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FASES DO PROJETO DE

BARRAGENS
FASES DE PROJETO DE BARRAGENS

Geração de energia Contenção de rejeitos


• Reconhecimento da bacia; • Estudo de alternativas;
• Inventário; • Projeto conceitual da barragem;
• Viabilidade; • Projeto básico da barragem;
• Projeto básico da barragem; • Projeto executivo da barragem.
• Projeto executivo da barragem.
FASES DE PROJETO DE BARRAGENS
Geração de energia
• Reconhecimento da Bacia
• Pesquisa bibliográfica (hidrologia e geologia);
• Interpretação da geologia da bacia utilizando fotos aéreas e imagens de
satélite;
• Topografia por imagem de satélite/ aerolevantamento;
• Geologia regional;
• Seleção dos locais de barramento;
• Jazidas de materiais de construção.
• Reconhecimento de campo dos rios principais;
FASES DE PROJETO DE BARRAGENS
Geração de energia
• Inventário
• Melhora as informações sobre o potencial hídrico da bacia;
• Levantamento da infra-estrutura existente:
• Cidades;
• Infraestrutura viária;
• Indústrias;
• Áreas de proteção ambiental etc.
FASES DE PROJETO DE BARRAGENS
Geração de energia
• Inventário
• Geologia e geotecnia preliminar da bacia
• Mapas geológicos;
• Estabilidade de taludes naturais;
• Investigações preliminares;
• Condições de fundações;
• Materiais de construção disponíveis;
• Condicionantes geológico-geotécnicos locais.
FASES DE PROJETO DE BARRAGENS
Geração de energia
• Estudo de Viabilidade
• Alternativas de locação dos eixos da barragem;
• Estudos geológico – geotécnicos dos locais de barramento;
• Estudos dos tipos de barragens;
• Análises de viabilização econômica e de impactos ambientais

Informações suficientes para escolher a melhor alternativa


FASES DE PROJETO DE BARRAGENS
• Projeto Básico
• Todos os estudos necessários para concepção e definição final da obra.

Principais produtos:
Memoriais descritivos;
Memoriais de cálculo;
Desenhos de projeto;
Especificações técnicas dos materiais;
Especificações construtivas;
Quantitativos de materiais e serviços;
Cronograma e orçamento;
Critérios de medição e pagamento.
FASES DE PROJETO DE BARRAGENS
• Projeto Executivo
• Detalhamento de todas as obras e metodologias a serem seguidas durante a
construção, testes e operação da barragem.

Detalhamento do projeto básico;


• Prescrições adicionais para:
• Execução de obras civis;
• Montagem de equipamentos;
• Fiscalização;
• Detalhes de implantação, testes e operação/ monitoramento dos instrumentos;
• Metodologias de controle e teste de equipamentos etc.
RESUMO
• ESCOLHA DO LOCAL DA BARRAGEM

• Diretamente relacionada com a finalidade da barragem.

Exemplo:
• Barragem para geração de energia elétrica:
• Maior vazão média regularizada (maior bacia hidrográfica e maior volume do
reservatório);
• Maior desnível topográfico (maior altura de queda);
• Menor interferência no reservatório (menores custos de desapropriação, de
remanejamento de infraestrutura ou de população);
• Proximidade com consumidor (menor linha de transmissão).
RESUMO
• ESCOLHA DO EIXO DA BARRAGEM

• Função de aspectos econômicos e construtivos.


• Menor volume de aterro;
• Melhores condições de fundação (maior resistência, menor permeabilidade
menor compressibilidade, menor escavação, etc);
• Menores distâncias de transporte dos materiais de construção;
• Menor custo das estruturas auxiliares (desvio do rio, vertedouro, casa de
força etc);
• Menores custos de desapropriações e realocações.
RESUMO
• ESCOLHA SEÇÃO TÍPICA DA BARRAGEM

• A escolha do tipo do barramento depende de aspectos técnicos e


econômicos, de forma geral, implicam na elaboração de anteprojetos
distintos das alternativas para uma comparação dos custos envolvidos em
cada opção.

