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Tecnologia dos materiais
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS
ÍNDICE
MOTIVAÇÃO......................................................................................... 5
OBJECTIVOS ........................................................................................ 6
INTRODUÇÃO ....................................................................................... 7
1. OS MATERIAIS .................................................................................. 9
1.1. ÁTOMO .................................................................................. 11
1.2. PRÓTÃO ................................................................................. 12
1.3. NEUTRÃO ............................................................................... 12
1.4. ELECTRÃO .............................................................................. 13
1.5. TABELA PERIÓDICA ................................................................. 15
1.6. CLASSIFICAÇÕES DOS ELEMENTOS ........................................... 20
1.6.1. Metais Alcalinos ............................................................................. 22
1.6.1.1. Reacções dos metais alcalinos ............................................... 22
1.6.2. Halogéneos .................................................................................... 23
1.6.2.1. Reacção de formação dos halogenetos: ................................ 23
1.6.3. Gases nobres, raros ou inertes ...................................................... 23
2. METAIS ......................................................................................... 26
3. METAIS FERROSOS......................................................................... 27
3.1. O FERRO................................................................................ 27
3.1.1. Propriedades Químicas do Ferro ................................................... 28
3.1.2. Propriedades Físicas do Ferro ....................................................... 31
3.1.3. Diagramas de fase.......................................................................... 32
3.1.4. Aplicações ...................................................................................... 33
3.2. O AÇO ................................................................................... 34
3.2.1. Fabrico do Aço ............................................................................... 35
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Unidade didáctica 3
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS
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Unidade didáctica 3
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS
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Unidade didáctica 3
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS
MOTIVAÇÃO
Neste estudo feito pela ciência dos materiais, entra também as forças que estão
aplicadas ao material e que modificam, tanto as suas propriedades como a sua
estrutura. Vamos ver que ao longo do tempo as forças a que os materiais estão
sujeitos irão limitar o seu desempenho e torna-se importante criar processos
para que os possamos preservar, aumentando assim o seu tempo de duração.
Iremos iniciar o estudo a partir de agora, esperamos que estejas preparado para
esta etapa!
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Unidade didáctica 3
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS
OBJECTIVOS
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Unidade didáctica 3
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS
INTRODUÇÃO
Como o nome indica esta ciência no fundo não é uma mas sim duas ciências, a
física e a química. A física permite-nos estudar as áreas da termodinâmica e da
mecânica quântica e química. A físico-química é a disciplina que estuda propri-
edades físicas e químicas das matérias. No fundo são as transformações que os
materiais sofrem ou pelo meio envolvente a eles ou pela sua interacção com
outros materiais.
Por exemplo, ao aquecermos uma porção de água para fazermos um chá, neste
caso estamos a alterar fisicamente a água, aumentado a temperatura a que se
encontrava. Esta ciência tem os conhecimentos necessários para estudarmos
as mudanças ocorridas como no processo que vimos agora. Estas mudanças
podem ser de temperatura, volume, pressão ou trabalho. Os materiais ao sofre-
rem estas mudanças nas suas propriedades, podem também modificar os seus
estados consoante as suas características. Existem três estados físicos relacio-
nados com as interacções das moléculas e átomos das matérias: são eles o
estado sólido, o líquido e o gasoso.
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Áreas da físico-química:
Termoquímica;
Química quântica;
Mecânica estatística;
Electroquímica;
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1. OS MATERIAIS
Uma das ciências mais importantes na mudança dos estados das matérias é a
termodinâmica. Esta ciência pode ser mesmo definida como a ciência da ener-
gia, é ela que estuda as mudanças na temperatura, pressão e volume. Da pró-
pria palavra podemos tirar a sua definição, se dividirmos em duas palavras, ter-
mo está ligada ao calor, que por sua vez leva-nos para a energia dinâmica, que
está ligada ao movimento. Então se juntarmos a definição das duas palavras,
ficamos como movimentos de calor ou movimentos de energia se preferirmos.
Assim já sabemos que a termodinâmica estuda os movimentos da energia sofri-
dos pelos corpos.
