"Inteligência Artificial" é o título do novo livro de João de Fernandes Teixeira que compõe a coleção "Como ler filosofia", da editora Paulus. A exemplo do título "Como ler a filosofia da mente" (2008), do mesmo autor e coleção, o livro aborda assuntos instigantes - comumente confundidos com os temas de ficção científica cinematográfica -, em linguagem clara e acessível a públicos diversos. Além de permitir uma aproximação ao tema, o livro é uma alternativa ao título "O que é Inteligência Artificial" (1990), também de João Teixeira, há algum tempo esgotado.
Título original
RESENHA inteligencia artificial, uma odisseia da mente
"Inteligência Artificial" é o título do novo livro de João de Fernandes Teixeira que compõe a coleção "Como ler filosofia", da editora Paulus. A exemplo do título "Como ler a filosofia da mente" (2008), do mesmo autor e coleção, o livro aborda assuntos instigantes - comumente confundidos com os temas de ficção científica cinematográfica -, em linguagem clara e acessível a públicos diversos. Além de permitir uma aproximação ao tema, o livro é uma alternativa ao título "O que é Inteligência Artificial" (1990), também de João Teixeira, há algum tempo esgotado.
"Inteligência Artificial" é o título do novo livro de João de Fernandes Teixeira que compõe a coleção "Como ler filosofia", da editora Paulus. A exemplo do título "Como ler a filosofia da mente" (2008), do mesmo autor e coleção, o livro aborda assuntos instigantes - comumente confundidos com os temas de ficção científica cinematográfica -, em linguagem clara e acessível a públicos diversos. Além de permitir uma aproximação ao tema, o livro é uma alternativa ao título "O que é Inteligência Artificial" (1990), também de João Teixeira, há algum tempo esgotado.
Inteligncia Artificial: uma odisseia da mente, de Joo Teixeira
(ISBN: 978-85-349-3019-2) Por Mrcia Avelino "Inteligncia Artificial" o ttulo do novo livro de Joo de Fernandes Teixeira que compe a coleo "Como ler filosofia", da editora Paulus. A exemplo do ttulo "Como ler a filosofia da mente" (2008), do mesmo autor e coleo, o livro aborda assuntos instigantes - comumente confundidos com os temas de fico cientfica cinematogrfica -, em linguagem clara e acessvel a pblicos diversos. Alm de permitir uma aproximao ao tema, o livro uma alternativa ao ttulo "O que Inteligncia Artificial" (1990), tambm de Joo Teixeira, h algum tempo esgotado. Os cinco captulos que compem o livro apresentam as principais caractersticas, mudanas e teorias da Inteligncia Artificial (IA) num roteiro que fundamentar as colocaes de implicaes reflexiva, feitas por ele no eplogo.
No primeiro captulo, o autor situa a IA atual como uma tecnologia entre a
cincia e a arte cujo objetivo construir mquinas que paream pensar enquanto resolvem problemas, embora no interior de seu funcionamento o tipo de inteligncia seja de outra ordem. Isto porque o raciocnio humano j no modelo para mquinas que reproduzam seu tipo de inteligncia. Inteligncia trata-se de poder computacional, que aumenta medida em que as mquinas possam igualar-se ao crebro humano em termos de velocidade e memria. Para tanto, os empenhos nesta rea esto no desenvolvimento de novos materiais, que possibilitem maior potncia a fim de que lhe seja empregada o que se denomina "fora bruta" (mtodo utilizado pelo Deep Blue, que venceu o campeo enxadrista Gary Kasparov). Algumas das apostas esto no: DNA por conta de sua semelhana com o HD, no que concerne ao armazenamento de informao -, no computador quntico, e no computador tico.
No captulo seguinte traado um breve percurso histrico da IA desde seu
incio "mtico" at os atuais COG, Blue Brain e Jini. Estes ltimos tm como objetivo responder s questes sobre o crebro humano por meio da replicao. No percurso, so pontuados tambm o producente Simpsio de Hixon, a partir do qual se estabeleceu uma analogia entre o crebro humano e os computadores, o desenvolvimento do programa O Teorico da Lgica, dos americanos Newell e Simon, e o famoso Eliza. Ao final desse percurso, a filosofia da mente citada como uma disciplina surgida por conta das questes subjacentes replicao do crebro humano, e observa que esta s obter uma verdade entre teorias monistas e dualistas a partir da prpria replicao.