• Disponibilidade de materiais de construção nas proximidades;


• Condições de fundações;
• Volumes das escavações obrigatórias;
• Condições topográficas;
• Condições climáticas (interferências no cronograma de construção);
• Condições de acesso;
• Tipo de vertedouro;
• Natureza das obras de desvio.
PROJETO GEOTÉCNICO DE BARRAGENS
• Pré-dimensionamento da geometria da barragem (análises de estabilidade preliminares);
• Programa de investigações;
• Projeto de drenagem interna (filtros e drenos);
• Preparação das especificações técnicas:
• Escavações;
• Tratamento de fundações;
• Lançamento e compactação;
• Impermeabilizações (fundação da barragem e/ou do reservatório);
• Filtros e drenos;
• Instrumentação e controle (manual de operações);
• Avaliação e interpretação dos resultados das investigações;
• Dimensionamento final da barragem;
• Projeto de instrumentação e elaboração das especificações para monitoramento;
• Aspectos geotécnicos das estruturas de concreto (drenagem, estabilidade etc.).
PROJETO GEOTÉCNICO DE BARRAGENS
• Dimensionamento final da barragem
• Análises de percolação da água através do aterro e da fundação da barragem;
• Dimensionamento dos filtros, drenos e transições da barragem;
• Análises da estabilidade dos taludes da barragem;
• Análises do Comportamento Tensão – Deformação da barragem (prevenção a
fissuramentos internos).
INVESTIGAÇÕES
QUAL O TIPO DE BARRAGEM?
• Investigações da fundação e áreas de empréstimo/ jazidas.
Não tenho orçamento...
Quanto custa?
Não temos tempo para
executar sondagens...
De 0,5 a 1% do Vai demorar muito tempo
para contratar uma empresa...
valor da obra
Precisamos iniciar a obra
ainda este ano...
BARRAGEM ZABUMBÃO

Interior da Bahia Fonte: Google


BARRAGEM ZABUMBÃO
BARRAGEM ZABUMBÃO
BARRAGEM ZABUMBÃO
INVESTIGAÇÕES
• Tipos de investigações:
• Investigações diretas: Permitem a coleta de amostras para análises e
ensaios;
• Investigações Semi-Diretas: Permitem o conhecimento do substrato,
através de correlações indiretas, porém, não é possível coletar
amostras;
• Investigações Indiretas: Interpretação a partir de informações
coletadas em superfície (Geofísica).
INVESTIGAÇÕES
• Investigações diretas:
• Trincheiras;
• Poços de inspeção;
• Sondagens a trado;
• Sondagens a percussão;
• Sondagens rotativas;
INVESTIGAÇÕES
• Investigações semi-diretas:
• Vane test;
• Pressiômetro;
• CPT;
• SCPT;
• Dilatômetro.
INVESTIGAÇÕES
• Investigações indiretas:
• Sísmica de Refração;
• Sísmica de Reflexão;
• Eletrorresistividade;
• Potencial espontâneo (SP);
• Métodos eletromagnéticos (EM);
• Radar de penetração no solo (GPR);
• Magnetometria;
• Microgravimetria;
• Polarização induzida (IP);
INVESTIGAÇÕES
Aplicabilidade dos métodos indiretos.
Eletrorresis- Magneto- Microgravi-
Aplicação Refração Reflexão SP EM GPR
tividade metria metria
Estratificação geologia ++ ++ ++ + ++
Topo rochoso ++ ++ ++ + +
NA + + ++ + ++
Id. Falhas fraturas + ++ ++ ++ ++ +
Cavidades + ++ ++
Sentido fluxo água ++
Vazam. barragens/
+ ++ + +
bacias
Fonte: IPT, 2011
INVESTIGAÇÕES DA FUNDAÇÃO
• Tipos de investigações:
• Áreas de implantação de barragens
• Poços de inspeção;
• Sondagens SPT (com ensaios de infiltração);
• Sondagens rotativas (com ensaios de perda d’água);

• Em casos especiais:
• CPTU;
• Vane test.
INVESTIGAÇÕES DA FUNDAÇÃO
• Tipos de investigações:
• Áreas de empréstimo de solos/ areia
• Poços de inspeção;
• Trincheiras;
• Sondagens a trado;
INVESTIGAÇÕES DA FUNDAÇÃO
• Tipos de investigações:
• Áreas de empréstimo de material pétreo
• Sondagens rotativas;
ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO
• FUNDAÇÃO
• Quais os parâmetros da fundação necessários para caracterizar os materiais?
Densidade natural
Estratigrafia Granulometria por peneiramento e sedimentação
Limite de plasticidade
Permeabilidade Limite de liquidez
Resistência Peso específico real dos grãos
Ensaios de permeabilidade (carga variável/ constante)
Deformabilidade Resistência (ensaios triaxiais)
Deformabilidade (adensamento)

Casos especiais: Colapsividade; expansividade; dispersividade.


ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO
• SOLO PARA ATERRO
• Quais os parâmetros necessários?
Umidade natural
Densidade natural
Granulometria por peneiramento e sedimentação
Limite de plasticidade
Limite de liquidez
Peso específico real dos grãos
Ensaios de compactação
Ensaios de permeabilidade (carga variável)
Resistência (ensaios triaxiais)
Deformabilidade (adensamento)
Casos especiais: Expansividade; dispersividade.
ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO
• MATERIAL PARA FILTROS E DRENOS
• Quais os parâmetros necessários?
Granulometria por peneiramento
Ensaio de permeabilidade (carga constante)
Densidade mínima
Densidade máxima
Matéria orgânica e torrões de argila
Peso especifico real dos grãos
Índice de forma
Análise mineralógica
ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO
• MATERIAL PARA FILTROS E DRENOS (ENROCAMENTO)
• O que mais precisamos conhecer?
Análise petrográfica;
Massa específica;
Velocidade de propagação de ondas;
Ciclagem natural, ciclagem água/estufa;
Abrasão Los Angeles;
Índice de forma;
Resistência a compressão puntiforme (Point Load Test);
Resistência a compressão uniaxial.
CARACTERIZAÇÃO DE
MATERIAIS DE
CONSTRUÇÃO
ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS
Definição de solo (NBR 6502/1995)
• Materiais provenientes da decomposição das rochas ou sedimentação não
consolidada de seus grãos, sem ou com matéria orgânica;
• Materiais passíveis de escavação por processos mecânicos simples, sem a
necessidade de aplicação de técnicas especiais (desmonte por explosivos, por
exemplo).

Formação dos solos


• Os solos se originam pela decomposição das rochas que constituíam inicialmente a
crosta terrestre a partir de agentes de intemperismo (físico e químico);
• São constituídos por um conjunto de partículas sólidas e vazios, preenchidos ou não.
ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS
Intemperismo
• Conjunto de processos físicos e químicos que ocasionam a desintegração e a
decomposição das rochas;
• O intemperismo desagrega os minerais das rochas e os fragmenta, além de
modificar sua composição, decompondo os minerais mais frágeis e formando
novos minerais.
• Tipos:
o Físico: transformações simplesmente mecânicas (fragmentação das rochas) e ocorrem
basicamente por adaptações a variações de temperatura e de pressão.
o Químico: transformação da estrutura química dos minerais constituintes das rochas.
ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS
Pedologia
• Ciência que tem por objeto o estudo das camadas superficiais da crosta terrestre,
em particular a sua formação e classificação;

• As camadas que constituem um perfil são denominadas horizontes.

Classificação dos solos quanto à sua origem


• Solos residuais: permanecem no local da rocha matriz observando-se uma
transição do solo até a rocha.
o Solo residual maduro: superficial ou sotoposto a um horizonte “poroso”, e que perdeu toda a estrutura
original da rocha-mãe e tornou-se relativamente homogêneo;
ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS
o Saprólito: solo que mantém a estrutura original da rocha matriz, inclusive veios intrusivos,
fissuras e xistosidade, no entanto perdeu a consistência de rocha. Também chamado de solo
residual jovem ou solo de alteração de rocha.
o Rocha alterada: horizonte em que a alteração progrediu ao longo de fraturas ou zonas de
menor resistência, deixando intactos grandes blocos da rocha original.
o Dentre os solos residuais merecem destaques os solos lateríticos, os expansivos e os porosos,
também conhecidos como “solos colapsíveis”.

