PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

Faculdade de Ciências Exatas e Tecnologia

Engenharia Civil

Bruno Matias dos Santos ................ RA00292111

Clarissa Moreira .............................. RA00292126
Dafne Alves dos Santos .................. RA00292108
Fernando Rodrigues da Silva ......... RA00292113
Jean Pacheco Matos ...................... RA00292128
Jessika Silva Valdevino .................. RA00292119
Maria Eduarda Brito dos Santos ..... RA00292127
Rafaela Ramos Barela .................... RA00292105

Manual de uso do FAARFIELD 2.0 no Dimensionamento de Pavimentos

Aeroportuários

Engenharia Civil

São Paulo
2022
 Bruno Matias dos Santos ................ RA00292111
Clarissa Moreira .............................. RA00292126
Dafne Alves dos Santos .................. RA00292108
Fernando Rodrigues da Silva ......... RA00292113
Jean Pacheco Matos ...................... RA00292128
Jessika Silva Valdevino .................. RA00292119
Maria Eduarda Brito dos Santos ..... RA00292127
Rafaela Ramos Barela .................... RA00292105

Manual de uso do FAARFIELD 2.0 no Dimensionamento de Pavimentos

Aeroportuários

Trabalho apresentado no
curso de Engenharia Civil da
Pontifícia Universidade Católica,
como parte da composição da nota
de Aeroportos, sob orientação do
Prof: Frank Queiroz

São Paulo
2022
 Índice de Tabelas

Tabela 1 - Comparativo de Espessuras (Estimado/Dimensionado). .....................21

Tabela 2 - Comparativo de Espessuras (Estimado/Dimensionado). .....................23
Tabela 3 - Comparativo de Espessuras (Estimado/Dimensionado). .....................26
 Sumário
1. Introdução......................................................................................................... 5

2 Manual de Utilização – FAARFIELD 2.0 ........................................................... 7

2.1 Interface ............................................................................................ 7

2.2 Funcionalidades ............................................................................... 8

2.3 Aeronaves ....................................................................................... 12

2.4 Executando a Simulação ............................................................... 16

3 Dimensionamento ........................................................................................... 19

3.2 Pavimento Rígido ........................................................................... 21

3.3 Pavimento Flexível com Base de Solo Cimento .......................... 24

4 Conclusão ........................................................................................................ 27

Referências Bibliográficas ................................................................................ 28

 5

1. Introdução

A pista de pouso é uma das principais estruturas para o funcionamento ideal

de um aeródromo, sendo assim de vital importância o correto dimensionamento do
seu pavimento.

Conforme exposto por Sobrinho, Nara (2017) a pavimentação é um sistema

de diferentes camadas de dimensões determinadas, formada por cima da parte final
da terraplanagem, ou seja, um pavimento é composto por um conjunto de materiais
que unidos suprem os esforços que solicitam o solo e são demandados pelos agentes
que atuam nessa estrutura, nesse caso, os esforços se dão pelas manobras e pelo
peso dos aviões, que se diferenciam dos esforços em rodovias normais, pois os
esforços transversais devem ser levados em consideração na hora do cálculo.

Existem duas categorias nas quais os pavimentos são classificados:

pavimentos flexíveis e pavimentos rígidos.

Visando aprimorar os processos de dimensionamento e superar os métodos

utilizados para projetos, em 2009, a FAA (Federal Aviation Administration)
desenvolveu o software FAARFIELD. Lira (2019) descreve o software da seguinte
forma:

O FAARFIELD, software de projeto de pavimentos

aeroportuários desenvolvido pela Federal Aviation Administration
(FAA), é a ferramenta utilizada no Brasil para projeto e análise de
pavimentos aeroportuários. Análises de pavimentos no FAARFIELD
resultaram em vidas úteis superiores a um milhão de anos, com
variabilidade alta, da ordem de centenas de milhares de anos para
pequenas alterações nas espessuras das camadas de base e sub-
base. Essa variabilidade pode levar os tomadores de decisão a
adotarem soluções pouco eficientes, o que, somado ao fato de o
FAARFIELD ser uma ferramenta de uso difundido em análises de
pavimentos aeroportuários, cria a necessidade de se compreender a
variabilidade desses dados.

Tendo isso exposto, este trabalho tem como objetivo desenvolver um manual
de utilização do FAARFIELD, detalhando os passos a serem seguidos para o
dimensionamento de três situações distintas: um pavimento flexível, um pavimento
 6

rígido e um pavimento flexível com base de solo cimento, apresentando e comparando

os resultados obtidos.
 7

2 Manual de Utilização – FAARFIELD 2.0

2.1 Interface

Ao iniciar o software FAARFIELD aparecerá esta interface:

As principais funções disponíveis na interface principal são:

Árvore de Projeto Seleção de Aba para Rodar o

função Dimensionamento

Barra de Opções
ferramentas
Ajuda
Aba Estrutural/ Imagem/ Esboço do
Biblioteca Dimensionamento Dimensionamento
de Materiais

Biblioteca de Aba de

Aeronaves Tráfego
 8

Para selecionar o tipo de pavimento, deve-se clicar no item em destaque

abaixo, que abrirá para as opções de pavimento.