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Unidade didáctica 3
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS
A mecânica quântica é muito útil, pois permite obter informações sobre as des-
crições dos fenómenos físicos, esta informação é chamada de quantização, a
sua quantidade característica é conhecida por constante de Planck. Esta cons-
tante é definida em termos de momento angular e serve por exemplo para
quantificar a energia de um electrão na órbita de um núcleo.
O que vimos até agora é tudo processos e teorias relacionadas com a ciência
dos materiais relativamente à alteração dos estados dos corpos. O estado com
que lidamos mais é o estado sólido, qualquer ferramenta como uma chave de
fendas ou um tubo de plástico encontram-se no estado sólido. Neste estado
encontramos duas divisões, enquanto sólidos (iónicos, covalentes e metálicos) e
quanto às suas propriedades físico-químicas (metais, polímeros, compósitos e
cerâmicas).
Já falámos em matéria, mas não vimos o que ela realmente representa. A maté-
ria está ligada à estrutura dos corpos, podemos também dizer que está na mas-
sa dos corpos, e está sujeita à inércia, ou seja, a movimentar-se por entre o
corpo. É ela que dá forma aos materiais como os vemos, constituída por partí-
culas microscópicas com massa não-nula, como é o exemplo dos átomos. Os
átomos existem na constituição de todos os corpos e são eles que determinam
a estrutura de ligação. Temos ainda a uma escala inferior aos átomos os elec-
trões, os neutrões e os protões.
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Unidade didáctica 3
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1.1. ÁTOMO
No século XIX, através dos estudos feitos pelo físico John Dalton em 1808, con-
siderou-se que a matéria era constituída por partículas todas iguais e que se
repetiam pela estrutura da própria matéria, também conhecidas por unidades de
estrutura. Se virmos o exemplo da água, verificamos que independente do es-
tado físico, a unidade da estrutura da água repete-se ao longo da estrutura na
água. Na unidade de estrutura da água encontramos o cloro, verificamos que as
unidades são diferentes umas das outras e que assim podemos distinguir a
água do cloro.
O que é o átomo?
Já sabemos que cada elemento químico que existe na estrutura dos corpos faz-
se representar por um átomo diferente ou por grupos de átomos.
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Os átomos podem ligar-se entre si tanto com átomos iguais com átomos dife-
rentes. São estas ligações que nós conhecemos por moléculas. Estas ligações
diferenciam os elementos químicos através do número de protões, este número
é chamado de número atómico. O átomo está sujeito a perder ou a ganhar elec-
trões nas diferentes ligações, isto faz com que deixe de ter carga eléctrica neu-
tra e ao electrão perdido ao ganho chamamos de ião (se for positivo é catião e
se for negativo é anião).
1.2. PRÓTÃO
O protão é uma das partículas que forma o átomo e que está na constituição do
núcleo de qualquer elemento. A sua carga eléctrica é positiva na ordem dos 1,6
x 10−19 Coulombs e possui massa inferior à do neutrão na ordem dos 1,6 x 10−27
kg. Mas é conhecido por ter uma massa relativa de +1 e carga eléctrica relativa
de +1.
1.3. NEUTRÃO
O neutrão tal como o protão é a outra partícula que forma o átomo e que faz
parte da constituição do seu núcleo. É possível calcular o número de neutrões
que um determinado átomo possui fazendo a subtracção entre o número de
massa (A) e o número atómico (Z).
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1.4. ELECTRÃO
O electrão foi descoberto pelo físico Joseph Thomson em 1897 e como já vimos
é uma partícula que circula em volta do núcleo. Possui uma carga negativa (e-) e
é devido a ele que se criam os campos eléctricos e magnéticos. Com base nas
suas experiências, Thomson determinou que a massa dos electrões era equiva-
lente à dos protões e que a distribuição destes pelos protões garantiam o equi-
líbrio eléctrico ao não serem repelidos. Thomson criou então um modelo atómi-
co (Modelo Atómico de Thomson) que consistia numa esfera maciça de carga
eléctrica positiva e igual número de cargas negativas, assim os electrões tinham
apenas um movimento e garantia o equilíbrio do átomo. Mesmo que a maioria
dos electrões que existem na constituição dos átomos desloquem-se com o
mesmo movimento, existem alguns que se deslocam pela matéria independen-
temente. Também existem outros que deslocam-se juntos formando um feixe
de electrões no vácuo. É o movimento dos electrões que dá origem à carga es-
tática (electricidade estática).
