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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 4
2 CONSIDERAÇÕES GERAIS ....................................................................................... 5
3 POR QUE SECAR A MADEIRA? ................................................................................. 6
4 FATORES QUE AFETAM A SECAGEM DA MADEIRA .............................................. 7
4.1 INERENTES A MADEIRA.................................................................................... 7
4.1.1 ASPECTOS ANATÔMICOS ........................................................................... 7
4.1.2 CÉLULAS TRAQUEAIS .................................................................................. 7
4.1.3 ESTRUTURA DAS CONÍFERAS ................................................................... 9
4.1.4 ESTRUTURA DAS FOLHOSAS ................................................................... 11
4.1.5 MASSA ESPECÍFICA ................................................................................... 15
4.1.6 CONTRAÇÃO E O INCHAMENTO DA MADEIRA (ANISOTROPIA) ........... 17
4.1.7 PERMEABILIDADE ...................................................................................... 19
4.1.8 TEOR DE UMIDADE .................................................................................... 21
4.2 FATORES FÍSICOS DA SECAGEM ................................................................. 23
4.2.1 MOVIMENTO DA CAPILAR NA MADEIRA .................................................. 24
4.2.2 MOVIMENTO DE DIFUSÃO DA ÁGUA NA MADEIRA ................................ 25
4.2.3 ASPECTOS FÍSICOS DA SECAGEM .......................................................... 26
4.3 DETERMINAÇÃO DA UMIDADE DA MADEIRA ............................................... 27
4.3.1 MÉTODO DE SECAGEM EM CÂMARA ...................................................... 27
4.3.2 MÉTODO ELÉTRICO ................................................................................... 28
4.4 FATORES INERENTES AO AMBIENTE DE SECAGEM.................................. 30
4.4.1 TEMPERATURA ........................................................................................... 31
4.4.2 CARACTERÍSTICAS DO AR ........................................................................ 32
4.4.3 UMIDADE RELATIVA (UR) .......................................................................... 33
4.4.4 PONTO DE ORVALHO (PO) ........................................................................ 36
4.4.5 VELOCIDADE DO AR .................................................................................. 37
4.4.6 UMIDADE DE EQUILÍBRIO (UE) ................................................................. 38
4.4.7 GRADIENTE DE UMIDADE (GU) ................................................................ 40
4.4.8 POTENCIAL DE SECAGEM (PS) ................................................................ 42
5 PREPARAÇÃO DA MADEIRA PARA SECAGEM ..................................................... 43
5.1 ESPÉCIE (MASSA ESPECÍFICA) ..................................................................... 43
5.2 ESPESSURA DA MADEIRA.............................................................................. 43
5.2.1 TEOR DE UMIDADE INICIAL ....................................................................... 45
5.2.2 SEPARADORES (TABIQUES) ..................................................................... 46
5.2.3 EMPILHAMENTO (GRADEAMENTO) ......................................................... 47
6 MÉTODOS DE SECAGEM ........................................................................................ 49
1 INTRODUÇÃO
2 CONSIDERAÇÕES GERAIS
Células Parenquimaticas
Característica principal: serve para a acumulação de reserva, com grande
abundância de pontoações simples. São geralmente alongadas de paredes finas,
Células Prosenquimaticas
Em todas as espécies lenhosas aparecem conjuntamente as células
traqueais e as de parênquima. Existe um terceiro grupo de células, as que
formam os tecidos de esclerênquima, que é exclusivo nas folhosas. As fibras de
esclerênquima ou de Liber (fibras duras, células de sustentação) que formam a
parte principal do corpo lenhoso da árvore. Tem forma alongada e são delgadas,
pontiagudas, tabicadas e dentadas nas extremidades. Sua proporção no volume
total influi diretamente nas características de resistência e inchamento. As
paredes interiores das fibras do líber, de espessura grossa são providas de
escassas e diminutas pontoações que em geral tem uma forma fusiformes
alongada. Como há de se admitir que as fibras do líber se desenvolveram a partir
dos traqueóides e possuem um evidente parentesco com os traqueóides fibrosos
tendo sido diferenciado somente dois grupos de células: as células
parenquimáticas e as prosenquimáticas. Que se compreende melhor fisiológica e
terminologicamente, em especial ao observar seções microscópicas maiores que
permitam observar a disposição e a ligação das distintas classes de células que
formam a madeira.
agrupado ao redor dos vasos e raios lenhosos, tem pouca importância, suas
células redondas ou levemente poligonais em seção transversal, estão cheias de
diversas substâncias de reserva. Os vasos lenhosos das folhosas, o mesmo que
os das coníferas são radiais, mas apresentam uma riqueza de formas maiores
que nas coníferas, no sentido tangencial estão sempre formados por uma camada
de células, e excepcionalmente, por várias camadas agrupadas em linhas nas
folhas estando formados tanto por uma camada de células como por várias.