2.2 Funcionalidades

Uma das vantagens do uso do FAARFIELD é a possibilidade de abrir para se

projetar mais de um trabalho ao mesmo tempo. Para fazê-lo, clique na aba “New Job”
(Novo Projeto) indicada abaixo:
 9

Quando aberto mais de um trabalho, eles ficam dispostos na lateral esquerda

da interface, enfileirados em ordem de criação do projeto.

Múltiplos
dimensionamentos
utilizados simultaneamente

A caixa “Thickness Design” (Design de Pavimento) é a aba utilizada para

realização dos cálculos, ao clicar nela, abrem as opções ilustradas abaixo:
 10

O item “Thickness Design” (Design de Espessura) deverá ser selecionado

quando se for calcular a espessura do pavimento;
“Llife” é para cálculo a vida útil estrutural para uma determinada estrutura e
determinado arranjo de tráfego;
“Life/Compaction” se trata do cálculo do índice de compactação do subleito
para receber uma determinada estrutura e um determinado arranjo de tráfego;
“Pavement Classification Rating – PCR” (Classificação do Pavimento) é o
ranking de classificação dos pavimentos para a estrutura e o arranjo de tráfego
aeroportuário escolhidos para estudo.

Dentro da aba “Section” (Seção), podemos escolher qual camada do pavimento

trabalhar através do botão “Select As The Design Layer” (Selecionar como Camada
de Design). Ao selecionar a camada pretendida, ela ficará circulada em verde no
croqui ao lado. Podemos também excluir a camada através do botão “Delete Selected
Layer” (Apagar Camada Selecionada).
 11

Para usar algum material nas camadas do pavimento, basta clicar no material
pretendido e arrastá-lo para dentro dos parâmetros de dimensionamento, como
representado na imagem acima.
 12

2.3 Aeronaves

Nesta versão do FAARFIELD temos as aeronaves dispostas por grupos

(fabricantes, aeronaves militares, modelos personalizados etc.). Dentro de cada grupo
temos seus respectivos modelos:

Modelos de aeronaves por

grupo

Para adicionar modelos de aeronaves, clicar em cima do modelo desejado e

arrastar para o campo “Stored Aircraft Mix” (Mix de aeronaves Armazenadas):
 13

Dentro da aba “Traffic” (tráfego), temos as seguintes opções:

• “Save Aircraft Mix to File” (Salvar mix de Aeronaves em Arquivo): Permite salvar
a lista de aeronaves escolhidas para o projeto em um arquivo que pode ser
importado no software posteriormente;
• “Clear All Aircraft from List” (Limpar todas as Aeronaves da Lista): Permite
remover todas as aeronaves da lista de tráfego de uma única vez;
• “Remove Selected Aircraft from Selection” (Remover aeronave selecionada da
seleção): Permite a remoção da(s) aeronave(s) selecionada(s).

Ao clicar em um determinado modelo de aeronave dentro do mix de aeronaves na

aba de tráfego, temos uma representação do seu eixo de gravidade e a disposição de
seu trem de pouso:
 14

No exemplo ao lado,
temos um modelo de aeronave
com tandem duplo nas asas,
representadas em um eixo
cartesiano acompanhado de
suas respectivas coordenadas.

É possível criar, editar e salvar modelos de aeronaves além dos modelos já

predefinidos no FAARFIELD. Estes modelos podem ser criados do zero ou feitos em
cima de um modelo existente.
 15

Para iniciar a criação de um novo modelo, clicar em “Create” (criar) no menu

superior do software. A função “Edit” (editar) funciona de forma semelhante. Ao iniciar
a criação, será apresentada a seguinte tela:

Informações da Aeronave Definidas pelo Usuário

Peso Bruto do Táxi

(lbs)
Pressão dos Pneus
(psi)

Porcentagem de Peso Bruto no

Trem de Pouso Principal

PCR Percentual de Peso Bruto no

Trem de Pouso Orientação do
Trem de Pouso
 16

Ao lançar as coordenadas das rodas na aba “Tires” (Pneus), é possível salvar

o modelo de aeronave em “Save New Difinied Aircraft” (Salvar Nova Aeronave
Definida)

2.4 Executando a Simulação

Definido todos os parâmetros de projeto, podemos executar a simulação

através do botão “Run” (Executar).
 17

O software poderá levar alguns instantes para processar a simulação. Nesse

interim, as camadas do pavimento são automaticamente redefinidas de modo a se
obter o melhor resultado. Ao fim do dimensionamento, temos a seguinte informação
na aba “status”:

Após rodar o dimensionamento, é possível visualizar o relatório com as

informações obtidas. O relatório se encontra na aba “Explorer”.
 18

Na árvore no canto esquerdo, temos dentro de “Sections” (Sessões) os itens do

relatório gerado. Esse relatório pode ser exportado em arquivo com extensão pdf.
 19

3 Dimensionamento

Dimensionamento de pavimento de flexível, utilizando a carga das aeronaves

mencionada ilustração abaixo e CBR utilizado na Sub-base de 10%.

