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UNIVERSIDADE FEDERALDO PARÁ

INSTITUTO DE TECNOLOGIA
FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA

EQUIPE 7

EXPOSITORES HORIZONTAIS E VERTICAIS

BELÉM
2022
EQUIPE 7

EXPOSITORES HORIZONTAIS E VERTICAIS

Atividade avaliativa apresentada como requisito parcial


para aprovação na disciplina: Refrigeração, pela
Universidade Federal do Pará.
Professor: Dr. Eraldo Cruz dos Santos

BELÉM
2022
Sumário

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................... 3


1.1. Ciclo de Refrigeração .................................................................................................... 3
1.2. Eficiência Energética ..................................................................................................... 5
1.2.1 Medidas de Eficiência Energética .............................................................................. 5
1.2.2 Avaliações Quantitativas ............................................................................................ 6
1.2.3 Avaliações Qualitativas .............................................................................................. 9
1.2.4 Recomendações gerais ............................................................................................... 9
1.3 Expositores: componentes, classificação, características e aplicações ................ 10
1.4 Cortinas de ar ........................................................................................................... 13
1.5 Instrumentos e equipamentos de medição, de operação e de controle ............... 16
2. METODOLOGIA DE SELEÇÃO DE EXPOSITORES REFRIGERADOS ........... 19
3. MANUTENÇÃO E LIMPEZA DE EXPOSITORES REFRIGERADOS ................. 26
4. DESENVOLVIMENTO ................................................................................................... 30
4.1 Aplicação proposta .................................................................................................. 30
4.2 Escolha do equipamento .......................................................................................... 30
4.3 Coleta de dados técnicos .......................................................................................... 31
4.4 Condições gerais do projeto. ................................................................................... 32
4.4.1 Isolamento térmico ............................................................................................. 33
4.4.2 Tamanho das Câmaras e superfícies ................................................................... 34
4.5 Cálculo da carga térmica......................................................................................... 35
4.5.1 Transmissão de calor pelas paredes .................................................................... 35
4.5.2 Carga do Produto ................................................................................................ 35
4.5.3 Carga Térmica da Embalagem ........................................................................... 35
4.5.4 Carga Térmica por Infiltração de Ar .................................................................. 36
4.5.5 Carga Térmica por Iluminação ........................................................................... 37
4.5.6 Carga Térmica Total ........................................................................................... 38
4.6 Comentários ............................................................................................................. 38
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 40
3

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1. Ciclo de Refrigeração


Antes de mais nada devemos entender no que consiste o ciclo de refrigeração por
compressão de vapor, mas, em síntese, consiste na introdução de um líquido em um vaso que
possui um certo grau de vácuo e paredes com temperatura constante, fazendo com que o líquido
evapore imediatamente. O calor latente obtido nesse processo é fornecido pelas paredes do vaso
com temperatura constante, o que causa um efeito de resfriamento como resultado, sendo aí, o
início do ciclo de refrigeração. Após isso a pressão dentro desse vaso aumenta, atingindo a
pressão de saturação, e em seguida, quando nenhum líquido evaporar mais, o efeito de
resfriamento acaba.

Com isso em vista, notamos a necessidade de transformar tudo isso em um ciclo, para que o
vapor retorne ao estado líquido. Para isto acontecer, deve-se resfriar o vapor e em seguida
condensá-lo, para isso, precisamos de um condensador, que é um componente resfriado pelo ar
externo. Esse gás refrigerante é conduzido do compressor para o condensador, onde será
finalmente condensado, e então, para completar o ciclo, precisamos da válvula de expansão
para injetar esse líquido de volta no evaporador.

Com a ideia geral estabelecida, vamos partir para um ciclo de refrigeração a vapor teórico ideal,
visando o melhor entendimento do ciclo real. Este ciclo teórico possui 4 processos:

a) Processo 1-2: Compressão adiabática e isentrópica. Ocorre no compressor, o refrigerante


entra com a pressão do evaporador e título igual a 1, no qual é comprimido até atingir a
pressão de condensação, e sai superaquecido.
b) Processo 2-3: Rejeição de calor isobárica. Nessa etapa o refrigerante é resfriado até atingir
a temperatura de condensação, e, no condensador, é condensado até se tornar líquido
saturado.
c) Processo 3-4: Expansão isentálpica. Ocorre na válvula de expansão, o refrigerante vai da
pressão de condensação e título zero até a pressão de vaporização e, por ser um processo
irreversível, haverá uma diferença de entropia.
d) Processo 4-1: Transferência de calor isobárica e isotérmica. Ocorre no evaporador, desde o
estado 4 até se tornar vapor saturado e seco, ou seja, a transferência de calor não modifica
a temperatura do refrigerante, mas sim, o título.
4

Figura 1: Esquema do processo de refrigeração por compressão de vapor.

Fonte: Notas de aula – Termodinâmica aplicada, Escola Politécnica de São Paulo.

As diferenças entre o ciclo real e o teórico se encontram nas quedas de pressão nas linhas
de descarga, como no condensador e evaporador, e um superaquecimento na sucção do
compressor, para que se evite a entrada de líquido no equipamento, fora que a compressão no
ciclo real é politrópica, em contraste com o teórico que é isentrópico.

Com isso em mente, vamos partir para o balanço de energia do ciclo de refrigeração por
compressão de vapor. Esse balanço é feito considerando que o sistema esteja operando em
regime permanente, com as temperaturas de condensação e de vaporização definidas no projeto.
O ciclo real e teórico se comportam de forma bastante semelhante, então, para um melhor
entendimento, vamos fazer uma análise dos parâmetros que influenciam no desempenho do
ciclo teórico.

Começando pela capacidade frigorífica, ou 𝑄̇0 , que é a quantidade de calor retirada de


dentro do equipamento em um determinado tempo. Para realizar a sua formulação, deveremos
partir da primeira lei da termodinâmica, logo, obtemos a seguinte equação:

𝑄̇0 = 𝑚̇𝑓 ∙ (ℎ1 − ℎ4 )

Onde 𝑚̇𝑓 é a massa do fluido, ℎ1 é a entalpia no estado 1 e ℎ4 é a entalpia no estado 4.


Ainda, a partir essa relação, podemos encontrar o efeito frigorífico, que é a quantidade de calor
por unidade de massa.

Já a potência teórica de compressão trata-se da quantidade de energia que deve ser


fornecida ao fluido em um determinado tempo, ou seja, a quantidade de energia que precisará
ser fornecida ao compressor para alcançar a pressão necessária para dar continuidade ao ciclo.
Essa potência, 𝑊̇𝑐 , é dada por:
5

𝑊̇𝑐 = 𝑚̇𝑓 ∙ (ℎ2 − ℎ1 )

Onde 𝑚̇𝑓 é a massa do fluido, ℎ1 é a entalpia no estado 1 e ℎ2 é a entalpia no estado 2.

