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ACADEMIA MILITAR “MARECHAL SAMORA

MACHEL”

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA E COMUNICAÇÕES

ENGENHARIA MECÂNICA DE AUTOS E BLINDADOS

2º Ano

ELTON LUCAS CHICUMA

GUILHEME EBENEZER NHANALE

HENRIQUE JORGE MIGUEL

ISSUMALGY ESMAEL BASSOPA

TRATAMENTO TÉRMICO DAS LIGAS FERRO-


CARBONO

Nampula
2021
ELTON LUCAS CHICUMA

GUILHEME EBENEZER NHANALE

HENRIQUE JORGE MIGUEL

ISSUMALGY ESMAEL BASSOPA

TRATAMENTO TÉRMICO DAS LIGAS FERRO-CARBONO

Trabalho de investigação coletiva, elaborado por estudantes


do curso de Engenharia Mecânica de Autos e Blindados na

cadeira de Tecnologia de Metais, apresentado ao docente:

Tenente-Coronel Saíde

Nampula

2021
Índice

1. Introdução.............................................................................................................4

1.1. Contextualização...............................................................................................4

1.2. Importância........................................................................................................4

1.3. Objetivos...........................................................................................................4

1.3.1. Objetivo Geral............................................................................................4

1.3.2. Objetivos Específicos.................................................................................4

2. Tratamento Térmico das ligas Ferro-Carbono......................................................5

2.1. Transformações no Aço durante o seu aquecimento e arrefecimento...............6

2.2. Recozimento e normalização do aço-carbono...................................................7

2.2.1. Recozimento subcrítico..............................................................................8

2.2.2. Recozimento pleno.....................................................................................9

2.2.3. Normalização............................................................................................10

2.3. Têmpera dos aços............................................................................................11

2.3.1. Escolha da temperatura de têmpera.............................................................12

2.3.2. Velocidade de Arrefecimento......................................................................12

2.3.3. Cuidados no Resfriamento.......................................................................13

2.3.4. Profundidade de têmpera.............................................................................13

2.3.5. Técnicas de têmpera dos aços...................................................................14

2.4. Revenimento dos aços.....................................................................................17

2.5. Tratamento pelo frio........................................................................................18

1
2.6. Deficiências do tratamento térmico, causas que as originam e métodos de
prevenção 19

2.7. Tratamento térmico da gusa cinzenta..............................................................20

2.8. Tratamento térmico da gusa branca................................................................21

2.9. Obtenção da gusa maleável.............................................................................21

3. Conclusões..........................................................................................................23

4. Referências Bibliográficas..................................................................................24

Índice de figuras

Fig. 1 Relação entre a dimensão do átomo de carbono e o interstício octaédrico (fonte:


(Vale, 2011)................................................................................................................................6

Fig. 2 Formas alotrópicas do ferro puro. fonte: (Vale, 2011).........................................7

Fig. 3 Disposição ideal dos grãos. Fonte: (Escola SENAI, 2000)..................................7

Fig. 4 Diagrama do recozimento subcrítico. Fonte: (Escola SENAI, 2000)...................8

Fig. 5Correcao de irregularidades a partir do recozimento pleno. Fonte: (Escola


SENAI, 2000).............................................................................................................................9

Fig. 6 Propriedades mecânicas dos aços recozidos. Fonte: (Vale, 2011).......................9

Fig. 7 Propriedades mecânicas e aplicaçoes de aços-carbono recozidos. Fonte: (Vale,


2011).........................................................................................................................................10

Fig. 8 Diagrama da normalização. Fonte: (Escola SENAI, 2000)................................11

Fig. 9 Propriedades mecânicas de aços-carbono normalizados. Fonte: (Vale, 2011)...11

Fig. 10 Temperatura ideal para a têmpera dos metais. Fonte: (Vale, 2011).................12

2
Fig. 11 Efeito da velocidade de resfriamento sobre a microestrutura dos aços. Fonte:
(Favalessa, et al., 2006).............................................................................................................13