1º Passo constitui no lançamento das aeronaves escolhidas para

desenvolvimento dos projetos, contemplando aeronaves comerciais de grande porte.

1ª Definição dos 2ª Definição das

3ª Adotado CBR 10%
materiais alturas mínimas
 20

Execução do estudo

Estudo completo –
com correção das
espessuras

Após a execução do estudo pelo software, foi possível verificar que, devido ao
fluxo de aeronaves e carga, algumas espessuras foram corrigidas. Conforme tabela
nº 01.
 21

Tabela 1 - Comparativo de Espessuras (Estimado/Dimensionado).

Espessuras Espessuras
lançadas (mm) corrigidas (mm)
Revestimento 102 102
Base 125 127
Sub-base 200 470
Total 427 699

É possível verificar que a camada que houve maior alteração foi a sub-base.

A aeronave que tem maior contribuição para deformações da pista é a A340-

600 WV – Responsável por 78%.

3.2 Pavimento Rígido

Dimensionamento de pavimento de rígido, utilizando a carga das aeronaves

mencionada na tabela 01.
 22

1ª Definição dos 2ª Definição das

materiais alturas mínimas

Execução do estudo
 23

Estudo completo –
com correção das
espessuras

Após a execução do estudo pelo software, foi possível verificar que, devido ao
fluxo de aeronaves e carga, algumas espessuras foram corrigidas. Conforme tabela
nº 02.
Tabela 2 - Comparativo de Espessuras (Estimado/Dimensionado).

Espessuras Espessuras
lançadas (mm) corrigidas (mm)
Revestimento 150 189
Base 102 102
Reforço 100 102
Sub-base 100 102
Total 452 495

É possível verificar que a camada que houve maior alteração foi a de

revestimento.
 24

A aeronave que tem maior contribuição para deformações da pista é a A340-

600 WV – Responsável por 76%.

3.3 Pavimento Flexível com Base de Solo Cimento

Dimensionamento de pavimento de flexível, utilizando a carga das aeronaves

mencionada na tabela 01. CBR 10%

1ª Definição dos 2ª Definição das

materiais alturas mínimas
 25

Execução do estudo

Estudo completo –
com correção das
espessuras

Após a execução do estudo pelo software, foi possível verificar que, devido ao
fluxo de aeronaves e carga, algumas espessuras foram corrigidas. Conforme tabela
nº 3.
 26

Tabela 3 - Comparativo de Espessuras (Estimado/Dimensionado).

Espessuras Espessuras
lançadas (mm) corrigidas (mm)
Revestimento 100 100
Base 100 102
Sub-base 152 508
Total 352 710

É possível verificar que a camada que houve maior alteração foi a de sub-base.

A aeronave que tem maior contribuição para deformações da pista é a A340-

600 WV – Responsável por 78%.
 27

4 Conclusão

Para melhor análise dos resultados, o grupo realizou os três estudos para os
diferentes tipos de pavimentos (flexível, rígido e flexível com base de solo cimento)
utilizando para todos o mesmo carregamento (carga) obtido através do emprego do
mix de aeronaves.
O grupo concluiu que a aeronave responsável pelo maior CDF não foi
necessariamente a mais pesada, mas sim a que tem a maior carga sobre as suas
rodas. Esse modelo de aeronave é também a que possui menor quantidade de rodas.
Dentre o mix escolhido, tal aeronave foi a que mais influenciou nos três tipos de
pavimento.
Dentre os três pavimentos, o rígido foi o que menos sofreu alterações no
decorrer do estudo, e foi o que atingiu menor altura total. Isso se dá pela alta
resistência deste tipo de pavimento.
Apesar do pavimento flexível ter a espessura total menor que o pavimento
flexível com base solo cimento, a opção com solo-cimento é mais vantajosa em termos
econômico, ambiental e estrutural. Este tipo de base, por se tratar da mistura de um
material granular com um ligante hidráulico, é um material de pavimentação que visa
incrementar a capacidade resistente da estrutura do pavimento.
Por fim, foi constatado que o software apresenta uma constância maior em
corrigir a camada de sub-base. O grupo concluiu que essa modificação se dá pelo
fator econômico, já que o material utilizado nessa camada pode ser menos nobre,
logo, mais barato.
 28

Referências Bibliográficas

Lira, Mateus. Análise de Resultados do Software FAARFIELD na Vida Útil

de Pavimentos Aeroportuários - Fortaleza, 2019.

SOBRINHO, NARA. Determinação da Espessura de Pavimentos Flexíveis

de Aeroportos - Aeroporto de Cargas de Anápolis - GO. Anápolis, 2017.