Por ter os raios lenhosos a dupla missão de conduzir a seiva e armazenar
substâncias de reserva, no desenvolvimento muito intensivo é paralelo a
formação do lenho, contudo, produzem na madeira superfícies de menor
resistência que facilitam a formação de fissuras e que são a causa da baixa
resistência a tração.
Nas seções radial e transversal são mostrados os extremos muito afilados
das fibras do líber, terminados em forma de cunha, assim como a conhecida
disposição estratificada do parênquima lenhoso e dos grandes vasos que nestas
seções se apresentam cortados longitudinalmente. Suas pontuações, as vezes
escassas, suas pontoações são extraordinariamente densas nas parte próximas a
outros vasos, ao parênquima e aos raios. Sendo em geral pontoações areoladas,
exceto as que se comunicam com os raios e parênquima. Os traqueóides das
folhosas possuem também pontoações areoladas. Finalmente o líber, cujas
vigorosas fibras, apenas estão unidas na rede condutora, contribui na formação
do corpo lenhoso. A necessidade de água é menor e mais uniforme das coníferas
é a causa de que tenham uma estrutura muito mais simples. Nestas, um só tipo
de célula, os traqueóides, podem atender a dupla missão de conduzir a água e
dar solidez da árvore. Na Figura 03, pode-se observar a formação celular de uma
folhosa (eucalipto, imbuía, etc.).
Aspiração da Pontoação
Uma comum modificação das pontoações areoladas é o deslocamento
lateral da membrana “torus”. Este fenômeno é chamado de aspiração, usualmente
onde ocorre quando o alburno é transformado em cerne ou quando a madeira é
seca. Aparentemente isto é resultado de altas tensões estabelecidas fornecendo
um menisco na abertura das pontoações e nas aberturas da membrana através
do movimento de saída da água (seiva). Em coníferas o torus sela as aberturas e,
portanto bloqueando a passagem através da pontuação.
Os pares de pontoações de madeira de coníferas, que podem explicar a
diminuição na permeabilidade, afetando diretamente na secagem, particularmente
em madeira de cerne. A aspiração da pontoação, nas quais o torus é seguro,
muito justo contra a abertura, provavelmente por ligações de hidrogênio entre
adjacentes cadeias de celulose tornando a passagem a água obstruída reduzindo
a sua permeabilidade, na Figura 05 pode-se observar a pontoação areolada não
aspirada (A) e aspirada (B).
A B
MU
ME AP =
VU
(
g / cm3 )
Onde:
MEAP = Massa Específica Aparente (g/cm3)
M = Massa da peça de madeira (g)
4.1.7 PERMEABILIDADE
Onde:
Pe – Permeabilidade (cm3.cm);
V - Volume do líquido escorrido através da madeira (cm3);
T - Tempo de escorrimento (seg);
P - Gradiente de pressão existente entre os extremos da madeira
(dynas/cm2);
A – Área da amostra (cm2);
L - Comprimento da amostra de madeira em direção ao escorrimento
(cm).
Permeabilidade em Coníferas
A condução de líquidos está relacionada com os traqueóides axiais e
radiais e com suas pontoações areoladas, ocorre ainda por parênquima axial e
radial com suas pontoações simples, e semiareoladas, por canais resiníferos,
longitudinais, transversais e por células epteliais. Os traqueóides constituem em
maior percentagem do volume (cerca de 93%). A translocação dos líquidos ocorre
através destes elementos essenciais.
A condução de líquidos ocorre nos sentidos, radial, tangencial e
longitudinal. A permeabilidade é maior na direção longitudinal devido a facilidade
do fluxo no sentido das fibras, para a permeabilidade na direção transversal, a
condução radial é maior que a tangencial devido a maior permeabilidade dos
traqueóides e dos parênquimas radiais. A permeabilidade na direção das fibras é
50 - 100 vezes maior que perpendicular as fibras.