Em seguida, partimos para o cálculo do calor rejeitado pelo condensador, ou 𝑄̇𝑐 . A


equação fica da seguinte forma:

𝑄̇𝑐 = 𝑚̇𝑓 ∙ (ℎ2 − ℎ3 )

Ou seja, trata-se do fluxo de calor do condensador para o meio externo. Agora,


partiremos para o coeficiente de performance do ciclo, ou COP, que é obtido a partir da seguinte
relação:

𝑊̇𝑐 ℎ1 − ℎ4
𝐶𝑂𝑃 = =
𝑄̇0 ℎ2 − ℎ1

O COP pode ser influenciado por fatores, como a temperatura de evaporação, a temperatura
de condensação, a presença ou não de um dispositivo de super resfriamento e a aplicação do
superaquecimento de forma adequada.

1.2. Eficiência Energética


1.2.1 Medidas de Eficiência Energética

Na análise de sistemas de refrigeração, em relação a sua utilização, condições de operação,


conservação e manutenção, os seguintes pontos podem ser considerados:

• níveis de temperatura adotados para as câmaras frigoríficas, balcões e ilhas;


• tipo e nível de iluminação artificial adotado;
• exame da forma e condições de armazenagem de produtos nos espaços refrigerados;
• local de instalação do espaço refrigerado, isto é, instalação próximo a fontes de calor e
ou em locais sujeitos a incidência de raios solares;
• vedação das portas e cortinas;
• existência de termostato;
• existência de forçador de ar;
• inexistência de controle manual (interruptor) ou automatizado (batente da porta) da
iluminação interna;
• fechamento de ilhas e balcões;
• automação do forçador de ar.
6

• formação de gelo junto ao evaporador e nas tubulações;


• falta de forçador de ar;
• condensador próximo a fontes de calor;
• presença de impurezas (óleo e/ou poeira) nas aletas e tubos dos trocadores;
• falta de colarinho de proteção em torno da hélice do ventilador do condensador;
• descentralização da hélice em relação à superfície de troca de calor;
• condensador instalado em que dificulte a circulação de ar; 5 Medidas de Eficiência
Energética;
• conjunto motor/compressor não alinhado e/ou mal fixado à base;
• vazamento de óleo na ponta do eixo, juntas do cabeçote e conexões das tubulações de
refrigerante;
• compressor ou central de refrigeração instalado em nível superior ao dos evaporadores;
e
• falta de separador de óleo.

A verificação dos itens listados anteriormente é necessária para o funcionamento eficiente


de um sistema. Alguns deles provocam consumo excessivo de energia e é possível quantificar
o consumo. Entretanto, é necessário possuir dados de entrada que são obtidos de constantes e
em campo, sendo alguns deles: tipo de isolamento da câmara, espessura, dimensões, exposição
da câmara a incidência de raios solares e indicação se a superfície da mesma é de cor clara,
escura ou média.

1.2.2 Avaliações Quantitativas

• Perdas devido ao nível inadequado de temperatura (Pt)

Por vezes, a temperatura pode estar abaixo da recomendada para uma aplicação. É
possível calcular a perda de temperatura em função da quantidade de calor retirada em excesso:

𝑄 = 𝑉̇ 𝜌𝑎𝑟 𝐶𝑝𝑎𝑟 ∆𝑇 [𝑘𝑐𝑎𝑙/ℎ]

𝑉̇ é 𝑎 𝑣𝑎𝑧ã𝑜 𝑑𝑜 𝑓𝑜𝑟ç𝑎𝑑𝑜𝑟;

𝜌𝑎𝑟 é 𝑎 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑜 𝑎𝑟 𝑛𝑎𝑠 𝐶𝑁𝑇𝑃

𝐶𝑝𝑎𝑟 é 𝑜 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑜 𝑑𝑜 𝑎𝑟

∆𝑇 é 𝑎 𝑑𝑖𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑟𝑒𝑐𝑜𝑚𝑒𝑛𝑑𝑎𝑑𝑎 𝑒 𝑎 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎


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A perda é um percentual da capacidade de geração de calor CG [kcal/h]. ]. A perda é


dada por:

𝑄
𝑃𝑡 = 𝐶 [𝑘𝑊ℎ/𝑚ê𝑠]
𝐶𝐺 𝑚

Cm, é o consumo de energia elétrica do motor do compressor em [kwh/mês].

Quando o sistema for composto de mais de um compressor em paralelo, o valor de Cm


deve ser igual a soma do consumo de energia de cada compressor que alimenta o espaço
refrigerado.

• Perdas devido ao tipo inadequado de iluminação (Pil)

É possível economizar também com o tipo de lâmpada utilizado. Assumindo o nível de


iluminação indicado (aproximadamente 10W/m² de superfície) com funcionamento em horas
por dia e dias por mês, a perda por iluminação inadequada pode ser determinada pela seguinte
equação:

(𝑁𝑖𝑛𝑐 𝑃𝑖𝑛𝑐 − 10𝑆𝐶 )


𝑃𝑖𝑙 = ℎ𝑑𝑖𝑎 𝐷𝑚ê𝑠 [𝑘𝑊ℎ/𝑚ê𝑠]
1000

𝑁𝑖𝑛𝑐 𝑒 𝑃𝑖𝑛𝑐 𝑠ã𝑜 𝑜 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑙â𝑚𝑝𝑎𝑑𝑎𝑠 𝑖𝑛𝑐𝑎𝑛𝑑𝑒𝑠𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑒 𝑎 𝑝𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑙â𝑚𝑝𝑎𝑑𝑎.

𝑆𝐶 é 𝑎 á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑎 𝑐â𝑚𝑎𝑟𝑎 𝑒𝑚 𝑚²

ℎ𝑑𝑖𝑎 é 𝑜 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑎𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑖𝑙𝑢𝑚𝑖𝑛𝑎çã𝑜

𝐷𝑚ê𝑠 é 𝑜 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑑𝑖𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑢𝑡𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑐â𝑚𝑎𝑟𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑚ê𝑠

Caso não haja informação quanto a número e potência de lâmpadas, deve ser estimado o valor
pelo recomendado anteriormente.
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• Perda devido a inexistência de termostato ou pressostato (Pit)

Equipamentos de refrigeração normalmente são dimensionados para operação entre 16 a 18


horas por dia. Na falta de aparelhos de controle o seu funcionamento é contínuo provocando
desperdício de energia. É possível calcular essa perda devido a ausência desse controle,
assumindo que o equipamento esteja ocioso por 6h/dia:

6
𝑃𝑖𝑡 = 𝐶 = 0,25𝐶𝑚 [𝑘𝑊ℎ/𝑚ê𝑠]
24 𝑚

𝑘𝑊ℎ
𝐶𝑚 é 𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 [ ] 𝑑𝑜(𝑠) 𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟(𝑒𝑠)𝑑𝑜𝑠 𝑒𝑞𝑢𝑖𝑝𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑔𝑒𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑓𝑟𝑖𝑜.
𝑚ê𝑠

• Perda devido a incidência direta de raios solares e isolamento deficiente (Pirr)

Para esse caso, deve-se estimar a quantidade de perda por uma função das dimensões do
dispositivo, diferença de temperatura interna e externa, bem como o material e espessura deste
isolamento, portanto, trata-se de uma análise com elementos de área, ou seja:

𝑄 𝑘𝑖
= ∙ ∆𝑡
𝑆 𝐼𝑖

𝑘𝑖 é 𝑜 𝑐𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟, 𝐼𝑖 é 𝑎 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑜 𝑖𝑠𝑜𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑒

∆𝑡 é 𝑎 𝑑𝑖𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎

Caso o resultado seja maior que 10, utilizamos a seguinte equação para calcular o calor
excedente:

𝑄
𝑄𝑖𝑟𝑟 = ( − 10) ∙ 𝑆
𝑆

𝑁𝑜 𝑞𝑢𝑎𝑙 𝑆 é 𝑎 á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒

E, por fim, levamos em conta o consumo de energia elétrica do compressor e encontramos a


perda de kWh mensal:

𝑄𝑖𝑟𝑟
𝑃𝑖𝑟𝑟 = 𝐶 [𝑘𝑊ℎ/𝑚ê𝑠]
𝐶𝐺 𝑚
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• Perda por vedação inadequada das portas (Pved)

Como se tratam de aberturas, podemos obter a perda por:

𝑄𝑣𝑒𝑑 = 150 ∙ 𝐴𝑒𝑠 [𝑘𝑐𝑎𝑙/ℎ]

𝑜𝑛𝑑𝑒 𝐴𝑒𝑠 é 𝑎 á𝑟𝑒𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑎𝑑𝑎.

Mais uma vez levando em conta o consumo de energia pelo compressor:

𝑄𝑣𝑒𝑑
𝑃𝑣𝑒𝑑 = 𝐶 [𝑘𝑊ℎ/𝑚ê𝑠]
𝐶𝐺 𝑚

1.2.3 Avaliações Qualitativas

Além dos problemas mencionados anteriormente, que podem ser quantificados, há


outros tipos de problemas que não podem ser quantificados e que afetam a eficiência do sistema,
reduzindo o consumo. Exemplos desses inúmeros problemas podem variar de sujeira nas
haletas do condensador até uma possível fonte de calor perto do condensador, ou seja, são
situações muito específicas de cada instalação, mas devem ser analisadas e resolvidas.

1.2.4 Recomendações gerais

Levando em conta o que foi exposto anteriormente, também existem uma gama de
recomendações. Dentre elas temos a escolha de um bom isolamento térmico, sendo um dos
fatores mais importantes para o consumo de energia, o emprego de sistemas de compressão por
estágio, considerar o aumento da capacidade dos condensadores, instalar antecâmaras, manter
os sistemas limpos, entre outras recomendações.
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1.3 Expositores: componentes, classificação, características e aplicações

Desde o surgimento do conceito de alimentos refrigerados e congelados, os varejistas


têm exigido determinados métodos para apresentar os produtos de forma acessível e atrativa,
preservando a temperatura de conservação dos produtos. Os expositores refrigerados tem como
finalidade é o armazenamento e a exibição de produtos refrigerados ou congelados.

Figura 2: expositor refrigerado vertical aberto.

Fonte: Gaspar, 2004.

A Figura 2 acima mostra os componentes básicos de um refrigerador expositor. A


refrigeração do produto armazenado no refrigerador expositor é fornecida pela circulação de ar
frio ao redor do perímetro da caixa e através da parede frontal perfurada. O ar é forçado sobre
um evaporador por meio de ventiladores geralmente localizados na base do refrigerador. O ar
resfriado passa então para a parede frontal da caixa que é perfurada e permite que o ar se difunda
sobre o produto. O ar restante passa então para a grelha de insuflação de onde é descarregado
para baixo sobre a frente do produto na forma de uma cortina de ar, formando uma barreira
entre o ambiente quente do supermercado e a área de exposição refrigerada. O ar é então puxado
de volta para o gabinete pela grelha de retorno localizado na parte de baixo da unidade
refrigeradora.
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As paredes do expositor normalmente contêm isolamento de fibra de vidro ou espuma


para minimizar o calor conduzido e também evitar a formação de condensação na superfície
externa. Para os tipos de expositores abertos, o ar passa pela grelha de insuflação para formar
uma cortina de ar que cria uma barreira entre o ar frio no expositor e o ar ambiente. A cortina
de ar desenvolve-se entre as grelhas de insuflação e de retorno, enquanto que através da parede
frontal perfurada dá-se a entrada de ar refrigerado a velocidade reduzida.

Os expositores refrigerados podem ser classificados de diversas formas. Existe um


grande número de tipos de expositores no mercado, sendo essencialmente divididos nas duas
classes: expositores horizontais (conhecidas como ilhas) e expositores verticais (murais).

Expositores verticais

Também chamados de murais, os expositores verticais (Figura 3) são equipamentos cuja


característica principal é apresentar uma área de exposição de produtos alimentícios (lácteos,
frutas, legumes, produtos congelados) de forma atrativa ao consumidor.

Figura 3: expositor vertical com porta de vidro para congelados.

Fonte: EMBRACO nidec, 2019.


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Expositores horizontais

Também conhecidos como ilhas, assim como os verticais, os expositores horizontais


(Figura 4) são equipamentos amplamente utilizados em estabelecimentos comerciais destinados
a venda de produtos alimentícios em regime self-service. Eles também estão disponíveis no
mercado em versões que com limite de temperatura positiva, para produtos frescos, e negativa,
para produtos congelados. Caracteriza-se por permitirem um grande volume de carga ocupando
pouco espaço, sendo projetados para aproveitar espaços livres.

Figura 4: expositor horizontal com porta de vidro para congelados.

Fonte: EMBRACO nidec, 2019.

Além disso, os expositores ainda podem ser classificados como abertos ou fechados
(Figura 5). O tipo fechado possui uma porta na frente que deve ser aberta para alcançar os
alimentos, e tem como objetivo evitar a infiltração de ar quente externo no interior do
refrigerador. Esta porta transparente, geralmente feita de vidro, serve para que se possa
visualizar o interior antes mesmo de abri-lo e evitar que esse procedimento seja feito muitas
vezes desnecessariamente o que acaba inclusive prejudicando a eficiência da conservação. No
tipo aberto, a porta da frente é substituída por uma cortina de ar que funciona como um isolante
térmico. A ausência de qualquer obstáculo físico, como uma porta de vidro, entre o produto e
o consumidor é preferível por razões comerciais, onde se aumenta o potencial de venda,
entretanto, este tipo de expositor apresenta um custo energético muito elevado e uma menor
eficiência de conservação.
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Figura 5: desenho esquemático de um expositor vertical fechado e aberto.

Fonte: Axell, 2002.

1.4 Cortinas de ar

A cortina de ar é definida como um fluxo controlado de ar movendo-se através da altura


e largura de uma abertura do refrigerador com velocidade e volume suficientes para reduzir a
infiltração ou transferência de ar entre o espaço refrigerado e o ar ambiente e/ou para inibir a
passagem de incrustações, poeira ou detritos.

As cortinas de ar são frequentemente utilizadas em expositores abertos, onde ela se


desenvolve entre as grelhas de insuflação e de retorno. As cortinas de ar possuem uma baixa
eficácia de isolamento térmico produzida pela vedação aerodinâmica da cortina de ar, o que se
traduz em uma menor qualidade de conservação dos alimentos expostos, maior consumo de
energia e em maiores custos energéticos.