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Figura 1. Átomo
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Assim:
Ou seja,
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C
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Fórmula Geral:
A=Z+N ou N=A-Z
Para calcular a massa molecular somamos as massas atómicas dos átomos que
formam a matéria. Este processo é feito através da espectrometria da massa,
em que a massa da molécula é representada apenas pelos isótopos mais co-
muns dos átomos que a constituem.
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Unidade didáctica 3
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Os períodos são:
(1ª) Camada K - n = 1s
(2ª) Camada L - n = 2s (subníveis s, p)
(3ª) Camada M - n = 3s (subníveis s, p, d)
(4ª) Camada N - n = 4s (subníveis s, p, d, f)
(5ª) Camada O - n = 5s (subníveis s, p, d, f, g)
(6ª) Camada P - n = 6s (subníveis s, p, d, f, g, h)
(7ª) Camada Q - n = 7s (subníveis s, p, d, f, g, h, i)
1s
2s 2p
3s 3p 3d
4s 4p 4d 4f
5s 5p 5d 5f
6s 6p 6d
7s 7p
1s 2s 2p 3s 3p 4s 3d 4p 5s 4d 5p 6s 4f 5d 6p 7s 5f 6d…
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2s 3s 3p 6s 6p
Subnível 1s 4s 4p 4d 4f 5s 5p 5d 5f 7s
2p 3d 6d
Máximo de electrões em
2 2+6 2+6+10 2+6+10+14 2+6+10+14 2+6+10 2
cada subnível
1 2 3 4 5 6 7
Nível
K L M N O P Q
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Vamos então ver de seguida alguns exemplos, assim como as suas característi-
cas e as reacções mais conhecidas.
Muito reactivos. Por isso, não se encontram isolados mas sim em com-
postos minerais ou dissolvidos na água do mar;
Têm tendência a formar iões monopositivos;
Reagem em contacto com o oxigénio do ar e com a água;
Devem ser guardados em parafina líquida ou petróleo;
As soluções aquosas resultantes das reacções destas substâncias com
a água são alcalinas.
Reacção do Lítio:
Reacção do sódio:
Reacção do potássio:
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1.6.2. HALOGÉNEOS
Os Halogéneos ocupam diversas posições de abundância na crosta terrestre.
São muito venenosos devido aos seus efeitos corrosivos sobre a pele e têm
como características:
Aparecem na natureza sob a forma de moléculas diatómicas (F2, Cl2,
Br2, I2);
Reagem facilmente com os metais alcalinos, formando halogenetos;
São mais solúveis no éter ou no óleo alimentar do que em água.
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Solução:
RESPONDE A - Hidróxido de sódio e hidrogénio
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2. METAIS
Já falámos anteriormente dos metais e vimos que eram substâncias sólidas. Na
sua maioria são bons condutores de calor e electricidade, tanto em estado sóli-
do como líquido (fundidos). Esta condutividade está directamente ligada à mobi-
lidade dos electrões na estrutura dos átomos. Os metais dividem-se em dois
grandes grupos:
Metais ferrosos;
Metais não-ferrosos.
Entre os metais não ferrosos, os que mais se utilizam isolados e em ligas são:
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3. METAIS FERROSOS
Quando falamos em metais ferrosos, pensamos logo no material ferro. Os me-
tais ferrosos são produzidos a partir de minérios onde o elemento químico ferro
encontra-se combinado especialmente com oxigénio. Os dois principais tipos
destes materiais são:
Ferro;
Aço.
3.1. O FERRO
A sua utilização vem dos tempos mais antigos mas não sabemos quando e como
se descobriu este material. Sabemos que antes de chegar à Europa veio do Ori-
ente e quando se começou a fabricar cada povo fabricava-o à sua maneira. Com
o avanço das tecnologias percebemos que os minérios de ferro seriam muito
úteis para a aplicação em estruturas de forma a endurecer outros materiais.
