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UFOP - UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

EM – Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto


DEMIN – Departamento de Engenharia de Minas

Relatório Jigue

Isadora Lupiano de Moura


João Paulo Martins
Pedro Henrique Damião
Jigagem

INTRODUÇÃO:

O jigue é um dos mais antigos equipamentos usados na concentração de


minérios, e sofreu várias modificações com o tempo, com o objetivo de otimizar sua
capacidade de processamento. Os jigues pulsados manualmente, operados
descontinuamente, e que contavam com a remoção manual das camadas estratificadas,
foram substituídos por jigues alimentados continuamente e pulsados com o uso de
êmbolos.
Os componentes básicos de um jigue são um tanque, conhecido como arca, que
é dividido em duas seções principais. Uma delas contém o crivo, uma tela de suporte
responsável pela sustentação do leito onde ocorre a estratificação. A outra é uma seção
onde as pulsações de fluido são geradas, através de um mecanismo de acionamento. O
equipamento é completo por sistemas de descarga dos produtos flutuado e afundado

Considerações a respeito da jigagem:


- Não existe ciclo ideal de jigagem, cada caso é diferente.
- O ciclo deve ser de tal modo que permita que todas as etapas da expansão e
compactação do leito do jigue ocorram.
- Leito todo deve expandir.
- Fluido na posição mais alta favorece a sedimentação das partículas.
- Maior sucção, mais acentuada será a consolidação intersticial.
- Maior densidade do leito, maior será a velocidade do fluido.

Jigues continuam sendo amplamente utilizados no tratamento de minérios,


devido a seu baixo custo operacional, elevada capacidade, simplicidade e baixa restrição
quanto à granulometria da alimentação.
-Esquema simplificado de um jigue-

OBJETIVO

O objetivo deste trabalho realizado no laboratório de Tratamento de Minérios é


descobrirmos qual foi a recuperação metalúrgica da granada, cuja ganga é formada por
quartzo. Será plotado um gráfico para verificarmos a relação de Tamanho das Partículas
X Recuperação Metalúrgica.

RESULTADOS:

A partir das densidades obtidas por picnometria, podemos encontrar os teores de


hematita, de acordo com a seguinte expressão:

ρ= 1/[(th / ρh) +(1- th )/ ρq ]

Onde:
ρ= densidade obtida no ensaio de picnometria;
th = teor de hematita na faixa granulométrica;
ρh = densidade da hematita;
ρq = densidade do quartzo.
Dados obtidos para a alimentação::

Malha Peso(g) Densidade Teor Passante Retido


0,425 11,09 2,780 0,019 98,086 % 1,914 %
0,297 42,63 2,781 0,074 90,729 % 9,271 %
0,210 72,64 2,800 0,125 78,192 % 21,808 %
0,150 114,1 2,812 0,197 58,500 % 41,500 %
0,106 138,82 2,855 0,240 34,541 % 65,459 %
0,075 56,52 2,890 0,098 24,787 % 75,213 %
0,053 45,93 3,084 0,079 16,860 % 83,140 %
0,044 30,45 4,077 0,053 11,605 % 88,395 %
0,038 35,21 3,425 0,061 5,528 % 94,472 %
100,000
0,0379 32,03 3,370 0,055 0,000 % %
Total 579,42 1,000
Tabela 1 – Distruibuição Granulométrica e densitária na alimentação

Podemos observar valores altos para as densidades das faixas de 0,053 a 0,038
mm, e concluir que há um elevado valor de hematita dentro dessas faixas.
Após 50 minutos foram retirados o concentrado e o rejeito, e feito também a sua
distribuição granulométrica e densitária. A massa da amostra do rejeito foi de 290,47g e
do concentrado retirou-se uma amostra de 288,95g . Os dados obtidos foram resumidos
nas tabelas a seguir:

Malha Peso(g) Densidade Teor Passante Retido


0,425 4,78 2,78 0,016 98,354 % 1,646 %
0,297 20,37 2,78 0,070 91,342 % 8,658 %
0,210 36,69 2,8 0,126 78,710 % 21,290 %
0,150 58,35 2,8 0,201 58,622 % 41,378 %
0,106 64,83 2,85 0,223 36,303 % 63,697 %
0,075 26,05 2,89 0,090 27,335 % 72,665 %
0,053 21,39 3,06 0,074 19,971 % 80,029 %
0,044 16,73 4,07 0,058 14,211 % 85,789 %
0,038 18,32 3,4 0,063 7,904 % 92,096 %
<0,038 22,96 3,35 0,079 0,000 % 100,000 %
Total 290,47 1,000
Tabela 2 - Distribuição Granulométrica do Rejeito
Malha Peso(g) Densidade Teor Passante Retido
0,425 6,31 2,79 0,022 97,816 % 2,184 %
0,297 22,26 2,79 0,077 90,112 % 9,888 %
0,210 35,95 2,8 0,124 77,671 % 22,329 %
0,150 55,75 2,86 0,193 58,377 % 41,623 %
0,106 73,99 2,87 0,256 32,770 % 67,230 %
0,075 30,47 2,89 0,105 22,225 % 77,775 %
0,053 24,54 3,4 0,085 13,732 % 86,268 %
0,044 13,72 4,2 0,047 8,984 % 91,016 %
0,038 16,89 3,86 0,058 3,139 % 96,861 %
100,000
<0,038 9,07 3,75 0,031 0,000 %
%
Total 288,95 1,000
Tabela 3 - Distribuição Granulométrica do Concentrado

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS:

Podemos verificar que a concentração de hematita encontrou-se maior na mesma


malha descrita para a alimentação, tanto para o rejeito quanto para o concentrado. Logo,
como pré-estabelecido pelo critério de concentração, a separação de quartzo e hematita
foi eficiente até a malha de 74µm.
A recuperação metalúrgica é obtida pela seguinte expressão:
Rm= c(a-r)/a(c-r)

Onde:
c= teor do elemento útil no concentrado;
a= teor do elemento útil na alimentação;
r= teor do elemento útil no rejeito
Foi plotado um gráfico de Recuperação Metalúrgica X Tamanho da Partícula:

Obs.: O ensaio em mesa oscilatória foi para o mesmo tipo de material.


Seguem os dados obtidos para a mesa:

Picnômetro
Ensaio
massa (g) m1(g) m2(g) m3(g) m4(g) Densidade
Mesa Oscilatória
Concentrado 331,000 27,320 55,290 66,010 42,850 3,229
137,40 178,42
Mesa Oscilatória Rejeito 133,090 32,340 0 0 95,390 2,862
115,84
Mesa Oscilatória Médio 52,517 28,750 81,310 0 80,680 2,984
Mesa Oscilatória Lama 8,810 28,390 54,270 57,709 35,080 2,058
CONCLUSÃO:
Podemos concluir que a separação foi eficiente, o que pôde ser previsto através
do critério de concentração proposto por Taggart. Uma vantagem na concentração feita
na mesa é a obtenção de um material médio com alta concentração de hematita.

BIBLIOGRAFIA
CHAVES, A.P. Teoria e Prática de Tratamento de Minérios. V2. São Paulo: Signus
Editora, 1996.
LUZ, A. B. et alii (Editores). Tratamento de Minérios. Rio de Janeiro: CETEM/CNPq,
2004.
SAMPAIO, C. H. & TAVARES, L. M. Beneficiamento Gravimétrico (sic). Porto
Alegre: UFGS, 2005.
VALADÃO, G. E. S. & ARAUJO, A. C. (Ed.). Introdução ao Tratamento de Minérios.
Belo Horizonte: EUFMG, 2007.

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