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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

Faculdade de Ciências Exatas e Tecnologia

BRUNO MATIAS DOS SANTOS

DAFNE ALVES DOS SANTOS

FERNANDO RODRIGUES DA SILVA

JEAN PACHECO MATOS

USINAS TERMELÉTRICAS

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

SÃO PAULO

2021
BRUNO MATIAS DOS SANTOS ......................................... RA00292111

DAFNE ALVES DOS SANTOS ............................................ RA00292108

FERNANDO RODRIGUES DA SILVA ................................. RA00292113

JEAN PACHECO MATOS ................................................... RA00292128

USINAS TERMELÉTRICAS

Trabalho apresentado como


exigência para aprovação na disciplina
Termodinâmica sob orientação do
Prof. Luiz Carlos de Campos.

SÃO PAULO

2021
ÍNDICE DE FIGURAS

1 - Esquema de usina a vapor acionada por combustível fóssil. ................................ 6


2 - Esquema de usina a vapor acionada por reator nuclear com água pressurizada. . 7
3 - Esquema genérico de uma usina termelétrica. ..................................................... 8
4 - Trabalho realizado e transferência de calor nos principais componentes. ........... 10
5 – Esquema básico do ciclo de Rankine. ................................................................ 15
6 - Diagrama temperatura-entalpia de um ciclo de Rankine ideal............................. 17
7 – Distribuição dos sistemas termelétricos do Brasil ............................................... 19
8 – Divisão da matriz energética brasileira. .............................................................. 21
9 – Evolução da produção de energia térmica até 2014. .......................................... 22
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 5

1.1 MÁQUINAS A VAPOR ...................................................................................... 5

1.2. OBJETIVOS..................................................................................................... 5

2. USINAS TERMELÉTRICAS ................................................................................ 6

3. CICLO DE RANKINE .......................................................................................... 9

4. MODELAGEM DO CICLO DE RANKINE .......................................................... 10

4.1. TURBINA ....................................................................................................... 10

4.2. CONDENSADOR ........................................................................................... 11

4.3. BOMBA .......................................................................................................... 11

4.4. CALDEIRA ..................................................................................................... 12

4.5. DESEMPENHO DO SISTEMA....................................................................... 12

4.5.1. Eficiência Térmica ................................................................................. 12

4.5.2. Taxa de Calor ......................................................................................... 14

5. CICLO DE RANKINE IDEAL ............................................................................. 15

6. TERMELÉTRICAS NO BRASIL ........................................................................ 18

6.1 TERMELÉTRICA DE JUIZ DE FORA ............................................................. 19

7. MATRIZ ENERGÉTICA - RENDIMENTO .......................................................... 21

7.1 CONTAMINAÇÃO TÉRMICA .......................................................................... 22

7.2 VANTAGENS E DESVANTAGENS DE USINAS TERMOELÉTRICAS ........... 22

7.2.1. Vantagens .............................................................................................. 23

7.2.2. Desvantagens ........................................................................................ 24

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 25

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 26


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1. INTRODUÇÃO

1.1 MÁQUINAS A VAPOR

O presente trabalho contempla as razões de importância para se estudar sobre


as máquinas térmicas, usando como exemplo as usinas termoelétricas e reconhecer
as alterações que elas puderam gerar a partir de sua existência.

Sendo uma das maiores inovações que contribuíram para a Revolução


Industrial, principalmente em larga escala, as máquinas térmicas conquistaram
destaque rapidamente. Elas foram fundamentais para o desenvolvimento tecnológico
da humanidade, tanto nos meios de transporte quanto na produção de energia. Hoje
temos diversos equipamentos que utilizam como princípio básico a máquina térmica,
embora sejam mais aperfeiçoados. Por exemplo, a turbina de um avião a jato, que
utiliza o calor gerado pela queima do combustível para impulsionar os gases.

Outro aparelho que podemos fazer menção é o aparelho de ar-condicionado,


ele utiliza-se da expansão e da compressão de um gás para transferir calor de um
ambiente a outro. Assim, podemos dizer que somos cercados por aparelhos que
funcionam com princípios de uma máquina térmica.