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Maleável (a quente);
Duro;
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Dúctil;
Reactivo (quando puro).
Quando o ferro entra em contacto com a água, muitas vezes até mesmo só pela
humidade presente no ar, dá origem à nossa conhecida ferrugem (Fe2O3 x H2O).
É a combinação entre o elemento químico ferro Fe2O3 com o elemento químico
água H2O. Esta é uma reacção química chamada de oxidação. Além de se oxi-
dar pela presença de água reage também em combinação com o ácido nítrico
(Fe2O3 x HNO3) em condições de temperatura elevada e oxigénio. Quando não
temos oxigénio nesta reacção e mantemos os ácidos produzimos os compostos
do ferro, tais como, ferro forjado e ferro macio. Estes compostos podem ser
classificados segundo o carbono existente na própria composição:
A cor do ferro deriva da sua densidade, no ferro forjado ela é prateada por ter
um valor na ordem dos 7,84 e no ferro macio ela é azulada por ter um valor de
7,78. Como já vimos o ferro é maleável, o que permite trabalhá-lo de forma a ser
aplicado ao nosso gosto. Este processo passa por fundir o ferro a 1500ºC e
depois trabalhá-lo com um martelo moldando-o. Entre os 1300 e os 1400ºC ele
solda-se e dá origem ao nosso conhecido ferro fundido. Temos dois tipos de
ferros fundidos:
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Tabela 1.
Símbolo Químico Fe
Número Atómico 26
Peso Atómico 55,845
Grupo da Tabela 8 (VIIIB)
Configuração Electrónica [Ar].3d6.4s2
Classificação Metal de Transição
Estado Físico Sólido (T=298K)
Cor Cinzenta-prateada ou cinzenta-azulada
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Tabela 2.
Tabela 3
1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª
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Características:
Formação de um cotovelo na temperatura de aproximadamente 500oC;
Próximo de 200oC existe uma isoterma que representa o início de
transformação martensítica (MS);
Para a transformação martensítica, não existe difusão de forma que es-
ta só dependente da temperatura.
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3.1.4. APLICAÇÕES
Vimos que o ferro era o metal que existia em maiores quantidades; isto torna-o
no mais barato e também no mais utilizado pelas propriedades que possui. Na
indústria moderna assume um papel muito importante pela sua relação resis-
tência/preço. Um dos compostos do ferro que utilizamos mais é o ferro fundido
existente nas ligas de aço.
Caixilharias;
Portões;
Grades;
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Recuperadores de Calor;
Radiadores;
Tornos mecânicos;
Peças variadas;
Máquinas e acessórios;
Postes de iluminação.
E aplicado em:
Ferramentas;
Pregos;
Parafusos;
Roscas e afins.
3.2. O AÇO
Prédios;
Pontes;
Centros comerciais;
Aeroportos;
Complexos desportivos;
Estações rodoviárias e ferroviárias.
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Como vimos, o aço é uma liga de ferro com uma percentagem reduzida de car-
bono. Na sua composição temos ferro e o carvão, podemos ainda ter outros
elementos dependendo das propriedades que queremos para a sua aplicação.
Estes elementos que lhe juntamos são chamados de impurezas e a classifica-
ção final do aço quanto à percentagem de carbono com que ficamos é:
Laminação a quente;
Laminação a frio.
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3.2.3. ALTO-FORNO
O alto-forno é composto por uma grande cavidade, que é formada por dois
troncos de cone, unidos através das bases maiores e é constituído por:
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Unidade didáctica 3
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Em seguida, os grânulos triturados seguem para uma grelha mecânica (telas) on-
de mistura uma camada protectora chamada sinter com os grânulos e faz a sua
mistura para que possa atravessar o forno e ficar incandescente, permitindo de-
terminar a aglutinação da superfície destes. Por fim segue para um esmagador
que o tritura (pedaços até 20 cm) e selecciona os grânulos não utilizáveis entre 6
e 7 mm. Efectuada esta selecção é transportado até ao arrefecedor, que efectua
o arrefecimento do sinter, permitindo o seu transporte. Antes de chegar ao alto-
forno faz-se ainda uma escolha dos pedaços com dimensões entre 25 e 100 mm.