Ainda retomando a histria da IA, porm de modo especial, o terceiro captulo
dedicado a apresentar o Teste de Turing do matemtico ingls Alan Turing que, alis, ser retomado em outros captulos e apontado no Eplogo como um futuro critrio de distino entre humanos e robs. So retomados os questionamentos ligados questo por ele formulada: "Pode uma mquina pensar?". A resposta a esta questo seria dada ao final de um longo dilogo com o computador atravs de um teclado: se no for possvel distinguir se o interlocutor era uma mquina ou ser humano, poder-se-ia concluir que o computador pensa. Em decorrncia disso, seria considerado consciente, logo dotado de mente. O quarto captulo, "Dos smbolos parabiose", ainda uma narrativa histrica sob o aspecto da evoluo da IA a partir das influncias da concepo de inteligncia e mente humanas, que culminaram principalmente em duas espcies de IA: a simblica e a conexionista. Joo Teixeira as apresenta mostrando
seu
contexto,
pressupostos
caractersticas
principais
(sucessivamente, capacidade de manipular smbolos e memria, e a busca por
criar um modelo simplificado de crebro, construindo redes neurais a partir de neurnios artificiais). A partir desta discusso, faz uma apreciao a respeito da robtica e da GOFAI como movimentos opostos em funo da existncia ou no de um corpo; e outra a respeito dos robs Oz e Kismet criados para ter emoes. O autor aborda ainda a possibilidade de dois tipos de cyborgs provenientes da mistura de humanos e robs, provenientes da unio da
Inteligncia Artificial com a j citada engenharia gentica. Isto se daria
"expandindo o crebro humano atravs do implante de chip e nanochips ou transformando nossos circuitos cerebrais em supercomputadores" (p 43); montando uma mquina mais poderosa, usando o crebro humano como base; ou ainda, a partir da cultura de neurnios humanos em superfcies lisas a fim de que se ramifiquem formando o crebro humano pelas possveis conexes sinpticas. Contudo, aponta a tendncia de retomada das verses simblicas.
A discusso filosfica a respeito da IA apresentada no quinto captulo, tendo
como pano de fundo a incompreenso por parte dos filsofos de que "mquinas so, na verdade, grandes realizaes da razo humana" (p.47), portanto, lidar com uma mquina lidar com o aquilo que o ser humano impe a si mesmo. Teixeira apresenta, ento, dois argumentos em oposio IA. O primeiro o argumento do quarto chins, de John Searle, que denuncia a falta de intencionalidade como motivo para se considerar que mquinas no pensam, pois tal caracterstica s se manifesta medida que sabemos a que so direcionados os nossos estados mentais. A outra objeo a do insight feita por Penrose, segundo a qual um computador jamais ter um insight (uma compreenso nova e instantnea), apesar de poder gerar novas informaes pelo cruzamento das demais armazenadas em sua memria. O autor apresenta o modo como ambas so refutadas pela IA a partir de suas falhas. Logo em seguida, traz uma terceira objeo inteligncia Artificial levantada por alguns bilogos: para eles, mquinas nunca podero replicar a morfognese (propriedade dos seres vivos que lhes propicia tornarem-se o que so: desde sempre sabem qual forma iro tomar). A rplica a esta objeo parte da possibilidade de que a forma que temos agora tenha se dado por algo para alm de um plano interno de nosso organismo, e termina afirmando a existncia
de
programas
que
simulam
evoluo
biolgica.
Finalmente, no eplogo, reafirma a reconsiderao da Inteligncia Artificial
simblica junto com a ideia de replicao da mente humana em dispositivos artificiais. Isto se deve tanto tecnologia da GOFAI, quanto robtica. A partir da, o captulo final aponta uma srie de futuras questes filosficas surgidas
das possveis mudanas de ordem social, emergidas do desenvolvimento
desse modelo. So algumas delas, a diminuio do custo e a superabundncia dos bens de consumo bsicos; os problemas psicolgicos da decorrentes; o desaparecimento da poltica; os benefcios conquistados pelo desvelamento do cdigo gentico e da natureza humana; a necessidade de uma robotica por conta das relaes afetivas entre pessoas humanas e robs e os direitos destes frente nsia humana de superioridade. neste contexto que testes como o de Turing sero necessrios. Para Joo Teixeira, esse "progresso" inevitvel e at mesmo necessrio uma vez que disto depende o progresso humano, pelo conhecimento sobre sua prpria espcie ento proporcionado. Tais consideraes fazem da IA mais que uma simples tecnologia: uma cincia humana, ou uma nova psicologia.
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