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INSTITUTO FEDERAL DO PARÁ

CAMPUS BELÉM

Relatório Sistemas Mecânicos

Marcos de Jesus Gonçalves Ribeiro


Marcos Vinícius de Castro Cunha

Abril
2022
Marcos de Jesus Gonçalves Ribeiro
Marcos Vinicius Castro Cunha

Relatório

Trabalho submetido à avaliação, como requisito parcial,


para a obtenção de nota na disciplina de Sistemas Me-
cânicos, ministrada pelo professor Ricardo Campos.

Abril
2022
Conteúdo
1 Introdução 1

2 Desenvolvimento 2
2.1 Diagrama de Mollier para caso ideal . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2.2 Diagrama de Mollier para caso real . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

3 Cálculo dos parâmetros 4


3.1 Eficiência frigorífica ideal do ciclo de Carnot . . . . . . . . . . . 4
3.2 Eficiência frigorífica real . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
3.3 Calor da fonte fria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
3.4 Trabalho requerido pelo ciclo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
3.5 Razão de eficiência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

4 Conclusão 7

Bibliografia 10
1 Introdução

Este trabalho objetiva a elaboração do gráfico de Mollier ideal e real para a


bancada T108-2D, localizada no laboratório de refrigeração do Instituto Federal
do Pará. O sistema analisado é construído para visualização didática do processo
de refrigeração e opera em um ambiente fechado.
A planta estudada funciona utilizando o método de compressão de vapor, muito
comum em equipamentos frigorífricos, como freezers e geladeiras, assim como no
controle da temperatura do ar em ambientes visando o conforto términco. O fluido
dentro da máquina é o gás refrigerante R-134a, utilizado como alternativa ao R-12,
já que ele possui baixa toxicidade e não danifica a camada de ozônio.
O estudo do diagrama de Mollier para os gases refrigerantes permite o entendi-
mento do estado do fluido dentro do equipamento. Além disso, é possivel extrair
as entalpias de diferentes partes do processo, possibilitando o cálculo da eficiência
da máquina.
Os dados utilizados na feitura do relatório foram fornecidos pelo professor. Foi
disponibilizada uma faixa de operação da qual os valores poderiam ser retirados
arbitrariamente desde que fizessem sentido fisicamente com o processo mostrado
em sala.

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2 Desenvolvimento

A planta de refrigeração por compressão de fluido é composta de quatro partes


importantes: compressor, condensador, válvula de expansão e evaporador. Em
cada um desses equipamentos do sistema, há modificações nos parâmetros tais
como pressão, temperatura, entalpia e entropia.
O diagrama de Mollier é responsável por elucidar a relação entre as proprie-
dades termodinâmicas citadas. Logo, para os estudos dos fenônemos do ciclo de
refrigeração, é necessário a utilização do mesmo. No entanto, há duas arbodagem
para a construção deste gráfico: ideal ou real. Neste relatório o enfoque é o modelo
real do diagrama.

Figura 1: Bancada T108-2D

Fonte: Autoria própria

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2.1 Diagrama de Mollier para caso ideal
Para o funcionamento do sistema de refrigeração é necessário que o fluido
refrigerante esteja em estados físicos específicos durante o processo. No diagrama
é traçada uma curva em forma de sino que pode ser dividida em duas partes. À
esquerda do ponto crítico ela pode ser chamada de "linha de líquido saturado", já à
direita do ponto, ela pode ser chamada de "linha de vapor saturado".
Em toda a região à esquerda da curva o fluido está em estado líquido sub-
resfriado. Na região à direita da curva, o fluido está em estado de vapor-superaquecido.
Dentro do gráfico, entre as linhas de liquido saturado e de vapor saturado, o fluido
apresenta o estado de vapor úmido, contendo tanto vapor quando líquido.
Para traçar o diagrama de Mollier, é necessário identificar quatro pontos impor-
tantes e liga-los de maneira a descrever os processos.
Do ponto 1 ao 2 o fluido refrigerante entra no compressor à pressão de vapor
e com título igual a 1, e é comprimido até atingir pressão de condensação (PC ).
Saindo do compressor, o fluido está superaquecido, com temperatura T2 maior que
a temperatura de compressão TC .
O processo de 2 a 3 é de rejeição de calor, do fluido para o meio de resfriamento
com pressão constante, e ocorre dentro do condensador. O fluido frigorífico é
resfriado de T2 até temperatura T3 , que é igual a temperatura de condensação TC .
De 3 a 4 há uma expansão irreversível isentálpica, saindo da pressão de con-
densação PC com líquido saturado até a pressão de vaporização P0 . Este processor,
por ser irreversível, apresenta entropia de saída do dispositivo (s4 ) maior que a
entropia de entrada (s3 ).
Por fim, do ponto 4 ao 1 o vapor úmido se transforma em vapor saturado seco
através de um processo de transferência de calor à pressão e temperatura constantes
(P0 e T0 ). O calor transferido ao fluido no evaporador não modifica a temperatura
do refrigerante, apenas altera sua qualidade (título).

