Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
- a utilização da água ou do ar aquecido, porque dela depende a quantidade de
energia que se poupa.
Este último ponto é muito importante e nem sempre se lhe dá a atenção devida. Basta
pensar que , em idênticas condições de disponibilidade de energia solar, um
equipamento que permita, por exemplo, fornecer a água quente para banhos diários,
tem um determinado custo e permite poupar muito mais energia se for utilizado todos
os dias do ano do que se for aproveitado apenas esporadicamente, como acontece se
estiver instalado numa habitação ocupada só nas férias ou nos fins de semana.
O sol envia-nos energia sob a forma de raios de luz, a que se chama radiação. A
atmosfera filtra grande parte dessa radiação deixando-se atravessar pela porção
restante. Uma parte desta radiação chega ao solo directamente: é a radiação directa.
Outra parte “embate” nas gotas de vapor de água e poeira existentes na atmosfera
sendo reflectida em todas as direcções chegando também ao solo mas sem direcção
determinada: é a radiação difusa.
A radiação difusa não é de desprezar por duas razões: primeiro, porque nos meses de
Inverno representa cerca de 50% da energia total que recebemos e, segundo, num dia
encoberto ainda dispomos de uma quantidade significativa de energia graças a ela.
Utilizar a energia solar pode ser algo muito simples. Por exemplo, já reparou que num
dia de muito sol, uma mangueira no jardim aquece a água contida no seu interior?
Quanto mais lentamente a água circular e quanto mais comprida for a mangueira mais
quente sairá a água.
Interessante?
2
Sabia que nas zonas soalheiras da Austrália algumas pessoas colocam uma
mangueira espalhada nas traseiras, a partir da janela da cozinha e regressando ao
lava-louças. É quanto basta para aquecer a água que se utiliza na cozinha!
Todos nós sabemos o que é entrar num carro fechado num dia de sol. O calor chega a
ser insuportável e o contacto com qualquer parte do carro (por exemplo tocar no
volante) quase queima.
O vidro vai absorver os raios emitidos pelos objectos, aquecer e irradiar ele próprio por
toda a sua superfície; tanto para uma face como para a outra. Os objectos receberão
portanto, a radiação solar e ainda metade da radiação do vidro.
3
E se a mangueira passasse dentro do carro, junto ao tablier?
Pode parecer estranho, mas basicamente é assim que funciona um colector solar!
Com alguns aperfeiçoamentos, é claro!
Um colector solar plano é basicamente uma chapa preta de metal com tubos soldados
ou canais dentro da própria placa. É constituído por:
Como funciona ?
Grande parte da radiação solar que atinge a cobertura transparente é transmitida para
o interior do colector (há sempre uma pequena parte que a cobertura reflecte e que
absorve) e incide na placa. Esta transforma os raios solares (e os raios suplementares
provocados pelo efeito de estufa) em calor que é conduzido (pelo próprio material da
4
placa) até aos tubos com água. A água, ao circular, vai então transferir o calor até ao
termoacumulador.
Superfície absorvente
Cobertura transparente
Utiliza-se fundamentalmente por duas razões: para produzir o efeito de estufa e para
evitar que o ar exterior arrefeça a superfície absorvente. Geralmente é em vidro, sendo
necessário incluir juntas de dilatação na sua fixação à caixa.
Isolamento térmico
A sua função é reduzir o mais possível as fugas de calor pelo fundo e lados da caixa.
O material mais aconselhado é a lã de vidro por ser económico, excelente isolador e
resistente a mais de 100ºC.
Caixa
A caixa serve para acolher todos estes elementos. Contudo, deve ser estanque ao pó
e à água. A condensação junto à cobertura deve ser evitada uma vez que diminui o
rendimento do colector.
O colector capta mais energia quando está perpendicular aos raios solares. A
inclinação dos raios varia durante o dia e com as estações do ano ( o sol está mais
baixo no Inverno e mais alto no Verão).Como os colectores serão fixos (um dispositivo
para seguir o sol é caro), devemos orientá-los para Sul para aproveitar ao máximo os
raios durante o dia. No entanto, variações de 30º para Este ou para Oeste são
aceitáveis. Virados a Norte é que não!
Por outro lado, devem inclinar-se os colectores tendo em conta o período da sua
utilização. No caso do aquecimento de águas domésticas verifica-se que a energia
solar é excedentária no Verão e deficitária no Inverno. Assim, é de todo o interesse
escolher, quando for possível, uma inclinação mais favorável à captação de Inverno
embora diminuindo ligeiramente a captação durante o Verão. Para tal, é utilizada
geralmente a seguinte regra: o ângulo de inclinação dos colectores excede a latitude
em 10 a 15 graus.
Também é importante que o local escolhido para os colectores não esteja sujeito a
sombras, que podem ser provocadas por árvores ou edifícios.
5
Finalmente, do ponto de vista estético, convém que a disposição dos colectores não
seja visualmente desagradável.
