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FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SOROCABA FATEC

Luiz Carlos Pereira da Silva

LABORATORIO TECNOLOGIA DE USINAGEM II -


DETERMINAÇÃO DO GRAU DE RECALQUE Rc

Sorocaba
2019
LABORATORIO TECNOLOGIA DE USINAGEM II -
DETERMINAÇÃO DO GRAU DE RECALQUE Rc

Curso: Fabricação Mecânica – Turma: 5º A


Professor: Odir Camargo
Aluno: Luiz Carlos Pereira da Silva

Sorocaba
2019
1. OBJETIVO

É realizar um ensaio de ensaio de usinabilidade de curta duração.

2. INTRODUÇÃO

Podemos definir usinabilidade como uma grandeza tecnológica que expressa por
meio de um valor numérico comparativo, um conjunto de propriedades de usinagem
de um material em relação a outro tomado como padrão, ou seja, o grau de
dificuldade de se usinar um determinado material.
Entende- se como propriedade de um material aquele que expressa o seu efeito
sobre grandezas mensuráveis, inerentes ao processo de usinagem dos materiais,
tais como: a vida da ferramenta, força de usinagem, acabamento superficial da peça,
temperatura de corte, a produtividade, as características do cavaco etc.
A usinagem portando não é uma grandeza específica de um dado material e sim um
conjunto de propriedades.

Existem diversos ensaios de curta duração utilizando outros critérios, tais como:
- Método da força de usinagem;
- Critério baseado no acabamento superficial;
- Método do comprimento usinado;
- Método de faceamento Brandsma;
- Método da pressão específica de corte;
- Métodos baseados nas características do cavaco, como o grau de recalque “RC”.

O objetivo desta prática é realizar um ensaio de curta duração. Para o ensaio


realizado,
serão determinados os graus de Recalque dos aços ABNT 1020 e ABNT 1045
utilizando-se várias velocidades de corte, objetivando verificar a influência deste
parâmetro sobre o cavaco.

3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

No procedimento experimento temos a seguinte formula para calcular o recalque:


Rc=h’
h
Onde:
Rc= É o recalque;
h’= (espessura real do cavaco) [mm];
h= (espessura teórica do cavaco) [mm]
Para o cálculo do “h” utilizamos a seguinte relação:
h=a*sen ᵪ [mm]
ou:

(Figura 1)

RELAÇÃO CINEMATICA

Correspondendo aos três planos, podem-se distinguir as três velocidades relativas:

-Velocidade de corte = Vc = π*Ø*n / 1000 [m/min]


-Velocidade de cisalhamento = Vz = Vc*cos γ / cos (φ – γ ) [m/min]
-Velocidade de saída do cavaco = Vca = Vc*sen φ/cos(φ-γ) [m/min]

onde : γ : ângulo de saída da ferramenta


φ : ângulo de cisalhamento
Para obtermos o ângulo de cisalhamento (φ) à partir do grau de recalque (Rc),
utilizamos a equação:

tg φ : cos γ / (Rc – sen γ)

Observação – Quanto maior o ângulo de cisalhamento (φ), maiores serão as


velocidades “Vca” e “Vz”.
3.1. EQUIPAMENTOS, MATERIAIS E MÉTODOS

 Máquina:
Tono ROMI Centur 30 D_CNC MACH 9
 Ferramenta:
- Suporte: PWLNR 25 25 M06
- Pastilha : WNMG060408 M03 TP 3000

 Instrumento de medição:
-Paquímetro Digital 150 mm -0,01 mm
 Material: Aço SAE 1020 e Aço SAE 1045

 Parâmetros de usinagem:
Para cada material usinaremos com:
Vc = 80 m/min; 120 m/min; 160 m/min; 200 m/min e 240 m/min.
Avanço: 0,20 mm/rot.
Profundidade de corte: 2,0 mm
-
-

Método: Para cada material e para cada Vc, tomamos cinco amostras de cavaco e
efetuamos as medidas de espessura (h’) e tiramos uma média aritmética.

3.2. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Para obter os dados de Grau de Recalque, Ângulo de cisalhamento, Velocidade de


cisalhamento e Velocidade de saída do cavaco foi utilizado o Excel.

