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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE TECNOLOGIAS E CIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS E TECNOLOGIAS


CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

PROJECTO DE CENTRAL DE GERAÇÃO ELECTRICA

DENILSON OLINDO FRANCISCO VENTURA: 20162436

LUANDA

2023
CENTRAL DE GERAÇÃO ELÉCTRICA

Projecto da cadeira Central de Geração Eléctrica do curso


de Engenharia Mecânica, do Departamento de
Engenharias e Tecnologias (DET), do Instituto Superior
Politécnico de Tecnologias e Ciências (ISPTEC), como
requisito parcial à aprovação na unidade curricular de
Centrais de Geração Eléctrica.

Orientado por:

Eduardo San Martin, PhD

LUANDA

2023

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Resumo
Reacções de combustão são reacções químicas que envolvem a oxidação completa de
um combustível. Materiais ou compostos são considerados combustíveis industriais
quando sua oxidação pode ser feita com liberação de energia suficiente para
aproveitamento industrial. A central termoeléctrica refere-se a uma instalação industrial
responsável por produzir energia eléctrica. Para isso, utiliza a energia térmica, ou seja, o
calor proveniente da queima de algum material. A biomassa possui grande vantagem
para geração de energia eléctrica por ser menos poluente do que as fontes de energia
obtidas a partir de combustíveis fósseis. A inclusão da lenha como combustível é
possuir utilização directa como fonte energética por meio da combustão em caldeiras de
usinas termeléctricas a vapor, em que, a geração eléctrica se dá pela conversão da
energia do fluido de trabalho em energia mecânica, que ao sair da turbina é convertida
em energia eléctrica, através do gerador eléctrico. Para avaliação da viabilidade de
instalação de uma termeléctrica é importante definir o biocombustível a ser utilizado,
bem como, os principais equipamentos e os custos envolvidos para geração de energia e
determinar a potência eléctrica produzida, itens analisados no presente trabalho. Através
do estudo notou-se que lenha possui grande potencial para aplicação como combustível
em termeléctricas, gerando eficiência energética do ciclo de vapor Rankine satisfatória,
assim como, potencial de geração de energia eléctrica.

Palavras-chave: Energia, combustão, central termo eléctrica, combustível, lenha.

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Índice
1. Introdução ............................................................................................................................ 7
2. Objectivos............................................................................................................................. 8
2.1. Objectivo geral............................................................................................................. 8
2.2. Objectivos específicos .................................................................................................. 8
3. Delimitação do tema ............................................................................................................ 8
4. Ordens de tarefa .................................................................................................................. 9
5. Geração termeléctrica ....................................................................................................... 10
5.1. Central termeléctrica de geração com ciclo a gás................................................... 11
5.2. Central termeléctrica de geração com ciclo de vapor ............................................ 11
5.3. Principais componentes do ciclo rankine ................................................................ 13
5.3.1. Caldeiras de vapor ............................................................................................... 13
5.3.2. Turbinas de vapor ................................................................................................ 15
5.3.3. Trocadores de calor ............................................................................................. 15
5.3.4. Bombas de alimentação ....................................................................................... 16
5.4. Funcionamento da Central Termoeléctrica ............................................................ 17
5.5. Principais fontes de calor utilizadas na Central Termoeléctrica .......................... 17
5.6. Estequiometria da combustão .................................................................................. 18
5.7. Tipo de combustível .................................................................................................. 18
5.8. Combustão da madeira e propriedades................................................................... 19
6. Dimensionamento .............................................................................................................. 21
6.1. Parâmetros iniciais .................................................................................................... 21
6.2. Padrões de consumo .................................................................................................. 21
6.3. Cálculo do número de casas por tipologia............................................................... 23
6.4. Cálculo da potência eléctrica por tipologia ............................................................. 23
6.5. Potência eléctrica total .............................................................................................. 23
6.6. Potência instalada por cada tipologia ...................................................................... 23
6.7. Gasto de dinheiro na energia para cada tipologia .................................................. 24
6.8. Número de aquecedores do sistema ......................................................................... 25
6.8.1. Número de aquecedores de baixa pressão ........................................................... 25
6.8.2. Número de aquecedores de alta pressão .............................................................. 25
6.9. Temperatura de cada aquecedor ............................................................................... 26
6.10. Cálculo das entalpias .............................................................................................. 28
6.11. Esquema da central ................................................................................................ 31

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6.12. Cálculo das fracções de extracção de vapor da turbina ........................................ 32
6.13. Cálculo do consumo de vapor da turbina .............................................................. 34
6.14. Rendimento da instalação da turbina.................................................................... 35
6.15. Condensador .......................................................................................................... 35
6.16. Tipo de combustível: Lenha ................................................................................. 37
6.17. Cálculo da massa de trabalho............................................................................... 38
6.18. Poder calorífico inferior........................................................................................ 39
6.19. Consumo de combustível ...................................................................................... 39
6.20. Cálculo do volume tórico do ar ............................................................................ 40
6.21. Cálculo do volume real do ar................................................................................ 40
6.22. Cálculo do fluxo volumétrico de ar ...................................................................... 40
6.23. O volume total dos produtos da combustão ........................................................ 41
6.24. Volumes reais dos produtos secos da combustão completa (para αh>1) .......... 41
6.25. Volume dos gases biatómicos................................................................................ 43
6.26. Massa de N2 nos productos da combustão: ........................................................ 43
6.27. Massa de RO2 nos productos da combustão: ..................................................... 43
6.28. Massa de CO2 nos productos da combustão: ..................................................... 43
6.29. Massa de Vapor de água nos productos da combustão: .................................... 44
6.30. Massa de O2 nos productos da combustão: ........................................................ 44
6.31. Volume de gases a traves da chaminé em condições normais: .......................... 44
6.32. Cálculo da vazão volumétrica dos gases produto da combustão ...................... 45
6.33. Fluxo volumétrico de gases a temperatura de trabalho (entrada a chaminé) . 45
6.34. Potência do ventilador do tiro forçado ................................................................ 46
6.35. Potência do ventilador do tiro induzido .............................................................. 46
6.36. Diâmetro da tubagem............................................................................................ 46
6.37. Espessuras das tubagens ....................................................................................... 47
6.38. Velocidade do fluído .............................................................................................. 48
6.39. Quedas de pressão nos tubos ................................................................................ 48
6.40. Diâmetro da chaminé ............................................................................................ 48
6.41. Consumo específico de combustível ..................................................................... 49
6.42. Consumo específico de combustível convencional .............................................. 49
6.43. Eficiência da Central térmica ............................................................................... 49
6.44. Análise económica ................................................................................................. 50
6.45. Analises Ambiental ................................................................................................ 52

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7. Resume de resultados ........................................................................................................ 54
8. Conclusão ........................................................................................................................... 55
9. Anexos ................................................................................................................................ 56

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1. Introdução

No passado, o abastecimento de energia eléctrica a nível mundial era maioritariamente


suprido por usinas hidroeléctricas. Recentemente, devido a contínua perda relativa de
armazenamento hídrico por impactos socio-ambientais e questões geográficas e o
aumento do consumo energético, certas partes no mundo não mais dispõe de capacidade
de estacagem suficiente para atender as demandas.

Assim sendo, o cenário de geração de energia tem se alterado e surgida a necessidade de


novas fontes de suprimento energético, consequentemente, aumentou-se a busca por
soluções ambientais capazes de auxiliar na mitigação do aquecimento global.

Uma fonte atraente de geração energética é a biomassa. O emprego da biomassa tem


como grande vantagem a sua utilização directa como fonte energética por meio da
combustão em fornos e caldeiras. Para tanto, podem ser utilizadas usinas termeléctricas
a vapor, em que, a geração eléctrica se dá pela transformação da energia térmica,
oriunda da combustão da biomassa, em energia mecânica e, posteriormente, em energia
eléctrica.

Além do baixo custo, o aproveitamento de biomassa em usinas termeléctricas é menos


poluente do que as formas de energia obtidas a partir de combustíveis fósseis, por
exemplo. O dióxido de carbono (CO2) liberado na queima é previamente absorvido
pelas plantas que deram origem ao combustível, gerando um balanço nulo de emissões
de CO2.

Com o aumento do consumo de combustíveis fósseis nas últimas décadas, a utilização


de biomassa florestal em propriedades rurais e indústrias como fonte de energia obteve
um grande decréscimo, principalmente devido à sua baixa eficiência energética.

Aspectos como a heterogeneidade do material utilizado, uso de material não


seleccionado, uso de material in natura e a pequena utilização dos resíduos na forma de
“pellets” e briquetes colaboram para uma menor eficiência energética da lenha e
induzem a um menor consumo.

Proveniente de florestas nativas ou de reflorestamento, a lenha é utilizada através da sua


queima directa ou pela sua combustão, gerando o carvão.

Destinada principalmente à cocção de alimentos em regiões rurais, a lenha tem recebido


a denominação de energia dos pobres, por representar até 95% da fonte de energia de
vários países em desenvolvimento.

Já indústrias do ramo de alimentos e bebidas, cerâmicas, papel e celulose são as maiores


fontes consumidoras de lenha.

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2. Objectivos

2.1.Objectivo geral

Dimensionar uma central termoeléctrica usando lenha como combustível

2.2.Objectivos específicos

 Conhecer o funcionamento de uma central termoeléctrica;


 Desenvolver o diagrama da central com base nos parâmetros iniciais;
 Dimensionar os componentes da central;
 Fazer a análise económica;
 Elaborar a análise ambiental

3. Delimitação do tema

Este trabalho está delimitado no dimensionamento de uma CTE com os dados usados
em Angola para o custo de energia em kWh com a intenção de conhecermos todas as
características possíveis a considerar para uma provável implementação de CTE usando
lenha como combustível.

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4. Ordens de tarefa

Para alcançar os objectivos deste projecto foram estipulados algumas ordens de tarefas
tais como:

1. Cálculo do número de casas por tipologia;


2. Potencia instalada por cada tipologia;
3. Gasto de energia eléctrica por mês para cada tipologia;
4. Gasto de dinheiro na energia para cada tipologia;
5. Determinação do número de extracções (inclui para turbina da bomba, caso
accionamento com vapor);
6. Determinação dos números de aquecedores de alta e baixa pressão;
7. Determinação das temperaturas de saída de cada aquecedor regenerativo. Igual
distribuição de aumento de temperatura para aquecedor de baixa e para cada
aquecedor de alta pressão;
8. Determinação das fracções de extracção de vapor da turbina;
9. Cálculo do consumo de vapor da turbina;
10. Rendimento da instalação da turbina;
11. Dimensionamento da tubagem e cálculo das perdas de pressão e das perdas de
energia na tubagem;
12. Balanço do gerador de vapor;
13. Cálculo do ar para combustão;
14. Cálculo dos volumes de gases da combustão;
15. Potência de ventiladores de tiro induzido e tiro forçado;
16. Consumo de combustível;
17. Gases emitidos;
18. Dimensões da chaminé;

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5. Geração termeléctrica

O processo fundamental de funcionamento das centrais termeléctricas está baseado na


conversão de energia térmica em energia mecânica e desta em energia eléctrica.

A conversão da energia em energia mecânica se dá através do uso de um fluido que


produzirá trabalho em seu processo de expansão, em turbinas térmicas. A conversão da
energia mecânica em eléctrica se dá através do accionamento mecânico de um gerador
eléctrico acoplado ao eixo da turbina.

