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DIVISÃO DE ENGENHARIA ELECTROTÉCNICA

Licenciatura Em Engenharia Eléctrica

Produção De Energia Eléctrica

2º Ano 4º Semestre

4º Grupo

CENTRAIS TERMOELÉTRICAS DE TURBINA A GÁS

Discentes:

Edmilson Gildo Maria Paulino

Edna José Geraldo Laquene

Ednilton Eduardo Mondlane

Dionísio Joel Mabote

Songo, Setembro de 2023


DIVISÃO DE ENGENHARIA ELECTROTÉCNICA

Licenciatura Em Engenharia Eléctrica

Produção De Energia Eléctrica

2º Ano 4º Semestre

4º Grupo

CENTRAIS TERMOELÉTRICAS DE TURBINA A GÁS

Discentes:

Edmilson Gildo Maria Paulino


Trabalho de pesquisa para fins avaliativos,
elaborado pelos estudantes do Instituto Superior
Edna José Geraldo Laquene
Politécnico de Songo, turma de Produção de
Energia Eléctrica, sob a supervisão de:
Ednilton Eduardo Mondlane
Eng0 . Maxcêncio Tamele
Dionísio Joel Mabote

Songo, Setembro de 2023


Lista de Figuras

Figura 1: Esquema construtivo de uma turbina a gás em circuito aberto. ................................. 3


Figura 2:Compressor centrífugo para turbina a gás. .................................................................. 4
Figura 3: Câmara de combustão tubular, de construção horizontal, para turbina a gás. ........... 5
Figura 4: Pulverizador de refluxo para turbina de gás. .............................................................. 5
Figura 5: Turbina axial elementar para turbinas a gás. .............................................................. 6
Figura 6: Esquema do trocador de calor com placas de desvio do fluxo ................................... 7
Figura 7: Refrigerador Escher Wyss, para uma central de 2300 kW......................................... 7
Figura 8: Corte esquemático - câmara de combustão ................................................................ 8
Figura 9:Ciclo de Brayton aberto (a) e fechado (b) ................................................................. 10
Figura 10: Diagramas PV e TS para ciclo de Brayton ............................................................. 11
Figura 11: Ciclo regenerativo .................................................................................................. 12
Figura 12: Ciclo de turbina a gás com trocador de calor regenerativo e intercooler. .............. 13
Figura 13: Diagrama T-s do ciclo Brayton com regeneração descrito no Exemplo 1. ............ 15
Figura 14: Diagrama T-s do ciclo Brayton com regeneração descrito no Exemplo 2. ............ 17
ÍNDICE
1 Introdução ................................................................................................................................ 1
1.1 Objectivos......................................................................................................................... 1
1.1.1 Objectivo geral .......................................................................................................... 1
1.1.2 Objectivos específicos .............................................................................................. 1
1.2 Metodologia ..................................................................................................................... 2
2 Central Termoeléctricas de Turbina a Gás .............................................................................. 3
2.1 Elementos Construtivos.................................................................................................... 4
2.1.1 Compressor de Ar ..................................................................................................... 4
2.1.2 Câmara de Combustão .............................................................................................. 4
2.1.3 Sistema de Alimentação de Combustível ................................................................. 5
2.1.4 Turbina ...................................................................................................................... 5
2.1.5 Trocador de Calor (Regenerador) ............................................................................. 6
2.1.6 Refrigeradores (Resfriadores) ................................................................................... 7
2.1.7 Órgãos Auxiliares ..................................................................................................... 7
2.1.8 Processo de Combustão ............................................................................................ 8
2.1.9 Combustíveis............................................................................................................. 9
2.2 Ciclos de Funcionamento ............................................................................................... 10
2.2.1 Ciclo de turbinas a gás com regeneração ................................................................ 11
2.2.2 Ciclo de turbinas a gás com resfriamento e recuperação de calor (regenerativo com
resfriamento) .......................................................................................................................... 12
2.2.3 Ciclo de turbinas a gás com resfriamento do ar na entrada do compressor ............ 13
2.2.4 Turbinas a gás em ciclo de ar húmido .................................................................... 13
2.2.5 Turbina a gás com recuperação química ................................................................. 14
2.3 Vantagens e Desvantagens das turbinas a gás. ............................................................... 14
2.3.1 Vantagens das Turbinas a Gás ................................................................................ 14
2.3.2 Desvantagens das Turbinas a Gás ........................................................................... 14
2.4 Demostração exemplificada dos cálculos envolvendo centrais termoeléctricas de turbina
a gás 15
3 Conclusão .............................................................................................................................. 19
4 Bibliografia ............................................................................................................................ 20
1 Introdução

