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Motores Térmicos

8º Semestre 4º ano
26. Ciclo Ideal de Turbina a Gás
 Ciclos Abertos

 Ciclos Fechados

 Ciclo de Brayton com Regeneração

 Ciclo de Brayton a volume constante

 Ciclo de Brayton com arrefecimento intermédio,


reaquecimento e regeneração

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26.1 Funcionamento
Numa turbina à gás, o gás pressurizado gira a turbina. Em
todas as turbinas a gás modernas, a própria turbina produz
o seu gás pressurizado, isto é feito através da queima de um
combustível que pode ser propano, gás natural, querosene
ou combustível para aviação (JET A1). O aquecimento
proveniente da queima do combustível expande o ar, e a
alta velocidade deste gás quente gira a turbina.

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26.2 O Ciclo de Brayton
O ciclo de Brayton foi proposto
por George Brayton para o uso
no motor alternativo a óleo que
criou, cerca de 1870. Hoje em dia
é apenas utilizado em turbinas
em que a compressão e a George A. Brayton
(1803–April 21, 1880)
expansão ocorrem em máquinas
rotativas.
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26.2.1 Ciclo aberto de turbina
a gás

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26.2.2 Ciclo fechado de turbina a gás

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26.2.3 Diagramas P-v e T-s para o ciclo
Ideal de Brayton

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26.3.4 Rendimento Térmico do Ciclo de
Brayton
qadm  qsai   wadm  wsai   hsaida  hentrada (26.1)

As transferências de calor de e para o fluído são:

qadm  h3  h2  cP T3  T2 
(26.2)
qsai  h4  h1  cP T4  T1 

O rendimento térmico de um ciclo Brayton baseado nas


hipóteses de ar padrão é:

wliquido qsai c T  T  T T T  1
t , Brayton   1  1 P 4 1  1 1 4 1 (26.3)
qadm qadm cP T3  T2  T2 T3 T2  1

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26.3.4 Rendimento Térmico do Ciclo de
Brayton
Os processos 1-2 e 3-4 são isentrópicos, sendo P2 = P3 e P4 = P1,
assim: k 1 k k 1 k
T2  P2   P3  T3
       (26.4)
T1  P1   P4  T4
Substituindo estas equações na equação do rendimento térmico
e simplificando, obtém-se:

1 (26.5)
t , Brayton  1 
 k 1 k
P2
Onde: 
P1
é a relação de pressões e k o coeficiente politrópico do
fluído
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26.3.4 Rendimento Térmico do ciclo de
Brayton em função da relação de pressão

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26.3.4 Rendimento Térmico do Ciclo
real de Brayton
Da análise da Expressão (26.5) segue que o rendimento térmico do
ciclo de Brayton padrão é só função da relação das pressões β e não
depende das temperaturas do ciclo.
As transformações do ciclo real ocorrem com perdas de energia em
todos os componentes da instalação. Avaliando-se as
irreversibilidades da compressão e da expansão pelos rendimentos
internos respectivos ricom e ritr e em conformidade com o ciclo no
diagrama T-S, obtém-se :

T2  T1   ricom T2 real  T1  (26.6)


e

T3  T4 real   ritr (T3  T4 ) (26.7)

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26.3.4 Rendimento Térmico do Ciclo real
de Brayton

Designando a razão das temperaturas extremas


como  = T3 / T1 e introduzindo as grandezas 
= ricom· riturb·  e  = [1 + ricom ( - 1)] o
rendimento térmico do ciclo real determina-se da
expressão :

 
 1   k 1

 1  
      k 
k 1 
  k    (26.8)
t   
k 1
  k

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26.3.4 Rendimento Térmico do Ciclo real
de Brayton
Da análise da Expressão 26.8

t3= 1200oC
segue que o rendimento do
ηt
0,3 ciclo de Brayton real, depende
t3= 1000oC
0,2 da razão das pressões
t3= 850oC
0,1
máximas, da razão das

0 ricom = ritr = 0,85 t3= 750oC temperaturas máximas e dos


0 4 8 12 16 20 24
 rendimentos relativos internos
do compressor e da turbina

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26.4 Ralação de trabalhos
Nas centrais térmicas com turbinas a gás, a relação entre o
trabalho do compressor e o da turbina, que denomina-se
relação dos trabalhos é muito grande (60-80%).