A produção da energia térmica pode se dar pela transformação da energia química dos
combustíveis, através do processo da combustão, ou da energia nuclear dos
combustíveis radioactivos, através da fissão nuclear. Centrais cuja a geração é baseada
na combustão são conhecidas como termoeléctricas e as outras citadas, como centrais
nucleares. As centrais termoeléctricas (convencionais), podem ser classificadas de
acordo com o método de combustão utilizado. Pode-se distinguir: a)

Combustão externa, em que o combustível não entra em contacto com o fluído de


trabalho. A combustão externa é um processo usado principalmente nas centrais
termoeléctricas a vapor, onde o combustível aquece o fluído de trabalho (em geral água)
em uma caldeira até gerar o vapor que, ao se expandir em uma turbina, produzirá
trabalho mecânico; b) Combustão interna, em que a combustão se efectua sobre uma
mistura de ar e combustível. Dessa maneira, o fluído de trabalho será o conjunto de
produtos da combustão. A combustão interna é o processo usado principalmente nas
turbinas a gás e nas máquinas térmicas a pistão (motores Diesel, por exemplo).

A figura 1 apresenta um diagrama simplificado de uma central termoeléctrica com


combustão externa (a vapor). A queima de combustível gera calor que transforma o
líquido em vapor na caldeira. O vapor se expande (pressão passa de alta à baixa) na
turbina a vapor, gerando energia. O vapor que sai da turbina vai ao condensador, onde
calor é retirado e se obtém líquido. O líquido é bombeado de volta a caldeira, fechando
o ciclo.

Ilustração 1:Central termoeléctrica com combustão externa


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5.1.Central termeléctrica de geração com ciclo a gás

O ciclo de geração de energia de turbina a gás tem o como fluido de trabalho gás, em
que este é comprimido pelo compressor e passa pela câmara de combustão onde recebe
energia do combustível. Após, o fluido passa pela turbina, se expandindo e fornecendo
potência útil para o compressor. O processo de transformação de energia mecânica em
eléctrica ocorre através do acoplamento de um gerador eléctrico à turbina. A Figura
abaixo ilustra os equipamentos principais e o princípio de funcionamento do ciclo a gás.

Ilustração 2: Ciclo de geração de energia de turbina a gás simples.

O uso do ciclo de potência a gás é influenciado pelo tipo de biomassa na qual será
utilizada. Combustíveis gasosos e líquidos podem ser consumidos diretamente,
enquanto biomassas sólidas, como bagaços e palhas devem passar pela etapa de
gaseificação. Todavia, dependendo das características termoquímicas da biomassa, esta
tecnologia ainda não está completamente desenvolvida.

5.2.Central termeléctrica de geração com ciclo de vapor

No ciclo de geração de energia a vapor, ou ciclo Rankine, a geração de energia ocorre


pela conversão da energia do fluido de trabalho em energia mecânica, que ao sair da
turbina é convertida em energia eléctrica através do gerador eléctrico. O fluido de
trabalho, vapor, é oriundo, geralmente da água aquecida pela queima do combustível na
caldeira. O esquema do ciclo Rankine simples é mostrado na Figura 3 e o diagrama
representando Temperatura X Entropia deste mesmo ciclo é mostrado na Figura 4.

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Ilustração 3:Planta de potência a vapor, ciclo Rankine.

Pela Figura 3 se observa que o ciclo Rankine ideal é composto por caldeira, turbina,
trocador de calor e bomba de alimentação. Porém, para que este seja capaz de gerar
energia eléctrica é necessário o acoplamento de um gerador eléctrico a turbina. Já a
instalação da torre de resfriamento é importante para efeitos de aumento de eficiência
térmica do ciclo. A redução da temperatura média na qual o calor é rejeitado, assim
como o aumento da temperatura média na qual o calor é fornecido, são factores
fundamentais para uma melhor eficiência térmica do ciclo Rankine.

Outro factor que pode contribuir para o aumento a eficiência do ciclo Rankine é o
emprego da cogeração, que consiste na geração simultânea de energia eléctrica e
térmica a partir de um mesmo combustível. O calor liberado pela turbina é utilizado em
uma caldeira de recuperação de calor para geração de vapor e posteriormente geração de
energia eléctrica. O processo de cogeração é ideal para aplicações nas quais a demanda
de electricidade é superior à demanda de vapor.

Ilustração 4:Diagrama Temperatura X Entropia de um ciclo Rankine ideal.

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Na Figura 4 é possível observar as transformações termodinâmicas do fluido de trabalho
ocorridas no ciclo Rankine ideal, em que:

1–2: Representa o processo de expansão isentrópica através da turbina na condição de


vapor saturado no estágio 1 até a pressão do condensador;

2–3: Representa o processo de transferência de calor, a pressão constante, através do


condensador chegando em forma de líquido saturado ao estágio 3;

3–4: Representa o processo de compressão isentrópica na bomba até o estágio 4 na


região de líquido comprimido;

4–1: Representa a transferência de calor, a pressão constante, através da caldeira.

O ciclo Rankine para geração de energia possibilita o uso dos mais variados tipos de
combustíveis, indo desde óleo combustível, óleo diesel e carvão, até gás natural e
biomassas, sendo as biomassas sólidas como bagaços, palhas e resíduos, entre outros, as
que oferecem características mais favoráveis ao ciclo Rankine. A versatilidade do ciclo
Rankine é uma das causas pela qual ele é o mais utilizado para geração de energia
eléctrica. Além disso, o ciclo tem a capacidade de gerar grandes potências. Por conta
destes motivos, o ciclo Rankine será utilizado para análise da biomassa no presente
trabalho.

5.3.Principais componentes do ciclo rankine

O ciclo de potência a vapor, modelado por Rankine, tem por característica, na


configuração básica, os seguintes equipamentos: bomba de alimentação, que transporta
o fluido do trocador de calor até a caldeira; a caldeira de vapor, que eleva a temperatura
do fluido até o estado de vapor superaquecido; a turbina, responsável pela expansão do
vapor e, consequentemente, geração de energia mecânica; e o trocador de calor, que
condensa o vapor até o estado de operação da bomba, finalizando o processo de
trabalho. Embora vale ressaltar que diversos outros equipamentos são incrementados ao
ciclo para o aumento da eficiência térmica.

5.3.1. Caldeiras de vapor

Os geradores de vapor, comumente denominados de caldeiras, são equipamentos que


promovem a mudança de fase da água líquida para o estado de vapor a uma pressão
acima da pressão atmosférica, utilizando a energia química liberada durante a
combustão de um determinado combustível.

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As caldeiras podem ser classificadas quanto a aplicação principal, a força motriz para
circulação do fluido de trabalho, tipo de combustível ou fonte de calor, tecnologia de
combustão, tiragem de ar e gases de combustão, disposição relativa dos gases e do
fluido de trabalho, nível de pressão de operação e também cita que podem haver
diferentes configurações para a fornalha e superfícies de aquecimento, principais
componentes da caldeira de vapor. Abaixo seguem as classificações de acordo com
LORA E NASCIMENTO (2004):

 Aplicação principal: Refere-se ao sector de utilização do equipamento. Entre os


sectores mais comuns estão o naval, termeléctrico e industrial;
 Força motriz para circulação do fluido de trabalho: A força motriz para
circulação do fluido de trabalho pode ser de circulação natural, forçada ou de
passe único. A circulação natural no interior dos tubos acontece pela diferença
de densidade do fluido de trabalho em estados físicos distintos, enquanto nas
caldeiras de circulação forçada a circulação do fluido é realizada por bombas,
assim como nas caldeiras de passe único, porém, nestas o fluido passa pelas
tubulações uma única vez;
 Tipo de combustível ou fonte de calor: As fornalhas das caldeiras são
projectadas especificamente para o tipo de combustível no qual utilizarão,
podendo ser sólidos, líquidos ou gasosos;
 Tecnologia de combustão: As tecnologias de combustão referem-se ao processo
no qual a combustão ocorre, podendo ser do tipo grelha fixa ou rotativa, queima
em suspensão e do tipo leito fluidizado. Na grelha fixa é comum a combustão de
biomassa, na queima em suspensão se recomenda o uso de combustível sólido
pulverizado e o tipo leito fluidizado é adequado a queima de combustíveis
sólidos;
 Tiragem de ar e gases de combustão: Neste quesito, as caldeiras possuem
tiragem do ar e dos gases de combustão natural, forçada, induzida ou
balanceada. Na tiragem natural a remoção do ar e gases de exaustão ocorre
exclusivamente por efeitos da chaminé, diferente da tiragem forçada, em que a
retirada dos gases é realizada através de sopradores localizados na entrada da
fornalha e da tiragem induzida, em que os gases são exauridos por ventiladores
no interior da fornalha. A tiragem balanceada dos gases e do ar é garantida pela
combinação da tiragem induzida e forçada;
 Disposição relativa dos gases e do fluido de trabalho: Tal critério é o mais
comum para classificação de caldeiras e evidencia a forma na qual os gases e o
fluido de trabalho circulam no equipamento. A circulação pode ser da forma
flamotubular ou aquatubular. No formato flamotubular o fluido de trabalho
envolve os tubos contendo os gases, sendo comumente aplicado para pequenos
potenciais de geração de vapor. Já as caldeiras aquatubulares são indicadas para
aplicações de grande porte, e ao contrário das flamotubulares, a água circula no
interior dos tubos e os gases ao redor;
 Nível de pressão de operação: As caldeiras são classificadas em duas categorias
de pressão, categoria A e categoria B. As caldeiras da categoria A trabalham
com pressão igual ou superior a 1.960 kPa e volume superior a 0,1 m³, já as da
categoria B possuem pressão de operação entre 1.960 kPa e 60 kPa, volume

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superior a 0,1 m³ e o produto entre a pressão de operação e o volume interno
superior a seis (NR 13, 2018).

5.3.2. Turbinas de vapor

As turbinas a vapor são amplamente utilizadas em vários sectores da indústria como, no


sector marítimo, indústrias termeléctricas e indústrias de processos. Isto deve-se a
capacidade das turbinas a vapor transformarem energia de um fluxo contínuo em
energia rotacional mecânica.

Segundo SANTOS (2012), as turbinas podem ser classificadas quanto aos estágios nas
palhetas de simples estágio ou multiestágio, e quanto a descarga de vapor, de
condensação ou contrapressão. As turbinas de simples estágio são as que possuem um
único estágio de palhetas compostas por um anel de palhetas fixas e um anel de palhetas
móveis, enquanto nas turbinas multiestágio há duas ou mais fileiras de palhetas. As
palhetas móveis têm a função de receber a expansão ou impacto do vapor e as palhetas
fixas são encaixadas na carcaça principal ou montadas em anéis-suporte presos a essa.

A classificação em relação a descarga de vapor leva em questão a pressão na qual o


vapor é liberado da turbina. Quando o vapor é liberado da turbina a uma pressão
superior a pressão atmosférica temos as turbinas de contrapressão, indicadas para suprir
as necessidades dos processos de fabricação do local ao qual estão instaladas.

Nas turbinas de condensação o vapor deixa a turbina em uma pressão abaixo da pressão
atmosférica, pressão vacuométrica, com o objectivo de adquirir a máxima queda de
entalpia e garantir a máxima eficiência térmica do ciclo. Tanto a turbina de condensação
quanto a de contrapressão são conectadas a um gerador para conversão da energia
mecânica em eléctrica.

5.3.3. Trocadores de calor

O trocador de calor ou condensador é o equipamento capaz de retirar calor do fluido de


trabalho e transformá-lo do estado gasoso, oriundo da turbina, para estado de líquido,
que é conduzido pela bomba de volta a caldeira, completando o ciclo. Para refrigeração
do fluido de trabalho, na prática, geralmente se utiliza um circuito separado de torres de
resfriamento para dissipação do calor.