A geração termoeléctrica é um processo que transforma a energia térmica proveniente da queima


de um determinado combustível em trabalho mecânico e finalmente em energia eléctrica,
dependendo da sua classe operacional essa queima pode ser de actuação externa ou interna ao
ciclo, para as centrais de turbina a vapor, que são o tema principal desta dissertação, os processo
de combustão são internos com combustível de carácter gasosos ou líquidos. Normalmente essas
centrais usam gás natural, óleo combustível, biogás ou até mesmo carvão gaseificados, em sua
composição básica alguns elementos são considerados essenciais, basicamente, o compressor, a
câmara de combustão e a turbina a gás. A turbina a gás é uma máquina térmica na qual se
aproveita directamente a energia liberada na combustão da mistura “Ar e Combustível” que atua
como fluido de trabalho e se expande, de forma parecida que o vapor nas turbinas a vapor, sobre
as palhetas móveis de um rotor. Avanços significativos nas turbinas a gás foram verificadas
durante a 2a Guerra Mundial com o crescimento exponencial que era exigido na aeronáutica,
continuando até aos dias atuais com a instalações de potência a gás e desenvolvimento da
metalurgia foi possível obter materiais que suportam temperaturas mais elevadas (superiores a
500 oC) e que permitiram o desenvolvimento das turbinas a gás modernas.

1.1 Objectivos
1.1.1 Objectivo geral
 Adquirir conhecimentos teóricos e práticos associados as centrais termoeléctricas de
Turbina a Gás.

1.1.2 Objectivos específicos


 Definir e explicar a constituição básica e o funcionamento das centrais termoeléctricas de
turbina de a Gás;
 Caracterizar as particularidades associadas ao funcionamento e aumento de eficiência nas
centrais termoeléctricas de Turbina a Gás;
 Explicar e demostrar os cálculos de potência eléctrica resultantes da operação de uma
central termoeléctrica de Turbina a Gás.

1
1.2 Metodologia
Toda e qualquer classificação de pesquisa faz-se mediante algum critério. Assim, é usual a
classificação de pesquisas com base em seus objectivos gerais, podendo ser classificadas em três
grandes grupos: exploratória, descritiva e explicativa (Marina de Andrade Marconi, 2003)

O presente estudo caracteriza-se como descritivo e a investigação de cunho bibliográfico e


documental, utilizando assim múltiplas fontes de evidências, como documentos e bibliografias
(textos, artigos, relatórios entre outros) que deram uma base teórica, impulsionada pelo debate e
trabalho em equipa.

2
2 Central Termoeléctricas de Turbina a Gás

As centrais termoeléctricas de turbinas a gás são máquinas térmicas de combustão interna “o


fluido de tralho dentro do ciclo responsável por gerar trabalho é a mistura de ar e combustível
incinerado dentro da câmara de combustão”, motor clássico “os processos de combustão são
proporcionados por combustíveis não radiactivos normalmente gasosos ou líquidos”,
direccionadas a geração de potência mecânica, operantes em regime de ciclo aberto “não
realizam a regeneração do fluido de trabalho depois de sua expansão na turbina ”.

Devido a seu regime de combustão interna as turbinas a gás, que têm uma eficiência
termodinâmica mais elevada do que a turbina a vapor, pois atinge seu pico do ciclo de
temperatura em 1260º C, é bem maior do que é o atingido nas turbinas a vapor 540 º C, algo que
possibilita o aproveitamento dos gases de exaustão para alimentar a caldeira de uma central a gás
em um ciclo de co-geração.

Um esquema simplificado de turbina a gás é assumido pelo modelo da figura seguinte, que
representa os estágios básicos de funcionamento, “O ar fresco em condições ambientes é
admitido no compressor, onde a temperatura e a pressão são elevadas. Daí, ar a uma alta pressão
entra na câmara de combustão, na qual o combustível é queimado a uma pressão constante. Em
seguida, os gases resultantes, a uma alta temperatura, entram na turbina, onde se expandem até a
pressão atmosférica enquanto produzem potência. Os gases de exaustão que deixam a turbina são
jogados para fora (não re-circulam), de forma que o ciclo é classificado como aberto. (Çengel &
Boles, 2013)”.