Através de toda história de criação da máquina térmica, será possível justificar


a importância de sua criação, e comprovar a evolução que elas puderam proporcionar
no dia a dia da população, usando como referência as usinas termoelétricas.

1.2. OBJETIVOS

Apresentar o funcionamento das usinas termelétricas de combustível fóssil e


nuclear, conceituando os processos existentes, usando como base a teoria do ciclo
de Rankine.

Abordar os riscos assumidos com o uso de usinas termoelétricas em vista de


seu rendimento. Abordar o cenário atual das usinas termoelétricas no Brasil.
6

2. USINAS TERMELÉTRICAS

Usinas termelétricas, ou a vapor, produzem energia a partir da queima de


carvão, óleo combustível e gás natural em uma caldeira, pela fissão de material
radioativo (como o urânio), energia solar ou energia geotérmica.

Nas usinas movidas a combustível fóssil, a vaporização é realizada pela


transferência de calor dos gases quentes produzidos na combustão do combustível
para a água que passa pelos tubos da caldeira. Esta é uma condição também presente
nas usinas que utilizam como combustível a biomassa, o resíduo municipal (lixo), e as
misturas de carvão e biomassa.

1 - Esquema de usina a vapor acionada por combustível fóssil.

Fonte: MORAN, MICHAEL J. (p. 355)

Na usina nuclear, a energia necessária para a vaporização do fluido do ciclo de


trabalho se origina em uma reação nuclear controlada que ocorre na estrutura de um
reator de contenção. O reator de água pressurizada apresenta dois circuitos fechados
de água. Um dos circuitos circula a água através do núcleo do reator e de uma caldeira
com estrutura de contenção; essa água é mantida sob pressão de modo que ela se
aquece, porém não evapora. Um circuito separado conduz o vapor da caldeira para a
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turbina. Os reatores de vaporização da água têm um único circuito fechado que


evapora a água que passa pelo núcleo e conduz o vapor diretamente para a turbina.

2 - Esquema de usina a vapor acionada por reator nuclear com água pressurizada.

Fonte: MORAN, MICHAEL J. (p. 355)

O processamento e o manuseio do combustível são características importantes


tanto para as plantas de combustível fóssil quanto para aquelas de combustível
nuclear, devido aos efeitos na saúde humana e aos impactos ambientais. As plantas
de combustíveis fósseis devem observar os limites cada vez mais restritivos das
emissões por chaminés e do descarte de resíduos sólidos tóxicos. As plantas de
combustível nuclear se defrontam com o problema de descarte de significativa
quantidade de resíduos radioativos.

O calor gerado a partir destes elementos transforma em vapor a água presente


em tubos localizados nas paredes da caldeira. Tal vapor, em condições de alta
pressão, faz girar uma turbina, que aciona o gerador elétrico. Deste, a energia é
conduzida até um transformador para ser distribuída para consumo, enquanto a água
é resfriada em um condensador e redirecionada aos tubos da caldeira, para repetir o
ciclo. Ou seja, a eletricidade é produzida a partir de energia cinética obtida pela
passagem do vapor pela turbina, transformando potência mecânica em potência
elétrica. Para gerar eletricidade por meio de processos termodinâmicos, as usinas
termelétricas utilizam diversos ciclos, dentre eles, o ciclo de Rankine.
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3 - Esquema genérico de uma usina termelétrica.

CALOR
VAPOR (ALTA PRESSÃO)

CALDEIRA
QUEIMA
DO
COMBUSTÍVEL

GERADOR
LÍQUIDO TURBINA

VAPOR (BAIXA PRESSÃO)

CONDENSADOR
LÍQUIDO
BOMBA
CALOR
Fonte: Google Imagens, 2021.