Fig. 12Têmpera superficial por chama no método estacionário com aquecimento e


arrefecimento. Fonte: (Vale, 2011)...........................................................................................15

Fig. 13 Têmpera superficial por chama no método progressivo. Fonte: (Vale, 2011). 15

Fig. 14Têmpera superficial por chama no método progressivo. Fonte: (Vale, 2011). .16

Fig. 15 Têmpera superficial por indução. Fonte: (Vale, 2011).....................................16

Fig. 16 Aplicação da têmpera à laser. (Vale, 2011)......................................................17

Fig. 17: Comportamento da dureza e da resistência ao choque (obtida em ensaio


Charpy) em função da temperatura de revenimento para um aço 1045 temperado. Fonte:
(Vale, 2011)..............................................................................................................................18

Fig. 18 Tratamento por austêmpera em função da Tempo, Temperatura,


Transformação. (Escola SENAI, 2000)....................................................................................19

Fig. 19Ferro fundido cinzento, com evidência das lamelas ou veios de grafita. Fonte
(Silva, Avanzi, Domingos, & Angelo, 2011)............................................................................21

3
1. Introdução
1.1. Contextualização

A engenharia mecânica tem a sua aplicação no uso de máquinas para a simplificação


na execução de tarefas que sem etas máquinas seriam difíceis, daí que a complexidade do
trabalho exige se tome em consideração a resistência das máquinas em causa. Deste modo
estas máquinas devem passar por tratamentos que as tornem resistentes as situações a eu serão
submetidas usando o tratamento térmico,

1.2. Importância

Este processo de preparo dos materiais é que determina quais serão as propriedades
finais de determinado material.

1.3. Objetivos
1.3.1. Objetivo Geral

Estudar o tratamento térmico em ligas de Ferro-Carbono.

1.3.2. Objetivos Específicos

 Classsificar os tipos de tratamento térmico aplicado nas ligas Ferro-Carbono;


 Caractererizar os processos de tratamento das ligas Ferro-Carbono;
 Conhecer os tipos de tratamento térmico usado nas ligas Ferro-Carbono.

4
2. Tratamento Térmico das ligas Ferro-Carbono

Tratamento térmico é o processo de aquecimento e resfriamento, em condições


controladas de ligas metálicas, ferrosas e não ferrosas, onde se objetiva modificar as suas
propriedades. Dessa forma obtém-se uma variedade de propriedades que permitem que as
ligas sejam adequadas a diversas aplicações, conseguindo-se tais efeitos com reduzidos gastos
financeiros. (Vale, 2011)

O tratamento térmico pode ser realizado a partir dos seguintes métodos:

a) Recozimento;
b) Normalizaçao;
c) Tempera e Revenido;
d) Esferiodizacao ou Coalescimento;
e) Solubilizaçao e Envelheciemnto.

Embora existam estas 7 maneiras, no presente trabalho serão apenas abordadas 4,


nomeadamente: Recozimento, normalização, tempera e revenimento.

O tratamento térmico pode ser executado basicamente, a partir de três fases principais:

a) Aquecimento;
b) Manutençao da temperatura;
c) Resfriamento.

O tratamento térmico imprime as seguintes características aos materiais que passam


por esse tipo de processo:

 Remoçao de tensoes internas;


 Aumrnto ou diminuicao da dureza;
 Aumento da resistencia mecânica;
 Melhoria da ductilidade;
 Melhoria da usinabilidade;
 Melhoria da resistencia ao desgaste;
 Melhoria da resistência à corrosao;
 Melhoria da resistência ao calor;
 Melhoria das propriedades eléctricas e magnéticas.
5
2.1. Transformações no Aço durante o seu aquecimento e arrefecimento

Os mais importantes empregos das transformações de fase do ferro encontram-se nas


ligas ferro-carbono. O carbono forma uma solução sólida intersticial com o ferro, isto é, os
átomos de carbono se colocam nos interstícios da estrutura cristalina do ferro. A consequência
prática desse tipo de solução é que teremos uma liga de baixo custo e com possibilidades de
uma grande variação nas propriedades dependendo do teor de carbono e do tratamento
térmico utilizado.