Legenda
I - Turbo compressor;
II - Câmara de combustão;
III - Turbina a gás;
IV - Alternador;
V - Motor de arranque e excitatriz

Figura 1: Esquema construtivo de uma turbina a gás em circuito aberto.

3
Fonte: (Martins, 2015)
2.1 Elementos Construtivos
2.1.1 Compressor de Ar
Turbo compressor ou compressor de ar é o equipamento que faz a sucção do ar e o comprime até
a pressão de combustão, na turbina ele pode ser centrífugo ou axial (vide figuras a seguir) e
ambos estão constituídos por um rotor e um difusor, o que constitui um salto (estágio).
Geralmente, são constituídos por vários saltos (estágios), o que permite a instalação de
resfriadores intermediários que melhoram o rendimento da instalação, ao reduzir a temperatura
do ar entre uma compressão e outra.

Legenda

G - Rotor;

D - Difusor

A - entrada de ar.

Figura 2:Compressor centrífugo para turbina a gás.

Fonte: (Branco, 2005)

2.1.2 Câmara de Combustão


A câmara de combustão é definida como equipamento onde é injectado o combustível que, em
contacto com o ar comprimido entra em processo de combustão, resultando em gases a altas
temperaturas, por sua vez elas podem ser pode ser simples ou múltipla.

As múltiplas são sempre tubulares e as simples podem ser tubulares e anulares, por sua vez todos
estes tipos podem ser de construção horizontal ou vertical, na de construção horizontal são
montadas em cima ou ao redor da turbina a gás; as de construção vertical são montadas ao lado
da turbina a gás.

4
Figura 3: Câmara de combustão tubular, de construção horizontal, para turbina a gás.

Fonte: (Martins, 2015)


A câmara de combustão tem a função principal queimar o combustível fornecido pelo injector
com o ar proveniente do compressor e liberar o calor de tal maneira que o ar seja expandido e
acelerado dando uma corrente uniforme do gás quente, na turbina.

2.1.3 Sistema de Alimentação de Combustível


É constituído de um reservatório e um pulverizador de refluxo. Geralmente, a quantidade de
combustível que chega ao injector é constante e as variações na quantidade injectada se efectuam
variando a quantidade de refluxo mediante uma válvula intercalada no conduto de retorno ao
depósito.
A - Conduta de entrada
de combustível;

V - câmara anterior à
entrada;

T - orifícios de entrada à
câmara V; U e R -
orifícios para refluxo de
combustível.

Figura 4: Pulverizador de refluxo para turbina de gás.

Fonte: (Branco, 2005)


2.1.4 Turbina
E um equipamento que converte parte da energia contida no combustível em energia mecânica
“expandindo-os para uma pressão e temperatura mais baixas” gerando rotação axial no eixo, que
por sua vez, acciona o gerador eléctrico, para produzir o torque necessário, a turbina pode ter

5
vários estágios cujo número depende da relação entre a potência necessária retirada do gás, a
rotação que deve ser produzida e o diâmetro de turbina permitido.

As turbinas a gás recebem a mesma classificação que as turbinas a vapor quanto a direcção do
escoamento (radiais ou axiais) e quanto ao princípio de funcionamento (acção ou reacção) “as
axiais são as mais utilizadas”.

G - Rotor;
D -Difusor.

Entrada de gás

Figura 5: Turbina axial elementar para turbinas a gás.

Fonte: (Çengel & Boles, 2013)


2.1.5 Trocador de Calor (Regenerador)
São utilizados para aquecer o ar que saí do compressor e que se injecta na câmara de combustão,
às custas do calor contido nos gases de escape que saem da turbina a gás, aumentando o
rendimento. A construção é bastante parecida com a dos radiadores normais; neles as correntes
quentes e frias estão separadas por paredes condutoras, através das quais se realiza directamente
o intercâmbio de calor. Podem ser do tipo tubular simples, tubular com chicanas ou de placas
onduladas.