• Solos sedimentares: sofrem a ação de agentes transportadores, podendo ser aluvionares (quando
transportados pela água), eólicos (quando pelo vento), coluvionares (pela ação da gravidade) e
glaciares (pelas geleiras);
ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS
• Solos orgânicos: contém uma quantidade considerável de matéria decorrente de decomposição
de origem vegetal ou animal, em vários estágios de decomposição. Geralmente argilas ou areias
finas, os solos orgânicos são de fácil identificação, pela cor escura e pelo odor característico. São
problemáticos por serem muito compressíveis.

Estrutura dos Solos


• A forma pela qual estão dispostas as suas partículas definem a estrutura do solo;

• Estrutura fofa e compacta supondo grãos esféricos e uniforme:


ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS
• Dentre os principais componentes da estrutura do solo destacam-se:
o Mineralogia;
o Tamanho e arranjo físico, bem como as proporções relativas das partículas;
o Tamanho dos poros e distribuição das fases fluidas nesses poros;
o Química das três fases constituintes do solo, com ênfase nas forças existentes entre as
partículas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA E MINERALÓGICA DOS SOLOS
Introdução
• Um mineral é um elemento ou um composto químico resultante de processo
inorgânico, de composição química definida e encontrado naturalmente na crosta
terrestre;

• Os minerais, via de regra, são sólidos. Apenas a água e o mercúrio se encontram


no estado líquido, em condições normais de temperatura e pressão;

• Alguns minerais presentes nos solos:


o Silicatos: feldspato, mica, quartzo, serpentina, clorita, talco, etc.
o Óxidos: hematita, magnetita, limonita, etc.
o Carbonatos: calcita, dolomita, etc.
o Sulfatos: gesso, anidrita, etc.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA E MINERALÓGICA DOS SOLOS

Dureza de um mineral (Escala de Mohs)


• Refere-se, por comparação, ao número indicativo
da conhecida escala de Mohs, onde um
elemento risca todos os precedentes e é riscado
pelos subsequentes:
COMPOSIÇÃO QUÍMICA E MINERALÓGICA DOS SOLOS
Feldspatos
• Constituem os grupos de minerais mais abundantes na crosta terrestre e
compreendem os silicatos de alumínio combinados com sódio (Na), potássio (K),
cálcio (Ca) e, eventualmente, bário (Ba).
• Os principais minerais são ortoclásio/microclínio, albita e arnotita;
• Características básicas:
o Densidade: 2,54 a 2,76
o Cores: branco, cinza e róseo
o Dureza: 6 a 6,5 (escala Mohs)
COMPOSIÇÃO QUÍMICA E MINERALÓGICA DOS SOLOS
Micas
• É a designação dada a um grupo de silicatos, constituído basicamente de alumínio
(Al), sódio (Na) ou potássio (K) e muitas vezes por ferro e magnésio cristalizado no
sistema monoclínico com uma característica evidente: um empilhamento de
folhas finíssimas, que podem ser destacadas facilmente.

• Características básicas:
o Densidade: 2,76 a 3,10
o Cores: branco, incolor, esverdeada
o Dureza: 2 a 2,5 (escala Mohs)

• Principais tipo: muscovita (branca) e biotita (preta)


COMPOSIÇÃO QUÍMICA E MINERALÓGICA DOS SOLOS
Quartzo
• É o mais importante dos minerais do grupo dos silicatos e podem estar presentes
em todo tipo de rocha. Seus cristais são facilmente identificados
macroscopicamente, é um dos minerais mais resistentes ao intemperismo, tal
como a água e a variação de temperatura, por isso passa quase inalterado da
rocha aos solos.

• Características básicas:
o Densidade: 2,60 a 2,65
o Cores: geralmente incolor ou branco
o Dureza: 7,0 (escala Mohs)
COMPOSIÇÃO QUÍMICA E MINERALÓGICA DOS SOLOS

Óxido de ferro
• A hematita (Fe2O3), a magnetita(Fe2O4) e a limonita (Fe2O3.H2O) são os principais
minerais entre os óxidos de ferro.

• Características básicas:
o Densidade: 5,0 a 5,3
o Cores: geralmente escuras
o Dureza: 5,5 a 6,5 (escala Mohs)
COMPOSIÇÃO QUÍMICA E MINERALÓGICA DOS SOLOS
Carbonatos
• No grupo dos carbonatos, os mais importantes minerais são a calcita
(CO3Ca) e a dolomita - (CO3)2CaMg.