Fig. 1 Relação entre a dimensão do átomo de carbono e o interstício octaédrico (fonte:


(Vale, 2011)

Quando a solução ferro-carbono é formada, os átomos de carbono alocar-se-ão nos


interstícios octaédricos (pois ficam melhor acomodados), o que implica menor energia de
distorção. Percebe-se então que haverá menor solubilidade do carbono no ferro α do que no
ferro γ. No caso do ferro α, a solubilidade máxima do carbono é de aproximadamente 0,025%
em peso, a 727°C; já para o ferro δ, a solubilidade máxima é de 2,1% em peso, a 1148°C. A
seguir, na Fig. 2 são mostradas as células unitárias dos constituintes do ferro, de acordo com
a temperatura alcançada (Vale, 2011)
6
Fig. 2 Formas alotrópicas do
ferro puro. fonte: (Vale, 2011)

2.2. Recozimento e
normalização do aço-
carbono

O tratamento térmico de uma


peça pode ser feito no final ou
durante a sua fabricação pois
dependendo dos fins a que ela se
destina precisa-se corrigir a
irregularidade da estrutura metálica e reduzir as tensões internas que ela apresenta.

Uma estrutura macia, ideal para a usinagem do material, já caracteriza um bom


tratamento térmico. Os grãos devem apresentar uma disposição regular e uniforme. (Escola
SENAI, 2000)

Fig. 3 Disposição ideal dos grãos. Fonte: (Escola SENAI, 2000)

As tensões internas da estrutura do aço podem decorrer de que no processo de


solidificação, a região da superfície do aço se resfria com velocidade diferente da região do
núcleo. Essa diferença dá origem a grãos com formas também diferentes entre si, o que
provoca tensões na estrutura do aço. Na laminação, os grãos são comprimidos uns contra os
outros e apresentam aparência de grãos amassados. Em ambos os casos, isto é, na laminação e
7
no forjamento, os grãos deformados não têm a mesma resistência e as mesmas qualidades
mecânicas dos grãos normais.

O principal objetivo do recozimento é reduzir a dureza do aço, que pode ter sido
causada por tratamentos como: conformação a frio (encruamento), tratamentos térmicos de
endurecimento, processos de soldagem, fundição ou outros que geram endurecimento. (Silva,
Avanzi, Domingos, & Angelo, 2011)

2.2.1. Recozimento subcrítico

No recozimento, a peça é aquecida lentamente no forno até uma temperatura abaixo da


zona crítica, por volta de 570ºC a 670ºC, no caso de aços-carbono. Sendo um tratamento
subcrítico, a ferrita e a perlita não chegam a se transformar em austenita. Portanto, aliviam-se
as tensões sem alterar a estrutura do material.

Após um período que varia de uma a três horas, a partir do início do processo, o forno
é desligado e a peça é resfriada no próprio forno. Esse processo é conhecido como
recozimento subcrítico.

Fig. 4 Diagrama do recozimento subcrítico. Fonte: (Escola SENAI, 2000)

2.2.2. Recozimento pleno

Quando uma peça sai do processo inicial de fabricação - fundição, prensagem,


forjamento, laminação - terá de passar por outros processos mecânicos antes de ficar pronta.
Um eixo, por exemplo, precisa ser usinado, desbastado num torno, perfurado. O aço deve
estar macio para ser trabalhado. Por meio do recozimento pleno do aço é possível diminuir
sua dureza, aumentar a ductibilidade, melhorar a usinabilidade e ajustar o tamanho do grão.
8
Também são eliminadas as irregularidades resultantes de tratamento térmico ou mecânico,
sofridas anteriormente. (Escola SENAI, 2000)

Fig. 5Correção de irregularidades a partir do recozimento pleno. Fonte: (Escola


SENAI, 2000)