6
Figura 6: Esquema do trocador de calor com placas de desvio do fluxo

Fonte: (Martins, 2015)


2.1.6 Refrigeradores (Resfriadores)
O calor de compressão, assim como o resto do calor dos gases que saem do trocador de calor, são
eliminados nos refrigeradores. Normalmente, a superfície de troca de calor está formada por
tubos de aletas helicoidais, percorridos por água de refrigeração. Eles são montados em conjunto
dentro de uma envoltura (carcaça), perpendicularmente a corrente de ar.

Figura 7: Refrigerador Escher Wyss, para uma central de 2300 kW

Fonte: (Martins, 2015)


2.1.7 Órgãos Auxiliares
 Motor de arranque: é um motor de indução que acciona o compressor que alimenta a
Turbina a gás até que haja o início do processo de combustão na Câmara de combustão, o
que ocorre quando a velocidade de rotação atinge cerca de 60% da velocidade de regime.
A partir daí ele para de operar, passando a Turbina a gás a movimentar o compressor e o
gerador.

7
 Acendedor: é um órgão situado no interior da Câmara de combustão, que serve para
acender a chama durante o processo de arranque. Geralmente é constituído por um
injector auxiliar situado de forma inclinada com relação ao injector principal que é
accionado electromagneticamente e por uma vela de ignição.

2.1.8 Processo de Combustão


Para uma boa combustão, a relação Ar/Combustão deve ser próxima da estequiometria na zona
da queima. Na figura abaixo, vemos que a construção da câmara de combustão permite que
apenas uma parte pequena do ar comprimido entre na zona de reacção (onde ocorre a
combustão). A maior parte do ar vai penetrando aos poucos na corrente dos gases queimados
através de furos, facilitando a diluição; o escoamento deste ar também é útil para refrigeração das
paredes da câmara de combustão, impedindo o superaquecimento.

Figura 8: Corte esquemático - câmara de combustão

Fonte: (Branco, 2005)


Para iniciar a combustão é utilizada uma fonte externa (vela), para fornecer a energia de
activação necessária; uma vez iniciada a combustão mantém-se uma chama estacionária na
corrente de mistura (ar + combustão) é a combustão é auto-sustentada. Quanto maior a
temperatura dos gases na saída da câmara de combustão, melhor o rendimento térmico da turbina
a gás, a limitação da temperatura se deve a problemas metalúrgicos e de resistência do material
que constitui a turbina a gás.

O processo de combustão envolve a oxidação dos constituintes do combustível que são capazes
de ser oxidados, podendo, portanto, ser representado por uma equação química, durante o

8
processo de combustão, a massa de calor de cada elemento permanece constante. Uma
combustão com o oxigénio estritamente necessário para uma dada quantidade de combustão é
denominada estequiometria. O oxigénio necessário a tal combustão denomina-se oxigénio
mínimo, e, em correspondência, temos o ar mínimo. Nesta combustão todos os produtos de
combustão estão completamente oxidados.

Quando uma combustão é realizada com mais ar que a quantidade mínima para a combustão
estequiometria, dizemos que a combustão ocorre com excesso de ar. Quando na falta de ar, a
combustão é incompleta, aparecendo, entre outros produtos de combustão, o Co como mais
importante.

2.1.9 Combustíveis
As turbinas a gás admitem vários tipos de combustíveis, a única condição que se deve levar em
conta é que a quantidade de cinzas insolúveis não exceda um certo limite.

Os tipos de combustíveis e suas possibilidades de aplicação nas turbinas a gás são:

 Gás Natural: é um combustível ideal para uso nas turbinas a gás. A única restrição é que
esteja limpo.
 Petróleo Bruto: na maioria dos casos, constitui um combustível muito favorável, que
pode ser utilizado sem reaquecimento nem tratamento prévio.
 Gases de Alto Fornos: como a quantidade de pó neste combustível é geralmente elevada,
deve ser instalado um filtro na entrada do compressor para sua utilização. Embora seja
barato, não é um combustível ideal, pois sem poder calorífico por unidade de volume é
baixo necessitando-se de grande quantidade do mesmo.
 Derivados de Petróleo: constituídos por hidrocarbonetos destilados (gasolina, querosene,
óleo Diesel, nafta, etc.), são bastante convenientes desde que produzam pouca cinza.
Algumas das principais características que devem ter os combustíveis para as turbinas a
gás são:
 Ser abundante na natureza e ter extracção rentável;
 Ter um pode calorífico por unidade de peso ou volume elevado;
 Produzir gases de combustão que não poluam tanto o meio ambiente;