2.2 Diagrama de Mollier para caso real


No diagrama de Mollier real, as principais diferenças estão mostradas no
gráfico da figura 2. Há diferenças de pressão nas linhas de descarga, assim como
no condensador e no evaporador. Além disso, há um sub-resfriamento na saída

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do compressor e um sobreaquecimento na sucção do mesmo. Outra diferença
muito importante é que o processo do compressor (do ponto 1 ao 2) não é de fato
isentrópico, e sim politrópico.

Figura 2: Ciclo frigorífico

Fonte: Nascimento, Marcelino (p.40)

3 Cálculo dos parâmetros

3.1 Eficiência frigorífica ideal do ciclo de Carnot


Te
εcarnot =
Tc − Te
276K
εcarnot =
308K − 276K

εcarnot = 8, 90

3.2 Eficiência frigorífica real


q2
εreal =
Wciclo

4
165
εcarnot =
36

εcarnot = 4, 58

3.3 Calor da fonte fria


q2 = h1 − h4

q2 = 408 − 243

q2 = 165 kJ/kg

3.4 Trabalho requerido pelo ciclo


Wciclo = h2 − h1

Wciclo = 444 − 408

Wciclo = 32 kJ/kg

3.5 Razão de eficiência


εreal
ϕ=
εcarnot
165
ϕ=
36

ϕ = 4, 58

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Tabela 1: Condições de funcionamento

Nº Tempo [min] Veloc. do Torque Potência no Válvula de Permutador


motor [rpm] [Nm] vaporador [W] expansão [%] de calor
1 15 1233 1.9 100 100 OFF

Fonte: Produzido pelos autores

Tabela 2: Temperaturas e pressões coletadas no equipamento

Nº Tempo t1 t3 t4 t6 PV PC
[min] [ºC] [K] [ºC] [K] [ºC] [K] [ºC] [K] [bar] [bar]
1 15 60 333 30 303 10 283 10 283 3 9

Fonte: Produzido pelos autores

Tabela 3: Entalpias específicas coletadas no gráfico p x h

Nº Tempo h3 h4 h1 h2
[min] [kj/kg] [kj/kg] [kj/kg] [kj/kg]
1 15 243 243 408 444

Fonte: Produzido pelos autores

Tabela 4: Temperaturas de condensação e evaporação

Pressão [bar] Temperatura [ºC] Temperatura [K]