Fig. 6 Propriedades mecânicas dos aços recozidos. Fonte: (Vale, 2011)

9
Fig. 7 Propriedades mecânicas e aplicações de aços-carbono recozidos. Fonte: (Vale,
2011)

2.2.3. Normalização

A normalização consiste em refinar (diminuir) a granulação grosseira da peça, de


modo que os grãos fiquem numa faixa de tamanho considerada normal. No processo de
normalização, a peça é levada ao forno com temperatura acima da zona crítica, na faixa de
750ºC a 950ºC. O material se transforma em austenita. Depois de uma a três horas, o forno é
desligado. A peça é retirada e colocada numa bancada, para se resfriar. A estrutura final do
aço passa a apresentar grãos finos, distribuídos de forma homogênea. (Escola SENAI, 2000)

10
Fig. 8 Diagrama da normalização. Fonte: (Escola SENAI, 2000)

Fig. 9 Propriedades mecânicas de aços-carbono normalizados. Fonte: (Vale, 2011)

2.3. Têmpera dos aços

A têmpera é um processo de tratamento térmico do aço destinado à obtenção de


dureza. Uma têmpera feita corretamente possibilita vida longa à ferramenta, que não se
desgasta nem se deforma rapidamente.

Esse tratamento térmico é geralmente aplicado aos aços com percentagem igual ou
maior do que 0,4% de carbono. Consiste no aquecimento até sua completa austenetização
(temperatura acima da zona crítica), seguido de um resfriamento rápido. O resfriamento pode
ser na água, salmoura e até mesmo em óleo, que é o de menos severidade. A velocidade de
resfriamento, nessas condições, dependerá do tipo de aço, da forma e das dimensões das
peças. (Silva, Avanzi, Domingos, & Angelo, 2011)

11
Para o aço-carbono, a temperatura varia de 750º a 900ºC. A peça permanece nessa
temperatura o tempo necessário para se transformar em austenita. O que distingue essa forma
de tratamento é o seu processo de resfriamento. A peça é retirada do forno e mergulhada em
água. A temperatura cai de 850ºC para 20ºC. Quando a austenita é resfriada muito
rapidamente, não há tempo para que se transformar em ferrita, cementita ou perlita. A
austenita se transforma num novo constituinte do aço chamado martensita. (Escola SENAI,
2000)

O principal objetivo da têmpera é o aumento de dureza. Podem ocorrer também


tensões internas, que são eliminadas pelo tratamento térmico de revenimento. (Silva, Avanzi,
Domingos, & Angelo, 2011)

2.3.1. Escolha da temperatura de têmpera

A escolha da temperatura da têmpera vai de acordo com a sua percentagem de


carbono, como se pode observar na tabela a seguir:

Fig. 10 Temperatura ideal para a têmpera dos metais. Fonte: (Vale, 2011)

2.3.2. Velocidade de Arrefecimento

No tratamento térmico a velocidade de arrefecimento é definida pelo meio ao qual se


irá expor o metal a arrefecer. Para avaliar a influencia da velocidade de arrefecimento no
resultados da tempera (Favalessa, et al., 2006) realizou experiências laboratoriais das quais
obteve:
12
Fig. 11 Efeito da velocidade de resfriamento sobre a microestrutura dos aços. Fonte:
(Favalessa, et al., 2006)

Nota: A água usada está em movimento e a uma temperatura de 28º C.