A classificação dos trocadores de calor pode ser realizada de diferentes formas. Os


trocadores de calor podem ser classificados segundo a configuração do escoamento e a
geometria de construção. Quanto às configurações do escoamento mais comuns pode-se
considerar escoamento paralelo, contracorrente e cruzado. Já em relação a construção
tem-se os tipos de tubos, placas ou superfícies estendidas.

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As diferentes configurações do escoamento nos trocadores de calor influenciam
directamente na quantidade de calor trocada no condensador, já que interferem na
distribuição de temperatura do fluido. Nos trocadores de calor com configuração
paralela o fluxo de escoamento do fluido quente e frio ocorre no mesmo sentido,
enquanto que na configuração contracorrente, os fluidos escoam em sentidos oposto.
Quanto ao escoamento cruzado, se forma um ângulo de 90° entre os dois fluidos. Na
Figura 5 tem-se a representação das configurações de escoamento descritas.

Ilustração 5: Configuração do escoamento de trocadores de calor: (a) paralelo, (b) contracorrente e (c)
cruzado.

Trocadores de calor com construção de placas caracterizam-se pela composição de


chapas metálicas corrugadas, sobrepostas, tencionadas em um pedestal de aço carbono e
com as extremidades seladas e furos que permitem o escoamento. Neste tipo de
configuração a troca térmica é proporcionada por canais que permitem alternada e
paralelamente a circulação dos fluidos quente e frio.

Trocadores de calor com construção do tipo tubular são caracterizados, principalmente,


pela utilização de tubos circulares em sua construção. O exemplo mais comum deste
tipo de condensadores utilizados nas indústrias são os do tipo casco e tubo,
caracterizando-se em função dos números de passes no casco e nos tubos.

As superfícies estendidas, ou aletas, proporcionam o aumento da transferência de calor


entre o fluido e o condensador. As aletas são prolongamentos directamente ligados às
superfícies de troca térmica dos condensadores, ou seja, são ondulações elevadas que
realizam a troca térmica. Tais ondulações podem ser de formato cónico, rectangular ou
cilíndrico.

5.3.4. Bombas de alimentação

Bombas são equipamentos com a função de transportar o fluido de um ponto a outro


através da transferência de energia. Ou seja, há o aumento da pressão e velocidade do
fluido através do recebimento de energia de uma fonte motora.

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As bombas podem ser classificadas em bombas de deslocamento positivo ou bombas
dinâmicas. As bombas de deslocamento positivo proporcionam o transporte do fluido
devido as variações de volume e são classificadas, principalmente, em bombas
alternativas e rotativas. Já nas bombas dinâmicas, ou bombas centrífugas, o transporte
do fluido é ocasionado pelo aumento de pressão e velocidade através da passagem do
fluido por pás e aletas abertas. Essas podem ser classificadas em bombas rotativas ou
especiais.

Entre as subdivisões das bombas centrífugas tem-se as bombas rotativas radiais, as


quais são especialmente empregadas em instalações de alta pressão. Por conta da
existência de diversos rotores em um único eixo, este tipo de bomba proporciona
economia de energia quando comparada com um sistema de bombas interligadas em
série.

5.4.Funcionamento da Central Termoeléctrica

Para funcionar, a central termoeléctrica precisa que ocorra a queima de um combustível.


Esse material queimado aquece um reservatório com água, que produz vapor com uma
pressão muito alta. O vapor move as pás da turbina que acciona o gerador. Após esse
processo, a energia é conduzida até um transformador para que possa ser distribuída aos
consumidores. Ao mesmo tempo, a água é arrefecida por um condensador e
redireccionada para os tubos de caldeira para que o processo seja repetido.

5.5.Principais fontes de calor utilizadas na Central Termoeléctrica

As matérias-primas utilizadas para a geração de electricidade nas centrais


termoeléctricas são as mais variadas possíveis. Nesse sentido, podem ser utilizadas no
processo fontes de energia não renováveis e renováveis. Entre as fontes não renováveis
(combustíveis fósseis) mais utilizadas, destacam-se o óleo combustível, óleo diesel e
carvão mineral. No caso das fontes renováveis, utiliza-se a biomassa. Nesse último caso,
a instalação chama-se central de biomassa. No entanto, é considerada uma central
termoeléctrica, uma vez que tem um funcionamento similar. Existe uma preocupação
mundial em reduzir a emissão de gases com efeito de estufa, principalmente nos
processos de geração de electricidade. E o uso de combustíveis fósseis nas centrais
termoeléctricas é um dos factores que agrava a questão. Nesse sentido, cada vez mais
são procuradas alternativas de matéria-prima para a queima nas centrais termoeléctricas.
Neste cenário, a biomassa tem vindo a ganhar relevância. Esta refere-se à matéria
orgânica de origem animal ou vegetal, como restos de alimentos, cascas de frutas,
madeira, entre outros. Além de reaproveitar de forma sustentável os resíduos que seriam
descartados, a queima da biomassa apresenta uma emissão de gases poluentes
infinitamente menor do que a combustão dos combustíveis fósseis.
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Há vários tipos de usinas termeléctricas, sendo que os processos de produção de energia
são praticamente iguais porém com combustíveis diferentes.

Usina Termoeléctrica ou Usina Termeléctrica

1. Usina a óleo;
2. Usina a carvão;
3. Usina nuclear; e.
4. Usina a gás: usa gás natural como o combustível para alimentar um turbina de
gás.

5.6.Estequiometria da combustão

O conhecimento da estequiometria é básico e necessário para entender-se o processo de


combustão. A maioria dos processos industriais de combustão utiliza o ar ambiente
como fonte de fornecimento de oxigénio para a combustão. O conhecimento das
necessidades de ar para combustão, bem como da composição e volume dos produtos de
combustão é fundamental para o projecto e controle de equipamentos de combustão. A
estequiometria química nos fornece os principais dados necessários aos cálculos de
combustão.

5.7.Tipo de combustível

O presente trabalho usa Lenha como combustível para a central.

Lenha: Sendo amplamente utilizada como combustível para gerar calor, a lenha nada
mais é do que qualquer peça ou pedaço de madeira usada para queima. Dessa forma,
não há necessidade de beneficiamento e nem muito processamento. Por isso, é um
material pouco processado.

Basta que a lenha esteja limpa e cortada de modo que possa ser manejada e colocada no
interior do forno onde será queimada. Por conta disso, é um material de fácil uso,
podendo ser gerado através do aproveitamento de processos industriais, sendo o resíduo
de certos usos e aplicações.

Através da história a madeira sempre foi usada como fonte de combustível. No final da
década de 60, cerca de 43% da madeira cortada no mundo era utilizada como
Combustível.

18
Uma intensificação do uso da madeira para fins energéticos torna-se ainda muito mais
importante se levarmos em conta factores tais como:

 As florestas implantadas para uso industrial racional apresentam alta


produtividade em nossas condições sendo que as taxas de crescimento das
mesmas superam em muito àquelas observadas em outros países;
 . A energia gerada à partir da madeira é renovável, ao contrário dos
combustíveis de origem nuclear ou fóssil, não podendo ser embargada, não
depende de câmbio externo, e seu preço não é arbitrário, como no caso da
OPEP;
 . Frente a poluição o uso da madeira não traz os problemas costumeiros dos
combustíveis fósseis devido o seu baixo teor de enxofre. A combustão da
madeira por exemplo não modifica o equilíbrio térmico ou de bióxido de
carbono na Terra como acontece com a combustão de combustíveis fósseis;
 A madeira e um material versátil que de acordo com as necessidades pode ser
utilizado directamente como combustível sólido, transformado numa variedade
de combustíveis sintéticos ou ser utilizado como matéria-prima industrial.

5.8.Combustão da madeira e propriedades

Quando a madeira é usada para a geração de calor, como qualquer outro combustível ela
tem que passar pelo processo de combustão, o qual inclue tanto reacções físicas como
reacções químicas apresentando características próprias. Quando a madeira esta se
queimando, ela se transforma em calor, produtos químicos e gases. A combustão
completa produz vapor d'água e CO2 juntamente com calor e cinzas não combustíveis.
Quando a combustão é incompleta ocorre a formação de CO, hidrocarbonetos e outros
gases.

A primeira fase da combustão aquece a madeira para a evaporação e eliminação da água.


É uma energia praticamente perdida. A segunda fase de combustão se inicia quando a
temperatura atinge aproximadamente 260ºC quando a madeira começa a ser
quimicamente degradada e materiais voláteis começam a ser vaporizados. Quando a
temperatura chega aos 600ºC e havendo possibilidades de uma correta e adequada
mistura com o ar, estes gases passam a se inflamar. Se a temperatura dos gases voláteis
não é mantida ao redor dos 600ºC e a quantidade de ar não for suficiente a combustão
não se completa. O terceiro estágio de combustão é o da queima do carvão que
permanece após a liberação dos gases voláteis. O carvão se queima a temperaturas
acima dos 600ºC. Finalmente, uma pequena quantidade de cinza permanece após a
queima do carvão. Aproximadamente 50 - 60% do calor aproveitável da queima da
madeira está nos gases voláteis. Todas as três fases da combustão da madeira ocorrem
ao mesmo tempo. Contudo, as duas primeiras fases ocorrem preferencialmente quando
o fogo está se iniciando. No uso directo da madeira em processo de combustão aspectos
importantes devem ser levados em conta, principalmente com relação às propriedades

19
físicas e químicas da mesma associadas às suas propriedades combustíveis. Destaque-se
a composição química elementar, poder calorífico, teor de umidade e densidade. Com
relação a composição química elementar da madeira, existe uma marcada uniformidade
entre diferentes espécies, podendo ser generalizada a composição mostrada na tabela
abaixo.

Tabela 1: Composição da lenha

Elemento %
Carbono 50
Hidrogénio 6
Oxigénio 43
Nitrogénio 0,5
Cinzas 0,5
Fonte: Autor, 2023

A madeira contém uma quantidade negligenciável de enxofre, não causando poluição do


ar com compostos sulfurosos, ao contrário da maioria dos carvões minerais e óleos
pesados. O teor de cinzas da madeira é bastante baixo, com geralmente menos que 1%
em peso. O teor de cinzas da casca é maior que na madeira. O corte e manuseio dos
toros de madeira normalmente fazem com que haja incrustações de terra na casca, o que
pode resultar também num aumento do teor de cinzas. Uma das mais importantes
propriedades de combustível é o seu poder calorífico. O poder calorífico usualmente é
obtido pela queima de uma quantidade conhecida de combustível, medindo-se o calor
libertado. No caso de madeira pode-se encontrar valores desde 3.000 kcal/kg até 5.400
kcal/kg. A resina presente nas espécies florestais tem poder calorífico médio de 9.460
kcal/kg e dessa forma as espécies com altos teores de resinas (coníferas) apresentam
poder calorífico maior que as que apresentam baixos teores de resina (folhosas)

Considerando-se um valor médio de 4.200 kcal/kg para o poder calorífico da madeira, o


mesmo equivale a cerca de 0,61 e 0,47 vezes ao poder calorífico do carvão mineral e
óleo cru respectivamente. Outra característica importante de um combustível,
especialmente no caso da madeira é o teor de umidade. O teor de umidade da madeira
torna-se importante por duas razões básicas. A primeira é que ele varia dentro de faixa
ampla de valores em função de espécies, clima, armazenamento, etc., tornando o
controle do processo de combustão mais difícil. A segunda razão é que a água tem um
poder calorífico negativo, isto é, necessita de calor para evaporá-la. Na média, madeira
recém cortada apresenta teor de umidade variando entre 45 e 50%. Madeira cortada e
seca ao ar por 6 meses ou 1 ano abrigada das intempéries apresenta teor de umidade
variando entre 15 e 25%. A densidade da madeira é também um factor importante a ser
analisado. De um modo geral, a densidade de madeira está correlacionada com seu valor
combustível.

