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Instituto Federal De Minas Gerais

Campus Avançado Arcos

Bacharelado em Engenharia Mecânica

ESTUDO DA TRANSFERÊNCIA DE
CALOR DO MOTOR WANKEL

Carlos Augusto Cunha


Cleisson Furlaneto Arantes Miranda
Ian Gonçalves Santos
João Vitor Rodrigues Garcia
Leonardo Estevam de Oliveira
Micael Stephan Nunes Silva

Arcos-MG
2022
Carlos Augusto Cunha
Cleisson Furlaneto Arantes Miranda
Ian Gonçalves Santos
João Vitor Rodrigues Garcia
Leonardo Estevam de Oliveira
Micael Stephan Nunes Silva

ESTUDO DA TRANSFERÊNCIA DE
CALOR DO MOTOR WANKEL

Relatório apresentado ao Instituto Federal de Edu-


cação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais
(IFMG), referente ao Trabalho Acadêmico Integra-
dor VI, como requisito parcial para aprovação em
todas as disciplinas ministradas no 6◦ período do
Curso de Engenharia Mecânica.

Professor: Dr. Francisco de Sousa Júnior

Arcos-MG
2022
Resumo

Tendo em vista os aspectos e mecanismo do funcionamento de um motor de com-


bustão interna, é de grande importância o avanço no estudo acerca do resfriamento desta
máquina térmica. Em primeiro lugar, para o motor Wankel onde foi encontrado uma dila-
tação térmica não uniforme da câmara de combustão, por conta da sua baixa capacidade
de dissipar o calor gerado na queima do combustível. Optou-se para caráter comparativo,
a escolha de um sistema alternativo de refrigeração da água que circula dentro da câmara
de combustão do motor, um método utilizando um ar-condicionado que é dotado do lí-
quido refrigerante R134a. Sendo assim, o presente trabalho apresenta o mecanismo de
troca de calor do motor de ciclo Wankel, juntamente com o estudo de uma alternativas
que possibilitem uma maior taxa de transferência de calor.

Palavras-chave: Motor Wankel, transferência de calor, líquido refrigerante.


Sumário

Lista de Figuras I

1 Introdução 1
1.1 Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Objetivo Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.3 Objetivos Específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

2 Fundamentação Teórica 3
2.1 Refrigerações de motores de combustão interna . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2.1.1 Trocador de calor dos motores a combustão . . . . . . . . . . . . . 4
2.2 Sistema de ar-condicionado com o líquido refrigerante R-134a . . . . . . . . 4
2.3 Trocador de calor do motor Wankel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.4 Líquido de arrefecimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.4.1 Função do líquido de arrefecimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.5 Modos de transferência de calor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.5.1 Condução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.5.2 Convecção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.5.3 Radiação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

3 Metodologia 12
3.1 Sistema de refrigeração alternativo do motor Wankel . . . . . . . . . . . . 12
3.1.1 Refrigeração da água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
3.1.2 Sistema de refrigeração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
3.2 Cálculo da transferência de calor para o sistema de refrigeração . . . . . . 13

4 Resultados 15

5 Conclusão 16

Referências Bibliográficas 17

Apêndice A Apêndice 18

Apêndice B Apêndice 19
B.1 Cronograma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
I

Lista de Figuras

2.1 Sequência TAI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3


2.2 Sistema de arrefecimento líquido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2.3 Ciclo de refrigeração sistema de ar-condicionado . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.4 Sistema de refrigeração liquido do motor Wankel . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.5 líquido de arrefecimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.6 Modos de transferência de calor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