A partir dos resultados apresentados na tabela anterior pode-se entender que a


velocidade de arrefecimento influencia no resultado obtido após a têmpera, assim, podemos
dizer após a austenização pode ocorrer:

 Resfriamento lento, resulta em Perlia+ferrita;


 Resfriamento moderado, resulta em Bainata;
 Resfriamento rápido, resulta em Martensita (Sofrendo reaquecimento obtem-se
Martensita revenida); (D'Oliveira)

2.3.3. Cuidados no Resfriamento

O resfriamento brusco provoca o que se chama de choque térmico, ou seja, o impacto


que o material sofre quando a temperatura a que está submetido varia de um momento para
outro, podendo provocar danos irreparáveis ao material. Mas o resfriamento brusco é
necessário à formação da martensita. Assim, dependendo da composição química do aço,
podemos resfriá-lo de forma menos severa, usando óleo ou jato de ar. (Escola SENAI, 2000)

2.3.4. Profundidade de têmpera

Se o núcleo dessas engrenagens não for tenaz e dúctil para suportar o esforço de
impacto, eles poderão trincar. (Vale, 2011) Esta tenacidade e ductilidade são definidos a partir

13
da qualidade da têmpera, isto é, a partir de uma têmpera feita em condições ideias para o
metal em causa.

2.3.5. Técnicas de têmpera dos aços

Em (Vale, 2011) são destacados 3 técnicas de têmpera, nomeadamente: Têmpera


superficial por chama (Flame Hardening), Têmpera por indução (Induction Hardening) e a
Têmpera superficial a LASER (Laser Beam Hardening).

a) Têmpera superficial por chama (Flame Hardening)


 O tratamento é aplicado, na maioria dos casos, a peças grandes ou de formato
complexo que não podem ser temperadas em forno de câmara ou em banho de
sal.
 Para melhores resultados faz-se antes a normalização, ficando a peça com
granulação fina e homogênea.
 O aquecimento se faz com maçarico oxiacetilênico com chama semicarburante,
ou seja, com leve excesso de acetileno.
 A temperatura deve ficar acima da zona crítica do material.
 Após o aquecimento, a peça é resfriada por jato d’água ou por imersão em
óleo.
 A olho nu distinguem-se as duas regiões em estudo após polimento e ataque
químico: a região temperada é escura e a não temperada é clara.
 Pode ser feita pelos métodos estacionário, progressivo ou combinado;

O método estacionário consiste em aplicar a chama na peça, até uma temperatura de


cerca de 800ºC. A chama move-se sobre a área que será endurecida. O resfriamento é
imediato na água ou no óleo. O processo é manual.

14
Fig. 12Têmpera superficial por chama no método estacionário com aquecimento e
arrefecimento. Fonte: (Vale, 2011)

No método progressivo, a peça se move, e o maçarico permanece fixo. O resfriamento


é feito logo após a chama ter aquecido a superfície da peça.

Fig. 13 Têmpera superficial por chama no método progressivo. Fonte: (Vale, 2011)

No método combinado, a peça e o maçarico movem-se simultaneamente. Esse método


requer o uso de máquinas ou dispositivos especiais. É aplicado, geralmente, em peças
cilíndricas e de grande tamanho. A dureza final obtida varia de 53 a 62 Rockwell C. A
espessura da camada endurecida pode atingir até 10 mm, dependendo da composição do aço e
da velocidade de deslocamento da chama.

15
Fig. 14Têmpera superficial por chama no método progressivo. Fonte: (Vale, 2011)

b) Têmpera por indução (Induction Hardening)

Nesse processo, a parte a ser endurecida é colocada no interior de uma bobina


submetida à passagem de corrente alternada. O campo energiza a peça, provocando seu
aquecimento.

Dependendo da frequência e da corrente, podem-se controlar a taxa e a profundidade


de aquecimento. Uma unidade para aquecimento indutivo compõe-se de um aparelho de alta
frequência e de uma bobina de trabalho. A bobina é feita de tubo fino de cobre, com uma ou
mais espiras, e toma a forma da área da peça que se deseja aquecer.

Fig. 15 Têmpera superficial por indução. Fonte: (Vale, 2011)

c) Endurecimento por laser (Laser Beam Hardening)

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Nesse tratamento superficial, as áreas selecionadas da peça são expostas ao laser e se
aquecem. Variando a potência do laser, a profundidade de absorção do calor pode ser
controlada. É um processo muito preciso e seletivo sobre áreas bem específicas. Além disso o
processo pode ser feito em alta velocidade, produzindo pouca distorção.