Diante das definições acima é possível notar a importância do ciclo a vapor no


processo de geração de energia elétrica em uma usina termelétrica, visto que nesses
ciclos ocorre um processo de combustão externa, no qual os gases resultantes da
queima do insumo energético não entram em contato com o fluído de trabalho que
realiza o processo de transformação da energia do combustível em potência de eixo
(BOHÓRQUEZ, 2007).
9

3. CICLO DE RANKINE

Como demonstrado anteriormente, cada unidade de massa do fluido de


trabalho fica submetida, periodicamente, a um ciclo termodinâmico quando circula
através de uma série de componentes interligados, este é o ciclo de Rankine.

Assim como em outros ciclos de potência termodinâmicos, os conceitos a


seguir também são aplicáveis:

• A primeira lei da termodinâmica requer que o trabalho líquido desenvolvido por


um sistema sujeito a um ciclo de potência deve ser igual à energia líquida
adicionada por transferência de calor ao sistema;
• A segunda lei da termodinâmica estabelece que a eficiência térmica de um ciclo
de potência seja inferior a 100%.

É o ciclo mais simples de potência a vapor, sendo sua característica mais


relevante a necessidade de fornecer a bomba pouco trabalho a fim de se obter água
a alta pressão na caldeira, comparado ao trabalho obtido na turbina. O ciclo de
Rankine pode ser:

• Aberto: com a descarga de vapor na atmosfera (como era o caso das


locomotivas a vapor antigas, que tinham de transportar, além do carvão,
também água);
• Fechado: como no caso de usinas termelétricas, incluindo usinas de ciclo
combinado. É possível explorar o calor residual da condensação de vapor
(cogeração), mesmo transportando-o através de uma rede de aquecimento
urbano.
10

4. MODELAGEM DO CICLO DE RANKINE

Considerando que os processos recorrentes em uma usina de energia a vapor são


suficientemente complexos, consideremos um modelo simplificado a fim de se obter
uma dedução qualitativa, de modo a se obter um panorama dos parâmetros de
operação. Considerando os principais componentes individuais do sistema (como
turbina, condensador, bomba e caldeira), e a água sendo o fluido de trabalho.

Serão desprezadas as perdas (inevitáveis) por transferência de calor que ocorrem


entre os componentes das plantas e suas vizinhanças, assim como as variações nas
energias cinéticas e potencial, que também serão ignoradas.

4 - Trabalho realizado e transferência de calor nos principais componentes.

Fonte: MORAN, MICHAEL J. (p. 358)

4.1. TURBINA

A partir da caldeira no estágio 1, o vapor, tendo sua temperatura e pressão


elevadas, se expande ao longo da turbina para produzir trabalho, e em seguida é
descarregado no condensador no estágio 2 com pressão relativamente baixa.
Desprezando-se a transferência de calor para as vizinhanças, o balanço das taxas de
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massa e energia no regime estacionário para um volume de controle no entorno da


turbina reduz-se a:

Simplificando os termos, temos:

Onde:

• ṁ a vazão mássica do fluido de trabalho circulante;


• Ẇt/ṁ a taxa pela qual o trabalho é desenvolvido por
unidade de massa de vapor que passa pela turbina.

Como observamos anteriormente, as variações das energias cinética e


potencial são desprezadas.

4.2. CONDENSADOR

No condensador ocorre a transferência de calor do fluido de trabalho para a


água de resfriamento que flui em um circuito separado. O fluido de trabalho se
condensa e a temperatura da água de resfriamento aumenta. No regime estacionário,
o balanço das taxas de massa e de energia para um volume de controle que engloba
o lado do condensado do trocador de calor fornece

em que sai/ṁ é a taxa pela qual a energia é transferida pelo


calor do fluido de trabalho para a água de resfriamento por
unidade de massa de fluido de trabalho que passa pelo
condensador.

4.3. BOMBA

O líquido condensado que deixa o condensador em 3 é bombeado do


condensador para a caldeira a uma pressão mais alta. Considerando-se um volume
12

de controle no entorno da bomba e admitindo-se que não haja transferência de calor


para as vizinhanças, os balanços de massa e de energia fornecem:

No qual Ẇb/ṁ é a potência de entrada por unidade de massa que


passa pela bomba.