3.1 Sistema de refrigeração alternativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

B.1 Cronograma de Atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

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Introdução 1

1. Introdução

Motor Wankel, segundo WIKIWAND [11] é um motor rotativo de combustão interna,


inventado por Felix Wankel, que utiliza rotores com formato semelhante ao de um triân-
gulo em vez dos pistões dos motores alternativos convencionais.
Diante disso, observou-se uma falha de vedação do rotor com a câmara de combustão,
isto porque os selos de vedação presente no rotor apresentam um desgaste excessivo em
conjunto com a dilatação térmica da câmara. Tal dilatação dá-se pela distribuição de
calor não uniforme em todo o ciclo termodinâmico do motor.
Como a combustão do motor e o escape dos gases ocorrem na parte inferior da câmara,
essa parte está sujeita a maiores temperaturas. Assim, a longo prazo há uma dilatação
na parte de baixo da câmara de combustão. Tal efeito abre espaço para que ocorra o
vazamento de combustível e gases nocivos pelo escapamento.
Portanto, é possível se realizar um estudo da transferência de calor da câmara de
combustão do motor Wankel e propor um sistema alternativo que refrigere o líquido
refrigerante e que ajude na melhora da dilatação térmica.

1.1 Justificativa
Baseando-se no estudo desenvolvido no TAI V constatou-se que o motor Wankel sofre
de um aquecimento não uniforme em sua câmara de combustão. É de grande proveito
a utilização de um sistema de refrigeração alternativo que atenda as necessidades de
resfriamento.

1.2 Objetivo Geral


O presente trabalho tem como objetivo estudar a transferência de calor do motor Wan-
kel, propondo assim um sistema alternativo que refrigere o liquido refrigerante utilizado
e que ajude a diminuir a dilatação térmica.

1.3 Objetivos Específicos


Para que sejam cumpridos o objetivo geral, é preciso a efetivação de algumas tarefas
específicas, tais como:

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Introdução 2

• Levantamento de bibliografia e estudo sobre o material a ser utilizado;

• Utilização de um sistema alternativo de ar condicionado no motor;

• Cálculo da taxa de transferência de calor e temperatura do líquido refrigerante e da


câmara de combustão.

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Fundamentação Teórica 3

2. Fundamentação Teórica

Preferencialmente antes do início da leitura sobre o estudo da transferência de calor


do motor Wankel, é de suma importância falar que o TAI VI (Trabalho Acadêmico Inte-
grador) é uma sequência do TAI V, aonde foi dado continuidade e seguimento até o TAI
VIII.
No TAI V foi visto o motor Wankel, seu funcionamento e ciclos termodinâmicos,
buscando suas vantagens e desvantagens e possíveis problemas. Com isso foi identificado
um superaquecimento da câmara de combustão motor, devido a isso o TAI VI aborda o
estudo de transferência de calor no motor Wankel.

Figura 2.1: Sequência TAI

Fonte - (Própria autoria - 2022)

2.1 Refrigerações de motores de combustão


interna
Motores a combustão interna do ciclo Otto ao realizarem a queima do combustível
conseguem em média transformar em trabalho cerca de 32% da energia do combustível e
os 68% restantes são perdas por atrito, energia sonora e térmica. Por produzirem uma
quantidade de calor elevada tem-se então a necessidade que essa energia seja dissipada ao
meio ambiente para manter as temperaturas trabalho adequadas no motor.
Todos os motores a combustão internas são dotados de sistemas de refrigeração. Os
atuais sistemas utilizam para este fim é o próprio óleo do motor, o sistema de arrefecimento
liquido e arrefecimento a ar.

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Fundamentação Teórica 4

A refrigeração do motor pelo óleo além de realizar a lubrificação do motor desempenha


a refrigeração do mesmo como um sistema auxiliar. Presente em motores a ar assim como
em determinadas motocicletas, onde se tem á presença do radiador externo para resfriar
o óleo.
O arrefecimento a ar é o sistema mais barato, simples e confiável e esteve fortemente
presentes em diversos veículos do passado, como aviões, tanques de guerra e carros. atual-
mente esse sistema é muito utilizado em motos. Dispondo basicamente de aletas no motor
este sistema consegue direcionar o calor dos motores através da condução pelo material
para fora e perder temperatura para o ar que está circulando o motor.