Fig. 16 Aplicação da têmpera à laser. (Vale, 2011)

2.4. Revenimento dos aços

Este método consiste no tratamento térmico após a têmpera, a temperaturas inferiores


às críticas, seguido de resfriamento lento, efetivando alívio de tensões. Tem como objetivos
aliviar ou remover as tensões adquiridas na têmpera e corrigir a dureza e a fragilidade da peça,
aumentando resistência, desgaste e tenacidade, minimizando os efeitos térmicos e mecânicos
provocados pelo cisalhamento da estrutura austenitizada.

A seguir apresenta-se a tabela da relação entre a temperatura e as propriedades


adquiridas pelo aço.

Características
Temperatura ( º C) Estrutura Dureza
moleculares
os carbonetos decresce de
martensita revenida
150 a 230 começam a 65 RC para 60-63
(escura, preta).
precipitar RC.
230 a 400 os carbonetos perlita fina decai de 62 RC para
continuam a (Troostita) 50 RC.
precipitar em forma
globular, invisíveis

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ao microscópio ótico
os carbonetos
crescem em cai de 50 RC para
400 a 500 sorbita.
glóbulos, visíveis ao 20-45 RC
microscópio ótico
os carbonetos
formam partículas
decai a valores
650 a 738 globulares visíveis Esferoidita
abaixo de 20 RC
ao microscópio
comum

Fig. 17: Comportamento da dureza e da resistência ao choque (obtida em ensaio


Charpy) em função da temperatura de revenimento para um aço 1045 temperado. Fonte:
(Vale, 2011)

2.5. Tratamento pelo frio

Esse tratamento é adequado a aços de alta temperabilidade (alto teor de carbono). A


peça é aquecida acima da zona crítica, por certo tempo, até que toda a estrutura se transforme

18
em austenita (posição 1). A seguir, é resfriada bruscamente em banho de sal fundido, com
temperatura entre 260ºC e 440ºC (posição 2). Permanece nessa temperatura por um tempo, até
que sejam cortadas as duas curvas (posição 3), ocorrendo transformação da austenita em
bainita. Em seguida, é resfriada ao ar livre (posição 4). A dureza da bainita é de,
aproximadamente, 50 Rockwell C e a dureza da martensita é de 65 a 67 Rockwell C.

Fig. 18 Tratamento por austêmpera em função da Tempo, Temperatura,


Transformação. (Escola SENAI, 2000)

2.6. Deficiências do tratamento térmico, causas que as originam e métodos de


prevenção

Em (Vale, 2011) consta que, em alguns aços podem apresentar certa fragilidade após
revenimento, principalmente quando a temperatura de tratamento é da ordem de 270ºC.

 O primeiro tipo de fragilidade que se verifica é a denominada Fragilidade Azul


que ocorre na faixa de temperatura de 230 a 370ºC. Em algumas classes de aço
há uma diminuição de tenacidade. Ocorre devido a uma rede de carbonetos
precipitados que envolvem as agulhas de martensita. Este tipo de fragilidade é

19
eliminado empregando aço com teor elevado de silício para inibir início da
precipitação de carbonetos;
 Outro tipo de fragilidade verificado na faixa de temperatura de 375/400ºC a
575/550ºC é a Fragilidade Krupp ou reversível, que ocorre quando o aço é
mantido por algum tempo ou resfriado lentamente nessa faixa de temperatura e
está relacionado com presença de impurezas segregadas próximas ao contorno
de grão na austenitização.
 A correção, em geral para esse tipo de problema ocorre com a aplicação de um
novo revenimento ou por sub-resfriamento.

2.7. Tratamento térmico da gusa cinzenta

O nome cinzento se deve à fratura ser de coloração escura, por causa da grafita. Sua
microestrutura apresenta grafita em forma de lamelas ou veios. Essa grafita pode atuar como
lubrificante natural durante a usinagem, além de proporcionar a quebra de cavacos tornando
algumas dessas ligas fáceis de usinar.