A permeabilidade do lenho tardio é maior do que a do lenho inicial, apesar
de sua maior densidade, isto ocorre por razão do lenho tardio possuir membranas
das pontoações areoladas mais resistentes a aspiração pela sua maior espessura
de parede e rigidez.
A permeabilidade do alburno é maior que do cerne, devido a maior
quantidades de pontoações aspiradas e obstruções destas por resina existentes
no cerne. O alburno submetido a secagem é 200 vezes mais permeável que o
cerne. A permeabilidade em coníferas está controlada quase que exclusivamente
pelas pontoações areoladas. As aspirações de pontoação se constituem em um
dβ 2β
T = H×d = ×d =
d×r r
Onde:
T = tensão capilar, g/cm2
H = altura de ascensão do líquido no capilar em, cm
d = densidade da água, g/cm3
r = raio do capilar, cm
β = tensão superficial da água, g/cm2
dm d 2M
= Dg 2
dt dx
Onde:
dm/dt = quantidade de umidade removida (m) na unidade de tempo (t)
Dg = coeficiente de difusão médio (cm2/s)
d 2M
= variação da umidade na distância (x)
dx 2
MU − MS
TU = × 100(%)
MS
Onde:
TU = Teor de umidade da amostra (%);
MU = Massa Úmida da amostra (g);
MS = Massa seca da amostra (g).
100
Medidor Elétrico (%)
80
60
40
20
0
10 20 30 40 50 60 70
Umidade Real (%)
CUMARU IPÊ
o
Fonte Ivaldo Jankovisky - revista VETAS Ano III N 2
resistividade pode ser duas ou três vezes maior na direção normal às fibras. As
agulhas devem penetrar na madeira aproximadamente 1/3 da espessura da peça
devido a presença de gradientes de umidade na mesma, obtendo-se desta forma
o teor de umidade médio existente na madeira.
Os medidores dão resultados menos acurados que o método da estufa,
porém o teor de umidade pode ser determinado imediatamente. Normalmente, a
escala dos medidores oscila de 5 a 30% de umidade, porque acima do PSF a
variação da resistência é praticamente constante. na Figura 07, pode-se observar
um medidor elétrico utilizado para medir a umidade na industria.
4.4.1 TEMPERATURA
O 5 O
C= ×( F − 32)
9
Onde:
o
C – graus Celsius
o
F – graus Fahrenhei
4.4.2 CARACTERÍSTICAS DO AR
350 120
Pressão Absolta (g/cm
3
)
0 0
01 10
2 20
3 30
4 40
5 50
6 60
7 70
8 80
9
Temperatura (º C)
p
UR = ( ) × 100(%)
P0
Onde:
UR = Umidade Relativa do ar;
P = Pressão de vapor parcial (g/cm3);
Po = Pressão de vapor saturado (g/cm3).
Na Figura 08, pode-se observar o desenho esquemático da variação da
capacidade do ar em absorver vapor dá água em sua estrutura, variando sua
temperatura. A pressão de vapor saturado será a mesma independente da
quantidade de ar prese sempre que a temperatura permanecer-se constante. (Lei
de Dalton).
A B
4.4.5 VELOCIDADE DO AR
25
20
Umidade de Equilíbrio (%)
15
10
5
Manaus São Paulo Curitiba Cuiabá Brasília
0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ ANO
Período
TUatual
PS = ( )
UE
Onde:
PS = Potencial de secagem;
TUatual = Teor de umidade atual calculado (%);
UE = Umidade de equilíbrio calculado (%).
O uso de Potencial de Secagem (PS) elevado produz altas taxas de
secagem reduzindo o tempo, causando uma secagem excessiva das capas
superficiais da madeira com o risco de formação de tensões internas, gretas,
deformações e endurecimento superficial. Um valor ótimo do potencial de
secagem depende de vários fatores: espécie, espessura da madeira, TU inicial,
tipo de câmara, etc. Madeiras que apresentem coeficiente de anisotropia de
contração elevado (acima de 2,5) deve-se adotar baixo potencial de secagem em
torno de 2,0 (moderado).
E2 2
T2 = ( ) × T1
E1
Onde:
degradação ou perda (ex. fogo). Além disso, a secagem ao ar pode não ser
suficiente para certos usos ( ex. móveis assoalhos, etc.) por que a umidade que a
madeira finalmente alcança é dependente das condições climáticas da região
onde se realiza a secagem.