2.1.1 Trocador de calor dos motores a combustão


O trocador de calor dos motores estão presente em quase todos os veículos, o sistema
dispõe de um radiador, bomba d’agua, válvulas de temperatura e ventilador. O líquido
de arrefecimento, geralmente composto por água desmineralizada e aditivos, é bombeado
e circula por galerias internas no motor absorvendo calor do sistema, e através de man-
gueiras chega até o radiador onde perderá calor para o ambiente podendo ser forçada pelo
ventilador de acordo a necessidade. Posteriormente retornará ao motor novamente e o
processo se repete.
Figura 2.2: Sistema de arrefecimento líquido

Fonte - (Majô Gonçalves [3] - 2014)

2.2 Sistema de ar-condicionado com o líquido


refrigerante R-134a
O R-134a é largamente utilizado em sistemas de refrigeração, como sistemas de ar-
condicionado veiculares/residenciais, eletrodomésticos e chillers industriais. Um sistema

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Fundamentação Teórica 5

de ar-condicionado residencial dispõe de basicamente, compressor; condensador; válvula


de expansão; evaporador e o gás refrigerante. Partindo do compressor, o R-134a será
comprimido e direcionado em forma de gás de alta pressão para o condensador onde
perderá calor para o meio externo e passará para sua forma líquida de baixa pressão
e segue pela válvula de expansão onde o líquido se expandirá e de forma exotérmica se
transforma em um líquido de baixa pressão gelado e é direcionado para o evaporador, onde
absorverá calor do meio em que está tornando-se um gás de baixa pressão, posteriormente
retorna para o compressor e reinicia o processo. Todo o processo é mostrado na figura
2.3.

Figura 2.3: Ciclo de refrigeração sistema de ar-condicionado

Fonte - (Adaptado de Sr.Ar-condicionado [8] - 2017)

2.3 Trocador de calor do motor Wankel


Dispondo de um sistema de troca de calor com a mesmas características do sistema
utilizado para um motor de ciclo Otto, este por sua vez tem de lidar com uma grande
quantidade de calor gerada pelo motor rotativo e libera-la rapidamente. Isso justifica a
busca por fluidos com características térmicas especificas, geometria da superfície de con-
tato onde há a troca térmica, metais mais resistentes e com alta capacidade de condução
térmica, válvulas térmicas de controle do fluido, tais itens citados contribuirão para uma
melhor refrigeração do motor, ganho de desempenho e maior vida útil.
O sistema original é representado pela figura 2.4. O motor Wankel dispõe um de
sistema de radiador para o fluido refrigerante e sistema de radiador de óleo lubrificante
de modo a buscar a máxima eficiência. Tais sistemas trabalham com os três tipos de
trocas térmica, a radiação e convecção do calor para as paredes no interior da câmara

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Fundamentação Teórica 6

de combustão, a condução de calor das superfícies internas da galeria do motor com o


fluido e condução do calor do liquido para as aletas do radiador, convecção do radiador
para o ar ambiente, podendo ser forçada ou não de acordo com a necessidade

Figura 2.4: Sistema de refrigeração liquido do motor Wankel

Fonte - (Daniel Wesley [10] - 2022)

2.4 Líquido de arrefecimento


O líquido refrigerante é um produto desenvolvido para sistemas de refrigeração deno-
minados refrigerantes de água, também conhecidos como water coolers que necessitam de
água como elemento principal para resfriar os componentes.
De acordo com Danilo S. [6], este produto é composto por água deionizada, propile-
noglicol anticorrosivo no qual aumenta a eficiência do sistema de refrigeração, melhora a
temperatura mínima, reduz a condutividade elétrica e prolonga a vida útil dos compo-
nentes do sistema.