4.4. CALDEIRA

O fluido de trabalho completa um ciclo quando o líquido que deixa a bomba em


4, que é denominado água de alimentação da caldeira, é aquecido até a saturação e
evapora na caldeira. Considerando-se um volume de controle envolvendo os tubos e
tambores da caldeira que conduzem a água de alimentação do estágio 4 para o
estágio 1, o balanço das taxas de massa e energia fornece:

em que entra/ṁ é a taxa de transferência de calor da fonte de


energia para o fluido de trabalho por unidade de massa que
passa pela caldeira.

4.5. DESEMPENHO DO SISTEMA

4.5.1. Eficiência Térmica

A eficiência térmica mede a quantidade de energia fornecida ao fluido de


trabalho que passa pela caldeira que é convertida em trabalho líquido de saída.
Utilizando-se as grandezas e expressões já determinadas, a eficiência térmica do ciclo
de potência da fig. 4 fica:
13

O trabalho líquido de saída


é igual ao calor líquido de entrada. Assim, a eficiência térmica pode ser expressa, de
modo alternativo, como:
14

4.5.2. Taxa de Calor

A taxa de calor é a quantidade de energia adicionada por transferência de calor ao


ciclo, usualmente em Btu, para produzir uma unidade de trabalho líquido de saída,
usualmente em kWh. Assim, a taxa de calor, que é inversamente proporcional à
eficiência térmica, apresenta as unidades de Btu/kWh.
15

5. CICLO DE RANKINE IDEAL

Uma vez que os estágios 1 a 4 são fixos, as equações demonstradas anteriormente


podem ser aplicadas na determinação do desempenho termodinâmico de uma
simples usina de energia a vapor. Como essas equações foram desenvolvidas a partir
dos balanços das taxas de massa e energia, elas se aplicam igualmente aos casos
de desempenho real quando as irreversibilidades estão presentes e para o
desempenho idealizado na ausência desses efeitos.

É razoável supor que as irreversibilidades de diversos componentes de uma planta


de potência podem afetar o desempenho global, e este é, de fato, o caso. Mesmo
assim, é válido considerar um ciclo idealizado no qual se admite que as
irreversibilidades não estejam presentes. Esse ciclo estabelece um limite superior
para o ciclo de Rankine. O ciclo ideal também representa uma condição simples com
a qual é possível estudar diversos aspectos do desempenho de uma planta de
potência a vapor.

5 – Esquema básico do ciclo de Rankine.

Fonte: Google Imagens, 2021.

Se o fluido de trabalho passar pelos vários componentes do ciclo de potência a


vapor simples sem irreversibilidades, não haverá queda de pressão por atritos na
caldeira e no condensador, e o fluido de trabalho fluirá através desses componentes
16

a uma pressão constante. Além disso, na ausência de irreversibilidades e de


transferência de calor com as vizinhanças, o processo através da turbina e da bomba
será isentrópico, isto é, a bomba e a turbina não gerariam entropia e, portanto,
maximizariam a produção líquida de mão-de-obra.

O ciclo de energia de vapor real difere do ciclo de Rankine ideal devido a


irreversibilidades nos componentes inerentes causados por fricção de fluido e perda
de calor nos arredores; o atrito do fluido provoca quedas de pressão na caldeira, no
condensador e no tubo entre os componentes e, como resultado, o vapor deixa a
caldeira a uma pressão mais baixa; A perda de calor reduz a produção líquida de
trabalho, portanto, a adição de calor de vapor à caldeira é necessária para manter o
mesmo nível de produção líquida de trabalho. Um ciclo compatível com essas
idealizações é demonstrado na figura 6.

O fluido de trabalho fica sujeito à seguinte sequência de processos (reversíveis


internamente):

• 1–2: Expansão isentrópica do fluido de trabalho através da turbina na condição


de vapor saturado no estágio 1 até a pressão do condensador;
• 2–3: Transferência de calor do fluido de trabalho quando este flui a pressão
constante através do condensador chegando em forma de líquido saturado ao
estágio 3;
• 3–4: Compressão isentrópica na bomba até o estágio 4 na região de líquido
comprimido;
• 4–1: Transferência de calor para o fluido de trabalho quando este flui a pressão
constante através da caldeira para completar o ciclo.