20
6. Dimensionamento

6.1.Parâmetros iniciais

Parâmetros Magnitude
Pressão 15 Mpa
Temperatura 550ºc
Classificação das vivendas 60%BP, 35%MP, 5%AP
Número de vivendas 120000
Pressão de condensação 25kpa
Temperatura da água alimentar 200ºc
Pressão do desareador 0.6Mpa
Sem reaquecimento
Lenha

6.2.Padrões de consumo

Casas de baixo padrão de consumo

Equipamento Qde P(Kw) P(Kw) Horas Consumo Consumo


Unitária Total uso Kwh/dia Kwh/mês
Lâmpadas (15W) 4 0,015 0,06 4 0,24 7,2
Lâmpadas (10W) 2 0,010 0,2 8 0,16 4,8
Geleira 1 0,25 0,25 10 2,5 75,0
Ferro engomar 1 1,00 1,00 0,57 0,57 17,0
(4h/semana)
Televisão 1 0,15 0,15 6 0,90 27,0
Máquina de lavar 1 0,35 0,35 0,57 0,20 6,0
(4h/semana)
Equipamento de música 1 0,80 0,8 1,14 0,91 27,4
(horas/semana)
Total 2,81 Total 5,48 164,4

21
Casas de médio padrão de consumo

Equipamento Qde P(Kw) P(Kw) Horas Consumo Consumo


Unitária Total uso Kwh/dia Kwh/mês
Lâmpadas (15W) 4 0,015 0,06 4 0,24 7,2
Lâmpadas (10W) 2 0,10 0,2 8 1,6 4,8
Geleira 1 0,25 0,25 10 2,5 75,0
Arca 1 0,30 0,30 10 3,0 90,0
Ar condicionado 2 0,9 1,8 8 14,4 216
Ferro engomar 1 1,00 1,00 0,57 0,57 17,1
(4h/semana)
Televisão 1 0,15 0,15 6 0,90 27,0
Máquina de lavar 1 0,35 0,35 0,57 0,20 6,0
(4h/semana)
Equipamento de música 1 1,2 1,2 0,86 1,03 31,0
(horas/semana)
Total 5,31 Total 21,6 517,3

Casas de alto padrão de consumo

Equipamento Qde P(Kw) P(Kw) Horas Consumo Consumo


Unitária Total uso Kwh/dia Kwh/mês
Lâmpadas (15W) 42 0,015 0,06 4 0,24 7,2
Lâmpadas (10W) 1 0,10 0,2 8 1,6 4,8
Geleira 1 0,25 0,25 10 2,5 75,0
Arca 2 0,30 0,60 10 6,0 180,0
Ar condicionado 3 0,9 2,7 8 21,6 648,0
Ferro engomar 1 1,00 1,00 0,57 0,57 17,1
(4h/semana)
Televisão 2 0,15 0,30 6 1,8 54,0
Máquina de lavar 1 0,35 0,35 0,57 0,20 6,0
(4h/semana)
Equipamento de música 1 1,2 1,2 0,86 1,03 31,0
(horas/semana)
Total 6,66 Total 35,54 1066,3

22
6.3. Cálculo do número de casas por tipologia

O cálculo do número de casas por tipologia segue a seguinte forma:

𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑠𝑎𝑠 = 𝐶𝑙𝑎𝑠𝑠𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎çã𝑜 𝑑𝑎𝑠 𝑣𝑖𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑋 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑣𝑖𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠

𝐵𝑃 = 0.60 𝑋 120000

𝑀𝑃 = 0.35 𝑋 120000

𝐴𝑃 = 0.05 𝑋 120000

Tipologia Número de casas


BP 72000
MP 42000
AP 6000

6.4.Cálculo da potência eléctrica por tipologia

O cálculo da potência eléctrica por tipologia segue a seguinte forma:

𝑃𝑒𝑙𝑒 = 𝑃𝑖𝑛𝑠𝑡 . 𝑛𝑐𝑎𝑠𝑎𝑠 . 𝐹𝑠 . 𝐹𝑠𝑒𝑔

𝐵𝑃: 𝑃𝑒𝑙𝑒 = 2,248.72000.0,7.1,075 → 𝑃𝑒𝑙𝑒 = 121796,64 𝑘𝑊

𝑀𝑃: 𝑃𝑒𝑙𝑒 = 4,248 .42000.0,7.1,075 → 𝑃𝑒𝑙𝑒 = 134258,04 𝑘𝑊

𝐴𝑃: 𝑃𝑒𝑙𝑒 = 5,328.6000.0,7.1,075 → 𝑃𝑒𝑙𝑒 = 24055,92 𝑘𝑊

6.5.Potência eléctrica total

𝑃𝑒𝑙𝑒𝑇 = 280110,6 𝐾𝑊

6.6. Potência instalada por cada tipologia

23
O cálculo para achar a potência total por cada tipologia é obtida a partir da seguinte
fórmula:

Potência total = Potência média instalada X Número de casas

Tipo de Vivenda Potência Unitária Quantidade de Casas Potência Total


BPC 2,665 72000 191880
MPC 4,265 42000 179130
APC 4,265 6000 25590
Total 11,195 120 000,00 396600

𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑎 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎𝑟 = 1,1 ∗ 𝑃𝑜𝑡𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ∗ 0,8 ∗ 0,7

𝑃𝑖𝑛𝑠𝑡 = 1,1 ∗ 396600 ∗ 0,8 ∗ 0,7 → 𝑷𝒊𝒏𝒔𝒕 = 𝟐𝟒𝟒𝒌𝑾

6.7.Gasto de dinheiro na energia para cada tipologia

A fórmula para calcular o dinheiro gasto em energia é a seguinte:

Gasto de dinheiro na energia = consumo de energia X valor unitário da energia

Onde:

Valor unitário da energia = 10,89 AOA

Tipologia Custo de energia (AOA)


BP 1790,316
MP 5633,397
AP 11612,007

24
6.8. Número de aquecedores do sistema

6.8.1. Número de aquecedores de baixa pressão

O cálculo do número de aquecedores de baixa pressão depende da temperatura de baixa


pressão do sistema e a mesma temperatura obtém-se da diferença de temperatura de
saturação do desaliador e do condensador.

𝑇𝐵𝑃 = 𝑇𝑑𝑒𝑠𝑎𝑙 − 𝑇𝑐𝑜𝑛𝑑

𝑇𝐵𝑃 = 158,83 − 64,96

𝑇𝐵𝑃 = 93,87 0 𝐶

A temperatura de baixa pressão do sistema não deve ser superior à 40ºC. O número de
aquecedores do sistema é o número divisível pela temperatura de baixa pressão de modo
que a mesma seja inferior à 40ºC.

93,87
𝑇𝐵𝑃 =
3
𝑇𝐵𝑃 = 31,29º𝐶

Neste caso o sistema terá 3 aquecedores de baixa pressão pois a temperatura de 31,29ºC
para baixa pressão satisfaz a condição do sistema.

6.8.2. Número de aquecedores de alta pressão

O cálculo do número de aquecedores de alta pressão depende da temperatura de alta


pressão do sistema e a mesma temperatura obtém-se da diferença de temperatura da
água alimentar e da temperatura de saturação do desaliador.

𝑇𝐴𝑃 = 𝑇á𝑔𝑢𝑎 𝑎𝑙𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑟 − 𝑇𝑑𝑒𝑠𝑎𝑙

𝑇𝐴𝑃 = 200 − 158,83

𝑇𝐴𝑃 = 41,170 𝐶

Por norma, a temperatura de alta pressão não deveria ser maior que 40ºC também mas a
temperatura de 41ºC é aceitável e o número de aquecedores de alta pressão é o número
25
divisível pela temperatura de alta pressão para que a temperatura não fosse superior que
40ºC.

Neste caso, a temperatura de alta pressão não foi dividida por um outro número então o
número de aqueceres de alta pressão é apenas 1.

Para o sistema todo, teremos 4 aquecedores sendo 3 de baixa pressão e 1 de alta pressão.

6.9. Temperatura de cada aquecedor

Temperatura do aquecedor 4:

A temperatura do aquecedor 4 é a soma da temperatura de saturação do condensador e a


temperatura da turbina de baixa pressão.

𝑇4 = 𝑇𝑐𝑜𝑛𝑑 − 𝑇𝐵𝑃

𝑇4 = 31,29 + 64,96

𝑇4 = 69,25º𝐶

Temperatura do aquecedor 3:

A temperatura do aquecedor 3 é a soma da temperatura de saturação do condensador e


do condensador 4.

𝑇3 = 𝑇𝑐𝑜𝑛𝑑 − 𝑇4

𝑇3 = 96,25 + 31,29

𝑇3 = 127,57º𝐶

Temperatura do aquecedor 2:

A temperatura do aquecedor 2 é a soma da temperatura de saturação do condensador e


do condensador 3.

𝑇2 = 𝑇𝑐𝑜𝑛𝑑 − 𝑇3

26
𝑇2 = 127,54 + 31,29

𝑇2 = 158,83º𝐶

Temperatura do aquecedor 1:

A temperatura do aquecedor 1 é a soma da temperatura de saturação do condensador e


do condensador 2.

𝑇1 = 𝑇𝑐𝑜𝑛𝑑 − 𝑇2

𝑇1 = 158,83 + 31,29

𝑇1 = 200º𝐶

Aquecedores Temperatura (ºC) Pressão (Kpa)


1 200 15000
2 158,83 1555
3 127,54 600
4 96,25 250

27
6.10. Cálculo das entalpias

Trabalho isentrópico da turbina:

𝑊𝑖𝑠𝑜 = ℎ1 − ℎ6𝑠

𝑊𝑖𝑠𝑜 = 3450 − 2150

𝑊𝑖𝑠𝑜 = 1300 𝑘𝐽/𝑘𝑔

28
Trabalho real da turbina:

𝑊𝑟𝑒𝑎𝑙 = 𝜂𝑖𝑠𝑜 𝑋 𝑊𝑖𝑠𝑜

Onde:

𝜂𝑖𝑠𝑜 − 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑖𝑠𝑜𝑒𝑛𝑡𝑟𝑜𝑝𝑖𝑐𝑜 𝑑𝑎 𝑡𝑢𝑟𝑏𝑖𝑛𝑎

ℎ6 = ℎ1 − 𝑊𝑖𝑠𝑜

ℎ6 = 3450 − 1137,5

ℎ6 = 2312,5 𝑘𝐽/𝑘𝑔

𝑃16 = 𝑃6 = 𝑃𝑐𝑜𝑛𝑑

ℎ16𝑙𝑠 = 2171,93 𝑘𝐽/𝑘𝑔

𝑉8 (𝑃8 − 𝑃16 )
ℎ8 = ℎ16 + 𝐵𝑜𝑚
𝜂𝐼𝑠𝑜

0,001020(91 − 25)
ℎ8 = 271,93 +
0,825

ℎ8 = 29,0116 𝑘𝐽/𝑘𝑔

𝑉9 (𝑃10 − 𝑃9 )
ℎ10 = ℎ9 + 𝐵𝑜𝑚
𝜂𝐼𝑠𝑜

0,0010412(250 − 91)
ℎ10 = 406,43 +
0,825

ℎ10 = 406,6306 𝑘𝐽/𝑘𝑔

𝑉12 (𝑃13 − 𝑃12 )