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Fundamentação Teórica 7

2.4.1 Função do líquido de arrefecimento


O líquido de arrefecimento, segundo Ines C. [2], serve para refrigerar o sistema no
qual está sendo usado. Costuma-se utilizar água ao invés do líquido refrigerante. Esta
utilização indevida pode proporcionar diferentes problemas, como a tendência a aumentar
a corrosão, ocorrendo perda de material metálico e posteriormente desgaste nas peças e
vazamentos na qual podem comprometer o sistema em que está sendo utilizado.
Além do mais, a utilização da água pode originar a formação de camadas de depósitos
na qual entopem a tubulação ou podem causar deficiência na troca térmica (superaque-
cimento e diminuição de rendimento do circuito).
Segundo Danilo S. [6] outra consequência negativa da água, ainda que seja desmine-
ralizada, é a temperatura de congelamento e ebulição. Ou seja, ocorre a possibilidade e o
risco de congelamento da água do sistema.
Têm-se como as principais funções de um líquido de arrefecimento (líquido refrige-
rante):

• Diminuição do ponto de congelamento;

• Ponto elevado de ebulição;

• Troca de calor eficiente;

• Proteção dos componentes contra a corrosão;

• Protege contra cavitação em algumas aplicações;

• Proteção para as vedações, componentes plásticos e mangueiras contra a degradação


do elastômero.

A diminuição que ocorre no ponto de congelamento e o aumento do ponto de ebuli-


ção é obtida entre a relação da água e o etilenoglicol (conhecido também pelo nome de
monoetilenoglicol – MEG).
A capacidade de proteção dos componentes internos e também a durabilidade do
liquido de arrefecimento (líquido refrigerante) estão prontamente ligados ao equilíbrio
entre os inibidores de corrosão e os controladores do ph, não apenas na utilização ou não
de etilenoglicol.
Quando referimos sobre os aditivos do líquido de arrefecimento (líquido refrigerante),
destaca-se o uso de aditivos convencionais, de ácidos orgânicos (OAT) e ácidos orgânicos
híbridos (HOAT). Em geral é dividido em dois tipos: orgânicos e inorgânicos. Os primeiros
possuem uma maior durabilidade, tem uma proteção melhor para os materiais do sistema
e são mais ecológicos. Em contrapartida, o segundo contam com silicatos e outros aditivos
que, além de estragar mais rapidamente, são piores para o sistema e também com o meio
ambiente.

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Fundamentação Teórica 8

Figura 2.5: líquido de arrefecimento

Fonte - (Staff [9] - 2022)

2.5 Modos de transferência de calor


A transferência de calor é a transmissão de energia de uma região para outra região
como resultado de um diferencial de temperatura entre eles. Segundo José E. M. Barros
[1], a transferência de calor afeta o desempenho, a eficiência e as emissões dos motores
através dos seguintes parâmetros:

• Temperatura e pressão dos gases de combustão (afeta potência útil);

• Consumo específico de combustível;

• Detonação (troca de calor para os gases não queimados) que limita a taxa de com-
pressão;

• Expansão térmica dos componentes (principalmente câmara de combustão);

• Carrega o sistema de resfriamento e seus acessórios;

• Aquecimento do óleo (maior atrito).

Com isso, sempre que existir uma diferença de temperaturas em um meio ou entre meios,
haverá, necessariamente, transferência de calor por condução, convecção ou radiação tér-
mica.

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Fundamentação Teórica 9

2.5.1 Condução
A transferência de calor por condução, se propaga apenas em sólidos, líquidos e gases
em repouso. Segundo Marcelo R. [4], a transmissão de calor por condução ocorre quando
corpos em diferentes temperaturas estão literalmente “encostados” um no outro. A energia
(calor) do corpo de temperatura mais alta agita as moléculas do corpo de temperatura
mais baixa, fazendo com que a energia cinética média das moléculas deste último se eleve,
aumentando, assim, sua energia interna. Consequentemente, a temperatura do corpo que
está “recebendo” a energia em forma de calor se eleva até o estado de equilíbrio.
No caso do problema do superaquecimento em questão o modo de transferência de
calor por condução está nos anéis de vedação nas pontas do rotor para parede da câmara
de combustão.