A resposta é negativa. De facto, não se pode contar com a energia do sol durante
todos os dias do ano, havendo que prever o recurso a uma outra forma de energia
convencional, a qual se designa por energia de apoio, não dependente de
incontroláveis condições meteorológicas. Aliás, as necessidades de energia para
aquecimento de água são, em termos globais, maiores precisamente quando a
disponibilidade de energia solar é menor (banhos mais quentes no Inverno).
Neste momento, certamente que não se deixaria confundir com slogans do género “ A
energia solar pode satisfazer todas as suas necessidades de água quente”. Sem
dúvida que pode, mas seria necessário um sistema sobredimensionado e anti-
económico. Agora veja a seguinte situação: o sistema solar aqueceu água até 32ºC,
mas pretende tomar um duche, para o qual a água deve estar a 40ºC. Que sistema, e
de que modo, fará este aquecimento suplementar?
A resposta a esta questão é algo complexa e delicada, devendo cada caso ser
analisado isoladamente. No entanto, os conselhos que se seguem poderão ser
bastante úteis.
6
- No caso do apoio energético complementar estar incorporado no depósito solar
(por exemplo, uma resistência eléctrica) o depósito deverá ser vertical e o apoio
energético deve situar-se tanto quanto possível no topo do depósito.
Como a distribuição é feita através da rede normal de água quente os cuidados a ter
são os mesmos que em princípio se devem observar em qualquer tipo de instalação,
nomeadamente:
7
Depois de adquirida a instalação solar, quais os principais problemas que
podem surgir e, se possível, como evitá-los?
Num caso extremo de aquecimento do fluido devido, por exemplo, à não utilização do
sistema solar (como acontece em casas não habitadas durante o Verão), há o perigo
de a água atingir o ponto de ebulição. Mas é possível evitar esta situação cobrindo os
colectores durante o período de não utilização.
Esta vaporização de água pode verificar-se por sobre-aquecimento, sendo por isso
conveniente prever a inclusão no sistema, de purgadores de vapor de água, na parte
mais elevada do circuito. Uma alternativa consiste em utilizar no circuito, como fluido
circulante, em vez de água, um fluido orgânico cuja ebulição ocorra a temperaturas
mais elevadas do que as previstas para uma instalação solar.
Finalmente, pode ainda acontecer que, para temperaturas ambiente muito frias, o
fluido de circulação congele e o seu volume aumente, a ponto de destruir a tubagem.
Em regiões onde este problema possa surgir há que prever na instalação processos
de o eliminar, nomeadamente o esvaziamento automático da tubagem comandado por
um termostato, a ligação de uma resistência aos colectores, ou ainda, a adopção de
um fluido com baixo ponto de congelação.
Trata-se de uma opção que não é basicamente diferente da que se toma ao comprar,
por exemplo, uma antena de televisão ou um esquentador. Encontram-se algumas
marcas no mercado, e inúmeros instaladores, não se conhecendo regras infalíveis
para garantir qual a melhor compra.
Apenas no que se refere ao colector, é possível aferir o seu comportamento pela sua
recta de rendimento, dependente dos materiais com que é fabricado, mas essa
informação técnica, mesmo que correcta, não é de fácil apreensão por parte da
generalidade dos consumidores.
8
Caso haja informações equivalentes sobre o comportamento de mais de uma
instalação, o preço, incluindo o custo de manutenção, deve ser considerado como
critério decisivo e, se os preços forem da mesma ordem de grandeza, deverá optar-se
pela proposta que ofereça maiores períodos de garantia.
Todos os meses recebe em sua casa uma factura relativa aos seus gastos em
electricidade. Se aquecer água utilizando um “cilindro”, uma parte dessa factura
corresponderá precisamente à energia gasta neste aquecimento. Naturalmente,
quanto mais água quente gastar, mais pagará por isso.
Pode obter uma estimativa bastante realista dos seus gastos anuais em água quente,
seguindo o raciocínio que se apresenta.
Uma família típica portuguesa (4 pessoas) gasta, em média, por dia, 120 litros de água
quente a 60ºC. Este consumo pode duplicar quando a água quente também é utilizada
em máquinas de lavar roupa e louça. Por exemplo, num duche gastamos cerca de 30
litros enquanto num banho de imersão gastamos mais do dobro, 3 litros para fazer a
barba e 2 litros para lavarmos as mãos, mas quando experimentamos a água do
chuveiro podemos gastar 5 litros.
Um sistema solar destina-se a aquecer o mais possível uma certa quantidade de água
por dia. Em média não o faz a 100% porque isto não é económico. Seria necessária
uma área de colectores demasiado grande (com os custos que daí resultariam). O
sistema convencional (cilindro eléctrico, por exemplo) vai então fornecer a energia
complementar para elevar a temperatura da água até ao valor desejado.
Interessa então saber o que é a fracção solar:
9
Reduz a dependência energética nacional (Portugal é fortemente dependente do
exterior, importando mais de 80% da energia primária).
As reservas de petróleo, carvão e gás natural durarão mais tempo, beneficiando assim
os nossos descendentes.
10