A extracção do ferro não é nada mais, nada menos que uma reacção de redu-
ção criada pelo carbono. Este processo realiza-se por diferenças de temperatu-
ras, em que o minério do ferro é aquecido através do carvão (agente redutor) e
que se combina com o oxigénio e dá origem ao ferro metálico. Existem três zo-
nas de temperatura no alto-forno:
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Unidade didáctica 3
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS
3.2.5. GUSA
A gusa é obtida nos altos-fornos por oxidação das impurezas, quando passam
para os convertidores. Este ciclo passa pela formação das escórias, eliminando
o carbono que surge da fundição no ferro. Como vimos, as principais impurezas
que a gusa contém são o silício, enxofre, fósforo e o manganésio. O silício com
uma percentagem de 0,75% a 3,5% torna o ferro mais macio e compacto, uma
vez que torna mais dura a fundição. O enxofre, com uma percentagem de 2% a
3%, é das impurezas mais prejudiciais, uma vez que reduz a resistência do ferro
tornando-o difícil de soldar. Por sua vez o fósforo reduz a resistência tornando o
ferro quebradiço. O manganésio favorece a separação do enxofre e aumenta a
dureza e resistência do ferro.
O ferro que obtemos do alto-forno, traz algumas impurezas com ele, que são
prejudiciais. Existem vários processos para as podermos extrair, vamos ver de
seguida alguns deles.
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3.2.6.2.1. Indução
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3.2.6.2.3. Pudelagem
O mais importante elemento de liga no aço é o carbono. Este elemento tem for-
te influência nas propriedades do aço e devido a isto, poucos aços necessitam
de mais do que 1% de carbono. De acordo com a variação desta percentagem,
temos vários tipos de aço:
Aços-Carbono (são aços em que o carbono é o único elemento da liga
que importa e desprezamos os restantes elementos que estejam pre-
sentes);
Aços-Ligas (são aços com quantidades de outros elementos de ligas,
como por exemplo, alumínio ou níquel).
3.3.1. AÇOS-CARBONO
Aços com baixo teor de carbono (são aços macios e os que produzi-
mos com maior quantidade além de serem dúcteis e moldáveis, são
adequados para a soldagem; podem também ser tratados ao nível da
resistência);
Aços com teor médio de carbono (são aços que precisam de ser tem-
perados para resistir ao desgaste; usamos por exemplo em máquinas);
Aços com alto teor de carbono (são aços extremamente duros que
apresentam elevada percentagem de carbono);
Ferros fundidos (são compostos de ferro e carbono).
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Unidade didáctica 3
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3.3.2. AÇOS-LIGAS
Aços de liga fraca (são aços aplicados pela dureza e resistência que
admitem e contêm um total de 2% a 3% de elementos de liga, por
exemplo, o níquel ou o cobre);
Aços ligados (são aços que têm 2% a 5% de elementos de liga);
Aços altamente ligados (são aços utilizados em condições de desgaste
ou corrosão e têm 5% ou mais de elementos de liga);
Aços inoxidáveis (são aços com baixa percentagem de carbono e apre-
sentam boa resistência, boa ductilidade e resistência a qualquer tipo de
corrosão).
Os aços inoxidáveis são aços que resistem à corrosão. Isto deve-se ao facto de
ter uma pequena percentagem de carbono com um mínimo de 11% a 12% de
crómio, sendo o crómio que lhe confere a grande resistência à corrosão. Como
os aços inoxidáveis reagem facilmente com o meio ambiente, o crómio propor-
ciona-lhe uma camada fina de protecção em volta que o protege dos agentes
corrosivos. Outros elementos como o níquel ou o titânio permitem que seja utili-
zado nos mais variados produtos. A correcta escolha do aço inoxidável e do
acabamento da superfície assegura o tempo de vida útil do material.