Logo após ser usinada a amostra de Aço SAE 1020,com os parâmetros de


usinagem mencionados acima, obtivemos os seguintes resultados:

Material: Aço SAE 1020

Vc h'1 h'2 h'3 h'4 h'5 h' Média Rc

80 0,56 0,60 0,60 0,57 0,68 0,6020 3,0218

120 0,49 0,47 0,47 0,45 0,43 0,4620 2,3190

160 0,45 0,43 0,48 0,45 0,46 0,4540 2,2789

200 0,46 0,44 0,42 0,42 0,42 0,4320 2,1685

240 0,42 0,41 0,44 0,42 0,39 0,4160 2,0881


Material : Aço SAE 1045

Vc h'1 h'2 h'3 h'4 h'5 h' Média Rc

80 0,5 0,52 0,50 0,49 0,52 0,5060 2,5399

120 0,41 0,39 0,45 0,41 0,46 0,4240 2,1283

160 0,49 0,48 0,47 0,42 0,42 0,4560 2,2889

200 0,41 0,43 0,46 0,45 0,45 0,4400 2,2086

240 0,44 0,44 0,45 0,45 0,46 0,4480 2,2488

GRAU DE RECALQUE X VELOCIDADE DE CORTE


3.5

3.0 3.0218
GRAU DE RECALQUE

2.5 2.5399
2.2789
2.3190 2.2889 2.1685 2.2488
2.2086
2.1283 2.0881 SAE 1020
2.0
SAE 1045

1.5

1.0

0.5

0.0
80 120 160 200 240

5. CÁLCULO DO ÂNGULO DE CISALHAMENTO:


Onde:
𝛾= Ângulo de saída da ferramenta conforme no catálogo de fabricante SECO
TOOLS (ANEXO 1).
𝜙=Ângulo de cisalhamento.
Para obtermos o ângulo de cisalhamento (𝜙)a partir do grau de recalque (𝑅𝐶).
Cosγ
tg𝜙=
(RC −Senγ )

Aço SAE 1020 Aço SAE 1045

Vc Rc tgɸ ɸ Vc Rc tgɸ ɸ
80 3,0218 0,2467 19,12° 80 2,5399 0,4178 22,67°
12 12
0 2,3190 0,4612 24,76° 0 2,1283 0,5066 26,86°
16 16
0 2,2789 0,4701 25,15° 0 2,2889 0,4678 25,07°
20 20
0 2,1685 0,4963 26,39° 0 2,2086 0,4864 25,94°
24 24
0 2,0881 0,5173 27,35° 0 2,2488 0,4769 25,5
6. RELAÇÕES CINEMÁTICAS:

π .ϕ.n
Velocidade de Corte:𝑉C = (m/min)
1000
Vc .Cosγ
Velocidade de cisalhamento:𝑉𝑧= (m/min)
cos( ϕ−γ )
V c . Senϕ
Velocidade do cavaco:𝑉𝑐𝑎= (m/min)
cos( ϕ−γ )

Aço SAE 1020 Aço SAE 1045

Vc Vz Vca Vc V Vca
z
80 79,3254 15,4193 80 80,1877 15,5869

1 12
2 80,8505 15,7157 0 80,2431 15,8688
0
1 16
6 80,9874 15,7423 0 80,9589 15,7368
0
2 20
0 81,4508 15,8324 0 81,2776 15,7987
0
2 24
4 81,8397 15,9080 0 81,1113 15,7669
0
VZ x VC
82.5

82
VELOCIDADE DE CISALHAMENTO 81.84
81.45
81.5 81.28
80.99
80.96 81.11
81 80.85

80.5 1020
80.19
80.24 1045
80

79.5
79.33
79

78.5

78
80 120 160 200 240

4. CONCLUSÃO

Concluímos que de acordo com os resultados obtidos, podemos observar as


variações no grau de recalque, isso se deve a vários fatores como, as condições da
máquina, condições de usinagem, a ferramenta e também o material a ser usinado.
Pode se notar que quanto mais se aumenta a velocidade de corte, mais se
diminui a grau de recalque.
5. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

Figura 1 Disponível em:

Catálogo SECO para torneamento: Site: <www.secotools.com.br>

FERRARESI, Dino. Fundamentos da Usinagem dos Metais. 11ª ed, 12ª reimp.
Edgard Blucher, 2006.

Catálogo SECO para torneamento: Site: <www.secotools.com.br>


ANEXOS

ANEXO 1
ANEXO 2

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