As cortinas de ar podem ser do tipo não recirculadas onde o ar é aspirado através da


grelha de entrada e descarrega o ar diretamente para o ambiente, sendo geralmente utilizadas
em espaços comerciais e em câmaras frigoríficas, e do tipo recirculadas, onde o ar descarregado
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e coletado e retorna para a entrada da cortina de ar, sendo usualmente utilizadas em


equipamentos refrigerados destinados á exposição e conservação de produtos alimentares
(Figura 6).

Figura 6: Cortina de ar recirculada e não recirculada em um refrigerador vertical.

Fonte: Axell, 2002.

Nestes expositores, podem ser utilizadas cortinas de ar simples com apenas um jato de
ar, ou cortinas de ar múltiplas com dois ou três jatos de ar (Figura 7), cada um com uma
velocidade e temperatura especifica, visando a redução das trocas de calor com o ambiente e a
redução do consumo de energia elétrica. Em cortinas de ar múltiplas, a cortina de ar mais interna
é normalmente a mais fria e possui uma velocidade mais elevada e descarrega o ar refrigerado
que atravessa o evaporador, sendo a segunda ligeiramente mais quente e com velocidade menor,
sendo geralmente obtida a partir do ar recirculado. Se uma terceira cortina de ar externa for
empregada, ela geralmente está à temperatura ambiente e com baixa velocidade, de modo a
proteger as cortinas interiores.
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Figura 7: Cortina de ar simples e múltipla.

Fonte: Axell, 2002.

Expositores horizontais também utilizam cortinas de ar que são direcionadas na


horizontal (Figura 8), no entanto, este tipo de expositor possui a vantagem de se aproveitar da
gravidade e da diferença de densidade entre o ar refrigerado e o ar ambiente, do tal forma que
o ar frio e mais denso se assenta sobre os produtos e os mantem refrigerados na devida
temperatura de conservação. Este efeito permite a utilização de velocidades mais baixas e
espessura da cortina de ar menores que as utilizadas em expositores verticais, o que resulta em
um menor consumo energético e uma melhor conservação dos alimentos refrigerados.

Figura 8: Expositor horizontal com cortina de ar.

Fonte: Gaspar, 2004.


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1.5 Instrumentos e equipamentos de medição, de operação e de controle

Os expositores horizontais e verticais apresentam alguns equipamentos e aparelhos que


controlam os processos de medição de temperatura, controle e operação, afim de manter seu
funcionamento nas melhores condições para que os expositores mantenham suas propriedades e
características de refrigeração adequadas para a conservação dos produtos. Alguns desses
instrumentos são apresentados a seguir:

• Controlador Elétrico
A finalidade do aparelho é fornecer uma proteção e indicação de funcionamento do
compressor e informa quando ocorre o degelo do expositor.

Figura 9 – Controlador elétrico.

Fonte: REFRIGERAÇÃO, 2019.

O funcionamento do equipamento ocorre da seguinte forma:


Ao conectar o cordão de alimentação do produto na tomada, o controlador eletrônico entrará
em estado de proteção por um período de 2 minutos. Este processo será indicado no visor por um led
com o símbolo que ficará piscando durante este tempo. Após o término de 2 minutos, o led irá apagar
e o produto entrará em degelo por um período de 20 minutos. Após o degelo, o compressor será
acionado, sendo indicado pelo led com o símbolo mostrado na Figura 9 que ficará aceso
constantemente no visor. E, caso ocorra queda de energia ou o cabo de alimentação seja retirado, ao
ser energizado novamente, o produto irá entrar e modo de degelo.
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• Temperatura
O controle da temperatura interna dos expositores é realizado através de um dispositivo
eletrônico digital. Esse dispositivo fica localizado externamente para ser feita a leitura adequada.
Abaixo é mostrado a configuração desse medidor de temperatura.

Figura 10 – Controlador de temperatura.

Fonte: INDUSTRY, 2021.

O controlador sai com regulagem padrão de fábrica e deverá ser adaptado dentro da
especificação de temperatura de cada produto. Sua regulagem é feita através do visor do controlador.
A temperatura do expositor depende de alguns fatores, tais como:
➢ Temperatura ambiente;
➢ Giro diária do produto;
➢ Quantidade de mercadoria armazenada;
➢ Tempo de abertura das portas;
➢ Umidade relativa do ar;
➢ Não obstrução da passagem do ar no equipamento.

• Mensagem de alarme
Os expositores possuem instrumentos de aviso caso determinado padrão seja atingido.
Isso ajuda a identificar possíveis falhas ou limites de operações fora das condições normais de
funcionamento, fazendo assim que se possa ter uma ação imediata para a correta verificação e ação
corretiva do equipamento. Nesse sentido, alguns códigos comuns são mostrados nesse instrumento
como forma de alerta, são eles:
➢ “E0” piscando – Erro no sensor 1 de controle;
➢ “IA” piscando – Alarme externo (A4 = 1) (+A7);
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➢ “LO” piscando – Alarme de baixa temperatura (AL) (Ad);


➢ “HI” piscando – Alarme de alta temperatura (AH) (Ad);
➢ “EF” “EE” piscando – Erro na aquisição de dados. Contatar a fábrica.
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2. METODOLOGIA DE SELEÇÃO DE EXPOSITORES REFRIGERADOS

Um expositor refrigerado é ideal quando desejamos armazenar diversos tipos de


alimentos, produtos lácteos ou bebidas que necessitam do controle de sua temperatura. Por ser
versátil, esse equipamento é usado em diversos modelos de estabelecimentos como bares,
supermercados, restaurantes, entre outros. Existem alguns critérios para escolher o expositor
adequado para cada situação. A seleção de um expositor é um compromisso entre os critérios
estabelecidos pela comerciante que deseja adquiri-lo e o design energeticamente eficiente
desejado pelo engenheiro.
Para que um grande supermercado dê lucro, três fatores devem ser combinados; preço,
merchandising e pessoas empregadas. Destes o merchandising e o número de pessoas
empregadas têm o maior efeito sobre os lucros, assim o objetivo é vender tantos produtos quanto
possível através de um bom merchandising com o menor número de funcionários.
Merchandising é definido como a exibição de produtos de forma atraente que vai incentivar os
clientes a comprar os produtos. Essa mesma definição é o que muitas vezes leva a um conflito
entre o engenheiro de refrigeração e o comerciante. Relata-se que aproximadamente metade da
conta de energia de um supermercado é contabilizado por refrigeração, além disso, tem-se que
os melhores expositores de merchandising consomem mais energia. Por exemplo, uma vitrine
aberta consome o dobro da quantidade de eletricidade do que uma idêntica, mas com portas.
As perdas de energia podem ser reduzidas ao conter o fluxo de ar refrigerado dentro do
gabinete pelo uso de portas de vidro ou tiras de plástico transparente. Embora esses métodos
sejam eficazes, alguns comerciantes relutam em instalá-los, pois colocam uma barreira entre o
produto e o cliente. Estatisticamente, colocando tiras plásticas transparentes sobre a abertura do
o caso vertical resulta em uma queda de 40% nas vendas. Um método que tem sido utilizado
nos últimos anos na tentativa de reduzir a carga de refrigeração é a instalação de persianas
noturnas. Estas persianas são usadas apenas fora do horário comercial e retraem completamente
durante o dia permitindo ao cliente livre acesso ao expositor. À noite, as cortinas cobrem as
aberturas do expositor totalmente, reduzindo os ganhos de calor.
Antes de selecionar expositores de alimentos é preciso considerar o seguinte: O QUE
será exibido; ONDE o expositor será posicionado e COMO criar uma exibição atraente. O
merchandising associado a como criar uma exibição atraente já foi discutido anteriormente.
Dependendo do que será exposto, prateleiras que sejam ajustáveis e removíveis para
acomodar uma variedade de tamanhos de embalagem são preferíveis. Além disso, para manter
a exibição cheia e fresca, as prateleiras devem ser ajustadas para corresponder à altura da
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embalagem do produto. Isso evita lacunas de espaço entre as prateleiras que prejudicam a
apresentação.
No momento da instalação, é2 muito importante levar em consideração o
posicionamento do expositor em relação às paredes, tetos, aberturas de ventilação, janelas e
outros equipamentos que descarregam ar quente. Uma regra geral é descrita a seguir e ilustrada
na Figura 11:
➢ Fique a 5ft de distância de uma janela externa.