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Austeníticos;
Ferríticos;
Martensíticos.
Aparência higiénica;
Acabamentos superficiais variados;
Baixo custo de manutenção;
Facilidade de limpeza / baixa rugosidade superficial;
Facilidade de soldagem;
Forte apelo visual;
Material 100% reciclável;
Material inerte (não modifica a cor, sabor ou aroma dos alimentos);
Resistência à corrosão;
Relação custo/benefício favorável.
Um dos factores mais importantes é o ambiente em que o metal vai ser instalado:
Acabamento superficial;
Facilidade de limpeza e manutenção;
Projecto (pormenorização construtiva);
Propriedades físicas e mecânicas do aço inoxidável;
Técnica construtiva.
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Unidade didáctica 3
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS
Alumínio;
Cobre;
Chumbo;
Crómio;
Estanho;
Magnésio;
Manganésio;
Mercúrio;
Níquel;
Ouro;
Platina;
Prata;
Titânio;
Zinco.
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4.1.1. ALUMÍNIO
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TECNOLOGIA DOS MATERIAIS
Em contacto com o aço, não sendo este protegido, a oxidação vai dar origem a
ferrugens e estas vão atacar o alumínio. Para evitarmos isto, devemos tratar o
aço através de uma zincagem ou pintura com pigmentos de zinco. Com aços
inoxidáveis que não são magnéticos, não produz nenhum ataque ao alumínio.
4.1.2. COBRE
O cobre é o metal logo a seguir ao ferro com maior utilização na indústria. Isto
deve-se à descoberta do estanho, que veio formar com o cobre a liga do bron-
ze, visto o bronze ser muito duro e resistente. É também um material com
abundância no Planeta.
Densidade de 8,85;
Duro e tenaz;
Extremamente dúctil e maleável;
Funde a 1080ºC;
Oxida em presença de ar atmosférico a temperaturas superiores a
500ºC (protegemos com uma camada de estanho);
Excelente condutor;
Tem um activo e desagradável cheiro quando esfregado com os dedos.
Por Via Seca (tratamos os minérios sulfurados em fornos, para que vo-
latilizem o enxofre e o arsénio, ficando uma mistura de sulfuretos);
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Unidade didáctica 3
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS
Aplicações do cobre:
4.1.3. CHUMBO
Características do chumbo:
Elevada densidade;
É muito maleável e facilmente soldável;
Funde a 327ºC;
Baixa resistência à tracção;
Elevada resistência à corrosão.
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TECNOLOGIA DOS MATERIAIS
Aplicações do chumbo:
Baterias;
Bainhas de cabos eléctricos;
Canalizações de gás;
Isolamento de som e vibrações;
Ligas e cobre e aço.
4.1.4. CRÓMIO
É um metal cinzento que não oxida ao ar seco ou húmido, à temperatura ambiente.
Características do crómio:
4.1.5. ESTANHO
O estanho é um metal raro de encontrar, sendo o minério de extracção mais
comum a cassiterite, de origem na China, Malásia e Bolívia. É um metal não
ferroso de cor branca prateada que, tal como a prata, tem reflexos amarelados.
Características do estanho:
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Unidade didáctica 3
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS
4.1.6. MAGNÉSIO
O magnésio é um metal branco que arde quando sujeito a luz intensa e origina
óxido de magnésio. Este metal não sofre alterações ao ar seco, mas ao ar hú-
mido cobre-se de uma película de hidrocarbonato.
Características do magnésio:
4.1.7. MANGANÉSIO
Características do manganésio:
4.1.8. MERCÚRIO
Características do mercúrio:
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Unidade didáctica 3
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS
4.1.9. NÍQUEL
O níquel é um metal branco, leve e bastante brilhante. Não se altera face à ex-
posição aos agentes atmosféricos. Ao ser fundido, tem um peso específico de
8,35 e quando é laminado tem 8,9.
Características do níquel:
4.1.10. OURO
O ouro é considerado o rei dos metais e símbolo de riqueza. Tem cor amarela e
brilho intenso quando polido. É inalterável ao ar, à humidade e à maioria dos
agentes químicos.