Condensação 9 34 307
Vaporação 3 2 276

Fonte: Produzido pelos autores

Tabela 5: Avalição de Eficiência

Nº Tempo [min] ϵCARN OT q2 [kJ/kg] lciclo [kJ/kg] ϵREAL ϕ


1 15 8,90 165 36 4,58 50,89%

Fonte: Produzido pelos autores

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4 Conclusão

Sabendo que é de extrema importância para as máquinas refrigerantes terem


uma boa eficiência para um aproveitamento otimizado da energia, os dados es-
colhidos para esta máquina apresentaram uma baixa eficiência, demostrando não
ser a melhor opção de uso. Contudo, existem diversos métodos para a melhora,
alterando a sua eficiência real de forma a beneficiar o seu desempenho. Para isso, é
necessário analisar os parâmetros que influenciam no COP, sendo os principais: as
temperaturas no condensador e no evaporador, e as quantidades de sub resfriamento
e superaquecimento na máquina. Uma boa solução para o subresfriamento é reduzir
a temperatura do gás refrigerante com uma troca de calor com algum líquido, como
a água a temperatura ambiente, na saída do condensador, controlando a quantidade
de líquido por meio de um sistema de controle que realizará essa troca de calor para
manter a água a uma temperatura ideal, menor que a temperatura de condensação,
logo alterando a entalpia do ponto 3 e 4, e assim, aumentando o COP. A figura XX
demonstra essa relação entre a temperatura de subresfriamento e o COP de um
outro gás refrigerante.

Figura 3: COP

Fonte: Nascimento, Marcelino p.47

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Figura 4: COP

Fonte: Nascimento, Marcelino p.47

Se a temperatura de subresfriamento atingisse 25° C, seria obtido uma entalpia


para o ponto 3 de 237 kJ/kg. Como h3 = h4 e substituindo em q2, temos:

q2 = h1 − h4
q2 = 408 − 237
q2 = 171kj/kg

Calculando o COP:
q2
εreal =
Wciclo
(171)
εreal = (36)

εreal = 4, 75

E para a eficiência da máquina:


εreal
ϕ=
εcarnot
(4, 75)
ϕ=
(8, 9)

ϕ = 53, 37%

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Assim, comparando com o resultado anterior de 50,89%, comprovamos que o
aumento do subresfriamento melhora a eficiência da máquina refrigerante. Porém,
como a eficiência da máquina continua baixa, existem os outros métodos podem
ser identificados na tabela abaixo:

Tabela 6: Temperaturas de condensação e evaporação

Superaquecimento Subresfriamento
Ação após análise
Aumenta Diminui Aumenta Diminui
ABRIR X X
FECHAR X X
Válvula de Expansão
ADICIONAR fluido X X
RETIRAR fluido X X
AUMENTAR X X
DIMINUIR X X
Orifícios
ADICIONAR fluido X X
RETIRAR fluido X X
AUMENTAR X X
DIMINUIR X X
Tubo Capilar
ADICIONAR fluido X X
RETIRAR fluido X X

Fonte: Adaptado de <http://www.ambientegelado.com.br/artigos-tecnicos/dicas-uteis/995-ajuste-


do-superaquecimento> <2022>

Para aumentar o COP, busca-se a redução do superaquecimento, e o aumento


do subresfriamento. Após realizar estes ajustes dentro das limitações físicas do
aparelho, é possível obter melhores resultados no desempenho dessas máquinas.
Análises como essa são necessárias e devem ser feita com cautela, pois os
ajustes variam para cada sistema, além de levar em consideração as condições
de temperatura e pressão do ambiente. Nesse contexto, existem máquinas que
poderiam estar trabalhando em um desempenho maior, porém não foram fabricadas
especificamente para as condições de trabalho para a qual foi designada, o que
resulta num desempenho abaixo do esperado e prejudica a linha de produção ou
o gasto de energia necessário para mantê-la funcionando. Sendo assim, se faz
necessário a análise de um especialista para a adequação e manutenção dessas
máquinas para não haver essas perdas indesejadas para o processo.

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Bibliografia
DA SILVA, Marcelino Nascimento. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE REFRI-
GERAÇÃO INDUSTRIAL E COMERCIAL. ELETROBRÁS/PROCEL, Rio de Janeiro, RJ. Dis-
ponível em: <https://wiki.sj.ifsc.edu.br/images/9/92/0_Eficiencia_energetica_sistemas_de_refrige
ra%C3%A7%C3%A3o.pdf>; Acesso em: 04 de abr. de 2022.

MADALENA, Fernando C. Ajuste do Superaquecimento. Emerson Commercial Residential So-


lutions. Sorocaba, SP. Disponível em: <http://www.ambientegelado.com.br/artigos-tecnicos/dicas-
uteis/995-ajuste-do-superaquecimento>; Acesso em: 04 de abr. de 2022.

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