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26.4.1 Trabalho mínimo de compressão
O trabalho de compressão
mínimo só pode ser obtido numa
T 3
transformação isotérmica. O ciclo
P=ct
Q1 e com compressão isotérmica é
2
apresentado no diagrama T-S na
Q2´
4 figura. Neste ciclo o calor retira-
1
Q2"
se do fluído motor no processo
S isobárico 4-1 e no processo de
compressão isotérmica 1-2

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26.4.1 Trabalho mínimo de compressão
q2  Cp T4  T1   RT1 ln  P2 P1  (26.9)

A quantidade de calor fornecido é de


: (26.10)
q1  Cp T3  T2 
O rendimento térmico da instalação será:

C p .(T4  T1 )  R.T1. ln( P2 / P1 )


t  1  (26.11)
C p .(T3  T2 )
Designando
T3 V3
   (grau de expansão prévia) e tomando em conta (26.12)
T2 V2 que:
P2 (26.13)

P1
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26.4.1 O trabalho de compressão
mínimo
o rendimento térmico passa a ser:

 k 1 
 k 1 / k  ln   1  
 k  (26.14)
t  1 
 ( k 1) / k (  1)

O rendimento máximo determina-se de:


ln  (26.15)
 máx  1
 1
t

A condição deste máximo corresponde a:

k /( k 1) (26.16)


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26.5 Ciclo da Turbina com fornecimento
de Calor a Volume Constante
7
4 6 Compressor 1
Depósito 2
5
10 Válvula de ar 3
3
Válvula de combustível 4
1
8 9 Válvula de escape 5
Bocal 6
Ignição por centelha 7
Bomba de combustível 8
2
Pás de trabalho da turbina 9
Gerador eléctrico 10

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26.5 Ciclo da Turbina com fornecimento
de Calor a Volume Constante

P Q1
3 T
3
Q1

S = cte
V = cte
2 4
2
P = cte
4
1 Q2
1 Q2

V S

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26.5 Ciclo da Turbina com fornecimento
de Calor a Volume Constante
Da apresentação do ciclo nos diagramas P-V e T-S segue que
as quantidades de calor fornecido e rejeitado no ciclo podem
ser calculadas de:

q1 = cv (T3 – T2) (26.17)

q2 = Cp (T4 – T1) (26.18)

e o rendimento térmico do ciclo é dado de:

q2 T T
vt  1   1  k. 4 1 (26.19)
q1 T3  T2

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26.5 Ciclo da Turbina com fornecimento
de Calor a Volume Constante

Utilizando como características do ciclo o grau de aumento


da pressão na transformação adiabática

P2 (26.20)

P1
e o grau de aumento da pressão na transformação isocórica

P3
 (26.21)
P2

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26.5 Ciclo da Turbina com fornecimento
de Calor a Volume Constante

e exprimindo as temperaturas do ciclo através da temperatura


inicial T1 e características  e  vem que:

 k k
(26.22)
 1 k
t
v
k 1

 k
 (  1)

Da análise da Expressão (26.22) segue que com o aumento


k,  e  o rendimento térmico do ciclo aumenta.

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26.5.1 Comparação dos Ciclos a Volume
e a Pressão Constantes

Tmax=cte
T 3V 3P Tmax=cte 3
T
V=cte V=cte
TV1e
f
TP1e
TP1e f TV1e
2P 4
f 6 f

2 P=ct 4 TP 2V P=ct TV2ef


2e
e f e =TP2ef
TV2e
f
1
1
S S

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26.5.1 Comparação dos Ciclos a Volume
e a Pressão Constantes
Considerando os ciclos às mesmas temperaturas máximas e
os mesmos graus de aumento da pressão , vê-se que a
temperatura média efectiva do fornecimento de calor no ciclo
sob V = cte é mais alta no ciclo sob P = cte .

TV1ef > TP1ef (26.23)

e pelo contrário para as temperaturas médias efectivas de


rejeição de calor:

TV2ef < TP2ef (26.24)

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26.5.1 Comparação dos Ciclos a Volume
e a Pressão Constantes

Portanto, nestas condições Vt >Pt (26.25)

Se nos ciclos comparativos quantidade de calor rejeitado q2,


mantiver-se constante e a comparação realizar-se às
mesmas temperaturas máximas. É evidente, que neste
caso: TP1ef >TV1ef e TP2ef = TV2ef (26.26)

donde segue que: Vt < Pt (26.27)

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26.5.1 Comparação dos Ciclos a Volume
e a Pressão Constantes
Apesar de algumas vantagens na eficácia termodinâmica
do ciclo com fornecimento de calor sob volume
constante é raro encontrar-se na prática. Isto acontece
pelo carácter intermitente do fornecimento de gás à
turbina e ao baixo valor de rendimento absoluto, por
causa de irreversibilidade interna. Além disso a
instalação tem construção mais complexa.