A secagem em câmara é muito mais rápida, onde a umidade pode ser
reduzida ou aumentada para qualquer teor de umidade que deseje, independente
das condições climáticas. No entanto, é muito cara a construção de uma câmara,
além de ser perigoso o desenvolvimento de defeitos durante a secagem ou até
mesmo tornando a madeira imprópria para o uso se a condução da secagem for
de forma incorreta.
6 MÉTODOS DE SECAGEM
Arranjo do pátio
O arranjo físico de um pátio de secagem deve levar em consideração o
meio de movimentação, a topografia, a área necessária em função da produção, a
área disponível e o tipo de madeira a ser seca. Quando o transporte no local é
feito através de vagonetes, as pilhas devem acompanhar os trilhos, quando a
movimentação for através de empilhadeira, as vias de acesso devem ser
deixadas livres.
Arranjo das pilhas em fileiras: as pilhas são colocadas paralelas à
passagem principal e o espaçamento lateral entre elas é constante, em torno de
60cm.
Arranjo das pilhas em linha: as pilhas são dispostas em linha,
paralelamente às passagens principais. A velocidade de secagem é alta e o
acesso a cada pilha é muito fácil, mas há necessidade de área muito grande.
Arranjo das pilhas tipo espinha de peixe: possibilita uma secagem
bastante rápida, devendo ser utilizado somente com espécies fáceis de secar e
não propensas a defeitos.
No arranjo de pilhas com espaço variável é um método melhorado do
método em filas. Na Figura 14 pode-se observar os tipos de pilha mais utilizados
em secagem ao ar livre.
Vantagens e Desvantagens
Ventilação superior
Ventilação lateral
Neste caso os ventiladores se instalam entre uma parede lateral e a pilha
de madeira, os ventiladores são axiais, as vezes de diâmetro igual a altura da
pilha de madeira. Abrangem desde o piso e não exigem um falso teto como no
caso anterior. O ar é projetado horizontalmente, atravessando a pilha de madeira
em direção transversal. O retorno se faz sobre a pilha ou através dela.
A medida que a madeira vai secando são gerados esforços que seguem
um padrão associado com as mudanças de umidade, como não é possível medir
a umidade de toda madeira durante o processo, é necessário recorrer a amostras
representativas da carga. Estas amostras são colocadas dentro da pilha, de tal
forma que se pode determinar seu conteúdo de umidade periodicamente.
Contudo é necessário estragar algumas peças de madeira para obter as
amostras e se requer tempo e trabalho para determinar o controle. Estes
inconvenientes são recompensados pelas vantagens que oferece de poder
controlar a umidade durante o processo, sendo importante mencionar:
Indicam a velocidade de secagem
Permitem detectar falhas que afetam a eficiência das câmaras;
Servem para ajustar o programa de secagem e mudanças
climáticas;
Indicam a necessidade de tratamentos de recuperação ou
acondicionamento e a duração deles;
Ajudam a reduzir o tempo de secagem e a melhorar a qualidade;
Permitem controlar o conteúdo de umidade final;
Ajudam a determinar os horários de secagem.
Estas vantagens se resumem em economia, madeira livre de esforços e
umidade final mais uniforme.
PUA − PSA
TUA = ( ) × 100
PSA
Onde:
TUA = Teor de Umidade da Amostra (%);
PUA = Peso Úmido da Amostra (g);
PSA = Peso Seco da Amostra (g).
PIA
PSA = ( ) × 100
100 + TUA
Onde:
PSA = Peso Seco da Amostra (g);
PIA = Peso Inicial da Amostra (g);
TUA = Teor de Umidade Atual da amostra (%).
PA − PSC
TU ATUAL = ( ) × 100
PSC
Onde:
TUATUAL = Teor de Umidade Atual (%);
PA = Peso atual da amostra (g);
PSC = Peso seco calculado (g).
Este sistema começa na fonte geradora de energia calórica, que pode ser
uma caldeira para produzir vapor, um queimador, etc. deve-se seguir as
instruções do fabricante respeitando a manutenção e operação do equipamento.
Deve-se fazer uma revisão dos dutos, registros manuais, controles automáticos,
purgadores e os demais elementos de condução da energia desde a fonte até as
câmaras e desde da câmara até a fonte calórica quando se tem retorno do
condensado. Todos os danos devem ser reparados o mais rápido possível, para
evitar interrupção durante o processo de secagem.
