Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Florianópolis, 2022
1
Universidade Federal de Santa Catarina Centro Tecnológico
Departamento de Engenharia Civil
Florianópolis, 2022
2
Sumário
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 4
2. MOVIMENTO GRAVITACIONAL DE MASSA .................................................... 5
3. ESTABILIDADE DE TALUDES ........................................................................... 5
3.1. Método de Fellenius .................................................................................... 7
3.2. Bishop Modificado ..................................................................................... 10
4. ESTUDO DE CASO .......................................................................................... 11
5. CÁLCULO DO FATOR DE SEGURANÇA (FS) ................................................ 14
5.1. Dados fornecidos ...................................................................................... 14
5.1.1. Seção estaca 158 ............................................................................... 15
5.1.2. Ensaios SPT....................................................................................... 15
5.1.3. Interpretação do SPT e processamento dos dados ........................... 19
5.2. Parâmetros de resistência ........................................................................ 21
5.2.1. Silte .................................................................................................... 21
5.2.2. Argila .................................................................................................. 21
5.3. Cálculo do FS pelo método de Fellenius .................................................. 23
5.3.1. Fellenius - Geostudio.......................................................................... 23
5.3.2. Fellenius - Planilha eletrônica (geometria) ......................................... 24
5.3.3. Fellenius - Planilha eletrônica (AutoCAD) .......................................... 26
5.4. Cálculo do FS pelo método de Bishop Modificado .................................... 28
5.4.1. Bishop Planilha eletrônica (geometria) ............................................... 28
5.4.2. Bishop - Geostudio ............................................................................. 29
6. SOLUÇÃO ADOTADA PARA AUMENTAR O FATOR DE SEGURANÇA ........ 30
7. ANEXOS ........................................................................................................... 34
3
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho, como parte integrante da cadeira de Mecânica dos Solos II, tem
como finalidade a aplicação e o melhor entendimento das técnicas de cálculo de
estabilidade de taludes, bem como as alternativas empregadas para melhorar a
estabilização de encostas que possuem baixos Fatores de Segurança.
4
2. MOVIMENTO GRAVITACIONAL DE MASSA
3. ESTABILIDADE DE TALUDES
5
Uma vez que temos a força atuante sendo representada pelo peso da massa
presente, e a força resistente como a resistência ao cisalhamento do talude, dada
pelas suas tensões de cisalhamento, podemos escrever o fator de segurança (FS)
como:
Onde,
τ = tensões de cisalhamento
s = tensões atuantes
6
Figura 1 - Fatores de segurança mínimos para escorregamentos
Abordando mais o tema sobre taludes finitos, uma vez que é o material deste
estudo, podemos partir para dois métodos de análise que vão ser utilizados nos
tópicos subsequentes. Também fazendo parte do Método de Equilíbrio Limite, dentre
outros temos os métodos de Fellenius e Bishop modificado, que serão as
metodologias usadas nesta análise, como podemos ver na Figura 2.
7
● a superfície de ruptura é circular;
● a análise é feita no estado plano de tensões;
● é válida a equação de Mohr-Coulomb;
● a resistência ao cisalhamento é mobilizada por completo;
● as fatias são independentes entre si;
● cálculo para um metro de frente de talude;
8
Figura 4 - Equivalência de forças
Onde:
Deve-se atentar sempre que a base de cada fatia deve estar em um segmento
homogêneo de solo, ou seja, sua base deve estar apoiada em um tipo só de solo, para
que assim possa assumir seus parâmetros de resistência.
9
3.2. Bishop Modificado
10
Ao realizar as corretas substituições da somatória dos momentos e de forças
verticais, obtemos a expressão para o Fator de Segurança, dada por:
Onde:
4. ESTUDO DE CASO
12
Onde, segundo expresso pelo autor, a camada em amarelo representa a
bauxita e a camada verde a rocha. Diante disso, a análise do autor se baseou em
estabelecer diversos fatores de segurança em função do ângulo de atrito e a coesão,
variando os ângulos de 0º à 30º e a coesão até 200 KPa.
Com os resultados obtidos, o autor conseguiu traçar um gráfico (Figura 8) do
fator de segurança em função da coesão, quando o ângulo de atrito é 0 º,
representando segundo ele, um solo saturado, pois este foi o ângulo que apresentou
menor fator de segurança, igual a 1,5 quando a coesão é 20 KPa.
O autor estabelece então que, por meio da análise deste gráfico é possível
estabelecer a coesão limite para haver a ruptura do talude, ou seja, seu fator de
segurança ser menor que 1. Sabe-se então que está coesão está estabelecida entre
a coesão de 12 KPa e 14 KPa. Os dados obtidos pela análise de Fellenius (Ordinary),
Bishop e Jambu estão expressos na Tabela 1.