O ciclo ideal de Rankine também inclui a possibilidade de superaquecimento do


vapor, como mencionado anteriormente, o que ocorre no ciclo 1′–2′–3–4–1′.

Como o ciclo ideal de Rankine consiste em processos reversíveis internos, as


áreas sob as curvas do processo mostrado na figura 6 podem ser interpretadas como
transferências de calor por unidade de massa que flui.
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6 - Diagrama temperatura-entalpia de um ciclo de Rankine ideal.

Fonte: MORAN, MICHAEL J. (p. 360)


18

6. TERMELÉTRICAS NO BRASIL

No Brasil, durante muito tempo a geração de energia se deu quase que


exclusivamente por usinas hidrelétricas, mesmo durante períodos hidrológicos
adversos. Isso acontecia, principalmente, devido à boa capacidade de regularização
dos reservatórios. Em outras palavras, era possível armazenar água do período
chuvoso e utilizá-la no período seco para gerar energia. Por diversas razões
conjunturais, houve a necessidade de se expandir e adicionar novas fontes produtoras
ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

Neste momento, começou-se a pensar em termelétricas, e mais recentemente


em solar e eólica. Sistemas de potência ainda são dependentes de fontes capazes de
fornecer energia no momento que se faz necessário, as chamadas fontes
despacháveis. As usinas hidrelétricas com reservatórios de acumulação e térmicas
movidas a carvão, diesel, gás natural, óleo combustível ou nucleares formam o
conjunto de fontes dessa natureza presentes no SIN. Sistemas com predominância
dessas duas fontes são conhecidos como sistemas hidrotérmicos. No SIN, existem
ainda as térmicas complementares movidas a biomassa ou resíduos, importantes para
o aumento da eficiência energética e complementaridade sazonal, mas que, em geral,
são empreendimentos de pequeno porte. Como é sabido, a demanda no nosso
sistema é majoritariamente respondida por hidrelétricas. Muitas outras termelétricas
compõem nosso parque

No caso de uma operação intensiva em geração hídrica seguida de estiagem,


pode-se incorrer em déficit de energia ou no acionamento de térmicas mais caras no
futuro. Por outro lado, armazenar mais água nos reservatórios no presente, aliado a
chuvas intensas, pode levar ao vertimento de água, o que significa desperdiçar um
recurso barato. A lógica seria então contar com a disponibilidade da fonte térmica,
porém evitar ao máximo seu acionamento.

Sendo assim, no Brasil, para atender diversidade de fonte energética, foram


criadas mais 2100 usinas termoelétricas ficando distribuídas em todo território
nacional., sendo as principais usinas:

• Usina Termelétrica de Juiz de Fora;


19

• Termelétrica de Camaçari;
• Termelétrica em Três Lagoas-MS.

7 – Distribuição dos sistemas termelétricos do Brasil

Fonte: Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica.

6.1 TERMELÉTRICA DE JUIZ DE FORA

A Usina Termelétrica de Juiz de Fora é a primeira usina termelétrica do mundo


a operar com etanol. É bicombustível e por isto também opera com gás natural
fornecido pela Gasmig, além do gás natural fornecido pelo gasoduto Gasbel II. É de
ciclo simples. Foi construída sem incentivos governamentais pelo grupo japonês
Marubeni como diretriz de política pública do PMDI 2005. Possui capacidade total
instalada de 87.048 kW utilizando duas turbinas aeroderivadas do modelo GE LM
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6000 produzido pela General Electric. Ela faz parte do parque gerador da Petrobras e
é conectada ao Sistema Interligado Nacional.