Como os radiadores apresentam danos causados pela oxidação, vibração
sobreaquecimento e acumulo de condensado na linha, se recomenda fazer um
teste de funcionamento antes da secagem efetiva, na Figura 21, pode-se observar
a forma dos radiadores.
10 PROGRAMAÇÃO DE SECAGEM
11 PROGRAMAS TEMPO-TEMPERATURA
Quando:
P = 1 equilibrada
P < 1 = aquisição de água
P > 1 = perda de água
Exemplo de programa:
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
AQC AQC - F1 - F2 - F3 - F4 - F5 - F6 - F7 - ACD -
6hrs 60% 40% 30% 25% 20% 15% 10% 6hrs
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
AQC AQC - F1 - F2 - F3 - F4 - F5 - F6 - F7 - ACD -
6hrs 4,80 4,55 4,38 4,23 4,10 3,90 4,00 6hrs
A madeira apresenta uma série de fatores que podem causar defeitos nas
peças a serem secas, tais defeitos devem ser esclarecidos buscando o
conhecimento técnico necessário para poder discernir após a secagem se o
defeito causado foi pelo processo empregado ou se é intrínseco à própria
madeira.
Dentre os defeitos naturais pode-se destacar os diferentes tipos de nós, a
inclinação da grã (veio), a diferença entre o lenho juvenil e adulto contido em
madeiras de rápido crescimento (pinus e eucalipto), madeira de reação (tração e
compressão) e tensões de crescimento.
12.1 NÓS
12.2 GRÃ
A grã indica a orientação geral das fibras. Uma madeira onde as fibras são
paralelas ao eixo de orientação ou paralelas ao eixo longitudinal da peça serrada
é considerada de grã reta (coníferas), e seu comportamento durante a secagem
auxilia significativamente na redução de defeitos como empenamentos e
rachaduras. O desvio da grã (inclinada, revessa, espiralada, etc.) causa redução
das propriedades mecânicas interferindo diretamente na secagem, como exemplo
temos a imbuía e o eucalipto, afeta ainda a usinabilidade. O desvio da grã
ocasiona normalmente um embelezamento muito apreciável na madeira,
aumentando seu valor comercial.
A diferença entre o lenho juvenil e adulto está na formação dos tecidos que
compõem a madeira, as células juvenis ainda não atingiram formação plena com
relação ao seu comprimento e espessura de parede, influindo significativamente
em suas propriedades.
O lenho juvenil e adulto presentes em madeiras de rápido crescimento
(pinus e eucaliptos) é formada nos primeiros anos de vida variando entre 8 e
11anos em pinus, envolvendo a medula. Atualmente as serrarias tem utilizado
basicamente este tipo de madeira a qual irá poderá sofrer uma série de defeitos
13.1 EMPENAMENTOS
Encanoamento Arqueamento
Encurvamento
Encurvamento complexo
13.1.1 ENCANOAMENTO
13.1.2 ARQUEAMENTO
13.1.3 ENCURVAMENTO
13.2 COLAPSO
0,9 18
0,8 16
Contração Vol. (%)
3 0,7 14
Meap(g/cm)
0,6 12
0,5
10
0,4
0,3 8
0,2 6
0,1 4
0 2
0
Permeabilidade
Facilidade de secagem
4 7
Anistropia de contração
3,5 6
3
Permeabilidade
5
2,5
4
2
3
1,5
2
1
0,5 1
0 0
Facilidade de secagem Facilidade de secagem
Anatomia da madeira
Alguns elementos da estrutura anatômica da madeira podem afetar
significativamente a secagem podendo causar grandes defeitos como também
facilitar a secagem, por exemplo:
A grã se for reta normalmente irá facilitar a secagem, mas se for cruzada,
revessa, a secagem ficará muito complicada.
A presença de tiloses irá dificultar a secagem da madeira por obstruir o
caminho natural da água (pelos lúmens).
O tecido radial quando for grande irá favorecer o desenvolvimento de
rachaduras na superfície e no interior da madeira.
Parênquima em faixas é uma estrutura fraca propiciando o aparecimento
de rachaduras por apresentar uma secagem diferente entre as faixas geradas
pelo tecido parenquimatico.