13
Tabela 1: Resultados do estudo de caso
14
5.1.1. Seção estaca 158
15
Figura 10: SPT - SP02
16
Figura 11: SPT - SP04
17
Figura 12: SPT - SP06
18
5.1.3. Interpretação do SPT e processamento dos dados
Por meio dos ensaios SPT, foi possível identificar 3 tipos diferentes de solos,
apresentados pela Figura 13 e, também, presente no Anexo 2. Sendo eles:
20
5.2. Parâmetros de resistência
5.2.1. Silte
● c’ = 1,98 kPa;
● ϕ’ = 32º;
● γ = 17,5 kN/m³.
5.2.2. Argila
c’ = 10 x NSPT
21
Salienta-se que para uma análise precisa nesse caso seria necessária uma extração
de bloco indeformado também da área de argila.
Para o ângulo de atrito, foi utilizada a correlação também de Godoy (1983),
que estabelece o seguinte:
Uma vez que temos em nossa estratigrafia a argila média, vamos atribuir peso
específico equivalente a 17 kN/m³. Portanto, para a argila, os parâmetros de
resistência ficam:
● c’ = 5 kPa;
● ϕ’ = 31,6º;
● γ = 17 kN/m³.
22
5.3. Cálculo do FS pelo método de Fellenius
23
Portanto, o FS crítico do talude para essa geometria e essas condições de
solo é igual a 0,671, indicando o rompimento. Além disso, retiramos que o ponto de
observação da superfície de ruptura mostrada em verde tem as coordenadas x =
37,067 m, y = 60,733 m e raio = 8,199 m, informações as quais serão úteis para a
aplicação de Fellenius por meio de planilha eletrônica.
24
relativamente próximo ao encontrado no GeoStudio que pode ser atribuído às
imprecisões ao retirar a altura piezométrica, já que em pontos como o mostrado na
Figura 16, temos mais do que um valor possível para a altura piezométrica, e só
podemos adotar um.
25
|0,642 − 0,671|
𝑒𝑟𝑟𝑜% = ∗ 100 = 4,32%
0,671
26
Tabela 4: Fellenius pelo Autocad
27
5.4. Cálculo do FS pelo método de Bishop Modificado
Do mesmo modo que por Fellenius, e após verificar que funciona, o método
utilizado foi por meio de funções que descreviam a superfície. Assim, foram obtidas
as seguintes expressões para cada item dentro da superfície de ruptura:
Porém, como poucas iterações o valor não convergiu o suficiente para que o
FS inicial seja próximo do FS encontrado por Bishop, então continuamos a fazer
28
iterações, até que o FS inicial fosse igual 0,540, que foi onde convergiu para o mesmo
valor, ficando estabelecido então o valor por Bishop de 0,540, como mostra a Tabela
6 e a planilha eletrônica anexa à este trabalho.
29
Figura 18: FS pelo GeoStudio em Bishop
|0,539 − 0,540|
𝑒𝑟𝑟𝑜% = ∗ 100 = 0,185%
0,539
30
Figura 19: Elementos de um dreno sub-horizontal
31
Este mesmo manual traz ábacos para auxiliar no dimensionamento desses
drenos horizontais.
Com uma análise complementar utilizando o software GeoStudio, observamos
que um rebaixamento de 7 metros da linha piezométrica já é suficiente para elevar o
fator de segurança para FS=1,3, tanto pelo método de Fellenius, quanto pelo método
de Bishop modificado. Ajustando novamente a linha piezométrica assumindo-se que
conseguimos baixar por meio de técnicas de drenagem, obtemos os seguintes
modelos:
a) Por Fellenius
32
b) Por Bishop modificado:
33
7. ANEXOS
34
ANEXO 1
ÁREA DE ESTUDO
35
SP06
SP04
SP02
ANEXO 2
ESTATIGRAFIA DA ÁREA DE
ESTUDO
36
Ponto 16
(135;61.04) Ponto 3
(140;62.26)
SP06
Ponto 15
(90;57.62)
(65;46.40)
(140;57.95)
SP04
(30;29.20)
SP02
Ponto 5
(140;0)
ANEXO 3
TALUDE PROJETADO
37
Ponto 07
(140;52.29)
SP06
Ponto 06 Ponto 10
(90;47.65) (140;51.60)
Ponto 09
(86.82;45.67)
Ponto 17
(68.82;36.99) Ponto 18
(140;47.95)
SP04
Ponto 13
(140;37.30)
Ponto 12
(72.23;29.74)
Ponto 05
(34.97;20)
Ponto 04
(0;20)
SP02
Ponto 03
(0;17.48)
Ponto 08
(30.75;17.48)
Ponto 15 Ponto 16
(0;15.73) (10;15.73) Ponto 11
(26.83;5.64)
Ponto 02
(0;5.64)
Ponto 14
(140;0)
Ponto 01
(0;0)