2.5.2 Convecção
A transferência de calor por convecção, pode ser definida como o processo pelo qual
a energia é transferida das porções quentes para as porções frias de um fluido através
da ação combinada de condução de calor, armazenamento de energia ou movimento de
mistura. No relatório em questão, está se dando mais importância na convecção do fluido
refrigerante irá ocorrer na caixa do reservatório do R134-a, com as paredes do radiador
que se encontra dentro da água, pois um liquido refrigerante adequado pode-se diminuir
a dilatação térmica e a água ira retornar ao motor com uma temperatura menor.

2.5.3 Radiação
A radiação térmica, também denominada como irradiação, é uma forma de transfe-
rência de calor na qual ocorre por meio de ondas eletromagnéticas. Essas ondas podem
propagar-se no vácuo. Não é necessário que haja contato entre os corpos para ocorrer a
transferência de calor. Todos os corpos emitem radiações térmicas que são proporcionais
à sua temperatura. Quanto maior a temperatura, maior a quantidade que o objeto pode
irradiar. Designa por radiação térmica toda a energia radiante emitida na gama de com-
primento de onda 0,1 a 100 m do espectro eletromagnético. Qualquer corpo com uma
temperatura superior a 0 K emite energia radiante. Tais modos de transferência de calor
é exemplificado pela figura 2.6.

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Fundamentação Teórica 10

Figura 2.6: Modos de transferência de calor

Fonte - (BRASIL ESCOLA [9] - 2022)

A transferência de calor por radiação térmica ocorre através de sólidos, líquidos e


gases no vácuo, exceto nos líquidos e sólidos opacos. Como, em geral os gases são poucos
absorventes, a contribuição da radiação térmica para o calor total transferido não deve ser
consideradas nos cálculos de engenharia quando se tem superfícies separadas. A energia
radiante que um corpo emite é dada pela Lei de Stefan-Boltzmann 2.1.

q = σ × e × A × T s4 (2.1)

σ = ConstanteStef an − Boltzmann(5, 67 × 10−8 W.m.K4)


e = Emissividade da superfície emissora (0 < e < 1)
Ts = temperatura absoluta [°K]

A energia emitida é proporcional à quarta potência da temperatura absoluta, pelo que


a sua importância, relativamente aos outros mecanismos, aumenta com esta. Um corpo
ideal (negro) emite a radiação máxima possível já que a sua emissividade é unitária.
Se um corpo emitir mais energia do que aquela que recebe proveniente das superfícies
envolventes, a temperatura desse corpo diminuirá. Assim, para o cálculo da velocidade
de perda ou ganho de energia, o que interessa é conhecer o resultado global da troca de
energia radiante entre superfícies
Um exemplo, é a energia radiante trocada entre uma superfície de área A de um corpo
pequeno à temperatura Ts e outra superfície vizinha à temperatura Tviz < TS que o
envolve completamente, separadas por um fluido não absorvente.

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Fundamentação Teórica 11

Em relação ao projeto em questão a radiação estaria presente na combustão da mistura


ar/combustível, que emite radiação e gera calor, porém nosso estudo não iremos considerar
a radiação, visto na equação 2.2.

q = σ × ϵ × A × (T s4 − T viz 4 ) (2.2)

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Metodologia 12

3. Metodologia

3.1 Sistema de refrigeração alternativo do


motor Wankel
Como a ideia inicial do projeto foi propor um sistema alternativo que refrigere melhor
a câmara de combustão, componente mais afetado com as altas temperaturas do motor
Wankel, sendo assim foi proposto um novo sistema de refrigeração mostrado na figura 3.1
abaixo.
Figura 3.1: Sistema de refrigeração alternativo

Fonte - (Própria autoria)

O trocador de calor ilustrado na figura 3.1, trata-se de um trocador de calor de dois


fluidos, sendo assim possuem dois caminhos a se analisar, o caminho da refrigeração da

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Metodologia 13

água e o caminho do sistema de refrigeração utilizando o R-134a como fluido.