ℎ13 = ℎ12 + 𝐵𝑜𝑚
𝜂𝐼𝑠𝑜

29
0,001101(1555 − 600)
ℎ13 = 670,35 +
0,825

ℎ13 = 671,6244 𝑘𝐽/𝑘𝑔

𝑉11 (𝑃7 − 𝑃11 )


ℎ7 = ℎ11 + 𝐵𝑜𝑚
𝜂𝐼𝑠𝑜

0,001067(600 − 250)
ℎ7 = 535,35 +
0,825

ℎ7 = 535,8026 𝑘𝐽/𝑘𝑔

𝑉14 (𝑃15 − 𝑃14 )


ℎ15 = ℎ14 + 𝐵𝑜𝑚
𝜂𝐼𝑠𝑜

0,001157(15000 − 1555)
ℎ15 = 852,26 +
0,825

ℎ15 = 817,1155 𝑘𝐽/𝑘𝑔

𝑃15 = 𝑃1

30
Resumo dos parâmetros

Pontos Pressão (kPa) Temperatura Entalpia Volume


(ºC) (kJ/kG) espeífico
𝑚3 /𝑘𝑔
1 15000 200 3450
2 1555 20,06 2825
3 600 158,83 2712,5
4 250 127,54 2570
5 91 96,25 2410
6 25 64,96 2312,5
7 600 535,8026
8 91 29,0116
9 91 406,43 0,0010412
10 250 406,6306
11 250 535,35 0,001067
12 600 670,38 0,001101
13 1555 671,6244
14 1555 852,26 0,001157
15 15000 871,1155
16 25 271,93 0,001020

6.11. Esquema da central

Figura 1: Esquema da central

31
6.12. Cálculo das fracções de extracção de vapor da turbina

Aquecedor 1 de baixa pressão

5: ℎ5 𝛼5

8: ℎ8 (1 − 𝛼2 − 𝛼3 − 𝛼4 − 𝛼5 )

9: ℎ9 (1 − 𝛼2 − 𝛼3 − 𝛼4 )

ℎ8 (1 − 𝛼2 − 𝛼3 − 𝛼4 − 𝛼5 ) + ℎ5 𝛼5 = ℎ9 (1 − 𝛼2 − 𝛼3 − 𝛼4 )
(1−𝛼2 −𝛼3 −𝛼4 )(ℎ9 −ℎ8 ) (1−0,8388−0,08932−0,00428)(406,43−29,0116)
𝛼5 = 𝛼5 =
ℎ5 −ℎ8 2410−29,0116

𝛼5 = 0,01072

ℎ −ℎ 2410−2312,5
𝑦5 = ℎ5 −ℎ6 𝑦5 = 3450−2312,5
1 6

𝑦5 = 0,0857

Aquecedor 2 de baixa pressão

4: ℎ4 𝛼4

32
10: ℎ10 (1 − 𝛼2 − 𝛼3 − 𝛼4 )

11: ℎ11 (1 − 𝛼2 − 𝛼3 )

ℎ10 (1 − 𝛼2 − 𝛼3 − 𝛼4 ) + ℎ4 𝛼4 = ℎ11 (1 − 𝛼2 − 𝛼3 )
(1−𝛼2 −𝛼3 )(ℎ11 −ℎ10 ) (1−0,8388−0,08932)(535,35−406,6306)
𝛼4 = 𝛼4 =
ℎ4 −ℎ10 2570−406,6306

𝛼4 = 0.00428

ℎ −ℎ 2570−2312,5
𝑦4 = ℎ4 −ℎ6 𝑦4 = 3450−2312,5
1 6

𝑦4 = 0,226

Aquecedor 3 de baixa pressão (Desareador)

3: ℎ3 𝛼3

7: ℎ7 (1 − 𝛼2 − 𝛼3 )

12: ℎ12 (1 − 𝛼2 )

ℎ7 (1 − 𝛼2 − 𝛼3 ) + ℎ3 𝛼3 = ℎ12 (1 − 𝛼2 )
(1−𝛼2 )(ℎ12 +ℎ7 ) (1−0,8388)(670,38+535,8026)
𝛼3 = 𝛼3 =
ℎ3 −ℎ7 2712,5−535,8026

𝛼3 = 0,08932

ℎ −ℎ 2712,5−2312,5
𝑦3 = ℎ3 −ℎ6 𝑦4 =
1 6 3450−2312,5

𝑦3 = 0,35

33
Aquecedor 4 de alta pressão

2: ℎ2 𝛼2

13: ℎ13 (1 − 𝛼2 )

14: ℎ14

ℎ13 (1 − 𝛼2 ) + ℎ2 𝛼2 = ℎ14
ℎ14 −ℎ13 852,26−671,6244
𝛼2 = 𝛼2 =
ℎ2 −ℎ13 2825−671,6244

𝛼2 = 0,08388

ℎ −ℎ 2825−2312,5
𝑦2 = ℎ2 −ℎ6 𝑦4 = 3450−2312,5
1 6

𝑦2 = 0,45

6.13. Cálculo do consumo de vapor da turbina

𝑃𝑒𝑙𝑒𝑇
𝑚̇ =
𝜂𝑔𝑒𝑟 . 𝜂𝑚𝑒𝑐 . (1 − ∑ 𝛼. 𝑦). (ℎ1 − ℎ6𝑟 )

280110,6
𝑚̇ =
0,97 ∗ 0,9(1 − 0,345664.1,1147)(3450 − 2312,5)

𝒌𝒈⁄
𝒎̇ = 𝟑𝟓𝟔, 𝟗𝟓 𝒔

34
𝑚̇𝑏𝑜𝑚𝑏𝑎 = 1,03 ∗ 𝑚̇

𝒌𝒈⁄
𝑚̇𝑏𝑜𝑚𝑏𝑎 = 1,03 ∗ 356,95 → 𝒎̇𝒃𝒐𝒎𝒃𝒂 = 𝟑𝟔𝟕, 𝟔𝟓𝟖𝟓 𝒔

𝑏𝑜𝑚𝑏𝑎
𝑊𝑖𝑠𝑜 ∗ 𝑚̇𝑏𝑜𝑚𝑏𝑎
𝑊̇𝑏𝑜𝑚𝑏𝑎 = 𝑏𝑜𝑚𝑏𝑎 𝐵𝐴 ∗ 𝜂
𝜂𝑖𝑠𝑜 ∗ 𝜂𝑚𝑒𝑐 𝑚𝑜𝑡

14,2 ∗ 367,6585
𝑊̇𝑏𝑜𝑚𝑏𝑎 = → 𝑾̇𝒃𝒐𝒎𝒃𝒂 = 𝟕𝟐𝟗𝟖, 𝟗𝟒𝟏𝟓 𝒌𝑾
0,85 ∗ 0,99 ∗ 0,85

6.14. Rendimento da instalação da turbina

𝑃𝑒𝑙𝑒𝑇
𝜂𝑖.𝑡𝑢𝑟 =
(ℎ1 − ℎ𝑎𝑎 ) ∗ 𝑚̇

280110,6
𝜂𝑖.𝑡𝑢𝑟 = → 𝜼𝒊.𝒕𝒖𝒓 = 𝟑𝟎, 𝟐%
(3450 − 852,45) ∗ 356,95

6.15. Condensador

a) Temperatura da água de esfriamento a saída do condensador:


𝑡𝑎2 = 𝑡𝑎1 + (8 − 12)

Onde:

ta1 – temperatura da água de esfriamento a entrada do condensador; ta1=25

𝑡𝑎2 = 25 + (8 − 12)º𝐶 → 𝒕𝒂𝟐 = 𝟐𝟏º𝑪

b) Temperatura de condensação
𝑡𝑐𝑜𝑛𝑑 = 𝑡𝑎2 + (10 − 15)

𝑡𝑐𝑜𝑛𝑑 = 21 + (10 − 15)º𝐶 → 𝒕𝒄𝒐𝒏𝒅 = 𝟏𝟔º𝑪

35
c) Superfície de transferência de calor do condensador
𝑄𝑐𝑜𝑛 356,95 ∗ (ℎ1 − ℎ15 )
𝐹𝑐𝑜𝑛 = =
𝐾 ∗ 𝛿𝑡𝑚𝑒𝑑 𝐾 ∗ 𝛿𝑡𝑚𝑒𝑑

Sendo:

K = (2.1 – 2.5) kW/m². K Coeficiente global de transferência de calor

𝑡𝑎2 − 𝑡𝑎1
𝛿𝑡𝑚𝑒𝑑 =
𝑡 − 𝑡𝑎1
ln(𝑡𝑐𝑜𝑛𝑑 − 𝑡𝑎2)
𝑐𝑜𝑛𝑑

25 − 21
𝛿𝑡𝑚𝑒𝑑 = → 𝜹𝒕𝒎𝒆𝒅 = 𝟔, 𝟖𝟏º𝑪
16 − 25
ln(16 − 21)

Então:

356,95 ∗ (3450 − 871,1155)


𝐹𝑐𝑜𝑛 = → 𝐹𝑐𝑜𝑛 = 𝟓𝟖𝟕𝟕𝟏, 𝟏𝟕 𝒎𝟐
2,3 ∗ 6,81

d) Área de um tubo, 𝐴𝑡𝑢𝑏


𝐴𝑡𝑢𝑏 = 𝜋𝐷 𝑥 𝐿=3.1416 𝑥 0.032 𝑥 6=0.603𝑚²

e) Número de tubos do condensador


𝐹𝑐𝑜𝑛
𝑛𝑡𝑐 =
𝐴𝑡𝑢𝑏

58771,17
𝑛𝑡𝑐 = → 𝒏𝒕𝒄 = 𝟏𝟒𝟐𝟐𝟒𝟎, 𝟕
0.603

f) Carga específica do condensador:


𝑚̇𝑐𝑜𝑛
𝐶𝐸𝑐𝑜𝑛 =
𝐹𝑐𝑜𝑛

356,95 𝑘𝑔⁄
𝐶𝐸𝑐𝑜𝑛 = → 𝐶𝐸𝑐𝑜𝑛 = 0,0042 𝑚2 𝑠
58771,17

36
g) Multiplicidade de esfriamento
𝑞𝑐𝑜𝑛
𝑚𝑒 =
𝐶𝑝𝑎 ∗ (𝑡𝑎2 − 𝑡𝑎1)

3450 − 871,1155 𝒌𝒈𝒂𝒆


𝑚𝑒 = → 𝑚𝑒 = 𝟔𝟒𝟒𝟕𝟐𝟏 ⁄𝒌𝒈
0,001 ∗ (21 − 25) 𝒗𝒂𝒑

Carga das bombas de esfriamento, Δ𝑃𝑆𝐶=100−200𝑘𝑃𝑎

h) Potencia das bombas de esfriamento


̇ ∗ ΔP𝑆𝐶
𝑉𝑎𝑒
𝑊̇𝐵𝐸 =
𝜂𝐵.𝑚𝑜𝑡

𝜂𝐵.𝑚𝑜𝑡 = 0,80 − 0,85; Eficiência do conjunto bomba – motor de accionamento.

̇ – Fluxo volumétrico de água de esfriamento, m³/kg


𝑉𝑎𝑒

ΔP𝑆𝐶 – Perda de carga no sistema de condensação, kPa.