A luz solar direta aumenta a carga de calor na parte frontal do expositor, resultando no
aumento de trabalho do sistema de refrigeração e uma possível condensação.

➢ Permaneça a 10ft de distância das aberturas de ventilação.

O sopro de ar na parte frontal do expositor interrompe a cortina de ar e faz com que a


temperatura do produto aumente. Em expositores com portas de vidro, soprar no vidro frontal
causa condensação.

➢ Posicione o monitor a 15ft de distância das portas externas.

As correntes de ar das portas externas também interrompem a cortina de ar, permitindo


que o ar quente penetre no interior, o que, por sua vez, afeta a temperatura do produto.
21

Figura 11: Recomendações de posicionamento.

Fonte: Quick Reference Guide, 2020.

O nível de ruído deve ser considerado. Os projetos de construção de hoje não permitem
muita absorção de ruído, no entanto, as novas tecnologias de compressores reduziram
significativamente os níveis de ruído. Especificar a refrigeração remota eliminará
completamente o ruído do compressor, mas ainda haverá ruído dos ventiladores do evaporador.
Se necessário, é possível a instalação de mantas que cobrem o compressor para reduzir ainda
mais o ruído.

Outro fator fundamental na hora de escolher um expositor é a faixa de temperatura que


o equipamento opera, ou seja, qual a temperatura máxima e mínima que esse produto irá atingir.
Esta característica é importante porque está intimamente ligada com quais produtos (bebidas,
sorvetes, frutas, etc.) desejamos armazenar, de tal maneira que a qualidade dos produtos seja
conservada ou tenha sua diminuição atrasada ou ainda o cliente esteja satisfeito com o estado
do produto. Logo, os diferentes itens precisam ser armazenados de acordo com as
recomendações dos distribuidores. Quando possível, os itens são armazenados numa mesma
categoria. Vale ressaltar que, segundo Fellows (2006, p. 401), alterações indesejadas em
determinadas frutas e hortaliças ocorrem quando a temperatura é reduzida abaixo de um valor
específico ideal para cada fruta. Isto é conhecido como lesão pelo frio e causa diversas
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alterações fisiológicas como o escurecimento interno ou externo, problemas no


amadurecimento e manchas na casca, através disto podemos identificar a importância de um
controle adequado da temperatura para determinados alimentos. Em seguida, na Tabela 1,
temos alguns produtos, com os tempos de armazenamento (dias) de acordo com a temperatura
(Cᵒ) e umidade relativa (%), e na Figura 12 apresenta-se a estimativa do tempo de exposição de
diversos alimentos em função da temperatura.

Tabela 1 - Alimentos e o tempo de armazenagem.

Tempo de
Alimento Temperatura (Cᵒ) Umidade Relativa (%) armazenagem
(Dias)
Banana 11 – 15,5 85 - 95 7 - 10
Feijão 7 90 - 95 7 - 10
Cenoura 0 98 -100 28 - 42
Alface 0-1 95 - 100 14 - 20
Batata 3 - 10 90 - 95 150 - 240
Tomate 4 - 10 85 - 90 4-7
Melancia 4 - 10 80 - 90 14 - 20

Fonte: Adaptado de FELLOWS (2006).

Em supermercados, por exemplo, vários tipos de produtos como refrigerantes, cervejas,


bolos, derivados de leite, entre outros, são comercializados e em grande quantidade, por isso
deve-se optar por expositores verticais e horizontais de grande capacidade. Os expositores
horizontais são comumente encontrados em supermercados com o objetivo de conservar
congelados. Já os verticais são bastante usados no armazenamento de bebidas, vegetais,
derivados do leite, entre outros.
23

Figura 12 - Estimativa do tempo de exposição de diversos alimentos em função da temperatura.

Fonte: Adaptado de STOECKER (2002).

Onde (1) frango, (2) peixe, (3) carne, (4) banana, (5) laranja, (6) maçã, (7) ovos e (8)
maçã armazenada em atmosfera controlada.
24

Abaixo podemos ver modelos de expositores que podem ser aplicados em


supermercados, por exemplo, o Expositor Vertical GCVC-45BR com Porta da empresa
Gelopar, ideal para manter bebidas, produtos e lacticínios resfriados no espectro de
temperaturas entre 0ᵒC e 7ᵒC. Custando cerca de R$ 5.290,00 e com capacidade de 414L é um
produto feito para funcionar em situações climáticas de até 32°C e umidade relativa do ar de
65%.
Figura 13 - Expositor refrigerado vertical GCVC-45BR.

Fonte: Gelopar.

Este outro modelo (GSTO-1300PR), também da Gelopar é um expositor refrigerado


horizontal aberto que apresenta a temperatura de trabalho ajustável, assim, funciona de 3ᵒC a
8ᵒC para bebidas e de 5ᵒC a 10ᵒC para frutas e verduras. Possui degelo automático, gaveta
coletora de água do degelo, cortina noturna de PVC micro perfurado, entre outros elementos e
custa cerca de R$ 18.490,00.
25

Figura 14 - Expositor refrigerado horizontal GSTO-1300PR.

Fonte: Gelopar.

Um exemplo de uma ilha de congelados (expositor horizontal) é o modelo GESV-290C


da Gelopar com dupla ação, serve para congelar e refrigerar, que custa por volta de R$
10.890,00. Tem 827 litros de capacidade bruta e o espectro de temperatura é regulável entre -
16°C a -20°C para congelados e 0°C a +7°C para resfriados.

Figura 15 - Expositor refrigerado horizontal GSTO-1300PR.