O uso do etanol reduz em 30% a emissão de poluentes pela usina, em


comparação com o gás natural. São consumidos 22 mil litros de etanol por hora pela
turbina convertida. A usina permanece com a mesma potência e eficiência do gás
natural, porém com redução de 30% na emissão de aldeídos (NOx) e por isto menor
uso de água para controlá-los. Isto além de zerar a emissão de dióxido sulfúrico (SOx).
Utiliza álcool hidratado e anidro.
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7. MATRIZ ENERGÉTICA - RENDIMENTO

O rendimento normal das usinas termoelétricas de combustíveis fósseis pode


ser muito melhorado. Comumente, esse rendimento situa-se em uma faixa que vai
dos 30% aos 50%, o que quer dizer que até metade da energia produzida pode ser
perdida para o ambiente. Em função disso e do aumento das quantidades de dióxido
de carbono lançadas na atmosfera por esse tipo de usina, cientistas e engenheiros
têm-se preocupado, com certa tenacidade, com a determinação de novos processos
operacionais dos quais resultem uma maior eficiência e uma menor poluição.

8 – Divisão da matriz energética brasileira.

Fonte: Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica

Um desses processos é o da “dupla geração”, que consiste em aproveitar


simultaneamente a energia armazenada nos combustíveis para duas finalidades
distintas:
• Por um lado, o combustível é usado normalmente para gerar energia elétrica
por meio de um alternador, ou gerador comum.
• Por outro lado, o calor residual, proveniente tanto da operação desse gerador
quanto da queima do combustível, pode ser usado para ativar um circuito de
aquecimento, ou mesmo para aquecer a água de um segundo circuito, até
convertê-la em vapor que acione um segundo alternador etc.
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Atualmente na matriz energética do Brasil, a energia termelétrica corresponde a


cerca de 25% de toda produção Brasileira.

9 – Evolução da produção de energia térmica até 2014.

Fonte: Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica

7.1 CONTAMINAÇÃO TÉRMICA

Nem toda a contaminação provocada pelas usinas termoelétricas está


relacionada com a emissão de gases tóxicos. Outra maneira de poluir o ambiente
ocorre como consequência de a temperatura da água lançada pelo sistema de
refrigeração da usina em algum rio ou lagoa, ou mesmo no mar, nas suas vizinhanças,
estar muitas vezes acima das médias de temperatura nesses locais. Esse
aquecimento, sendo mantido por longos intervalos de tempo, pode alterar
radicalmente as características físicas ou químicas do ecossistema, causando uma
mortandade intensa de peixes, plantas e outros seres que habitam o lugar.

7.2 VANTAGENS E DESVANTAGENS DE USINAS TERMOELÉTRICAS

Uma usina termoelétrica é uma instalação industrial, utilizada para a produção


de energia elétrica, a partir da energia liberada por qualquer produto que possa gerar
calor. Mais usual no Brasil são os combustíveis fósseis, como carvão e gás natural.
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Estes combustíveis, que são fontes de energia primária não renovável, são
queimados e o calor liberado é transferido para a água, aquecendo-a e transformando
em vapor. O vapor assim obtido vai acionar as pás das turbinas, que por sua vez,
movimentam os imanes dos geradores elétricos, que vão produzir corrente elétrica
alternada. Esta corrente elétrica, através da rede de distribuição, é levada até as
casas.

Sendo a fonte de energia utilizada neste tipo de central uma fonte não
renovável, o seu uso dependa das reservas naturais de combustíveis existente no
país.

Embora o carvão seja abundante, tornando-se, portanto, uma fonte de energia


barata, a sua utilização nas centrais termoelétricas levanta muitos problemas de
poluição. Diariamente, são queimados em todo o mundo milhares de toneladas de
carvão. Os produtos resultantes destas queimas são o dióxido de carbono, dióxido e
tri óxido de enxofre e grandes quantidade de poeiras, que vão para a atmosfera.

Atualmente nas usinas, as chaminés das centrais são altas e dispõem de filtros
adequados, que tem uma parte das partículas solidas em suspensão, porém isso não
evita que seja contaminado as camadas mais baixas da atmosfera, mas faz com que
as emissões gasosas sejam lançadas na alta atmosfera, o que contribui para o efeito
estufa.