Características do ouro:
4.1.11. PLATINA
Características da platina:
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Unidade didáctica 3
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS
4.1.12. PRATA
Características da prata:
4.1.13. TITÂNIO
4.1.14. ZINCO
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Unidade didáctica 3
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS
Aplicações do zinco:
As ligas metálicas são substâncias compostas por dois ou mais elementos quí-
micos, dos quais pelo menos um deles é um metal. Estas constituem a maioria
dos metais utilizados comercialmente. A maior parte da gusa produzida destina-
se ao fabrico de aços, ligas de aço e ferro fundido. É produzida através da soli-
dificação dos seus elementos derretidos e aplica-se nos materiais fabricados
mediante mistura por adição.
4.2.1. ALUMÍNIO
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Unidade didáctica 3
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS
4.2.2. BRONZE
O bronze é uma liga metálica que mistura o cobre e o estanho. Esta liga é pou-
co oxidável mas é muito dura. As percentagens de cobre e estanho variam con-
soante a finalidade que lhe quisermos dar.
Os bronzes fósforos por sua vez são ligas com boas características de fluidez
uma vez que se fundem facilmente e utilizamos para aplicar na fundição. Além
destas características, possuem uma boa resistência à corrosão.
4.2.3. LATÃO
O latão é uma liga metálica que mistura cobre e zinco, com uma percentagem
superior ao dobro do zinco. Esta liga resiste bastante bem à oxidação embora
seja apenas uma camada superficial muito fina. Podemos também adicionar a
esta liga quantidades de chumbo de forma a torná-la mais maleável. Já com
adição de estanho diminuímos a capacidade de se alongar, enquanto a adição
de ferro faz o contrário, permitindo a esta alongar-se mais.
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Os latões especiais além da sua liga ter mistura de cobre e zinco, é-lhes adicio-
nado ainda um terceiro elemento que pode ser alumínio, chumbo, estanho, silí-
cio ou outro. Estes terceiros elementos vêm dar origem aos:
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5. TRATAMENTOS
Cada material tem as suas próprias características e por vezes o meio que o
rodeia leva-o a sofrer alterações na sua constituição. Falando em especial dos
aços que são os metais mais utilizados na indústria da construção, quanto me-
lhor conhecermos as suas propriedades mecânicas, melhor será a sua perfor-
mance na utilização.
Pois bem, para tornarmos os aços adequados para a utilização, uma vez que
estão sujeitos a corrosão e a outros agentes redutores, temos que os tratar de-
vidamente. Estes tratamentos variam entre tratamentos mecânicos, a químicos,
ou térmicos.
Têmpera;
Normalização;
Recozimento.
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Por sua vez, o recozimento é também um arrefecimento mas muito mais lento,
levando à formação de materiais equilibrados. Este processo é utilizado na sol-
dadura quando o arrefecimento foi muito rápido, provocando uma junta frágil.
Mas estes processos não são tão simples como isso. Devemos considerar as
influências criadas pelos elementos da liga. Os aços são classificados em aços
carbono e aços ligas. Os aços carbono são aqueles que têm menores quantida-
des de outros elementos, mas mesmo com pequenas quantidades sofrem alte-
rações significativas nas suas propriedades. Estes elementos que modificam as
propriedades das ligas são as nossas já conhecidas impurezas e destacam-se
as seguintes:
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TECNOLOGIA DOS MATERIAIS
O aço endurecido a frio é submetido a uma deformação inicial por uma tensão
elevada, que o leva a entrar numa zona de endurecimento. Este aço vai apre-
sentar valores de proporcionalidade e de elasticidade muito maiores na zona
linear elástica. Esta acção de deformação é denominada também de trabalho,
uma vez que estamos a despender de energia para o processo de transforma-
ção do corpo. Neste processo consumimos parte da capacidade de dissipação
da energia de deformação e assim, provocamos uma queda na sua tenacidade.
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5.3.5.1. Pinturas
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5.3.5.2. Metalização
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Naturais;
Sintéticos.