14,31 ∗ 1500
𝑊̇𝐵𝐸 = → 𝑾̇𝑩𝑬 = 𝟐𝟓𝟖𝟔𝟏, 𝟒𝟒𝟓 𝒌𝑾
0,83

6.16. Tipo de combustível: Lenha

Composição do combustível

Elementos Percentagem (%)


Carbono 50
Hidrogénio 6
Oxigénio 43
Nitrogénio 0,5
Cinzal 0,5

Considerando a presença de umidade no combustível, esta umidade se faz presente em


aproximadamente 50% da sua composição. Dito isto, a percentagem de cada elemento
do combustível se fará uma redução de 50% que será preenchido pela umidade

37
Elementos Percentagem (%)
Carbono (C) 25
Hidrogénio (H) 3
Oxigénio (O) 21,5
Nitrogénio (N) 0,25
Cinzal () 0,25
Humidade (w) 50

6.17. Cálculo da massa de trabalho

𝑇
100 − 𝑤 𝑡 𝑡
𝐸 = .𝐸
100

Massa de trabalho do carbono:

100 − 𝑤 𝑡 𝑡
𝐶𝑇 = .𝐶
100
100 − 50
𝐶𝑇 = . 25 → 𝐶 𝑇 = 12,5
100

Massa de trabalho do hidrogénio:

𝑇
100 − 𝑤 𝑡 𝑡
𝐻 = .𝐻
100
100 − 50
𝐻𝑇 = .3 → 𝐻 𝑇 = 1,5
100

Massa de trabalho do oxigénio:

100 − 𝑤 𝑡 𝑡
𝑂𝑇 = .𝑂
100
100 − 50
𝑂𝑇 = . 21,5 → 𝑂𝑇 = 10,7,5
100

38
Massa de trabalho do nitrogénio:

100 − 𝑤 𝑡 𝑡
𝑁𝑇 = .𝑁
100
100 − 50
𝑁𝑇 = . 0,25 → 𝑁 𝑇 = 0,125
100
6.18. Poder calorífico inferior

𝑄𝑖𝑛 = 338𝐶 𝑡 + 1025𝐻 𝑡 − 108,5(𝑂𝑡 − 𝑆 𝑡 − 25𝑊 𝑡 (kJ/kg)

𝑄𝑖𝑛 = 338.25 + 1025.3 − 108,5(21,5 − 0) − 25.50 (kJ/kg)

𝐾𝑗
𝑄𝑖𝑛 = 7942,25 ⁄𝐾𝑔

6.19. Consumo de combustível


𝑚̇(ℎ𝑠𝑣 − ℎ𝑎𝑎 )
𝐵=
𝜂𝑠𝑣 . 𝑄𝑖𝑛

Sendo:

𝐾𝑔⁄
𝑚̇ = 356,95 𝑠

𝜂𝑠𝑣 = 0,97

Da tabela da água saturada, com a temperatura da água alimentar conseguimos a


entalpia da água alimentar:

𝐾𝑗
ℎ𝑎𝑎 = 852,45 ⁄𝐾𝑔

ℎ1 − ℎ𝑎𝑎
ℎ𝑠𝑣 =
𝜂𝑡𝑢𝑏𝑜

Onde:

𝜂𝑡𝑢𝑏𝑜 = 0,985

39
3450 − 852,45 𝐾𝑗
ℎ𝑠𝑣 = → ℎ𝑠𝑣 = 2637,11 ⁄𝐾𝑔
0,985

Então:

356,95 (2637,11 − 852,45)


𝐵=
0,97.7942,25
𝑘𝑔⁄
𝐵 = 82,689 𝑠

6.20. Cálculo do volume tórico do ar

𝐶𝑡 𝐻𝑡 𝑆𝑡 𝑂𝑡
𝑣̇𝑎𝑟 = 8,89. + 26,9 + 3,36. − 3,36.
100 100 100 100
25 3 0 21,5
𝑣̇𝑎𝑟 = 8,89. + 26,9 + 3,36. − 3,36.
100 100 100 100

𝑵. 𝒎𝟑𝒂𝒓⁄
𝒗̇ 𝒂𝒓 = 𝟐, 𝟏𝟗𝟑𝟓 𝒌𝒈

6.21. Cálculo do volume real do ar


𝑣𝑎𝑟 = 𝛼. 𝑣̇𝑎𝑟

Onde:

𝛼 = [1,20;1,25]: coeficiente de excesso de ar do combustível

Neste trabalho adoptamos o valor de 1,22

𝑵. 𝒎𝟑𝒂𝒓⁄
𝑣𝑎𝑟 = 1,22.2,1935 → 𝒗𝒂𝒓 = 𝟐, 𝟔𝟕𝟕 𝒌𝒈

6.22. Cálculo do fluxo volumétrico de ar


̇ = 𝐵. 𝑣𝑎𝑟
𝑉𝑎𝑟

̇ = 82,689.2,677 𝑵. 𝒎𝟑𝒂𝒓⁄
𝑉𝑎𝑟 → 𝑽̇𝒂𝒓 = 𝟐𝟐𝟏, 𝟑𝟓 𝒌𝒈

40
̇
𝑃0 . 𝑉𝑎𝑟
𝑚̇𝑎𝑟 =
𝑅𝑎𝑟 . 𝑇0

𝐾𝑗
Onde: 𝑅𝑎𝑟 = 0,287 ⁄𝐾𝑔 . 𝐾, 𝑃0 = 101,16 𝐾𝑃𝑎 e 𝑇0 = 273 𝐾

101,325 .221,35 𝒌𝒈⁄


𝑚̇𝑎𝑟 = → 𝒎̇𝒂𝒓 = 𝟐𝟖𝟔, 𝟐𝟓𝟒 𝒔
0,287.273

𝑇. 𝑚̇𝑎𝑟 . 𝑅𝑎𝑟
̇ =
𝑉𝑎𝑟
𝑃0

(25 + 273). 286,254.0,287 𝟑


̇ =
𝑉𝑎𝑟 → 𝑽̇𝒂𝒓 = 𝟐𝟒𝟏, 𝟔𝟐𝟎 𝒎 ⁄𝒔
101,325

6.23. O volume total dos produtos da combustão


𝑉𝑔 = 𝑉𝑔𝑠 + 𝑉𝐻2 𝑂

Sendo,

𝑉𝑔𝑠 = 𝑉𝑅𝑂2 + 𝑉𝑁2 + 𝑉𝑂2

𝑉𝑅𝑂2 = 0,0187(𝐶 𝑡 + 0,375𝑆 𝑡 )


𝟑
𝑉𝑅𝑂2 = 0,0187(25) → 𝑽𝑹𝑶𝟐 = 𝟎, 𝟒𝟔𝟕𝟓 𝒎 ⁄𝒌𝒈

6.24. Volumes reais dos produtos secos da combustão completa (para


αh>1)

𝑉𝑔 = 𝑉𝑔𝑠 + 𝑉𝐻2 𝑂

Sendo:

𝑉𝐻2 𝑂 - Vapores de água

𝑉𝐻2 𝑂 = 𝑉̇𝐻2 𝑂 + 0,0224(𝛼ℎ − 1)𝑣̇𝑎𝑟

41
𝑉̇𝐻2 𝑂 = 0,0124(9𝐻 𝑡 + 𝑊 𝑡 ) + 0,0224𝑣̇𝑎𝑟 para: 𝑡 = 25º 𝑒 𝜑 = 70%
𝟑
𝑉̇𝐻2 𝑂 = 0,0124(9.3 + 50) + 0,0224.2,1935 → 𝑽̇𝑯𝟐 𝑶 = 𝟏, 𝟎𝟎𝟒 𝒎 ⁄𝒌𝒈

𝟑
𝑉𝐻2 𝑂 = 1,004 + 0,0224(1,4 − 1)2,1935 → 𝑽𝑯𝟐 𝑶 = 𝟏, 𝟎𝟐𝟒 𝒎 ⁄𝒌𝒈

E,

𝑉𝑔𝑠 - Volumes de gases secos

̇ + 𝑉̇𝐻 𝑂 + (𝛼. ℎ − 1)𝑣̇𝑎𝑟


𝑉𝑔𝑠 = 𝑉𝑔𝑠 2

̇ = 𝑉̇𝑁 + 𝑉𝑅𝑂2
𝑉𝑔𝑠 2

Onde:

𝑉𝑅𝑂2 = 0,0187(𝐶 𝑡 + 0,375𝑆 𝑡 )

𝟑
𝑉𝑅𝑂2 = 0,0187(25) → 𝑽𝑹𝑶𝟐 = 𝟎, 𝟒𝟔𝟕𝟓 𝒎 ⁄𝒌𝒈

𝟑
̇ = 𝑉̇𝑁 + 𝑉𝑅𝑂2 = 1,735 + 0,4675
𝑉𝑔𝑠 2
→ 𝑽̇𝒈𝒔 = 𝟐, 𝟐𝟎𝟐𝟓 𝒎 ⁄𝒌𝒈

𝟑
𝑉𝑔𝑠 = 2,2025 + 1,004 + (1,4 − 1)2,1935 → 𝑽𝒈𝒔 = 𝟎, 𝟎𝟖𝟑𝟗 𝒎 ⁄𝒌𝒈

Logo,

𝑉𝑔 = 𝑉𝑔𝑠 + 𝑉𝐻2 𝑂
𝟑
𝑉𝑔 = 0,0839 + 1,024 → 𝑽𝒈 = 𝟏, 𝟏𝟎𝟕𝟗 𝒎 ⁄𝒌𝒈

42
6.25. Volume dos gases biatómicos

𝑁𝑡 0,25 𝟑
𝑉̇𝑁2 = 0,79. 𝑣̇𝑎𝑟 + 0,8. = 0,79.2,1935 + 0,8 → 𝑽̇𝑵𝟐 = 𝟏, 𝟕𝟑𝟓 𝒎 ⁄𝒌𝒈
100 100