3.1.1 Refrigeração da água


Como vimos no tópico 2.3 do relatório, o motor Wankel possuindo um mesmo sistema
de refrigeração da água como a de um motor convencional, a água aquecida que sairá
da câmara de combustão irá para o radiador, representado como trocador de calor na
figura 3.1, por sua vez irá diminuir completamente a sua temperatura, devido ao contado
indireto do evaporador do R-134a, com seu resfriamento a água retornará para a câmara
de combustão com uma temperatura mais baixa.
Diferente de um sistema convencional de refrigeração de um determinado motor, no
projeto elaborado não será preciso a utilização de uma ventoinha, por ela ter o objetivo
de diminuir a temperatura da água do radiador se caso ela estiver muito alta.

3.1.2 Sistema de refrigeração


Já citado no tópico 2.2 no relatória, trabalharemos com o fluido R-134a no seu estado
gasoso e líquido, o gás que saí do compressor a uma alta pressão vai para o condensador,
em que está a uma alta temperatura. Sendo assim o fluido saí do condensador em estado
líquido e irá direto para a válvula de expansão, em que em estado líquido ainda a uma
baixa pressão e temperatura vai para o evaporador, representado como trocador de calor
na figura 3.1.
No evaporador o fluido troca calor com a água do motor e volta para seu estado gasoso,
que por sua vez retorna para o compressor. Para os cálculos feitos da transferência de
calor, teve um foca principal no trocador de calor, avaliando as temperaturas de saída e
entrada da água no trocador de calor.

3.2 Cálculo da transferência de calor para


o sistema de refrigeração
Em primeiro lugar, calculamos a transferência de calor do sistema de refrigeração pro-
posto com a água vinda do motor já em funcionamento, através do cálculo das resistências
de condução e convecção.

RT = RCond + RConv (3.1)

1 L
RT = + (3.2)
h×A k×A
L = É a espessura plana [m]
A = Área transversal [m²]
h = Coeficiente de convecção [W/(m².K)]

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Metodologia 14

k = condutividade térmica [ W/(m.k)]

Pós cálculo da resistência total, pode-se calcular a transferência de calor do sistema de


refrigeração para o líquido refrigerante, pela fórmula:

T − T∞
q1 = 1 L
(3.3)
h×A
+ k×A

T = Temperatura da superfície [◦ C]
T∞ = Temperatura do meio [◦ C]
q = Fluxo de calor [W]

Assim que calculado o fluxo de calor, vamos encontrar a temperatura da água quando sai
do trocador de calor.

q2 = h × A(T − T∞ ) (3.4)

Pós este processo, calcula-se a calor gerado pelo motor:

q3 = h × (T − T∞ ) (3.5)

q = Fluxo de calor [W/m²]

Para fins de análise conclusiva, calcula-se a temperatura na parede do motor para desco-
brir a temperatura deste pós iniciação do funcionamento do trocador de calor:

q
T∞ = +T (3.6)
h

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Resultados 15

4. Resultados

Afim de utilizar o sistema de ar-condicionado que utiliza o líquido refrigerante R-134a,


para resfriar a água que sai da carcaça do motor para assim retorná-la para refrigeração
do mesmo. Ao realizar a utilização do laboratório do Campus, constatou-se que a tempe-
ratura do tubo em que circula o liquido refrigerante era de 2°C.
Utilizando o valor obtido no laboratório foi calculada qual seria a mudança na tem-
peratura, desprezando a transferência de calor através da convecção entre o trocador de
calor com ar externo e a radiação. chegou-se ao resultado de que a temperatura da água
na reentrada do motor será 90°C, sendo 15°C mais baixa que na sua saída. A reentrada da
água de um motor é em média 95°C e a temperatura de sua parede é de aproximadamente
129°C. Com a nova temperatura da água a temperatura da parede será de 124°C

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Conclusão 16

5. Conclusão

Através da convecção forçada da água com a tubulação do sistema de ar-condicionado


conclui-se que desprezando a convecção do trocador de calor com o meio externo, haverá
uma uma mudança significativa na temperatura da parede do motor de 5°C. Fazendo a
circulação da água com menor temperatura em seus locais mais aquecidos, podendo assim
conseguir uma dilatação mais uniforme da câmara de combustão.