9
 Não atacar as partes que estão em contacto com ele ou com os seus produtos de
combustão.

2.2 Ciclos de Funcionamento


Para os efeitos de análise termodinâmica, o ciclo de turbina a gás representado na figura 1 pode
ser modelado como um ciclo fechado, utilizando as hipóteses do padrão a ar onde: os processos
de compressão e expansão permanecem os mesmos, mas o processo de combustão é substituído
por um processo de fornecimento de calor a uma pressão constante a partir de uma fonte externa,
e o processo de exaustão é substituído por um processo de rejeição de calor a uma pressão
constante para o ar ambiente tornando-se no ciclo Brayton que é o ciclo termodinâmico utilizado
por turbinas a gás.

Figura 9:Ciclo de Brayton aberto (a) e fechado (b)

Fonte: (Çengel & Boles, 2013)


O ar entra no compressor onde sofre compressão adiabática (aumento de pressão e temperatura).
Cada estágio do compressor é formado por uma fileira de palhetas rotativas que impõem
movimento ao fluxo de ar (energia cinética) e uma fileira de palhetas estáticas, que converte a
energia cinética em aumento de pressão. O ar sai do compressor a uma temperatura que pode
variar entre 300°C e 450°C. O ar pressurizado e aquecido segue para a câmara de combustão,
onde se mistura com combustível, que pode ser gasoso ou líquido. Na combustão ocorre um
aumento de temperatura a pressão constante, produzindo um aumento de volume do fluxo de
gases, atingindo até 1250 °C, que daí seguem para a turbina. Os gases deixam a turbina com
temperatura entre 500 e 650 °C.
10
Figura 10: Diagramas PV e TS para ciclo de Brayton

Fonte: (Çengel & Boles, 2013)


Desta forma, torna se aplicável a equação:

Equação 1: Equação 1:balanço de energia por unidade de massa

Onde: São calor fornecido e calor rejeitado (kJ/kg) e São trabalho gerado pela
turbina de expansão e consumido pelo compressor, respectivamente, por unidade de massa
(kJ/kg). O ciclo de Brayton apresenta eficiência termodinâmica da ordem de 30 a 40 %.

2.2.1 Ciclo de turbinas a gás com regeneração


O ciclo regenerativo se baseia na inserção de um trocador de calor no ciclo simples. Assim, o
calor rejeitado pelos gases de escape da turbina a gás aquece o ar que sai do compressor, antes
que esse entre na câmara de combustão. Desta forma, há redução do consumo de combustível na
câmara de combustão, uma vez que o ar já foi pré-aquecido. Consequentemente, a eficiência
térmica do ciclo aumenta, porém, devido à queda de pressão no trocador de calor, a potência útil
pode diminuir em 10 %.

11
Figura 11: Ciclo regenerativo

Fonte: (Çengel & Boles, 2013)


2.2.2 Ciclo de turbinas a gás com resfriamento e recuperação de calor (regenerativo com
resfriamento)
Há a inserção de um trocador de calor e um intercooler que, combinados, tem o objectivo de
aumentar tanto a eficiência térmica – deriva da inserção do trocador de calor – como o trabalho
específico útil do ciclo. A compressão ocorre em dois compressores, sendo que o intercooler
entre eles reduz a temperatura do fluido de trabalho (ar) que entra no segundo compressor. Desta
forma, têm-se o aumento do trabalho específico útil do ciclo, uma vez que a redução na
temperatura de entrada implica na redução do trabalho de compressão. Como visto na seção
anterior, a presença do trocador de calor permite a recuperação de parte do calor que seria
rejeitado para atmosfera, aplicado então no pré-aquecimento do ar que entrará na turbina e
resultando na economia de combustível e, consequentemente, aumento na eficiência térmica do
ciclo.