Compósitos;
Polímeros ou plástico;
Borrachas;
Madeiras e seus derivados;
Amianto.
6.1. COMPÓSITOS
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Fibra de vidro;
Fibra de carbono.
A fibra de vidro tem a grande vantagem de ser um material que não enferruja e
resiste muito bem a ambientes agressivos. Um destes materiais é o Fiberglass
produzido em moldes simples e baratos com bastante saída comercial, usados
por exemplos em motores de foguetão. Sendo que a sua manutenção traz-nos
também baixos custos.
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6.2. PLÁSTICO
Artes plásticas;
Artesanato;
Brinquedos;
Construção civil;
Decoração;
Design;
Indústria aero-espacial;
Indústria agrícola;
Indústria têxtil.
6.3. BORRACHA
Resultante deste processo, temos por exemplo, as borrachas dos pneus dos
carros.
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Árvores perenes;
Árvores lenhosas.
Apesar de sabermos que surgiu como uma fonte de energia e calor para cozi-
nhar por exemplo, este material foi um dos primeiros materiais a ser utilizado
pelas suas características resistentes. Mesmo com o aparecimento dos sintéti-
cos, continua hoje em dia a ter muita utilidade e saída na indústria para diversos
fins. Além do seu uso nas construções sabemos que é a fonte da indústria do
papel.
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Um corte transversal num tronco, figura 13, permite observarmos que este é
formado por vários anéis circulares, que correspondem ao crescimento da árvo-
re e lhe dão estrutura:
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6.4.1.1. Alburno
6.4.1.2. Cerne
6.4.1.3. Medula
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6.4.1.4. Nós
Os nós, são parte dos ramos que surgem a partir do caule da planta. Ao longo
da vida da árvore, os ramos vão morrendo mas continuam presos à árvore,
dando origem aos nós que ficam incluídos no tronco da árvore. A árvore conti-
nuará o seu crescimento normal, formando novas camadas por cima dos nós,
embora a sua resistência e flexibilidade seja afectada pelos nós quando aplica-
da na indústria. Não influenciam a rigidez da madeira estrutural, somente os
defeitos de carácter mais sério afectam o limite de elasticidade das vigas.
Características da madeira:
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6.5. AMIANTO
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Silicato de cálcio;
Fibra de carbono;
Fibra de celulose;
Fibra cerâmica;
Fibra de vidro;
Fibra de aço;
Polietileno;
Polipropileno.
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CONCLUSÃO
As ligas metálicas com base no ferro são ligas muito duras e normalmente sur-
gem pela fusão de dois metais. No entanto as propriedades finais são dadas
segundo a percentagem final de carbono na liga. Um dos exemplos de um tipo
aço é o aço inoxidável, são ligas muito utilizadas na indústria devido à sua ele-
vada resistência à corrosão.
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RESUMO
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Classificação de Materiais
Metais Não-metais
Ferrosos Alumínio Naturais Sintéticos
Aço Cobre Madeira Vidro
Ferro Fundido Zinco Couro Cerâmica
Magnésio Borracha Plástico
Chumbo
Estanho
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AUTO-AVALIAÇÃO
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a) Azoto.
b) Boro.
c) Carbono.
d) Hidrogénio.
6. A torção é:
a) Um tratamento físico.
b) Um tratamento térmico.
c) Um tratamento químico.
d) Um tratamento mecânico.
a) Carbono.
b) Borrachas.
c) Feixes de fibras.
d) Aço.
8. Qual a tensão que uma força de 5 Newton exerce sobre uma superfície
de 2m2?
a) 5 N.
b) 2,5 Pa.
c) 4 N/m2.
d) 2,5 MPa.
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a) 2,5%.
b) 3%.
c) 2%.
d) 5%.
a) Densidade e resistência.
b) Força e tenacidade.
c) Tenacidade e resistência.
d) Tenacidade e resiliência.
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SOLUÇÕES
1. c 2. d 3. b 4. c 5. d
6. d 7. c 8. b 9. d 10. d
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http://www.figplasticos.pt
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BIBLIOGRAFIA
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