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Referências Bibliográficas 17

Referências Bibliográficas

[1] Barros, J. E. M. e Baêta, J. G. C.: estudo da transferência de calor em motores.


file://TransferenciaCalor_Teoria. pdf/>, acesso, 4:19.

[2] Carmo, I.: O que é o líquido refrigerante?, 2022. https://www.circulaseguro.pt/


o-que-e-o-liquido-refrigerante-para-que-serve-e-porque-e-importante/,
acessado em 17/08/2022.

[3] Gonçalves, M.: Sistemas de arrefecimento, 2014. http://


versoassessoriadeimprensa.com.br/sistemas-de-arrefecimento/, acessado
em 20/09/2022.

[4] Morishita, H. e Barrosa, M. R. da: Princípios fundamentais da transferência de calor.


2004.

[5] Neto, P. C. B.: Transferência de calor (TCL), 2010. https://wiki.sj.ifsc.edu.


br/images/e/ec/Apostila_TCL_V3_2010_Parte_2.pdf, acessado em 16/11/2022.

[6] Silva, D.: Características e funções do fluido de arrefecimento, 2022.


https://motulexpert.com.br/caracteristicas-e-funcoes-do-fluido-de-
arrefecimento/, acessado em 17/08/2022.

[7] SolidWorks: Coeficiente de calor de convecção, 2022. https://help.solidworks.


com/2013/portuguese-brazilian/SolidWorks/cworks/c_Convection_Heat_
Coefficient.htm?format=P&value=, acessado em 16/11/2022.

[8] Srarcondicionado: Como é feita a manutenção do condensador, 2017. https:


//www.apsdistribuidora.com.br/condensadores-automotivos/, acessado em
16/11/2022.

[9] Staff: Fluído para Radiador - Solução Orgânica, 2022. https://www.


staffdobrasil.com.br/site/produto/18/fluido-para-radiador---solucao-
organica/, acessado em 18/08/2022.

[10] Wesley, D.: Como funcionam os motores rotativos Wankel, 2022. https://www.
quote.com/auto-insurance/wankel-engine/, acessado em 20/08/2022.

[11] WikiWand: Motor Wankel, 2022. https://www.wikiwand.com/pt/Motor_Wankel,


acessado em 30/08/2022.

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Apêndice 18

A. Apêndice

Considerando que haverá uma convecção forçada segundo dados retirado do So-
lidWorks [7], o coeficiente de transferência de calor por convecção será 300 W/m².K.
A área de contato é de 0,15 m². A distância da tubulação é de 8 metros. Segundo Prof.
Carlos Boabaid Neto[5], a condutividade térmica do cobre é de 401 W/m².K.

Encontrando a taxa de calor:

2 − 105
Q= 1 8 = −663W (A.1)
300×0,15
+ 401×0,15

Encontrando o valor da temperatura de saída após o trocador de calor:

−663 = 300 × 0, 15 × (t − 105)......T = 90, 26◦ C (A.2)

Calculando o fluxo de calor sem o resfriamento considerando que a água começa a circular
com 95 graus Celsius e segundo [11] a temperatura máxima da parede é de 129 graus
Celsius:
q = 300 × (129 − 95).........q = 10200W/m2 (A.3)

Calculando a temperatura da parede utilizando o o trocador de calor proposto:

10200 = 300 × (T − 90).........T = 124◦ C (A.4)

Bacharelado em Engenharia Mecânica


Apêndice 19

B. Apêndice

B.1 Cronograma

Figura B.1: Cronograma de Atividades

Fonte - (Própria Autoria, 2022 )

Bacharelado em Engenharia Mecânica

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