12
Figura 12: Ciclo de turbina a gás com trocador de calor regenerativo e intercooler.

Fonte: (Çengel & Boles, 2013)


2.2.3 Ciclo de turbinas a gás com resfriamento do ar na entrada do compressor
A eficiência térmica e a potência eléctrica gerada pelas turbinas a gás dependem da temperatura
do ar na entrada do compressor. Isto porque o aumento na temperatura faz com que a massa
específica do ar se reduza, diminuindo a vazão de ar que entra e aumentando a potência
consumida pelo compressor. Existem diferentes meios de se reduzir a perda de potência da
turbina a gás devido ao aumento da temperatura ambiente. Um dos métodos é a injecção de água
que será evaporada e com isso, haverá um resfriamento evaporativo, porém haverá o aumento da
humidade do ar pode limitar essa aplicação. Outra opção é o uso de água gelada que resfriará o
ar através de um trocador de calor (chiller). Entretanto, neste caso há perda de pressão na entrada
da turbina e consumo adicional de potência. Há, ainda, o fog evaporative cooling, que é mais
eficiente que o resfriamento evaporativo e tem menor custo. Com este sistema a potência pode
aumentar de 2 % a 10 %.

2.2.4 Turbinas a gás em ciclo de ar húmido


Neste ciclo o ar é comprimido no compressor de baixa pressão; passa por um trocador de calor
onde é resfriado; passa por compressão de alta pressão; vai para o saturador onde é humedecido;
passa pelo recuperador onde é aquecido e então é introduzido na câmara de combustão. Nota-se
que, nesse processo, há várias formas de reaproveitamento da energia dos processos. O
aquecimento no recuperador é proveniente dos gases de exaustão da turbina; a água que está no

13
saturador obteve energia ao longo dos dois resfriadores e do economizador, ou seja, a energia
dos gases quentes de exaustão foi reaproveitada aqui – além de ter sido aproveitada no
regenerador – e também a energia perdida pelo ar comprimido no processo de resfriamento. Com
o pré-aquecimento do ar húmido no recuperador, diminui-se o consumo de combustível
melhorando a eficiência do processo – a eficiência nesse processo varia de 54 % a 57 %.

2.2.5 Turbina a gás com recuperação química


Este processo, de certa forma, consiste em reciclar os gases de exaustão da turbina - metano,
água e CO2 – numa mistura de hidrogénio e CO para injectá-los na câmara de combustão.

A recuperação por processos térmicos e químicos resulta num grau mais alto de recuperação de
calor do que o obtido nos esquemas tradicionais de recuperação. O combustível rico em
hidrogénio tem uma temperatura. O combustível rico em hidrogénio tem uma temperatura de
ignição mais baixa do que aquele rico em metano, além de manter a combustão a menores
temperaturas de chama, o que reduz potencialmente a produção de NOX.

2.3 Vantagens e Desvantagens das turbinas a gás.


2.3.1 Vantagens das Turbinas a Gás
 Instalação mais compacta;
 Necessita de menos dispositivos auxiliares;
 Não precisam de condensador;
 Não precisam de água;
 Lubrificação mais simples;
 Controle mais fácil;
 Possibilidade de uso de vários combustíveis;
 Não precisam de chaminé;
 Tem menor relação peso/potência.

2.3.2 Desvantagens das Turbinas a Gás


 Tem grande consumo específico de combustível;
 Necessitam ser construídas de materiais especiais devido as altas temperaturas.

14
2.4 Demostração exemplificada dos cálculos envolvendo centrais termoeléctricas de
turbina a gás
Como forma de culminação do trabalho passarão a ser apresentados de cálculos referentes ao
dimensionamento e características operacionais de uma central termoeléctrica, evoluindo de
forma gradual com aplicação de teorias, sugestões e configurações destacadas anteriormente na
revisão teórica.

Exemplo 1. Ciclo Brayton simples ideal

Uma usina a turbina a gás que opera em um ciclo Brayton ideal tem razão de pressão de 8. A
temperatura do gás é de 300 K na entrada do compressor e 1.300 K na entrada da turbina.
Utilizando as hipóteses do padrão a ar, determine (a) a temperatura do gás nas saídas do
compressor e da turbina, (b) a razão de consumo de trabalho e (c) a eficiência térmica.

Figura 13: Diagrama T-s do ciclo Brayton com regeneração descrito no Exemplo 1.