Fonte: Gelopar.
26

3. MANUTENÇÃO E LIMPEZA DE EXPOSITORES REFRIGERADOS

Quanto a limpeza dos expositores verticais e horizontais é conveniente mencionar que


cada equipamento/instalação de refrigeração possui particularidades. Os valores de manutenção
de equipamentos relacionados a sistemas de refrigeração são menores do que os valores para
consertar ou adquirir um novo aparelho, assim é preferível optar por manutenções preventivas
quando possível para evitar maiores gastos e problemas na execução das atividades. Um
expositor refrigerado necessita de serviços como o carregamento de fluido refrigerante, a
substituição de lâmpadas, limpeza do condensador, entre outros serviços.
É importante seguir as recomendações com os cuidados que o fabricante menciona,
contudo vale ressaltar que dependendo do ambiente em que se encontra, pode haver a
necessidade de tratamentos mais frequentes. Analisando especificamente o expositor vertical
EXPM 330, a fabricante VENAX apresenta uma série de cuidados com a limpeza do
equipamento, abaixo estão listadas algumas medidas:
➢ Antes de executar a limpeza do produto, devemos desligá-lo para proteger o produto e
quem irá fazer o processo.
➢ As partes internas e externas da expositora cervejeira devem ser limpas com um pano
umedecido com água e sabão neutro.
➢ A gaxeta (borracha) da porta deve ser limpa cuidadosamente com sabão neutro e água
morna, depois deve ocorrer o enxágue e a secagem.
➢ Deve-se evitar o uso de substância cáusticas, bicarbonatos ou elementos abrasivos para
não danificar os componentes do expositor. Após a limpeza o equipamento precisa ser
secado.
➢ A fabricante recomenda que a higienização e limpeza interna da cervejeira seja feita a
cada 30 diais, para evitar o odor interno e o entupimento do dreno.

Além da parte de limpeza e higienização, ainda é possível encontrar no manual do


produto tabelas que relacionam problemas que o equipamento pode apresentar com suas causas
e possíveis soluções, a seguir apresentamos estas tabelas:
27

Tabela 2 - Problemas, causas e possíveis soluções.

PROBLEMA CAUSA SOLUÇÃO


Falta de energia elétrica. Verifique o fusível ou o
disjuntor (chave geral elétrica).
Veja também se o plugue está
Expositora cervejeira conectado à tomada.
não liga. Tensão muito baixa (isto pode ser Instale um estabilizador
notado pelas oscilações de automático de voltagem com
luminosidade das lâmpadas da casa potência mínima de 1.500
ou estabelecimento comercial). Watts.
Tomada com defeito.
Plugue desconectado. Ligue outro aparelho na tomada
para verificar. Troque a tomada,
Expositora cervejeira caso seja necessário. Conecte-o.
não liga. Cabo de alimentação danificado. Chame o serviço autorizado
para substituir o cabo de
alimentação.
Excesso de carga ou má distribuição Faça uma redistribuição da
das garrafas. carga, evitando excesso de
garrafas.
Mesmo com poucas garrafas Verifique em qual receita sua
A expositora armazenadas não atinge a temperatura expositora está regulada, veja
cervejeira não de conservação. item “Seletor de temperatura”.
refrigera Excesso de abertura de porta. Evite abrir a porta
satisfatoriamente. desnecessariamente.
Expositora instalada incorretamente. Seguir as instruções de
Temperatura alta. instalação do fabricante.
Evaporador com excesso de gelo e Desligue a expositora e faça um
garrafas em alta temperatura devido degelo manual com a porta
ao excesso de abertura de porta. aberta, após 1 hora ligue-a
novamente.

Fonte: VENAX.
28

Tabela 3 - Problemas, causas e possíveis soluções.

PROBLEMA CAUSA SOLUÇÃO


Umidade relativa do ar muito alta. Se a umidade relativa do ar for
superior a 65%, poderá ocorrer
à formação de umidade na parte
Umidade externa. externa da expositora.
Vapores gerados na cozinha. Evite que a expositora fique
próxima a panelas com
fervuras, por exemplo.
Umidade relativa do ar muito alta. Se a umidade relativa do ar for
superior a 65%, poderá ocorrer
Umidade interna. à formação de umidade na parte
interna da expositora com
abertura excessiva de porta.
Temperatura ambiente acima de 32°C Respeite as instruções de
Expositora cervejeira e carregamento excessivo. instalação e a capacidade de
não desliga. armazenamento, veja tabela de
características das expositoras.
Lâmpada mal encaixada ou Desligue o expositor da tomada
Lâmpada não acende. queimada. e verifique o encaixe da
lâmpada junto aos suportes ou
troque-a se estiver queimada.
Produto exposto a temperatura acima Respeite as medidas e o local de
Deformação do tanque de 70°c, exposto ao sol ou reflexos instalação conforme o manual
interno. solares. de instruções.

Fonte: VENAX.

Além dos cuidados específicos para cada equipamento, seja um expositor vertical,
horizontal ou freezer, temos procedimentos que se aplicam a vários equipamentos
refrigeradores, por exemplo, cuidados relacionados a borracha da porta, principalmente se o
equipamento for usado em alguma região do país que é bastante seca. A falta de umidade no ar
pode ter efeito nas borrachas que vedam seu refrigerador, tornando necessária a troca deste
elemento devido a condição ressecada e de descolamento.
29

Quanto ao condensador, é de extrema importância a limpeza desta peça, o intervalo para


executar este procedimento pode ser mensal ou semanal (depende da localização). O acúmulo
de resíduos no condensador prejudica a passagem do ar, as trocas térmicas e pode gerar
problemas ao compressor. Geralmente é indicado que se o equipamento for permanecer algum
tempo sem utilização, devemos desligá-lo, aplicar o descongelamento e depois enxugar o
mesmo.
Outro elemento importante dos sistemas de refrigeração é o evaporador, o
funcionamento adequado deste componente evita a formação excessiva de gelo, por exemplo.
Um evaporador não em conformidade pode gerar placas de gelo que afetam o sistema
refrigerado e comprometem os produtos armazenados, além de afetarem a eficiência do ciclo
de refrigeração e aumentar o gasto energético do aparelho.
A carga de gás é outro fator importante para o funcionamento adequado dos expositores
refrigerados. Por isso é necessário ter conhecimento do tipo e da quantidade de fluído
refrigerante adotada pelo fabricante. A recarga de gás pode ser feita usando uma balança e um
cilindro receptor de carga ou ainda um cilindro de carga com escala graduada. Vale ressaltar
que a quantidade adequada de fluido deve ser respeitada, do contrário o equipamento não
funcionará da maneira correta.
Segundo a EMBRACO, que é uma empresa referência na produção de compressores
para sistemas de refrigeração, caso seja necessário a substituição do compressor precisamos
seguir alguns passos listados abaixo:
➢ Efetuar o desligamento do compressor, pois o não desligamento do compressor da rede
elétrica durante os processos de manutenção pode provocar acidentes com eletricidade
e fogo.
➢ O compressor só deve ser removido após a retirada de todo o fluido refrigerante do
sistema. Recomenda-se o uso de uma máquina recolhedora de fluido. Para fluidos
inflamáveis é preciso garantir a remoção de pequenos acúmulos de fluido refrigerante
do sistema.
➢ É necessário sempre utilizar um cortador de tubos para desconectar os tubos do
compressor. Em nenhuma hipótese devemos utilizar a chama do maçarico para a
desconexão dos tubos do compressor. Porque a utilização de maçarico para desconexão
de compressores que utilizam fluido refrigerante inflamável pode causar chamas e gerar
vapores tóxicos.
➢ Caso ocorra a queima do compressor e/ou contaminação interna do sistema, devemos
realizar a limpeza das tubulações com um solvente adequado aplicado conforme as
30

orientações técnicas do fabricante do solvente para evitar possíveis riscos de incêndio e


intoxicação.
➢ Antes de ligar um compressor é necessário se certificar que a rede elétrica está de acordo
com as necessidades do equipamento, do contrário o compressor pode gerar curto-
circuito, vazamento de gás, geração de chamas, entre outros fatores.