7.2.1. Vantagens

a) Em relação as hidroelétricas, seu processo de construção são mais rápido,


permitindo suprir carências de energia de forma mais rápida.
b) Podem ser instaladas em locais próximos das regiões de consumo,
diminuindo-se assim os custos de transporte da energia.
c) Alternativa para países que não possuem uma variedade de escolha no em
relação as fontes de energia.
d) Não dependem da quantidade de precipitação, nem necessitam de custos de
água como o caso das centrais hidroelétricas.
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7.2.2. Desvantagens

a) Ser uma energia não renovável, visto que o recurso utilizado para produzir
este tipo de energia se esgotará no futuro.
b) Poluição térmica, pois a água quente que é utilizada no processo é relançada
nos rios e nas ribeiras, destruindo os ecossistemas e interferindo no
equilíbrio.
c) Alto custo final, o preço final da energia aumenta significativamente em
função do preço dos combustíveis fosseis.
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8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir das informações obtidas, foi possível compreender os ciclos existentes


de potência das usinas termoelétricas. Além disso, ressalta-se a análise das
características de cada processo.

Conforme exemplificado no exemplo da usina termelétrica de Juiz de Fora, o


uso de etanol como combustível, trouxe grande redução de gases poluentes na
atmosfera. Em contrapartida não há relatos de grandes avanços no que diz respeito a
evolução do desempenho das usinas como fonte geradora de energia.

Quando comparada com a geração de energia das hidrelétricas e com as


usinas nucleares, as usinas termelétricas possuem custo reduzido de instalação, no
entanto o custo final da energia acaba sendo elevado em função do preço dos
combustíveis fósseis.

O rendimento das usinas, é algo que precisa ser expressamente melhorado.


Atualmente, com o rendimento entre 30 e 50%, pode-se concluir que metade da
energia produzida pelo ambiente pode ser perdida. O que reduz o desempenho de
funcionamento das usinas.
26

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• BOHÓRQUEZ, W. O. I. ANÁLISE TERMOENERGÉTICA, ECONÔMICA E


AMBIENTAL DA REPOTENCIAÇÃO E CONVERSÃO DE UTES COM CICLO
DE RANKINE PARA CICLO COMBINADO UTILIZANDO TURBINAS A GÁS.
Programa de Pós-Graduação – Universidade Federal de Itajubá, Itajubá, 2007.

• EPE. (2015). PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2024.


Ministério de Minas e Energia, Empresa de Pesquisa Energética. Brasília:
MME/EPE

• FRAMAQ. (2015). CONHECE AS PRINCIPAIS VANTAGENS E


DESVANTAGENS DA USINA TERMOELÉTRICA. Disponível em: <
https://www.fragmaq.com.br/blog/conheca-vantagens-desvantagens-usina-
termoeletrica/ >. Acesso em: 24 de maio. de 2021.

• JUNIOR, Dario. COMO FUNCIONAM AS USINAS TERMELÉTRICAS?


Disponível em:< https://www.gnpw.com.br/usina-termeletrica/como-funcionam-
as-usinas-termeletricas/ >. Acesso em: 24 de maio. de 2021.

• MORAN, M. J. PRINCÍPIOS DE TERMODINÂMICA PARA ENGENHARIA.


São Paulo: Gen LTC, 2018.

• SEARS, F. YOUNG, H. ZEMANSKY, M. FÍSICA II: TERMODINÂMICA E


ONDAS. Brasília, v.2, Ed Universidade de Brasília, 1973.
27

• PETROBRÁS. (2021). TERMELÉTRICAS. Disponível em: <


https://petrobras.com.br/pt/nossas-atividades/principais-
operacoes/termeletricas/ >. Acesso em: 25 de maio. de 2021.

• PLANAS, ORIOL. CICLO DE RANKINE. Disponível em: < https://pt.solar-


energia.net/termodinamica/ciclos-termodinamicos/ciclo-rankine >. Acesso em:
27 de maio. de 2021.

• TOLMASQUIM, M. T. ENERGIA TERMELÉTRICA. Disponível em: <


https://www.epe.gov.br/sites-pt/publicacoes-dados-
abertos/publicacoes/PublicacoesArquivos/publicacao-
173/Energia%20Termel%C3%A9trica%20-%20Online%2013maio2016.pdf >.
Acesso em: 06 de jun. de 2021.

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