Fonte: (Çengel & Boles, 2013)


Solução: Uma usina que opera segundo o ciclo Brayton ideal é considerada. As temperaturas de
saída do compressor e da turbina, a razão de consumo de trabalho e a eficiência térmica devem
ser determinados.

a) As temperaturas do ar nas saídas do compressor e da turbina são determinadas pelas


relações isentrópicas:

Processo (compressão isentrópica de um gás ideal):

15
Processo (expansão isentrópica de um gás ideal):

b) Para encontrar a razão de consumo de trabalho, precisamos encontrar o trabalho


fornecido ao compressor e o trabalho realizado pela turbina:

Assim,

Ou seja, 40,3% do trabalho da turbina são usados apenas para accionar o compressor.

c) A eficiência térmica do ciclo é a relação entre a potência líquida e o calor total fornecido:

Assim,

16
A eficiência térmica também poderia ser determinada por

Onde:

Exemplo 2. Ciclo de turbina a gás real com regeneração

Determine a eficiência térmica da turbina a gás descrita no Exemplo 9–6 se um regenerador com
efectividade de 80% for instalado.

Figura 14: Diagrama T-s do ciclo Brayton com regeneração descrito no Exemplo 2.

Fonte: (Çengel & Boles, 2013)


Solução

A turbina a gás discutida no Exemplo 2 é equipada com um regenerador. Considerando uma


efectividade especificada, a eficiência térmica deve ser determinada.

17
Assim,

Isso representa uma economia de 220,0 kJ/kg no fornecimento de calor ao ciclo. A adição de um
regenerador (supostamente sem atrito) não afecta o trabalho líquido. Assim,

18
3 Conclusão

Com o termino do trabalho referente as centrais Termoeléctricas de Turbina a Gás foi possível
constatar que mesmo com a actual tendência de as eliminar por completo, as centrais
termoeléctricas ainda apresentam algumas vantagens significativas em comparação com outros
tipos de centrais eléctricas que depende directamente de algum factor natural “vento, água de
chuvas, caudal de rios), as termoeléctricas de turbina a gás em particular destacam-se por ter um
aproveitamento mais eficiente da energia proveniente do combustível podendo ter o rendimento
optimizando aplicando diferentes arranjos e técnicas (regeneração, resfriamento e reaquecimento
intermediário) á máquinas que compõem seus ciclos operacionais em centrais termoeléctricas,
operacionalmente também podem oferecer benefícios adicionais, como maior flexibilidade
operacional e menor emissão de poluentes em comparação com algumas outras tecnologias
termoeléctricas. Essas vantagens contribuem para a redução do impacto ambiental e para a
disponibilidade contínua de electricidade para atender às demandas crescentes da sociedade
moderna.

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4 Bibliografia

 AMBIENTE BRASIL. Disponível em: <http://www.ambientebrasil.com.br/>. Acesso


em: 25 mai. 2018. ANDRADE, Alan Sulato de. Máquinas Térmicas. Notas de Aula.
 ANEEL. Atlas de energia eléctrica do Brasil. 3 Ed. Brasília: Aneel, 2008. Disponível
em:< http://www2.aneel.gov.br/arquivos/pdf/atlas3ed.pdf>. Acesso em: 15 mai. 2018.
BARJA, Gabriel de Jesus Azevedo. A co-geração e sua inserção ao sistema eléctrico.
Dissertação. Distrito Federal:UNB,15 set. 2006.
 Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/documents/656835/14876412/Dissertacao_Ga
briel_de_Jesus.pdf/832f9f92-ec37-4a91-ad25-a847fe3483ec> . Acesso em: 20 jun. 2018.
 BAZZO, E. Geração de vapor. Florianópolis: editora da UFSC, 1995. BIOMASSA E
ENERGIA. O que é biomassa? 11 Ago. 2011.
 Disponível em:<https://www.biomassabioenergia.com.br/imprensa/o-que-ebiomassa-
/20110811-103208-u704>. Acesso em: 05 jun. 2018.

 Branco, F. P. (2005). Análise Termoeconómica de uma Usina Termelétrica a Gás


Natural operando em Ciclo Aberto e Combinado. São Paulo: Ilha Solteira.
 Çengel, Y. A., & Boles, M. A. (2013). Termodinamica. Portoalegre : AMGH Editora
Ltda.
 Martins, J. (2015). Motores de Combustão Interna. Publindústria.

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