Outra informação conveniente é que a abertura frequente das portas dos refrigeradores
faz com que o compressor trabalhe mais tempo, o que eleva o consumo de energia. É importante
também averiguar se ruídos e o nível de óleo do compressor estão em conformidade com o
indicado pelo fabricante.

4. DESENVOLVIMENTO
Para facilitar a compressão acerca do tema proposto foi decidido realizar um estudo de caso
sobre um expositor vertical do tipo cervejeira para uma determinada aplicação. Onde será visto
se a capacidade de refrigeração teórica está de acordo com manual. Deste modo, utilizou-se a
metodologia do cálculo de carga térmica para avaliar se a capacidade de refrigeração da
cervejeira está de acordo com a situação hipotética escolhida pelo grupo.

4.1 Aplicação proposta


Refrigeração de 378 latas de cerveja de 350ml, em um expositor vertical, que
corresponde a capacidade total do equipamento escolhido.

4.2 Escolha do equipamento

O equipamento escolhido foi expositor vertical do tipo cervejeira da marca VENAX e


modelo EXPM 330, conforme Figura 16.
31

Figura 16- Cervejeira EXPM 330.

Fonte: VENAX. Manual de instruções.

4.3 Coleta de dados técnicos

Após consultar o manual do equipamento e as literaturas da área de refrigeração, chegou-


se aos seguintes dados técnicos, Tabela 4.

Tabela 4 – Dados técnicos do expositor escolhido.

Dados Descrição
Dimensões (LxPxA) 600x650x1850 (mm)
Tensão 127 V ou 220V
Frequência 60Hz
Potência 260 W
Isolamento Térmico Poliuretano
Compressor EM 65 HHR, EMBRACON
• Refrigerante R134a
• Referência comercial: ‘1/6+ HP
• Capacidade de refrigeração: 765
W
32

Evaporador Modelo aletado, Serraff:


• Geometria Visa Classic
• Capacidade 272 W
• Fluido refrigerante R134a
• Ventilador 25 W
Dispositivo de expansão Tubo Capilar

Controle de temperatura Controlador Digital


Volume interno Volume Total de 330 L
Capacidade de carga 120 garrafas de 600ml; 60 garrafas de
1L; 168 garrafas de 355ml; 378 latas de
350ml; 294 latas de 473ml;
Temperatura de trabalho De -8°C a 6°C
Iluminação 2,88 W
Fonte: VENAX. Manual de instruções.

4.4 Condições gerais do projeto.

Na estimação da temperatura e umidade relativa da cidade de Belém, foi consultado o site


Climate-Data, onde foi considerado a média das máximas temperaturas anuais de cada mês,
assim como valores de umidade relativa para as condições externas a cervejeira, onde foi
admitido que está localizada em ambiente interno de um bar, sem paredes expostas à luz solar.

Considerou-se a temperatura externa 𝑇𝑒 = 31,55°𝐶 , a umidade relativa do ar como 𝜑 =


90% e a seleção de temperatura P2 do equipamento, Figura 17, sendo o espaço refrigerado com
temperaturas variando de -6°C a -2°C. Vale ressaltar que o fluxo de produtos será a capacidade
do refrigerador.
33

Figura 17 – Faixa de temperatura do manual.

Fonte: VENAX. Manual de instruções.

O revestimento do equipamento é de Poliuretano e considerou-se a espessura de 30mm,


com uma Condutividade térmica, 𝑘 = 0,016 𝐾𝑐𝑎𝑙/𝑚. ℎ. °𝐶 , o que equivale a 𝑘 = 0,018608
W/mK. Considerou-se o Coeficiente global de transferência de calor teórico como 𝑈 =
0,383 W/m²K. A superfície da parede pode ser calculada como as dimensões do equipamento
descrita na coleta de dados técnicos, sendo estas Dimensões (LxPxA) = 600x650x1850 (mm),
como se trata de um prisma, a sua área superficial será de:

𝐴𝑆 = 2 . 650 . 600 + 2 . 650 . 1850 + 2 . 600 . 1850 (𝑚𝑚2 ) = 5,405𝑚2

4.4.1 Isolamento térmico

A seguir pode-se observar uma tabela a respeito das propriedades de diversos materiais
utilizados para revestimento térmicos em diversas aplicações, Figura 18.

Figura 18 - Valores de isolamento térmico.

Fonte: Características das Telhas Termoacústicas - Zare Engenharia.


34

4.4.2 Tamanho das Câmaras e superfícies

Selecionou-se 378 latas de 350ml para refrigerar, desta forma as Latas de 350ml Padrão
amplamente utilizadas possuem diâmetro de 52 mm e o corpo de 66 mm, altura de 114 mm:

Figura 19 – Dimensões da lata.

Fonte: RB soluções em embalagens.

𝐴𝑙𝑎𝑡𝑎𝑠 = 350 𝑥 207𝑚𝑚 𝑥 114𝑚𝑚 = 8,2593𝑚2

Os cálculos para o projeto foram feitos com as seguintes condições, conforme a


necessidade de conservação dos alimentos estudados, (OLIVEIRA, 1995), a proposta inicial e
conforme as condições do ambiente, Tabela 5.

Tabela 5 - Condições para conservação da cerveja.

PRODUTOS 𝒄𝒑 (𝒌𝑱⁄𝒌𝒈℃) 𝒄𝒑𝒄𝒐𝒏𝒈 (𝒌𝑱⁄𝒌𝒈℃) 𝑻𝒆 (℃) 𝑻𝒊 (℃)


Cerveja 4,18 - 31,55 −5°𝐶
35

4.5 Cálculo da carga térmica

O cálculo de carga térmica foi elaborado levando em consideração que a porta será
aberta diversas vezes durante o dia inteiro.

4.5.1 Transmissão de calor pelas paredes

É a parcela de carga térmica extraída pelas paredes da câmara por condução devido a
diferença de temperatura entre o espaço refrigerado e o exterior, uma vez que não existe
isolamento perfeito.