O ferro fundido cinzento apresenta propriedades tais como: dureza, boa usinabilidade
e capacidade de amortecer vibrações. Tem maior capacidade de amortecimento do que o aço
por causa dos veios de grafita, que, por não terem nenhuma resistência mecânica, funcionam
como vazios, o que permite a deformação plástica do material localizado ao redor deles. É
empregado em blocos e em cabeçote de motor, bases de máquinas etc. (Silva, Avanzi,
Domingos, & Angelo, 2011)

20
Fig. 19Ferro fundido cinzento, com evidência das lamelas ou veios de grafita. Fonte
(Silva, Avanzi, Domingos, & Angelo, 2011)

2.8. Tratamento térmico da gusa branca

O ferro fundido branco é formado no processo de solidificação, quando não ocorre a


formação da grafita e todo o carbono assume a forma de carboneto de ferro (cementita). Daí
sua cor clara. Para que isso aconteça, tanto os teores de carbono quanto os de silício devem
ser baixos, e a velocidade de resfriamento tem de ser maior. Nos ferros fundidos brancos
ligados, elementos como o cromo, o molibdênio e o vanádio funcionam como estabilizadores
dos carbonetos, aumentando a dureza. Uma das propriedades físicas do ferro fundido branco é
a dureza elevada, que o torna frágil, apesar de ser resistente ao desgaste, à abrasão e também à
compressão. Essas propriedades físicas permanecem inalteradas mesmo nas altas
temperaturas. Portanto, esse tipo de material é empregado em diversos equipamentos das
indústrias de transformação química, mecânica, que exigem fragmentação de partículas, e
também nos equipamentos destinados à agroindústria

2.9. Obtenção da gusa maleável

O ferro fundido maleável é produzido a partir de um ferro fundido branco submetido a


tratamento térmico, por várias horas. Esse tratamento torna as peças fabricadas com esse
material mais resistentes a choques e deformações. Dependendo das condições do tratamento
térmico, o ferro pode apresentar o núcleo preto ou branco.

21
É um material que tem as vantagens do aço e as do ferro fundido cinzento. Assim,
possui ao mesmo tempo alta resistência mecânica a elevada fluidez no estado líquido, o que
permite a produção de peças complexas e finas. (Silva, Avanzi, Domingos, & Angelo, 2011)

22
3. Conclusões

Tendo terminado o presente trabalho, pode-se dizer que:

 O tratamento termico r a fase mais importante na fabricaçao do metal pois e


nesta fase em que as propriedades destes são defenidas;
 O tipo de tratamento térmico a se aplicar depende do tipo de material em causa
e das propriedades que se pretendem obter com o tratamento;
 A realizacao de um tratamento sem a onservancia de oarâmetros pre
estabelecidos poprovocar a deformacao estreuturak da peca.

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4. Referências Bibliográficas

Boeira, A. P., & Beck, D. (2007). Tecnologia dos Materias. Passos Fundo-RS.

D'Oliveira, A. S. (s.d.). Tratamento térmico. UFPR.

Dutra, K. H., & Preitas, V. D. (2010). Tecnologia dos materias.

Escola SENAI. (2000). Tratamento térmico. Sao Paulo.

Favalessa, D., Filho, E. A., Pribal, G., Guisso, H., calixto, J. P., Grippa, J., & Wanderson De
Angeli, N. L. (2006). Tratamentos térmicos: Efeito da velocidade de resfriamento
sobre as microestruturas dos aços ABNT 1045. Aracruz: Revista Educaçao e
Tecnologia.

Silva, A. C., Avanzi, C., Domingos, D. B., & Angelo, E. (2011). Mecânica: Tecnologia dos
materiais e industrial. Sao Paulo, Brasil: Fundaçao Padre Anchieta.

Vale, A. R. (2011). Tratamento Térmico. Belém-PA: e-Tec Brasil.

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