6.26. Massa de N2 nos productos da combustão:


𝑉̇𝑁2 = 𝐵. 𝑉𝑁2

𝑉̇𝑁2 1,735 3
𝑉𝑁2 = = → 𝑉𝑁2 = 0,02098 𝑚 ⁄𝑘𝑔
𝐵 82,689

𝑃0 . 𝑉̇𝑁2 1,735
𝑚̇𝑁2 = = 0,37.
𝑅𝑁2 . 𝑇0 0,2968

𝒎̇𝑵𝟐 = 𝟐, 𝟏𝟔𝟑 𝒌𝒈 ⁄ 𝒔

6.27. Massa de RO2 nos productos da combustão:


𝑃0 . 𝑉̇𝑅𝑂2
𝑚̇𝑅𝑂2 =
𝑅𝑂2 . 𝑇0

𝑘𝐽
Onde: 𝑃0 = 101,16 𝐾𝑃𝑎, 𝑇0 = 273 𝐾 e 𝑅𝑂2 = 0,2598 ⁄𝑘𝑔 . 𝐾

𝑉̇𝑅𝑂2 = 𝐵. 𝑉𝑅𝑂2
𝟑
𝑉̇𝑅𝑂2 = 82,689.0,4675 → 𝑽̇𝑹𝑶𝟐 = 𝟑𝟖, 𝟔𝟓𝟕 𝒎 ⁄𝒔

101,16.38,657 𝒌𝒈⁄
𝑚̇𝑅𝑂2 = → 𝒎̇𝑹𝑶𝟐 = 𝟓𝟓, 𝟏𝟒 𝒔
0,2598.273

6.28. Massa de CO2 nos productos da combustão:

𝑉𝐶𝑂2 = 0,0187. 𝐶 𝑡
𝟑
𝑉𝐶𝑂2 = 0,0187.25 → 𝑽𝑪𝑶𝟐 = 𝟎, 𝟒𝟔𝟕𝟓 𝒎 ⁄𝒔

43
𝑉̇𝐶𝑂2 = 𝐵. 𝑉𝐶𝑂2
𝟑
𝑉̇𝐶𝑂2 = 82,689.0,4675 → 𝑽̇𝑪𝑶𝟐 = 𝟑𝟖, 𝟔𝟓𝟕 𝒎 ⁄𝒔

𝑉̇𝐶𝑂2
𝑚̇𝐶𝑂2 = 0,37.
𝑅𝐶𝑂2

𝟑8,657 𝒌𝒈⁄
𝑚̇𝐶𝑂2 = 0,37. → 𝒎̇𝑪𝑶𝟐 = 𝟕𝟓, 𝟕𝟏𝟕𝟖 𝒔
0,1889

6.29. Massa de Vapor de água nos productos da combustão:


𝑉̇𝐻 𝑂
𝑚̇𝐻2 𝑂 = 0,37 2
𝑅𝐻2 𝑂
3
V̇H2 O = 1,004 m ⁄Kg

1,004 𝒌𝒈⁄
𝑚̇𝐻2 𝑂 = 0,37 → 𝒎̇𝑯𝟐 𝑶 = 𝟎, 𝟖𝟎𝟓 𝒔
0,4615

6.30. Massa de O2 nos productos da combustão:


𝑉𝑂2 = 0,21. 𝑣̇𝑎𝑟 . 𝛼. ℎ
𝟑
𝑉𝑂2 = 0,21.2,1935.1,4 → 𝑽𝑶𝟐 = 𝟎, 𝟔𝟒𝟓 𝒎 ⁄𝒌𝒈

𝑉̇𝑂2 = 𝐵. 𝑉𝑂2
𝟑
𝑉̇𝑂2 = 82,689.0,645 → 𝑽̇𝑶𝟐 = 𝟓𝟑, 𝟑𝟑𝟒 𝒎 ⁄𝒌𝒈

𝑃0 . 𝑉̇𝑂2 𝑉̇𝑂
𝑚̇𝑂2 = = 0,37. 2
𝑅𝑂2 . 𝑇0 𝑅𝑂2

53,334 𝒌𝒈⁄
𝑚̇𝑂2 = 0,37. → 𝒎̇𝑶𝟐 = 𝟕𝟓, 𝟗𝟔 𝒔
0,2598

6.31. Volume de gases a traves da chaminé em condições normais:

44
𝑚̇𝑔 = 𝑚̇𝑁2 + 𝑚̇𝑅𝑂2 + 𝑚̇𝐻2 𝑂 + 𝑚̇𝑂2

𝑚̇𝑔 = 2,163 + 55,14 + 0,805 + 75,96

𝒌𝒈⁄
𝒎̇𝒈 = 𝟏𝟑𝟒, 𝟎𝟔𝟖 𝒔

6.32. Cálculo da vazão volumétrica dos gases produto da combustão

𝑃0 . 𝑉𝑔̇ 𝑉𝑔̇
𝑅𝑔 = = 0,37.
𝑚̇𝑔 . 𝑇0 𝑚̇𝑔

Sendo:

𝑉𝑔̇ = 𝐵. 𝑉𝑔
𝟑
𝑉𝑔̇ = 82,689.1,1079 → 𝑽̇𝒈 = 𝟗𝟏, 𝟔𝟏 𝒎 ⁄𝒔

91,61 𝐾𝑗
𝑅𝑔 = 0,37. → 𝑅𝑔 = 0,252 ⁄𝐾𝑔 . 𝐾
134,068

6.33. Fluxo volumétrico de gases a temperatura de trabalho (entrada a


chaminé)

𝑇. 𝑚̇𝑔 . 𝑅𝑔
𝑉𝑔̇ =
𝑃0

(150 + 273). 134,068.0,252 𝟑


𝑉𝑔̇ = → 𝑽̇𝒈 = 𝟏𝟒𝟏, 𝟎𝟒𝟐 𝒎 ⁄𝒔
101,325

45
6.34. Potência do ventilador do tiro forçado

̇ . 𝐻𝑎𝑟
𝑉𝑎𝑟
𝑊̇𝑉𝑇𝐹 =
𝜂𝑣𝑎𝑟

Onde:

𝐻𝑎𝑟 = 12: Perda de carga.

𝜂𝑣𝑎𝑟 = 75%

221,35.12
𝑊̇𝑉𝑇𝐹 = → 𝑊̇𝑉𝑇𝐹 = 3541,6 𝑘𝑊
0,75

6.35. Potência do ventilador do tiro induzido


𝑉𝑔̇ . 𝐻𝑔
𝑊̇𝑉𝑇𝐼 = 𝑔𝑎𝑠
𝜂𝑣

Onde:

𝐻𝑔 = 35𝑋4: Perda de carga.


𝑔𝑎𝑠
𝜂𝑣 = 75%

141,042.35.4
𝑊̇𝑉𝑇𝐼 = → 𝑊̇𝑉𝑇𝐼 = 26327,84 𝑘𝑊
0,75

6.36. Diâmetro da tubagem

𝑚̇. 𝜗
𝑑𝑖𝑛𝑡 = √
0,784. 𝑤

Onde:

𝑚̇ – Fluxo mássico, 𝐾𝑔⁄𝑠


3
𝜗 – volume específico, 𝑚 ⁄𝐾𝑔

𝑤 – velocidade assumida do fluído, 𝑚⁄𝑠

46
3
Para 𝑃0 = 15 𝑀𝑃𝑎 e 𝑇0 = 5000 𝐶: 𝜗 = 0,022945 𝑚 ⁄𝐾𝑔

Como a pressão é inferior que 22 MPa então o vapor vivo encontra-se na categoria
subcrítica e segundo a tabela do vapor vivo a velocidade deve ser entre 50 à 70 m/s.
Neste trabalho vamos assumir a velocidade de 60 m/s.

Então:

356,95.0,022945
𝑑𝑖𝑛𝑡 = √ → 𝒅𝒊𝒏𝒕 = 𝟎, 𝟒𝟏𝟕 𝒎 𝒐𝒖 𝒅𝒊𝒏𝒕 = 𝟒𝟏𝟕 𝒎𝒎
0,784.60

6.37. Espessuras das tubagens

𝑃𝑖𝑛𝑡
𝑆𝑐𝑎𝑙 = . 𝑑𝑒𝑥𝑡 + 𝐶
2. 𝜑. 𝜎𝑎𝑑𝑚 + 𝑃𝑖𝑛𝑡

𝐶 = 0,153. 𝑆

Onde:

𝜎𝑎𝑑𝑚 - Tensão admissível do aço, MPa

𝑃𝑖𝑛𝑡 – Pressão no interior da tubagem, MPa

𝑑𝑒𝑥𝑡 – Diâmetro exterior escolhido, m

𝜑 = 0,8

Considerando o material sendo aço do tipo 12JM1F, a tensão admissível do mesmo é de


65 MPa.
Com o valor do diâmetro interior vamos até a tabela da dimensão dos tubos e ficamos
com os seguintes parâmetros:

𝑑𝑒𝑥𝑡 = 426 𝑚𝑚, 𝑑𝑖𝑛𝑡 = 390 𝑚𝑚, 𝑆 = 18 𝑚𝑚, 𝑃 = 4 𝑀𝑃𝑎 e 𝑇 = 5700 𝐶.

Logo:

𝐶 = 0,153.18 → 𝑪 = 𝟐, 𝟕𝟓𝟒 𝒎𝒎 𝒐𝒖 𝑪 = 𝟎, 𝟎𝟎𝟐𝟕𝟓𝟒 𝒎

4
𝑆𝑐𝑎𝑙 = . 0,426 + 0,002754 → 𝑺𝒄𝒂𝒍 = 𝟎, 𝟎𝟏𝟖𝟓𝟑 𝒎
2.0,8.65. +4

𝒐𝒖 𝑺𝒄𝒂𝒍 = 𝟏𝟖, 𝟓𝟑 𝒎𝒎

47
6.38. Velocidade do fluído

𝑚̇. 𝜗 𝑚̇. 𝜗
𝑑𝑖𝑛𝑡 = √ ↔𝑤=
0,784. 𝑤 0,784. 𝑑𝑖𝑛𝑡 2

356,95.0,022945
𝑤= → 𝒘 = 𝟓𝟕, 𝟓𝟕 𝒎/𝒔
0,784. 0,4262

6.39. Quedas de pressão nos tubos


𝐿 𝑤2
∆𝑃 = 𝑓𝑎𝑡 . ( ).
𝑑𝑖𝑛𝑡 2. 𝜗

Onde:

𝑓𝑎𝑡 – Factor de atrito;

𝐿 – Comprimento do tubo, L=50 m

𝑤 – Velocidade recomendada;

0,92
𝑓𝑎𝑡 = + 14,4. 10−3
𝑑𝑖𝑛𝑡

0,92
𝑓𝑎𝑡 = + 14,4. 10−3 → 𝒇𝒂𝒕 = 𝟎, 𝟎𝟏𝟕
390
50 57,572
∆𝑃 = 0,017. ( ). → ∆𝑷 = 𝟏𝟓𝟕 𝒌𝑷𝒂
0,39 2.0,022945

6.40. Diâmetro da chaminé

𝑉𝑔̇
𝑑𝑐ℎ = √
0,785. 𝑤𝑔

Onde:
3
𝑉𝑔̇ - Fluxo volumétrico de gases, 𝑚 ⁄𝑠

𝑤𝑔 - Velocidade do fluxo de gases, 𝑚⁄𝑠

48
A velocidade do fluxo de gases na chaminé varia entre 10 e 20 m/s, neste trabalho
vamos adoptar 15 m/s.

141,042
𝑑𝑐ℎ = √ → 𝑑𝑐ℎ = 3,46 𝑚 𝑜𝑢 𝑑𝑐ℎ = 3460,94 𝑚𝑚
0,785.15

6.41. Consumo específico de combustível

𝐵
𝐵𝑒𝑐 =
𝑃𝑒𝑙𝑒𝑇

82,689 𝒌𝒈⁄ 𝒈
𝐵𝑒𝑐 = . 3600 → 𝑩𝒆𝒄 = 𝟏, 𝟎𝟔𝟐𝟕 𝒌𝑾. 𝒉 ≈ 𝟏𝟎𝟔𝟐, 𝟕 ⁄𝒌𝑾. 𝒉
280110,6

6.42. Consumo específico de combustível convencional

𝐵 𝑃𝐶𝐼
𝐵𝑐𝑐 = ∗
𝑃𝑒𝑙𝑒𝑇 40000

82,689 7942,25 𝒈
𝐵𝑐𝑐 = ∗ → 𝑩𝒄𝒄 = 𝟎, 𝟎𝟓𝟖𝟔 ⁄𝒌𝑾. 𝒉
280110,6 40000

6.43. Eficiência da Central térmica

𝑊̇𝑒𝑙
𝜂𝐶𝑇𝐸 =
𝐵 ∗ 𝑃𝐶𝐼
280110,6
𝜂𝐶𝑇𝐸 = → 𝜼𝑪𝑻𝑬 = 𝟒𝟐, 𝟔%
82,689 ∗ 7942,25

49
6.44. Análise económica

a) Energia produzida no ano


𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙
𝐸𝑝𝑟𝑜𝑑 = 𝑊̇𝑖𝑛𝑡 . 𝐹𝑔𝑒𝑟 . (8760)

𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙
𝐸𝑝𝑟𝑜𝑑 = 244 ∗ 0,46 ∗ 8760 → 𝑬𝒂𝒏𝒖𝒂𝒍
𝒑𝒓𝒐𝒅 = 𝟗𝟖𝟑𝟐𝟐𝟐, 𝟒 𝒌𝑾𝒉

Onde:

𝑊̇𝑖𝑛𝑡 – Potência instalada, kW

𝐹𝑔𝑒𝑟 – Factor de capacidade geral, sendo para centrais térmicas ≈ 0.46

b) Facturação anual

𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙
𝐹𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 = 𝑃𝑘𝑊ℎ . 𝐸𝑝𝑟𝑜𝑑

Sendo: 𝑃𝑘𝑊ℎ = 10,89 𝑘𝑊ℎ

𝐹𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 = 10,89 ∗ 983222,4 → 𝑭𝒂𝒏𝒖𝒂𝒍 = 𝟏𝟎𝟕𝟎𝟕𝟐𝟗𝟏 𝑲𝒛⁄𝒂𝒏𝒐

c) Gastos anuais de produção

𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 𝑈𝑛𝑖𝑡 𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙


𝐺𝑝𝑟𝑜𝑑 = 𝐶𝑝𝑟𝑜𝑑 . 𝐸𝑝𝑟𝑜𝑑

Segundo a tabela do custo de instalação e considerando o combustível em uso neste


𝑈𝑛𝑖𝑡
trabalho (lenha) que consta na categoria da biomassa, o custo anual de energia (𝐶𝑝𝑟𝑜𝑑 )
varia de 5 à 15 U$¢/kWh.
𝑈𝑛𝑖𝑡
Neste trabalho vamos utilizar 𝐶𝑝𝑟𝑜𝑑 = 10 U$¢/kWh.