• Características básicas:
o Densidade: 2,5 a 2,6
o Cores: geralmente cores claras
o Dureza: 3,0 (escala Mohs)
COMPOSIÇÃO QUÍMICA E MINERALÓGICA DOS SOLOS
Propriedades Físico-químicas das Argilas
• As argilas são constituídas de pequeníssimos minerais cristalinos, chamados de
argilominerais, dentre os quais distinguem-se três grupos principais: caolinitas,
montmorilonitas e ilitas.
• As caolinitas são formadas por unidades de silício e alumínio, que se unem
alternadamente, conferindo-lhes uma estrutura rígida. Em consequência, as
argilas caoliníticas são relativamente estáveis em presença de água.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA E MINERALÓGICA DOS SOLOS
• As montmorilonitas são estruturalmente formadas por uma unidade de alumínio
entre duas unidades de silício. A ligação entre essas unidades, torna as argilas
montmoriloniticas muito expansivas e, portanto instáveis em presença de água.
Exemplo: Bentonita, altamente plástica e expansiva, utilizada na construção de
paredes diafragma, estabilização de escavações, selamento de piezômetros, etc.

• As ilitas são estruturalmente análogas à anterior, sendo porém menos expansivas.


COMPOSIÇÃO QUÍMICA E MINERALÓGICA DOS SOLOS
O que determina o comportamento do solo argiloso quanto à resistência,
permeabilidade e compressibilidade?

A característica mineralógica das argilas é o elemento controlador do tamanho,


forma e propriedades de superfície de suas partículas.
CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
Definições básicas
• Pedregulho: solo formado por minerais ou partículas de rocha, com comportamento dominante
devido à fração pedregulho, onde as partículas têm diâmetros (Φ) compreendidos entre 2,0 mm
e 60 mm. Quando arredondadas ou semi-arredondadas, são denominadas seixos rolados;
• Areia: solo não coesivo e não plástico com comportamento predominantemente devido à fração
areia, constituída por minerais ou partículas de rochas com diâmetros (Φ) compreendidos entre
0,06 mm e 2 mm
o Areias grossas: Φ entre 0,60 mm e 2,0 mm
o Areias médias: Φ entre 0,20 mm e 0,60 mm
o Areias finas: Φ entre 0,06 mm e 0,20 mm
CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
• Silte: solo que apresenta baixa ou nenhuma plasticidade e que exibe baixa resistência quando
seco ao ar . (mostram apenas a coesão necessária para formar, quando secos, torrões facilmente
desagregáveis pelos dedos). Suas propriedades dominantes são devidas à parte constituída pela
fração silte, que é formada por partículas com diâmetros entre 0,002 mm e 0,06 mm;

• Argila: solos de granulação fina constituída principalmente por partículas com dimensões
menores que 0,002 mm, apresentando coesão e plasticidade. Suas propriedades dominantes são
devidas à parte constituída pela fração argila. Quando suficientemente úmidas, moldam-se
facilmente e secas formam torrões de difícil desagregação pelos dedos.
CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
Tamanho das partículas

Escalas granulométricas: ASTM, AASHTO, MIT e ABNT. Diferentes tipos de granulometria.


CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS

(a) (b) (c)

(d)

(a) e (b): grãos de areia; (c) grão de argila; (d) forma das partículas granulares
CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
Fases do solo
• A natureza do solo difere de outros materiais, uma vez
que é composto de três estados ou fases: sólido, líquido
e gás;
• Em um volume típico de solo, há três componentes
dispostos em uma mistura complexa: grãos do solo,
água e ar;
• As propriedades geotécnicas do solo são em função da
interação entre a fase sólida (grãos do solo) e os
espaços vazios (água e ar).
CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
Diagrama de fases
Va ar Ma=0
Vv água ar
Vw água Mw
Vt
Mt

Vs sólidos Ms sólidos sólidos

Amostra de solo Parcialmente saturado Saturado Seco


CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
Relações fundamentais
• Relações de massa e peso:
• 𝑃𝑡 = 𝑃𝑠 + 𝑃𝑤 (peso total da amostra é a soma dos pesos dos grãos e da água)
• 𝑀𝑡 = 𝑀𝑠 + 𝑀𝑤 (massa total da amostra é a soma das massas dos grãos e da água)