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26.5.2 Desenvolvimento das turbinas a
gás
 Aumento da temperatura de admissão ou de queima da turbina

 A temperatura tem aumentado de 540ºC (nos anos 40) até


1425ºC(actualmente)

 Aumento do rendimento dos equipamentos

 Houve uma grande melhoria no projecto termodinâmico das turbinas e


compressores com a introdução da informática.

 Modificação do ciclo básico

 O ciclo básico foi modificado com a introdução de arrefecimento


intermédio, regeneração e reaquecimento.

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26.6 Ciclo de Brayton com Regeneração
Nas turbinas a gás a temperatura dos gases de escape é
geralmente bastante superior que a temperatura de
saída do compressor, pelo que o ar a alta pressão que
sai do compressor pode ser aquecido por transferência
de calor dos gases de escape num permutador de calor
em contracorrente denominado regenerador ou
recuperador.

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26.6.1 Turbina a gás com regeneração

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26.6.2 Diagrama T-s de um ciclo
de Brayton com regeneração

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26.7 Efectividade
qregen,real  h5  h2
(26.28)
qregen,maxl  h5'  h2  h4  h2

A medida da aproximação entre um regenerador real e um


ideal denomina-se efectividade ε, sendo definida por:

qregen,real h5  h2
  (26.29)
qregen,max h4  h2

Quando se utiliza a hipótese do ar frio padrão, reduz-se:

T5  T2 (26.30)

T4  T2

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26.7 Rendimento Térmico do Ciclo de
Brayton com Regeneração
A quantidade de calor absorvido pelo ar comprimido é igual a
quantidade de calor retirado dos gases de escape, pois,
cp (T5 -T2) = cp (T4 -T6)
ou (26.31)
cp(T'5 -T2) = cp (T4n -T'6)
É evidente que no caso em que T5 = T4 tem-se ε = 1 e a regeneração
será completa e no caso do ciclo sem regeneração ε = 0 e quando
T'5 < T4 a regeneração será incompleta.
O calor fornecido e rejeitado no ciclo regenerativo são
respectivamente:
q1 = cp (T3 -T5) = cp [T3 -T2 -  (T4 -T2)]
(26.32)
q2 = cp (T6 -T1) = cp [T4 -T1 -  (T4-T2)]

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26.7 Rendimento Térmico do Ciclo de
Brayton com Regeneração

A utilização de um dispositivo de elevada efectividade não


pode ser justificado economicamente, a menos que a
poupança dos custos de combustível exceda os custos
adicionais envolvidos.

Com base na hipótese do ar frio padrão, o rendimento


térmico do ciclo de Brayton com regeneração e dado por:

 T1 
 1      
 1  k 1 k
 (26.33)
 T3 
t ,regen

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26.7 Rendimento térmico de um ciclo de
Brayton com e sem regeneração

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26.7.1 Ciclo de Brayton com arrefecimento
intermédio, reaquecimento e regeneração

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26.7.1 Ciclo de Brayton com arrefecimento
intermédio, reaquecimento e regeneração
O trabalho fornecido a um compressor de dois
estágios é minimizado quando se mantêm relações
de pressão iguais em cada estágio, este
procedimento também aumenta o trabalho
debitado pela turbina. Para um funcionamento
óptimo tem-se:

P2 P4 P6 P8
 e  (26.34)
P1 P3 P7 P9
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26.7.1 Ciclo de Brayton com arrefecimento
intermédio, reaquecimento e regeneração

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26.7.1 Ciclo de Brayton com arrefecimento
intermédio, reaquecimento e regeneração

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26.7.1 Ciclo de Brayton com arrefecimento
intermédio, reaquecimento e regeneração

Considerando instalações reais, a análise do ciclo faz-se


tomando em conta a irreversibilidade, em particular
introduzindo as noções dos rendimentos relativos dos
elementos da instalação.
Seja ritr , ric e m respectivamente os rendimentos
relativos internos da turbina, do compressor e o rendimento
mecânico. Os trabalhos teóricos da turbina e do compressor
designamos por lctr e lccom.

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26.7.1 Ciclo de Brayton com arrefecimento
intermédio, reaquecimento e regeneração

Então os trabalhos reais são:


• Desenvolvido pela turbina (trabalho interno)

l  l 
i
tr tr
c
tr
ri (26.35)

• Absorvido pelo compressor (trabalho interno)

li
com
l com
c  com
ri (26.36)
• Trabalho útil efectivo
util
lefe  
 litr  licom m
(26.37)
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