E considerando o câmbio do dia na data de 23 de Janeiro de 2023, 10 U$¢ equivale a


50,43 kz.

𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙
𝐺𝑝𝑟𝑜𝑑 = 50,43 ∗ 983222,4 → 𝑮𝒂𝒏𝒖𝒂𝒍
𝒑𝒓𝒐𝒅 = 𝟒𝟗𝟓𝟖𝟑𝟗𝟎𝟓, 𝟔𝟑𝟐 𝑲𝒛/𝒌𝑾𝒉

50
d) Investimento na CTE
𝐼𝐶𝑇𝐸 = 𝑊̇𝑖𝑛𝑡 . 𝐶𝑈𝑛𝑖𝑡
𝑘𝑊ℎ

E segundo a mesma tabela do custo de instalação e considerando o combustível em uso


neste trabalho (lenha) que consta na categoria da biomassa, o custo de investimento
𝑘𝑊ℎ
(𝐶𝑈𝑛𝑖𝑡 ) varia de 900 à 3000 USD/kWh.
𝑘𝑊ℎ
Neste trabalho vamos utilizar 𝐶𝑈𝑛𝑖𝑡 = 1950 𝑈𝑆𝐷/𝑘𝑊ℎ

E considerando o cambio na mesma data citada em cima. 1950 USD equivale a


981943,95 kz.

𝐼𝐶𝑇𝐸 = 244 ∗ 981943,95 → 𝑰𝑪𝑻𝑬 = 𝟐𝟑𝟗𝟓𝟗𝟒𝟑𝟐𝟑, 𝟖 𝒌𝒛/𝒌𝑾𝒉

e) Lucros anuais
𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙
𝐿𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 = 𝐹𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 − 𝐺𝑝𝑟𝑜𝑑

𝐿𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 = 10707291 − 49583905,632 → 𝑳𝒂𝒏𝒖𝒂𝒍 = −𝟑𝟖𝟖𝟕𝟔𝟔𝟏𝟒, 𝟔𝟑𝟐 𝑲𝒛 ⁄ 𝒂𝒏𝒐

f) Tempo de recuperação do investimento

𝐼𝑛𝑣
𝐼𝐶𝑇𝐸
𝑇𝑟𝑒𝑡 =
𝐿𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙

𝐼𝑛𝑣
239594323,8
𝑇𝑟𝑒𝑡 = → 𝑻𝑰𝒏𝒗
𝒓𝒆𝒕 = −𝟔, 𝟏𝟔𝟑 𝒂𝒏𝒐
−38876614,632

51
6.45. Analises Ambiental

a) Característica do combustível
2.35(𝐻 𝑎 − 0,126𝑂𝑎 + 0,04𝑁 𝑎 )
𝛽=
(𝐶 𝑎 + 0,375𝑆 𝑎 )

2.35(3 − 0,126.21,5 + 0,04.0,25)


𝛽= → 𝜷 = 𝟎, 𝟎𝟐𝟖𝟐𝟗𝟒
(25 + 0,375.0)

21
𝑅𝑂2𝑀𝑎𝑥 =
1+𝛽

21
𝑅𝑂2𝑀𝑎𝑥 = → 𝑹𝑶𝑴𝒂𝒙
𝟐 = 𝟐𝟎, 𝟒𝟐𝟐
1 + 0,028294

b) Emissão anual CO2


3
Onde: 𝑉̇𝐶𝑂2 = 38,657 𝑚 ⁄𝑠 em condições normais.

𝑉̇𝐶𝑂
𝐴𝑛𝑢𝑎𝑙
2
𝐴𝑛𝑢𝑎𝑙
= 𝑇𝑓𝑢𝑛 . 3600. 𝑉̇𝐶𝑂2

Onde:
𝐴𝑛𝑢𝑎𝑙
𝑇𝑓𝑢𝑛 – Tempo de funcionamento anual da CTE em horas.

𝟑
𝑉̇𝐶𝑂
𝐴𝑛𝑢𝑎𝑙
2
= 8760.3600.38,657 → 𝑽̇𝑨𝒏𝒖𝒂𝒍
𝑪𝑶𝟐 = 𝟏𝟐𝟏𝟗𝟎𝟖𝟕𝟏𝟓𝟐 𝑵𝒎 ⁄𝒂𝒏𝒐

c) Emissão anual CO2 (t/ano)


𝑃𝑐𝑛 . 𝑉̇𝐶𝑂
𝐴𝑛𝑢𝑎𝑙
2
𝑚̇𝐶𝑂2 =
𝑅𝑐𝑜2 . 𝑇𝑐𝑛

101,325. 𝑉̇𝐶𝑂
𝐴𝑛𝑢𝑎𝑙
𝑚̇𝐶𝑂2 = 2
= 1,9648. 10−3 . 1219087152
0,1889.273.1000

52
𝒎̇𝑪𝑶𝟐 = 𝟐𝟑𝟗𝟓𝟐𝟔𝟐, 𝟒𝟑𝟔 𝒕𝒄𝒐𝟐⁄𝒂𝒏𝒐

d) Emissão de particulado, 𝑚̇𝑝𝑎𝑟 (t/ano)


𝐴𝑎 100 − 𝜂𝑠𝑒𝑝
𝑚̇𝑝𝑎𝑟 = .𝐵( ) . 𝑇𝑓𝑢𝑛
100 100
Onde:

𝐴𝑎 – Conteúdo de cinza do combustível, %;

𝐵 – Consumo de combustível, t/h;

𝜂𝑠𝑒𝑝 – Eficiência dos separadores de cinza, %;

𝑇𝑓𝑢𝑛 – Tempo de funcionamento, h/ano.

𝐾𝑔⁄
Sendo: 𝑚̇ = 356,95 𝑠 ≈ 1285,02 𝑡/ℎ

Considerando 90% de eficiência dos separadores de cinza, temos

0,25 100 − 0,9


𝑚̇𝑝𝑎𝑟 = ∗ 1285,02 ( ) . 8760 → 𝒎̇𝒑𝒂𝒓 = 𝟐𝟕𝟖𝟖𝟖, 𝟔𝟔𝟏 𝒕/𝒂𝒏𝒐
100 100

e) Massa de cinza emitida pela chaminé:


𝑀𝑐𝑖𝑧 = 0,01 ∗ 𝑐𝑎𝑟𝑟 ∗ 𝐵 ∗ 𝐴𝑎 ∗ 103

Sendo:

𝑐𝑎𝑟𝑟 - Coeficiente de arrastre de cinzas.

𝑐𝑎𝑟𝑟 = 1 − 𝜂𝑠𝑒𝑝 = 1 − 0,9 → 𝑐𝑎𝑟𝑟 = 0,1

𝑀𝑐𝑖𝑧 = 0,01 ∗ 0,1 ∗ 356,95 ∗ 0,25 ∗ 103 → 𝑴𝒄𝒊𝒛 = 𝟖𝟗, 𝟐𝟒 𝒈/𝒔

53
7. Resume de resultados

Nº Item U/Medida Resultado


1 Potencia CBC kW 121796,64
2 Potencia CMC kW 134258,04
3 Potencia CAC kW 24055,92
4 Potência da CTE MW 280,1106
5 Consumo de vapor da Turbina t/h 1285,02
6 Potência da bomba de alimentar kW 7298,9415
7 Potência da bomba de circulação kW 25861,445
8 Multiplicidade de esfriamento 𝑘𝑔𝑎𝑒 644721
⁄𝑘𝑔
𝑣𝑎𝑝

9 Superfície de condensação 𝑚2 58771,17


10 Carga específica do condensador 𝑘𝑔⁄ 0,0042
𝑚2 𝑠
11 Volume de ar para a combustão 2,677
12 Volume de gases da combustão 𝑚3⁄ 75,199
𝑠
3
13 Volume de ar para a combustão 𝑁. 𝑚𝑎𝑟⁄𝑘𝑔
91,61

14 Volume de gases da combustão 𝑚3⁄ 141,042


𝑠

15 Massa de CO2 emitido 𝑡/𝑎𝑛𝑜 2395262,436


16 Potência do VTF kW 3541,6
17 Potência do VTI kW 26327,84
18 Tipo de combustível - Lenha
19 Consumo de combustível 𝑘𝑔⁄ 82,689
𝑠
𝑔 0,0586
20 Consumo específico de CC ⁄𝑘𝑊. ℎ
21 Horas de funcionamento h/ano 4029,6

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8. Conclusão

A lenha está entre os combustíveis possíveis de serem empregados nas usinas de


geração termeléctrica. Além de ter baixo custo, a lenha sendo uma biomassa é uma das
poucas fontes com capacidade de produzir energia em grande escala e de forma
sustentável, de maneira a apoiar a tendência mundial de desenvolvimento energético.

Para geração de energia a partir de lenha é ideal o emprego do ciclo de vapor Rankine,
no qual foram dimensionados os equipamentos que melhor atendam as condições
estabelecidas neste trabalho. Sendo assim, é ideal a utilização de uma turbina que
consome 1285,02 𝑡/𝑎𝑛𝑜 de vapor e uma eficiência de instalação de 30,2 %.

Com um investimento de 239594323,8 𝑘𝑧/𝑘𝑊ℎ, a CTE apresenta um gasto anual de


produção de energia de 49583905,632 Kz/kWh e com capacidade de geração de
energia de 280,1106 MW e a receita arrecadada de é de −38876614,632 AOA/ano.
Este valor re receita apresenta um défice ao estado angolano devido ao valor pago pelo
kWh de energia pois o país apresenta um dos valores mais baixos de custo de energia
comparativamente aos outros países que conseguem grandes receitas anuais com a
produção de energia.

Para obtenção de possíveis melhores resultados de eficiência energética do ciclo e


consequentemente maior geração eléctrica, pode-se realizar uma análise, semelhante a
contida neste trabalho, com ciclo Rankine combinado.

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9. Anexos

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