• Relações de volume:
• 𝑉𝑉 = 𝑉𝑤 + 𝑉𝑎 (volume de vazios da amostra é a soma dos volumes de água e ar)
• 𝑉𝑇 = 𝑉𝑠 + 𝑉𝑉 (volume total da amostra é a soma dos volumes de sólidos e vazios)
• 𝑉𝑇 = 𝑉𝑠 + 𝑉𝑤 + 𝑉𝑎
CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
Índices físicos
• Em uma determinada massa de solo, apenas uma parte do volume total é
preenchida pelas partículas sólidas. O volume restante é chamado de vazios e
pode ser ocupada por ar, por água ou por ambos;
• Quantificam as proporções das três fases de um solo entre pesos e volumes;
• Apenas três índices físicos são determinados em laboratório:
Teor de umidade, massa específica dos grãos e peso específico natural
• Os demais índices são determinados por meio de correlações.
ÍNDICES FÍSICOS DOS SOLOS
Teor de umidade
• Ensaio normalizado pela ABNT NBR 6457/2016;
• Razão entre o peso da água (𝑃𝑎 ) contida em um certo volume de solo e o peso da
parte sólida (𝑃𝑠 ) existente nesse mesmo volume:
𝑃𝑎
•𝑤= 𝑥100
𝑃𝑠

• O resultado do teor de umidade é expresso em porcentagem (%);


• Na natureza não existe solo com teor de umidade igual a zero. Esta condição é
obtida apenas em laboratório;
ÍNDICES FÍSICOS DOS SOLOS
• A determinação do teor de umidade de uma amostra de solo pode ser feita por
vários métodos, sendo o mais utilizado:
o Determinar o peso total (𝑃𝑡 ) da amostra;
o Secar completamente a amostra em estufa à temperatura de 105oC a 110oC;
o Determinar o peso da amostra seca (𝑃𝑠 );
o Por diferença, obter o peso de água contida na amostra (𝑃𝑎 = 𝑃𝑡 − 𝑃𝑠 );
o Calcular o teor de umidade (𝑤).
ÍNDICES FÍSICOS DOS SOLOS
• Teor de umidade. Exemplo:
ÍNDICES FÍSICOS DOS SOLOS
Peso específico aparente do solo natural ()
• Ensaio normalizado pela ABNT NBR 6458/2017;

• Razão entre o peso total do solo (𝑃𝑡 ) e o volume total do solo (𝑉𝑡 ):

𝑃𝑡
•=
𝑉𝑡
ÍNDICES FÍSICOS DOS SOLOS
Peso específico aparente do solo seco (d)
• Razão entre o peso do solo (𝑃𝑠 ) e o volume total do solo (𝑉𝑡 ):
𝑃𝑠
• γ𝑑 =
𝑉𝑡

𝑃𝑡 𝑃𝑎
• Como: Pt=Ps+Pa;  = e𝑤 = , dividindo-se ambos os termos da fração por Pt,
𝑉𝑡 𝑃𝑠
temos:
𝑃𝑠
𝑃𝑠 +𝑃𝑎 𝑃𝑠 𝑃𝑡 𝑃𝑠 𝛾𝑑 𝑃𝑠 𝛾 𝑃𝑠 𝑃𝑎
𝛾𝑑 = 𝑉𝑡 = × = × 𝛾→ = → = + =1+𝑤 →
𝑃𝑠 +𝑃𝑎 𝑉𝑡 𝑃𝑠 +𝑃𝑎 𝛾 𝑃𝑠 +𝑃𝑎 𝛾𝑑 𝑃𝑠 𝑃𝑠
𝑃𝑡
𝛾
𝛾𝑑 =
1+𝑤
ÍNDICES FÍSICOS DOS SOLOS
Índice de vazios (e)
• Razão entre o volume de vazios (𝑉𝑣 ) e o volume da parte sólida do solo (𝑉𝑠 ):

𝑉𝑣
𝑒 =
𝑉𝑠
• Determinação é feita em função de s (peso específico das partículas do solo) e d
(peso específico do solo seco).