𝑄̇𝑡 = 𝑈𝐴𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 (𝑇𝑒 − 𝑇𝑖 )

𝑊
𝑄̇𝑡 = 0,383 . 5,405𝑚2 (304,7 − 268,15°𝐾) = 75,6627 𝑊
𝑚2 𝐾
4.5.2 Carga do Produto

A carga do produto corresponde a parcela de carga térmica referente a diferença de


temperatura entre o produto e o ambiente interno da Cervejeira, pode ser composta por calor
sensível de resfriamento, calor latente de congelamento e calor sensível após o congelamento.

No cálculo da cerveja, foram utilizados os dados das propriedades da água nas condições
do ambiente, pois a cerveja contém entre 90-95% de água (CARDOSO, 2018), 𝜌 =
955 𝑘𝑔⁄𝑚3 , logo, 𝑚 = 350 × 0,00035𝑚3 × 955 𝑘𝑔⁄𝑚3 = 116,9875𝑘𝑔, também foi
considerado que a cerveja só troca calor por calor sensível de resfriamento, pois ela não
congelará.

𝑄𝑐𝑒𝑟𝑣𝑒𝑗𝑎 = 𝑚𝑐𝑝 (𝑇𝑒 − 𝑇𝑖 )

𝐽
𝑄𝑐𝑒𝑟𝑣𝑒𝑗𝑎 = 116,9875𝑘𝑔 .4186.798 (304,7 − 268,15°𝐾)
𝑘𝑔. 𝐾

17559438,66
𝑄𝑐𝑒𝑟𝑣𝑒𝑗𝑎 = 𝐽/𝑠 = 203,23𝑊
3600𝑠
24ℎ ×
1ℎ

4.5.3 Carga Térmica da Embalagem


36

Como a análise de carga térmica neste trabalho baseia-se em um alto fluxo de produtos,
deve ser dado importância a Carga térmica gerada pela refrigeração das embalagens, assim
como a bebida. Logo, as propriedades termodinâmicas (analisando a partir do fluxo diário
estabelecido na problemática do projeto e 𝑇𝑒 = 31,55℃) e a carga térmica das latas comuns de
alumínio: 𝑐𝑝 = 908,5356 𝐽⁄𝑘𝑔℃. Como a superfície das Latas correspondem a um total de
8,2593𝑚2 , sua massa total será de:

𝑚 = 5,075 𝑘𝑔 (Aproximadamente 14,5𝑔 por lata).

𝑚𝑐𝑝 (𝑇𝑒 − 𝑇𝑖 ) 5,075 𝑘𝑔 . 908,5356 𝐽⁄𝑘𝑔 . (304,7 − 268,15°𝐾)


𝑄̇𝑒𝑚 = = =
3600𝑠 3600𝑠
18ℎ 24ℎ
1ℎ 1ℎ

𝑄̇𝑒𝑚 = 1,95 𝑊

4.5.4 Carga Térmica por Infiltração de Ar

Corresponde a carga térmica devido a infiltração de ar no interior da câmara, tendo em


vista o número de abertura de portas em um período de 24h de funcionamento. Utilizou-se a
variável 𝑛 para indicar o numero de trocas de ar pela porta e V o volume de ar. Pela tabela
temos que ℎ𝑒 = 116,748 𝑘𝐽⁄𝑚3 𝑒 ℎ𝑖 = −0,84 𝑘𝐽⁄𝑚3.

𝑉𝑛(ℎ𝑒 − ℎ𝑖 ) 0,7215𝑚3 . 100 . (116,748 + 0,84) 𝑘𝐽⁄𝑚3


𝑄̇𝑎 = =
3600𝑠 3600𝑠
24ℎ 24ℎ
1ℎ 1ℎ

𝑄̇𝑎 = 196,388𝑊
37

Figura 20 -Entalpia do ar úmido.

4.5.5 Carga Térmica por Iluminação

O cálculo da carga térmica por iluminação leva em conta a energia emitida pelas
lâmpadas e o tempo de duração dessas em um intervalo de 24h. Para esta análise, foi
considerado um valor padrão de energia emita pelas lâmpadas, de acordo com o manual, de
𝑊𝑖 = 2,88𝑊, um tempo de iluminação de 𝑑𝑡0 = 45𝑚𝑖𝑛 = 2700𝑠.

𝑊𝑖 𝐴𝑝 𝑑𝑡0 2,88 𝑊. 2700 𝑠


𝑄̇𝑖 = = = 0,09 𝑊
3600𝑠 3600𝑠
24ℎ × 24ℎ ×
1ℎ 1ℎ
38

4.5.6 Carga Térmica Total

Tabela 6 – Carga térmica total.

Carga Térmica pela parede 𝟕𝟓, 𝟔𝟔𝟐𝟕 𝑾


Carga Térmica do produto 203,23𝑊
Carga Térmica Embalagem 1,95 𝑊
Carga Térmica por Infiltração de Ar 196,388 𝑊
Carga Térmica iluminação 0,09 𝑊
Total 477,3207𝑊

A carga térmica total da cervejeira foi calculada para um funcionamento de 24h por dia
da unidade evaporadora. Considerando um alto fluxo de mercadoria, os valores encontrados
devem ter um acréscimo de 10% como fator de segurança para que os componentes do ciclo
sejam bem dimensionados, desta forma podemos afirmar que a carga do projeto será de:

Tabela 7 – Carga térmica de projeto.

W 477,3207 525,05277
Btu/h 1629,64 1792,600786
Kcal/h 410,4003379 451,4403716

4.6 Comentários

Nesse sentindo, após comparar a carga térmica da aplicação desejada com a do expositor
escolhido pode-se afirmar que está de acordo com sua utilização. Visto que, o compressor
selecionado EM 65 HHR da marca Embracon, Figura 6, está em concordância com nossa
aplicação, pois para temperaturas de -5°C a 0°C ele possui uma capacidade de refrigeração de
1617 a 1986,7 (btu/h), onde este compressor possui a capacidade total de refrigeração de até
2615 btu/h e corrente de 1,91A. Vale ressaltar que todos esses valores foram retirados do
manual do equipamento.
39

Figura 21 – Compressor EM 65 HHR.

Fonte: Capital refrigeração.

Figura 22 – Recorte do manual.

Fonte: Embraco.
40

REFERÊNCIAS

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the influence of air flows. Doktorsavhandlingar vid Chalmers Tekniska Hogskola.

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VENDA DE CERVEJA ARMAZENADA EM BARRIS.

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FELLOWS, P.J. Tecnologia do processamento de alimentos: princípios e prática. Edição 2.
Porto Alegre: Artmed, 2006.

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APLICAÇÃO A INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS FRIGORÍFICOS, 2004.

Gelopar. Catálogo de produtos, expositores verticais. Disponível em: EXPOSITOR


VERTICAL | Mídia Refrigeração (midiarefrigeracao.com.br). Acesso em: janeiro de 2022.

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REFRIGERAÇÃO, Gelopar. Refrigerador Vertical. Paraná, 3 fev. 2019. Manual.


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STOECKER, W.F; SAIZ JABARDO, J.M. Refrigeração Industrial. Edição 2. São Paulo:
Editora Edgard Blucher LTDA, 2002.

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2022.

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