcz 0,2 kg/kg comb
cpcz 1,26 kJ/kg K
Ts,cc 1790,44 K
Ts,cc 1517,44 °C
Fonte: Os autores
8 SUPERAQUECEDOR
Com isso, juntamente com o calor especifico do gás adotado para a temperatura de
vapor a 360°C no valor de 25.800j/kg.K é possível determinar o valor do número de Prandtl
através da formula indicada abaixo:
𝜇 ∗ 𝑐𝑝 á
𝑃𝑟
𝑘
Onde:
𝐹 á =𝐹 ∗𝑀
Dessa forma se tem:
Tabela 18 – Cálculos da fração mássica dos fumos
Fonte: os autores
Fonte: Bazzo
32
Com isso é realizado a multiplicação da %𝑆𝑢𝑏𝑠 á pelo calor especifico e sua soma
determinará o calor especifico médio dos gases:
Tabela 20 – Calores específicos dos gases de combustão
Fonte: Os autores
Tabela 21 - Dimensionamento
Fonte: Os autores
8.2 Economizador
Para o cálculo do economizador foram utilizados os mesmos passos da seção 8.1 de
dimensionamento do superaquecedor, adotando apenas as temperaturas e propriedades da
seção.
33
T1 30 °C
T2 150 °C
Tm 90 °C
Viscosidade dinâmica para 90°C 3,15*10^-4 kg/m.s
Condutividade termica para 90 °C 0,675 W/m.K
Densidade para 90°C 965,3 kg/m³
Fonte: Os autores
34
9 QUEIMADOR
10 CHAMINÉ
fração rho
CO2 0,8524 0,1083
H2O 0,3489 0,01013
O2 0,6197 0,04249
N2 0,5425 0,420564
rho medio 0,581484
Fonte: Os autores
𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜 é = 𝑚̇𝑔𝑐 ∗ 𝑚
4 ∗ 𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜 é
𝐷 é =
𝜋∗𝜌 ∗𝑉 é
Altura da chaminé 12 m
Temperatura de saída 170 ºC
Temperatura na base 206 ºC
Velocidade na chamine 8 m/s
Consumo de combustivel 0,8644 kg/s
Gravidade 9,80665 m/s²
Massa especiffica do gas 0,5815 kg/m³
Vazão real dos gases 16,025 kg/kgcomb
Fluxo de gases na chamine 13,85201
Densidadeespecifica do ar ρ 0,4235 kg/m³
Diametro da chaminé 2,281601 m
Fonte: os autores
Para o cálculo da perda de carga primeiramente foi calculado o valor de Reynolds com
o diâmetro determinado acima, onde foi observado regime turbulento.
Após isso foi calculado o valor de λ (lambda), como mostrado abaixo:
0,221
λ = 0,0032 +
𝑅𝑒 ,
Determinado o valor de λ partimos par ao valor de ξ (zeta):
𝐻 é
ξ =λ∗
𝐷 é
𝑉 é
△P=ξ∗𝜌 é ∗
2
Foi definido o coeficiente de perda de 1,25 e determinando o valor dos acessórios,
que somando se encontra a perda de carga localizada, somando a perda de carga localizada
com △ P calculado acima, temos as perdas totais.
37
Fonte: os autores
Ainda calculando a perda de carga devido à altura, foi adotado o valor de 1,1644 kg/m³
de densidade para o ar a 30°C, com isso realizando uma diferença de densidades podemos
calcular a perda de carga global .
△P =△ ρ ∗ 𝐻 é ∗𝑔
Fonte: os autores
11 PONTO DE PINÇA
Utilizando o calor especifico dos gases médios, massa dos gases de combustão e a
temperatura de saída dos gases é possível determinar a temperatura do gás no ponto de pinça
(Tpg)
𝑚̇ ∗ (ℎ𝑣 − ℎ𝑙)
𝑇 =
𝑚 á ∗ 𝑐𝑝 á
𝑇 ç =𝑇 −𝑇
Tabela 29 – Resultados do ponto de pinça
12 CONCLUSÃO
De acordo com a literatura, a faixa de operação ideal de uma caldeira situa-se entre
75% e 85%. O rendimento da produção, alcançando apenas 82,12%, indica que há margem
para redução no consumo de combustível na geração de vapor, resultando em custos mais
baixos. Isso sugere que a transferência de calor para a água, o excesso de ar e a combustão
estejam dentro de parâmetros adequados.
A análise do trabalho revela a aplicação abrangente dos conhecimentos conceituais
sobre o funcionamento e o dimensionamento de caldeiras. Ademais, fica evidente que o
cálculo para dimensionar uma caldeira é uma tarefa complexa, como observado em todas as
etapas do projeto.
Assim, podemos concluir que dimensionar uma máquina que faz vapor, algo que um
engenheiro mecânico costuma fazer, requer muito conhecimento sobre calor e exige muita
atenção por causa das altas temperaturas e pressões envolvidas.
40
REFERÊNCIAS
ÇENGEL, Yunus A.; GHAJAR, Afshin J. Transferência de calor e massa: uma abordagem prática.
Grupo A, 2009. E-book. ISBN 9788580551280.
BAZZO, Edson. Geração de vapor. 2 ed. rev. e ampl. Florianópolis: UFSC, 1995. 216 p. (Didática).