𝑉𝑡 − 𝑉𝑠 𝑉𝑡 𝑉𝑡 Τ𝑃𝑠 𝛾𝑠
𝑒 = = −1= −1= −1
𝑉𝑠 𝑉𝑠 𝑉𝑠 Τ𝑃𝑠 𝛾𝑑
ÍNDICES FÍSICOS DOS SOLOS
Grau de compacidade ou compacidade relativa
• O estado natural de um solo não coesivo (areia, pedregulho) define-se pelo
chamado grau de compacidade, compacidade relativa ou densidade relativa (Dr).

𝑒𝑚𝑎𝑥 − 𝑒𝑛𝑎𝑡
𝐶𝑅 =
𝑒𝑚𝑎𝑥 − 𝑒𝑚𝑖𝑛

• Seguindo o critério usualmente aceito, as areias se classificam em:


o Fofas (ou soltas) quando O < CR < 0,33
o Medianamente compactas quando 0,33 < CR < 0,66
o Compactas quando 0,66 < CR < 1
ÍNDICES FÍSICOS DOS SOLOS
• Em função dos pesos específicos, o grau de compacidade ou compacidade relativa
se exprime:

𝛾𝑛𝑎𝑡 − 𝛾𝑚𝑖𝑛 𝛾𝑚𝑎𝑥


𝐶𝑅 = ×
𝛾𝑚𝑎𝑥 − 𝛾𝑚𝑖𝑛 𝛾𝑛𝑎𝑡

• E que max, nat e min são os pesos específicos secos nos estados, respectivamente:
• mais denso possível , natural e mais solto possível.
ÍNDICES FÍSICOS DOS SOLOS
Índice de vazios (e)

Solos granulares
ÍNDICES FÍSICOS DOS SOLOS
Porosidade do solo
• É a razão entre o volume de vazios e o volume total de uma amostra do solo:
𝑒
•𝑛=
1+𝑒
• Para areias com diferentes composições granulométricas, 𝑒𝑚𝑎𝑥 e 𝑒𝑚𝑖𝑛 podem
assumir valores diversos. No caso de esferas de igual diâmetro, são obtidos os
seguintes valores:
𝑒𝑚𝑎𝑥 = 0,91 → 𝑛𝑚𝑎𝑥 = 48%

𝑒𝑚𝑖𝑛 = 0,35 → 𝑛𝑚𝑖𝑛 = 26%


ÍNDICES FÍSICOS DOS SOLOS
• Peso específico seco em função da
porosidade (n):
n

𝛾𝑑 = 𝛾𝑠 1 − 𝑛 = 𝛿 1 − 𝑛 𝛾𝑎
1
• Peso específico seco em função do índice
de vazios (e):
𝛿
𝛾𝑑 = 𝛾𝑎
1+𝑒
ÍNDICES FÍSICOS DOS SOLOS
Grau de saturação do solo
𝑉𝑎
• É a porcentagem de água contida nos seus vazios: 𝑆% = × 100
𝑉𝑣

• Sendo:
𝑃𝑎 𝑉𝑎 𝛾𝑎 𝛾𝑎 𝑆𝑉𝑣 𝑒𝑆
•ℎ= = = =
𝑃𝑠 𝑉𝑠 𝛾𝑠 𝛾𝑎 𝛿𝑉𝑠 𝛿

• Temos:
ℎ𝛿 ℎ𝛿 (1−𝑛)
•𝑆= =
𝑒 𝑛
ÍNDICES FÍSICOS DOS SOLOS
Grau de saturação do solo
• Uma vez que:
1 1−𝑛
=
𝑒 𝑛
• Como se obtém a equação:
𝑒
𝑛=
1+𝑒

• Se o solo estiver saturado (S = 100%) a relação acima nos dá:

𝑒 = ℎ𝛿
ÍNDICES FÍSICOS DOS SOLOS
Relações diversas
• Peso específico:
𝑃𝑠 + 𝑃𝑎 𝑃𝑠 (1 + 𝑤)
𝛾= =
𝑉𝑠 + 𝑉𝑣 𝑉𝑠 (1 + 𝑒)

1+𝑤
𝛾 = 𝛾𝑠
1+𝑒
𝛾 𝛾𝑠
= = 𝛾𝑑
1+𝑤 1+𝑒
ÍNDICES FÍSICOS DOS SOLOS
• Como s = δa e h x δ = S.e, tem-se ainda:

𝛿+𝑆𝑒
•𝛾= 𝛾𝑎
1+𝑒

• Para um solo seco (S = 0) esta relação será:

𝐺𝑠
• 𝛾𝑑 = 𝛾
1+𝑒 𝑎
• Que corresponde ao valor mínimo de .
ÍNDICES FÍSICOS DOS SOLOS
Peso específico do solo saturado
• Nesse caso, S = 1 e:
𝛿+𝑒
• 𝛾𝑠𝑎𝑡 = 𝛾𝑎 n
1+𝑒

1
o que corresponde ao máximo valor de .
• Em função da porosidade:
• 𝛾𝑠𝑎𝑡 = 𝛾𝑠 + 𝑛𝛾𝑎

• 𝛾𝑠𝑎𝑡 = 𝛿 1 − 𝑛 + 𝑛 𝛾𝑎
ÍNDICES FÍSICOS DOS SOLOS
Peso específico do solo submerso
• Quando o solo é submerso, as partículas sólidas sofrem o empuxo da água e então:
𝛾𝑠𝑢𝑏 = 𝛿 1 − 𝑛 𝛾𝑎 − (1 − 𝑛)𝛾𝑎
ou:
𝛾𝑠𝑢𝑏 = (𝛿 − 1)(1 − 𝑛)𝛾𝑎
ou ainda:
𝛿−1
𝛾𝑠𝑢𝑏 = 𝛾𝑎
1+𝜖
e
𝛾𝑠𝑢𝑏 = 𝛾𝑠𝑎𝑡 − 𝛾𝑎
ÍNDICES FÍSICOS DOS SOLOS
Relações entre índices físicos do solo
ÍNDICES FÍSICOS DOS SOLOS
Peso específico do solo submerso
• A distinção entre solos saturados e submersos pode ser observada no exemplo da
figura, notando-se que um solo submerso é saturado, sem que a recíproca seja
verdadeira.

Re Reservatório sofre
Reservatório esvaziamento
cheio 1cm³ sub rápido 1cm³ sat

Empuxo Empuxo ~ 0
EXERCÍCIO - ÍNDICES FÍSICOS DOS SOLOS
Foi coletada uma amostra indeformada de solo com massa total de 20,0kg e volume
respectivo de 12,0l. Fez-se o quarteamento da amostra e com parte dela foram obtidos os
seguintes dados:
Massa Úmida: 70g
Massa Seca: 58g
Massa Específica dos Sólidos: 2,67g/cm³
calcular:
a) Teor de umidade; b) Massa da porção sólida;
c) Massa de água; d) Volume da porção sólida;
e) Volume de vazios; f) Índice de vazios;
g) Porosidade; h) Grau de Saturação;
i) Peso específico natural.
EXERCÍCIO - ÍNDICES FÍSICOS DOS SOLOS
Deseja-se construir um aterro cujo material será proveniente de uma área de empréstimo com
3.000m³. O peso específico natural desse solo é de 17,8kN/m³ e a umidade natural é de 15,8%.
No aterro a ser executado com esse material, o peso específico seco será de 16,8kN/m³ e o teor
de umidade do solo compactado deverá ser de 18%.
Qual o volume de aterro poderá ser construído com esse material?
Qual o volume de água a ser acrescentado?
EXERCÍCIO - ÍNDICES FÍSICOS DOS SOLOS
• Sua empresa foi contratada para construir um aterro com 30 m de largura e 2 m de espessura com solo
argilo-arenoso transportado em caminhões de uma determinada área de empréstimo. A umidade natural
desse material é 15% e o índice de vazios de 0,7. Ao ser movimentado e carregado nos caminhões, o índice
de vazios passa a ser 1,2. De acordo com a Especificação Técnica o aterro deve ser construído com um peso
específico seco de 18kN/m³ e Gs = 2,7. Para 1 km de aterro, determine:
- O peso específico seco do solo na área de empréstimo (condição natural)
- O número de caminhões carregados de solo para a construção do aterro (considere o volume de cada
caminhão igual a 10m³)
- O peso de água que cada caminhão carrega durante o transporte
- Grau de saturação do solo in situ

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