Propensão a defeitos
Espécies chamadas refratárias (eucaliptos, imbuía, etc.) são madeiras
muito difíceis de serem secas por serem altamente susceptíveis ao
desenvolvimento de defeitos, devido as tensões internas de crescimento,
causando o colapso que é um defeito extremamente severo, além de
empenamentos, etc.
A mancha química pode ser causada por fungos manchadores ou pela
oxidação dos extrativos causada pela alta temperatura de secagem. A seiva
contendo sais minerais, amido e extrativos é migrada para a superfície ficando os
extrativos por apresentar um ponto de ebulição alto, na superfície ficando retido
abaixo da camada externa a 2 ou 3 milímetros de profundidade, portanto não
aparecendo imediatamente, mas somente após o seu beneficiamento.
Infra-estrutura
Deve-se levar em consideração a energia necessária, com relação ao tipo
(elétrica térmica, et.) e quanto será necessário, normalmente a energia é o
insumo que mais tem peso na planilha de custos de secagem. Antes de investir
em um projeto é necessário fazer um estudo de viabilidade com relação a que tipo
de energia é mais viável se vai consumir lenha ou não, ou combustível, ou
energia elétrica. A central de secagem gera problemas devido a energia
necessária. Deve-se verificar as condições de manutenção dos equipamentos e
da estrutura geral da empresa.
Deve-se observar as condições locais com relação ao clima (temperatura,
umidade relativa, velocidade do ar), área disponível, cuidados com relação as leis
ambientais (emissões de gases, ruído, partículas) e a disponibilidade de água,
energia, matéria-prima, vias de acesso, etc.
15 CUSTOS DE SECAGEM
Depreciação
Ii
D= (R $ / m3 )
VidaÚtil × Pr od.Anual
Onde:
Ii = Investimento inicial (R$)
VidaÚtil = Vida útil dos equipamentos, construções, etc.
Prod.Anual = Produção anual em m3.
Remuneração do Capital
Remuneração do investimento (Ri)
Ii × i
Ri = (R $ / m 3 )
Pa
Onde:
Ri = Remuneração do investimento (R$/m3);
Ii = Investimento inicial (R$);
i = taxa anual de juros (%/100);
Pa = produção anual (m3).
Vm × v × i
Rm = (R $ / m3 )
Pa
Onde:
Rm = Remuneração do material em secagem (R$/m3);
Vm = volume de madeira permanentemente em secagem (m3);
v = valor da madeira (R$/m3);
Pa = produção anual (m3).
Manutenção
Ie × i
M= (R $ / m 3 )
Pa
Onde:
M = Custos de manutenção (R$/m3);
Ie = Investimento dos equipamentos considerados (R$);
i = taxa anual de juros (%/100);
Pa = produção anual (m3).
Mão de Obra
S+E
MO = (R $ / m3 )
Pa
Onde:
MO = Custo de Mão de Obras (R$/m3);
S = Salário dos operários envolvidos na secagem (R$);
E = Encargos sociais envolvidos (R$);
Pa = produção anual (m3).
Energia
Elétrica
kwh × Vkwh
Ee = (R $ / m3 )
Pa
Onde:
Ee = Custo de energia elétrica (R$/m3);
kwh = quantidade de kwh consumida anualmente (kw/ano);
Vkwh = Valor do kwh (R$/kwh);
Pa = produção anual (m3).
Térmica
Vmat × Vm
Et = (R $ / m 3 )
Pa
Onde:
Et = Energia térmica (R$/m3);
Perdas
0,02 × v
P= (R $ / m3 )
Pa
Onde:
P = Perdas na secagem (R$/m3);
i = taxa de 2% sobre o valor do material;
v = valor da madeira (R$/m3);
Pa = produção anual (m3).
Atis = 05 × (P + Et + Ee + MO + M + Rc + Rm + D)(R $ / m3 )
Onde:
Atis = Custos administrativos, taxas, impostos, seguros (R$/m3);
i = taxa de 0,05% sobre os outro custos; MO = Mão de obra (R$/m3).
P = Perdas(R$/m3); M = Manutenção (R$/m3).
Et = Energia térmica (R$/m3). Rc = Remuneração do Capital (R$/m3).
Ee = Energia elétrica (R$/m3). Rm = Remuneração da madeira (R$/m3).
D = Depreciação (R$/m3).
16 LITERATURA CONSULTADA